Cadeira: Deontologia
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INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO PROFISSIONAL NJERENJE
Cadeira: Deontologia
Discentes:
Assimina Jaime
Azimira Shineida Ahmed
Jaclin Pita
Jorge Caliba Jemusse
Júlia Paulo Padre
Madalena Luís
Nélsia Ferrão Sande
Teresa Pedro
Docente: dra.Eugenia
Carlos
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Índice
Introdução ............................................................................................................................................ 3
Objetivos .............................................................................................................................................. 5
Conceitos .............................................................................................................................................. 6
Deveres................................................................................................................................................. 6
Paciente ................................................................................................................................................ 6
Pessoa doente que precisa de cuidado.................................................................................................. 7
Humanização, vínculo e respeito no cuidado....................................................................................... 7
Denominação tradicional ..................................................................................................................... 7
Pessoa passiva ao tratamento ............................................................................................................... 7
Direitos e Deveres do Paciente ............................................................................................................ 8
Direitos do paciente ............................................................................................................................. 8
Deveres do paciente ........................................................................................................................... 11
Conclusão ........................................................................................................................................... 12
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Introdução
Este trabalho que tem o objectivo de debruçar sobre os direitos e deveres dos pacientes no âmbito
da saúde, verifica-se que o Direito à Saúde é um direito fundamental consagrado na Constituição da
República de Moçambique conforme consagrado no artigo 89: “Todos os cidadãos têm direito à
assistência médica e sanitária, nos termos da lei, bem como o dever de promover e defender a saúde
pública”. É nesse sentido que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) moçambicano, criado através da
Lei n.º 25/91, de 31 de Dezembro, estabelece mecanismos para a realização daquele objectivo.
Para a efectivação deste desiderato, o governo moçambicano através da Resolução n.º 73/2007, de
18 de Dezembro, adoptou a Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes (CDDD), sendo assim este
trabalho visa descrever todos direitos e deveres do paciente. Para elaboração do mesmo usaou.se
como metodologia a consulta bibliográfica.
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Objetivos
Geral:
• Descrever os direitos e deveres dos pacientes no âmbito da saúde
Específicos:
• Identificar os direitos dos pacientes
• Identificar os deveres dos pacientes
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Conceitos
Direitos
São os comportamentos e atitudes que os outros devem ter para connosco, Ferreira ABH, (1999).
Exemplo:
• Ser respeitado/a(s), independentemente de se ser rapaz ou rapariga, da idade, nacionalidade
e origens culturais.
• Dar a nossa opinião.
• Estabelecer os nossos limites.
• Dizer Não.
• Decidir e escolher livremente, sem pressões.
• Ter outros amigos.
• Passar tempo com as pessoas de quem gostamos.
• Não ser agredido/a(s) psicológica, emocional, física ou sexualmente.
Deveres
São os comportamentos e atitudes que devemos ter para com os outros. Ferreira ABH, (1999).
Exemplo:
• Respeitar a outra pessoa, independentemente do seu sexo, idade, nacionalidade e origens
culturais.
• Aceitar a opinião da outra pessoa, principalmente quando é diferente da nossa.
• Respeitar os limites da outra pessoa.
• Escutar a outra pessoa.
• Permitir que a outra pessoa faça escolhas e decida livremente, sem pressões.
• Aceitar que a outra pessoa tem o direito de ter outros amigos.
• Dar à outra pessoa espaço para passar tempo com pessoas de quem gosta.
• Não agredir psicológica, emocional, física ou sexualmente a outra pessoa.
Paciente
Paciente é aquele que espera, ou seja, que deve ter paciência e esperar por ações e
intervenções dos profissionais de saúde, Soar Filho EJ (1998). Muitas vezes, a demora para ser
atendido é tão grande que haja paciência.
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Pessoa doente que precisa de cuidado
Paciente é a pessoa que necessita de cuidados especiais e amparo, por um período curto,
médio ou longo. É alguém que se encontra internado, com fragilidade e necessidade de cuidado
individualizado, pois cada pessoa se fragiliza de uma forma e enfrenta a situação de uma forma
particular, Koerich MS, (2005).
Denominação tradicional
Paciente é a denominação convencional mais comum e antiga. É o termo que mais lembra o
contexto hospitalar. É o modo usado na graduação e durante os estágios, assim nos apropriamos
disso de tanto ouvirmos esse termo.
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Direitos e Deveres do Paciente
Direitos do paciente
1. Direito à saúde sem discriminação:
Todos os cidadãos têm direito à saúde, independentemente da sua condição social e económica
e orientação sexual, ou das suas convicções políticas, filosóficas e religiosas, as quais devem
ser respeitadas, no âmbito da constituição e dos direitos humanos.
Ao doente deve ser proporcionado o apoio espiritual requerido por ele ou por quem
legitimamente o represente, de acordo com as suas convicções.
Os utentes dos serviços de saúde têm direito a cuidados de qualidade requeridos pela sua
condição clínica, dentro dos limites impostos pela escassez de recursos humanos, técnicos e
financeiros disponíveis.
Os padrões de qualidade são definidos pelas organizações profissionais, à luz da prática médica
contemporânea estabelecida.
3. Direito à dignidade e a uma atitude apropriada por parte dos prestadores de cuidados de
saúde.
