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IBRACON - Volume VI - Projeto de Estruturas de Concreto - Trabalho CBC0015 - pg. VI.492 - VI.

503

COMPARAÇÃO ENTRE CRITÉRIOS DE NORMAS INTERNACIONAIS


APLICAVÉIS AO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO

Ariel Maurício Torrico Rojas (1); Roberto Caldas de Andrade Pinto,Ph.D. (2)

(1) Mestrando em Engenharia Civil


Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
email: arieltorojas@pop.com.br, ariel@ecv.ufsc.br

(2) Professor Adjunto, Departamento de Engenharia Civil


Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
email: rpinto@ecv.ufsc.br

Cx. Postal 476 – Florianópolis – SC – 88040-900

Palavras Chaves: Concreto de Alto Desempenho, Normas Internacionais, CAD, ACI, CEB, EUROCODE.

Resumo
A utilização do Concreto de Alto Desempenho em projetos estruturais vem sendo cada
vez mais freqüente no Brasil e no mundo. Entretanto, as propriedades mecânicas do
Concreto de Alto Desempenho são geralmente bastante diferentes das propriedades dos
concretos convencionais. Assim, há a necessidade de uma revisão dos critérios de
cálculo, hipóteses e limitações para efeitos de projeto estrutural. Equações e parâmetros
relacionados às propriedades do material aplicáveis no projeto de estruturas geralmente
são baseados em estudos e ensaios com concretos convencionais, não podendo
necessariamente ser generalizados para os concretos de alto desempenho.
Este trabalho pretende apresentar comparativamente algumas disposições para concreto
de alto desempenho presentes em normas e procedimentos internacionais.

46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 VI.492


IBRACON - Volume VI - Projeto de Estruturas de Concreto - Trabalho CBC0015 - pg. VI.492 - VI.503

1 Introdução
1.1 Histórico
A evolução do concreto foi muito lenta num princípio, um século transcorreu para que
fosse implementada a utilização de novos componentes adicionais aos inicialmente
considerados (água, cimento, agregado miúdo e agregado graúdo). Somente com o
surgimento dos primeiros aditivos químicos em 1938 é que foi possível sua incorporação
ao concreto modificando suas propriedades mecânicas. (HELENE,1997).

Nas décadas de 60 e 70, uma série de fatores implicou num desenvolvimento acelerado
da industria do concreto:

• A tecnologia alcançada pela industria do cimento possibilitou a obtenção de


produtos que apresentavam uma melhoria paulatina de suas características
mecânicas, especialmente às relacionadas com sua resistência.
• A industria química descobre e desenvolve no Japão e na Alemanha uma nova
geração de aditivos químicos baseados em complexas moléculas orgânicas; sua
incorporação no concreto permite uma drástica redução da relação água/cimento,
e conseqüentemente em um incremento considerável de resistência. Estes aditivos
receberam o nome de “superplastificantes”.
• Paralelamente, como resultado de investigações dirigidas a encontrar um destino
útil ao subproduto volátil da industria de ferro-sílica, se inicia em Canadá e em
países europeus o estudo das propriedades de uma adição mineral conhecida
como sílica ativa.

A incorporação aos concretos convencionais de superplastificantes e adições minerais,


fez possível o desenvolvimento e a produção de uma nova geração de concretos com
características mecânicas que ainda hoje são objeto de estudo e experimentação em
muitos países tecnicamente avançados. Estos novos concretos são conhecidos como
Concretos de Alto Desempenho (CAD).

1.2 O Concreto de Alto Desempenho


O termo concreto de alto desempenho (High Performance Concrete – HPC) foi utilizado
pela primeira vez por Mehta e Aitcin para descrever misturas de concreto que possuíam
três características:

• Boa trabalhabilidade;
• Alta resistência;
• Grande Durabilidade.

O concreto obtido com o aditivo superplastificante e a adição de sílica ativa apresenta,


assim, grande compacidade, isto é, baixa porosidade e alta resistência. Além de baixa
porosidade, há uma diminuição da microfissuração decorrente da retração do concreto.

O concreto de alto desempenho apresenta, além do aumento considerável da resistência,


um aumento de sua durabilidade, decorrente das suas reduzidas porosidade e
permeabilidade. Nos concretos de alto desempenho, a carbonatação é bem mais lenta e
superficial, e portanto, as armaduras permanecem passivadas por um período maior de
tempo. O concreto de alto desempenho apresenta uma maior trabalhabilidade enquanto
fresco e, após o endurecimento, é mais compacto, mais menos permeável, mais durável e
mais resistente do que o concreto convencional.
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Essa resistência, atingindo valores superiores a 100 MPa, tem feito com que o concreto
de alto desempenho venha sendo especificado nos pilares de edifícios muito altos,
destacando-se as Torres Petronas em Kuala Lumpur um edifício com mais de 100
pavimentos.

