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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Relatório de Química Orgânica Experimental I

Técnicas de separação e Identificação de uma mistura orgânica

Nome: Stefanie Zhang


Professora: Daniella Rodrigues

Rio de Janeiro
2022
1) Introdução
Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas no laboratório para separar e
identificar uma determinada mistura. Tais técnicas se dividem em 4 processos, onde, no
final dos experimentos será possível identificar quais compostos contém na mistura.
Antes do processo de separação e análise da amostra, foram feitos testes de solubilidade
para entender o comportamento e avaliar a solubilidade de sólidos conhecidos. Estes
sólidos foram: ácido benzóico (A), m-nitroanilina (B), acetamida (C) e betanaftol (D).
No início do procedimento da técnica de análise da mistura, foi entregue uma amostra
contendo uma mistura de 3 sólidos orgânicos. Através desta amostra, foi dito que
contém ácido benzóico, m-nitroanilina e naftaleno. Deve-se então separá-los e
confirmar a identificação dos mesmos através dos processos de extração, recristalização,
ponto de fusão e cromatografia de camada fina. Primeiramente, foi feita a extração
reativa da mistura. A extração reativa tem o objetivo de separar os componentes de uma
mistura utilizando um solvente que reage quimicamente com o ácido e a base,
separando-os. Em seguida, foi feita a recristalização para purificar o ácido benzóico,
retirando as impurezas presentes nele. Com a amostra pura, podemos identificar usando
o método de ponto de fusão para comparar o ponto de fusão dos compostos tabelados e
certificar se a amostra está realmente pura. Por último, a cromatografia em camada fina
é realizada para determinar o solvente mais apropriado para realizar este método e
analisar qualitativamente o comportamento do composto e da mistura.

2) Procedimento experimental
2.1) Solubilidade
2.1.1) Materiais utilizados

• Tubos de ensaio
• Placa de aquecimento
• Suporte para tubos
• Béquer
• Água destilada
• Pinça de madeira

2.1.2) Método Experimental


Inicialmente, usou-se aproximadamente 40 mg dos 4 sólidos conhecidos e transferiu-
os para um tubo de ensaio separadamente. Os solventes utilizados foram: NaOH, HCl,
NaHCO3, diclorometano, acetona, etanol, hexano e água destilada. Foi gotejado
pequenas quantidades dos solventes no tubo de ensaio contendo amostra. Todos
solventes foram testados nos 4 sólidos e os que não solubilizaram foram levados para o
aquecimento na placa. Na placa, foi colocado o béquer contendo água destilada para
entrar em ebulição.
2.2) Extração
2.2.1) Materiais utilizados

• Funil de separação
• Erlenmeyer
• Proveta
• Papel de filtro
• Béquer
• Suporte universal
• Argola
• Mufa
• Funil de Buchner
• Vidro de relógio
• Diclorometano

