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AVALIAÇÃO 01

PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE: ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA-


EXISTENCIAL

“BOJACK HORSEMAN” E SUA RELAÇÃO COM A FENOMENOLOGIA


EXISTENCIAL DA EXPERIÊNCIA

A série “Bojack Horseman” é uma animação dramática sobre um cavalo


(metamórfico) ator, que se vê em uma realidade sem grandes motivações, ou
propósitos, vivendo e revivendo a todo instante o seu passado, de maneira
depressiva nostálgica, mais precisamente quando já adulto conseguira o
sucesso e a fama ao ter realizado um programa de televisão que ficara famoso.
Apesar disso, memórias de seu passado conturbado também “surgem” à medida
em que ele experiencia certos diálogos e situações com os personagens que
pertencem ao seu ciclo social, a sua rede de afetos e interações/
relacionamentos. O sentido dessas memórias é produzido de maneira a fazê-lo
ter uma visão pessimista/melancólica sobre a vida, por exemplo, à medida que
percebe um interesse por parte das pessoas por quererem se aproximar dele
pela fama ou pelos bens materiais que possui, ou aqueles jornalistas que não o
deixam gozar de sua vida privada íntima plenamente. São revividas experiências
traumáticas também quando experiencia ambientes e objetos os quais remetem
a ele lembranças do passado com a sua mãe, por exemplo, mostrando a
negligência dos pais que vivera em seu processo de desenvolvimento infantil, e
uma desvalorização muitas vezes violenta.

A série está a nos mostrar a todo momento o horizonte temporal sendo traçado
não só pelo Bojack, mas por seus amigos e conhecidos mais íntimos, a partir do
momento que a animação também mostra suas perspectivas no presente, com
seus sonhos, suas projeções de futuro que dão sentido às atividades e vivências
do presente, enquanto este também se constrói, isto é, é produzido a partir da
criação ativa da memória subjetiva de cada um, na construção de sentido a partir
de suas experiências. Tal como nos ensina a fenomenologia enquanto
epistemologia para a construção do saber psicológico ou antropológico, por
exemplo, é a partir dessas descrições, produções de memória e projeções para
o futuro que podemos ter mais contato com a consciência subjetiva de cada
personagem, que está correlacionada dialeticamente e intrinsecamente com o
objeto-fenômeno com o qual ele se relaciona, de alguma maneira, a partir da
intuição sensorial que significa esses fenômenos e dá sentido a eles.

Para o existencialismo, o humano, sempre social contextualizado em certa


época histórica e material, goza da liberdade de não estar predeterminado
quanto ao seu sentido e o sentido de sua vida e ter a possibilidade das decisões
ativas de algum movimento a construir o seu próprio sentido, o ser “para-si” que
existe e produz a essência dos objetos. A série, pois, nos mostra, a
intencionalidade da consciência de cada sujeito em suas ações que de alguma
forma exprimem um projeto qualquer que ainda não se realizou, isto é, algum fim
visado pelo sujeito. Além de presenciarmos ao ver a série um movimento
regressivo de cada personagem de um retorno à sua condição passada, de
situações vividas subjetivamente, que em uma construção temporal dessas
experiências dão significado ao presente e são compreendidas a partir destes
fins.

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