Existem exemplos de estruturas com mais de 30 anos, realizadas com concreto de


resistência superior a 50 MPa (FIP/CEB, 1990). Atualmente, tem-se registros de
concretos lançados em obra com resistência acima de 115 MPa (DAL MOLIN et al. 1997).
A tabela 1 apresenta as características de alguns edifícios realizadas no Brasil e no
exterior com CAD.

Tabela 1 – Edifícios executados com concreto de alta resistência (FIP/CEB,1990; DAL MOLIN, et al. 1997)
fck
EDIFÍCIO LOCAL ANO No Pav. (MPa)
MASP São Paulo 1963 45
Lake Point Tower Chicago 1965 70 52
Water Tower Place Chicago 1975 79 62
River Plaza Chicago 1976 56 62
Columbia Center Seattle 1983 76 66
Interfirst Plaza Dallas 1983 72 69
311 South Wacker Drive Tower Chicago 1989 79 83
Grand Arche de la Défense Paris 1988 65
Two Union Square Seattle 1989 58 115
Pacific First Center Seattle 1989 44 115
Scotia Plaza Building Toronto 1988 70
One Wacker Place Chicago 1990 100 80
CNEC São Paulo 18 60
225 W. Wacker Drive Chicago 1989 31 96
Melbourne Central Tower Melbourne 1990 55 80
Cond. Emp. Previnor Salvador 18 60
Suarez Trade Salvador 1993 31 60
First Republic Bank Plaza Dallas 1986 72 69
One Peachtree Center Atlanta 1991 95 83

A partir do momento em que o concreto de alto desempenho entrou na construção civil,


tornou-se necessária uma revisão dos critérios de cálculo, hipóteses e limitações para
efeitos de projeto estrutural. Equações e parâmetros relacionados às propriedades do
material e ao projeto estrutural foram baseados em estudos e ensaios de concretos com
resistência convencional, não podendo necessariamente ser generalizados para os
concretos de alto desempenho.

2 Disposições para Concreto de Alto Desempenho


A seguir são apresentadas algumas disposições para concreto de alto desempenho para
sua aplicação no projeto estrutural presentes em normas e procedimentos internacionais.

2.1 Límite da Resistência do Concreto

Os procedimentos internacionais e as diversas normas aplicáveis ao concreto de alto


desempenho sugerem diferentes limites da resistência característica do concreto, através
de ensaios à compressão uniaxial, para ser considerados de alta resistência, e
conseqüentemente de alto desempenho. A tabela 2 a seguir apresenta limites de
resistência considerados por algumas normas internacionais.
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Tabela 2 – Límites da Resistência do Concreto


Limite para CAD
Norma
(MPa)
CEB-FIP/90 50
AS3600 50
ACI 363 41
EC2 50

2.2 Módulo de Elasticidade

O concreto sendo um material composto de fases distintas apresenta um módulo de


elasticidade que depende dos módulos de elasticidade individuais de cada componente,
além da qualidade da interface entre eles. Como o módulo de elasticidade da pasta de
cimento é função da relação água/cimento, que por sua vez afeta diretamente a
resistência do concreto, é usual estimar-se o módulo de elasticidade indiretamente pela
resistência à compressão. Entretanto, a proporção da mistura, a quantidade, tipo
geológico do agregado graúdo influenciam grandemente a relação entre tensão aplicada
e deformação obtida no concreto, e conseqüentemente o valor do módulo de elasticidade.

No CAD, dada uma menor diferença entre os comportamentos elásticos das fases (pasta,
agregados), o comportamento do concreto é mais linear com uma tendência de redução
da microfissuração.

Expressões para o módulo de elasticidade para alguns códigos e procedimentos


internacionais são apresentadas a seguir e comparadas graficamente na figura 1.

4
x 10
5

4.5

3.5
Ec [M Pa]

2.5

MC-90
AS-3600
2
ACI-363
EC-2
NS

1.5
0 20 40 60 80 100 120
fck [M Pa]
Figura 1 – Módulos de elasticidade

2.2.1 MC 90

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E c = 0.85E ci (Módulo secante) (Equação 1)


0.3
⎛ f + ∆f ⎞
E ci = E co ⎜⎜ ck ⎟⎟ (Equação 2)
⎝ fcmo ⎠
onde:
Eco = 22 GPa
∆f = 8 MPa
fcmo = 10 Mpa fck em MPa

2.2.2 Proposta de MENDIS (1998) para modificação da AS 3600


E c = 5056η f ' c (Equação 3)
onde:
η= 1,1 – 0,002 f’c f’c em MPa (Equação 4)

A norma australiana permite uma variação de 20% para mais ou menos nos valores
estimados.

