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2sriv2024 11:23, ‘Sais Ocupacional Saude (https:/www.saudeocupacional.org) Ocupacional.org ¥ (http://twitter.com/saudeocuporg) (http://instagram.com/saudeocupacional) f (https://www.facebook.com/blog.saudeocupacional.org) Digite aqui sua busca Q = MENU 15 OUT 2018 RESOLUCAO CFM N. 2183/2018 COMENTADA PONTO A PONTO (HTTPS://WWW.SAUDEOCUPACIONAL.ORG/201 8/10/RESOLUCAO-CFM-N-21832018- COMENTADA-PONTO-A-PONTO.HTML) POSTADO EM: LEGISLAGAO (HTTPS:// wWW.SAUDEOCUPACIONALORG/CATEGORY/LEGISLACAO) MEDICINA DO TRABALHO (HTTPS:/)WWW.SAUDEOCUPACIONAL ORG/CATEGORY/MED- TRABALHO) hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! as 2oiny2024 11:23 ‘Sais Ocupacional PERICIAS MEDICAS (HTTPS:// WWW SAUDEOCUPACIONAL.ORG/CATEGORY/PERICIAS) REFLEXOES 00 MENDANHA (HTTPS.// WWW.SAUDEOCUPACIONAL ORG/CATEGORY/REFLEXOES) UTILIDADE PUBLICA (HTTPS://WWW.SAUDEOCUPACIONALORG/CATEGORY/UTILIDADE- PUBLICA) NENHUM COMENTARIO (HTTPS:// WWW.SAUDEOCUPACIONAL ORG/2018/10/RESOLUCAQ- CFM-N-21832018-COMENTADA-PONTO-A-PONTO.HTML#DISQUS THREAD) Compartilhe: [J (http://www.facebook.com/sharer.php? u=https://www.saudeocupacional.org/2018/10/resolucao-cfm- n-21832018-comentada-ponto-a-ponto.html) [) (http://twitter.com/share? url=https://www.saudeocupacional.org/2018/10/resolucao-cfm- n-21832018-comentada-ponto-a- ponto.html&text=Resolu%C3%A7%C3%A30+CFM+n.+2183%2 F2018+comentada+pontot+atpontot) (https://plus.google.com/share? url=https://www.saudeocupacional.org/2018/10/resolucao-cfm- n-21832018-comentada-ponto-a-ponto.html) Prezados leitores. Oferego-Ihes meus comentérios, sempre passivos de toda critica, sobre a nova e importante Resolugao CFM n 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83), que versa, de forma atualizada, sobre normas especificas para médicos que atendem os trabalhadores. A Resolugéo CFM n. 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) revogou a_ histérica Resolugao CFM on. 1,488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm), que tratava do mesmo tema. Ressalto que os comentarios sao de minha autoria e, portanto, refletem as minhas impressées pessoais sobre cada um dos temas abordados. hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 2145 2oiny2024 11:23 ‘Sais Ocupacional Aos que se interessarem, desejo uma 6tima leitura! Autor: Marcos Henrique Mendanha: Médico do Trabalho, Especialista em Medicina Legal e Pericias Médicas. Advogado especialista em Direito e Processo do Trabalho. Perito Judicial / Assistente Técnico junto ao TRT- GO e TRF-GO. Diretor Técnico da ASMETRO — Assessoria em Seguranca e Medicina do Trabalho Ltda. Autor do livro “Medicina do Trabalho e Pericias Médicas — Aspectos Praticos e Polémicos” (Editora LTr). Coordenador do Congresso Brasileiro de Medicina do Trabalho e Pericias Médicas e do Congresso Brasileiro de Psiquiatria Ocupacional. Professor e Coordenador Geral do CENBRAP - Centro Brasileiro de Pos- Graduagées. Colunista da Revista PROTEGAO. [PUBLICIDADE 1: Prepare-sse com 0 CENBRAP (https:/www.cenbrap.com.br/) para prova de titulo em Medicina do Trabalho. Curso PRESENCIAL (de véspera) (https:/Awww.cenbrap.com.br/TurmalPTMT2SAO/) ou ONLINE (https:/Awww.cenbrap.com.br/TurmalEADPPTMTE6/). Saiba__mais, clique AQUI (https:/iwww.cenbrap.com.br/).] [PUBLICIDADE 2: Participe do V Congresso Brasileiro de Medicina do Trabalho e Pericias Médicas (https:/www.congressomedicina.com.br/). Clique AQUI (https:/www.congressomedicina.com.br/) e saiba mais.] RESOLUGAO CFM N. 2.183, DE 21/06/2018 (D.0.U.: 21/09/2018) (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) Art. 1° Aos médicos do trabalho e demais médicos que atendem o trabalhador, independentemente do local em que atuem, cabe: | - assistir ao trabalhador, elaborar seu prontuario médico e fazer todos os encaminhamentos devidos; hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! sas sition 11:23 Saide Ocupacional Comentério: Texto inalterado a partir da revogada Resolugéo CFM n. 1.488/1998 (http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Esté amparado pelo art. 2 da Lei 12.842/2013 (Lei do Ato Médico) (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2013/Lei/L12842.htm) e artigos 86, 87 e 91 do Cédigo de Etica Médica (CEM) (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf), além dos artigos 1 e 3 da Resolugao CFM n. 1.658/2002 (http://www portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm). [Nota do autor: tanto este comentario quanto os demais comentarios abaixo ndo tém a pretenséo de esgotar todos os possiveis amparos normativos para o texto em analise.] Il - fornecer atestados e pareceres para o trabalhador sempre que necessario, considerando que o repouso, o acesso a terapias ou o afastamento da exposigdo nociva faz parte do tratamento; Comentario: A revogada Resolugdo CFM on. 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm) dizia: ‘fomecer atestados e pareceres para o afastamento do trabalho sempre que necessario”. Jé a presente resolugéo coloca “fomecer atestados e pareceres para o trabalhador sempre que necessério”. Mudanga sutil e acertada na minha opiniao, j4 que atestados e pareceres sao partes integrantes do ato médico e devem ser confeccionados sempre que necesséario, e@ nado apenas quando houver necessidade de afastamento ao trabalho, nos termos dos artigos 86 e 91 do CEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) e nos artigos 1 e 3 da Resolugéo CFM n. 1.658/2002 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm). Ill - fornecer laudos, pareceres e relatérios de exame médico e dar encaminhamento, sempre que necessario, dentro dos preceitos éticos; hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 414s sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional Comentario: A revogada Resolugéo CFM on. 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm) dizia: “fornecer laudos, pareceres e relatérios de exame médico e dar encaminhamento, sempre que necessario, para beneficio do paciente e dentro dos preceitos éticos, quanto aos dados de diagnéstico, prognéstico e tempo previsto de tratamento.” A presente resolugdo coloca: “fornecer laudos, pareceres e relatorios de exame médico e dar encaminhamento, sempre que necessério, dentro dos preceitos éticos”. Pra mim, o texto ficou mais sucinto e evita redundancia, pois ao evocar os “preceitos éticos” ja se impde que tudo deve ser feito para o beneficio do paciente (principio bioético da beneficéncia, um dos principios norteadores do Cédigo de Etica Médica). O texto também 6 amparado pelos artigos 86 € 91 do CEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) e pelos artigos 1 e 3 da Resolugdéo CFM n. 1.658/2002 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm). IV — promover, com a ciéncia do trabalhador, a discussao clinica com © especialista assistente do trabalhador sempre que julgar necessario e propor mudangas no contexto do trabalho, quando indicadas, com vistas ao melhor resultado do tratamento. Comentédrio: Observando o direito ao sigilo profissional evocado no art. 73 do CEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf), o texto enfatiza (acertadamente, na minha opiniao) a necessidade da discussao clinica entre o médico que assiste o trabalhador e 0 médico especialista que acompanha o trabalhador. O texto termina enaltecendo uma importante fungéo do médico que assiste o trabalhador: propor mudangas no contexto do trabalho, quando indicadas, em sintonia com o que ensina o Principio Fundamental n. 12 do Cédigo de Etica Médica, e o item 7.4.8 da Norma Regulamentadora n. 7 (NR-7) (http://www. guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). § 1° Quando requerido pelo paciente, deve o médico pér a sua disposigao ou a de seu representante legal tudo o que se refira ao seu atendimento, em especial cépia dos exames e do prontudrio hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 5145 2oiny2024 11:23 ‘Sais Ocupacional médico, Comentdrio: Trecho transcrito da revogada Resolugéo CFM n. 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm), com 0 acréscimo de “ou a seu representante legal”. Texto amparado pelo art. 88 do CEM (https://portal.cfm.org. br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) e pelo art. 3 da Resolugao CFM n. 1.658/2002 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm). § 2° Na elaboragao do atestado médico, deve o médico assistente observar 0 contido na Resolugéo CFM n° 1.658/2002 (http:/}www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm), alterada pela Resolucdo CFM n° 1.851/2008. Comentario: Nenhuma novidade, j4 que as resolugdes citadas normatizam a emissao de atestados médicos. O texto apenas as enfatiza. § 3° O médico do trabalho pode discordar dos termos de atestado médico emitido por outro médico, desde que justifique a discordancia, apés o devido exame clinico do trabalhador, assumindo a responsabilidade pelas consequéncias do seu ato. Comentario: O texto é a transcrigao literal da ementa do Parecer CFM n. 10/2012 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/201 2/10), que por sua vez, esté em alinho com o art. 6 da Lei 605/1949 (http:/;www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L0605.htm), art. 60 da Lei 8.213/1991 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm) e Sdmula n. 15 do TST (http:/www3.tst jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas _Ind_1_50.htmI#SUM-15). Na minha opiniao, 0 texto é bem-vindo por dar mais clareza e objetividade ao tema, elevando-o ao patamar de uma resolugao (e no apenas de um parecer). hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 