ENSINO MÉDIO 1 - 2020 - VOLUME 1 - PROVA I

Língua estrangeira: Inglês

LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
01 - 16 - 31 -
02 - 17 - 32 -
03 - 18 - 33 -
04 - 19 - 34 -
05 - 20 - 35 -
06 - 21 - 36 -
07 - 22 - 37 -
08 - 23 - 38 -
09 - 24 - 39 -
10 - 25 - 40 -
11 - 26 - 41 -
12 - 27 - 42 -
13 - 28 - 43 -
14 - 29 - 44 -
15 - 30 - 45 -
CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS

46 - 61 - 76 -
47 - 62 - 77 -
48 - 63 - 78 -
49 - 64 - 79 -
50 - 65 - 80 -
51 - 66 - 81 -
52 - 67 - 82 -
53 - 68 - 83 -
54 - 69 - 84 -
55 - 70 - 85 -
56 - 71 - 86 -
57 - 72 - 87 -
58 - 73 - 88 -
59 - 74 - 89 -
60 - 75 - 90 -
 ENSINO MÉDIO 1 - 2020 - VOLUME 1 - PROVA I
Língua estrangeira: Espanhol
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
01 - 16 - 31 -
02 - 17 - 32 -
03 - 18 - 33 -
04 - 19 - 34 -
05 - 20 - 35 -
06 - 21 - 36 -
07 - 22 - 37 -
08 - 23 - 38 -
09 - 24 - 39 -
10 - 25 - 40 -
11 - 26 - 41 -
12 - 27 - 42 -
13 - 28 - 43 -
14 - 29 - 44 -
15 - 30 - 45 -
CIÊNCIAS HUMANAS
E SUAS TECNOLOGIAS

46 - 61 - 76 -
47 - 62 - 77 -
48 - 63 - 78 -
49 - 64 - 79 -
50 - 65 - 80 -
51 - 66 - 81 -
52 - 67 - 82 -
53 - 68 - 83 -
54 - 69 - 84 -
55 - 70 - 85 -
56 - 71 - 86 -
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58 - 73 - 88 -
59 - 74 - 89 -
60 - 75 - 90 -
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 XXXX
SE06_2015_IN_02
Disponível em: <http://www.huffingtonpost.ca>. Acesso em: 16 abr.
2015.
É comum governos e instituições promoverem campanhas de
conscientização. De maneira similar, a propaganda veiculada
pelo governo do Quebec, no Canadá, tem por objetivo fazer
com que as pessoas
A. considerem a possibilidade de adotar uma criança.
B. denunciem o abandono e maus-tratos de menores.
C. reflitam sobre quão receptivas elas são às diversidades.
D. participem ativamente de movimentos de cunho social.
E. doem quantias para campanhas contra a violência
doméstica.
Alternativa C
Resolução: A alternativa correta é a C. O texto indica que a
criança na fotografia pertence a uma família homoafetiva e
pergunta ao leitor se isso o incomoda. Trata-se, portanto, de
um convite à autorreflexão sobre a tolerância que se tem à
diversidade. As demais alternativas estão incorretas porque:
(A) os elementos verbais e não verbais do texto não permitem
afirmar que o objetivo da peça publicitária seja promover a
adoção; (B) assim como a alternativa A, a B não encontra
respaldo no texto, visto que não são citados nele quaisquer
tipos de maus-tratos; (D) como explicado anteriormente, o
objetivo da peça publicitária não é exatamente fazer com que
as pessoas se engajem em movimentos de cunho social, mas
sim que elas avaliem o quanto são receptivas às diferenças;
(E) o texto não menciona doações, portanto a alternativa não
encontra respaldo nele.
QUESTÃO 02 XXXX
SE06_2011_IN_02
Nina Paley
PALEY, Nina. Available at: <http://www.ninapaley.com>. Accessed:
Feb. 20, 2011.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Na tirinha apresentada, o cachorro mostra para o gato uma
lista de possíveis presentes que poderia receber de Natal.
Entretanto, nota-se que a resposta a essa iniciativa contraria
os objetivos do cachorro, visto que o gato,
A. embora perceba que o cachorro está, com a feitura
da lista, pedindo um presente, considera a troca de
presentes uma bobagem.
B. ainda que tenha demonstrado simpatia pela ideia do
cachorro, afirma que ele é mais merecedor de bons
presentes que o amigo.
C. ainda que demonstre compreender que o cachorro
espera ganhar dele um presente, prefere fingir não ter
dinheiro para comprá-lo.
D. mesmo sabendo que desapontará o
cachorro, afirma, explicitamente, que não
poderá lhe dar nenhum dos presentes
da lista.
E. ainda que saiba que o cachorro espera dele um
presente, prefere ignorá-lo, para que este perceba que
seu desejo não será realizado.
Alternativa E
Resolução: No último quadrinho, o cão diz ao gato “You’re not
getting the hint, are you?”, o que se traduz como “Você não está
entendendo a dica, não é?”. O gato, por sua vez, lhe responde
“Neither are you”, ou seja, “Nem você”. Depreende-se
disso que, ao ignorar o cão, o gato espera que o colega
compreenda que não receberá nenhum presente de Natal,
conforme propõe a alternativa E. As demais alternativas
estão incorretas porque: (A) não existem elementos textuais
suficientes para sustentar a afirmação de que o gato
considere a troca de presentes uma bobagem. Ele, de fato,
dá a entender que não dará nenhum presente ao cachorro,
mas o que motiva essa decisão não está explícito; (B) o gato
não afirma ser mais merecedor de presentes que o cão. Ele
apenas ignora a lista do colega, sugerindo tacitamente que
não lhe dará nenhum presente; (C) o gato não faz nenhuma
menção, explícita ou implícita, a dinheiro, o que impede que
se faça a afirmação da alternativa; (D) o gato não dá ao cão
nenhum tipo de explicação, e sim ignora-o, na esperança
de que isso seja sinal suficiente de que não tem nenhuma
intenção de presenteá-lo.
QUESTÃO 03 XXXX
SE02_2011_IN_01
Parkour, a sport activity
Alexandre Ferreira / Creative Commons
(sometimes abbreviated to PK) or l’art du déplacement
(English: the art of movement) ... with the aim of moving from
one point to another as efficiently and quickly as possible,
using principally the abilities of the human body. It is meant
to help one overcome obstacles, which can be anything in
the surrounding environment – from branches and rocks to
rails and concrete walls – and can be practiced in both rural
and urban areas. Parkour practitioners are referred to as
traceurs, or traceuses for females.
LCT – PROVA I – PÁGINA 1
 Founded by David Belle in France, Parkour focuses on
practicing efficient movements to develop one’s body and
mind to be able to overcome obstacles in an emergency.
Available at: <http://rocwiki.org/Parkour>. Accessed on: Aug. 24, 2010
(Adaptation).
Nos últimos anos, o Parkour tem sido tema de discussões
e de dúvidas, uma vez que, como é uma prática bastante
nova, ainda não é bem compreendida. O texto apresentado
afirma que o Parkour consiste em
A. uma atividade física elaborada para o alcance de
um maior bem-estar para pessoas com problemas
respiratórios.
B. uma forma de movimentação em que se busca a máxima
conexão com o solo, bem como grande desenvolvimento
intelectual.
C. um esporte em que, com as habilidades do corpo,
busca-se superar obstáculos de forma eficiente.
D. uma competição em que se busca pular de lugares
altos que compõem o ambiente que nos cerca.
E. uma atividade em que se deve movimentar da forma
mais rápida, corajosa e descompromissada possível.
Alternativa C
Resolução: O Parkour, segundo o texto, é um esporte em
que seus praticantes têm o objetivo de se movimentar da
forma mais eficiente e rápida possível, usando principalmente
as habilidades do corpo para superar obstáculos do meio
circundante: “[...] with the aim of moving from one point to
another as efficiently and quickly as possible, using principally
the abilities of the human body.” Portanto, a alternativa
correta é a C.
QUESTÃO 04 XXXX
SE07_2011_IN_05
Open science, a complex movement
ABSTRACT: Science must be open and accessible, and
diffusion of knowledge should not be limited by patents and
copyrights. Against the determinist view on technological
and legal solutions, we need an explicit reflection on the
relation between science and society. Both academic
and industrial science seem unable to fulfill open science
needs: new societal configurations are emerging and we
should keep asking questions about appropriation, power,
privatisation and freedom.
SISSA – International School for Advanced Studies Journal
of Science Communication
Disponível em: <http://jcom.sissa.it/>. Acesso em: 07 jul. 2011
(Adaptação).
O texto apresentado tem como principal objetivo discutir a
A. privatização de centros de pesquisa estatais, que
poderia acarretar sérios problemas sociais, legais e
disputas de poder.
B. relação entre ciência e sociedade, já que esta não
costuma se beneficiar das descobertas científicas,
que custam um preço muito alto.
C. questão da ética científica, que trata de assuntos como
os direitos dos animais submetidos a experimentos e
da quebra de patentes.
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
D. necessidade de se investir mais em pesquisas
científicas e de dar a elas o mesmo valor, sejam elas
realizadas na academia ou na indústria.
E. necessidade de as descobertas da ciência estarem
à disposição de todos, sem o impedimento de questões
de patente e de direitos autorais.
Alternativa E
Resolução: O texto tem como principal objetivo discutir
a necessidade de as descobertas da ciência estarem à
disposição de todos, sem o impedimento de questões
de patente e de direitos autorais, como se confirma no
seguinte trecho: “Science must be open and accessible, and
diffusion of knowledge should not be limited by patents and
copyrights”. Apesar de a alternativa B parecer estar correta,
ela não pode ser considerada adequada porque o texto não
faz referência ao preço das descobertas científicas.
QUESTÃO 05 XXXX
SE01_2014_IN_05
A “non-natural” amphetamine-like compound found in
dietary supplements
For the second time in recent weeks, scientists have
found a “non-natural” amphetamine-like compound in dietary
supplements – yet federal regulators have issued no warnings
to consumers about the ingredient.
FDA officials would not comment on their study or release
the names of the supplements tested. They only published
that the ingredient is called Acacia Rigidula. The Acacia
Rigidula supplements tested were marketed for such things
as weight loss, energy boosting and mood stabilizing, their
paper said.
“This is a brand new drug being placed into a number of
supplements under the guise of a natural ingredient”, Pieter
Cohen, an assistant professor at Harvard Medical School,
said after reading the FDA’s paper.
Available at: <http://www.usatoday.com>.
Accessed on: Nov. 15, 2013 (Adaptation).
No texto, afirma-se que os suplementos alimentares
contendo a substância Acacia Rigidula eram comercializados
com a promessa de
A. aumento da massa corporal e da energia e estabilização
do humor.
B. aumento do apetite, regulação da energia e
estabilização do humor.
C. ganho de força, regulação da energia e estabilização
do humor.
D. perda de peso, aumento da energia e estabilização do
humor.
E. regulação hormonal e estabilização da energia e do
humor.
Alternativa D
Resolução: Os suplementos alimentares contendo a
substância Acacia Rigidula eram comercializados com a
promessa de perda de peso (weight loss), aumento da
energia (energy boosting) e estabilização do humor (mood
stabilizing), conforme indica a última frase do segundo
parágrafo. Portanto, a alternativa correta é a D.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS O texto publicitário tem como finalidade convencer o
interlocutor a aderir à ideia nele vinculada, seja para comprar
Questões de 01 a 45
um produto, utilizar um serviço ou mudar seu comportamento
Questões de 01 a 05 (opção espanhol) por meio de um apelo. Nesse caso, o objetivo do texto
publicitário é a venda de

QUESTÃO 01 XXXX AA carros.

ESP
BB pneus.
CC tecnologia automotiva.
DD GPS.
EE autopeças.
Alternativa E
Resolução: A alternativa E está correta porque o anúncio
QUINO. Disponível em: <https://comext2013.wordpress.
com/2013/04/20/ideas-a-la-calle-comunicacion-externa/>. Acesso em:
visa a venda de repuestos – “Importamos repuestos al mejor
13 abr. 2015. precio [...]”, e o termo “repuestos” significa “componentes
Com base na leitura da tirinha, percebe-se que a intenção automotivos”, ou “autopeças”. Ainda que não se saiba
da personagem Manolito, explícita no último quadrinho, é exatamente o significado da palavra, de acordo com o
A. oferecer um doce à sua amiga Mafalda. anúncio, pode-se inferir seu sentido, pois são citados
diversos componentes de carros vendidos pela “Tekauto”,
B. vender o produto com desconto e sem juros.
como “parachoques”, “puertas”, “cinturones”. A alternativa
C. fazer a propaganda do armazém de seu pai.
A está incorreta porque o texto publicitário visa a venda de
D. apresentar uma forma poética de vender o produto. peças, e não de carros. As alternativas B e D estão incorretas
E. mostrar uma relação despretensiosa com os clientes. porque o anúncio não está divulgando especificamente
Alternativa C pneus ou GPS, mas peças de modo geral. A alternativa
Resolução: A alternativa C está correta porque, por meio da C está incorreta porque o anúncio não cita a questão da
distribuição gratuita de doces, Manolito divulga o comércio tecnologia automotiva.
do pai. Isso pode ser comprovado pela seguinte fala da
QUESTÃO 03 XXXX
personagem: “Es una atención del almacén de mi papá, que ESP

vende muy barato”. A alternativa A está incorreta porque a El naciente culto a Hugo Chávez
intenção de Manolito não é apenas oferecer um doce a Mafalda, Importa más su martirio que el grado de bienestar que dio
mas também fazer uma publicidade através da distribuição a los venezolanos
de doces. A alternativa B está incorreta porque o produto Jorge Castañeda. 11 mar. 2013.

