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1. INTRODUÇÃO.

Nos trabalhos de construção e manutenção das linhas de transporte de energia


acontecem situações em que teremos o lançamento de cabos condutores, dependente de um
cruzamento ou travessia, sobre obstáculos de diversos tipos e características tais como:
Linhas elétricas de alta, média e baixa tensão, Redes de telecomunicação, Rodovias, Ruas e
Avenidas, Estradas vicinais, Ferrovias, Tubulações metálicas, Áreas de vegetação
permanente, Mananciais de agua e vias navegáveis, Benfeitorias e outros obstáculos.

Este instrução trata dos critérios para construção dos cavaletes de proteção nas
travessias, durante o lançamento de cabos em Linhas de Transmissão, visando possibilitar
que a transposição dos obstáculos seja executada com a segurança necessária.

A execução das travessias que constituem obstáculos nas linhas é uma atividade que
exige planejamento prévio. Quando isto acontecer o lançamento dos cabos condutores deve
ser executado conforme o planejamento, de forma a prevenir acidentes durante os trabalhos,
principalmente sobre redes elétricas energizadas.

Além de proteger as instalações e benfeitorias de terceiros, o objetivo da travessia é


também proteger a integridade dos cabos a lançar durante a sua execução.

2 – TECNICAS ALTERNATIVAS.

Há várias alternativas de trabalho comumente utilizadas, que podem ser adotadas na


transposição dos obstáculos durante a construção das linhas. Também pode ser adaptado ou
desenvolvida outras técnicas de passagem dos cabos sobre os obstáculos, desde que
travessia seja executada com os devidos cuidados.

Uso de cavaletes de proteção;

Transposição por meio de guindastes ou munk;

Etc.

A alternativa mais utilizada, e mais simples, é por meio da construção de cavaletes de


proteção ou empalcaduras que são estruturas do tipo pórtico, em forma de montantes e
trave, estaiadas ou não estaiadas. Nestas Proteções os prumos dos pórticos são montantes
metálicos ou postes de madeira tratados e/ou varolas de eucalipto.

3 – DETALHES CONSTRUTIVOS.

3.1 - Locais de instalação - Instalar o sistema de proteção adequada o para


transpor os obstáculos que possam danificar o cabo em lançamento, ou possam ser
danificados por estes ou pelo cabo piloto. Os principais obstáculos que existem durante o
lançamento de cabos de uma linha são os seguintes:

1. Linhas elétricas de média e alta tensão;


2. Rodovias estaduais ou federais ou municipais;
3. Linhas elétricas de baixa tensão;
4. Redes de telecomunicação;
5. Estradas municipais secundarias e/ou rurais vicinais;
6. Estradas de ferro não eletrificadas;
7. Rios, Lagos, Canais, Vias navegáveis, açudes ou outros mananciais de água.
8. Parques ecológicos ou áreas de vegetação permanente;
9. Outros obstáculos como cercas de arame, eletrificadas ou não, quando houver
necessidade de serem mantidas as distâncias adequadas sobre o obstáculo a ser
atravessado.

Locação das proteções no campo - A localização das travessias e dos cavaletes


devem ser indicadas nos Planos de Lançamento de Cabos Para-raios e Condutores. Quando
houver dúvidas sobre a exata localização do cavalete, a topografia deverá ser solicitada para
executar a locação.

Constituição das proteções – As proteções do tipo cavalete ou pórtico são


constituídas de fundação, montantes ou colunas, viga ou trave ou travessa, estais, malha
trançada, sistema de aterramento (quando necessário), etc. Tais proteções podem ter seus
montantes e travessas devidamente estaiadas ou não, dependendo das características da
travessia.