5145 asinzoat 1123 Saide Ocupacional § 4° O médico do trabalho, ao ser solicitado pelo médico assistente do trabalhador, devera produzir relatério com descrigdo dos riscos ocupacionais e da organizagio do trabalho e entregélo ao trabalhador ou ao seu responsdvel legal, em envelope lacrado enderegado ao médico solicitante, de forma confidencial. Comentario: Esse texto versa sobre os riscos ocupacionais e da organizagao do trabalho (que também devem ser assinalados e descritos em documentos ja alcangaveis aos trabalhadores e empregadores, tais como: PPRA, PCMSO, ASO, Laudo Ergonémico, etc.), ou seja, so informagées nao sigilosas (ndo protegidas pelo sigilo médico). Assim, 0 fato de 0 envelope ser lacrado e enderegado ao médico assistente apenas protege dados relativos 4 empresa, 0 que nao 6 necessariamente errado, j& que muitas empresas possuem até clausulas de confidencialidade entre seus empregados (o que inclui os médicos do trabalho por ela contratados) e pessoas alheias 4 empresa (como seria o caso do médico assistente do trabalhador). Na mesma linha vem o item 13 do Cédigo de Conduta do Médico do Trabalho (ANAMT) (http:/www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/legislacao_- _cogidos_19122013849447055475.pdf): “E dever do médico do trabalho manter sigilo das informagées confidenciais da empresa, técnicas e administrativas, de que tiver conhecimento no exercicio de suas fungdes, exceto nos casos em que este sigilo cause dano a saude do trabalhador ou da comunidade”. O mais importante aqui 6 destacar que o artigo 12 do Cédigo de Etica Médica estabelece que o médico (seja 0 médico do trabalho, o “médico examinador” ou o médico assistente) 6 obrigado a comunicar o trabalhador sobre as condigées de trabalho que ponham em risco sua satide, devendo comunicar o fato aos empregadores responsaveis. Se o fato persistir, 6 dever do médico comunicar o ocorrido as autoridades competentes e ao Conselho Regional de Medicina. Na mesma linha, o artigo 13 do CEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) estabelece que o médico (seja 0 médico do trabalho, o “médico examinador” ou o médico assistente) deve esclarecer ao seu paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doenga. hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 7145 asinzoat 1123 Saide Ocupacional § 5° O médico assistente ou especialista, ao ser solicitado pelo médico do trabalho, deverd produzir relatério ou parecer com descrigéo dos achados clinicos, prognéstico, tratamento e exames complementares realizados que possam estar relacionados as queixas do trabalhador e entregar a ele ou ao seu responsavel legal, em envelope lacrado enderegado ao médico solicitante, de forma confidencial. Comentario: Lido isoladamente, esse texto deixa a impressao de que, quando 0 médico do trabalho solicitar dados confidenciais do trabalhador ao médico assistente, este Ultimo estara obrigado a fazé-lo, independente da autorizagao do trabalhador, sob pena de incorrer em infragao ética. No meu entender, sendo um paragrafo do inciso IV, esse texto precisa ser interpretado considerando a necessidade da “ciéncia do trabalhador” (como diz o proprio inciso IV). Na mesma linha, o art. 73 do Cédigo de Etica Médica (CEM) (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) proibe o médico (incluindo o assistente) de “revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercicio de sua profissao, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente”. Na mesma esteira vem o Cédigo Internacional de Etica para os Profissionais de Satide no Trabalho (ICOH, 2014), (http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/arquivos_diversos_31 320161437387055475.pdf) ao afirmar que “os médicos do trabalho podem buscar informagéo médica adicional ou informagées registradas em prontuérios do trabalhador, que estejam com seu médico particular ou com o hospital onde costuma ser atendido, desde que haja o consentimento informado do trabalhador, e desde que o Unico propésito seja o de proteger a satide deste trabalhador. Portanto 0 médico assistente sé deve abrir dados sigilosos do seu paciente nessas condicées, ainda que diante de uma solicitagéo do médico do trabalho que, como regra, nao entra no conceito de “motivo justo” quando pede dados sigilosos do trabalhador para outro médico. Fosse essa permissdo dada de forma genérica ao médico do trabalho, o hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! as asinzoat 1123 Saide Ocupacional art. 73 do CEM deveria ser reescrito para proibir 0 médico (qualquer médico) de “revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercicio de sua profiss4o, salvo por motivo justo, dever legal, solicitagéo do médico do trabalho, ou consentimento, por escrito, do paciente”. Sabemos que nao é assim. Se a solicitagao do médico do trabalho nao 6, o que seria um “motivo justo” para o médico assistente revelar dados sigilosos do seu paciente? Por “motivo justo ou justa causa” entendemos uma razao superior relevante (onde o interesse coletivo supera o interesse do sigilo individual), ou um estado de necessidade, por exemplo, informagaéo ao parceiro de paciente com doenga contagiosa (nos termos do art. 154 do Cédigo Penal (http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del2848compilado.htm)). Podemos considerar também “motivo justo” para a quebra do sigilo médico quando a manuteng4o deste sigilo colocar em risco a saude do proprio trabalhador ou da comunidade, conforme evocado pelo art. 76 do cEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf). Destaco que a regra da confidencialidade envolve médico e paciente, e nao médico e médico. Fosse entre médico e médico, num grupo de whatsapp formado apenas por médicos, por exemplo, nao haveria sigilo médico a ser resguardado, o que nao 6 verdade. Pra ficar adequado ao Codigo de Etica Médica, eu sugeriria um ligeiro ajuste no texto do § 5° da Resolugao CFM n 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83), no sentido de evitar qualquer interpretagdo equivocada. Ficaria assim: “O médico assistente ou especialista, ao ser solicitado pelo médico do trabalho e com consentimento, por escrito do paciente, deveré produzir relatério ou parecer com descrigao dos achados clinicos, progndstico, tratamento e exames complementares realizados que possam estar relacionados as queixas do trabalhador e entregar a ele ou ao seu responsavel legal, em envelope lacrado enderegado ao médico solicitante, de forma confidencial.” Fica essa sugestao de redagao para analise futura do CFM. hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! as asinzoat 1123 Saide Ocupacional Art. 2° Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de satide e as atividades do trabalhador, além da anamnese, do exame clinico (fisico e mental), de relatérios e dos exames complementares, é dever do médico considerar: Comentario: Com relacaéo a revogada Resolugéo CFM n. 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm), adicionou-se: anamnese e relatérios. Ficou mais completo, melhor. | - a histéria clinica e ocupacional atual e pregressa, decisiva em qualquer diagnéstico e/ou investigagao de nexo causal; Comentdrio: Transcrigao da revogada Resolugao CFM n. 1.488/1998 (http:/ww.portalmedico.org. br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm), com a ressalva de que devem ser analisadas as historias clinica e ocupacional, atual e pregressa. Ficou mais detalhado. Il— 0 estudo do local de trabalho; Comentario: Nada mudou. Transcri¢ao literal da revogada Resolugéo CFM n 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Ill - 0 estudo da organizacao do trabalho; Comentério: Nada mudou. Transcrigao literal da revogada Resolugao CFM n 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). IV - os dados epidemiolégicos; Comentario: Nada mudou. Transcrigao literal da revogada Resolugao CFM n. 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). V-a literatura cientifica; hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1014s asinzoat 1123 Saide Ocupacional Comentario: Em relagéo a revogada Resolugao CFM n. 1.488/1998 (http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm), 0 texto substituiu “literatura atualizada” por ‘literatura cientifica”. Considero uma boa troca, j4 que nem sempre a literatura atualizada é uma literatura reconhecida na comunidade cientifica. Vale lembrar também que existem excelentes e antigas literaturas cientificas que, para alguns, podem ser consideradas como ‘literatura ndo atualizada”. VI - a ocorréncia de quadro clinico ou subclinico em trabalhadores expostos a riscos semelhantes; Comentario: A revogada Resolugéo CFM n._ 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/ctm/1998/1488_1998.htm) dizia: “a ocorréncia de quadro clinico ou subclinico em trabalhador exposto a condigées agressivas”. Acredito ter sido uma adequagao acertada pois a investigagao do nexo de (con)causalidade entre uma doenc¢a e um determinado trabalho deve considerar, conforme literatura cientifica predominante, os eventuais impactos dos riscos ocupacionais sobre a mesma populagéo de trabalhadores da qual faz/fazia parte o interessado, ou seja, em trabalhadores expostos a riscos semelhantes. Ficou mais claro agora. O termo “condigdes agressivas” era inespecifico e genérico. Vil - a identificagao de riscos fisicos, quimicos, biolégicos, mecAnicos, estressantes e outros; Comentério: Nada mudou. Transcrigao literal da revogada Resolugéo CFM n. 