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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão

de Negócios – 2021

Laboratório de ensaio de fornos e fogões: oportunidade para instalação no


município de São Paulo

Alexandre Odair Floriano¹; Regina Célia Faria Simões²


1 Engenheiro de Controle e Automação. Av. Conceição da Barra, 1400 Apto 101 – Araçá; 29901-391 Linhares,
Espírito Santo, Brasil
² Esalq/USP - Doutora em Economia Aplicada. Rua XV de novembro, 216 - 13400-370 Piracicaba, São Paulo,
Brasil
*rcfsimoes@hotmail.com

Resumo

Em todo o mundo, e no Brasil, os laboratórios de ensaios de segurança e eficiência


energética são de fundamental importância para o crescimento tecnológico da indústria, para
o ganho de qualidade dos produtos e por fim, mas não menos importante, na garantia de que
os produtos são eficientes e seguros. Isso fica evidente pelo grande aumento de laboratórios
nos últimos anos e todo o trabalho que vem sendo desempenhado pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia [Inmetro] na direção de um modelo regulatório mais
eficiente e alinhado as práticas globais. Assim, é impossível imaginar que não se faça
necessário o incremento de mais laboratórios, e principalmente de laboratórios alinhados a
essa nova demanda no mercado brasileiro. Neste trabalho o objetivo geral é avaliar a
viabilidade econômica e financeira da instalação de um laboratório de ensaios de fornos e
fogões a gás de uso doméstico na cidade de São Paulo. Levantamentos de diversos dados
referente a custos para a implantação foram realizados, assim como foram estimados
capacidade produtiva, faturamento e despesas operacionais, possibilitando assim a projeção
de possíveis fluxos de caixa do negócio. Os indicadores financeiros e econômicos utilizados
foram o Payback descontado, Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno, todos
calculados a partir de uma Taxa Mínima de Retorno de 5% e recursos próprios. Quando
considerado as estimativas realizadas para este trabalho, o projeto se mostrou inviável
financeiramente e economicamente.
Palavras-chave: Inmetro; viabilidade; payback; valor presente líquido; taxa interna de retorno.

Introdução

Foi a necessidade de os produtos produzidos e comercializados no Brasil atenderem


a um grau mínimo e razoável de qualidade e segurança, alinhada a necessidade de aumentar
a performance do processo regulatório, ampliar a inovação e a competitividade do setor
produtivo que fez com que o estado brasileiro fizesse uma busca constante pela
implementação de um sistema coerente de regulação técnica e de avaliação da conformidade
no país. Esta busca se iniciou com a criação do Inmetro a partir do projeto de lei com a
Exposição de Motivos [EM] do Gabinete do Ministro [GM] EM/GM/n°79, de 31 de outubro de
1973, passando por outras diversas etapas de evolução e construção de conhecimento até
chegarmos aos dias atuais com a publicação no diário oficial da união da consulta pública da
proposta do novo modelo regulatório nº 8, de 25 de março de 2021. Essa busca contínua da
melhoria da qualidade dos produtos vem sendo alcançada através de um dos mecanismo de
avaliação da conformidade chamado de certificação de produto, mecanismo este que é

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também um indicador para os consumidores, famoso pelo “selo Inmetro”, de que o produto é
seguro, ou seja, atende a requisitos mínimos de qualidade e segurança (Inmetro, 2021).
A avaliação da conformidade de produto é um processo de avaliação que acompanha
e avalia um produto, processo ou até mesmo pessoas de forma coordenada, buscando dar
garantia de que estão seguindo uma regra pré-estabelecida em norma ou regulamentos,
agregando valor para esta atividade mas sem onerar a sociedade (Inmetro, 2021) e a
avaliação da conformidade de fornos e fogões a gás de uso doméstico é um dos processos
compulsórios no Brasil, regida pelos requisitos da portaria Inmetro 400/2012 usada em
conjunto com a regra geral de certificação de produto definida na portaria Inmetro 118/2015,
esta última também conhecida simplesmente como RGCP. A avaliação da conformidade para
fogões e fornos a gás pode ser resumida pelas etapas de solicitação, análise documental,
avaliação e decisão, e é dentro da etapa de avaliação que temos os ensaios em laboratório
de 1ª parte ou de 3ª parte, onde um laboratório de 1ª parte é um laboratório cuja avaliação é
feita pelo próprio fabricante, laboratório de 2ª parte é um laboratório cuja avaliação é feita pelo
comprador, ou seja, onde o comprador submete o fornecedor a uma avaliação e a 3ª parte é
um laboratório cuja avaliação é feita por uma instituição com independência em relação ao
fornecedor e ao cliente.
Os laboratórios de ensaio de produto de 1ª e de 3ª parte, reconhecidos pelo Inmetro
ou outro organismo de acreditação que seja signatário de um acordo mútuo do qual o Inmetro
faça parte, também conhecidos como laboratórios acreditados ou credenciados, possuem
uma função muito importante nos esquemas de certificação implementados no Brasil e no
mundo, são eles que avaliam a conformidade dos produtos em relação a normas nacionais e
internacionais de segurança e eficiência. Acreditação, diferente da certificação que apenas
avalia se um processo possui a documentação da qualidade implementada, é a garantia
formal de que o processo e os documentos do sistema da qualidade do laboratório foram
avaliados e acompanhados, confirmando assim que ele opera de forma adequada e
competente, ou seja, na acreditação de um laboratório é atestada a competência técnica para
a atividade a que este se propõe realizar (Inmetro, 2021). Importante salientar que este artigo
irá focar em laboratórios de ensaio de fornos e fogões a gás, por isso está sendo
desconsiderado ensaios aplicados a outros tipos de produtos.
Com o atual movimento que vem sendo feito por parte do governo federal na direção
de uma mudança no modelo regulatório brasileiro faz muitos acreditarem que a demanda por
serviços de laboratórios acreditados venha a crescer no Brasil, isso ainda não é muito claro e
ainda não existem estudos no Brasil que demonstrem essa tendência, mas tomando como
base um estudo comparativo do sistema brasileiro de avaliação da conformidade com o
sistema da comunidade europeia demonstra que isso pode não ser uma realidade, visto que