2.2.3 ACI 363


E c = 3320 f ' c + 6900 f’c em MPa (Equação 5)

2.2.4 EC 2
E cm = 9500(fck + 8 )
0.33
(Módulo secante) (Equação 6)
fck em MPa
2.2.5 NS

E = 9975(f ' c )
0. 3
f’c em MPa (Equação 7)

2.3 Resistência à Tração

Os parâmetros que influenciam a resistência à tração dos concretos são os mesmos que
influenciam a resistência à compressão, sendo que há evidências de que a resistência à
tração do concreto é mais afetada pelas condições de cura do que a resistência à
compressão. (ACI 363R-92).

2.3.1 MC 90
0. 6
⎛ f + ∆f ⎞
fctm = fctko,m ⎜⎜ ck ⎟⎟ (Equação 8)
⎝ fcko + ∆f ⎠
onde:
fctko,m = 1.80 MPa
fcko = 10 MPa
∆f = 8 MPa fck em MPa

2.3.2 AS 3600
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f ' cf = 0.6 f ' c f’c em MPa (Equação 9)

2.3.3 ACI 363


f ' r = 0.94 f ' c f’c em MPa (Equação 10)

2.3.4 EC 2
fctm = 0.3(fck )
0.67
fck em MPa (Equação 11)

11
MC-90
AS-3600
10
ACI-363
EC-2
9

7
fct [M Pa]

1
0 20 40 60 80 100 120
fck [M Pa]
Figura 2 – Resistência à tração

2.4 Coeficiente de Poisson


De forma geral se pode asseverar que o coeficiente de Poisson para os concretos de alta
resistência è igual a 0.2, não havendo variação significativa dentro as disposições e
normas internacionais estudadas neste articulo.

2.5 Diagramas Tensão – Deformação de Cálculo


Os diagramas tensão – deformação para o concreto de alta resistência são diferentes dos
para concretos convencionais. Algumas das razões para estas variações são (Bolletim
197 CEB-FIB 1990):

• Para concretos de alta resistência, a curva tensão – deformação permanece linear


até elevados valores da relação tensão/tensão ultimo. As microfissuras internas no
concreto quando aplicado um carregamento ocorrem posteriormente, ou seja, após
uma certa proporção da carga última
• A deformação para o esforço máximo aumenta com a resistência do concreto.
• Existe uma redução da ductilidade do concreto conforme o aumento da resistência.
A parte descendente da curva torna-se mais inclinada.
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• Há o perigo de ruptura frágil ocasionado pelo elevado esforço local.

Estas mudanças na resposta à solicitação do material são conseqüencias do aumento da


aderência pasta-agregado graúdo no CAD. A relação tensão – deformação mais linear
reflete a redução da microfissuração para níveis baixos de tensões e a forma mais
inclinada da parte descendente da curva indica a redução da ductilidade do material.

A seguir apresentam-se curvas tensão-deformação propostas por alguns procedimentos


internacionais.

2.5.1 MC 90

O diagrama σ x ε é representado por uma parábola ascendente seguida de um patamar


de escoamento. A deformação específica em que há a conversão da parábola para o
patamar depende do nível de resistência, aumentando com o aumento desta. A
deformação última, por outro lado, é menor quanto maior for a resistência. Desta forma,
para elevados valores de resistência, há uma diminuição do patamar.
60
100 MPa
90 MPa
80 MPa
70 MPa
50 60 MPa
50 MPa

40
fc [M Pa]

30

20

10

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
1000 ec
Figura 3 – Diagrama tensão – deformação para concreto em compressão do MC-90

A forma das curvas tensão – deformação são obtidas através das seguintes equações:

⎧⎪ ⎡ ⎛ ε ⎞⎤ n ⎫⎪
σ cd = 0.85fcd ⎨1 − ⎢1 − ⎜⎜ c ⎟⎟⎥ ⎬ para εc < εc1 (Equação 12)
⎪⎩ ⎣ ⎝ ε c1 ⎠⎦ ⎪⎭