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Apenas como sugestéo futura ao CFM, acredito que o termo “estressantes” possa ser substituido por “ergonémicos”, um nome mais técnico e que inclui a chamada “ergonomia cognitiva” (que envolve os processos mentais) VIll — 0 depoimento e a experiéncia dos trabalhadores; hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! nas asinzoat 1123 Saide Ocupacional Comentario: Nada mudou. Transcrigéo literal da revogada Resolugéo CFM n. 1.488/1998 (http://;www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). IX - os conhecimentos e as praticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou nao da area da saude. Comentario: Nada mudou. Transcrigao literal da revogada Resolugao CFM n 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Paragrafo unico. Ao médico assistente é vedado determinar nexo causal entre doenga e trabalho sem observar o contido neste artigo e seus incisos. Comentario: O caput do art. 2 desta Resolugéo CFM n. 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) jé estabelece que 0 médico (qualquer um, inclusive o assistente) deve observar todos os nove incisos acima para determinar nexo causal entre doenga e trabalho. Acredito que esse paragrafo unico tenha sido propositalmente redundante para chamar a ateng&o dos médicos assistentes quanto ao tema. Estratégia acertada e oportuna, na minha opiniao. Art. 3° Os médicos do trabalho e os demais médicos que atendem os trabalhadores de empresas e instituigdes, que admitem trabalhadores independentemente de sua especialidade, devem: Comentério: A Resolugéo n. 1.488/1998 dizia: “Aos médicos que trabalham em empresas, independentemente de sua especialidade, 6 atribuigao". Gostei da incluséo da palavra ‘instituigdes”, pois alarga o escopo do artigo para médicos que atuam em instituig6es publicas e do terceiro setor. Mas acredito que houve um erro de colocagao da virgula nesse texto. Ficaria correto se a virgula estivesse apés o termo “admitem trabalhadores”, e nao apés a palavra ‘instituigdes”. Do jeito que esta, 0 texto direciona-se apenas “aos médicos que admitem trabalhadores’, o que nao 6 coerente sob nenhum aspecto. hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1214s sition 11:23 Saide Ocupaional |- atuar visando essencialmente a promocao da sauide e a prevengao da doenga, conhecendo, para tanto, os processos produtivos e o ambiente de trabalho da empresa. Comentdrio: Nada mudou. Transcrigao literal da revogada Resolugao cFM n. 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org. br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Il - promover o esclarecimento e prestar as orientagées necessarias sobre a condigao dos trabalhadores com deficiéncia, idosos e/ou com doengas crénico-degenerativas e gestantes; a inclusdo desses no trabalho, participando do processo de adaptagao do trabalho ao trabalhador, quando necessério. Comentédrio: Esse texto 6 uma novidade em relagéo a revogada Resolugao 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Novidade bem-vinda, ja que esta em sintonia com os ensinamentos do Principio Fundamental n. 12 e art. 12 do Cédigo de Etica Médica (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf), do item 7.4.8 da NR-7 (http:/www.guiatrabalhista.com.brilegislacao/nr/nr7.htm), ¢@ do Cédigo Internacional de Etica para os Profissionais de Satide no Trabalho (ICOH, 2014) (http:/www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/arquivos_diversos_31 320161437387055475. pdf). Il - dar conhecimento formalmente aos empregadores, aos trabalhadores e as comissées internas de prevengao de acidentes sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho, informagées da vigilancia epidemiolégica e outros informes técnicos, desde que resguardado o sigilo profissional. Comentario: A revogada Resolugao n 1.488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm) dizia: “dar conhecimento aos empregadores, trabalhadores, comissdes de satide, CIPAS e representantes sindicais, através de cdpias de encaminhamentos, solicitag6es e outros documentos, dos riscos hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1314s sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional existentes no ambiente de trabalho, bem como dos outros informes técnicos de que dispuser, desde que resguardado o sigilo profissional”. A mudanga principal foi relativa aos atores a quem o médico deve dar conhecimento sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho, que agora s4o somente: empregadores, trabalhadores e CIPAs. Com o advento da terceirizacao, reforma trabalhista e atual dinamica do mercado do trabalho, penso que foi uma modificagdo acertada. Os atores mais interessados estao contemplados: empregadores e trabalhadores. A partir deles, essas informagdes podem ser repassadas para representantes sindicais, membros de comissées de satide diversas, etc. IV — Notificar, formalmente, o empregador quando da ocorréncia ou de sua suspeita de acidente ou doenga do trabalho para que a empresa proceda a emissdo de Comunicagéo de Acidente do Trabalho (CAT), devendo deixar registrado no prontudrio do trabalhador. Comentario: A revogada Resolugao n. 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm) dizia: “Promover a emissao de Comunicagao de Acidente do Trabalho, ou outro documento que comprove o evento infortunistico, sempre que houver acidente ou moléstia causada pelo trabalho.” A duvida é: os médicos do trabalho e os demais médicos que atendem os trabalhadores devem emitir (eles mesmos) a CAT ou apenas comunicar aos empregadores sobre 0 acidente ou doenga de trabalho, para que estes emitam a CAT, como estabelece a nova norma? O item 7.4.8 da NR-7 (http:/www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm) _estabelece que o médico coordenador do PCMSO ou seu encarregado deve solicitar & empresa a emisséo da CAT. Portanto, a nova Resolugéo CFM n. 2.183/2018 nao erra quando estabelece que o médico deve notificar formalmente o empregador para que este emita a CAT. O ato ainda deve ser resguardado pelo registro no prontuario, como bem registra a nova norma do conselho. Mas vislumbro uma discuss4o futura: a Resolugdo CFM n. 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) permite que o médico promova (ele mesmo) a emisséo da CAT ou proibe que 0 médico promova a emisséo da CAT? Na minha opiniao, a hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! alas sition 11:23 Saide Ocupacional norma apenas permite que 0 médico nao promova (ele mesmo) a emisséo da CAT, jé que este profissional continua tendo a prerrogativa de promover a emissao do documento, conforme Instrugao Normativa INSS n. 77/2015 __—_(http://sislex. previdencia.gov.br/paginas/38/INSS- PRES/2015/77.htm), arts. 330 € 331. Observem também que o texto faz referéncia a situagdes de “ocorréncia ou de sua suspeita de acidente ou doenga do trabalho”. Ficou impreciso. Por isso, cabe salientar que nao se notifica suspeita de acidentes de trabalho tipicos (ou tipo). Ao contrario, estes s6 s40 comunicados quando consumados. As doengas ocupacionais ou relacionadas ao trabalho (que abrangem as doengas profissionais e as doengas do trabalho, nos termos do art. 20 da Lei 8.213/1991 (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm)), estas sim devem ser notificadas quando confirmadas ou objetos de suspeita, nos termos do art. 169 da CLT (http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm). V - Notificar formalmente os agravos de notificagéo compulséria ao é6rgao competente do Ministério da Saide quando suspeitar ou comprovar a existéncia de agravos relacionados ao trabalho, bem como notificar formalmente ao empregador a adogao dos Pprocedimentos cabiveis, independentemente da necessidade de afastar o empregado do trabalho, devendo registrar tudo em prontuario. Comentédrio: O texto praticamente reproduz o que ja apregoava a revogada Resolugao n. 1488/1998 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm), com alguns ajustes na redagaéo. Quanto a ‘notificagéo compulsdria ao 6rgao competente do Ministério da Saude”, o texto esta em sintonia com a revogada Portaria MS n. 204/2016, que foi reescrita pela Portaria de Consolidagao MS n 04/2017 (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2 017.html). Quanto a proposicao de melhorias no ambiente de trabalho, o texto encontra respaldo no Principio Fundamental n. 12 do Cédigo de Etica Médica hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1514s asinzoat 1123 Saide Ocupacional (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medicapdf) ¢ no item 7.4.8 da NRT (http://;www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). Art. 4° Compete ao médico do trabalho avaliar as condigées de satide do trabalhador para determinadas fungées e/ou ambientes, propondo sua alocagdo para trabalhos compativeis com seu atual estado de satde, orientando-o e, ao empregador ou chefia imediata, se necessario, em relagado ao processo de adaptagao do trabalho. Comentario: A revogada Resolugao n. 