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o modelo brasileiro, assim como o europeu, adotou, para a avaliação da conformidade a


mesma base teórica, técnica, conceitual e normativa, mostrando basicamente diferenças na
forma que foi implementado (Costa e Barros, 2012) e ainda, quando analisamos a proposta
do novo modelo regulatório essa possibilidade se mostra ainda mais improvável, visto que, a
proposta prevê uma harmonização com as práticas regulatórias nacionais e internacionais
(Inmetro, 2021).
Atualmente no Brasil há sete laboratórios de 3ª parte acreditados, sendo quatro
laboratórios no estado de São Paulo, dois no estado de Santa Catarina e um no estado do
Rio de Janeiro e um laboratório de 1ª parte acreditado no estado do Paraná (Inmetro, 2021).
Já o mercado de fornos e fogões tem um total de 1088 produtos certificados dividido
entre 34 marcas / fabricantes (Inmetro, 2021) o que demonstra que é um mercado significativo
frente o número de laboratórios disponíveis no país quando olhamos apenas para os números
absolutos.
É diante de todas as mudanças que vem sendo discutidas a nível governamental no
que tange a certificação de produtos que o objetivo geral do presente estudo é avaliar a
viabilidade econômica e financeira da instalação de um laboratório de ensaios de fornos e
fogões a gás de uso doméstico na cidade de São Paulo.
As perguntas que irão nortear o estudo e que este artigo se propõe a responder são:
é viável economicamente e financeiramente implantar um laboratório de ensaios de fornos e
fogões a gás de uso domésticos no município de São Paulo? Caso não seja viável quais os
desafios que precisarão ser enfrentados para tornar a implantação viável?

Material e Métodos

Para o desenvolvimento deste artigo foi utilizado a pesquisa bibliográfica, em livros,


artigos e sites específicos, pois se pretendeu realizar uma análise de diversos pontos sobre o
problema proposto (Gil, 2002).
Estudo de caso, considerando que se tratou de um evento contemporâneo e que foi
avaliado como e por que a implantação de um laboratório no município de São Paulo seria
viável (Yin, 2015).
Pesquisa documental, visto que foi necessário a investigação em documentos que não
foram tratados cientificamente e que por consequência requereram uma análise mais ampla
e intensa (Sá-Silva et al., 2009).
E através de coleta de dados primários e secundários, primários oriundos da
experiência do autor e de orçamentos e em parte secundários, que vieram de banco de dados,

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publicações, sites específicos de instituições governamentais e não governamentais (Mattar,


2014).

Resultados e Discussão

A acreditação de laboratórios assumiu um papel imprescindível para a redução de


barreiras técnicas no comércio global e isso só foi possível com a adoção e uso de requisitos
harmonizados globalmente, como os estabelecidos pela norma, Associação Brasileira de
Normas Técnicas [ABNT], Norma Brasileira [NBR], International Organization for
Standardization [ISO], International Electrotechnical Commission [IEC], ABNT NBR ISO/IEC
17025: Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração
(Breitenberg, 1994).
A norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 se baseia na norma ISO/IEC 17025, norma esta
que teve a sua primeira versão do documento emitido em 1978 chamado de ISO/IEC Guide
25, que nasceu com o objetivo principal de estabelecer critérios para avaliação e competência
técnica de laboratórios (Breitenberg, 1994). Só em 2000 o guia passou a se chamar norma
ISO/IEC 17025 General requirements for the competence of testing and calibration
laboratories, cuja versão em português foi emitida em janeiro de 2001 como ABNT NBR
ISO/IEC 17025: Requisitos gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração
(Rocha e Vieira, 2019).
No Brasil a acreditação de laboratórios é realizada pelo Inmetro de forma voluntária,
podendo ser solicitada por qualquer laboratório de ensaio e/ou calibração, seja ele público ou
privado, sendo apenas necessário o cumprimento dos requisitos para a concessão da
acreditação. Apesar de se tratar de um processo voluntário, a acreditação é de suma
importância frente a demanda e exigência de uma economia globalizada, que busca cada vez
mais por laboratórios acreditados (Santos e Mainier, 2010).
Essa busca pela acreditação é facilmente notada quando avaliamos o expressivo
crescimento de laboratórios de ensaio acreditados na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 pelo
Inmetro no Brasil nos últimos anos, para se ter uma ideia do quanto esse segmento cresceu,
em 2005 tínhamos 150 laboratórios acreditados na área de ensaios (Olivares, 2014) e já em
2021 chegamos aos 1229 laboratórios acreditados, laboratórios estes que atuam nas mais
diversas classes de ensaio e áreas de atividade, dos quais 1194 são laboratórios de ensaios
de terceira parte e 35 laboratórios de ensaios de primeira parte (Inmetro, 2021) o que
representa um aumento de pouco mais de 815%, ou seja, se octuplicou o número de
laboratórios acreditados no Brasil em pouco mais de 15 anos. A Figura 1, a seguir, mostra a
evolução da acreditação de laboratórios no Brasil no período de 2005 a 2021.

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1400
1229
1200
LABORATÓRIOS ACREDITADOS

1000

800

600 537
420
400 315 294

200 150

2013*

2021*
2005

2008

2009

2011
ANO

Figura 1. Evolução da acreditação de laboratórios no Brasil, de 2005 a 2021


Fonte: Adaptado de Santos e Mainier (2010), Olivares (2014) e Inmetro (2021)
Nota: *para 2013 foram considerados os dados disponíveis até a data de 17/06/2013 e para
2021 foram considerados os dados disponíveis até a data de 15/07/2021.

