Até o início do século XX, a principal corrente econômica era o liberalismo (“laissez-faire”) .
Ele partia do pressuposto de que o indivíduo, quando visava o benefício próprio, acabava por
beneficiar toda a sociedade, pois atendia à sua necessidade por determinados produtos e serviços.
De acordo com essa doutrina, a presença de alguns mecanismos na economia garantia o seu bom
funcionamento, coibindo os excessos:
A concorrência;
O livre movimento de bens e serviços;
O sistema de preços.
Nas situações em que um ou mais desses elementos estavam ausentes, surgiam as falhas de
mercado, desequilibrando a relação entre demanda e oferta, e acarretando mais custos do que
bem-estar social.
Como forma de atenuá-las, foram criadas a autorregulação, conduzida pelos próprios agentes
econômicos, e a “regulação econômica”, de responsabilidade governamental.
Rent-seeking
No rent-seeking, um grupo econômico usa a sua influência junto ao governo para obter
vantagens, às custas dos demais agentes da sociedade.
A captura regulatória, onde os agentes públicos cedem à pressão de grupos de interesse, é uma
das consequências dessa prática.
Assimetria de informações
Quando maior o custo para se obter informações dos demais agentes na economia, maior o
problema de assimetria de informações, que leva ao risco moral e à seleção adversa, onde os
parceiros de negócios menos adequados acabam sendo escolhidos.
Monopólio
No monopólio, a presença de um único fornecedor gera falhas de mercado tanto totais (total
ausência de um produto) como parciais (a oferta não atende plenamente a demanda).
Monopsônio
Externalidades
São os fatores não diretamente relacionados a um determinado mercado mas que o impactam
positivamente (como a inovação, por exemplo) ou negativamente (é o caso da poluição).
Bens públicos
Não-rivalidade: o uso por uma pessoa não reduz a sua disponibilidade aos demais;
Não-exclusividade: ninguém pode ser impedido de usá-los.
Dito isso, só estão disponíveis de forma coletiva, ao contrário dos bens e serviços contratados
individualmente. Assim, capturam os que não estão dispostos a pagar por eles, mesmo se
beneficiando dos mesmos (os chamados “caronas”).
Isso explica porque os bens públicos não atraem investimentos privados, permanecendo sob a
gestão do Estado.
1. Eles se assemelham a um monopólio, dado que uma única empresa fica responsável pelos
serviços;
2. Eles atendem ao que determina o contrato de concessão, não podendo excluir
consumidores.
Isso faz com que sejam operações altamente regulamentadas, não só pelo governo, mas pelos
próprios órgãos responsáveis por fiscalizá-las.
Na interação entre regulador (governo) e agente regulado (empresa), é comum que surja o
problema da assimetria de informação. Quando o governo não consegue endereçar
adequadamente as falhas do mercado, em função da falta de maiores informações sobre o agente
regulado, é que ocorrem as falhas de governo.
É fato que o próprio Keynes, que presenciou os excessos que causaram a Grande Depressão de
1929, acreditava que a livre iniciativa e a concorrência alimentavam a máxima eficiência
econômica.