2.2.2) Método Experimental


Inicialmente, foi dado uma mistura contendo 3 sólidos orgânicos conhecidos, que
contém um ácido, uma base e um neutro. Deve-se primeiramente solubilizar todo o
sólido em um solvente.
Dessa forma, a mistura é colocada em um erlenmeyer para que seja adicionado o
diclorometano. Após a homogeneização, a solução foi transferida para uma proveta,
onde o volume total foi de 30 mL. Em seguida, a mistura é colocada no funil de
separação. Em um bécher separado, foi medido 30 mL (mesmo volume de
diclorometano) de solução de hidróxido de sódio. Destes 30 mL, transferiu-se 15 mL de
NaOH para o funil de separação que contêm a mistura solubilizada com diclorometano.
Em diante, tampou-se o funil de separação e foi feita a agitação para que o NaOH
adicionado reaja com o ácido presente na mistura, promovendo uma reação de
neutralização, formando um sal (benzoato de sódio) que é separado da mistura. É
importante mencionar que o processo de agitação deve ser feito com cautela, agitando
cuidadosamente o funil na posição invertida e liberando o gás pela válvula. Após a
agitação, o funil de separação foi colocado no suporte universal e retirou-se sua tampa,
onde foi possível visualizar duas fases imiscíveis presentes e realizou-se a separação.
Na separação, a mistura orgânica contendo a base e o neutro diluída no diclorometano
foi liberada pela válvula e separada em um béquer. A fase contendo benzoato de sódio
diluído em solução de NaOH foi transferida para um novo béquer. Deve-se ressaltar que
a transferência deve ser feita virando o funil, para que não haja contaminação com
resquícios de mistura orgânica. Este processo é dividido em duas etapas iguais, com 15
mL de NaOH feito em duplicata, para que todo o ácido benzóico presente possa reagir
com a solução básica de NaOH, aumentando a sua eficiência.
Para a extração da m-nitroanilina, o béquer que continha a mistura orgânica foi
transferido novamente para o funil de separação e adicionou-se 15 mL de solução de
HCl. Depois da adição da solução de HCl, tampou-se o funil e foi feita a agitação
cuidadosamente, com escape de gás pela válvula. Após a agitação, o funil foi colocado
no suporte e retirou-se sua tampa, sendo possível observar duas fases imiscíveis
presentes. Logo em seguida, a fase orgânica contendo o neutro diluído em
diclorometano foi liberada pela válvula e separada no béquer. A fase contendo o cloreto
de m-nitroanilina solubilizada em solução de HCl foi transferida para um novo béquer
virando o funil, para que não haja contaminação. Este procedimento da extração da base
foi feito em duplicata, com 15 mL de solução de HCl, aumentando a sua eficiência.
Agora, temos 3 béqueres: no primeiro bécher contendo benzoato de sódio dissolvido
em solução de NaOH, no segundo contendo o cloreto de m-nitroanilina dissolvido na
solução de HCl e no terceiro contendo o naftaleno dissolvido em diclorometano. Para
recuperar cada composto em seu estado original, temos a etapa de recuperação.
Para a recuperação do naftaleno, o Na2SO4 é adicionado em quantidades suficientes,
removendo toda a água da solução. Deve-se notar a transformação de uma solução turva
para uma solução límpida. Em seguida, a solução é filtrada no papel de filtro em um
funil. Dessa forma, a solução da fase orgânica é colocada para um vidro de relógio para
que o diclorometano evaporasse todo, restando apenas o naftaleno.
Para a recuperação do ácido benzóico, adicionou-se ácido clorídrico concentrado no
béquer contendo benzoato de sódio (adição seguida de agitação) para restituir
novamente o ácido para seu estado original. Para separá-lo do solvente, usou-se o filtro
a vácuo, onde o ácido benzóico é depositado no papel de filtro.
Da mesma forma, na recuperação da m-nitroanilina, adicionou-se solução saturada de
NaOH (seguida de agitação) para o béquer que contém o sal de cloreto de m-nitroanilina
para restituir novamente a base para seu estado original. Para separá-lo do solvente,
usou-se o filtro a vácuo, onde a base é depositada no papel de filtro.

2.3) Recristalização
2.3.1) Materiais utilizados

• Balança analítica de precisão


• Béquer
• Papel de filtro pregueado
• Funil de sólidos
• Mufa
• Suporte universal
• Argola
• Vidro de relógio
• Erlenmeyer
• Placa de Aquecimento
• Garra
2.3.2) Método Experimental
Primeiramente, foi colocada água destilada em um erlenmeyer para ser levada à placa
de aquecimento. Em seguida, transferiu o ácido benzóico para o vidro de relógio para
que a amostra fosse pesada, concluindo que na amostra tem 1,3006 g de ácido benzóico.
Após a pesagem, separou apenas uma ponta de espátula do ácido para que seja feita o
método do ponto de fusão da amostra impura e o restante do ácido foi transferido para
um erlenmeyer para dar continuidade ao processo de recristalização. Foi adicionado o
mínimo de água destilada em ebulição para que a solução fique saturada. É importante
que seja feita a agitação junto com o aquecimento na placa após a adição de água. Caso
o sólido não se solubilize totalmente, deve-se adicionar água destilada em ebulição aos
poucos até conseguir solubilizar todo o sólido. Após a solubilização, deve-se realizar a
filtração à quente usando papel pregueado e funil pré-aquecido. A filtração à quente
deve ser feita rapidamente para que o ácido não precipite ao resfriar. Além disso, o
papel de filtro pregueado aumenta a superfície de contato e torna a filtração mais rápida.
Durante o processo, é provável que haja cristalização prematura no papel de filtro,
sendo necessário a adição de água em ebulição para que o ácido se solubilize. Ao
finalizar a filtração à quente, no papel de filtro conterá a impureza separada e no béquer
conterá ácido benzóico um pouco precipitado em água destilada, pois nesse curto tempo
houve resfriamento. Dessa forma, o bécher deve ser levado novamente para a placa de
aquecimento para que todo o sólido se solubilize totalmente. Por fim, deve-se tampar o
bécher com o vidro de relógio, deixando a solução em repouso e resfriando de forma
lenta e gradual, permitindo que o cristal cresça e tenha uma formação uniforme.