σ cd = 0.85fcd para εc1 ≤ εc ≤ εcu (Equação 13)

onde:
ε c1 = 0.002 + 0.5(fck − 50 )10 −5 (Equação 14)
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⎛ f ⎞
ε cu = 0.0025 + 0.002⎜1 − ck ⎟ (Equação 15)
⎝ 100 ⎠
n = 2 − 0.008(fck − 50 ) (Equação 16)

fck em Mpa

2.5.2 ACI 363

80

70

60

50
fc [M Pa]

40
100 MPa
90 MPa
80 MPa
30
70 MPa
60 MPa
50 MPa
20

10

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
1000 ec
Figura 4 – Diagrama tensão – deformação para concreto em compressão do ACI-363

⎡ ⎛ε ⎞ ⎛ εc ⎞
2

fc = 0.85 f ' c ⎢2⎜⎜ c ⎟⎟ − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ para 0 < εc < εo (Equação 17)
⎢⎣ ⎝ ε o ⎠ ⎝ εo ⎠ ⎥⎦

fc = 0.85f ' c para εc ≥ εo (Equação 18)

onde:

2(0.85 f ' c )
εo = (Equação 19)
Ec

f’c em Mpa

Este procedimento considera satisfatório um valor único para a deformação ultima do


concreto (0.003) independente do nível de resistência.

2.5.3 EC 2
As curvas estão em função da seguinte expressão:
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⎡ kn − n 2 ⎤
σ c = 0.85fcd ⎢ ⎥ para 0 < εc < εc1 (Equação 20)
⎣1 + (k − 2)n ⎦

σ c = 0.85 fcd para εc1 < εc < εcu (Equação 21)

onde:
εc
n= (Equação 22)
ε c1

k=
(1.1E cm )ε c1 (Equação 23)
fck

ε c1 = 0.002 + 0.5(fck − 50 )10 −5 (Equação 24)

⎛ f ⎞
ε cu = 0.0025 + 0.002⎜1 − ck ⎟ (Equação 25)
⎝ 100 ⎠

fck em Mpa

Observa-se que os limites para as deformações, εc1 e εcu, são similares aos do Código
Modelo.

60

50

40
fc [M Pa]

30

20

100 MPa
10 90 MPa
80 MPa
70 MPa
60 MPa
50 MPa
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
1000 ec
Figura 5 – Diagrama tensão – deformação para concreto em compressão do EC-2

2.6 Comparação dos Diagramas Tensão – Deformação

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A seguir, apresenta-se uma comparação entre os diagramas de tensão – deformação, do


concreto sugerido por algumas normas internacionais.
60

50

40
fc [M Pa]

30

20

10

MC-90
ACI-363
EC-2
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
1000 ec
Figura 6 – Diagrama tensão – deformação para fcd ou f’c igual a 70 Mpa
das diferentes Normas Internacionais

Observa-se que as curvas dadas pelo CEB e EC 2 são bastante parecidas, já que o
Eurocódigo está baseado no Código Modelo.

3 Comentários Finais

Pode-se afirmar que o limite inferior da resistência à compressão característica dos


concretos de alta resistência para as diferentes normas e disposições internacionais é em
torno de 50 MPa. Por outro lado o limite superior è aproximadamente igual a 100 MPa,.

O módulo de elasticidade do concreto não é proporcional ao incremento da resistência, e


no caso do CAD seu valor não deve ser extrapolado das normas de concretos
convencionais, pois poderia provocar estimativa incorreta de flechas, por exemplo.
Observa-se que as equações propostas para a obtenção do módulo de elasticidade para
o CAD apresentadas pelas diferentes Normas Internacionais, geram diagramas E x fc
similares.

As correlações dadas, pelas normas internacionais estudadas neste artigo para a


obtenção da resistência à tração através da resistência à compressão do concreto, se
mostram também similares.

O CAD é um material frágil, que quanto maior a resistência maior a sua fragilidade,
portanto para cada nível de resistência de concreto deve ser utilizada curvas tensão-
deformação diferentes. Há uma necessidade de quantificar estes parâmetros para efetuar
um dimensionamento seguro.

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Observa-se que os diagramas E x fc dados pela Norma ACI apresentam uma maior
linearidade em comparação com os diagramas dados pelas outras internacionais.

Quando vai-se trabalha com CAD é necessário considerar diagramas de tensão-


deformação com características mais realistas. As normas estudadas neste artigo
contemplam este material e incluem curvas mais realistas, e com estas pode ser feito um
dimensionamento mais adequado aos métodos experimentais. Os procedimentos
tradicionais que foram desenvolvidos para os concretos convencionais, tem que ser
modificados para dimensionar os Concretos de Alto Desempenho. Deve-se tirar proveito
do potencial do CAD melhorando os procedimentos atuais de dimensionamento.

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