não está sendo vendido, mas distribuído gratuitamente. Sacar el balance de la gestión de Hugo Chávez en
A alternativa D está incorreta porque a personagem Manolito Venezuela tomará tiempo, al igual que cualquier análisis de
não visa vender o produto, tampouco o apresenta de forma su legado en América Latina. Más allá del evidente fervor
poética. A alternativa E está incorreta porque a ação de que despertó entre sus millones de seguidores venezolanos,
Manolito de distribuir doces tem, sim, uma pretensão: a de y su notable conexión con los sectores más desfavorecidos
divulgar o armazém de seu pai. de su país, se necesitarán datos duros para saber si sus
entristecidos adeptos de hoy realmente se beneficiaron de su
QUESTÃO 02 XXXX magnanimidad petrolera. O tal vez su devoción proviene más
ESP
bien de una identificación étnica y social intangible – crucial,
sin duda – y duradera.
Las cifras tendrán que ser recopiladas por fuentes
confiables, las mismas que proporcionan números
IMPORTAMOS REPUESTOS AL
MEJOR PRECIO Y EN EL MENOR económicos y sociales de otros países, para ser comparables
TIEMPO HASTA EN 7 DIAS con el pasado venezolano y con otras sociedades
Si no encuentras lo que buscas en Lima o es
muy costoso, consulte con nosotros. Si no
latinoamericanas, sobre todo a la luz del gasto de más
tenemos tu repuesto lo importamos. de un billón (en castellano) de dólares a lo largo de los
Contamos con amplio stock de repuestos de
vehículos proveniente de USA.
Ubiquenos
con facilidad 14 años de gobierno chavista. […] Me atrevo a sospechar
Sistema de seguridad: Bolsas de aire, cinturones, módulos, sensores de impacto.
Repuestos de carrocería: Guardafangos, parachoques, faros, neblineros, puertas, etc.
que la raíz del naciente culto a Chávez en Venezuela se
Repuestos de suspensión y motor origina en la sensación etérea que genera su martirio y la
inclusión impresionista de los excluidos, y no tanto en las
estadísticas de bienestar, que probablemente resulten ser
mucho menos exitosas de lo que se piensa.
Disponible en: <http://www.clasianuncios.com/contenido/11117.jpg>.
Disponível em: <http://elpais.com>. Acesso em: 20 abr. 2013
Acceso: 11 jun. 2013 (Adaptación). [Fragmento]

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3

Jorge Castañeda propõe uma análise crítica da gestão do
ex-presidente venezuelano após a sua morte. Em tal análise,
o articulista levanta a hipótese de que a popularidade do
ex-presidente esteja
A. mais pautada em sua identificação étnica e social com
a população que nos resultados concretos de suas
medidas econômicas.
B. menos relacionada ao sofrimento imputado pela
doença pela qual foi acometido que pela sua devoção.
C. mais ligada ao passado de sofrimento das sociedades
latino-americanas que à magnanimidade petroleira.
D. menos ligada ao trilhão de dólares gasto pelo governo
que aos indicadores econômicos e sociais de outros
países.
E. mais focada em sua magnanimidade petroleira que em
questões étnicas e sociais.
Alternativa A
Resolução: A alternativa A está correta porque, segundo o
articulista Jorge Castañeda, a popularidade de Hugo Chávez
provém, talvez, mais de uma identificação étnica e social
do que de resultados concretos das políticas e medidas
chavistas, como pode ser comprovado pelo seguinte trecho:
“O tal vez su devoción proviene más bien de una identificación
étnica y social intangible – crucial, sin duda – y duradera”.
A alternativa B está incorreta porque o texto não aborda
claramente a questão da doença de Chávez, cita apenas
“su martirio”, o que remeteria os leitores ao sofrimento
provocado pela doença. Além disso, a comparação que se
estabelece no texto é: o culto ao ex-presidente está mais
relacionado ao sofrimento do que aos dados acerca do
bem-estar vivenciado pelos venezuelanos. A alternativa C
está incorreta porque, ao abordar a questão do passado das
sociedades venezuelana e latino-americana, o autor refere-se
a uma comparação entre dados econômicos e sociais do
passado e do presente para saber se houve uma melhoria na
vida dos venezuelanos, e não a um passado de sofrimento.
A alternativa D está incorreta porque a popularidade de
Chávez, como mencionado, está ligada a uma identificação,
e não a indicadores sociais ou econômicos. A alternativa E
está incorreta porque a popularidade, para o articulista, não
se relaciona à magnanimidade petroleira, mas à identidade
étnica e social.
QUESTÃO 04 XXXX
ESP
Gracias a la vida
Violeta Parra
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo
[...]
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Disponible en: <http://graciasalavida.violetaparra.letrasdemusicas.
com.br>. Acceso en: 18 abr. 2011 (Fragmento).
Gracias a la vida é uma canção composta por Violeta Parra,
uma respeitada artista chilena contemporânea. Essa canção
é considerada uma das mais importantes da música hispânica
e ficou conhecida como hino humanista. Tal classificação se
vê pertinente sobretudo quando destaca-se o verso:
A. “Gracias a la vida que me ha dado tanto”.
B. “Y en las multitudes el hombre que yo amo”.
C. “Cuando miro el fruto del cerebro humano”.
D. “Así yo distingo dicha de quebranto”.
E. “Y el canto de todos que es mi propio canto”.
Alternativa E
Resolução: A alternativa E está correta porque, no verso
“Y el canto de todos que es mi propio canto”, o eu lírico
expressa uma identificação de algo que é de todos, ou
seja, da humanidade em geral – “canto de todos” – com
algo particular – “mi propio canto”. A alternativa A está
incorreta porque, no verso presente nessa alternativa, há um
agradecimento à vida. A alternativa B está incorreta porque,
no verso, o eu lírico se refere a uma pessoa em particular
que está em meio à multidão. A alternativa C está incorreta
porque o verso aborda aquilo que o cérebro humano pode
produzir. A alternativa D está incorreta porque, no verso, o eu
lírico afirma distinguir a boa sorte do quebranto, mau-olhado.
QUESTÃO 05 XXXX
ESP
Cosas que ya no existen
[…] Las desapariciones, claro está, se van acumulando
con el tiempo, de manera que si vives mucho, supongo
que terminas convertido en algo así como un marciano
caído casualmente sobre la Tierra. Un alienígena, en fin,
un superviviente de un mundo destruido. […]
Guardo otros mundos perdidos en la memoria. Por citar solo
uno: la vida anterior a la revolución electrónica. Recuerdo que
mi primer ordenador, un portátil enorme y pesadísimo, tenía 48
K de memoria (mi diminuto teléfono móvil tiene hoy seiscientas
veces más potencia): solo podía escribir noventa líneas de
texto, y luego tenía que pasarlas a un disquete y borrarlas del
ordenador para poder seguir trabajando. Por no hablar del
cambio gigantesco que ha traído Internet. ¡Pero si la World
Wide Web fue creada en 1990! Hace tan solo dieciséis años.
Y ahora tiene mil cien millones de usuarios. Recuerdo la
sociedad anterior a todo esto, sin ordenadores, sin móviles,
con papeles de calco, con funcionarios consultando legajos
y anotando a mano. Parece el Paleolítico.
MONTERO, R. 22 out. 2006. Disponível em: <http://elpais.com/
diario/2006/10/22/eps/1161498417_850215.html>
Acesso em: 06 jan. 2014. [Fragmento]
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
O trecho do artigo anterior tem como tema o(a)
A. experiência de se sentir um alienígena após ter conhecido
o mundo pós-Revolução Tecnológica.
B. precariedade da estrutura de trabalho dos funcionários
anteriores à revolução eletrônica.
C. sensação de estranheza vivenciada à medida que se
envelhece diante da rapidez das transformações.
D. situação de abandono experimentada pelos idosos no
mundo pós-Revolução Tecnológica.
E. trabalho exaustivo que era necessário realizar antes do
surgimento da Internet a partir de 1990.
Alternativa C
Resolução: A alternativa C está correta porque, de
acordo com o autor do texto, à medida que envelhece,
uma pessoa acumula desaparecimentos, transformações,
e isso causa uma sensação de estranheza, como se ela
fosse um extraterrestre caído na Terra – “[...] supongo que
terminas convertido en algo así como un marciano caído
casualmente sobre la Tierra”. A alternativa A está incorreta
porque, apesar de fazer uma comparação entre um ser
humano e um extraterrestre, o tema do texto é a estranheza
de vivenciar transformações, como a do surgimento da
Internet. A alternativa B está incorreta porque a condição
de trabalho anterior à revolução eletrônica é citada apenas
como um exemplo, não é o tema do texto. A alternativa D está
incorreta porque o texto não discute a situação dos idosos.
A alternativa E está incorreta porque o autor não aborda o
fato de o trabalho antes da Internet ser exaustivo ou não,
mas de parecer estar muito distante no tempo – “Parece el
Paleolítico”.

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5

QUESTÃO 06 XXXX A. direto, uma vez que se utilizam travessões e falas
SE02_2013_LC
Em 1º de janeiro de 2009, se iniciou o período de explícitas das personagens que são interrogadas pelo
transição para as novas regras ortográficas da Língua narrador.
Portuguesa. Entre as alterações operadas pelo acordo, B. indireto livre, pois ocorre a fusão tanto do discurso direto
destacam-se as duas citadas a seguir: quanto do indireto, respectivamente comprovados pelo
I. deixaram de existir os acentos nos ditongos abertos de uso de travessões e elocução.
palavras paroxítonas; C. indireto, já que não ocorre diálogo explícito e as cenas
e atitudes das personagens são descritas pelo próprio
II. perderam os acentos as palavras paroxítonas que têm
narrador.
a letra I ou U tônicos precedidos por ditongos.
D. indireto livre, pois se apresenta um fluxo de consciência
Considerando-se as regras apresentadas, respectivamente,
do narrador, o qual se confunde com as falas de outras
perderão acentos as palavras
personagens.
A. herói e Piauí.
E. direto, porque, além do uso de travessões, o narrador
B. pônei e saúva expressa explicitamente seus sentimentos e atitudes
C. jibóia e feiúra. com adjetivos e verbos de ação.
D. anéis e miséria. Alternativa C
E. família e raízes. Resolução: O discurso direto representa precisamente o que
Alternativa C as personagens dizem numa narrativa, com falas transcritas
sem interferência do narrador. Por sua vez, o discurso indireto
Resolução: Segundo a alteração citada em “I”, perdem
consiste naquele em que o narrador parafraseia as falas das
acentos os ditongos abertos de palavras paroxítonas.
personagens, manipulando o discurso. Há, ainda, o discurso
O vocábulo “jiboia” é separado em três sílabas: ji – boi – a.
indireto livre, no qual o juízo do narrador permeia as falas
Sua sílaba tônica é “boi”, o que a classifica como paroxítona.
de uma personagem, que também podem ser entrecortadas
Nessa sílaba, identificam-se a vogal “o” e a semivogal “i”,
pelos pensamentos desta. Com base nisso, constata-se no
configurando-se um ditongo aberto. Portanto, a palavra
fragmento em análise o discurso indireto, como afirma a
“jiboia” não deve mais ser acentuada. Já a alteração citada
alternativa C.
em “II” prescreve que as palavras paroxítonas que têm a
letra I ou U tônicas precedidas por ditongos não devem ser QUESTÃO 08 XXXX
SE01_2014_LC
acentuadas. Separando-se silabicamente a palavra “feiura”, {– Mulher... ô mulher...
tem-se fei – u – ra, cuja silaba tônica é “u”, seguida pelo – Ahn?
ditongo “fei”. Dessa forma, a palavra “feiura” também não
–Você ouviu?
deve mais ser acentuada. Está correta, então, a alternativa C.
– O quê?
– Shshshiuuu...
QUESTÃO 07 XXXX
SE06_2013_LC – Ahn?
O coração delator – Ouviu?
Sorri – pois o que tinha a temer? Dei as boas-vindas (Pausa)
aos senhores. O grito, disse, fora meu, num sonho. O velho, – Parece... parece que tem alguém gemendo...
mencionei, estava fora, no campo. Acompanhei minhas
– É...
visitas por toda a casa. Incentivei-os a procurar – procurar
– Santo deus!
bem. Levei-os, por fim, ao quarto dele. Mostrei-lhes seus
tesouros, seguro, imperturbável. No entusiasmo de minha – Não vamos ajudar?
confiança, levei cadeiras para o quarto e convidei-os para – Ficou doida?
ali descansarem de seus afazeres, enquanto eu mesmo, na – Mas... tá aqui... bem na porta...
louca audácia de um triunfo perfeito, instalei minha própria – Fica quieta!
cadeira exatamente no ponto sob o qual repousava o cadáver – Ai, meu Deus!
da vítima. (Pausa)
POE, Edgar Allan. Disponível em: <http://oficinaideiaseideais.blogspot. – Deve ter sido facada... pelo jeito...
com.br/2008/09/discurso-direto-indireto-e-indireto.html>.
Acesso em: 04 jun. 2013. – E a gente não vai fazer nada?
– Fazer? Fazer o quê, mulher? Fica quieta... E se tem
Em uma narrativa, o narrador incorpora no ato de narrar
alguém lá fora?, de tocaia?
as vozes que compõem a história contada, encenando
(Pausa)
diálogos, reflexões e remissões a outros personagens. Para
tanto, utiliza-se de procedimentos de representação que – Parou...
podem ser sintetizados em três: discurso direto, indireto ou – O quê?
indireto livre. – A gemeção...
No fragmento do conto de Edgar Allan Poe, nota-se o uso (Pausa)
de discurso – É... Parou mesmo... Vamos lá agora?

LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 – Não!
– Por quê?
– Porque... porque ainda pode ter alguém lá... E aí?
Melhor dormir... Vai... vira pro canto... vira pro canto
e dorme...Amanhã... amanhã a gente vê...Amanhã a
gente fica sabendo... Dorme... vai...}
RUFFATO, Luiz. Eles eram muitos cavalos.
São Paulo: Boitempo, 2002. p. 149-150.
O trecho anterior pertence à obra Eles eram muitos cavalos,
de Luiz Rufatto, a qual representa uma cidade de São Paulo
marcada pela diversidade de pessoas e classes sociais. No
fragmento lido, destaca-se a utilização do discurso
A. direto, porque o narrador elege recursos como a paráfrase
para reformular e recriar a voz das personagens, mediante
o uso de verbos de elocução e de conectivos.
B. direto, uma vez que se preserva a voz das personagens,
estabelecendo o diálogo, dando andamento à história e
dinamismo à cena construída.
C. indireto, dado que a escolha do autor é reproduzir, em
sua própria dicção, aquilo que foi a essência da fala
das personagens.
D. indireto livre, pois a voz das personagens é conservada
sem intermediação do narrador, deixando claro, por
meio dos verbos de elocução, as etapas textuais com
falas dos personagens.
E. indireto livre, pois ocorre uma mescla das vozes do narrador
e das personagens, gerando bivocalização e criando uma
proposital ambiguidade na detecção das vozes.
Alternativa B
Resolução: O discurso direto se caracteriza por representar
exatamente o que dizem as personagens numa narrativa,
cujas falas são transcritas sem interferência do narrador. Já o
discurso indireto é aquele em que as falas das personagens
são parafraseadas pelo narrador, que pode ou não omitir
trechos, manipulando o discurso. Com base nisso, identifica-se
no fragmento em pauta o discurso direto, conforme aponta
a alternativa B.
QUESTÃO 09 XXXX
SM12_2016
A ceia de um rei
RIO DE JANEIRO – A bicicleta da filha mais velha e o
skate da menor já estão há mais de uma semana no quarto
da empregada. Faltavam os brinquedos menores, a lista que
elas haviam feito incluía jogos eletrônicos, tablets, celulares.
Agora, tirava os embrulhos da mala do carro e atravessava
correndo o quintal.
Na semana anterior, gastara o domingo armando a
árvore de Natal e, de tanto subir e descer, tudo estava
doendo. [...]
Afinal, conseguiu guardar os embrulhos nos fundos de
um armário. A casa, os móveis, os lustres, o braço macio
e branco da mulher que aparece na porta que dá para a
copa, o cheiro das rabanadas, a geladeira abarrotada de
coisas gostosas.
As meninas batem palmas, acompanhando o anúncio
da TV no qual há um trenó puxando o Papai Noel pela neve.
Está cansado e agora tinha de esperar pela ceia, fazer as
crianças irem para a cama, depois o trabalhão de apanhar os
embrulhos, a bicicleta, o skate – por tudo isso, ele se sentia
exausto e fechava os olhos.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
E está de olhos fechados quando a mulher vem lá de
dentro, trazendo a ceia e as rabanadas. Ele abre os olhos
mais uma vez para ver aquilo tudo, a felicidade que tem
cheiro de rabanada e abacaxi. Então descobre que o Natal
caiu sobre o mundo como um manto silencioso e profundo
e ele se sente coroado como um rei cujo reino durará o
espaço de uma ceia.
CONY, C. H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
carlosheitorcony/2013/12/1389636-a-ceia-de-um-rei.shtml>.
Acesso em: 15 fev. 2014.
A crônica de Cony retrata o universo que antecede uma
ceia de Natal em família. Por meio da representação dos
sentimentos do pai, observa-se que o leitor é induzido a uma
reflexão acerca do(a)
A. ausência de sentimentos de familiares na época do
Natal.
B. felicidade utópica presente em festividades natalinas.
C. nostalgia do chefe de família, decorrente do pouco
valor atribuído ao Natal.
D. preparação do chefe da família para que houvesse
uma comemoração feliz.
E. simplicidade com que normalmente se lida com essas
comemorações.
Alternativa B
Resolução: Na crônica de Cony, acompanhamos as
reflexões de um pai na noite de Natal, verificando o
cansaço decorrente dos preparativos: compras, esconder
os presentes, montar a árvore, arrumar a casa, etc. Após
sentir o cheiro da ceia colocada à mesa pela esposa, o
marido se sente feliz, como um rei naquela noite. Ou seja,
o cronista nos leva a refletir sobre a utopia das noites
natalinas, quando, mesmos cansadas dos trabalhos diários,
as pessoas ainda conseguem antecipar e imaginar uma
felicidade aparente para aqueles momentos. Está correta,
assim, a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois o
texto não nos possibilita refletir sobre uma suposta ausência
de sentimentos de familiares na época do Natal, até porque
toda a crônica é pautada no esforço dos pais nessa noite.
A alternativa C está incorreta, pois o chefe da família, no
caso, o pai, não evidencia nostalgia em relação ao Natal,
mas demonstra seu aparente cansaço, ainda que esse
seja supostamente compensado pela felicidade por vir das
crianças. A alternativa D está incorreta, pois, embora ocorra
uma preparação do pai para aquela noite, nota-se que ele faz
tudo no modo automático, com cansaço, antecipando mais
uma felicidade utópica do que uma verdadeira comemoração
feliz. A alternativa E está incorreta, pois a crônica aborda uma
comemoração natalina típica de famílias mais abastadas,
com a presença de presentes caros e comida farta, não
denotando simplicidade.
QUESTÃO 10 XXXX
SE02_2014_LC
Conto de fadas para mulheres do século XXI
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda
princesa que, independente e cheia de autoestima, enquanto
contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso
lago do seu castelo estava em conformidade ecológica,
se deparou com uma rã.
LCT – PROVA I – PÁGINA 7
 Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
– Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me
nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me
transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar
e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe
poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu
jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos
e viveríamos felizes para sempre.
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à
milanesa, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e
de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava…
Nem morta!
VERISSIMO, Luis Fernando. Disponível em: <http://pensador.uol.com.
br/frase/MTM3OTAy/>. Acesso em: 15 dez. 2013.
O texto anterior apresenta características típicas do gênero
contos de fada, embora se observe um desfecho inusitado
e diferente dos tradicionalmente encontrados nesses textos.
Esse desfecho é preparado por certos indícios dispostos ao
longo do texto. Um desses indícios é a expressão
A. “era uma vez”.
B. “numa terra muito distante”.
C. “uma linda princesa”.
D. “independente e cheia de autoestima”.
E. “felizes para sempre”.
Alternativa D
Resolução: Muitas narrativas de contos de fadas,
tradicionalmente, têm como protagonista uma bela princesa,
que vive em um reino encantado e que, em determinado
momento, precisa ser salva por um príncipe, com quem
acaba se casando para viver feliz para sempre. Na adaptação
cômica de Verissimo, contudo, não é isso que acontece: a
princesa dispensa um suposto belo partido e acaba comendo
a rã que se transformaria no príncipe, para escapar de um
casamento forçado e no qual ela seria basicamente uma
serva. Antecipa esse desfecho a expressão “independente
e cheia de autoestima”, que caracteriza a princesa, pois
demonstra que ela não era uma donzela em perigo típica
dos contos de fadas. O fato de ser independente e cheia
de autoestima é inesperado em princesas das narrativas
infantis, motivo pelo qual chama atenção no meio do
texto. É correta, assim, a alternativa D. A alternativa A está
incorreta, pois a expressão “Era uma vez” é comumente
usada em contos de fadas e inicia quase todas as narrativas
desse tipo, indeterminando quando aconteceu a história.
A alternativa B está incorreta, pois “numa terra muito distante”
também é uma expressão típica dos contos de fadas,
tendo como função situar o local onde ocorre a narrativa.
A alternativa C está incorreta, pois “uma linda princesa” é
uma caracterização clássica das protagonistas desse tipo de
conto, que são vistas como belas e passivas. A alternativa E
está incorreta, pois “felizes para sempre” é o final clássico
esperado em contos de fadas.
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
QUESTÃO 11 XXXX
CALIBRADA_POR
Desencontrários
Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.
Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.
LEMINSKI, Paulo. In: GÓES, F.; MARINS, A. (Org.) Melhores poemas
de Paulo Leminski. São Paulo: Global, 2001.
O texto de Leminski constrói-se por meio da função
metalinguística, que pode ser nele entendida como uma
reflexão sobre a
A. dificuldade de se separar o gênero lírico da prosa.
B. falibilidade das regras no momento de construção
poética.
C. importância de se seguir as imposições da tradição
poética.
D. necessidade de se ordenar o caótico império das
palavras.
E. obrigação de se encontrar um método de escrita.
Alternativa B
Resolução: A função metalinguística é aquela em que o texto
reflete sobre o próprio ato da escrita. No poema, verifica-se
que essa função propicia uma reflexão sobre o fazer literário
e a dificuldade vivenciada pelo poeta de fazer com que as
palavras sigam regras predeterminadas, uma vez que se
encontram vivas e, de certa forma, independentes. Nesse
sentido, pode-se dizer que as regras impostas sobre o fazer
poético são falíveis e facilmente desconstruídas, assim
como faz o eu lírico em seu texto. É importante ressaltar,
inclusive, que Leminski ficou conhecido justamente por
quebrar os paradigmas da escrita e criar uma linguagem
própria, repleta de brincadeiras e trocadilhos, sem seguir
regras padronizadas do texto literário. Portanto, seu poema
reflete essa realidade, o que torna a alternativa B correta. A
alternativa A está incorreta, pois o eu lírico não reflete sobre
uma suposta dificuldade de separar o lírico da prosa, mas
sim sobre a dificuldade de fazer as palavras o obedecerem.
A alternativa C está incorreta, pois o poeta desconstrói
justamente essa ideia acerca da importância de se seguir
uma tradição poética, e faz isso descrevendo como as
palavras não o obedecem nessa tentativa de construção
lírica. A alternativa D está incorreta, pois não se pode inferir
que o império das palavras seja caótico nem que deva ser
ordenado; ao contrário, o que o eu lírico evidencia é que esse
império pode ser desconstruído para se criar algo novo, fora
dos padrões. A alternativa E está incorreta, pois, igualmente,
o poeta não tenta encontrar um método de escrita nem se
impõe essa obrigação, visto que desconstrói a ideia de um
fazer poético padronizado seguindo uma tradição.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 12 XXXX
SEM11_2016
Macanudo
FOLHA DE S. PAULO, 15 set. 2011. Caderno Ilustrada.
O quadrinho de Liniers exemplifica que o gênero textual
história em quadrinhos caracteriza-se, sobretudo, por
A. apresentar expressivos diálogos, simulando uma
conversação face a face, como pode ser percebido no
terceiro quadrinho.
B. representar um contexto discursivo em que o texto
verbal pouco contribui para a produção do sentido,
como se vê no último quadrinho.
C. explorar o diálogo entre elementos verbais e não
verbais com o intuito de elaborar uma narração, como
se pode perceber em toda a sequência do quadrinho.
D. construir uma referência de linguagem clara, objetiva,
rápida e de fácil compreensão, como se percebe no
quarto quadrinho.
E. utilizar elementos gráficos que visem a destacar
sentimentos e / ou emoções dos personagens,
conforme ocorre no último quadrinho.
Alternativa C
Resolução: A história em quadrinhos é um gênero textual
caracterizado pelo diálogo entre as linguagens verbal e não
verbal, no que se convencionou chamar de verbo-visual.
A tipologia em que esse gênero se insere é majoritariamente
narrativa, com a sequenciação dos fatos ocorrendo por
meio da apresentação de quadros. Está correta, portanto,
a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois não é uma
característica do gênero apresentar expressivos diálogos
ou simular conversações face a face, o que fica claro na
história em análise, em que há apenas uma personagem.
A alternativa B está incorreta, pois, na história em quadrinhos
em análise, o que se destaca é justamente o diálogo entre
o verbal e o não verbal. Logo, o texto verbal tem grande
importância para a compreensão do sentido. A alternativa D
está incorreta, pois, no quarto quadrinho, sequer há diálogo,
sendo apresentada tão somente a personagem após ser
atingida por uma dor no peito. Isoladamente, esse quadrinho
carece de sentido, necessitando ser lido sequencialmente
junto aos demais para ser compreendido. A alternativa E
está incorreta, pois, embora os elementos gráficos possam
servir ao propósito de destacar as emoções e expressões
das personagens, não é isso que acontece no último quadro,
em que a personagem aparece à distância, sem marcas
expressivas claras.
QUESTÃO 13 XXXX
SE04_2012_LC
A Casa
Vendam logo esta casa, ela está cheia de
fantasmas.
Na livraria, há um avô que faz cartões de boas-
festas com corações de purpurina.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Na tipografia, um tio que imprime avisos fúnebres e
programas de circo.
Na sala de visitas, um pai que lê romances policiais
até o fim dos tempos.
No quarto, uma mãe que está sempre parindo a
última filha.
Na sala de jantar, uma tia que lustra cuidadosamente
o seu próprio caixão.
Na copa, uma prima que passa a ferro todas as
mortalhas da família.
Na cozinha, uma avó que conta noite e dia histórias
do outro mundo.
No quintal, um preto velho que morreu na Guerra do
Paraguai rachando lenha.
E no telhado um menino medroso que espia todos
eles; só que está vivo: trouxe-o até ali o pássaro dos
sonhos.
Deixem o menino dormir, mas vendam a casa,
vendam-na depressa.
Antes que ele acorde e se descubra também morto.
PAES, José Paulo. Prosas seguidas de odes mínimas. 4 ed. São
Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 33.
O texto anterior possibilita afirmar que o eu lírico do poema
apresentado
A. tenta, de forma angustiada, transformar a casa em um
abrigo de feliz reencontro com os parentes que dele se
encontram distanciados.
B. procura, inconformado, apagar da memória os parentes
mortos que surgem como fantasmas na casa de sua
infância para amedrontá-lo.
C. busca, com determinação, enterrar seu passado
de forma definitiva para não ter de conviver com os
fantasmas evocados pela presença da casa em que
viveu.
D. deseja que a casa da família seja vendida para que ele
consiga se libertar do passado e dos seus fantasmas
familiares.
E. elege “o pássaro dos sonhos” como símbolo
de lembranças e recordações para colocar-se
como homem redimido pelas lembranças que o
atormentavam.
Alternativa D
Resolução: O eu lírico de José Paulo Paes reflete
subjetivamente sobre suas lembranças familiares num
texto em que rememora parentes já mortos. A casa em
que aparentemente viveu hoje traz memórias ruins ao
eu lírico, associando características sem afeto a seus
antigos habitantes. Essas memórias são como fantasmas
que assombram o seu presente, são traumas ainda não
resolvidos, daí o seu pedido enfático para que a casa seja
vendida o quanto antes, o que o libertaria desse passado.
Essa interpretação está de acordo com a alternativa D, a
resposta correta.
LCT – PROVA I – PÁGINA 9
QUESTÃO 14 XXXX no vento.
SE02_2013_LC
Profundamente Se desmorono ou se edifico,
[...] se permaneço ou me desfaço,
Quando eu tinha seis anos – não sei, não sei. Não sei se fico
Não pude ver o fim da festa de São João ou passo.

Porque adormeci Sei que canto. E a canção é tudo.

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
Minha avó
– mais nada.
Meu avô
MEIRELES, Cecília. Viagem. Rio de Janeiro:
Totônio Rodrigues Nova Fronteira, 2006, p. 13.