Fundação dos montantes – São os elementos de sustentação dos montantes, cuja


profundidade de engastamento segue a mesma regra utilizada nos postes de distribuição,
calculado pela aplicação de 10% do comprimento total do montante + 0,60 m. Os montantes
são engastados no terreno na profundidade calculada, sendo a profundidade mínima
recomendada de um metro, e uma abertura menor possível, a ser adaptada à seção
transversal do montante. Se as escavações se situarem em terreno rochoso, neste caso,
devem ser abertos preferencialmente por meio de martelo pneumático, visando evitar o uso
de explosivos.

Montantes ou colunas – São os elementos engastados no solo que servem de


sustentação da estrutura de proteção. Os montantes são construídos com troncos de madeira
(Ex: eucalipto ou madeira de extração aprovada) com diâmetros entre 15 cm
aproximadamente, condizentes com o tipo e características dos obstáculos a serem
transpostos. Excepcionalmente, e com o acordo o proprietário da obra, os montantes podem
ser de colunas metálicas treliçadas, mediante aterramento, nas condições onde há risco de
induções elétricas. Em alguns casos, dependendo da altura, poderão ser utilizados andaimes
metálicos amarrados em postes de madeira (eucalipto ou madeira de extração aprovada). No
modelo tradicional, mais simples são necessários, no mínimo, dois montantes.

Vigas ou trave - Na parte superior da proteção são instaladas vigas ou traves,


preferencialmente de madeira tratada, como as varas de eucalipto, do mesmo tipo utilizada
nos montantes. As travessas em madeira devem possuir diâmetro suficiente de modo a que
na zona de ligação ao prumo tenha no mínimo 10 centímetros. Vigas metálicas não são aqui
recomendadas. Podem ser utilizadas, após objeto de estudos e consultas.

Estais – Em determinadas circunstancias, os cavaletes devem ser obrigatoriamente


atirantados, para resistir às eventuais quedas dos cabos condutores ou proteger da ação de
arrasto dos mesmos, especialmente, durante a passagem das emendas dos cabos sob
lançamento. O estaiamento do cavalete fica a critério do projetista responsável ou do chefe
de campo/turma, em função da segurança exigida, em cada da travessia e para cada perfil
do terreno. A fixação da viga (trave) poderá ser feita por meio de parafusos, amarrações com
cabos de aço ou corda de serviço.

Malha trançada – Sempre que necessário, deverá ser instalada uma rede ou malha
de proteção, com material não condutor (corda comum ou corda de seda), para evitar que os
cabos, ao serem lançados, não toquem os elementos objeto de cruzamento.
Excepcionalmente, dependendo da travessia, de comum acordo com o proprietário da obra,
as malhas podem ser de cabo de aço revestido de material isolante. Nos casos de travessias
sobre Redes Elétricas, Rodovias Estaduais / Federais a proteção deve ser trançada com corda
apropriada (seda), formando uma rede, como mostra o desenho abaixo. O trançado da
proteção com cordas, pode ser mais simples ou mais complexo, desde que não permita que o
cabo passe através dos espaços existentes da rede trançada. Montantes postes que suportam
redes de proteção deverão ser estaiados.
Sistema de aterramento – Quando necessário, deverá realizar um sistema de
aterramento adequado de componentes metálicos, dos cavaletes de proteção, nos casos de
lançamento sobre linha energizadas ou nas suas proximidades, especialmente quando se
adotam montantes e vigas metálicas.

Montagem das proteções – A montagem dos cavaletes é comumente feita


utilizando-se de caminhão munck. Na retirada, após a fase de grampeação dos cabos
condutores, aplica-se a mesma técnica. A montagem manual fica restrita aos cavaletes de
pequena altura. A fixação da viga (trave) poderá ser feita por meio de parafusos ou
amarrações com corda ou (estropo) cabo de aço que não entrem em contato com o cabo a
ser lançado ou uma combinação parafuso + corda, porém de modo que estabeleça uma
fixação segura.

Altura das proteções - A altura dos cavaletes será em função do perfil do terreno e
da altura do objeto de proteção. Os cavaletes de proteção para os obstáculos normais de até
15 m de altura, aproximadamente, poderão ser varas de eucaliptos. A altura máxima dos
prumos, não é segura, ao exceder os 25 metros.

