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Rio de Janeiro
2022
1) Introdução
Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas no laboratório para separar e
identificar uma determinada mistura. Tais técnicas se dividem em 4 processos, onde, no
final dos experimentos será possível identificar quais compostos contém na mistura.
Antes do processo de separação e análise da amostra, foram feitos testes de solubilidade
para entender o comportamento e avaliar a solubilidade de sólidos conhecidos. Estes
sólidos foram: ácido benzóico (A), m-nitroanilina (B), acetamida (C) e betanaftol (D).
No início do procedimento da técnica de análise da mistura, foi entregue uma amostra
contendo uma mistura de 3 sólidos orgânicos. Através desta amostra, foi dito que
contém ácido benzóico, m-nitroanilina e naftaleno. Deve-se então separá-los e
confirmar a identificação dos mesmos através dos processos de extração, recristalização,
ponto de fusão e cromatografia de camada fina. Primeiramente, foi feita a extração
reativa da mistura. A extração reativa tem o objetivo de separar os componentes de uma
mistura utilizando um solvente que reage quimicamente com o ácido e a base,
separando-os. Em seguida, foi feita a recristalização para purificar o ácido benzóico,
retirando as impurezas presentes nele. Com a amostra pura, podemos identificar usando
o método de ponto de fusão para comparar o ponto de fusão dos compostos tabelados e
certificar se a amostra está realmente pura. Por último, a cromatografia em camada fina
é realizada para determinar o solvente mais apropriado para realizar este método e
analisar qualitativamente o comportamento do composto e da mistura.
2) Procedimento experimental
2.1) Solubilidade
2.1.1) Materiais utilizados
• Tubos de ensaio
• Placa de aquecimento
• Suporte para tubos
• Béquer
• Água destilada
• Pinça de madeira
• Funil de separação
• Erlenmeyer
• Proveta
• Papel de filtro
• Béquer
• Suporte universal
• Argola
• Mufa
• Funil de Buchner
• Vidro de relógio
• Diclorometano
2.3) Recristalização
2.3.1) Materiais utilizados
• Suporte Universal
• Argolas
• Mufas
• Termômetro
• Béquer
• Capilares
• Placa de Aquecimento
• Clipe de metal
• Óleo
• Borracha
• Elevador
2.4.2) Método Experimental
Após o processo de recristalização, é possível notar a formação de cristais de ácido
benzóico no béquer. Deve-se então, retirar toda a água presente através de filtração
simples e realizar a secagem do sólido. Após secar totalmente o sólido, deve-se pesá-lo
na balança e inicia-se a medição do ponto de fusão da amostra. Neste método foi feita a
medição do ponto de fusão do ácido purificado (obtida no processo de recristalização) e
em seguida do ácido impuro (obtida no processo de extração). Primeiramente, deve-se
montar o esquema de ponto de fusão. Foram fixadas duas mufas no suporte universal,
com uma garra em cada uma delas. Na garra de baixo, prendeu-se o béquer que contém
o óleo e o clipe de metal, posicionados acima da placa de aquecimento. Com a
extremidade aberta do capilar, pressiona-se levemente contra o ácido benzóico a fim de
preencher um pouco do sólido (aproximadamente 2mm) e o mesmo foi levado para o
elevador para que o sólido se deposite na extremidade fechada do capilar. Na garra
acima, foi colocado o termômetro e com o auxílio de uma borracha, prendeu-se o
capilar contendo a amostra e foram mergulhados no béquer que contém o óleo. Além
disso, deve tomar cuidado para que a borracha não entre em contato com o óleo. Com o
esquema do ponto de fusão montado, iniciou-se o processo aquecendo a placa de
aquecimento e a medição do ponto de fusão da amostra pura e logo em seguida, da
amostra impura. Foram obtidas duas faixas de temperatura para as duas amostras.
• Placa de sílica
• Papel de filtro (fase estacionária)
• Vidro de relógio
• Béquer
• Diclorometano (fase móvel)
• Hexano (fase móvel)
• Etanol (fase móvel)
• Capilares
• Câmara UV
• Microtubos
3) Resultados e Discussão
3.1) Solubilidade
A tabela abaixo mostra os resultados da solubilidade obtidos para os sólidos A, B, C e
D. Usou-se abreviaturas: S para solúvel, I para insolúvel, e pS para parcialmente
solúvel.
Em temperaturas elevadas:
- B se solubiliza em HCl, água destilada.
- C se solubiliza em HCl, NaHCO3 e água destilada.
- D se solubiliza em NaHCO3 e água destilada.