Tomásia Cecília Meireles é considerada poeta singular na tradição

da poesia moderna brasileira, pois não assumiu, de todo,
Rosa
uma postura combativa e iconoclasta, mas recuperou
Onde estão todos eles? certos conceitos e formas literárias da tradição poética.
– Estão todos dormindo O poema “Motivo” é uma mostra dessa atitude pois, em sua
construção, percebe-se
Estão todos deitados
A. regularidade na formação das estrofes.
Dormindo
B. versos que não seguem padrão de metrificação.
Profundamente.
BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova C. pouca preocupação com o aspecto sonoro.
Fronteira, 2001. p. 81. D. preocupação com a dimensão visual do poema.
O sentido conotativo da linguagem deriva, em geral, E. seleção vocabular que se prende à linguagem denotativa.
do deslocamento das palavras para contextos linguísticos Alternativa A
inesperados ou imprevisíveis, produzindo, assim, novos
Resolução: No poema de Cecília Meireles, identifica-se
significados e efeitos de sentido.
uma característica recorrente em textos do gênero lírico
No trecho do poema de Manuel Bandeira, é possível identificar associados à tradição poética, que é a regularidade das
uma palavra que adquiriu um sentido conotativo no verso: estrofes. As quatro estrofes apresentam quatro versos cada,
A. “Não pude ver o fim da festa de São João” com um esquema de rima organizado em ABAB. Por isso,
está correta a alternativa A. As demais alternativas estão
B. “Porque adormeci”
incorretas porque descrevem características de poemas que
C. “Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo” fogem da tradição literária.
D. “Onde estão todos eles?”
E. “– Estão todos dormindo”. QUESTÃO 16 XXXX
SE02_2014_LC
Alternativa E Crônicas de Veríssimo sobre relações amorosas
ganham série na TV paga
Resolução: De forma metafórica, o eu lírico rememora
Espectadores em busca de entretenimento suave,
cenas de sua infância, em que não viu o fim da festa de São
sem grosseria, contam com uma nova opção na TV paga,
João porque dormiu cedo, como é comum entre crianças. Já a série “Amor Verissimo”, realizada pela Conspiração,
quando fala de seu presente, afirma que são seus familiares que o GNT estreia nesta quarta-feira [08 jan. 2014],
que hoje estão dormindo, e não ele. Os quatro últimos às 22h30min.
versos, que pronunciam pausada e reiteradamente que seus Saborosas crônicas e observações de Luis Fernando
parentes dormem profundamente, sugerem, porém, que eles Verissimo sobre relacionamentos amorosos, quase sempre
fazem isso por estarem, na verdade, mortos. Sendo assim, irônicas, às vezes delirantes, fornecem a matéria-prima do
a palavra “dormindo” é empregada figurativamente, já que programa.
seu significado original é extrapolado para atingir os objetivos Vi o primeiro dos 13 episódios, “Leve Brisa”. Conta
a história de uma mulher estonteante (Luana Piovani),
discursivos do poeta. Por isso, está correta a alternativa E.
cujos cabelos estão sempre esvoaçantes, mesmo quando
está em ambientes sem vento algum.
QUESTÃO 15 XXXX
SE04_2012_LC [...]
Motivo
A julgar pelo que “Leve Brisa” mostra em seus poucos
Eu canto porque o instante existe mais de 20 minutos, “Amor Verissimo”, dirigido por Arthur
e a minha vida está completa. Fontes, merece uma chance do espectador. No mínimo,
Não sou alegre nem sou triste: a série tem o mérito de lembrar que o talento do escritor
que dá título à série merecia ser aproveitado com maior
sou poeta. frequência pela televisão.
Irmão das coisas fugidias, Disponível em: <http://www.boainformacao.com.br
não sinto gozo nem tormento. /2014/01/cronicas-de-verissimo-sobre-relacoes-
amorosas-ganham-serie-na-tv-paga/>. 
Atravesso noites e dias Acesso em: 10 jan. 2014 (Adaptação).

LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

O tipo textual predominante na notícia anterior é o
A. descritivo, pois explicita, principalmente, características
e qualidades da nova série e de seu tema, divulgando-os.
B. argumentativo, porque defende a qualidade da nova
série e ressalta a qualidade da adaptação do diretor.
C. expositivo, já que a notícia divulga fatos, acontecimentos
e informações, sendo essas detalhadas no texto
apresentado.
D. injuntivo, por realizar um apelo à maior exposição do
autor na TV e aos espectadores, para assistirem à
série.
E. narrativo, uma vez que conta a história de um dos
episódios, ratificando o caráter narrativo da notícia.
Alternativa A
Resolução: Na notícia, o autor escreve sobre a série
baseada na obra de Luis Fernando Verissimo, cronista
brasileiro, descrevendo o episódio assistido e fazendo uma
espécie de resenha curta sobre ele, divulgando o programa
para os leitores do jornal. Está correta, assim, a alternativa A.
A alternativa B está incorreta, pois o autor fala de apenas um
episódio da série e não defende a qualidade da adaptação
do autor, mas sim argumenta que ele pode ser mais bem
explorado na mídia televisiva. A alternativa C está incorreta,
pois o texto não detalha fatos, acontecimentos e informações,
mas apenas menciona uma nova série televisiva e apresenta
a avaliação do autor sobre um dos episódios. A alternativa D
está incorreta, pois o texto não tem caráter injuntivo, ou seja,
de orientação, instrução, nem apela para que o espectador
assista à série, mas apenas a sugere como um bom
programa de entretenimento. A alternativa E está incorreta,
pois não é narrado, na notícia, o enredo de um dos episódios
da série, que é apenas brevemente resumido pelo autor.
QUESTÃO 17 XXXX
SEM11_2016
Menos preconceito
Eduardo Giannetti prevê uma mudança de valores
bastante positiva com o aumento da longevidade: a diminuição
do preconceito contra os idosos. “A supervalorização da
juventude vai ficar cada vez mais anacrônica porque as
pessoas perceberão que deverão passar a maior parte
de suas vidas como adultos ou idosos”, observa. Isso,
segundo ele, requer uma revisão de valores e de modos
de vida que fatalmente irá ocorrer, ainda que de forma
lenta: “O envelhecimento das populações irá trazer muitos
questionamentos e implicações e não há como avaliar
seu impacto”.
Fórum da Longevidade – Informe publicitário
do Bradesco Seguros e Previdência.
Observando a estruturação do texto anterior, depreende-se que
A. a tese do texto refere-se a uma mudança de paradigma
em relação ao processo de envelhecimento.
B. a visão negativa a respeito do processo de
envelhecimento é reforçada pelo autor.
C. o título é incoerente, uma vez que a base do texto
se refere ao preconceito em relação ao envelhecimento.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
D. os trechos entre aspas reproduzem um discurso do
senso comum em relação ao tema.
E. a prevalência da linguagem conotativa é confirmada em
expressões como: “A supervalorização da juventude
vai ficar cada vez mais anacrônica [...]”.
Alternativa A
Resolução: Em um texto dissertativo-argumentativo, a
tese corresponde à principal ideia defendida pelo autor,
que será sustentada pelos argumentos apresentados ao
longo do texto. No artigo em análise, observa-se que a tese
se encontra logo no início, podendo ser resumida como:
“O aumento da longevidade trará uma mudança de paradigma
para a desconstrução do preconceito contra idosos”. Logo,
está correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta,
pois o autor não reforça uma ideia negativa em relação ao
envelhecimento, mas a combate, evidenciando como se trata
de um preconceito que deve ser desconstruído. A alternativa C
está incorreta, pois a base do texto não é necessariamente
o preconceito em relação ao envelhecimento, mas o fato de
que a maior longevidade da população trará, a longo prazo,
mudanças de paradigmas nesse sentido. Sendo assim,
o título é coerente, pois antecipa a tese: menos preconceito
de acordo com as mudanças de paradigmas. A alternativa D
está incorreta, pois os trechos entre aspas não reproduzem
discurso de senso comum, mas são, sim, citações da fala
do pesquisado, Eduardo Giannetti. A alternativa E está
incorreta, pois não se observa conotação no texto em análise.
Vale lembrar que a conotação diz respeito ao uso figurado
da linguagem, que não se faz presente no artigo, visto que
os termos citados estão em seu sentido literal.
QUESTÃO 18 XXXX
SE01_2014_LC
Palhaço
Sei que é doloroso um palhaço 

Se afastar do palco por alguém 

Volta, que a plateia te reclama
Sei que choras palhaço 

Por alguém que não te ama 

Enxuga os olhos e me dá um abraço
Não se esqueças que és um palhaço
Faça a plateia gargalhar 

Um palhaço não deve chorar
CAVAQUINHO, Nelson; MARTINS, Oswaldo; FERNANDES,
Washington. Disponível em: <http://letras.mus.br/nelson-
cavaquinho/259526/>. Acesso em: 09 dez. 2013.
O texto anterior constrói uma imagem de palhaço desviante
do imaginário atribuído a essa figura. Essa imagem está
baseada na
A. tristeza, que deve ser esquecida devido à natureza de
seu trabalho.
B. ingenuidade, que é rechaçada por um mundo destrutivo.
C. insanidade, que deve ser silenciada nesse tipo de
personagem.
D. tragédia, que deve ser alimentada em seu trabalho.
E. desilusão, que funciona como um mote para a profissão.
LCT – PROVA I – PÁGINA 11
Alternativa A
Resolução: O imaginário popular frequentemente coloca
o palhaço como uma figura sempre alegre e de bem
com a vida, que dedica seus dias a provocar a alegria
daqueles que encontra no seu caminho. Na canção, no
entanto, esse imaginário é desconstruído ao se trazer um
palhaço carregado de tristeza, que chora pelo amor não
correspondido, mas que precisa esconder suas lágrimas em
prol da sua profissão. Isso pode ser constatado nos versos:
“Enxuga os olhos e me dá um abraço / Não se esqueças
que és um palhaço / Faça a plateia gargalhar / Um palhaço
não deve chorar”. Está correta, assim, a alternativa A.
A alternativa B está incorreta, pois o palhaço não demonstra
ser ingênuo, mas sim triste, por sofrer de amor. A alternativa
C está incorreta, pois não há evidências de que o palhaço
seja insano, mas apenas de que está triste por não ter um
amor correspondido, como se observa nos versos: “Sei que
choras palhaço / por alguém que não te ama”. A alternativa D
está incorreta, pois, embora se possa entender certa tragédia
na vida do palhaço, por amar alguém que não o ama, não se
pode inferir que essa característica deva ser alimentada no
seu trabalho; ao contrário, o que se espera de um palhaço é
alegria, como se explicita no texto: “Faça a plateia gargalhar”.
A alternativa E está incorreta, pois, da mesma forma, ainda
que se possa entender certa desilusão por parte do palhaço,
não se pode dizer que essa é desejada ou é um mote para
exercer sua profissão, que deve se pautar justamente por
levar felicidade aos outros.
QUESTÃO 19 XXXX
SEM11_2016
As relações lógicas
Círculo vicioso é a sucessão de períodos em que a
troca entre causa e consequência resulta em continuação
ininterrupta do enunciado. Para que se efetive o círculo
vicioso, é preciso que a causa de um período passe a ser
consequência no outro, e vice-versa.
Um slogan publicitário explora bem essa estrutura:
“Tostines vende mais porque é fresquinho; ou é
fresquinho porque vende mais?”
LÍNGUA PORTUGUESA, n. 95, set. 2013, p. 65.
O círculo vicioso presente no slogan tem como objetivo
A. explicitar a qualidade dos produtos da empresa
divulgadora do anúncio.
B. explorar a relação entre as características do produto,
comprovando sua qualidade.
C. expor a ideia de que o biscoito é de ótima qualidade,
porque é fresquinho.
D. exteriorizar o pensamento de que o produto é de baixo
preço, por isso vende mais.
E. transmitir a ideia de que o biscoito possui boa aceitação
por parte do público infantil.
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Alternativa B
Resolução: Como apontado no texto, o círculo vicioso é
uma sucessão de períodos em que a troca entre causa
e consequência resulta em continuação ininterrupta
do enunciado, o que se pode verificar claramente na
publicidade mencionada, em que não é possível saber se
uma coisa é causa ou consequência da outra. Observa-se,
nesse sentido, que o uso desse recurso de linguagem
na campanha publicitária tem por objetivo explorar mais
de uma característica do produto, não sendo possível
determinar se uma coisa procede de outra, ou vice-versa,
o que, no imaginário do consumidor, atestaria sua qualidade.
Está correta, portanto, a alternativa B. A alternativa A está
incorreta, pois o objetivo da campanha não é tão somente
explicitar a qualidade do produto, mas sim evidenciar a
relação entre suas características: vender mais e ser fresco.
A alternativa C está incorreta, pois a intenção por trás do uso
do círculo vicioso, nesse caso, é justamente não dar certeza
sobre apenas uma das características, visto que as duas
(vender mais e ser fresco) se complementam e se misturam,
num círculo sem fim. A alternativa D está incorreta, pois
segue a mesma linha de raciocínio da C, atestando apenas
uma das qualidades e ignorando a outra, que é o que cria
o círculo vicioso. A alternativa E está incorreta, pois não há
qualquer elemento no texto que permita o entendimento de
que o produto anunciado é voltado para o público infantil ou
mais aceito por ele.
QUESTÃO 20 XXXX
SE01_2012_LC_18
EPIGRAMA N. 2 – Cecília Meireles
És precária e veloz, felicidade.
Custas a vir, e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.
Felicidade, és coisa estranha e dolorosa.
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo, despovoado e profundo, persiste.
É possível reconhecer, a partir da leitura do “Epigrama n. 2”,
de Cecília Meireles, que a voz poética concebe a felicidade
de maneira
A. contraditória, pois a fugacidade da alegria o induz
a criar uma expectativa sobre a proximidade dos
instantes de prazer que a renovarão.
B. efêmera, pois a brevidade da alegria a leva a reconhecer
como os momentos felizes irão, posteriormente, inseri-la
em um tempo angustiante e vazio.
C. melancólica, pois salienta a impossibilidade de seu
acontecimento pleno na existência humana, portando-se,
assim, como vítima.
D. utópica, pois procura vivê-la intensamente em todos
os momentos, ainda que ressalte a inviabilidade de
tal anseio.
E. nostálgica, pois demonstra como a melhor forma de
atingi-la está na capacidade de relembrar os fatos,
prendendo-se ao passado.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Alternativa B
Resolução: Logo nos dois primeiros versos, a voz poética afirma que a felicidade é veloz e não se demora, ou seja, é
passageira, efêmera. Teria sido ela, inclusive, a justificativa para a criação de métodos de medição do tempo, que os homens
usavam para medir sua duração. A voz poética afirma ainda que a felicidade é a responsável pela tristeza, pois, quando não
se está feliz, está-se triste ou desiludido com a vida. Essa interpretação está de acordo com a alternativa B, que está correta.