O que pode explicar este salto no número de laboratórios no pais é o número de


portarias publicadas e aperfeiçoadas nas duas últimas décadas, assunto que ganhou força
com a criação do Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade [PBAC] no início dos
anos 2000 (Inmetro, 2021), podemos citar por exemplo, a primeira portaria relacionada a
fornos e fogões a gás no Brasil, que está prestes a completar 20 anos da primeira publicação,
lançada em 05 abril de 2002 a portaria 73/2002 do Inmetro foi publicada buscando resolver
três grandes problemas do segmento, requisitos mínimos de segurança, olhar para a
eficiência energética e regulamentar os segmentos de fabricação, importação e
comercialização de fogões e fornos a gás de uso doméstico, de modo a estabelecer regras
justas e de conhecimento público (Inmetro, 2021). A Tabela 1, a seguir, mostra a distribuição
dos laboratórios de ensaio acreditados pelo Inmetro de fornos e fogões a gás no Brasil.

Tabela 1. Distribuição dos laboratórios de ensaio acreditados pelo Inmetro de fornos e


fogões a gás no Brasil
(continua)
Estado Laboratório de 1ª parte Laboratório de 3ª parte
Paraná 1 -
Rio de Janeiro - 1

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Tabela 1. Distribuição dos laboratórios de ensaio acreditados pelo Inmetro de fornos e


fogões a gás no Brasil
(conclusão)
Estado Laboratório de 1ª parte Laboratório de 3ª parte
Santa Catarina - 1
São Paulo - 4
Fonte: Inmetro (2021)

Sobre a distribuição dos laboratórios de ensaio de fornos e fogões a gás no Brasil é


importante destacar duas situações que nos conduzem a uma análise do mercado de
laboratório de fogões, o laboratório no estado do Paraná, por definição, pertence a um
fabricante, o que impediria este de conduzir ensaios de manutenção da certificação e / ou
prestação de serviço para terceiros, já o único laboratório no estado de Santa Catarina, é de
3ª parte, mas também pertencente a fabricante, ou seja, não se espera que ele conduza
ensaios para a concorrência, apesar de não existir neste caso empecilhos para tal, ou seja, o
que nos sobra é uma concentração dos laboratórios no eixo Rio-São Paulo, com um peso
muito maior para São Paulo. A partir desta análise pode-se levantar alguns questionamentos,
como por exemplo, não seria mais inteligente e oportuno a abertura de um laboratório fora do
estado de São Paulo? A experiência diz que não e que no fim o que mais importa na maioria
das vezes são o prazo de entrega, boa comunicação entre as partes e o custo do ensaio.
Além da função muito importante nos esquemas de certificação os laboratórios de
fornos e fogões a gás acreditados podem contribuir também com empresas privadas e
estatais na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos mais eficientes e seguros e na
inovação deste setor.
Dada as considerações feitas anteriormente e considerando a possibilidade de
crescimento dos negócios para laboratórios de ensaios que esse trabalho pretende avaliar a
viabilidade econômica da instalação de um laboratório de forno e fogões a gás no município
de São Paulo, viabilidade econômica que em geral é a primeira coisa a se fazer antes de
investir e que por definição é um estudo que visa medir e analisar se um investimento é viável
ou não, ou seja, se ele é rentável para o investidor ou não (Cassarotto Filho e Kopittke, 2019).

Indicadores de viabilidade econômica

Na análise de viabilidade econômica se é possível estimar se a empresa irá agregar


valor utilizando como base a relação entre retorno do investimento e o custo total dos recursos

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injetados no negócio (Cassarotto Filho e Kopittke, 2019). Então o que se espera em uma
análise de viabilidade econômica é minimizar ao máximo riscos para o investidor.
O melhor caminho para se fazer essa análise econômica é projetando receitas,
despesas e os investimentos necessários para o projeto, considerando números próximos da
realidade do mercado (Silva, 2012). Essa projeção deve ser adequada conforme o tipo de
negócio, sendo curtos em negócios relacionados a tecnologia e mais longos, próximo de 10
anos, em negócios mais tradicionais, como os de matérias-primas (Santos, 2019). É com base
nessas projeções que se pode projetar o fluxo de caixa e com base nesses dados analisar os
indicadores através das fórmulas financeiras, que são basicamente três: cálculo do payback,
cálculo do valor presente líquido [VPL] e cálculo da taxa interna de retorno [TIR] (Silva, 2012).
Mas antes de entrarmos no detalhamento de cada fórmula financeira, é importante
tratarmos de um indicador dos mais importantes, a taxa mínima de atratividade ou
simplesmente TMA.

Taxa mínima de atratividade [TMA]


A TMA é tão importante que só se é possível definir a VPL e a TIR com este indicador
definido, indicador este que é o retorno mínimo esperado para um investimento tomando em
conta sempre a relação da melhor taxa com o menor risco para aplicação do capital disponível
(Eckhardt, 2015)
A TMA é formada por basicamente três componentes, o custo de oportunidade que é
o quanto custa deixar um investimento em detrimento de outro com o mesmo nível de risco,
o risco do negócio, composto por risco operacional e risco financeiro, e que é uma relação
entre risco de um investimento e o ganhos financeiros que este investimento pode gerar e a
liquidez, que representa a capacidade financeira da empresa em honrar com seus
compromissos financeiros (Susin, 2013).
Mas apesar de existir uma definição clara de cada componente que compõe a TMA,
não é possível se utilizar de uma fórmula matemática para o cálculo da TMA, visto que em
todo o processo de construção da TMA são escolhas diferentes para cada investidor, para
cada negócio ou ocasião (Susin, 2013).
Agora que já falamos da TMA vamos ao detalhamento de cada fórmula financeira
comentada anteriormente:

Payback
O payback, que em uma tradução literal significa retorno financeiro ou recompensa,
trata-se de um indicador que demonstra o tempo necessário para que um investimento leve

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para retornar para o investidor ou empresa (Albuquerque et al., 2016). Geralmente é usado
como uma medida de risco, considerando que quanto maior o tempo necessário para
recuperar um investimento, maior a possibilidade de perda (Dolabela, 2006).
O payback pode ser dividido entre o simples e o descontado, sendo basicamente a
diferença entre eles a de que no descontado se considera o custo de capital, ou seja, a
remuneração do capital investido no tempo e no simples não (Albuquerque et al., 2016). Como
no payback simples basta realizar a soma das entradas de caixa até que este valor chegue
ao valor investido, ou seja, até que o saldo do investimento menos a soma das entradas
chegue a zero, é apresentado abaixo apenas a fórmula para cálculo do payback descontado
(Bruni e Famá, 2017).