Através do quadro de solubilidade, do livro de Química Orgânica Experimental,
página 407, 2ª ed., podemos observar que todos os compostos são insolúveis em água,
sendo necessário então, dar continuidade ao teste de solubilidade para uma solução
aquosa básica de NaOH. Compostos que são solúveis em base tem grande possibilidade
de ser ácidos, pois eles formam uma reação de neutralização, formando um sal que é
solúvel em meio aquoso. Assim, componentes A, C e D são solúveis em base forte,
sendo necessário realizar o teste de solubilidade com uma base mais fraca (NaHCO3)
para descobrir o caráter ácido. Na tabela, o único componente que se solubilizou em
NaHCO3 é o A, confirmando que A é um ácido forte. Para o sólido B, fez se o teste de
solubilidade com HCl, resultando em solubilidade e confirmando que é a substância é
uma base. Para o sólido C, o teste de solubilidade resultou na amostra insolúvel para o
HCl e NaOH, concluindo que o mesmo é um composto neutro. Para o sólido D, seu
teste resultou em solúvel em NaOH, mas insolúvel para NaHCO3, confirmando que o
mesmo é um ácido fraco. Além disso, podemos ver que em alguns casos, o aumento da
temperatura influencia no processo de solubilidade, aumentando a interação das
moléculas, tornando-as solúveis.
Assim, podemos concluir que a amostra A é um ácido forte (ácido benzóico), B é uma
base (m-nitroanilina), C é um neutro (acetamida) e D um ácido fraco (betanaftol).
3.2) Extração
De acordo com a aula de solubilidade, onde foram realizados diversos testes de
solubilidade com sólidos e solventes conhecidos, concluiu-se que o diclorometano é o
solvente mais ideal para ser utilizado, pois é capaz de solubilizar grande parte dos
sólidos para realizar a extração. O uso da solução básica de NaOH permitiu que o ácido
reagisse com este solvente, possibilitando uma reação de neutralização, formando o sal
que é solúvel em meio aquoso e separando-se da mistura orgânica. Para a extração da
m-nitroanilina, utilizou-se solução de HCl para reagir com a base contida na mistura
orgânica, promovendo uma reação de neutralização e formando um sal (cloreto de m-
nitroanilina) que é separado também da fase orgânica. Após o processo de separação, é
necessário recuperar cada composto para seu estado original. Para a recuperação do
naftaleno, utilizou-se o sulfato de sódio, um agente dessecante com a finalidade de
remover a água contida na fase orgânica. Para a recuperação do ácido, foi colocado HCl
para restituir o ácido e para que ele voltasse para sua forma original. Da mesma forma,
para recuperar a m-nitroanilina, adicionou-se solução de NaOH saturada. Assim,
podemos concluir que com a extração e a recuperação do sólido, foi possível obter a
separação dos três sólidos. Consequentemente, obtemos o ácido benzóico, a m-
nitroanilina e o naftaleno.
3.3) Recristalização
Neste processo, a água foi o solvente mais adequado para o uso, por ter uma diferença
de solubilidade do composto em temperatura ambiente e em temperaturas elevadas,
além de ser um solvente inerte e não tóxico. No processo de aquecimento do sólido com
a água, deve ser efetuado em erlenmeyers, para reduzir as perdas do solvente por
evaporação. Deve ser utilizada a menor quantidade possível do solvente, para minimizar
as perdas do material sólido na água-mãe. Após todo o procedimento experimental, foi
possível purificar o ácido benzóico, obtendo 0,8985 g de ácido benzóico. Deve-se notar
que 0,4021 g do composto foi perdido durante o processo de extração e recristalização.
3.4) Ponto de Fusão
A tabela abaixo mostra a faixa de temperatura em que o ácido benzóico puro e impuro
foi fundido:
Rf’s
4) Conclusão
Dessa forma, o objetivo proposto foi realizado de maneira eficaz, de modo que foi
possível identificar e confirmar a presença de ácido benzóico, m-nitroanilina e naftaleno
presente na mistura pela técnica de extração e cromatografia em camada fina. Além
disso, através da técnica de recristalização, foi possível purificar o ácido e utilizar a
técnica de ponto de fusão para comparar com o ácido benzóico tabelado. Também foi
notado que houve perda de aproximadamente 0,4021 g do ácido benzóico. Esta perda
está ligada ao processo de extração e recristalização, onde pequenas partes do sólido
ficaram aderidos no papel de filtro e na superfície das vidrarias utilizadas nesses
processos. Outro fator que pode ser explicado é a possibilidade da solução não estar
saturada o suficiente durante o processo de recristalização. Todas as etapas do processo
foram importantes para a análise e obtenção de resultados.
5) Referências
PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; ENGEL, R.G. Química Orgânica
Experimental: técnicas em escala pequena. 2ª Ed. São Paulo: Brookman, 2009.