QUESTÃO 21 XXXX
SE05_2012_LC
Os mecanismos de intertextualidade operam por princípios que levam à elaboração de interpretações variadas a partir
de uma obra / texto base. De acordo com o Dicionário Houaiss, a intertextualidade caracteriza-se, sobretudo, pela influência
de um texto sobre outro, levando à atualização do texto citado.
O cartunista brasileiro Aroeira utiliza em seu trabalho, dentre outras técnicas, o diálogo com obras clássicas da Arte
Universal, como podemos observar na relação entre as duas obras a seguir.
Caravaggio

Aroeira
Medusa, 1596

Ao atualizar a tela de Caravaggio, o cartunista Aroeira elaborou, em sua charge, um processo intitulado
A. bricolagem, pois há uma combinação de recursos da fotografia, da pintura e da ilustração.
B. alusão, uma vez que o autor faz uma citação metafórica à personagem da obra de Caravaggio.
C. paródia, porque Aroeira atribui à tela de Caravaggio uma atualização satírica e / ou jocosa, subvertendo-a.
D. paráfrase, pois a charge de Aroeira segue o sentido original da tela de Caravaggio, ilustrando-o.
E. pastiche, uma vez que a obra de Aroeira é produto de composições de diferentes autores.
Alternativa C
Resolução: Aroeira faz uma releitura cômica da Medusa de Caravaggio, uma vez que a referência à obra original é óbvia e foi
manifestada pelo próprio cartunista. Seu objetivo, no entanto, é diferente do de Caravaggio, já que visa ao humor, deturpando
a obra base. A esse tipo de intertextualidade dá-se o nome de paródia, como aponta corretamente a alternativa C.

QUESTÃO 22 XXXX
SE05_2012_LC
Sem novidades do front
Esperava que o marido voltasse da guerra. Durante os primeiros anos, quando ele certamente não chegaria, preparou
compotas. Depois, a partir do momento em que o regresso se tornava uma possibilidade iminente, assou pães, e a cada semana
uma torta de peras, enchendo a casa com o perfume açucarado que, antes mesmo do seu sorriso, lhe daria as boas-vindas.
Um dia chegou o vizinho da frente. No outro chegou o vizinho do lado. E seu marido não chegou. Voltaram os gêmeos
morenos. Voltaram os três irmãos louros. E seu marido não voltou. Aos poucos, todos os homens da pequena cidade estavam
de volta a suas casas. Menos um. O seu.
Paciente, ainda assim ela espanava os vidros de compotas, abria em cruz a massa levedada, e descascava peras.
Há muito a guerra havia terminado, quando a silhueta escura parou hesitante frente ao seu portão. Antes que sequer
batesse palmas, foi ela recebê-lo, de avental limpo. E puxando-o pela mão o trouxe para dentro, fez que lavasse o rosto na
pia mesmo da cozinha, sentasse à mesa, enfim um homem no espaço que a ele sempre fora dedicado.
Encheu-lhe o copo de vinho, serviu-lhe a fatia de torta. Profunda paz a invadia enquanto o olhava comer esfaimado.
E esforçando-se para não perceber que aquele não era o seu marido, começou a fazer-lhe perguntas sobre o front.
COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

As narrativas em prosa são constituídas de cinco elementos que lhe conferem, a princípio, coerência interna: enredo,
personagens, narrador, espaço e tempo.
No que concerne ao desenvolvimento temporal, o conto é narrado em tempo
A. subjetivo, pois os acontecimentos se desenvolvem na perspectiva do narrador em primeira pessoa.
B. cronológico, marcado em registros temporais como “durante”, “depois” e “a cada semana”.
C. fragmentado, pelo fato de apresentar o enredo sob os pontos de vista da esposa, do marido e dos vizinhos.
D. imaginário, corroborado pelo fluxo de consciência da personagem feminina, que nega a possibilidade de ausência do
marido em sua casa.
E. linear, já que a mulher que conta os fatos sobre a ida de seu marido para o front e conta-os na ordem em que aconteceram.