Os doentes têm direito ao respeito pela sua dignidade e a uma disposição positiva por parte dos
profissionais da saúde que demonstre cortesia, paciência e empatia; além de deverem ser
atendidos por profissionais claramente identificados.
O doente tem direito ao sigilo em relação a factos da sua vida privada e familiar e quaisquer
outros de que o pessoal da saúde tenha conhecimento no exercício das suas funções.
Os doentes têm direito à liberdade de escolha do prestador de cuidados de saúde, dentro dos
condicionalismos da lei e no quadro do funcionamento normal das estruturas de saúde.
O doente tem o direito de obter uma segunda opinião sobre a sua situação de saúde. Este
direito, que se traduz na obtenção do parecer de outro médico, permite ao doente complementar
a informação sobre o seu estado de saúde, dando-lhe a possibilidade de decidir, de forma mais
esclarecida, acerca do tratamento a prosseguir.
Estas informações devem ser prestadas devendo ter sempre em conta a personalidade, o grau de
instrução e as condições clínicas e psíquicas do doente, para que possa decidir acerca desses
elementos.
O doente pode desejar não ser informado do seu estado de saúde, podendo indicar, caso o
entenda, quem deve receber a informação em seu lugar.
O doente tem o direito de tomar conhecimento dos dados registados no seu processo, devendo
esta informação ser fornecida de forma precisa e esclarecedora.
A omissão de alguns desses dados apenas é justificável se a sua revelação for considerada
prejudicial para o doente ou se contiverem informações sobre terceiras pessoas.
Todo o indivíduo tem direito a participar nas decisões que digam respeito à sua saúde; esta
informação é um pré-requisito para qualquer procedimento ou tratamento, incluindo a
participação na investigação científica.
Os doentes têm o direito de recusar a prestação de cuidados que lhe são propostos, desde que
isso não faça perigar a saúde de terceiros.
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12. Direito a receber cuidados continuados
O doente tem o direito de obter dos diversos níveis de prestação de cuidados uma resposta
pronta e eficiente, que lhe proporcione o necessário acompanhamento.
O doente tem o direito à marcação da sua consulta, meio de diagnóstico ou tratamento, dentro
de um período de tempo rápido e pré-determinado, tendo em consideração as limitações do
sistema.
A marcação das consultas e procedimentos deve ser feita de modo escalonado, para que no dia
do atendimento o doente seja atendido tanto quanto possível à hora marcada, minimizando,
assim, a perda do seu tempo e o seu desgaste físico e psicológico.
O doente tem o direito a não ser sujeito a dores ou sofrimento desnecessários, em cada fase da
sua doença.
O doente tem o direito de acesso a serviços de saúde e tratamentos com adequados padrões de
segurança, não devendo sofrer danos pelo mau funcionamento dos serviços, nem por erros ou
negligência.
Quando sofrer tais danos, tem o direito de receber compensação nos termos da lei, dentro de
um curto e razoável período de tempo.
Através dos canais disponibilizados pelas Autoridades Sanitárias, os doentes têm direito a
apresentar, individual ou colectivamente, petições, sugestões, reclamações ou queixas sobre a
organização e o funcionamento dos serviços de saúde; e de ter as suas queixas atendidas
prontamente e de maneira equitativa.
O doente terá sempre de receber, em tempo útil, resposta ou informação acerca do seguimento
dado às suas sugestões e queixas.
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Deveres do paciente
1. Dever de se abster de atitudes, comportamentos e hábitos que ponham em risco a sua própria
saúde ou a de terceiros
2. Dever de contribuir para a melhoria, ao seu alcance, das condições de saúde familiar e
ambiental
8. Dever de não pedir ou pressionar os profissionais da saúde para que forneçam documentos e
informações que não correspondam à realidade dos factos.
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Conclusão
Chegado a esta fase do trabalho, conclui-se que o direito à saúde é um direito fundamental e social
com assento constitucional conferido a todos os cidadãos na sua totalidade, nomeadamente, o
princípio da igualdade e universalidade e que para a concretização desse desiderato existem
organismos criados para a sua materialização, sendo que em Moçambique.
Por tanto para o caso de Moçambique, o artigo 92.° estabelece o direito dos consumidores, à
qualidade dos bens e serviços consumidos, à formação e informação, à protecção à saúde, entre
outros que servem de base à Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes em Moçambique aprovada
através de uma Resolução, que se entende como não sendo a mais adequada à realidade actual, pois,
actualmente existem novos determinantes de saúde com base na necessidade dos utentes estarem
mais protegidos e cientes dos seus direitos e deveres, algo que boa parte dos usuários do serviço
nacional de saúde tanto públicos como privados ainda desconhecem.
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Referencias bibliográficas
1. Soar Filho EJ. A interação médico-cliente. Rev Ass Med 1998
2. Gracia D. Ética y vida: estudos de bioética n º 2: Bioética clínica. Santa Fé de Bogotá (CO): El
Buho; 1998.
3. Ferreira ABH. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3ª ed. Rio de
Janeiro (RJ): Nova Fronteira, 1999.
4. Koerich MS, Machado RR, Costa E. Ética e bioética: para dar início à reflexão.Texto Contexto
Enferm. 2005.
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