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TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do PRT.UNC.002 - Página 1/14
PROTOCOLO
Documento
Título do TERAPIA NUTRICIONAL PARA PACIENTES COM Emissão: 05/05/2021 Próxima revisão:
Documento HIPERTENSÃO ARTERIAL Versão: 1 05/05/2023
SUMÁRIO
1. OBJETIVOS ..................................................................................................................................................4
2. JUSTIFICATIVAS...........................................................................................................................................4
3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO ..................................................................................................6
4. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES ..............................................................................6
5. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E METABÓLICO ............................................................................7
6. RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................................................8
6.1. Abordagem multiprofissional .............................................................................................................8
6.2. Mudanças no estilo de vida (MEV) .....................................................................................................8
6.3. Recomendações nutricionais .............................................................................................................9
6.4. Outras recomendações ....................................................................................................................12
7. INTERVENÇÃO NUTRICIONAL ...................................................................................................................12
8. ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL ........................................................................................................12
9. FLUXOGRAMA ..........................................................................................................................................13
10. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................14
11. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO ................................................................................................14
SIGLAS E CONCEITOS
1. OBJETIVOS
a. Auxiliar na redução da pressão arterial para <140/90 mmHg;
b. Manter o peso na faixa de normalidade (Índice de massa corporal - IMC entre 18,5 e 25 kg/m²
para adultos e IMC entre 22 e 27 kg/m² para idosos);
c. Manter a circunferência abdominal (CA) <94 cm para homens e <80 cm para mulheres;
d. Orientar consumo reduzido de sal/sódio;
e. Incentivar hábitos alimentares adequados e balanceados que auxiliam na redução de eventos
cardiovasculares.
2. JUSTIFICATIVAS
A hipertensão arterial (HA) para jovens (a partir de 16 anos), adultos e idosos é
definida como valores sustentados de pressão arterial sistólica (PAS) maior que 140 mmHg e/ou
valores de pressão arterial diastólica (PAD) maior que 90mmHg, medidas com a técnica correta, em
pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva (WILLIAMS et al.,
2018; BARROSO et al., 2020).
Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a HA costuma evoluir com
alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins
e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente,
linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC)
e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos
sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal,
intolerância à glicose, e diabetes mellitus (DM) (BARROSO et al., 2020).
Recomenda-se que a pressão arterial seja classificada como ótima, normal, pré-
hipertensão ou definida em graus de hipertensão de 1 a 3, conforme Tabela 1 (BARROSO et al.,
2020).
Tabela 1. Classificação da pressão arterial de acordo com a medição no consultório a partir de 18 anos:
crônica e elevada de álcool, tabagismo) e determinantes sociais (riqueza e renda, educação, acesso
ao sistema de saúde, ocupação/emprego).
O tabagismo é um importante fator de risco para DCV e câncer. Há evidências que
sugerem efeitos nocivos para saúde inclusive do fumante passivo. Independentemente de seu
efeito sobre a PA, abordar esse tema é muito importante, porque o fumo é o único fator de risco
totalmente evitável de doença e morte cardiovasculares, e seu enfrentamento precisa ser realizado.
A OMS recomenda para o controle do tabagismo, do ponto de vista de prevenção, que o jovem evite
experimentar cigarro, pois, ao fazê-lo, terá probabilidade superior a 50% de tornar-se dependente.
O combate ao tabagismo é difícil, pelas dependências química e psíquica que causa, mas os
benefícios da cessação na mortalidade DCV já ocorrem a curto prazo (WILLIAMS et al., 2018;
BARROSO et al., 2020).
Estima-se que o consumo excessivo de álcool seja responsável por cerca de 10 a 30%
dos casos de HA e por aproximadamente 6% da mortalidade de todas as causas no mundo. A
ingestão de seis ou mais doses ao dia, equivalente a 30g de álcool/dia (1 garrafa de cerveja - 5% de
álcool - 600 mL; 2 taças de vinho - 12% de álcool - 250 mL; 1 dose de uísque, vodca, aguardente -
42% de álcool - 60 mL) proporciona maior prevalência de HA ou elevação dos níveis pressóricos.
Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres e indivíduos com
sobrepeso e/ou triglicerídeos elevados a fim de proporcionar benefícios para a saúde
cardiovascular. A diminuição de 3 a 6 para 1 a 2 doses/dia promove redução de 3,31/2,04 mmHg
(WILLIAMS et al., 2018; BARROSO et al., 2020).
O consumo excessivo de sódio (>5g por dia, equivalente a uma colher de chá de sal)
é um dos principais fatores de risco modificáveis para a prevenção e o controle da HA e das DCV.
Estudos de medida de excreção de sódio mostraram que naqueles com ingestão elevada desse
mineral, a PAS foi 4,5 a 6,0 mmHg maior e a PAD 2,3 a 2,5 mmHg em comparação com os que
ingeriam as quantidades recomendadas de sódio. Já a restrição de sódio está associada à redução
da PA e, em pacientes hipertensos tratados, pode reduzir o número ou dose de medicamentos
necessários para controlar a pressão sanguínea (WILLIAMS et al., 2018; BARROSO et al., 2020).
Uma metanálise apontou que uma redução de 1,75 g de sódio por dia (4,4 g de
sal/dia) está associada a uma redução média de 4,2 e 2,1 mmHg na PAS e na PAD, respectivamente.