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13

Alternativa B
Resolução: O conto é narrado por um narrador onisciente,
cujos relatos acontecem na terceira pessoa. Para conferir-lhe
coerência interna, os eventos são narrados cronologicamente,
ou seja, na ordem sucessiva em que acontecem. Cada
parágrafo traz um novo evento, que acontece algum tempo
depois do evento relatado anteriormente. Primeiro são os
anos iniciais da guerra, depois o retorno de vizinhos, em
seguida o fim da guerra e, finalmente, a chegada do marido.
Dessa forma, está correta a alternativa B.
QUESTÃO 23 XXXX
SE04_2014_LC
TEXTO I
In extremis
Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia
Assim! de um sol assim!
Tu, desgrenhada e fria,
Fria! postos nos meus os teus olhos molhados,
E apertando nos teus os meus dedos gelados...
E um dia assim! de um sol assim! E assim a esfera
Toda azul, no esplendor do fim da primavera!
Asas, tontas de luz, cortando o firmamento!
Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento
Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo...
E, aqui dentro, o silêncio... E este espanto! e este medo!
Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte,
A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...
Eu, com o frio a crescer no coração, – tão cheio
De ti, até no horror do derradeiro anseio!
Tu, vendo retorcer-se amarguradamente,
A boca que beijava a tua boca ardente,
A boca que foi tua!
E eu morrendo! e eu morrendo
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo
Tão bela palpitar nos teus olhos, querida,
A delícia da vida! A delícia da vida!
BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1979. p. 166.
TEXTO II
[...] o conteúdo da poesia lírica é [...] a maneira como
a alma, com seus juízos subjetivos, alegrias e admirações,
dores e sensações, toma consciência de si mesma no
âmago deste conteúdo [...] o que interessa antes de tudo é
a expressão da subjetividade como tal, das disposições da
alma e dos sentimentos, e não a de um objeto exterior, por
muito próximo que seja.
HEGEL. Apud MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários.
12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004.
Considerando o conceito de poesia lírica apresentado, o
poema anterior, de Olavo Bilac, pode ser caracterizado
como lírico devido à
A. construção metafórica da linguagem para expressar
um lamento do eu poético.
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
B. organização formal em versos e estrofes regulares.
C. presença do trágico diálogo criado entre o eu lírico
moribundo e sua amada.
D. utilização de linguagem eloquente para representar o
tema da morte.
E. veracidade narrativa com que o eu poético imagina sua
morte.
Alternativa A
Resolução: Conforme o exposto no texto II, a poesia lírica
é a representação de sentimentos, um meio de externalizar
os anseios da alma. Dessa forma, considera-se o texto I
como um poema lírico na medida em que ele aborda,
metaforicamente, a angústia do eu lírico. Assim, está
correta a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois o
poema não apresenta divisão formal em versos e estrofes.
A alternativa C está incorreta, pois não há presença de
diálogo. Já a alternativa D está incorreta porque a linguagem
utilizada é figurativa, contrário de eloquente, objetiva.
A alternativa E está incorreta, pois não se pode considerar
veracidade narrativa em um texto construído em linguagem
metafórica.
QUESTÃO 24 XXXX
SEM11_2016
O pãozinho, coitado, virou coadjuvante
Hoje, as padarias viraram verdadeiros centros de
alimentação, servindo pizza, sopas e até sushi. Muitas
funcionam 24 horas. A maioria dos entrevistados louvou o novo
“modelo”. [...] Para mim, o mais interessante foi conversar com
arquitetos e professores para tentar entender um fenômeno
que vem ocorrendo paralelamente a essa mudança de perfil
das padarias: eu queria saber por que todas elas parecem
saguões de aeroporto ou praças de alimentação de shopping.
[...]
“A arquitetura dessas padarias está ligada a espaços
genéricos de consumo, como saguões de aeroportos,
freeshops e shopping centers”, me disse Marcelo Marino
Bicudo, arquiteto e professor da FAU-USP. “São locais de
permanência curta e que oferecem serviços e facilidades,
como TV, Wi-Fi, venda de revistas, etc.”
Outro arquiteto e professor da FAU, Francisco Spadoni, diz:
“A arquitetura está ligada ao uso do espaço. E quando o
espaço é usado para diversas finalidades, a arquitetura
reflete essa confusão. E as padarias viram esse pastiche,
um espaço sem controle, com uma falsa visão de modernidade.”
[...]
“No Brasil, infelizmente, não damos valor à história”,
diz Bicudo. “São Paulo é uma cidade que responde à lógica
do capital. A questão econômica é a mais importante. A lógica
homogeneizante é importante para o paulista.”
BARCINSKI, A. Disponível em: <https://andrebarcinski.blogfolha.uol.
com.br/2012/10/23/o-paozinho-coitado-virou-coadjuvante/>.
Acesso em: 27 nov. 2012 (Adaptação).
De acordo com o texto, um fator que contribui para a
mudança de perfil das padarias de São Paulo é a(o)
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
A. apego dos paulistas à tradição.
B. necessidade de se competir com aeroportos.
C. intenção de imitar tendências francesas.
D. diversificação da venda para a maximização do lucro.
E. constante diminuição do consumo de pães na cidade.
Alternativa D
Resolução: Como afirmado no texto, as padarias sofreram,
nos últimos anos, uma transformação não só estética, mas
também da sua oferta de produtos, refletindo um mercado
mais ampliado que busca a maximização do lucro. Por isso,
passaram a oferecer diversos outros serviços e disponibilizar
facilidades para os consumidores, como acesso à Internet.
Tudo isso estaria relacionado a uma lógica de capital que
visa o lucro em primeiro lugar, como acertadamente colocado
pela alternativa D. A alternativa A está incorreta, pois, ao
contrário do afirmado, o texto deixa claro que São Paulo não
tem apego à história, estando mais ligada à lógica do capital
e ao lucro crescente, o que moldaria os estabelecimentos
comerciais. A alternativa B está incorreta, pois o texto
menciona os aeroportos apenas a título de comparação,
mas não estabelece que as padarias estão concorrendo com
esses ambientes. A alternativa C está incorreta, pois não é
mencionada, no texto, uma intenção de imitar tendências
de outros países, sendo colocada como causa primária
dessa transformação a busca pela maximização das vendas.
A alternativa E está incorreta, pois não se menciona, no
texto, uma suposta redução no consumo de pães, mas sim
no crescimento das padarias com fins estratégicos para o
cenário comercial.
QUESTÃO 25 XXXX
SE01_2013_LC
Por trás de todo grande homem tem sempre uma grande
mulher. E elas já estão chegando a um metro e oitenta.
FERNANDES, Millôr. VEJA. 07 mar. 2007.
O texto anterior é uma paródia feita por Millôr Fernandes
de um dito popular. O termo ambíguo que garante o
procedimento de parodiar o ditado e provoca humor é
A. “trás”.
B. “mulher”.
C. “grande”.
D. “homem”.
E. “oitenta”.
Alternativa C
Resolução: Na paródia produzida por Millôr Fernandes, a
palavra “grande” é intencionalmente empregada de forma
ambígua. Inicialmente, infere-se que seu significado é
o mesmo daquele visto no dito popular parodiado: “que
apresenta elevadas qualidades morais e intelectuais, que
se comporta de forma magnânima”, segundo o Dicionário
Michaelis on-line. No entanto, a segunda frase do texto –
“E elas já estão chegando a um metro e oitenta” – quebra
a expectativa por apresentar o significado denotativo de
“grande”: “que é de tamanho maior que o ordinário, que é
corpulento, alto e forte”, conforme o mesmo dicionário. Por
consequência, está correta a alternativa C.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
QUESTÃO 26 XXXX
SEM11_2016
“MAIS UMA VEZ O TÍTULO DE CAMPEÃO VAI PARA O
ENDEREÇO CERTO.”
Em propaganda do Ministério das Comunicações,
veiculada em várias revistas de circulação nacional,
encontra-se o texto anterior, referindo-se ao título de
heptacampeão conquistado pela Seleção Brasileira de
Futsal, que é patrocinada pelos Correios.
Tendo em vista que a coerência é um princípio de
interpretabilidade do texto que permite a atribuição de
sentido a uma sequência linguística, o fator de construção
da coerência textual responsável pela atribuição de sentido
à propaganda em questão é(são)
A. o conhecimento de mundo, pois o leitor, para produzir
sentido, deve mobilizar seus conhecimentos adquiridos
ao longo da vida sobre a função do Ministério das
Comunicações.
B. os elementos de contextualização, porque o
leitor somente poderá produzir sentido se tiver
conhecimento sobre o suporte, a data de publicação
ou o autor da mensagem veiculada.
C. o compartilhamento de conhecimento entre os
interlocutores, pois, para produzir sentido, o leitor
deve compartilhar o conhecimento sobre a função dos
Correios e a qualidade da Seleção.
D. a criação de uma frase de efeito, que resume todo o
conteúdo do texto explicativo da propaganda, elogiando
tanto os Correios quanto a atuação da Seleção Brasileira
de Futsal.
E. as informações explícitas e implícitas, que veiculam,
juntas, a ideia de que foram os Correios, por meio de
patrocínio, os responsáveis por entregar o título de
campeã à Seleção Brasileira.
Alternativa C
Resolução: Para compreender corretamente o enunciado
da propaganda e conseguir atribuir sentido a ele, o leitor
precisa compartilhar com o seu interlocutor o conhecimento
sobre a qualidade da Seleção Brasileira de Futsal, o
heptacampeonato conquistado por ela e a função dos
Correios. Somente assim, entenderá que o patrocínio dessa
empresa foi responsável, também, por ajudar na conquista
do sétimo campeonato pela Seleção – o que é o mote
para a publicidade. Está correta, assim, a alternativa C.
A alternativa A está incorreta, pois o leitor não precisa
deter ou mobilizar conhecimentos sobre o Ministério das
Comunicações para compreender a propaganda divulgada
por esse órgão. A alternativa B está incorreta, pois, para
produzir sentido, o autor não precisa conhecer o suporte ou
a data de publicação do enunciado publicitário, tampouco
necessita conhecer especificamente o autor da mensagem
veiculada. A alternativa D está incorreta, pois, embora a frase
de efeito elogie tanto os Correios quanto a Seleção, ela não
é capaz de resumir todo o conteúdo do texto explicativo que
acompanha a propaganda. Além disso, não é essa frase de
efeito a responsável pela interpretabilidade correta do texto,
mas sim a mobilização de conhecimentos compartilhados
entre os interlocutores. A alternativa E está incorreta, pois
não foram os Correios os responsáveis por entregar o título
à Seleção Brasileira de Futsal, tendo esse órgão atuado
apenas como patrocinador do time – o que com certeza
agrega valor à vitória, mas não pode ser considerado o único
elemento responsável para tanto.
LCT – PROVA I – PÁGINA 15
QUESTÃO 27 XXXX
CALIBRADA_POR
Teatro corisco
O capitalismo mais reacionário
Tragédia em um ato
Personagens: o patrão e o empregado
Época: atual
Ato único
Empregado: Patrão, eu queria lhe falar seriamente.
Há quarenta anos trabalho na empresa e até hoje só cometi
um erro.
Patrão: Está bem, meu filho, está bem. Mas de agora
em diante tome mais cuidado.
(Pano bem rápido)
FERNANDES, M. Trinta anos de mim mesmo.
Rio de Janeiro: Nórdica, 1974.
Baseando-se na leitura do texto, infere-se que a resposta
do patrão revela
A. atitude de respeito pelo funcionário de 40 anos de casa.
B. compreensão em relação ao pedido do funcionário.
C. falsa postura paternalista e ameaça velada.
D. tendência do patrão em atender à reivindicação.
E. desatenção no tratamento do pedido do funcionário.
Alternativa C
Resolução: O texto de Millôr Fernandes traz uma reflexão
humorística sobre o sistema capitalista, revelando, na
resposta do patrão à colocação do funcionário, duas
características que frequentemente vigoram nesse
sistema: o falso paternalismo e a ameaça. Observa-se
que o funcionário se dirige ao patrão querendo valorizar
sua postura praticamente impecável durante 40 anos de
serviços prestados. O patrão, por sua vez, ignora todo
o esforço do outro e traz um discurso focado no erro,
alertando o funcionário para que não erre mais, o que pode
ser entendido como uma ameaça à sua permanência na
posição que hoje ocupa. Além disso, é importante observar
que o patrão se dirige ao empregado chamando-lhe de “meu
filho”, ao mesmo tempo que repete o consolo “está bem,
está bem”, demonstrando um falso paternalismo, ou seja,
um falso sentimento de acolhimento. É como se o patrão
fingisse perdoá-lo, mas ao mesmo tempo o alertasse para
não cometer novos erros. Esse entendimento pode ser
corretamente observado na alternativa C. A alternativa A
está incorreta, pois o patrão não demonstra respeito para
com seu empregado; ao contrário, claramente o desrespeita
ao ignorar seus 40 anos de serviços prestados basicamente
impecáveis, com um único erro no histórico. A alternativa B
está incorreta, pois o patrão não evidencia ter compreendido
a fala do funcionário; além disso, nenhum pedido é feito,
mas apenas uma constatação. A alternativa D é incorreta,
pois o patrão não demonstra tender a acatar qualquer
reivindicação, tanto que ignora a fala do funcionário e a
inverte em seu favor; além disso, mais uma vez, não há
qualquer reivindicação do funcionário, mas apenas uma
constatação. A alternativa E está incorreta, pois não se pode
atribuir a falta de compreensão do patrão a uma suposta
desatenção, mas, antes, a uma ignorância proposital, com
objetivo de minar o pedido que provavelmente seria feito
pelo empregado.
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
QUESTÃO 28 XXXX
SE03_2012_LC
Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
Trouxe imigrantes?
Trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.
O poema anterior faz parte do livro Sentimento do
Mundo, de Carlos Drummond de Andrade, obra caracterizada
por inquietações de cunho político-social como a ascensão
de regimes totalitários, o egoísmo entre os homens, a perda
progressiva de valores humanistas, etc.
A utilização da palavra “inocentes”, no poema, evidencia
uma visão
A. irônica, demonstrando que a inocência é, de fato,
alienação aos acontecimentos descritos.
B. simples, caracterizando os “inocentes do Leblon” de
maneira lírica.
C. despretensiosa, pois não há emissão de julgamento
sobre os “inocentes do Leblon”.
D. preconceituosa, demonstrando aversão às atitudes
dos “inocentes” citados.
E. engajada, de modo a convocar os “inocentes” a
derrubar os regimes totalitários.
Alternativa A
Resolução: No poema em questão, Drummond emprega
a ironia para se referir aos moradores do Leblon como
“inocentes”, indicando a alienação destes em relação aos
acontecimentos à sua volta e sua mera preocupação com
a areia quente e o óleo suave que passam nas costas.
A alternativa A está correta, portanto. O escritor não demonstra
uma visão simples ou preconceituosa em relação aos
moradores do Leblon, estando incorretas as alternativas B e D.
Tampouco exibe uma visão despretensiosa (alternativa C),
sendo clara a ironia utilizada para se referir à “tranquilidade”
dessas pessoas. Ainda, não há, no poema, uma convocação
dos cidadãos para se revoltarem contra as mazelas sociais;
ao contrário, o escritor critica a postura cega e ingênua dos
moradores do Leblon em relação àquilo que não os interessa.
Está incorreta, portanto, a alternativa E.
QUESTÃO 29 XXXX
CALIBRADA_POR
As mariposa
As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá
Eu sou a lâmpida
E as muié é as mariposa
Que fica dando vorta em vorta de mim
Todas noite só pra me beijá
BARBOSA, Adoniran. Disponível em: <http://letras.mus.br/adoniran-
barbosa/43964/>. Acesso em: 07 jan. 2013.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
 Adoniran Barbosa é famoso pela liberdade e originalidade
com que compunha suas canções, incorporando influências
do dialeto de imigrantes italianos e retratando a vivência e o
cotidiano de trabalhadores pobres e “vagabundos”.
Uma das marcas de sua composição, presente na canção
anterior, pode ser identificada como a
A. coloquialidade, que sugere diversidade
multiculturalismo.
B. oralidade, que incorpora palavras da língua italiana.
C. referência ao frio, que sugere a frieza das relações
urbanas da metrópole.
D. oralidade, que está representada na modificação das
palavras.
E. representação típica da cultura urbana, metaforizada
nas mariposas.
Alternativa D
Resolução: Na canção em análise, observa-se que ocorre a
modificação de algumas palavras, como: “isquentá”, em vez
de “esquentar”; “lâmpida”, em vez de “lâmpada”; “muié”, em
vez de “mulheres”. Isso se deve à proximidade do linguajar
do eu lírico com a oralidade, utilizando recursos da fala
aplicados na escrita. Está correta, portanto, a alternativa D.
A alternativa A está incorreta, pois a coloquialidade –
traduzida na oralidade presente na canção – não denota
necessariamente diversidade e multiculturalismo, não se
podendo inferir a presença de variados padrões culturais
no texto. A alternativa B está incorreta, pois, apesar de
influenciado pelo dialeto de imigrantes italianos, Adoniran
Barbosa não emprega palavras da língua italiana nessa
composição. A alternativa C está incorreta, pois a menção
ao frio não pode ser entendida, necessariamente, como
uma referência à frieza das relações na metrópole, sendo
forçoso fazer essa interpretação apenas com os elementos
do texto. A alternativa E está incorreta, pois a menção às
mariposas faz referência principalmente à cultura rural, e
não à urbana, onde a presença desses animais em volta de
lâmpadas é mais comum.
QUESTÃO 30 XXXX
CALIBRADA_POR
GONSALES, F. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/
cartum/cartunsdiarios/#20/12/2014>. Acesso em: 22 dez. 2014.
A coerência de um texto está ligada à sua
interpretabilidade, fator possibilitado pela adequação à
situação sociocomunicativa em que está inserido e pela
capacidade do leitor de entender seu sentido.
A aceitabilidade da tirinha anterior requer do leitor
principalmente o(a)
A. domínio técnico do texto bíblico do Gênesis sobre a
criação do homem e do pecado.
B. entendimento da crítica feita à alimentação saudável
por meio das três personagens.
C. observação das diversas expressões faciais e corporais
das personagens Adão e Eva.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
D. percepção de que a falta de lógica temporal entre o
Paraíso e a alimentação é intencional.
E. reconhecimento da paráfrase a uma famosa marca de
salgadinhos no último quadrinho.
Alternativa D
Resolução: A aceitabilidade de um texto diz respeito à
e
correta interpretação de seu sentido e compreensão de seu
objetivo comunicativo. Na tirinha em análise, espera-se que
o leitor seja capaz de compreender a crítica a determinado
padrão de consumo alimentar e, ao mesmo tempo, aceite o
aparente anacronismo como fator proposital e determinante
para a construção do humor. Sendo assim, está correta
a alternativa D, que reconhece a falta de lógica temporal
como algo inerente à construção do humor crítico do texto.
A alternativa A está incorreta, pois o texto não determina a
necessidade de domínio técnico do Gênesis para sua correta
interpretação. Ao contrário, o conhecimento básico sobre a
história de Adão e Eva já é suficiente para a compreensão
adequada da tira. A alternativa B está incorreta, pois, no texto,
não é feita uma crítica à alimentação saudável, mas, antes,
à alimentação não saudável, que faz as pessoas preferirem
alimentos ricos em gordura e prejudiciais à saúde a opções
naturais, como as frutas. Essa crítica, inclusive, pode ser
evidenciada pela fisionomia das personagens bíblicas, que
são retratadas como obesas. A alternativa C está incorreta,
pois a aceitabilidade da tirinha não está relacionada às
expressões das personagens Adão e Eva, até mesmo porque
são retratadas em apenas um quadro e não demonstram
“diversidade de expressões”, como exposto na alternativa.
A alternativa E está incorreta por várias razões: a marca de
salgadinho citada no último quadrinho não existe; ainda que
existisse, esse não seria o fator relacionado à aceitabilidade
do texto, que diz respeito ao anacronismo proposital, e
não a uma marca de salgadinhos; a paráfrase consiste,
basicamente, em apresentar as ideias de um texto com
outras palavras, mantendo o sentido, o que não se verifica
na tirinha, que faz, sim, uma referência a uma marca – fictícia
– de salgadinhos.
QUESTÃO 31 XXXX
SE07_2013_LC
Não domino a verdade. Nem sequer a conheço. Escrevo
sobre aquilo que não sei, para poder ficar sabendo. A grande
diferença entre a literatura de imaginação criadora – a poesia,
o romance, o conto – e a literatura de ensaio, de crítica, é
que nesta se escreve sobre o que se sabe, ao passo que
na primeira se escreve sobre o desconhecido, não se tem a
menor ideia do sentido daquilo que se pretende dizer.
SABINO, Fernando. Martini seco. São Paulo: Ática, 1989.
A diferença entre texto literário e não literário estabelecida no
fragmento baseia-se, principalmente, na relação do escritor
com os fatos da vida cotidiana. Nesse sentido, o texto literário
diferencia-se pelo discurso
A. inventivo sobre a realidade, sem necessidade de total
coerência com aspectos factuais.
B. calcado na representação da realidade, que busca
fidelidade no relato por meio de linguagem descritiva.
LCT – PROVA I – PÁGINA 17
C. desvinculado da realidade, a qual funciona como pano
de fundo para a criação de uma realidade imaginária.
D. incoerente com a realidade, caracterizando-se pelo
compromisso com a fantasia.
E. subversivo em relação à realidade, a fim de criticar
contextos históricos específicos.
Alternativa A
Resolução: De acordo com Fernando Sabino, o texto
literário trata do desconhecido, portanto os autores começam
escrevendo com base naquilo que dominam, que lhes é
familiar, para então partirem para o que desconhecem.
Somente depois de terminada a escrita, que, por abordar um
universo desconhecido aos autores, não precisa basear-se
em fatos reais, é que se passa a conhecer aquilo que se
escreveu. Sendo assim, o texto literário é uma escrita criativa
sobre a realidade, o que dispensa a coerência com os fatos
reais do mundo, como exposto na alternativa A. A alternativa
B está incorreta porque, justamente por escrever sobre o
que não conhece, o autor de texto literário não se baseia na
descrição precisa da realidade, segundo Fernando Sabino.
A alternativa C está incorreta porque o autor não afirma que
a realidade deve ser subvertida nem que contextos históricos
devam ser criticados. A alternativa D está incorreta porque,
mesmo que os autores exerçam uma atividade imaginativa,
seus textos têm sim como pano de fundo a realidade.
Finalmente, a alternativa E está incorreta porque um texto
que não se baseia em aspectos fatuais não necessariamente
é uma fantasia.
QUESTÃO 32 XXXX
SE01_2012_LC_40
Disponível em: <http://diariodapropaganda.blogspot.com/>. Acesso
em: 29 out. 2011.
Para compor esse anúncio publicitário, utilizou-se de recursos
verbais e não verbais, bem como de intertextualidade.
Nesse sentido, para que se consiga atingir uma leitura
adequada, o leitor precisa
A. ser informado acerca da distribuidora de frutas e
verduras em questão.
B. conhecer as releituras produzidas ao longo da história
da arte.
C. entender o significado das esculturas localizadas atrás
da cenoura.
D. utilizar seu repertório cultural e relacioná-lo ao anúncio
sobre frutas e verduras.
E. dominar um vasto repertório sobre questões vinculadas
à Botânica.
LCT – PROVA I – PÁGINA 18 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Alternativa D
Resolução: A fim de entender o anúncio publicitário,
reconhecendo a referência empregada pelos autores, o leitor
deve ter assistido ao filme Edward Mãos de Tesoura (1991),
ou ao menos conhecer, de forma geral, seu enredo. No
anúncio, além da referência óbvia ao título do filme, também
se veem cenouras com mãos de cenoura, o que mais uma
vez remete de forma direta à famosa obra do diretor Tim
Burton e do ator Johnny Depp. Dessa forma, está correta
a alternativa D.
QUESTÃO 33 XXXX
SE02_2014_LC
O que significa ser escritor num país situado na periferia
do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem
definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é
compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os
limiares do século 21, de escrever em português, de viver
em um território chamado Brasil. [...]
Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel
transformador da literatura. Filho de uma lavadeira analfabeta
e um pipoqueiro semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro,
caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário
têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu
destino modificado pelo contato, embora fortuito, com os
livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida
de uma pessoa, e sendo a sociedade feita de pessoas, então
a literatura pode mudar a sociedade. Em nossos tempos,
de exacerbado apego ao narcisismo e extremado culto
ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por
isso deveria nos despertar o fascínio pelo reconhecimento
mútuo, mais que nunca tem sido visto como o que nos
ameaça. [...] Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar
o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo. Trata-se de
uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque
penso que o destino último de todo ser humano deveria ser
unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui
e agora.
RUFFATO, Luiz. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/
arteelazer,leia-a-integra-do-discurso-de-luiz-ruffato-na-abertura-da-
feira-do-livro-de-frankfurt,1083463,0.htm. Acesso em: 13 out. 2013.
No texto de Luiz Ruffato, fragmento do polêmico discurso
por ele proferido na abertura da Feira do Livro de Frankfurt,
em outubro de 2013, a literatura é defendida principalmente
em razão da sua função
A. catártica, responsável por gerar emoções profundas no
leitor.
B. estética, responsável por criar um arranjo linguístico especial.
C. evasiva, capaz de transportar o leitor para outra realidade.
D. metalinguística, geradora de reflexão em torno da
própria arte.
E. política, capaz de gerar reflexão em torno de questões
sociais.
Alternativa E
Resolução: O texto defende a literatura pelo seu papel
transformador, tanto do indivíduo como da sociedade,
devido ao seu poder de libertar o indivíduo do narcisismo,
despertando nele o fascínio pelo outro, a empatia e o
conhecimento de diferentes pontos de vista sobre o mundo.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
A literatura tem uma função, nesse sentido, política, pois
é capaz de gerar reflexão em torno de questões sociais,
conforme indica corretamente a alternativa E.
QUESTÃO 34 XXXX
SE04_2014_LC
O menino da porteira
Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
de longe eu avistava a figura de um menino
que corria, abria a porteira e depois vinha me pedindo:
– Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo.
[...]
Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei,
mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei.
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei.
Vendo a porteira fechada o menino não avistei.
[...]
A cruzinha do estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure e eu precise ir atrás
Neste pedaço de chão, berrante eu não toco mais.
LUIZINHO; VIEIRA, Teddy. Disponível em: <http://www.beakauffmann.
com/mpb_o/ o-menino-da-porteira.html.>. Acesso em: 21 fev. 2014.
Na canção anterior, percebe-se uma sequência narrativa,
em que, com determinado tempo verbal, transmitiu-se a ideia
de ações habituais, cotidianas, em um tempo passado da
vida das personagens.
Isso se confirma na passagem
A. “que corria, abria a porteira e depois vinha me pedindo”.
B. “Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo”.
C. “mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei”.
D. “Vendo a porteira fechada o menino não avistei”.
E. “A cruzinha do estradão do pensamento não sai”.
Alternativa A
Resolução: O enunciado afirma que a utilização, na canção,
de determinado tempo verbal marca a sequência narrativa
de hábitos das personagens. Considerando a afirmação,
verifica-se que o pretérito imperfeito exerceu tal função, como
em “corria”, “abria”, estando, portanto, correta a alternativa A.
A alternativa B está incorreta, pois o tempo dos verbos
leva à ideia de ação no presente. Nas demais alternativas,
C, D e E, os tempos verbais demonstram que são ações
passadas e já concluídas, sem indicação de serem habituais
às personagens.
QUESTÃO 35 XXXX
CALIBRADA_POR
Disponível em: <www.renatomontilla.blogspot.com.br/publicidade-com-
ditos-populares>. Acesso em: 29 dez. 2014.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
No texto publicitário anterior, o ditado “quem tem pressa
come cru” é usado como base para a propaganda do produto
porque
A. sugere uma moral acerca da falta de honestidade das
propagandas enganosas, o que traz originalidade à
proposta.
B. revela a má condição do alimento comercializado com
entregas rápidas, estimulando o consumidor a ter
paciência na espera.
C. reitera a popularidade do alimento oferecido pela
empresa, que é produzido rapidamente devido à
quantidade de clientes.
D. explicita que quem deseja comer bem precisa acelerar
a rotina para acompanhar a produção do bom alimento.
E. apresenta uma quebra de expectativa por meio de
sua adaptação, com uma ideia oposta à popularmente
esperada.
Alternativa E
Resolução: O ditado popular “O apressado come cru”
tem o sentido de alerta para as pessoas que fazem coisas
apressadamente, sem cautela e sem esperar o tempo
correto. Nesse sentido, comer algo cru seria ruim, pois
significaria que a comida ainda não estava pronta e apta a
ser provada. No entanto, no texto publicitário da questão,
essa ideia é desconstruída ao se trazer a imagem de comida
japonesa, que em sua maioria é degustada na forma crua,
criando-se o sentido de que a comida crua seria uma boa
opção para aqueles que têm pressa. Portanto, a mensagem
comunicativa da publicidade se transmite por meio de uma
quebra de expectativa, como corretamente apontado na
alternativa E. A alternativa A está incorreta, pois o texto
em análise não faz referência a outras propagandas, ditas
enganosas, nem sugere uma moral para esse tipo de
conteúdo. A alternativa B está incorreta, pois, ao contrário
do que prega, o alimento anunciado pelo texto publicitário
deve ser consumido preferencialmente cru, de modo que
não há qualquer má condição em seu armazenamento.
Além disso, a propaganda não estimula o consumidor a ter
paciência; ao contrário, aduz que, para aqueles com pressa,
há opções de alimentação muito boas. A alternativa C está
incorreta, pois não se pode presumir que o alimento oferecido
pela empresa anunciante é produzido rapidamente devido
à quantidade de clientes; na verdade, esse alimento é mais
rápido do que outros por dispensar o tempo de cozimento,
visto que é consumido cru. A alternativa D está incorreta, pois
a propaganda passa a mensagem de que o restaurante é que
deve se adequar à rotina apressada do cliente, fornecendo
alimentação de boa qualidade no menor tempo, e não o
contrário; ou seja, não é o consumidor que deve acelerar
sua rotina para acompanhar a produção alimentícia.
QUESTÃO 36 XXXX
SEM11_2015
O que é hipercorreção, afinal?
A hipercorreção é um interessante fenômeno
sociolinguístico que se observa quando um(a) falante
ou uma comunidade de falantes, ao tentar se aproximar
de um padrão ideal imaginário de língua “boa”, acaba
“acertando demais” e se desviando tanto da sua
própria gramática quanto da Gramática Normativa.
[...] Os estudos sociolinguísticos têm demonstrado
que a hipercorreção é filha da insegurança linguística.
LCT – PROVA I – PÁGINA 19
Pressionados pelas cobranças sociais e culturais, sobretudo QUESTÃO 37 XXXX
CALIBRADA_POR
as pressões exercidas pela instituição escolar, mas
não só por ela, e desconhecendo as formas realmente
codificadas na tradição normativa de sua língua, muitos
falantes acabam extrapolando certas regras e aplicando-as
indevidamente ou então abusando de certas “muletas”
textuais supostamente mais sofisticadas.
BAGNO, M. Disponível em: <http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/blog/
preconceito/o-que-e-hipercorrecao-afinal.html>.
Acesso em: 25 mar. 2014 (Adaptação).

