Objetivo
Instrumentalizar os professores(as) e coordenadores(as) quanto às técnicas da oratória para o
melhor desempenho das aulas nas classes da Escola Dominical.
Introdução
A comunicação verbal ou não verbal passaram a fazer parte do cotidiano de todos nós ao
longo dos séculos. Fazemos o uso da oratória todos dias. A partir do momento em que acordamos,
nos relacionamos com as pessoas que estão a nossa volta, seja na família, no trabalho, na escola,
na igreja; na sociedade, enfim. Estamos sempre comunicando alguma coisa a alguém e
convencendo com a nossa mensagem.
Na contemporaneidade, diante da velocidade da informação e constantes mutações, as
pessoas são mais exigentes e imediatistas. Logo, temos que ser zelosos com o que e como
comunicamos, sobretudo, com a nossa imagem, seja no âmbito presencial ou virtual. Em se tratando
da oratória para o mundo virtual e a necessidade de atrair seguidores, se faz necessário, além do
domínio do discurso, a habilidade com os recursos multimídias, segurança diante das câmeras e
plataformas digitais.
Que tal conversarmos um pouco sobre o conceito de oratória, onde surgiu e por que?
1. O significado de Oratória
É a arte de falar bem em público, ela reúne um conjunto de elementos que envolve a fala, a
expressão, a postura, os gestos a segurança diante do público, o domínio do conteúdo e outros. A
palavra é a veste do pensamento, a forma das ideias, o ritmo da poesia, a intensidade da expressão.
Podemos dizer que oratória é o ato de influenciar, de convencer, de conectar e levar o conhecimento.
Saiba que a oratória é um conjunto de habilidades que podem ser aprendidas e aperfeiçoadas.
Exemplo: “Quando você faz um convite carinhoso para uma colega de trabalho ou vizinha,
convidando-a para participar da Escola Dominical de sua igreja, ela aceita e vai...” Você usou voz
mansa, gentil, convenceu com o seu pedido. Dessa forma, fez uso da oratória.
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1.1 Você sabe a origem da palavra oratória e onde ela surgiu?
A oratória mudou ao longo dos séculos, consequentemente, os ouvintes de hoje, solicitam uma
fala mais natural, com linguagem objetiva e coloquial. Mas, se oratória está presente em todos os
momentos das nossas vidas, por que a maioria das pessoas tem tanto medo de falar em
público? Esse medo de falar em público nos remete à lembrança, de um importante herói da Fé,
Moisés. Vejamos o que diz: Êxodo 4: 10
“Então disse Moisés ao Senhor: Ah, meu Senhor! eu não sou homem eloquente, nem de ontem
nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e
pesado de língua.”
Diante da narrativa de Moisés, é notório que o medo de falar em público não é um assunto
novo e pode acontecer com qualquer pessoa. Moisés foi educado e treinado dentro de um palácio e
mesmo tendo um chamado, tentou escapar, desejou passar essa missão. Seria por medo de falar?
Vamos entender um pouco sobre o medo de falar em público!
Isso acontece porque as pessoas tendem a sentir muito medo da avaliação de terceiros. E, a
partir da sua mensagem, há o receio de encarar críticas, seja na igreja, no trabalho ou na escola.
Alguns tem verdadeira fobia de se expor, esse medo exacerbado pode ser uma fobia social, doença
denominada, Glossofobia. Os sintomas são: suor excessivo nas mãos, coração acelerado,
gagueira momentânea, perda da linha de raciocínio.
Se você também tem medo de falar em público, é importante identificar o nível desse medo;
como e quando ele surgiu. O que você sente? Nervosismo (falta de concentração); ansiedade
(impaciência); baixa autoestima (não acreditar em si mesmo). Importante é identificar as causas,
tratá-las e enfrentá-las.
Vejamos!
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✔ Planejar o que vai apresentar e praticar – conheça seu público, planeja sua
apresentação com antecedência. Defina os pontos centrais da sua fala e monte um esquema
para se lembrar de todos eles. Depois disso, pratique sozinho(a) a sua exposição, quantas
vezes forem necessárias! Apresente para os familiares, ou amigos e, posteriormente, para o
público.
3. Aperfeiçoando a ORATÓRIA
Partindo do princípio que a oratória é uma arte, ela deve ser treinada, praticada e exercitada,
quanto mais você falar em público, mais à vontade e confiante ficará. Uma boa comunicação
envolve vários aspectos, vejamos!
3.1 – Conhecer o público - Entender as características de seus ouvintes ajuda na estruturação
e planejamento da mensagem que você quer passar. Exemplo: “se você for convidado(a) para
ser professor(a) da classe de jovens, ou de juvenis, precisa planejar uma aula com linguagem
adequada a esse público”.
3.2 – Dominar o Conteúdo - Ao planejar o conteúdo que vai comunicar, seja uma aula da
Escola Dominical, uma reunião ou palestra, pense em quais argumentos pretende usar! De que
forma irá iniciar? Estude, pesquise, treine e fundamente o “discurso, aula ou palestra...” !
