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PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM: UMA REFLEXÃO

FUNDAMENTADA NA TEORIA BRONFENBRENNER

Antonia Soares Silveira e Oliveira


Doutora e Mestre em Educação, Psicopedagoga e Professora Universitária FIBH e FISBE
anttoniaoliver@gmail.com
Lygia Maria Silveira e Oliveira
Mestre em Tecnologia, Biomédica, Bióloga, Psicopedagoga e Professora Universitária FIBH e FISBE
lygiaoliver@hotmail.com

INTRODUÇAO

Este capítulo apresenta a abordagem teórica de Urie Bronfenbrenner e suas


contribuições para os estudos do processo de ensino aprendizagem de alunos no ensino
superior.
Leva em consideração a importância de estabelecer-se uma conexão clara e
consistente entre a teoria utilizada e os métodos empregados para se chegar a dados
fidedignos na pesquisa em contextos naturais.
O texto aponta para uma reflexão sobre os processos de aprendizagem de alunos do
ensino superior e como a teoria ecológica e sistêmica de Bronfenbrenner apresenta
possibilidades para o pesquisador analisar aspectos da pessoa em desenvolvimento, do
contexto em que vive e dos processos interativos que influenciam o próprio
desenvolvimento humano, em determinados períodos de tempo.
Nos últimos anos o crescimento de matriculas no ensino superior tem crescido nas
faculdades particulares. Há uma crescente preocupação com relação a formação acadêmica
destes discentes uma vez que são cursos que se diz o caráter educacional e profissional.
Vários fatores ambientais, sociais, afetivos influenciam o crescimento acadêmico e como
afirma Bronfenbrenner na sua teoria da Abordagem Ecológica do Desenvolvimento que
privilegia estudos longitudinais, com destaque para instrumentos que viabilizem a descrição e
compreensão dos sistemas da maneira mais contextualizada possível.
Neste contexto Bronfenbrenner explicita a necessidade dos pesquisadores estarem
atentos à diversidade que caracteriza o homem – os seus processos psicológicos, a sua
participação dinâmica nos ambientes, as suas características pessoais e a sua construção
histórico-sócio-cultural.
Define o desenvolvimento humano como “o conjunto de processos através dos
quais as particularidades da pessoa e do ambiente interagem para produzir constância e
mudança nas características da pessoa no curso de sua vida" (Bronfenbrenner, 1989,

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p.191) e afirma que o sujeito desenvolve-se em contexto, em 4 níveis dinâmicos – a
pessoas, o processo, o contexto, o tempo (Bronfenbrenner, 1996 apud Alves, 1997).
Para este teórico toda a pessoa é significativamente influenciada pelas interacções
entre os ecossistemas que se sobrepõem: mesosistema, microsistema, exosistema, e
macrosistema, denominados contexto do desenvolvimento humano, que compõem o
cronosistema. Os contextos sociais, económicos, culturais e históricos fazem parte do
macrossistema; o sistema escolar, sistema de saúde, a comunidade e a comunicação social
integram o exosistema; do microsistema fazem parte a família, os amigos e a estrutura
religiosa (Berger, 2003).
O tema em estudo possibilita a reflexão de um conjunto de perspectivas de análise e
definição de processos de ensino-aprendizagem, sobretudo quando este processo ocorre nos
contextos formais escolares no ensino superior.
Sem pretendermos ser exaustivos e profundos no conjunto de tais perspectivas,
procuramos, no entanto, salientar algumas implicações práticas e assumir as vantagens da
Abordagem Ecológica do Desenvolvimento da teoria de Bronfenbrenner que reconhece o
aluno como tendo um papel ativo e central nas aprendizagens, entendidas como co-
construções progressivas de conhecimento e destrezas e apresentar os três modelos
pedagógicos que fundamentam a relação ensino aprendizagem no contexto escolar segundo
Becker (2001).

PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Na construção dessa realidade, o pesquisador precisa considerar as características do
ambiente na qual se realiza o estudo, em todas os seus níveis de contexto, que o autor
denomina de “sistemas”.
O desenvolvimento humano é então, como quais os particularidades
da pessoa e do ambiente interagem para produzir constância e
mudança nas características da pessoa no curso de sua vida.
(Bronfenbrenner-1989,p.191)

Logo, temos definido, segundo o autor, que o contexto de desenvolvimento, está se


referindo e onde se desenrolam os processos desenvolvimentais (BRONFENBRENNER-
1996)
O contexto, o ambiente no qual aconteceram os processos de desenvolvimento da
pessoa, nesta pesquisa, foi uma faculdade privada de médio porte vinculada ao Ministerio da
Educaçao evidenciado aqui como Macrossitema, que abarca todos os outros sistemas.
O Macrossistema é definido os padrões institucionais e ideológicos da cultura e
subcultura e é composto pelo padrão global de ideologias, crenças, valores, religiões e formas
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de governo, presentes no cotidiano das pessoas que influenciaram seu desenvolvimento
(BRONFENBRENNER-1996)
E este também definirá que será os diferentes ambiente em que as pessoas
estavam nos sucessivos estágios de suas vidas, o contexto e a organização
de atividades molares, papeis e relações encontradas em cada tipo de
ambiente, e a extensão e natureza de conexões existentes entre od
ambientes no quais entra a pessoa em desenvolvimento ou afeta a sua vida
(BRONFENBRENNER-1996, p.197)

Dentro do Microssistema, o ambiente onde a pessoa estabelece relações, é essencial


para seu desenvolvimento. BRONFENBRENNER (1996) refere-se que a reciprocidade, como
o conhecimento que o outro tem e sua influencia desde conhecimento no contexto, poderá
influenciar positiva ou negativamente no desempenho sobre o outro e que estas relações
podem ter um profundo impacto sobre as relações interpessoais, dentro de um ambiente,
assim como nos demais.
Para que as instituições de ensino superior ofereçam igualdade de oportunidades aos
seus alunos é imprescindível que estabeleçam, divulguem e desenvolvam as políticas públicas
vigentes em âmbito nacional, a respeito da acessibilidade, para manter um equilíbrio na
atenção, de forma a contemplar todo seu corpo discente com ou sem alunos com necessidades
educacionais especiais, para que, quando ocorra a trnssiçao ambiental desde aluno em outro
sistema, ele possa estar mais bem assessorado.
Para BRONFENBRENNER(1979;1996) o Exossistema é o ambiente no qual o sujeito
não esta presente para defender seus interesses, mas, uma vez expostos estas decisões, irá de
alguma forma interferir em seu cotidiano.
O Exossitema envolve os ambientes que a pessoa não frenta como um participante
ativo, mas que desempenha uma influencia indireta sobre o seu desenvolvimento
BRONFENBRENNER(1979;1996), uma extensão do mesossistema, abrangendo outras
estruturas, podendo ser sociais, formais ou informais, até atingir o Macrossitema.
Para fins de analise, este sistema foi representado pelos setores de uma faculdade em
Belo Horizonte- MG. (Figura I).
As análises dos ambientes ecológicos apresentado pela Teoria de Bronfenbrenner
abordam quatro classificações: macrossistemas, microssistemas, mesossistemas e
exossistemas sendo que estas serão transpostas para a realidade analisada, pois, de acordo com
a proposta do estudo, o objetivo foi investigar o processo de ensino aprendizagem de alunos
no ensino superior.
Neste estudo, o Macrossitema foi configurado como a faculdade como o todo. Logo,
se a faculdade é o Macrossistema, as relações entre os demais ambientes menores também
contribuem para o desenvolvimento em contexto.
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Figura 1 - Esquematização da estrutura da teoria dos sistemas ecológicos de
Bronfenbrenner, adaptado por Oliveira (2015)

Um nível mais amplo como o Macrossitema, seria a relação do individuo além da


família, chegando até a escola e sociedade ou um código de posturas mais exigentes que nos é
imposta pelo meio social, seja de forma ética ou moral.
O que fica claro através da abordagem feita por BRONFENBRENNER(2002) é que o
desenvolvimento ocorre sempre e se dá entre os diferentes contextos em que o individuo está
envolvido; que as mudanças são inevitáveis e são perceptíveis à medida que o individuo se
envolve e interage com o meio ambiente em que está inserido no momento; as interações
entre homem e meio ambiente têm reflexos recíprocos que provocam conseqüências em
cadeia de forma generalizada.
No contexto, tivemos como Microssistema a pessoa (o acadêmico) na faculdade; que
passou para o Macrossistema, ou seja, a relação da pessoa com o meio da faculdade; o
Exossistema, que se configuram no Registro Acadêmico, Coordenação de curso, biblioteca,
laboratórios, entre outros e , num ambiente maior, o Macrossitema, a faculdade.
Os contextos da faculdade não puderam estar descentralizados da pessoa em
desenvolvimento, que foi o sujeito do estudo, ou seja, o aluno matriculado nos cursos
autorizados e ou reconhecidos.
O processo, que agiu sobre eles poderá impulsioná-los de forma positiva ou negativa,
em seu desenvolvimento, principalmente, se a instituição não der o apoio necessário a este
aluno.