2.4) Ponto de Fusão


2.4.1) Materiais utilizados

• Suporte Universal
• Argolas
• Mufas
• Termômetro
• Béquer
• Capilares
• Placa de Aquecimento
• Clipe de metal
• Óleo
• Borracha
• Elevador
2.4.2) Método Experimental
Após o processo de recristalização, é possível notar a formação de cristais de ácido
benzóico no béquer. Deve-se então, retirar toda a água presente através de filtração
simples e realizar a secagem do sólido. Após secar totalmente o sólido, deve-se pesá-lo
na balança e inicia-se a medição do ponto de fusão da amostra. Neste método foi feita a
medição do ponto de fusão do ácido purificado (obtida no processo de recristalização) e
em seguida do ácido impuro (obtida no processo de extração). Primeiramente, deve-se
montar o esquema de ponto de fusão. Foram fixadas duas mufas no suporte universal,
com uma garra em cada uma delas. Na garra de baixo, prendeu-se o béquer que contém
o óleo e o clipe de metal, posicionados acima da placa de aquecimento. Com a
extremidade aberta do capilar, pressiona-se levemente contra o ácido benzóico a fim de
preencher um pouco do sólido (aproximadamente 2mm) e o mesmo foi levado para o
elevador para que o sólido se deposite na extremidade fechada do capilar. Na garra
acima, foi colocado o termômetro e com o auxílio de uma borracha, prendeu-se o
capilar contendo a amostra e foram mergulhados no béquer que contém o óleo. Além
disso, deve tomar cuidado para que a borracha não entre em contato com o óleo. Com o
esquema do ponto de fusão montado, iniciou-se o processo aquecendo a placa de
aquecimento e a medição do ponto de fusão da amostra pura e logo em seguida, da
amostra impura. Foram obtidas duas faixas de temperatura para as duas amostras.

2.5) Cromatografia em camada fina


2.5.1) Materiais utilizados

• Placa de sílica
• Papel de filtro (fase estacionária)
• Vidro de relógio
• Béquer
• Diclorometano (fase móvel)
• Hexano (fase móvel)
• Etanol (fase móvel)
• Capilares
• Câmara UV
• Microtubos

2.5.2) Método Experimental


Primeiramente, separou-se uma ponta de espátula da mistura contendo 3 sólidos
(ácido benzóico, m-nitroanilina e naftaleno) e do ácido benzóico puro em dois
microtubos. Em seguida, ambas as amostras foram dissolvidas em diclorometano. Logo
após, deve-se realizar a cromatografia com três tipos de eluente para a fase móvel:
hexano, etanol e diclorometano. A fase móvel foi testada apenas na amostra contendo 3
sólidos. Para a montagem da Cromatografia em Camada Fina, usou-se um capilar e
transferiu-se cuidadosamente um pouco da amostra solubilizada em diclorometano para
o placa de sílica e aguardou a secagem. É importante mencionar que a amostra deve ser
aplicada sempre no mesmo ponto, além de repetir o processo de aplicação da amostra
pelo menos 3 vezes. Com a amostra seca na placa de sílica, foi preparado câmaras de
eluição utilizando um béquer para cada eluente, papel de filtro, o eluente e a placa de
sílica contendo a amostra, iniciando a cromatografia. A câmara de eluição deve sempre
estar tampada com vidro de relógio para que a atmosfera fique saturada com os vapores
do eluente. Após o eluente subir até cerca de um centímetro antes de chegar ao fim da
placa de sílica por capilaridade, retira-se a placa e aguardou sua secagem. Após a
secagem, a placa foi levada para uma câmara de UV a fim de observar o deslocamento
da mancha. Além disso, deve-se marcar com lápis o deslocamento da mancha para
calcular o fator de retenção. O cálculo do fator de retenção (Rf) foi realizado para a
amostra que foi testada em 3 eluentes, obtendo 3 valores de Rfs. Com esses resultados,
utilizou-se o eluente que teve um maior fator de retenção, ou seja, o que teve força o
suficiente para levar a amostra mais acima na placa de sílica. Este eluente escolhido, foi
usado para realizar o processo de cromatografia do ácido benzóico purificado e da
mistura com 3 sólidos.