No fragmento anterior, o autor critica o exagero nas

correções na forma de falar de alguns falantes da língua
portuguesa, fenômeno conhecido como hipercorreção.
Segundo ele, esse fenômeno decorre, sobretudo, da(o)
A. cobrança do sistema educacional, que busca a
excelência comunicativa.
B. necessidade do uso de “muletas” textuais para
demonstrar conhecimento.
C. preciosismo pessoal, característico da maioria dos Disponível em: <http://zelocidadao.blogspot.com.br/>.
Acesso em: 24 nov. 2014.
falantes.
D. temor, por parte dos falantes, de incorrer em erros No processo comunicativo do texto anterior, veiculado no
Dia Mundial do Meio Ambiente, houve a preocupação em
linguísticos.
destacar dois elementos principais, que são
E. valorização de um padrão considerado culto em vez de
A. canal e emissor.
uma variante pessoal.
B. código e receptor.
Alternativa E
C. emissor e receptor.
Resolução: A hipercorreção, como citado no texto, é um D. mensagem e código.
fenômeno que consiste em certo exagero linguístico de
E. mensagem e receptor.
alguns falantes, devido a, principalmente, valorizarem
Alternativa E
excessivamente um modo de falar culto, ignorando sua
Resolução: O texto busca transmitir uma mensagem
própria gramática, ou seja, a variante pessoal de uso da
que sensibilize o público-alvo sobre a importância de se
linguagem. Está correta, assim, a alternativa E. A alternativa
descartar corretamente resíduos, evitando graves problemas
A está incorreta, pois, como expresso no próprio texto, a
econômicos, sociais e ecológicos, como são as enchentes
hipercorreção se desvia até mesmo da Gramática Normativa
nas grandes cidades. Para isso, os autores enfatizam a
ensinada nas escolas, embora derive, sim, de uma pressão
mensagem (por meio de imagens que ilustram a ocorrência
exercida pelas instituições escolares. A alternativa B está
de enchentes e ação do descarte incorreto) e o receptor
incorreta, pois a hipercorreção não está relacionada, (ao se dirigirem diretamente ao público-alvo). Está correta,
especificamente, a uma necessidade de muletas textuais portanto, a alternativa E.
para demonstrar conhecimento, mas sim a uma necessidade
do falante de atingir um certo modo de falar extremamente QUESTÃO 38 XXXX
SE01_2012_LC_29
culto, o que lhe faz utilizar algumas dessas muletas. Um poema cresce inseguramente
A alternativa C está incorreta, pois o preciosismo mencionado na confusão da carne,
não decorre do campo pessoal, mas muito mais do social, sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
em razão de pressões colocadas por escolas e outros
talvez como sangue
ambientes sociais e culturais. Além disso, esse fenômeno
ou sombra de sangue pelos canais do ser.
da hipercorreção acontece com alguns falantes, e não
com a maioria. A alternativa D está incorreta, pois não é
Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
necessariamente o medo de incorrer em erros que move os
ou os bagos de uva de onde nascem
falantes que praticam a hipercorreção, até mesmo porque,
muitas das vezes, os erros acontecem assim mesmo. Esse as raízes minúsculas do sol.
fenômeno está mais relacionado a uma tentativa de se Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
atingir determinado padrão, cumprindo regras impostas do nosso amor,
socialmente. os rios, a grande paz exterior das coisas,