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Mas o individuo também tem sua cota de responsabilidade pelo seu desempenho, que
o conduzirá ao resultado de fracasso ou sucesso.
BRONFENBRENNER(1996) afirma que a existência de uma rede social entre
sistemas é de vital importância na construção de um Macrosistema, pois se não existir uma
rede social que tenha uma participação efetiva em seu outro ambiente, o mesmo não se
estabelece estas relações seriam as estabelecidas entre a coordenação, aluno e , num âmbito
maior, que é a faculdade.
Neste contexto, as políticas públicas também trazem suas contribuições, pois
governam o desenvolvimento e o comportamento deste sujeito, exposto ao que chamamos de
macrossistemas, microssistemas, mesossistemas e exossistemas, sob a base teórica de
Bronfenbrenner, temáticas estas que nortearam os problemas focados dentro de seus sistemas.
Ao elaborar os aspectos que serviram neste estudo, foram utilizadas alguns critérios de
desenvolvimento humano de Bronfenbrenner, onde se buscou suporte para o embasamento
teórico da pesquisa.
Bronfenbrenner formulou sua teoria de desenvolvimento humano, publicada no final
da década de 70, expondo ao campo científico importantes premissas para o planejamento e
desenvolvimento de pesquisas em ambientes naturais. Seus escritos faziam uma séria crítica
ao modo tradicional de se estudar o desenvolvimento humano, referindo-se entre outras
coisas, à grande quantidade de pesquisas concluídas sobre desenvolvimento “fora do
contexto”. Para ele, essas investigações focalizavam, somente, a pessoa em desenvolvimento
dentro de ambiente restrito e estático, sem a devida consideração das múltiplas influências dos
contextos em que os sujeitos viviam (BRONFENBRENNER, 1977; 1996).
No modelo bioecológico, são reapresentados quatro aspectos multidirecionais inter-
relacionados, o que é designado como modelo PPCT: "pessoa, processo, contexto e tempo".

1) Pessoa: refere-se ao fenômeno de constâncias e mudanças na vida do ser humano


em desenvolvimento, no decorrer de sua existência. A abordagem reformulada ressalta a
importância de se considerar as características do indivíduo em desenvolvimento, como suas
convicções, nível de atividade, temperamento, além de suas metas e motivações. Para o
autor, isso tudo tem considerável impacto na maneira pela qual os contextos são
experienciados pela pessoa, tanto quanto os tipos de contextos nos quais o sujeito se insere.
Características do tipo pessoais, como gênero ou cor da pele, que podem influenciar na
maneira pela qual outros lidam com a pessoa em desenvolvimento, como valores e
expectativas que se têm na relação social devem ser consideradas. Qualidades pessoais como
estas podem nutrir ou romper a operação de processos de crescimento psicológico. Além
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disso, o autor aponta que nenhuma característica da pessoa pode existir ou exercer influência
sobre o desenvolvimento isoladamente. No modelo bioecológico proposto por
Bronfenbrenner e Morris (1998), são distintos três tipos de características da pessoa que
influenciam e moldam o curso do desenvolvimento humano. O primeiro é: disposições que
podem colocar os processos proximais em movimento e continuam sustentando a sua
operação. O segundo diz respeito aos recursos bioecológicos de habilidade, experiência e
conhecimento para que os processos proximais sejam efetivos em determinada fase de
desenvolvimento e, por último, há características de demanda, que convidam ou
desencorajam reações do contexto social que pode nutrir ou romper a operação de processos
proximais.