VF
𝑉𝑃 = (1)
(1 + 𝑖)

onde, VP: é o valor presente; VF: é o valor futuro; i é a taxa mínima de atratividade; e n: é o
período de tempo.

Valor presente líquido [VPL]


O método do VPL ou no inglês NPV – Net Present Value descapitaliza todos os valores
do fluxo de caixa e diminui do investimento inicial, trazendo para valores atuais o ganho
financeiro antevisto para o projeto. Para que o projeto seja considerado viável, o valor
presente do fluxo de caixa deve ser positivo, ou seja, o valor presente das entradas deve ser
maior que o valor presente das saídas (Camloffski, 2014).

𝐹𝐶
𝑉𝑃𝐿 = (2)
(1 + 𝑘)

onde, 𝐹𝐶 : é o fluxo de caixa no período i; k: é o custo de capital; i: é o período analisado; n: é


o número de períodos analisados.

Taxa interna de retorno [TIR]


A taxa interna de retorno ou no inglês IRR - Internal Rate of Return é um indicador
sofisticado de se avaliar propostas de investimentos. Trata-se de uma taxa de desconto que
“zera” o fluxo de caixa e que representa a rentabilidade de um projeto de investimento. Só se
considera um investimento atraente TIR maior ou igual a taxa de atratividade [TMA] desejada
(Kassai, 1996).

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𝐹𝐶
𝑉𝑃𝐿 = −𝐼 + =0 (3)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)

Onde, VPL: é o valor presente líquido anulado, ou seja, igual a zero; 𝐹𝐶 : é o fluxo de caixa
no período i; TIR: é a taxa interna de retorno que se deseja encontrar; i: é o período
analisado; n: é o número de períodos analisados.

Estudo de caso

A cidade de São Paulo foi escolhida para o estudo de caso em questão pela
localização estratégica e por ser um conhecido centro financeiro, corporativo e mercantil na
América do Sul. Há várias oportunidades de localização identificadas na pesquisa para
instalação do laboratório, cujo nome será LABπ8éf – Laboratório de ensaios de produtos a
gás.
Quanto a natureza jurídica, neste estudo de caso optou-se pela empresa individual de
responsabilidade limitada [Eireli] devido algumas vantagens deste tipo de natureza jurídica:
exercício da atividade empresarial por uma pessoa com responsabilidade limitada, liberdade
de escolher o modelo de tributação, incentivo a inovação tecnológica e o programa de
alimentação do trabalhador e não ter nenhum tipo de limite de faturamento (Sebrae, 2019).
Em relação ao enquadramento tributário foi escolhido o simples nacional, que se trata
de um regime tributário simplificado, para a análise de viabilidade econômica deste estudo de
caso. Este regime tributário atende empresas individuais de responsabilidade limitada com
faturamento anual de até 4,8 milhões de reais onde é possível pagar todos os tributos,
municipais, estaduais e federais, em uma única guia.
Os tributos abrangidos por este regime compartilhado de arrecadação, cobrança e
fiscalização de tributos aplicável às micro e pequenas empresas são: Imposto de Renda
Pessoa Jurídica [IRPJ], Contribuição Social sobre Lucro Líquido [CSLL], Programa de
Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público [PIS/PASEP],
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social [COFINS], Imposto sobre Produtos
Industrializados [IPI], Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços [ICMS], Imposto
Sobre Serviços [ISS] e Contribuição Previdenciária Patronal [CPP] (Ministério da Economia,
2021). Na Tabela 2 a seguir é apresentado as alíquotas do simples nacional.

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Tabela 2. Alíquotas do simples nacional – Anexo III da lei complementar n° 123, de 14 de


dezembro de 2006
Receita bruta em 12 meses (R$) Alíquota Nominal Valor a deduzir (R$)
1ª faixa Até 180.000,00 6,00% -
2ª faixa de 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª faixa de 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
4ª faixa de 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª faixa de 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª faixa de 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00
Fonte: Casa civil (2021)

O LABπ8éf tem como missão ser a empresa com melhor credibilidade no mercado de
ensaios de forno e fogões a gás de uso doméstico, oferecendo prazos assertivos,
comunicação eficaz e entregando confiabilidade nos resultados emitidos e como visão ser o
laboratório de referência no mercado de ensaios de forno e fogões a gás de uso doméstico
no Brasil.

Investimento em imobilizado

Para o correto funcionamento de um laboratório de ensaio de fornos e fogões a gás


em conformidade com as normas em sua totalidade muito investimento se faz necessário,
estrutura com controle ambiental de temperatura e umidade, central de gás com gases
especiais e diversos dispositivos e instrumentos. A estimativa considerando o mínimo
necessário para rodar o laboratório, atendendo a todos os itens normativos e legais, gira em
torno de R$200.000,00. A Tabela 3 mostra um resumo dos itens que compõem esse
investimento em imobilizado.

Tabela 3. Resumo do investimento em imobilizado


(continua)
Infraestrutura e relacionadosDispositivos e Instrumentos Outros
Ar-condicionado Medidor de estanqueidade Ferramentas
Central / rede de gás Balança Computador
Compressor ar comprimido Medidor de temperatura Amostra referência
Mobiliário Medidor de gases de combustão Software
Adequação estrutural Termômetro de líquido em vidro Detector de gases
Coifa com exaustão Dispositivos diversos Panelas de ensaio
Geladeira Cronômetro Coifas de panela
Transdutores de pressão Canto de ensaio
Tabela 3. Resumo do investimento em imobilizado

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(conclusão)
Infraestrutura e relacionados Dispositivos e Instrumentos Outros
Relógio comparador Capelas portáteis
Termômetro de superfície Estação meteorológica
Nível digital Nichos
R$ 39.175,00 R$ 123.275,00 R$ 35.000,00
Investimento total aproximado R$ 200.000,00
Fonte: Resultados originais da pesquisa

Os valores indicados na tabela acima são resultado de pesquisa e consulta a sites de


fabricantes, lojas e representantes, como também de valores estimados com base na
experiência do autor.