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm) afirmava que competia aos médicos que trabalhavam em empresas, independentemente de sua especialidade, “avaliar as condigdes de sauide do trabalhador para determinadas fungdes e/ou ambientes, indicando sua alocagao para trabalhos compativeis com suas condigées de satide, orientando-o, se necessdrio, no processo de adaptagao”. Além de trazer mais clareza do que a redagao da resolugao anterior, o texto enfatizou que essa competéncia 6 atribuida aos médicos do trabalho, algo que me parece mais apropriado (sobretudo quando aborda a orientagéo do “empregador ou chefia imediata”, ou seja, algo proprio do médico do trabalho). O novo texto se alinha melhor com os termos do item 7.4.8 da NR-7 (http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). Art. 5° Os médicos do trabalho, como tais reconhecidos por lei, especialmente investido na fungao de Coordenador do Programa de Controle Médico de Satide Ocupacional (PCMSO), estaré obrigado a fazer-se presente, com a regularidade que for necesséria, nas empresas e em suas filiais para coordenar o referido programa, estando devidamente inscrito nos conselhos regionais de medicina dos estados em que estiver atuando. Comentédrio: Podemos dividir 0 texto deste art. 5 em duas partes. Primeira: “os médicos do trabalho, como tais reconhecidos por Iei, especialmente investido na fungao de Coordenador do Programa de Controle Médico de Satide Ocupacional (PCMSO), estaré obrigado a fazer-se presente, com a regularidade que for necessaria, nas empresas e em suas filiais para coordenar o referido programa”. Particularmente, hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1614s sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional estou de acordo. Além de ser transcrito do Parecer CFM n. 44/2015 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2015/44), este trecho também 6 amparado pelo Despacho MTb/SSST n. 01/1996 (http://;www.normasbrasil.com.br/norma/despacho-1996_65134.html), ao estabelecer que “o PCMSO [sendo um programa dinamico] pode ser alterado a qualquer momento, em seu todo ou em parte, sempre que o médico detectar mudangas nos riscos ocupacionais decorrentes de alterag6es nos processos de trabalho”. E sé ha como realizar uma fiel detecgao dessas mudangas se o médico do trabalho (coordenador do PCMSO) se fizer presente, com a regularidade que for necessaria, nos ambientes laborais onde coordena os respectivos PCMSOs. Apenas como nota, sublinho que, em sintonia com o item 7.3.1 da NR-7 (http:/www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm) e conforme descrigéo literal do Despacho MTb/SSST nn. 01/1996 (http:/www.normasbrasil.com.br/norma/despacho-1996_65134.html) e do Parecer CFM n 23/2014 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2014/23), ‘inexistindo na localidade o profissional especializado (médico do trabalho), ou indisponibilidade do mesmo, a empresa poder contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO”. A segunda parte do art. 5 da Resolugéo 2,183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) merece uma avaliagdo particular. Hé necessidade legal e ética do médico do trabalho realizar inscrigdes nos CRMs dos estados em que estiver atuando como coordenador de PCMSOs? No caso de um médico do trabalho cuja empresa tenha uma filial por estado, devera ele estar inscrito em todos os CRMs do pais? Com todo respeito aos que discordam, penso que nao. E justifico abaixo. Diz ° art. 18, § 2°, da Lei 3.268/1957 (http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3268.htm): “Se o médico inscrito no Conselho Regional de um Estado passar a exercer, de modo permanente, atividade em outra regiao, assim se entendendo o exercicio da profissdo por mais de 90 (noventa) dias, na nova jurisdigao, ficaré obrigado a requerer inscrigéo secundaria no quadro respectivo, ou para ele se transferir, sujeito, em ambos os casos, a jurisdi¢éo do Conselho local pelos atos praticados em qualquer jurisdigao.” Enfatizando a hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! amas sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional necessidade de habitualidade/permanéncia do exercicio médico como condigéo para necessidade da inscrigéo secundéria, o art. 3 da Resolugéo CFM n. 1.948/2010 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1948_2010.pdf) estabelece que “o médico que exerga a medicina de forma habitual em mais de um estado da Federagao devera requerer inscrigéo secundaria, ainda que o somatério anual descontinuo nao ultrapasse o periodo de 90 (noventa) dias”. Pra mim, “de modo permanente” ou “de forma habitual” sao termos que nao se equivalem a “com a regularidade que for necesséria”, como estabelece o art. 5 da Resolugao 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) Interessante! O art. 5 da Resolugéo CFM n. 2.183/2018 afirma que o médico coordenador do PCMSO estara obrigado a fazer-se presente, com a regularidade que for necesséria, nas empresas e em suas filiais para coordenar o referido programa. Ou seja, 0 proprio texto reconhece ser possivel que nao se faga necesséria a presenga do médico coordenador do PCMSO. E diante do estagio tecnolégico que estamos (que possibilita reuniées e avaliagées virtuais com grande facilidade), dependendo do ramo de atividade da empresa em questao, isso ja 6 bem possivel e comum. E cada vez mais sera. Retomando o raciocinio, no meu compreender, um médico pode estar presente em uma empresa com a regularidade que for necesséria, sem que isso se configure um exercicio de modo permanente ou habitual, ou seja, sem que tenha necessariamente que ter inscrigéo secundaria naquele local. Ja o art, 2 da Resolugao CFM n 1.948/2010 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1948_2010.pdf) afirma que “aos médicos peritos, auditores, integrantes de equipes de transplante, equipes desportivas, ou aqueles que se deslocam temporariamente acompanhando eventos artisticos e sociais, e integrantes de equipes médicas de ajuda humanitéria em cardter beneficente, pertencentes a entes publicos, empresas de 4mbito nacional ou ainda aqueles contratados como assistentes técnicos em pericias civeis e criminais, de modo temporario e excepcional, podera ser hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1614s asinzoat 1123 Saide Ocupacional concedido 0 visto provisério de forma fracionada, respeitado o periodo total de 90 (noventa) dias em um mesmo ano". Assim, quando for o caso, me parece que este visto provisério de forma fracionada 6 o mais adequado para médicos do trabalho (que coordenem PCMSOs) quando em atendimentos aos trabalhadores nas empresas situadas em outras unidades da federacao. Vale aqui uma andalise mais aprofundada. Percebam que os médicos elencados no art. 2 da Resolugdo CFM on. 1,948/2010 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1948_2010.pdf) (vide acima) estao prioritariamente envolvidos com atendimentos diretos 4 pacientes ou periciandos. Vale refletir entao: a realizagao da visita técnica pelo médico coordenador do PCMSO em outro estado (sem atendimento direto aos trabalhadores) 6 motivo suficiente para requerer o visto provisorio de forma fracionada? Também com respeito aos discordantes, penso que néo. O PCMSO e suas regras foram estabelecidos pelo Ministério do Trabalho através da NR-7 (http:/www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). E com base no ja aludido Despacho MTb/SSST n 01/1996 (http:/www.normasbrasil.com.br/norma/despacho-1996_65134.html) “o médico do trabalho coordenador pode elaborar e ser responsavel pelo PCMSO de varias empresas, filiais, unidades, frentes de trabalho, inclusive em varias Unidades da Federacao. Por outro lado, o profissional encarregado pelo médico coordenador de realizar os exames médicos, como pratica ato médico (exame médico) e assina o ASO, deve estar registrado no CRM da Unidade da Federagéo em que atua”. Esse entendimento me parece estar mais alinhado com o regramento do art. 2 da Resolugéo CFM n. 1.948/2010, ja que estabelece a obrigacéo de inscrigéo no CRM local apenas sobre quem, de fato, atende aos trabalhadores. Fazendo uma grossa analogia, fosse qualquer atuagao do médico fora do seu estado de origem uma necessidade genérica e imperativa de inscrig¢éo no CRM de destino, todos os palestrantes de um congresso em estado brasileiro diferente do estado de origem do médico palestrante deveriam ter numero de CRM no estado anfitriao do respectivo congresso. Isso n&o seria razodvel. Dai a Resolugéo CFM n. 1.948/2010 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1948_2010.pdf) hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 1914s asinzoat 1123 Saide Ocupacional estabelecer a necessidade de inscrig¢éo secundaria para aqueles profissionais que estejam prioritariamente envolvidos com atendimentos diretos 4 pacientes, trabalhadores ou periciandos. Vale ressaltar aqui que, embora eu ndo concorde com seus termos, enquanto do art. 5 da Resolugéo CFM n. 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) estiver em vigor e com essa redagéo e/ou nao for questionado (judicialmente), é possivel a interpretagao de que médicos do trabalho que coordenem PCMSOs em diversos estados, mesmo sem presenga regular em nenhum desses locais, devam ser cobrados quanto a uma inscrigao secundaria em cada um desses estados. Tomara que isso nao ocorra. § 1° Os médicos que executam os exames ocupacionais devem observar o contido nos programas instituidos para protecao integral & satide do trabalhador, devendo ter conhecimento sobre as condigées e riscos do trabalho. Comentario: Texto amparado pela NR-7 (http:/ww.