2) Processo: tem a ver com as ligações entre os diferentes níveis e se acha


constituído pelos papéis e atividades diárias da pessoa em desenvolvimento. Para se
desenvolver intelectual, emocional, social e moralmente um ser humano, criança ou adulto,
requer - para todos eles - a mesma coisa: participação ativa em interação progressivamente
mais complexa, recíproca com pessoas, objetos e símbolos no ambiente imediato. Para ser
efetiva, a interação tem que ocorrer em uma base bastante regular em períodos estendidos de
tempo. Tais formas duradouras de interação no ambiente imediato referem-se a processos
proximais (proximal process). São achados exemplos de padrões duradouros destes
processos na relação pais-criança e atividades de criança-criança em grupo ou jogo solitário,
como lendo, aprendendo habilidades novas, resolvendo problemas, executando tarefas
complexas e adquirindo conhecimento e experiências novas (BRONFENBRENNER; CECI,
1994, p. 6). O autor ainda aponta que processos proximais são como máquinas ou motor do
desenvolvimento.

3 )Contexto: quando o autor fala em contexto de desenvolvimento, está se referindo


ao meio ambiente global em que o indivíduo está inserido e onde se desenrolam os
processos desenvolvimentais. Os vários ambientes subdivididos pelo autor, abrangendo
tanto os ambientes mais imediatos nos quais vive a pessoa em desenvolvimento, como os
mais remotos, em que a pessoa nunca esteve, mas que se relacionam e têm o poder de
influenciar o curso de desenvolvimento humano. Esses ambientes são denominados micro,
meso, exo e macrossistemas e sobre eles será escrito mais adiante.

4)Tempo: pode ser entendido como o desenvolvimento no sentido histórico ou, em


outras palavras, como ocorrem as mudanças nos eventos no decorrer dos tempos, devido às
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pressões sofridas pela pessoa em desenvolvimento. Para Bronfenbrenner e Morris (1998),
eventos históricos podem alterar o curso de desenvolvimento humano, em qualquer direção,
não só para indivíduos, mas para segmentos grandes da população. A passagem de tempo
em termos históricos tem efeitos profundos em todas as sociedades. Pequenos episódios da
vida familiar, como a entrada da criança na escola, o nascimento de um irmão ou a mudança
de trabalho dos pais, podem ter significativa influência no desenvolvimento das pessoas da
família num dado momento de suas vidas. Outro exemplo de como o tempo influencia o
desenvolvimento da pessoa, é a diferença na maneira dos pais criarem seus filhos, na década
de 40 e na década de 80, ou na atualidade.
Quanto à concepção de desenvolvimento, Bronfenbrenner (1996), em vez de dar toda
a importância aos processos psicológicos tradicionais como percepção, motivação,
pensamento ou aprendizagem, enfatiza o conteúdo desses processos como o que é percebido
pela pessoa, ou ainda o que é temido, pensado ou adquirido como conhecimento,
importando-se mais em como a natureza desse material psicológico pode ser alterada em
função da exposição e interação do ser humano em desenvolvimento com o seu meio
ambiente.
A definição de desenvolvimento humano para o autor, consiste em: mudança duradoura na
maneira pela qual uma pessoa percebe e lida com o seu ambiente isto é:

(...) é o processo através do qual a pessoa desenvolvente


adquire uma concepção mais ampliada, diferenciada e válida
do meio ambiente ecológico, e se torna mais motivada e mais
capaz de se envolver em atividades que revelam suas
propriedades, sustentam ou restituíram aquele ambiente em
níveis de complexidade semelhante ou maior de forma e
conteúdo (Bronfenbrenner, 1996, p. 5).

Entende-se que nenhuma característica de um ser humano pode existir ou influenciar o


desenvolvimento de modo isolado, como propõe Bronfenbrenner (1996).
Toda qualidade de uma pessoa é intrinsecamente inserida, encontrando significado e
plena expressão em um determinado ambiente.
Esse ambiente ecológico de pesquisa não se limita apenas à localização imediata dos
participantes do estudo.
Dele também fazem parte elementos físicos dos arredores, localização geográfica,
objetos ou situações inesperadas, e todos os outros aspectos que possam caracterizar aquela
família em sua singularidade ou de alguma forma possam influenciar o curso da pesquisa.