Faça um roteiro sequencial do seu discurso, procure desenvolver um pensamento didático,
que nada mais é do que a organização do pensamento, com começo, meio e fim! Selecione os
recursos adequados ao assunto que pretende usar, eles auxiliarão a transmissão tornando a
mensagem mais atraente!
3.4 – Cuidar da dicção - A dicção diz respeito à forma como pronunciamos os sons das sílabas,
letras e palavras. Esse fator é fundamental para uma boa oratória pois, se mal trabalhado, pode
dificultar o entendimento do público. Mesmo estando nervoso(a) procure manter um auto
controle, não fale rápido demais, conjugue bem os verbos, pronuncie corretamente as palavras,
as sílabas, os plurais dentre outros.
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A dicção é a forma de se expressar que, devido à pronúncia, pode ser clara ou não. Um
problema de dicção, muitas vezes, advém de uma característica da língua oral, um desleixo de
quem fala, ou porque fala baixo, ou alto, ou rápido ou troca uma letra por outra. Vale lembrar
que problemas na fala, nesse caso, precisam de acompanhamento de um especialista da
fonoaudiologia.
Veja os descuidos que remetem a problemas de dicção:
a) Omissão do “R” e “S” no final das palavras “Vou levar” por “vou levá”; “Fizemos” por “fizemo”.
b) Omissão de sílabas “Vamos embora?” por “vambora?”
As falhas na dicção podem se originar de uma respiração desordenada, carência de
conhecimento verbal ou até da falta de aquecimento dos músculos faciais.
3.5 – Cuidar da voz – A nossa voz é uma ferramenta importantíssima na comunicação,
portanto, faça bom uso dela. Você pode aumentar ou diminuir o volume, ritmo ou intensidade
da sua voz, de acordo com o tema, assunto, quantitativo de ouvintes e ênfase que queira dar
quando estiver comunicando. A voz deve estar em sintonia com a expressão facial e corporal,
pois oratória é um conjunto desses elementos.
3.6 – Evitar os vícios de linguagem – Denominamos vícios de linguagem as expressões
involuntárias, que aparecem entre uma frase e outra. Lembra daquela pausa para pensar? Por
vezes é preenchida por: é é é é é é, ou um ok… Devem ser evitados os “Né” “Você sabe?”
“Você tá entendendo?” “Então” “tá”… Programe pausas a serem respeitadas entre uma fala
e outra. Assim, você respeita seu próprio tempo e evita o surgimento de sons indesejados.
3.7 – Interagir com o público – procure estabelecer empatia com a plateia, dirija o seu olhar
para todos(as) os(as) ouvintes, eles(as) precisam sentir que estão incluídos na dinâmica da aula
ou palestra! Seja agradável, gestual, expresse alegria e prazer pela mensagem apresentada!
Se for uma aula da Escola Dominical, envolva todos(as) alunos(as) nesse processo. Procure
sempre que possível olhar nos olhos dos alunos(as) e estar perto de todos(as), passe
credibilidade e simpatia.
Use técnicas para atrair o seu público, por meio de história, metáfora, poesia,
ilustração, perguntas, ou material concreto! Esses recursos prendem a atenção da plateia,
marcam sua presença e ajudam a fixar a mensagem abordada.
3.8 – Utilizar os recursos audiovisuais – na contemporaneidade, regida pelo avanço da
tecnologia, as pessoas são atraídas pelos apelos do mundo digital e seus aparatos, nesse
sentido os recursos midiáticos favorecem a comunicação de quem fala e de quem ouve.
A utilização de vídeos, gráficos, podcast, imagens... servem como suporte para melhor
estruturar a ideia do orador e facilitar a compreensão dos ouvintes. A utilização desses recursos
proporcionam maior segurança ao orador, que em caso de esquecimento pode dar uma
olhadinha para continuar seu discurso. Funciona como um disparador para a mensagem a ser
comunicada.
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Nesse contexto virtual a oratória ganhou grande importância no cotidiano de todos nós, seja
como orador ou ouvinte. A rapidez, o dinamismo e a conveniência do digital o tornaram um dos
meios de comunicação mais eficazes da atualidade. O mundo digital passou a atrair cada vez mais
usuários, dessa forma, diversas pessoas viram na postagem e na divulgação de vídeos na internet
uma maneira de expor as suas ideias.
Alguns cuidados devem ser observados:
4.1 – O conteúdo – deve ser enxuto, objetivo, atraente, com linguagem clara e dialógica; tratamento
pessoal, adequado ao público e dinâmico. Estude e domine o conteúdo, faça um roteiro, se não tiver
um teleprompter, posicione o texto num local que facilite a sua visão, sem deixar o público perceber
que você está lendo! Dê vida a sua mensagem!
4.2 – O público – dependendo do assunto ou da abordagem de divulgação, você pode ter diferentes
públicos. Contudo, se está na web poderá ser visualizado por qualquer pessoa, a menos que, seja
um conteúdo privado, para um público restrito ou uma videoconferência com senha.