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm), em especial pelo item 7.3.2 da norma. § 2° Ao médico do trabalho da empresa contratante é facultado exi: exames especificos da atividade a ser realizada pelo trabalhador por exposigao a risco nao contemplado no PCMSO de origem. Comentai Diz ° item 7.4.2.3 da NR-7 (http://www. guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm): “Outros exames complementares usados normalmente em patologia clinica para avaliar 0 funcionamento de érgaos e sistemas organicos podem ser realizados, a critério do médico coordenador ou encarregado, ou por notificagéo do médico agente da inspegaéo do trabalho, ou ainda decorrente de negociagdo coletiva de trabalho”. Observem que a NR-7 inclui a figura do que chamamos costumeiramente de “médico examinador” (que néo necessariamente é um médico do trabalho). Portanto, acredito que o texto ficaria mais adequado da seguinte forma: “Aos médicos que realizam os exames ocupacionais da empresa hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 2014s asinzoat 1123 Saide Ocupacional contratante é facultado exigir exames especificos da atividade a ser realizada pelo trabalhador por exposigao a risco néo contemplado no PCMSO de origem.” Art. 6° E vedado ao médico que presta assisténcia ao trabalhador: 1- Assinar Atestado de Satie Ocupacional (ASO) em branco. Comentario: Texto amparado pelo art. 302 do Cédigo Penal (http:/;www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del2848compilado.htm) e art. 80 do Cédigo de Etica Médica (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) ll - Emitir ASO sem que tenha realizado o exame médico do trabalhador. Comentario: Texto amparado pelo art. 302 do Cédigo Penal (http://www planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del2848compilado.htm) e art. 80 do Cédigo de Etica Médica (https:/portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf). [SOBRE ESSE ARTIGO, LEIA TAMBEM: Audiometria 6 meses apés 0 admissional exige outro exame médico para liberar o ASO? (https://www.saudeocupacional.org/2018/10/audiometria-6-meses- apos-o-admissional-exige-outro-exame-medico-para-liberar-o- aso.html)] Ill — Emitir ASO sem que esteja familiarizado com os principios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as. condigées de trabalho e os riscos a que esté ou sera exposto cada trabalhador. Comentério: Texto amparado pelo item 7.3.2 da NR-7 (http://www. guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). O texto torna infragao ética, seja pela médico do trabalho, seja pelo “médico examinador’, emitir ASO sem conhecer minimamente as condigdes de hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 21ias asinzoat 1123 Saide Ocupacional trabalho e os riscos a que esta ou sera exposto cada trabalhador. Os emissores dos famosos “ASOs avulsos", por exemplo, poderso ser questionados (e condenados) eticamente a partir desse texto. O texto também torna infragéo ética a atuagao de “médico examinador” sem familiaridade com os principios da patologia ocupacional e suas causas. Apesar do esforgo do CFM com o novo texto, neste particular, considero que havera dificuldade de qualificar essa atuagao antiética pela dificuldade de estabelecer limites para o que seja estar (ou nao) “familiarizado com os principios da patologia ocupacional e suas causas”. De forma genérica, o Despacho MTb/SSST nn. 01/1996 (http:/www.normasbrasil.com.br/norma/despacho-1996_65134.html) j4 dizia que ‘o profissional médico familiarizado, que poderé ser encarregado pelo médico coordenador [do PCMSO] de realizar os exames médicos ocupacionais, deveré ser um profissional da confianga deste que, orientado pelo PCMSO, podera realizar os exames satisfatoriamente. Quando um médico coordenador encarregar outro médico de realizar os exames, recomenda-se que esta delegagao seja feita por escrito, e este documento fique arquivado no estabelecimento”. Aqui, vale destacar a auséncia de um artigo da revogada Resolugao CFM n 1.488/1998 (http:/www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/1998/1488_1998.htm). Reproduzo-o: “Art. 5°. Os médicos do trabalho (como tais reconhecidos por ei), especialmente aqueles que atuem em empresa como contratados, assessores ou consultores em satide do trabalhador, serao responsabilizados por atos que concorram para agravos 4 sauide dessa clientela conjuntamente com os outros médicos que atuem na empresa e que estejam sob sua superviséo nos procedimentos que envolvam a sade do trabalhador, especialmente com relagéo 4 ago coletiva de promogao e protegao a sua satide.” Esse texto nao foi mantido pela Resolugao CFM n. 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83). No meu entender, ele poderia ser mantido apenas como énfase, ja que sua auséncia nao retira as responsabilidades conjuntas do médico coordenador do PCMSO e do “médico examinador’, nos termos do art. 932 do Cédigo Civil hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 2a1as sition 11:23 Saide Ocupaional (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/10406.htm) e do item 7.3.2 da NR-7 (http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). IV - Deixar de registrar no prontuario médico do trabalhador todas as informagées referentes aos atos médicos praticados. Comentario: Texto amparado pelo item 7.4.5 da NR-7 (http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nt/nr7.htm) e art. 87 do Cédigo de Etica Médica (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) \V- Informar resultados dos exames no ASO. Comentario: Texto amparado pelo item 7.4.4.3 da NR-7 (http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nt/nr7.htm) e arts. 73 @ 76 do Cédigo de Etica Médica (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf). Art. 7° Conforme as Resolugées do CFM n° 2,007/2013 e n° 2.147/2016, o ambulatério de assisténcia a satide do trabalhador devera ter médico do trabalho com Registro de Qualificagéo da Especialidade (RQE) como diretor técnico responsavel pelo estabelecimento de satide perante os conselhos re: medicina, autoridades sanitarias, ministério ptblico, judiciario e demais autoridades. nais de Comentario: A Resolugaéo CFM n 2007/2013 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2013/20 07) foi considerada ilegal pelo Ministério Publico Federal e pela Justica Federal (em 6rgdo colegiado de segunda instancia — TRF3, por unanimidade, em 18 de abril de 2018 — para saber mais, leia AQUI (https://www.saudeocupacional.org/2018/08/de-novo-justica- considera-ilegal-exigencia-de-titulo-de-especialista-para-direcao- tecnica-do-sesmt.html)). Mesmo assim, 0 CFM mantém e reforca reiteradamente os termos da Resolugao n. 2007/2013. Na minha opiniado e hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 23148 asinzoat 1123 Saide Ocupacional com todo respeito, independente de questées partidérias, definitivamente ndo 6 elegante que uma figura publica ou um érgao de direito publico (como 6 0 CFM) mantenha condutas que desprezem por completo decisées judiciais de segunda instancia jé prolatadas. Conforme amplamente divulgado, no Direito Penal, por exemplo, a condenagéo em segunda instancia tem gerado prisées, tamanha 6 a sua envergadura no mundo juridico. Como médico, advogado e prevendo os tristes e evitaveis desdobramentos disso tudo, eu lamento. Mas que cada um faga livremente sua analise. [Leia também: A “nova NR-4” esta chegando. E agora? O que os médicos podem esperar dela? (https:/www.saudeocupacional.org/2018/07/a-nova-nr-4-esta- chegando-e-agora-o-que-os-medicos-podem-esperar-dela.html)] Art. 8° Os atestados, relatérios e demais documentos apresentados emitidos por médicos e odontdlogos, regularmente inscritos nos seus respectivos conselhos, podem ser considerados pelo médico do trabalho, perito ou junta médica para subsidiar a decisdo sobre capacidade laborativa, sendo indispensavel proceder a avaliagdo clinica. Comentario: Texto amparado pelo art. 6 da Lei 605/1949 (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L0605.htm), pelo art. 6 da Lei 5.081/1966 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5081.htm), pelo art. 6 da Resolugao CFM n 1.658/2002 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm). Legalmente e eticamente, outros documentos que nao sejam os atestados, relatorios e demais emitidos por médicos e odontdlogos podem até ser desconsiderados pelo médico do trabalho. O que é indispensdvel, no entanto, € a avaliagéo clinica, independente da forma como o trabalhador tenha chegado até o médico do trabalho, acesso que, ao meu ver, ndo deve ser impedido por questées burocraticas ou documentais, sob pena de ofensa ao chamado “principio da dignidade da pessoa hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 2aias asinzoat 1123 Saide Ocupacional humana”, evocado no art. 1 da Constituigéo Federal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm), e que comumente fundamenta as petigées iniciais dos litigios trabalhistas. Art. 9° Na contestagado de nexo estabelecido pela pericia médica previdenciaria, se o médico do trabalho detém elementos de convicgao de que nao ha relagdo entre o trabalho e o diagnéstico da doenga, devera fazé-lo com critérios técnicos e cientificos. Comentario: Texto cuja mensagem é inquestionavel e que se apoia em parte da ementa. do Parecer + CFM on. 03/2017 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/3) A parte polémica deste parecer foi deixada para os paragrafos seguintes. § 1° Em sua pega de contestagéo de nexo ao perito médico da Previdéncia, o médico do trabalho podera enviar documentagao probatéria demonstrando que os agravos ndo possuem nexo com o trabalho exercido pelo trabalhador, tais como: 1 - Programa de Prevengao de Riscos Ambientais - PPRA; Il— Programa de Controle Médico de Satide Ocupacional —- PCMSO; Ill — Perfil Profissiografico Previdenciario - PPP; IV — Comunicagao de Acidente de Trabalho — CAT IV - Laudo Técnico de Condi¢des Ambientais de Trabalho — LTCAT; V— Programa de Gerenciamento de Riscos — PGR; VI - Programa de Condicées e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construgdo -PCMAT; VII — analise ergonémica do posto de trabalho, ficha de produtos quimicos e outros documentos relacionados as condigdes de trabalho e pertinentes a contestagdo poderdo ser utilizados, quando necessarios; e VIll - relatérios e documentos médico-ocupacionais, inclusive dados do prontudrio que podera ser usado nos casos em que a contestagdo depender daquelas informagées e envia-las em carater confidencial ao perito previdenciario. Comentario: Texto incontroverso até o inciso Vil. Todos os documentos citados até 0 inciso VII néo sao objetos de sigilo médico e se relacionam com 0 meio ambiente laboral, ou seja, so aptos como documentagao que hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 25148 2oiny2024 11:23 ‘Sais Ocupacional visa demonstrar, quando necessério, que determinados agravos nao possuem nexo com o trabalho exercido pelo trabalhador. No inciso Vill vem a parte polémica, j4 apregoada pelo Parecer CFM n. 03/2017 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/3) € que agora ganha a forga (com redagéo melhorada) com a presente Resolugéo CFM n. 2.183/2018. Dados do prontuério médico podem ser usados para fins de contestagao do NTEP? Para muitos, sim. Para muitos, néo. Respeito todos os pontos de vista, mas estou entre os que pensam que sim (e para os que estiverem interessados em minhas Jjustificativas, leiam AQUI (https://www.saudeocupacional.org/2017/02/sobre-o-parecer-do-cfm- que-permite-uso-de-dados-do-prontuario-para-contestar-o- ntep.html)). § 2° A hierarquizagao de informagées para que, no caso de contestagao de nexo de causa realizado pelo médico que atende trabalhadores, seja priorizado o uso de informagdes nao confidenciais, que comprovem as medidas de protecao e promogao a satide dos trabalhadores. Comentario: Na minha opinido, o texto 6 acertado, além de que talvez possa acalmar os animos das discussées suscitadas pelo Parecer CFM n. 03/2017 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/3). § 3° Por ocasiao do encaminhamento do trabalhador a pericia previdenciaria inicial, deve o médico do trabalho entregar relatério médico ao trabalhador com a descrigao das condigdes em que se deu 0 acidente ou agravo. Comentario: O texto complementa o paragrafo unico do art. 3 da Resolucéo CFM n. 1.658/2002 (http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm), que descreve todos os itens necessarios para o atestado de encaminhamento dos trabalhadores a pericia médica. hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 26148 sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional Mas ha algo interessante a se observar aqui: 0 “acidente ou agravo’ descritos neste § 3° so relacionados ao trabalho ou nao? A resposta mais légica do ponto de vista hermenéutico 6 de que ndo sejam relacionados ao trabalho, j4 que estamos dentro do artigo 9 da Resolugao n 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83), cujo caput e seus demais artigos tratam justamente da contestagao de nexo estabelecido pela pericia médica previdencidria. Sendo assim, a evocada “descrigaéo das condigé6es em que se deu o acidente ou agravo” devem se referir exclusivamente as condigdes de natureza nao ocupacional. Fosse o contrario, bastava as informagées sobre o acidente ou agravo descritas na CAT que confirmam (e nao contestam) o respectivo nexo com o trabalho. Art. 10. Em agées judiciais, a cépia do prontuadrio médico, de exames complementares ou outros documentos poderdo ser liberados por autorizagao do paciente ou dever legal. Comentédrio: Ao mesmo tempo que ratifica do art. 73 do CEM, o texto flexibiliza 0 ensinamento trazido pelo art. 89 do Cédigo de Etica Médica (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) que dispée especificamente que: “E vedado ao médico liberar cépias do prontudrio sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a@ sua propria defesa.”. Percebam: ~enquanto o CEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) estabelece como obrigatéria a autorizagéo do paciente para liberacéo da cépia do prontudrio, mesmo que seja para o atendimento de ordem judicial (dever legal), a Resolugdo 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) estabelece, ou a autorizagao do paciente, ou motivo de dever legal para entrega da cépia do prontuario. Na minha opiniéo, acertou o CFM ao fazer essa flexibilizagao, j4 que os préprios CRMs jé orientam a todos os médicos e estabelecimentos de salide que encaminhem os prontudrios médicos (ou documentos equivalentes), quando assim determinados pelo juiz competente, independente da autorizagao do paciente, nos termos da deciséo — que hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 27ias asinzoat 1123 Saide Ocupacional ainda 6 passiva de recurso — do processo judicial n. 5009152- 15.2013.4.04.7200/TRF4 (deciso valida em todo territério nacional) e do Oficio Circular CFM n. 16 de 31 de janeiro 2018 (https:/www.saudeocupacional.org/2018/02/magistrados-podem-ter- acesso-direto-a-prontuarios-medicos-em-processos.html). Na mesma linha 0 art. 89 do novo Cédigo de Etica Médica (Resolugao CFM n 2.217/2018) (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/22 17), que entraré em vigor em maio de 2019, estabelece que “é vedado ao médico liberar copias do prontudrio sob sua guarda exceto para atender a ordem judicial ou para sua propria defesa, assim como quando autorizado por escrito pelo paciente.” Observamos que o atendimento de ordem judicial passaré a ser, por si s6, condigao suficiente para liberago das cépias do prontuério para a Justia, no havendo mais a necessidade de autorizagao do paciente. [LEIA TAMBEM: Para Justica prontudrio pode ser entregue sem autorizagao do paciente (https://www.saudeocupacional.org/2018/11/para-justica-prontuario- pode-ser-entregue-sem-autorizacao-do-paciente.html)] Art. 11. © médico de empresa, 0 médico responsavel por qualquer programa de controle de satide ocupacional de empresa e o médico participante do Servigo Especializado em Engenharia de Seguranga e Medicina do Trabalho podem atuar como assistente técnico nos casos envolvendo a empresa contratante e/ou seus assistidos desde que observem os preceitos éticos. Comentario: Texto amparado pelo art. 466 do Cédigo de Processo Civil (CPC) (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Lei/L13105.htm) de 2015, e pela Resolugéo CFM n. 2.015/2013 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2013/20 15). Embora prevista em lei, na minha opiniéo, para nao macular sua independéncia e confianga entre os trabalhadores, o ideal 6 que o médico do trabalho nao atue como assistente técnico nos casos envolvendo a hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 2814s asinzoat 1123 Saide Ocupacional empresa contratante fou seus assistidos. Na mesma linha, 0 CFM colocava essa atuag&o como proibida até maio de 2013. No entanto, devido aos varios processos judiciais que obrigaram o CFM a obedecer ao CPC, o entendimento do conselho foi modificado pela Resolugao CFM n. 2.015/2013. Pra mim, a modificagdo foi necessdria. No estado democratico de Direito, se a lei estabelece algo, as resolugdes dos conselhos profissionais devem obedecer a lei, mesmo que em discordancia com seus termos. § 1° No desempenho dessa fungao no Tribunal, o médico devera agir de acordo com sua livre consciéncia, nos exatos termos dos principios, direitos e vedagées previstas no Cédigo de Etica Médica. Comentario: O texto é praticamente uma transcri¢éo da Recomendacao cFM n. 05/2014 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/recomendacoes/BR/20 14/5), que j& estava em alinho com a comentada Resolugéo CFM n. 2.015/2013 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2013/20 15). Na minha opiniao, texto acertado. § 2° Existindo relagdo médico-pa estabelecida no Cédigo de Etica Médica vigente, sem prejuizo do contido no § 1°. inte, permaneceré a vedagdo Comentario: A aludida vedacaéo esta contida no art. 93 do CEM (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf), que expressa: “E vedado ao médico ser perito ou auditor do proprio paciente, de pessoa de sua familia ou de qualquer outra com a qual tenha relagdes capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.” Especificamente para médicos que atendam trabalhadores, 6 nessa mesma esteira que vem a Resolugéo CFM n. 2.015/2013 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2013/20 15) que estabelece: “O médico de empresa, o médico responsavel por qualquer programa de controle de satide ocupacional de empresa e o médico participante do servico especializado em Seguranga e Medicina do hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 20148 asinzoat 1123 Saide Ocupacional Trabalho néo podem atuar como peritos judiciais, securitérios ou previdenciarios nos casos que envolvam a firma contratante e/ou seus assistidos (atuais ou passados)”. Art. 12. Ao médico do trabalho responsavel pelo PCMSO da empresa e ao médico participante do Servigo Especializado em Seguranga e Medicina do Trabalho (SESMT) é vedado atuar como peritos judiciais, securitarios ou previdenciarios nos casos que envolvam a firma contratante e/ou seus assistidos, atuais ou passados, Comentario: O texto € uma transcrigdo exata da ja comentada Resolugao CFM n. 2.015/2013 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2013/20 15). Art. 13. Sdo atribuig6es e deveres do médico perito judicial e assistentes técnicos: | — examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames complementares, se necessarios; Comentario: O texto remete ao art. 2 dessa mesma resolugao, quando preceitua que, para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de satide e as atividades do trabalhador, 0 médico deve considerar 0 exame clinico (fisico e mental) e@ os exames complementares. O texto enfatiza como dever o trabalho cuidadoso que peritos e assistentes técnicos