O efeito redutor na PA com a restrição de sódio é maior em negros, idosos, diabéticos, naqueles
que apresentam síndrome metabólica (SM) e na DRC. Cabe destacar, ainda, que em 2013, US$ 102
milhões dos gastos do SUS com hospitalizações foram atribuíveis ao consumo excessivo de sódio
(MALACHIAS et al., 2016; BARROSO et al., 2020).
“De maneira oposta, o aumento na ingestão de potássio reduz a PA, sendo que o
efeito da suplementação parece ser maior naqueles com ingestão elevada de sódio e entre os
indivíduos da raça negra” (BARROSO et al., 2020).
A obesidade geral e a obesidade abdominal foram associadas ao aumento do risco
de HA e de mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares. Por outro lado, a
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d. Prescrever suplementos nutricionais, bem como alimentos para fins especiais, quando
necessário;
e. Interagir com a equipe multiprofissional responsável pelos pacientes, a fim de garantir a
uniformidade do cuidado e promover melhora do quadro clínico;
f. Promover ações de educação alimentar e nutricional para pacientes, cuidadores, familiares ou
responsáveis, incentivando a mudança de hábitos alimentares e de vida;
g. Realizar orientação nutricional na alta dos pacientes, estendendo-a aos cuidadores, familiares
ou responsáveis, quando couber;
h. Avaliar a necessidade de encaminhar para acompanhamento ambulatorial.
6. RECOMENDAÇÕES
d. Aconselhar o controle do peso corporal para evitar obesidade (IMC > 30 kg/m² ou CA >102
em homens e >88 em mulheres), manutenção do IMC e valores de circunferência da cintura
adequados para reduzir pressão sanguínea e risco cardiovascular.
Os pacientes com até 65 anos devem ser orientados a manter o IMC <25 kg/m², após
65 anos manter o IMC <27 kg/m² e CA <80 cm nas mulheres e <94 cm nos homens.
Resumidamente ser “o mais magro possível” dentro da faixa da normalidade do IMC pode ser a
melhor sugestão com relação à prevenção primária da HA (OLIVEIRA et al., 2017; BARROSO et
al., 2020).
De acordo com Barroso et al. (2020), é esperada diminuição de 1mmHg por cada quilo de peso
perdido.
7. INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
O nutricionista deve se nortear pelos objetivos e recomendações estabelecidos neste
protocolo e, com base neles, definir estratégias e intervenções, ou seja, a conduta, onde será
descrita a terapia nutricional para o paciente com HA.
“As condutas nutricionais devem avaliar o impacto da intervenção no progresso da
saúde do paciente, observar variações de necessidades nutricionais e personalizar a orientação,
conforme o estilo de vida individual” (ASBRAN, 2014).
8. ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
De acordo com a ASBRAN (2014), o acompanhamento de nutrição tem o objetivo
de avaliar a resposta à intervenção que aconteceu de acordo com o diagnóstico de
nutrição e redefinir novos diagnósticos e objetivos. Para tanto, deverá determinar
o progresso, rever o estado nutricional e realizar comparação sistematizada com a
avaliação inicial, as metas propostas e os padrões de referência de nutrientes. A
frequência do acompanhamento deve ser estimada segundo o diagnóstico e o
objetivo da intervenção de nutrição.
O monitoramento deverá seguir o descrito no Manual de Nutrição Clínica da UNC, e
deverá contemplar as mudanças dietéticas e evolução antropométrica (BARROSO et al., 2020).
De acordo com Barroso et al. (2020), a HA possui tratamento adequado, mas é de
difícil controle pela baixa adesão. Assim, a promoção de ações de educação alimentar e nutricional
continuada durante a internação é fundamental para determinar e manter estilos de vida mais
adequados.
9. FLUXOGRAMA
Triagem
Avaliação nutricional e
metabólica
Diagnóstico médico de HA
Interação com a equipe
multiprofissional
Intervenção de nutrição/
TERAPIA NUTRICIONAL
Acompanhamento
Orientação de alta
Encaminhamento
ambulatorial, se necessário
10. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO (ASBRAN). Manual Orientativo: Sistematização do Cuidado
de Nutrição. São Paulo, 2014.
BARROSO W. K. S. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial – 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2020. Disponível em:
http://abccardiol.org/wp-content/uploads/2020/11/DBHA-2020.x64000.pdf. Acesso em: 02 dez.
2020.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO (CFN). Resolução nº 600, de 25 de fevereiro de 2018. Definição
das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 abr.
2018.
MALACHIAS M. V. B. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). VII Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 107, n. 3, supl. 3, set. 2016.
OLIVEIRA, G. M. et al. Diretrizes de 2017 para manejo da hipertensão arterial em cuidados primários
nos países de língua portuguesa. Revista Portuguesa de Cardiologia, v. 36, n. 11, p. 789-798, 2017.
WILLIAMS B. et al. Guidelines for themanagement of arterial hypertension: The Task Force for the
management of arterial hypertension of the European Society of Cardiology (ESC) and the European
Society of Hypertension (ESH). European Heart Journal, v. 39, p. 3021-3104, 2018.
Validação
Juliana Gomes de Souza Araujo, chefe da UNC Data: 18/03/2021
Marina Casteli Rodrigues Monteiro, chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico Data: 19/03/2021