Custos diretos e indiretos da operação

Nos custos diretos e indiretos da operação do laboratório fez-se estimativas baseadas


na experiência e em resultados originais da pesquisa.

Gases especiais
Os gases especiais utilizados nos laboratórios de fornos e fogões a gás são essenciais
para a determinação da segurança, eficiência e qualidade dos produtos. São dois grupos /
famílias de gases, os gases da 2ª família ou gases naturais, chamados de G20, G21 e G22 e
os gases da 3ª família ou gases derivados de petróleo, chamados de G30, G31 e G32, essa
última família de longe a mais utilizada nos laboratórios e a mais cara. Portanto por ser uma
parte importante dos custos diretos do laboratório na Tabela 4 é apresentado o custo por tipo
de gás e quantidade.

Tabela 4. Custo gases especiais

Gases especiais Custo cilindro (R$) Observação


G30 14.500,00 50 kg
G31 14.500,00 50 kg
G32 14.500,00 50 kg
G20 3.550,00 7 m³ @120kg/cm²
G21 3.550,00 7 m³ @120kg/cm²
G22 3.550,00 7 m³ @120kg/cm²
Fonte: Resultados originais da pesquisa

Hoje três empresas detêm 90% do mercado de fornecimento de gases especiais no Brasil,
mas os gases especiais puros utilizados em laboratórios de 3ª parte são todos fornecidos por

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um único fornecedor. Com o objetivo de se evitar dúvida relacionada a qualidade e pureza do


gás, como já observado em situações práticas pelo autor, não se convém discutir e avaliar
custos neste ponto, ou seja, será considerado apenas os custos do fornecedor já utilizado
pelos demais laboratórios de 3ª parte no Brasil.

Mão de obra
Em um laboratório de ensaios de fogões a gás e em diversos outros segmentos a mão
de obra é um dos custos diretos e indiretos mais impactantes no negócio e por consequência
no preço final do produto ou serviço. Para a determinação dos custos totais de mão de obra
se faz necessário considerar todos os encargos trabalhistas e impostos que em resumo são
o Instituto Nacional do Seguro Social [INSS], Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
[FGTS], décimo terceiro salário, férias e vale transporte. Na Tabela 5 é possível observar
todos os encargos trabalhistas e impostos.

Tabela 5. Custos mão de obra mensal


INSS
Mão de obra Salário + 13° (*) (**) FGTS (8%) Férias VT (****)
Analista comercial e
administrativo R$ 3.406,65 - R$ 272,53 R$ 4.542,20 R$ 0,00
Técnico laboratório R$ 2.876,46 - R$ 230,12 R$ 3.835,28 R$ 12,21
Assistente técnico
laboratório R$ 2.187,08 - R$ 174,97 R$ 2.916,11 R$ 53,58
Pró-labore R$ 5.000,00 - - - -
Custo total mensal por
custo R$ 14.176,04 - R$ 677,62 R$ 941,13 R$ 65,79
Custo total mensal R$ 15.860,57
Custo total anual por
custo R$ 161.642,28 R$ 8.809,00 R$ 11.293,59 R$ 723,66
Custo total anual R$ 182.468,53
Fonte: Resultados originais da pesquisa, Portal Salário (2021), FGTS (2021), Tribunal
Superior do Trabalho (2021), Casa Civil (2021) e São Paulo Transporte (2021)
Nota: Valore em reais (R$). *Média salarial do piso salarial 2021 de acordos, convenções
coletivas e dissídios. **Já considerado no Simples Nacional. ***Considerando ano cheio.
****Vale transporte [VT] do metrô no valor de R$4,40.

O custo total mensal por custo relacionado a coluna salário e 13° apresentado na
Tabela 5 acima está considerando a soma dos salários, incluindo o pró-labore, mais um doze
avos relacionado a soma dos salários, neste caso excluindo o pró-labore. Este custo será fixo
12 meses menos um no ano e durante o período de férias apenas o custo referente a pró-
labore e um doze avos referente ao 13°, por isso não é possível simplesmente multiplicar o

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

custo total mensal por custo por 12 meses para se obter o resultado do custo total anual por
custo relacionado ao salário e 13°.
Na coluna FGTS para o cálculo do custo total anual por custo o custo total mensal por
custo é multiplicado por 12 meses mais um pois se faz necessário considerar a incidência do
tributo sobre o 13° salário. Já na coluna férias para o custo de cada mão de obra é considerado
um salário mais um terço e a soma desses custos é dividido por 12 meses para se estimar o
custo total mensal por custo.
Na coluna VT foi estimado o custo para cada mão de obra estimando o uso médio de
21 dias no mês do transporte público, duas vezes ao dia. Como por lei o empregador deve
participar com uma ajuda de custo equivalente a parcela que excede 6% do salário (Casa
Civil, 2021), os valores apresentados estão considerando apenas este excedente. Por fim o
custo total anual por custo é o custo total mensal por custo multiplicado por 12 meses menos
um, descontando neste caso o período de férias do trabalhador.

Custos diversos
Na Tabela 6 abaixo é apresentado uma estimativa de outros custos que envolvem a
operação de um laboratório de ensaios de fornos e fogões a gás, não será detalhado de forma
aprofundada, mas em um nível suficiente para o atendimento do objetivo do presente estudo.