devem ter, e que encontra amparo também no art. 466 do Cédigo de Processo Civil (CPC) (http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Lei/L13105.htm). Il — 0 médico perito judicial e assistentes técnicos, ao vistoriarem 0 local de trabalho, devem fazer-se acompanhar, se possivel, pelo préprio trabalhador que esta sendo objeto da pericia, para melhor conhecimento do seu ambiente de trabalho e fungao; Comentério: O texto complementa 0 mandamento expresso no art. 2 dessa mesma resolugéo, quando afirma que, para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de satde e as atividades do trabalhador, hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 3014s asinzoat 1123 Saide Ocupacional 6 dever do médico considerar: a hist6ria clinica e ocupacional atual e pregressa, decisiva em qualquer diagnéstico e/ou investigagéo de nexo causal; 0 estudo do local de trabalho; o estudo da organizagao do trabalho; e 0 depoimento e a experiéncia dos trabalhadores. O texto encontra amparo também no art. 466 do Cédigo de Processo Civil (CPC) (http:/;www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Lei/L13105.htm). Ill — estabelecer o nexo causal, considerando o exposto no artigo 2° e incisos (redagaéo aprovada pela Resolugéo CFM n° 1.940/2010) e tal como determina a Lei n° 12.842/2013, ato privativo do médico. Comentaéric : Sendo bem detalhista, a mengao 4 redacao da Resolucao CFM n. 1.940/2010 foi equivocada. Isto porque a mencionada resolugéo fazia referéncia ao art. 2 da Resolugéo CFM n. 1.488/1998, que acaba de ser revogada pela presente Resolugéo CFM n. 2.183/2018. No mais, o texto 6 redundante na orientagdo quanto a forma do estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saude e as atividades do trabalhador, ja que o art. 2 da presente Resolugao CFM n. 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83) trata exatamente disso em seus nove incisos. Importante salientar que a Lei 12.842/2013 (Lei do Ato Médico) (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2013/Lei/L12842.htm) nao estabelece de forma literal que o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de satide e as atividades do trabalhador é um ato privativo do médico. A mesma lei afirma sim que pericia médica é ato privativo do médico. Cabe a discussao: 0 estabelecimento do referido nexo causal é ato privativo do médico? Penso que sim, pelos motivos expostos AQUI (https://www.saudeocupacional.org/2017/07/o-estabelecimento-do- nexo-causal-entre-doenca-e-trabalho-e-ato-medico.html). Art. 14. A pericia com fins de determinagdo de nexo causal, avaliagao de capacidade laborativa/aptiddo, avaliagdo de sequela/valoragdo do dano corporal, requer atestagao de saude, definigao do prognéstico hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 314s sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional referente ao diagnéstico nosolégico, o que é, legalmente, ato Privativo do médico. Comentario: A Lei 12.842/2013 (Lei do Ato Médico) (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2013/Lei/L12842.htm) estabelece de forma literal que a ‘atestacao médica de condigées de satide, doengas e possiveis sequelas” e a “determinagao de prognéstico relativo ao diagnéstico nosolégico” sao atos Privativo do médico. Com a minha concordancia, o texto do art. 14 interpreta que a determinagaéo de nexo causal, avaliagao de capacidade laborativa/aptidao e a avaliagaéo de sequela/valoragéo do dano corporal compéem as atividades de “atestag¢éo médica de condigdes de saude, doengas e possiveis sequelas” e a “determinagdo de prognéstico relativo ao diagnéstico nosolégico” e, portanto, deveriam ser consideradas como sendo atos exclusivos dos médicos. Paragrafo unico. E vedado ao médico perito permitir a presenga de assistente técnico nao médico durante o ato médico pericial. Comentario: O texto dé forca ao Parecer CFM n. 50/2017 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/50) que jé entendia haver infragao ética na realizagao de pericia médica em presenga de assistente técnico nao médico. Mas enquanto o entendimento estava contido apenas no parecer, nenhum médico poderia ser alvo de processo ético disciplinar por esse motivo. Como agora o mandamento veio através de uma resolugao, 0 médico jé pode ser processado e condenado em seu CRM caso permita a presenca de assistente técnico nao médico durante o ato médico pericial. Argumentos jurisprudenciais para os que forem condenados reverterem a possivel deciséo do CRM na Justiga e ainda “morderem” uma indenizagao por dano moral nao faltam, conforme mostrarei nos préximos paragrafos. Particularmente, mantenho minhas jé manifestas reservas quanto a essa vedagao ao médico perito de permitir a presenca de assistente técnico nao médico durante 0 ato médico pericial. Para os que quiserem ver minhas justificativas e reflexdes sobre o tema, cliquem AQUI (https:/www.saudeocupacional.org/2018/01/consideracoes-sobre-o- parecer-cfm-n-502017.html) ou AQui hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 3214s sition 11:23 Saide Ocupacional (https:/www.saudeocupacional.org/2018/02/argumentos- indigestos.html). Reconhego e respeito que entre meus colegas médicos minha posigao talvez seja minoritéria. No meio juridico, eu jé nao diria o mesmo. Em fevereiro de 2018, em deciséo monocritica, 0 TRT-PE expediu liminar_contréria ao Parecer CFM n. 50/2017 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/50) (Processo n. 0000053-61.2018-5.06.0000 (https:/www.saudeocupacional.org/2018/02/liminar-do-trt-pe- contraria-parecer-cfm-n-502017.html)). Em marco de 2018, igualmente fez 0 TRT-RO (Processo n. — 0000474-48.2017.5.14.0005 (https://www.saudeocupacional.org/2018/04/trt-ro-muda- posicionamento-e-permite-fisioterapeuta-como-assistente-tecnico- em-pericia-medica.html)). Ou seja, tendo 0 mesmo entendimento do Parecer CFM n. 50/2017, 0 paragrafo Unico do art. 14 da Resolu¢éo CFM n. 2.183/2018 ja nasce cravejado de decisées judiciais em contrério. Na minha opiniao, ruim (e desnecessério) pro CFM e pra classe médica. Era preferivel e mais sensato deixar na forma de Parecer até que o tema fosse pacificado. Entre as fundamentagdes do Parecer CFM on. 50/2017 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/50), esta a conclusdo do CFM de que o médico perito que permite atuagao de assistente técnico nao médico esta sendo cumplice com os que exercem ilegalmente a medicina. Pra refletirmos: e quando o perito da “pericia médica” for um nao-médico (algo infelizmente jé bastante comum em alguns tribunais), usando da mesa régua, poderé o assistente técnico ser médico? Nao estaria este ultimo sendo cumplice também do mesmo evocado e hipotético exercicio ilegal da medicina? Se sim, por coeréncia, por que isso nao foi objeto de condenagao pela presente Resolugdo CFM n 2.183/2018 (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83)? Apenas reflitam. Permitindo-me ir um pouco além: a caracterizagéo como “exercicio ilegal da medicina” (um crime previsto no art. 282 do Codigo Penal) dos nao médicos que atuam como assistentes técnicos ou peritos em ‘pericias médicas” é inquestiondvel? Pra mim, n&o. Fosse inquestiondvel, muitos nao médicos jé teriam sido presos em flagrante (como sabemos pela hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 33145 sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional propria midia, esse 6 o caminho natural dos que exercem ilegalmente a medicina). Vocé, leitor, jé viu um Unico néo médico ser preso ou condenado por atuar em pericias? Um s6 que seja? Nao. Entéo permita- se questionar, para o bem da reputagao do CFM no Judiciario e para além dos gritos corporativos (os quais entendo perfeitamente) que o cercam desde sempre: seré mesmo que estamos falando de exercicio ilegal da medicina nesses casos? O proprio TST também entende que nao. Em maio de 2018, por unanimidade, o tribunal considerou valido um laudo pericial de fisioterapeuta (RR - 49500-18.2013.5.13.0026 (https://www.saudeocupacional.org/2018/05/por-unanimidade-turma- do-tst-considera-valido-laudo-pericial-de-fisioterapeuta.html)), apesar da argumentagéo contraria de afronta a Lei do Ato Médico (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2013/Lei/L12842.htm). Alias, permitam-se imaginar se o Judiciério considerasse como crime a atuagao pericial de um profissional nao médico dentro de uma “pericia médica”. Jé que quem nomeia o perito 6 o juiz, 0 crime de exercicio ilegal da medicina teria tido como mandante o proprio Poder Judiciario, 0 que o colocaria também como criminoso. Ou seja, pra considerar a atuagéo desse nao médico perito como exercicio ilegal da medicina, o Judiciério deveria antes condenar a ele mesmo pelo cometimento de um crime. Sabem qual a chance de isso acontecer na pratica? Melhor deixar pra 1a. Enfim, me pareceria melhor, por exemplo, uma luta politica do CFM pela incluséo. no CPC (http:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2015/Lei/L13105.htm) de que ‘o assistente técnico deve ter a mesma graduagéo do perito”. O CFM tem forga politica pra isso. E seria mais simples, eficaz e bem menos desgastante. Art. 15. Em agées judiciais, o médico perito podera peticionar ao Juizo que oficie o estabelecimento de satide ou o médico assistente para anexar cépia do prontuario do periciado, em envelope lacrado e em carater confidencial. Comentario: Assim como no art. 10 da presente resolugao, ao mesmo tempo que ratifica o art. 73 do CEM, o texto flexibiliza do ensinamento trazido pelo art. 89 do Cédigo de Etica Médica hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! alas sri(2024 11:28, ‘aide Ocupacional (https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/codigo%20de%20 etica%20medica.pdf) que dispde especificamente que: “E vedado ao médico liberar cépias do prontudrio sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua propria defesa.” O art. 15 da Resolugao 2.183/2018 coloca como possivel a entrega da cépia do prontuario, pelo estabelecimento de sauide ou o médico assistente ao Juizo, independente de autorizagao do paciente. Na minha opiniao, acertou 0 CFM ao fazer essa flexibilizagao, uma vez que os préprios CRMs ja orientam a todos os médicos e estabelecimentos de satide que encaminhem os prontuarios médicos (ou documentos equivalents), quando assim determinados pelo juiz competente, independente da autorizagéo do paciente, nos termos da deciséo - que ainda 6 passiva de recurso — do processo judicial n. 5009152-15.2013.4.04.7200/TRF4 (deciséo valida em todo territério nacional) e do Oficio Circular CFM n. 16 de 31 de janeiro 2018 (https://www.saudeocupacional.org/2018/02/magistrados-podem-ter- acesso-direto-a-prontuarios-medicos-em-processos.html) Na mesma linha 0 art. 89 do novo Cédigo de Etica Médica (Resolugao CFM n. 2.217/2018) (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/22 17), que entraré em vigor em maio de 2019, estabelece que “6 vedado ao médico liberar copias do prontudrio sob sua guarda exceto para atender a ordem judicial ou para sua propria defesa, assim como quando autorizado por escrito pelo paciente.” Observamos que o atendimento de ordem judicial passaré a ser, por si s6, condigao suficiente para liberago das cépias do prontuério para a Justia, no havendo mais a necessidade de autorizagao do paciente. [LEIA TAMBEM: Para Justiga prontudrio pode ser entregue sem autorizagao do paciente (https://www.saudeocupacional.org/2018/11/para-justica-prontuario- pode-ser-entregue-sem-autorizacao-do-paciente.html)] Art. 16. Esta Resolugéo nao se aplica aos médicos peritos previdencidrios cuja atuagao possui legislacao prépria, ressalvando- se as questées éticas do exercicio profissional. hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 35145 asinzoat 1123 Saide Ocupacional Comentario: Pra mim, texto acertado. Diferente do que fez o art. 7, 0 artigo 16 faz uma bela homenagem ao ordenamento juridico, enaltecendo que 0 estabelecido em lei (e ndo em resolugao), mesmo que verse sobre 0 exercicio médico (no caso, a pericia médica previdencidria), deve ser obedecido, com as ressalvas éticas possiveis e limitadas pela propria lei. O exercicio dos peritos médicos previdenciérios possui peculiaridades previstas na Lei 11.907/2009 (http://www. planalto.gov.br/cclVIL_03/_Ato2007- 2010/2009/Lei/L11907.htm), Lei 8.213/1991 (http://www planalto.gov.br/ecivil_03/Leis/L8213cons.htm), Decreto 3.048/1999 | (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm), entre outras normas, Por exemplo, diante do art. 21-A da Lei 8.213/1991, cabe ao perito médico previdenciario estabelecer (ou nao) o nexo técnico epidemiolégico entre doenga e trabalho, mesmo sem realizar o estudo do local e da organizagéo do respectivo ambiente laboral. Muitos podem discordar disso, mas essa discordancia deve ser direcionada a Lei 8.213/1991 e ndo a Resolugéo CFM n. 2.183/2018, jé que esta ultima deve ser obediente ao texto da lei. E, nesse caso, foi. Art. 17. Revoga-se a Resolugdo CFM n° 1.488 publicada no Diario Oficial da Unido em 6 de margo de 1998, Segdo |, pagina 150, e as disposigées em contrario. Art. 18. Esta Resolugdo entrara em vigor na data de sua publicagdo. Brasilia, 21 de junho de 2018. CARLOS VITAL TAVARES CORREA LIMA — Presidente do CFM HENRIQUE BATISTA E SILVA - Secretario-Geral Fonte: CFM (https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/21 83). + Tags: hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 36148 2snii202t 11:23 ‘aide Ocupacional + CFM (https:fiwww.saudeocupacional.org/tagicim) + Cédigo de Etica (https://www.saudeocupacional.org/tagicodigo-de-etica) + Etica (https:/www.saudeocupacional.org/tagletica) + Exercicio llegal da Medicina (https://www saudeocupacional.orgitag/exercicio-ilegal-da- medicina) + INSS (https:/www.saudeocupacional.orgitag/inss) + Mendanha (https://www.saudeocupacional.org/tag/mendanha) + Parecer CFM n. 03/17 (https:!www.saudeocupacional.orgitag/parecer-cfm-n-0317) + Parecer n. 50/2017 (https://www saudeocupacional.orgitag/parecer-n-502017) + Resolugdo 1488/1998 (https://www saudeocupacional.org/tagiresolucao-14881998) + Resolugao 2183/2018 (https://www.saudeocupacional.org/tagiresolucao-21832018) Related Posts: 1. CFM atualiza norma para médicos que atendem trabalhadores (https://www.saudeocupacional.org/2018/09/cfm-atualiza-norma-para- medicos-que-atendem-trabalhadores. htm!) 2. Atestado para INSS deve indicar tempo de afastamento? (https:/Awww.saudeocupacional.org/2015/12/atestado-para-inss-deve- indicar-tempo-de-afastamento.htm!) 3. Divergir 6 preciso (https://www.saudeocupacional.org/2018/01/divergir-e-preciso.html) TAMBEM EM SAUDE OCUPACIONAL 2 anos atrés - 1 comentario 9 meses atrds «1 comentario 8 meses atras + 1 com © Poder Judiciario parece econhecido tecnicamente Compartihe:Prezad até 0 momento ter que a doenga psiquidtrica leitores. Mais uma v reconhecido nos atos do tem relagdo coma Justiga se posiciona hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 374s, 2sitva02t 11:23, ‘Sais Ocupacional 0 Comentarios Satide Ocupacional @ Disqus’ Privacy Policy @ Entrar ~ OFavorite 2 Vtwoot — f Compartilhar Ordenar por Mais votados ~ @ iniciara ciscussao. _ FAZERLOGIN COM ou REcIsTRE-SE No pisaus @) Satide Nome Ocupacional E-mail Senha Gi Lagree to Disqus’ Termos de Servigo Ci agate Disqus procesing of email and IP adéross, and the use of cookies, to facilitate my authentication nd posting of comments, explained further in the Politica de Privacidade © Lagree to additional processing of my information, including first and thied party cookies, for personalized content and advertising a8 outined i our Data Sharing ‘licy CPrefir pubicar como um visitante Seja o primeiro a comentar. II CBPO " Congresso | ] 8 B PO heel C ile) t Cert ddl-} n Ips: saudeocupacional org2018/fOresolucaoin-n-21852016-comentada-ponto--pont im! 38145, 2sitva02t 11:23, \f CONFERENCIA D CLOVIS DE BARROS PROFESSOR DOUTOR E LIVRE DOCENTE PELA ECA-USP ABERTURA CENTRO DE 26 © 27 convencoes \ AGosTo 2022, PEBOUCAS SAO PAULO/SP INSCREVA-SE AGORA solucao-cfm-n-21892018-comentada-ponto-s-ponto.himl 30145, 2sitva024 11:23 (https://www.congressopsiquiatria.com.br/) LIVRO DO LIMBO “INSS dev aptoe médica (https:/iwww amazon.com. briLimbo-Previdenci%C3%A1rio-Trabalhista-Marcos- Mendanhaldp/8577894878/ref=st_1_2? qid=15677062088refinements=p_27%3AMARCOS+MENDANHA&s=books&sr=1-2) MAIS LIDOS hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! 40145 2oiny2024 11:23 ‘Sais Ocupacional + TST passa a exigir comprovante de vacinagdo para ingresso ¢ circulagao (https:/www.saudeocupacional.org/20211 1Itst-passa-2-exigir-comprovante-de-vacinacao-para- ingresso-e-circulacao html) + STF suspende cassago de aposentadoria de profissionais que combatem a Covid-19 (hitps:/iwww saudeocupacional.org/2021/1/stf-suspende-cassacao-de-aposentadoria-de- profissionais-que-combatem-a-covid-19.html) + Capacidade para o trabalho afasta direito de servente a indenizagao substitutiva (https:/www. saudeocupacional.org/2021/1/capacidade-para-o-trabalho-afasta-direito-de-servente- a-indenizacao-substitutiva.himl) + Trabalhador que ficou em coma apés acidente de trabalho rodovidrio recebera indenizagao (hitps:/iwww saudeocupacional.org/2021/1/trabalhador-que-ficou-em-coma-apos-acidente-de- trabalho-rodoviario-recobera-indenizacao.html) + Recuperagaio judicial de empresa nao afasta direito a estabilidade de dirigente sindical (https:/iwww. saudeocupacional.org/2021/ 1 /recuperacao-judicial-de-empresa-nao-afasta-cireito-a- estabilidade-de-dirigente-sindical.htm!) + Doceria que indicou telefone particular de empregada no site de vendas 6 condenada a pagar indenizagao por danos morais (htips:/www.saudeocupacional.org/2021/11/doceria-que-indicou- telefone-particular-de-empregada-no-site-de-vendas-e-condenada-a-pagar-indenizacao-por-danos- morais.himl) + Jogador de futebol que sofreu lesdo no joeiho deve ser reintegrado (hitps:/iwww saudeocupacional.org/2021/ t/jogador-de-futebol-que-sofreu-lesao-no-joelho-deve~ ser-reintegrado.himl) ‘+ Mantida interdigao de maquina de frigorifico efetuada por auditor-iscal do trabalho (https:/iwww. saudeocupacional.org/2021/11/mantida-interdicao-de-maquina-de-frigorifico-efetuada- por-auditor-fiscal-do-trabalho.himl) + Auxilar de construgao civil ndo recebera adicional de insalubridade por manuseio de cimento (hitps:/ww. saudeocupacional.org/2021/1t/auxiliar-de-construcao-civil-nao-recebera-adicional-de- insalubridade-por-manuseio-de-cimento.htm!) + Atrasos no FGTS justificam rescistio do contrato de consultor por falta grave do empregador (https:/iwww saudeocupacional.org/2021/1/atrasos-no-fats-justificam-rescisao-do-contrato-de- consultor-por-falta-grave-do-empregador-html) 10 HORAS: 100% EAD TRANSTORNOS ventais RELACIONADOS 0 (https://cenbrap edu. br/OnlineEad/EaD TranstornosMentaisRelacionadosTrabalho/EADTMT3/) BUSCA POR MES hitps:lwwn-saudeocupacional rg/2018/1Olresolucao-cfm-r-21832018-comentada-ponto-a-ponta him! anias 2sitva02t 11:23, ‘Sais Ocupacional Busca Por Més Selecionar o més ¥ PREPARATORIO Preparatorio para Prova de Titulo EM MEDICINA DO TRABALHO (http:/iwww.cenbrap.com.br) ASSINE A NEWSLETTER SAUDEOCUPACIONAL.ORG Receba 0 contetido em primeira mao. 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