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CONSIDERAÇOES FINAIS

Por meio do modelo ecológico da teoria de Bronfenbrenner podemos analisar melhor


o processo ensino aprendizagem que se estruturam nos contextos escolares, e percebermos a
importância da reciprocidade, afetividade e equilíbrio de poder na relação entre pares.
Entendemos que a teoria de Bronfenbrenner nos faz constatar e pensar no quanto o
ambiente pode intervir na vida das pessoas e conseqüentemente na formação profissional.
As formas como o macrossistema afeta os microssistemas, e vice-versa, mostram a
necessidade de que as políticas voltadas para as instituições do ensino superior não fiquem
sempre centralizadas em um único poder.
Considerando o aluno, um ser em desenvolvimento, inserido em vários ambientes
(microssistemas) entre eles a relações interpessoais estabelecidas, dependem em grande parte
do trabalho competente e responsável desempenhado pelo professor, portanto, ele representa
um papel mediador fundamental no processo ensino-aprendizagem.
Neste sentido os gestores, coordenadores dos cursos e professores devem aprofundar
nas teorias e bases epistemológicas da pratica educativa evitando a massificação do ensino e
conseqüentemente o fracasso escolar.
É emergencial que ao analisar o processo de ensino - aprendizagem busque
fundamentos que formula o conhecimento sobre o tema, uma vez que é concebido para formar
sujeitos autônomos, participantes de um mundo que está em constante mudança, exigindo,
sempre, posicionamento e reflexão de quem nele atua.
Para isto, as propostas de prática de ensino devem proporcionar para o aluno as
condições para que ele exerça a tomada de decisões, desenvolva a capacidade de colaborar e
trabalhar em equipe e a capacidade de desenvolver projetos, agindo eticamente. E, ainda, que
sejam desafiadoras, instiguem a criatividade dos alunos, promovam a mobilização de
esquemas mentais complexos e significativos.
BECKER nos alerta de que a formação docente precisa incluir, cada vez mais, a
crítica epistemológica em suas práticas profissionais, a fim de pensar o seu papel na escola
contemporânea e as sua ação enquanto agente social ativo.
Também Paulo Freire deixou clara a necessidade de o professor pensar e reconsiderar,
costumeiramente, as suas metodologias, pois uma das qualidades mais importantes do homem
novo e da mulher nova é a certeza que têm de que não podem parar de caminhar e a certeza
de que cedo o novo fica velho se não se renovar (FREIRE, 2001).
É preciso que as diferenças individuais e as do contexto sejam consideradas como
elementos investigativos ao desenvolvimento, e não como barreiras.

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Devemos abandonar a idéia de construirmos modelos padronizados para a educação,
mas apostarmos nos modelos que induzem a um constante reconstruir, transformar, inovar e
por que não dizer “revigorar” as práticas pedagógicas.
O educador não pode se esquecer é que vivemos num mundo globalizado, inclusivo e
heterogêneo, em que é necessário muita sensibilidade para podermos compreender as
diversidades humanas sendo assim apoiamos nas palavras de Gadotti.(1996) “A educação,
como lugar de prolongamento de uma sociedade, deve ser o lócus do inacabado, do
transitório e do não permanente”.
Para chegar ao conhecimento, educadores e educandos precisa de estímulos que
despertem a curiosidade e consequentemente a busca. Mas a curiosidade de um não pode
inibir a do outro, devem ser complementares e para Freire (2001) a mudança é possível na
educação, desde que ambos acredite, pois a história deve ser vista como uma possibilidade e
não uma determinação.

REFERÊNCIAS

BRONFENBRENNER, U. A Ecologia do Desenvolvimento Humano: Experimentos


Naturais e Planejados. Porto Alegre, Artes Médicas, 2002.

BRONFENBRENNER, U.; EVANS, G. Developmental science in the 21st century:


Emerging questions, theoretical models, research designs and empirical findings.
Social Development, 9, p.115-125, 2000.

BECKER, Fernando. A epistemologia do professor; o cotidiano da escola. 10ª edição


Petrópolis: Vozes, 2002.

________. Educação e Construção do Conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.

________. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem: J. Piaget e Paulo Freire. Porto


Alegre: Palmarinca, 1993.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. São Paulo: Cortez Editora, 1997.

_________ Educação e Mudança. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985.

________ Política e Educação. São Paulo: Cortez, 2001


GADOTTI; Moacir. A educação contra a educação .Rio de Janeiro :Paz e terra ,1981.
PIAGET, Jean. O Nascimento da Inteligência na Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

_______. Problemas de Psicologia Genética. São Paulo: Florense,1973.

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_______. Sobre Pedagogia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

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