Tabela 6. Custos diversos


Custos Estimativa mensal (R$) Tipo Estimativa anual (R$)
Energia elétrica 500,00 Variável 6.000,00
Água e esgoto 200,00 Variável 2.400,00
Internet 120,00 Fixo 1.440,00
Telefonia móvel 150,00 Fixo 1.800,00
Estrutura de apoio* 1.500,00 Variável 18.000,00
Tributos** 2.960,70 Variável 35.528,40
Aluguel*** 5.000,00 Fixo 60.000,00
Manutenção 1.000,00 Variável 12.000,00
Calibração 900,00 Variável 10.800,00
Acreditação 667,00 Fixo 8.004,00
Outros 300,00 Variável 3.600,00
Total 13.522,70 159.572,40
Fonte: Resultados originais da pesquisa.
Nota: *Serviços terceirizados conforme necessidade – informática, jurídico, contábil e recursos
humanos. **Simples Nacional. ***Galpões / Salas comerciais na grande São Paulo em torno
de 250 a 300 m² de área

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

O custo total anual apresentado na Tabela 6 foi estimado sobre o custo médio de 5
anos de operação do laboratório e a estimativa anual foi calculada multiplicando o custo
estimado mensal por 12 meses.

Cenário econômico

Os cenários que serão apresentados neste estudo de caso baseiam-se em estimativas


de capacidade de produção por mês, tempo estimado de ensaio e custo médio dos ensaios.
Na Tabela 7 é apresentado as estimativas para três tipos de produtos do segmento de fornos
e fogões a gás que nortearam a análise de viabilidade financeira proposta.

Tabela 7. Custo e tempo de ensaios de fornos e fogões a gás


Tempo Capacidade de
Custo médio ensaios
Produto estimado (h) produção (unidade/mês)
Ensaio fogão de mesa 5 Q
R$ 2.273,87
somente gás 17,7 11
Ensaio Fogão de piso 5 Q / 1
forno somente gás R$ 3.443,63 31,8 6
Ensaio Forno de embutir
somente gás R$ 2.565,07 19,9 10
Custo médio ensaio produtos a
gás R$ 2.760,86 - -
Tempo médio ensaio produtos a
gás - 23,1 -
Capacidade média ensaio de
produtos a gás - - 9
+ 50% de capacidade de ensaio
em paralelo 4
Capacidade total estimada 13
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: *Considerando uma jornada de 200 horas mensais.

A escolha pelos produtos fogão de mesa de cinco queimadores, popularmente


conhecido como cooktop, pelo fogão de piso de cinco queimadores com um forno e um forno
de embutir foi proposital visto que com a estimativa dos dados como preço, tempo e
capacidade de produção determinada sobre esses produtos se buscou aproximar do que
ocorre no mercado de laboratórios na média. É fato que o mercado não se resume a apenas
esses tipos de produtos, mas na média não se espera que o custo médio do mercado de
ensaio de produtos deste segmento divirja muito do que foi estimado.

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

Os custos apresentados na coluna custo médio dos ensaios foi determinada com base
em orçamentos realizados no mês de abril de 2021 consultando cinco dos laboratórios
acreditados de 3ª parte e realizando a média dos valores apresentados por eles.
Já os tempos apresentados na coluna tempo estimado em horas foi determinado com
base na experiência do autor e a por consequência a capacidade de produção por mês
calculada sobre essas horas, isso considerando uma carga horária de 200 horas por mês e a
mão de obra de apenas um técnico. Mas como é proposto ter como mão de obra mais um
assistente técnico é possível considerar a execução de pelo menos mais 50% de ensaios em
paralelo, seja sobre uma segunda amostra ou seja sobre um novo produto, por isso a
capacidade total estimada final 13 ensaios por mês.
Se utilizando dos dados da Tabela 7 se estimou o cenário para cálculo do payback
exibido na Tabela 8 abaixo.

Tabela 8. Cálculo do Payback - Cenário estimando a receita com base na capacidade


Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840
Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810
Investimento 200.000
Fluxo de Caixa
Original Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas de
Vendas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840
(-) Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810
EBITDA 56.287 75.112 58.012 58.012 75.030
(-) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
EBIT 36.287 55.112 38.012 38.012 55.030
(-) Tributos - %
variável 35.528 35.528 35.528 35.528 35.528
NOPAT 758 19.583 2.483 2.483 19.502
(+) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
(-) Investimentos
- CAPEX + Giro 200.000
Fluxo de Caixa
Operacional - 200.000 20.758 39.583 22.483 22.483 39.502
Custo Total de
Capital Custos
Capital de Payback superior a 5
Terceiros - - TMA anos
Capital Próprio 100% 5,0% - 75.458
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: Salvo quando claramente indicados, todos os valores da tabela estão expressos em
reais (R$).

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
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A estimativa para as receitas dos cinco anos apresentados na Tabela 8 foi baseada
em uma capacidade de produção de 143 relatórios por ano, 12 meses menos um, multiplicado
pelo custo médio dos ensaios, sendo considerado capacidade máxima de produção durante
todo o período de atividade laboral. Para a estimativa da despesa operacional foi somado o
custo estimado de mão de obra com as estimativas de custos diretos e indiretos, citados na
Tabela 4 e Tabela 6, com exceção dos tributos, este tratado de forma independente nos
cálculos. As variações observadas na despesa operacional estimada se dá pelo fato da
variação nos custos atrelados a calibração dos equipamentos, que ocorre em uma frequência
diferente para cada equipamento devido a características construtivas e / ou funcionais, como
por exemplo, um termopar, sensor utilizado para medição de temperatura está muito mais
sujeito a desgaste e / ou contaminação, o que iria interferir nos resultados, do que uma massa
utilizada em ensaios de resistência mecânica das trempes, por isso se faz necessário a
realização de calibrações mais frequentes nos termopares do que nas massas. Está sendo
considerado também neste cenário um investimento 100% de capital próprio e uma TMA de
5%, que correspondia a duas vezes e meia a taxa Selic, taxa básica de juros da economia,
no primeiro trimestre do ano de 2021.
O cálculo do Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization [EBITDA],
em português Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização é amplamente
utilizado como indicador da capacidade de geração operacional de caixa (Assaf Neto e Lima,
2017) e é determinado na Tabela 8 como sendo a receita de vendas menos a despesa
operacional.
A determinação da taxa de depreciação de 10%, ou seja, estimada em uma vida útil
de 10 anos, foi definida com base na instrução normativa SRF n° 162, de 31 de dezembro de
1998, anexo I.
O cálculo do Earning Before Interest, Taxes [EBIT], ou lucro antes de juros e impostos
em português, que demonstra o lucro operacional bruto, trata-se do EBITDA menos a
depreciação (Assaf Neto e Lima, 2017).
Na linha tributos os valores foram calculados sobre a receita de vendas utilizando como
referência a Tabela 2. Como a renda estimada foi fixada nos cinco anos, a alíquota de 13,5%
e o valor a deduzir de R$17.640,00 são os mesmos para todos os anos.
O cálculo do Net Operating Profit After Taxes [NOPAT] ou, em português, lucro
operacional líquido após os impostos é um indicador que demonstra o lucro real descontado
os tributos, ou seja, é o EBIT menos os tributos (Assaf Neto e Lima, 2017). Analisando os
resultados do NOPAT no cenário apresentado na Tabela 8 se vê uma situação de lucro real
anual muito aquém do que se espera para um investimento desta ordem.