3) Resultados e Discussão
3.1) Solubilidade
A tabela abaixo mostra os resultados da solubilidade obtidos para os sólidos A, B, C e
D. Usou-se abreviaturas: S para solúvel, I para insolúvel, e pS para parcialmente
solúvel.

Sólido NaOH HCl NaHCO3 CH2Cl2 Acetona Etanol Água Hexano


A S I S S S S I I
B I S I S S S pS I
C S pS I S S S pS I
D S I I S S S I I

Em temperaturas elevadas:
- B se solubiliza em HCl, água destilada.
- C se solubiliza em HCl, NaHCO3 e água destilada.
- D se solubiliza em NaHCO3 e água destilada.
Através do quadro de solubilidade, do livro de Química Orgânica Experimental,
página 407, 2ª ed., podemos observar que todos os compostos são insolúveis em água,
sendo necessário então, dar continuidade ao teste de solubilidade para uma solução
aquosa básica de NaOH. Compostos que são solúveis em base tem grande possibilidade
de ser ácidos, pois eles formam uma reação de neutralização, formando um sal que é
solúvel em meio aquoso. Assim, componentes A, C e D são solúveis em base forte,
sendo necessário realizar o teste de solubilidade com uma base mais fraca (NaHCO3)
para descobrir o caráter ácido. Na tabela, o único componente que se solubilizou em
NaHCO3 é o A, confirmando que A é um ácido forte. Para o sólido B, fez se o teste de
solubilidade com HCl, resultando em solubilidade e confirmando que é a substância é
uma base. Para o sólido C, o teste de solubilidade resultou na amostra insolúvel para o
HCl e NaOH, concluindo que o mesmo é um composto neutro. Para o sólido D, seu
teste resultou em solúvel em NaOH, mas insolúvel para NaHCO3, confirmando que o
mesmo é um ácido fraco. Além disso, podemos ver que em alguns casos, o aumento da
temperatura influencia no processo de solubilidade, aumentando a interação das
moléculas, tornando-as solúveis.
Assim, podemos concluir que a amostra A é um ácido forte (ácido benzóico), B é uma
base (m-nitroanilina), C é um neutro (acetamida) e D um ácido fraco (betanaftol).

3.2) Extração
De acordo com a aula de solubilidade, onde foram realizados diversos testes de
solubilidade com sólidos e solventes conhecidos, concluiu-se que o diclorometano é o
solvente mais ideal para ser utilizado, pois é capaz de solubilizar grande parte dos
sólidos para realizar a extração. O uso da solução básica de NaOH permitiu que o ácido
reagisse com este solvente, possibilitando uma reação de neutralização, formando o sal
que é solúvel em meio aquoso e separando-se da mistura orgânica. Para a extração da
m-nitroanilina, utilizou-se solução de HCl para reagir com a base contida na mistura
orgânica, promovendo uma reação de neutralização e formando um sal (cloreto de m-
nitroanilina) que é separado também da fase orgânica. Após o processo de separação, é
necessário recuperar cada composto para seu estado original. Para a recuperação do
naftaleno, utilizou-se o sulfato de sódio, um agente dessecante com a finalidade de
remover a água contida na fase orgânica. Para a recuperação do ácido, foi colocado HCl
para restituir o ácido e para que ele voltasse para sua forma original. Da mesma forma,
para recuperar a m-nitroanilina, adicionou-se solução de NaOH saturada. Assim,
podemos concluir que com a extração e a recuperação do sólido, foi possível obter a
separação dos três sólidos. Consequentemente, obtemos o ácido benzóico, a m-
nitroanilina e o naftaleno.

3.3) Recristalização
Neste processo, a água foi o solvente mais adequado para o uso, por ter uma diferença
de solubilidade do composto em temperatura ambiente e em temperaturas elevadas,
além de ser um solvente inerte e não tóxico. No processo de aquecimento do sólido com
a água, deve ser efetuado em erlenmeyers, para reduzir as perdas do solvente por
evaporação. Deve ser utilizada a menor quantidade possível do solvente, para minimizar
as perdas do material sólido na água-mãe. Após todo o procedimento experimental, foi
possível purificar o ácido benzóico, obtendo 0,8985 g de ácido benzóico. Deve-se notar
que 0,4021 g do composto foi perdido durante o processo de extração e recristalização.
3.4) Ponto de Fusão
A tabela abaixo mostra a faixa de temperatura em que o ácido benzóico puro e impuro
foi fundido:

Ponto de Fusão (°C)

Ácido Benzóico Purificado 121-123


(Após a recristalização)

Ácido Benzóico Impuro 119-122


(Antes da recristalização)

O método de ponto de fusão é utilizado para identificar um composto e para saber se


ele está puro. Na tabela é mostrada as faixas de temperatura. A primeira temperatura é
aquela em que a primeira gota de líquido começa a ser formado e a temperatura final é
aquela que todo o sólido se transformou em um líquido límpido. De acordo com a
tabela, podemos notar que o ponto de fusão da amostra pura é maior do que a amostra
impura, uma vez que quanto mais puro a amostra é, maior será seu ponto de fusão e
menor será sua faixa de fusão. Observe que a faixa de fusão do sólido puro é menor que
a do sólido impuro. Assim, comparando com o valor do ponto de fusão tabelado do
ácido benzóico (122°C) e desconsiderando a margem de erro de 2°C, podemos certificar
que a amostra purificada é o ácido benzóico.

3.5) Cromatografia em camada fina


A tabela abaixo mostra os valores de Rfs calculados para a mistura com os eluentes
testados:

Eluentes Hexano Diclorometano Etanol

Rfs 0,024 0,17 | 0,6 | 0,77 0,5

Através da tabela, podemos concluir que o melhor eluente para o uso é o


diclorometano, uma vez que alcançou o objetivo de separar a mistura, obtendo
diferentes valores de Rf para cada composto e teve força o suficiente para levar a
mistura mais acima na placa de sílica.
Após realizar a cromatografia da mistura com diclorometano, fez-se o mesmo para a
mesma mistura e para o ácido benzóico purificado na mesma placa de sílica, obtendo os
seguintes resultados mostrados na tabela abaixo e a marcação do resultado mostrado na
câmara UV:

Rf’s

Mistura Rf1: 0,38


Rf2: 0,58
Rf3: 0,72

Ácido Benzóico Purificado 0,55

Teste do ácido benzóico (lado esquerdo) e mistura contendo


ácido benzóico, m-nitroanilina e naftaleno (lado direito).

De acordo com os resultados obtidos, podemos observar que os componentes


presentes na mistura foram separados e representados por manchas. A separação destes
componentes se dá pela interação destes componentes com a fase estacionária. A fase
estacionária é muito polar, se ligando a componentes polares, fazendo com que eles não
avancem pela placa e os componentes menos polares têm a tendência de avançar na
placa. No lado esquerdo, é mostrado o comportamento da corrida do ácido benzóico
puro. Podemos ver que ele se ligou à fase estacionária, obtendo sua mancha desde o
ponto de aplicação até um pouco depois da metade da placa, obtendo um avanço maior
que deveria. Este avanço na placa pode ser devido à alta diluição do ácido no
diclorometano. No lado direito da placa, é mostrado o comportamento da corrida da
mistura, que se separou em 3 manchas. O componente com Rf1 é o ácido benzóico, por
ser o componente mais polar da mistura. O componente com Rf2 é a m-nitroanilina, que
possui a polaridade menor que a do ácido benzóico. O componente com Rf3 é o
naftaleno, que tem a menor polaridade em relação aos outros componentes. Em relação
ao Rf calculado pelo ácido presente nas duas amostras, podemos notar que ambos têm o
fator de retenção próximos, sendo provavelmente idênticos.

4) Conclusão
Dessa forma, o objetivo proposto foi realizado de maneira eficaz, de modo que foi
possível identificar e confirmar a presença de ácido benzóico, m-nitroanilina e naftaleno
presente na mistura pela técnica de extração e cromatografia em camada fina. Além
disso, através da técnica de recristalização, foi possível purificar o ácido e utilizar a
técnica de ponto de fusão para comparar com o ácido benzóico tabelado. Também foi
notado que houve perda de aproximadamente 0,4021 g do ácido benzóico. Esta perda
está ligada ao processo de extração e recristalização, onde pequenas partes do sólido
ficaram aderidos no papel de filtro e na superfície das vidrarias utilizadas nesses
processos. Outro fator que pode ser explicado é a possibilidade da solução não estar
saturada o suficiente durante o processo de recristalização. Todas as etapas do processo
foram importantes para a análise e obtenção de resultados.

5) Referências
PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; ENGEL, R.G. Química Orgânica
Experimental: técnicas em escala pequena. 2ª Ed. São Paulo: Brookman, 2009.

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