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A questão do e-lixo e sua ameaça silenciosa

O lixo eletrônico, também conhecido como “e-lixo”, são os restos descartados


de aparelhos eletrônicos, muitas vezes danificados, com mau funcionamento ou
obsoletos. O descarte desses objetos é cada vez mais comum, uma vez que os
aparelhos eletrônicos estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano e possuem
capacidade de evoluir rapidamente, havendo a necessidade de adquirir aparelhos
mais modernos para se acompanhar todas as novidades do mercado.

Infelizmente, por trás desse conceito simples há um problema muito


complexo: o descarte desse e-lixo. O caráter consumista de nossa sociedade faz
com que a geração desse tipo de lixo cresça cada vez mais, dificultando sua
separação e seu reaproveitamento. Além disso, por conter, em alguns casos,
elementos tóxicos para a natureza e para o ser humano, esses aparelhos não
podem ser jogados em aterros comuns, precisando de uma atenção especial na
hora do descarte.

O Brasil era o líder na produção de lixo eletrônico na América Latina no ano


de 2017, segundo estudos promovidos pela União Internacional de
Telecomunicações, gerando 1,5 mil toneladas por ano. Considerando a dificuldade
que o país já enfrenta para separar seu lixo reciclável, é fácil deduzir que sua
situação com o lixo eletrônico não seja muito diferente. Mesmo com o governo
criando algumas regulamentações que ajudam no controle e no descarte desse lixo
nos últimos anos, como a “lei Nº 13.576, que determina a destinação adequada
desses componentes pelas empresas produtoras, comercializadoras, ou que usam
esses materiais em seus serviços”, ainda há um déficit na coleta e principalmente no
reaproveitamento desses remanescentes.

Além desse problema, o e-lixo é formado por compostos que são


extremamente tóxicos, que ao ser desejados de forma inadequada, contaminam o
solo, podendo chegar ao lençol freático e por fim causando uma série de
complicações para o ecossistema ao redor e para os humanos. Doenças
cardiovasculares, hepáticas e do sistema nervoso, além do câncer e da influência
negativa no desenvolvimento de embriões são algumas das consequências dessa
contaminação, que apenas agrava os problemas com a poluição que já temos.
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A produção massificada de bens de consumo eletrônicos já é uma realidade,


e já está fazendo com que percamos o controle sobre os restos que esse mercado
gera. Por isso, é de suma importância que haja uma regulamentação mais rigorosa
sobre essa, responsabilizando empresas e criando organizações para controlar a
geração de lixo eletrônico, além de conscientizar o consumidor e pressionar os
países que mais geram esse tipo de resíduos, enfatizando a importância do descarte
consciente e as consequências da negligência para com esse problema, que
destroem o planeta lentamente junto com outros problemas ambientais.

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