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de Negócios – 2021

Na penúltima linha da Tabela 8 se apresenta o fluxo de caixa operacional para cada


ano, fluxo que é calculado somando-se ao NOPAT a depreciação antes descontada.
Como resultado do cenário detalhado acima chegou-se a um valor de R$ -75.458, o
que significa que o payback para este cenário é superior a 5 anos, o que demonstra, visto que
o esperado era que o payback fosse inferior a cinco anos, que o projeto é inviável
financeiramente.
Diante deste resultado na Tabela 9 é realizado um teste de hipótese afim de se avaliar
qual o percentual de aumento nas receitas de vendas seria necessário para que o projeto
tivesse um payback em exatos 5 anos.

Tabela 9. Cálculo do Payback – Cenário estimando um retorno em 5 anos e modificando a


receita de vendas
Fluxo de Caixa
Original Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas de Vendas 413.989 413.989 413.989 413.989 413.989
(-) Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810
EBITDA 76.435 95.260 78.160 78.160 95.179
(-) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
EBIT 56.435 75.260 58.160 58.160 75.179
(-) Tributos - %
variável 38.248 38.248 38.248 38.248 38.248
NOPAT 18.187 37.012 19.912 19.912 36.931
(+) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
(-) Investimentos -
CAPEX + Giro 200.000
Fluxo de Caixa
Operacional - 200.000 38.187 57.012 39.912 39.912 56.931
Custo Total de Capital Custos
Payback 5
Capital de Terceiros - - TMA anos
Capital Próprio 100% 5,0% -
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: Salvo quando claramente indicados, todos os valores da tabela estão expressos em
reais (R$).

O resultado demonstra que seria necessário um incremento de 5,1% na receita de


venda o que não representa, pelo menos numericamente, um grande esforço. Esses 5,1%
representam um acréscimo de R$1.679,08 por mês ou 0,6 relatórios por mês ou um aumento
nos custos de ensaio sobre o valor médio, saindo dos atuais R$2.760,86 para R$2.898,90.

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de Negócios – 2021

Nesta mesma linha de raciocínio na Tabela 10 é realizado o teste de hipótese afim de


se avaliar qual o percentual de decréscimo nas despesas operacionais seria necessário para
que o projeto tivesse um payback em exatos 5 anos.

Tabela 10. Cálculo do Payback – Cenário estimando um retorno em 5 anos e modificando as


despesas operacionais
Fluxo de Caixa
Original Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas de Vendas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840
(-) Despesas
Operacionais 312.117 312.117 312.117 312.117 312.117
EBITDA 81.723 81.723 81.723 81.723 81.723
(-) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
EBIT 61.723 61.723 61.723 61.723 61.723
(-) Tributos - %
variável 35.528 35.528 35.528 35.528 35.528
NOPAT 26.195 26.195 26.195 26.195 26.195
(+) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
(-) Investimentos -
CAPEX + Giro 200.000
Fluxo de Caixa
Operacional - 200.000 46.195 46.195 46.195 46.195 46.195
Custo Total de Capital Custos
Payback 5
Capital de Terceiros - - TMA anos
Capital Próprio 100% 5,0% -
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: Salvo quando claramente indicados, todos os valores da tabela estão expressos em
reais (R$).

Nesta outra simulação o resultado demonstra que o primeiro ano seria o mais
desafiador e que seria necessária uma redução de 7,5% nas despesas operacionais, nos
demais anos a redução necessária seria da ordem de 2,1%, 7,1%, 7,1% e 2,1%
respectivamente.
Uma outra possibilidade de simulação seria a relacionada ao investimento, ou seja,
neste caso uma redução no investimento inicial, o que o autor não vê como possível visto que
já foi estimado o mínimo necessário para a operação, não existindo margem para reduções
neste ponto, caso contrário, tornaria o laboratório inoperante.
Dando sequência ao estudo de caso, na Tabela 11 é realizado a análise de outro
indicador financeiro, o VPL. Será utilizado dos mesmos dados apresentados no cálculo do
payback realizado na Tabela 8.

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
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Tabela 11. Cálculo do VPL - Cenário estimando a receita com base na capacidade
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840
Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810

Investimento 200.000
Fluxo de Caixa
Original Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas de Vendas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840
(-) Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810
EBITDA 56.287 75.112 58.012 58.012 75.030
(-) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
EBIT 36.287 55.112 38.012 38.012 55.030
(-) Tributos - %
variável 35.528 35.528 35.528 35.528 35.528
NOPAT 758 19.583 2.483 2.483 19.502
(+) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
(-) Investimentos -
CAPEX + Giro 200.000
Fluxo de Caixa
Operacional - 200.000 20.758 39.583 22.483 22.483 39.502
Custo Total de Capital Custos
Capital de Terceiros - - TMA VPL
Capital Próprio 100% 5,0% - 75.458
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: Salvo quando claramente indicados, todos os valores da tabela estão expressos em
reais (R$).