4.3 – A técnica a ser empregada – por ser uma apresentação on-line, o técnico é a ponte entre
você e a sua audiência. Teste os equipamentos que serão utilizados, tais como: microfone, câmera,
iluminação, a temperatura do ambiente! Organize e teste os recursos que serão utilizados: slides,
vídeos, músicas e outros! A conexão com a internet deve ter uma boa velocidade para evitar as
“quedas”. Mesmo assim, você não está isento de uma falta de energia, de uma falha na conexão,
do seu microfone parar de funcionar, ou outro problema repentino.
4.4 – A voz e expressão corporal – a voz é a nossa ferramenta de trabalho, seja na Oratória
presencial ou virtual, logo, cuide para que sua voz seja agradável, natural e conquiste seus
seguidores ou ouvintes. A sua expressão corporal deve estar em equilíbrio com o seu discurso, o
rosto deve expressar simpatia, alegria e motivação para quem ouve. Cuidado com os excessos de
gestos, evite o movimento das mãos na frente do rosto!
4.5 – O contato visual – para onde eu olho quando estou diante das câmeras? Deve falar olhando
para câmera. Esse é um item que pode parecer simples, mas não é na prática. Isso acontece porque,
na prática, tendemos a olhar para nós mesmos, para a nossa própria imagem enquanto falamos.
Isso, pode afetar, portanto o processo comunicativo.
4.6 – A etiqueta – numa apresentação presencial, você provavelmente planeja com antecedência,
a roupa que vai usar, a maquiagem, se preocupa com o cabelo com as unhas; como vai
cumprimentar as pessoas presentes, o tipo de interação que vai propor. Não é muito diferente no
virtual, pois existe também uma etiqueta apesar de remoto. Por mais que você esteja na sua casa,
não dá para, simplesmente, usar pijamas ou roupas esportivas em uma apresentação formal.
4.7 – O cenário – o sucesso da boa oratória virtual vai depender de diferentes aspectos. Vejamos!
Se você estiver devidamente arrumado(a), bem vestido(a), sua voz for agradável, seu conteúdo rico
e interessante, mas o cenário for de um cômodo da casa em desordem, vai comprometer o discurso,
a credibilidade e até perder a audiência. Nesse caso, cuide bem de todos os detalhes para garantir
uma boa apresentação!
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Conclusão
No decorrer desse estudo você pode perceber que a oratória se faz presente em todas as
áreas de nossas vidas, seja na família, na igreja, no trabalho ou no lazer de forma presencial ou
virtual. Estamos sempre comunicando alguma coisa a alguém e aprendendo com as mensagens que
recebemos.
Na perspectiva de que a oratória é um conjunto de habilidades que podem ser aprendidas e
aperfeiçoadas, sugiro que desenvolva uma consciência de expressão, ou seja, avalie como você se
expressa, se tem medo de falar em público, se é tímido(a) em que estágio está! O processo de
autoconhecimento é fundamental para reconhecer as fragilidades e avançar para superá-las, assim
sentir-se-á mais seguro(a) diante do público.
Nessa busca pela boa oratória, ao roteirizar o seu discurso seja ele para o público presencial
ou virtual, procure desenvolver um pensamento didático, com começo, meio e fim! Organize os
pensamentos e sobretudo, conheça seu público! Tenha cuidado com: a postura, dicção, voz, cenário
e com os recursos que serão utilizados! Evite os vícios de linguagem e controle o nervosismo! Invista
tempo na prática, fale de frente para o espelho, ou para alguém possa te ouvir, ou grave um vídeo
para assistir e corrigir as falhas, dessa forma se tornará mais confiante!
Para finalizar, aproveite as oportunidades, não negligencie seu chamado, em especial se for
para comunicar sobre a Palavra de Deus. O mundo está carente de uma mensagem que liberta, instrui
e traz esperança. Portanto, seja você um aluno(a), professor(a), coordenador(a) ou secretário (a) da
Escola Dominical coloque em prática as orientações aqui compartilhadas! Destrave a língua, enfrente
o medo, estude, se capacite e seja um bom orador, tanto na modalidade presencial quanto virtual!
Diga sim aos convites que você receber e seja um(a) porta voz, um verdadeiro(a) protagonista da
mensagem salvadora de Jesus Cristo!
Referências
1. https://www.infoescola.com/comunicacao/5-maneiras-de-vencer-o-medo-de-falar-em-publico/
2. https://thespeaker.com.br/o-que-nao-te-contaram-sobre-oratoria-na-era-digital/
3. https://www.univoz.com.br/expressividade-e-oratoria-no-universo-online-7-dicas-para-se-sair-bem-no-
digital/
4. https://blog.omie.com.br/blog/tecnicas-de-oratoria-e-comunicacao
5. https://www.youtube.com/watch?v=mju_yio3XCk
6. https://www.youtube.com/watch?v=1tCV2oxbjbk
7. https://www.youtube.com/watch?v=ethFYRJvUWM
8. POLITO, Reinaldo. Como falar em público. 95ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001.