Se o obstáculo a transpor tiver uma altura maior que 25,00m, deve ser estudado,
caso a caso, a necessidade de adotar outras alternativas de transposição.

No caso de rodovias, ferrovias e estradas vicinais/ secundárias, a altura dos cavaletes


deverá ser medida, tendo como referência o eixo das mesmas (altura do cavalete = eixo da
via até a parte inferior da travessa).

Nas linhas de distribuição e transmissão a construção dos cavaletes deverá ser,


rigorosamente, respeitar as distâncias elétricas críticas de isolamento, com relação à
movimentação dos equipamentos utilizados (caminhão munck, trator, etc.).

Precauções de montagem - Durante a montagem dos pórticos, no cruzamento ou


nas proximidades de outras linhas de transmissão ou distribuição, deve-se ter em conta as
distâncias de segurança em trabalhos na vizinhança de instalações em tensão. A
movimentação dos montantes durante a sua instalação deve ser controlada por meio de
cordas (isolantes, quando necessário). Os meios mecânicos de elevação utilizados não devem
aproximar-se dos cabos energizados além da distância mínima de isolamento estabelecida
para cada nível de tensão. Regra geral os montantes metálicos devem ser ligados à terra por
intermédio de um elétrodo de terra.

Detalhes de montagem - Nas travessias sobre redes elétricas serão executados


cavaletes com largura total. São montados obrigatoriamente dois pórticos, um de cada lado
da linha a proteger. Nestas proteções os montantes dos pórticos são montados com
intervalos não superiores a 6 metros. Serão instaladas tantas colunas quantas forem
necessárias, de modo que a travessa ultrapasse em, pelo menos, 1 metro a posição dos
condutores exteriores da linha em montagem. Nos cavaletes de proteção com alturas
elevadas e terrenos pouco resistentes, as fundações dos montantes devem ser reforçadas,
por exemplo, com solo cimento ou concreto ciclópico, para melhorar a resistência ao
tombamento.

Viga e travamento - A ligação da travessa ao prumo deve ser feita parafusos, corda
ou cabo de aço flexível de diâmetro de 6 a 8 milímetros. As travessas devem ficar montadas
acima da linha a proteger a uma distância não inferior ao estabelecido. As sobreposições das
pontas das travessas devem ser amarradas entre si com corda, quando for caso.

Fundações dos estais – Geralmente são fundações executadas com uma haste de
ferro fixada em toros de madeira enterrados no solo ou bases de concreto.

Estaiamento - Os pórticos, depois de devidamente montados, devem ser estaiados,


geralmente, com cordas ou cabo de aço flexível de 8 milímetros de diâmetro, do seguinte
modo:
a) Estaiamento transversal - Entre pórticos, instalar estais envolvendo os montantes e a viga
e prolongando-se longitudinalmente para ambos os lados, devidamente esticados e atrelados
às fundações dos estais.
b) Estaiamento longitudinal - De cada pórtico (no sentido das travessas) instalar estais, do
mesmo modo, do ponto anterior.

4 – MEDIDAS DE SEGURANÇA.

4.1 - RISCOS INERENTES AS ATIVIDADES

4.2 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA.

4.3 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

4.4 – MEDIDAS DE CONTROLE

4.5 – SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO.

4.6 – NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA DO TRABALHO.

5 - CUIDADOS COM O MEIO ABIENTE.

As estruturas de proteção deverão ser removidas após o grampeamento dos


condutores. Todo o material utilizado deverá ser retirado da faixa após a remoção das
estruturas, devendo ser feita a restauração completa das áreas utilizadas, bem como,
enchidas e compactadas as cavas até o nível do solo.

Quando da retirada dos cavaletes os buracos deverão ser tampados com o mesmo
solo e restituídas (dentro do possível) as mesmas características do local antes da instalação
dos cavaletes .

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