O resultado negativo do VPL ou valor presente do fluxo de caixa deveria ser positivo,
como neste caso está negativo demonstra que o projeto neste indicador também é inviável
financeiramente.
Na Tabela 12 é realizado a análise do último indicador financeiro proposto neste
trabalho, a TIR, e novamente utilizando dos mesmos dados apresentados no cálculo do
payback realizado na Tabela 8.

Tabela 12. Cálculo do TIR - Cenário estimando a receita com base na capacidade
(continua)
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Receitas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840


Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

Tabela 12. Cálculo do TIR - Cenário estimando a receita com base na capacidade
(conclusão)
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Investimento 200.000
Fluxo de Caixa
Original Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Receitas de Vendas 393.840 393.840 393.840 393.840 393.840
(-) Despesas
Operacionais 337.553 318.728 335.828 335.828 318.810
EBITDA 56.287 75.112 58.012 58.012 75.030
(-) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
EBIT 36.287 55.112 38.012 38.012 55.030
(-) Tributos - %
variável 35.528 35.528 35.528 35.528 35.528
NOPAT 758 19.583 2.483 2.483 19.502
(+) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000
(-) Investimentos -
CAPEX + Giro 200.000
Fluxo de Caixa
Operacional - 200.000 20.758 39.583 22.483 22.483 39.502
Custo Total de Capital Custos
Capital de Terceiros - - TMA TIR
Capital Próprio 100% 5,0% - 9%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
Nota: Salvo quando claramente indicados, todos os valores da tabela estão expressos em
reais (R$).

E como não seria surpresa, este indicador seguiu o resultado dos indicadores
avaliados anteriormente, ficou negativo em 9%, ou seja, 14% abaixo do mínimo necessário,
que seria igualar a TMA esperada, o que demonstra mais uma vez que o projeto é inviável
nas condições analisadas.

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

Considerações Finais

Durante o levantamento de dados para a análise de viabilidade financeira da abertura


do laboratório de ensaios de fornos e fogões a gás no município de São Paulo algumas
situações críticas para o negócio foram identificadas, como as diferenças significativas de
preços entre laboratórios, item que assim como na maioria dos negócios faz diferença na hora
da escolha por um produto ou serviço, diferenças de preço que chegam a pouco mais de
R$3.900,00 entre um laboratório e outro e os custos elevados dos equipamentos primordiais
para abertura do negócio e que não se tem muito espaço para manobra. Considerando um
negócio de alto custo envolvido, desde o investimento em equipamentos, passando pelo
processo moroso de acreditação e necessidade de mão de obra com vasto conhecimento
técnico, é difícil imaginar a sustentabilidade do negócio trabalhando com valores tão abaixo
do mercado.
Diante disso a análise dos indicadores de viabilidade financeira realizada neste estudo
de caso considerou a média de preços do mercado, considerando um cenário realista, mas
ao mesmo tempo otimista, visto que o cenário considera que o laboratório entraria quase que
de imediato no mercado e que teria um bom volume de clientes / ensaios. Ainda assim,
fazendo uma consideração realista e otimista, os indicadores financeiros, com um payback
estimado maior que cinco anos, um VPL negativo em aproximadamente R$75.000,00 e uma
TIR negativa em 9%, mostraram que o negócio é inviável.
Ao analisar um cenário buscando um payback em exatos cinco anos, mostrou que
pequenas modificações no custo do ensaio, capacidade ou despesas, esta última exigindo
um pouco mais de esforço, permitiriam esta condição. Esta simulação mostrou que os
resultados financeiros do laboratório são muito sensíveis e que está em um limiar entre
inviável e viável. Fato é que ao aumentar preço dos ensaios pode-se gerar uma queda no
número de clientes na mesma proporção, pois como foi ressaltado em item anterior, o preço
pode ser um grande aliado ou um inimigo neste tipo de negócio, e o aumento de capacidade
de produção, por menor que seja, já que o presente estudo já foi considerado capacidade
máxima, exigiria investimento em equipamentos e contratação de mais mão de obra, e isso
leva a aumento de custos em todo o negócio, além disso, não se pode esquecer que o
aumento de capacidade também dependeria do mercado prover este aumento. Sobre a
possibilidade de redução das despesas não é possível enxergar neste estudo uma despesa
que poderia ser dispensada, é mais provável que seria necessário trabalhar em diversas
frentes, negociação com fornecedores, otimização de processos, entre outros, para que fosse
possível alcançar reduções que impactassem verdadeiramente na inversão para a viabilidade
do negócio.

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de Negócios – 2021

Para concluir, além do estudo da viabilidade financeira é importante a análise dos


aspectos particulares deste projeto, como por exemplo, o baixo valor de revenda de toda a
estrutura investida, no caso de um fechamento, a necessidade de acreditação junto ao
Inmetro que pode demandar muito tempo para acontecer, estimado em aproximadamente um
ano e a necessidade de contratação de profissionais com um vasto conhecimento da parte
técnica. Uma sugestão para trabalhos futuros seria avaliar a viabilidade do laboratório de
fornos e fogões a gás agregado a outros serviços da área de eletrodomésticos, pois o mercado
geralmente demanda por pacotes completos em um único local e sem dúvida isso acabaria
se tornando um diferencial na hora da negociação de venda dos serviços.

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia [Inmetro]. 2021. Sistema de Consulta


aos Escopos de Acreditação dos Laboratórios de Análises Clínicas (ABNT NBR ISO
15189:2015) e Laboratórios de Ensaio (ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017) Acreditados (Rede
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com Conformidade Avaliada. Disponível em:
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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão
de Negócios – 2021

Silva, F.P.M. 2012. Tomada de decisão financeira: aplicando o processo orçamentário.


Revista Administração em Diálogo 14 (3): 1-23.

Susin, S. 2013. Análise da lucratividade e rentabilidade na maior rede varejista do Brasil.


Monografia como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis.
Universidade de Caxias do Sul - UCS, Caxias do Sul, RS, Brasil. Disponível em:
<https://repositorio.ucs.br/handle/11338/1676>. Acesso em: 20 julho 2021.

Yin, R.K. 2015. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5ed. Editora Bookman, Porto
Alegre, RS, Brasil.

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