LCT – PROVA I – PÁGINA 20 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
– a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.
E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.
– Embaixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
– E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
HELDER, Herberto. Sobre o Poema. Disponível em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br>. Acesso em: 16 out. 2011.
O texto anterior sugere uma reflexão sobre uma certa
concepção do que seja a escrita de poesia. Fundamentado
no poema, a concepção poética proposta baseia-se
A. no estado de inspiração do poeta, que escreve o
poema todo de uma só vez.
B. na denúncia das mazelas do mundo circundante.
C. na crença no poder de transformação do leitor que a
arte possui.
D. na escrita da própria existência do poeta, como maneira
de curar seus traumas.
E. na aceitação do poema como substância que necessita
de tempo para ser processada e produzida.
Alternativa E
Resolução: O eu lírico de Herberto Helder discorre
metalinguisticamente sobre o fazer artístico de um poeta. Em
seus versos, é afirmado que o poema surge no autor de forma
visceral, ou seja, como algo muito íntimo, um sentimento
ainda difícil de ser descrito em palavras. Em seguida, o
poema vai tomando conta de tudo ao redor do poeta, das
coisas mais belas e mais feias, das coisas mais preciosas
e das mais triviais, até se materializar, representando tudo
que o autor é naquele momento, misturando-se à sua
personalidade e aos ambientes que habita. Assim, segundo
a voz poética, o poema precisa ser composto tomando um
tempo, já que não é escrito todo de uma vez; antes de o
colocar no papel, o poeta precisa processar suas ideias e
sentimentos. Por isso, está correta a alternativa E.
QUESTÃO 39 XXXX
CALIBRADA_POR
No lugar de meu irmão veio morar comigo o Pintassilgo.
Menino negro como o pássaro. Meu amigo emitia um assobio
afinado como flauta soprada por anjo. Saltávamos pelos
morros atrás de mais passarinho para conversar. O menino
amigo, cantando outros silvos, me fazia fartar-me de fugaz
felicidade. E não havia mentira mais verdadeira do que a de
supor possível escutar o coração dos pássaros.
QUEIRÓS, B. C. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2011. p. 59.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
O texto apresenta de forma predominante a função poética,
que se justifica principalmente pelo(a)
A. efeito polissêmico obtido por meio da evocação da
imagem do pássaro e pelo jogo sonoro com as palavras.
B. modo hiperbólico com que o narrador apresenta os
detalhes cotidianos de sua relação afetiva com o amigo.
C. presença de construções paradoxais que revelam a
confusão mental da personagem quanto aos próprios
sentimentos.
D. uso da comparação entre o amigo e o pássaro, que
permite uma reflexão existencial profunda do narrador.
E. utilização da primeira pessoa, que expõe o ponto
de vista do narrador em relação à manutenção das
amizades.
Alternativa A
Resolução: No texto, percebe-se uma linguagem criativa
que trabalha com a polissemia de “Pintassilgo”, que pode
denotar o pássaro ou o menino amigo do narrador. Além
disso, explorando a ideia de que o menino assobia tão bem
quanto o pássaro canta, o fragmento é repleto de termos
associados à musicalidade e de palavras com o fonema /s/
(em algumas, ambos os aspectos podem ser identificados):
pintassilgo, pássaro, assobio, flauta soprada, saltávamos,
passarinho, silvos, fugaz, felicidade, supor. Essa repetição
do som materializa a característica que o narrador percebe
no amigo. A alternativa correta então é a A. a alternativa B
está incorreta porque não há hipérbole no texto; as figuras de
linguagem predominantes são a metáfora e a comparação,
que dizem respeito ao caráter poético do relato. A alternativa C
está incorreta porque, ao contrário, o narrador mostra-se bem
esclarecido acerca de seus sentimentos pelo amigo, não
empregando ideias paradoxais para descrever seu canto.
A alternativa D está incorreta porque, mesmo que haja uma
comparação entre o canto do amigo e o canto do pássaro, ela
não dá margem para uma reflexão existencial do narrador, já
que ele se limita a demonstrar admiração pela habilidade do
menino. Por último, a alternativa E está incorreta porque o
emprego da primeira pessoa aponta para o caráter subjetivo
do texto, que está associado à função emotiva da linguagem.
QUESTÃO 40 XXXX
SE01_2014_LC
TEXTO I
Da sempre inevitável condição de moribundo
Voltando aos moribundos: moribundo e maribondo
são quase homógrafos, mas há entre os dois diferenças
sutis e grossas que não me cabe especificar. Não entendo
de um nem de outro, mas desconfio que o moribundo é antes
de tudo um forte e um sujeito que, quando pode, exerce o
direito de pronunciar sua última frase e, querendo ou não
querendo, exala seu último suspiro.
CONY, Carlos Heitor. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
fsp/ilustrad/fq18069939.htm>. Acesso em: 02 dez. 2013.
TEXTO II
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia, e
às vezes a mesma grafia, mas significação diferente. [...] Só
o contexto é que determina a significação dos homônimos.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua
Portuguesa. 48 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
LCT – PROVA I – PÁGINA 21
Baseando-se no trecho em destaque do fragmento de
texto de Carlos Heitor Cony (TEXTO I) e no conceito de
homônimos apresentado, infere-se que o articulista chama
às duas palavras de “quase homógrafos” porque
A. confunde homografia com paronímia.
B. desconhece a nomenclatura adequada de palavras
homógrafas.
C. indica que há uma proximidade semântica entre as duas
palavras.
D. percebe as pequenas variações entre os sentidos das
duas palavras.
E. sinaliza que pelo menos as consoantes das palavras
se repetem.
Alternativa A
Resolução: Como exposto no texto II, palavras homógrafas
“têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia,
mas significação diferente”, relação que não existe entre
“moribundo” e “maribondo”. No entanto, como essas palavras
apresentam sentido diferente e grafia semelhante – mas não
igual –, elas são classificadas como parônimas, conceito
desconhecido pelo autor do texto I. Em vez de dizer “quase
homógrafos”, ele poderia ter dito “parônimas”. Por isso, a
resposta correta é a alternativa A.
QUESTÃO 41 XXXX
SEM13_2016
Receita de felicidade
Pegue uns pedacinhos de afeto e de ilusão;
Misture com um pouquinho de amizade;
Junte com carinho uma pontinha de paixão
E uma pitadinha de saudade.
Pegue o dom divino maternal de uma mulher
E um sorriso limpo de criança;
Junte a ingenuidade de um primeiro amor qualquer
Com o eterno brilho da esperança.
Peça emprestada a ternura de um casal
E a luz da estrada dos que amam pra valer;
Tenha sempre muito amor,
Que o amor nunca faz mal.
Pinte a vida com o arco-íris do prazer;
Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental
E um sonho sempre pode acontecer.
TOQUINHO. Receita de felicidade. Disponível em: <http://letras.mus.
br>. Acesso em: 04 jun. 2013.
Na canção anterior, percebe-se que um gênero textual já
consagrado pelo uso cotidiano foi adaptado em função dos
objetivos do compositor. Isso se comprova porque o texto
A. aconselha pessoas de determinado signo.
B. divulga estratégias para boa convivência entre um casal.
C. orienta mulheres que são donas de casa.
D. fornece instruções sobre o preparo de um alimento.
E. usa a estrutura de uma receita culinária para tematizar
a felicidade.
LCT – PROVA I – PÁGINA 22 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Alternativa E
Resolução: A canção de Toquinho assume a forma de uma
receita culinária para falar sobre a felicidade. Observa-se, no
texto, que são empregados termos comuns desse gênero,
como: “pegue”, “misture”, “junte”, “pitadinha”. Está correta,
assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta, pois
não é característica do gênero receita o aconselhamento de
pessoas de determinado signo, o que poderia ser verificado,
sim, em um horóscopo. A alternativa B está incorreta, pois
também não é característica do gênero receita, adotado
na canção, o aconselhamento para casais. A alternativa C
está incorreta, pois a canção não é voltada para donas de
casa, especificamente. A alternativa D está incorreta, pois,
embora o texto forneça instrução para o preparo, não se trata
de um alimento, e sim de um sentimento, numa adaptação
do gênero receita.
QUESTÃO 42 XXXX
CALIBRADA_POR
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012.
A repetição de palavras e expressões nem sempre pode
ser considerada um vício de linguagem. No caso do poema
de Carlos Drummond de Andrade, a reiteração da palavra
“medo” contribui para a construção do sentido do poema
porque
A. revela, para o leitor, sua temática.
B. remete à existência de conflitos e guerras pelo mundo.
C. demonstra o sentimento que domina o eu lírico.
D. sugere que o medo é um sentimento generalizado.
E. evidencia a inexistência de amor no mundo.
Alternativa D
Resolução: A repetição, vista muitas vezes como um vício
de linguagem, quando empregada no texto poético, pode ter
como objetivo reforçar a imagem que se deseja transmitir,
inferindo determinado sentido ao texto. No caso do poema
de Carlos Drummond de Andrade, observa-se que o eu lírico
repete a palavra “medo” em todos os versos, evidenciando
como esse é um sentimento generalizado, presente em
diversas circunstâncias da vida, de sertões a mares, de
ditadores a democratas. Portanto, a alternativa correta é a D.
A alternativa A está incorreta, pois o objetivo da repetição
nesse texto não é revelar a temática ao leitor, até mesmo
porque isso é expresso explicitamente nos versos,
dispensando, portanto, o recurso repetitivo, se assim o fosse.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
A alternativa B está incorreta, pois, embora o eu lírico
cite a existência de conflitos e guerras, seu objetivo não
é destacar tais acontecimentos, mas sim focar no medo
que perpassa todos eles. A alternativa C está incorreta,
pois não se pode inferir que esse sentimento domine,
especificamente, o eu lírico, visto que ele não se coloca no
texto como aquele que reflete tais emoções; ao contrário,
ele cita o medo, em diversas circunstâncias, como sendo
sentido por praticamente todas as pessoas. A alternativa E
está incorreta, pois o eu lírico não aduz a inexistência de
amor no mundo pelo simples fato de existir medo; pode-se
perceber, inclusive, que, nos dois primeiros versos, ele faz
referência ao amor, afirmando apenas que esse sentimento
se refugiou mais abaixo dos subterrâneos, e não que deixou
de existir.
QUESTÃO 43 XXXX
SE01_2012_LC
Miguilim chorou de bruços, cumpriu tristeza, soluçou
muitas vezes. Alguém disse que aconteciam casos,
de cachorros dados, que levados para longes léguas, e que
voltavam sempre em casa. Então ele tomou esperança;
a Pingo-de-Ouro ia voltar. Esperou, esperou, sensato.
Até de noite, pensava fosse ela, quando um cão repuxava
latidos. Quem ia abrir a porta para ela entrar? Devia de estar
cansada, com sede, com fome. – “Essa não sabe retornar, ela
já estava quase cega ...” Então, se ela já estava quase cega,
por que o pai tinha dado para estranhos? Não iam judiar
de Pingo-de-Ouro? Miguilim era tão pequeno, com poucas
semanas se consolava.
ROSA, Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001.
No fragmento anterior, da obra Manuelzão e Miguilim,
de Guimarães Rosa, há a presença de um narrador
A. personagem, que descreve as memórias longínquas
do protagonista Miguilim.
B. incoerente, que apresenta vozes de vários personagens
de maneira aleatória.
C. onisciente, que evidencia não só as palavras, mas
também o monólogo interior dos personagens.
D. impessoal, que se constrói graças ao seu distanciamento
para com as personagens da trama.
E. intruso, que explicita o universo introspectivo de
Miguilim de forma sarcástica.
Alternativa C
Resolução: A narração do fragmento deixa claro o foco
no fato ocorrido, que é o cachorro ser doado a alguém
pelo pai de Miguilim, e também nos questionamentos
que a personagem faz para si mesma, a respeito do que
estaria sentindo e sobre o motivo da atitude do pai, dando
voz ao menino no trecho. A resposta correta é, portanto, a
alternativa C.
QUESTÃO 44 XXXX
SE06_2012_LC
Madrigal
Meu amor é simples, Dora,
Como a água e o pão.
Como o céu refletido
Nas pupilas de um cão.
ARRIGUCCI JR., Davi (Org.). Melhores poemas: José Paulo Paes.
São Paulo: Global, 2003.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
O sentido do poema de José Paulo Paes é construído
por meio de comparações. O eu lírico, para definir seu amor
por Dora, vale-se do recurso da semelhança.
Sobre a relação estabelecida entre o sentimento amoroso
e os elementos apresentados no poema, pode-se inferir
que a(o)(s)
A. elementos “pão” e “água” sugerem que o amor é um
sentimento tão essencial para o eu lírico quanto os
alimentos mais básicos.
B. último verso revela que o amor do eu lírico por Dora
carrega a mesma intensidade do sentimento que ele
dispensa a um cão.
C. imagem do “céu refletido nas pupilas de um cão”
sugere que o eu lírico deseja impressionar a amada
com a grandiosidade do seu sentimento.
D. comparação do amor aos elementos “pão” e “água”
revela que o eu lírico prescinde de qualquer outro
elemento para viver.
E. comparações construídas no segundo e no terceiro
versos revelam que o amor do eu lírico por Dora é
marcado pela contradição.
Alternativa A
Resolução: O segundo verso estabelece uma comparação
do amor do eu lírico por Dora com a água e o pão, que
simbolizam uma alimentação básica, o mínimo que um ser
humano necessita para viver. Com isso, é sua intenção
afirmar que seu amor por Dora é essencial para que ele
viva, numa hipérbole comum em textos com viés romântico.
Está correta, portanto, a alternativa A. A alternativa B está
incorreta porque o eu lírico não revela amor algum por um
cachorro. A alternativa C está incorreta porque a imagem
do “céu refletido nas pupilas de um cão” não transparece
grandiosidade de um sentimento, mas sim a ideia de
que seu amor se revela em coisas pequenas e triviais.
A alternativa D está incorreta porque, além do pão e da água,
que simbolizam a necessidade fisiológica por alimentos, o eu
lírico é dependente do amor por Dora. Por fim, a alternativa
E está incorreta porque não há contradição nas palavras
do eu lírico, que expõe seu sentimento de forma subjetiva
e enfática.
QUESTÃO 45 XXXX
SEM13_2016
Está faltando conteúdo
Uma pesquisa comprovou o que todos desconfiavam:
o maior uso de tablets, computadores e celulares
pelas crianças não vem acompanhado por um maior
acesso a conteúdos educativos. Levantamento do
Centro Joan Ganz Cooney, instituto de pesquisa
sem fins lucrativos sobre educação, mostrou que as
crianças de 2 a 10 anos gastam, em média, 2h07min
interagindo nessas plataformas e assistindo à televisão.
Na faixa dos 2 aos 4 anos, 78% desse tempo é gasto
com atividades educativas, mas na faixa dos 8 aos
10 anos, esse percentual cai para 26%. Apesar disso, os
pais incentivam o uso dos dispositivos, pois acreditam que,
ainda assim, seus filhos estão trabalhando habilidades
como leitura e matemática. O levantamento envolveu
1 577 pais de crianças nos Estados Unidos.
REVISTA EDUCAÇÃO, n. 203, mar. 2014, p. 13 (Adaptação).
LCT – PROVA I – PÁGINA 23
O texto anterior divulga uma pesquisa estadunidense sobre
o uso da tecnologia no universo infantil e a aquisição de
informação. A respeito da relação entre o uso de ferramentas
tecnológicas e a interação com dispositivos educacionais, os
dados levam à conclusão de que as crianças pesquisadas
A. dedicam pouco mais de duas horas para a interação
com as ferramentas tecnológicas.
B. mostram pouco interesse pelas tecnologias de informação
quando são mais novas.
C. objetivam a ampliação de sua educação por meio dos
dispositivos educacionais.
D. preferem as ferramentas tecnológicas que privilegiam
o crescimento educacional.
E. reduzem o tempo destinado à educação em dois
terços, à medida que crescem.
Alternativa E
Resolução: O texto da Revista Educação discorre sobre
uma pesquisa, na qual se concluiu que, embora as crianças
façam bastante uso de ferramentas tecnológicas, dos 8 aos
10 anos, pouco desse tempo é usado para interação com
fins educativos (26%); em contrapartida, criança de 2 aos 4
anos gastam 78% do tempo com atividades educativas. Isso
permite concluir, então, que, conforme avançam em idade,
as crianças reduzem o tempo destinado à educação, nas
plataformas tecnológicas, em até dois terços. Está correta,
assim, a alternativa E. A alternativa A está incorreta, pois,
como afirmado no texto, o gasto de 2 horas se dá em relação
às ferramentas tecnológicas e à televisão, não havendo
quantificação do tempo gasto em cada uma separadamente.
A alternativa B está incorreta, pois, ao contrário do afirmado,
as crianças demonstram grande interesse por tecnologia
quando são mais novas, acessando, porém, mais conteúdos
educativos conforme a idade seja mais baixa. A alternativa
C está incorreta, pois não se pode deduzir que as crianças
objetivem ampliar sua educação por meio dos dispositivos
tecnológicos, até porque se entende que elas ainda não
são dotadas de capacidade de abstração para ter essa
compreensão. A alternativa D está incorreta, pois, como
observado na pesquisa, conforme as crianças avançam
em idade, elas vão perdendo o interesse pelas ferramentas
educacionais.

LCT – PROVA I – PÁGINA 24 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 XXXX
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de
linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I do espaço disponível para o uso inadequado pelo automóvel.
Finalmente, deveria incentivar novas formas de ocupação
e desenvolvimento urbano, para reduzir a necessidade de
transporte motorizado e reforçar as vantagens do uso do
transporte público. [...] Os discursos oficiais jamais negam
o apoio ao transporte público, mas são essencialmente
retóricos: na prática, o que ocorre é a manutenção das
políticas aplicadas há décadas, acompanhada da celebração
do fato de que uma crescente parcela da população agora
tem acesso ao automóvel e à motocicleta.
Para romper esse padrão insustentável, o desafio é
Disponível em: <http://escrevodepoisapago.files.wordpress.
com/2010/11/onibus.jpg>. Acesso em: 22 abr. 2020.
convencer a sociedade de que é preciso mudar, e isso só
será possível se forças políticas autônomas, originadas
TEXTO II nos movimentos sociais ligados à saúde pública, ao meio
ambiente e à equidade, se fortalecerem a ponto de forçar a
Dos Princípios, Diretrizes e Objetivos da Política
mudança de posicionamento pelo sistema político.
Nacional de Mobilidade Urbana
VASCONCELLOS, E. A. Disponível em: <http://www.diplomatique.org.br>.
Art. 5º A Política Nacional de Mobilidade Urbana está Acesso em: 01 jun. 2013 (Adaptação).
fundamentada nos seguintes princípios:
I. acessibilidade universal; TEXTO IV
II. desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões Quais são os desafios da mobilidade urbana no Brasil?
socioeconômicas e ambientais; Nas cidades com mais de um milhão de habitantes, o
III. equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público transporte público é responsável por uma parcela maior
coletivo; do deslocamento, entre 36 e 40%. Mas, infelizmente, é no
transporte público que as viagens são mais demoradas. [...]
IV. eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços
de transporte urbano; Uma das formas de enfrentar essa questão está relacionada
com o custo do transporte. Hoje, é o usuário quem paga
V. gestão democrática e controle social do planejamento e
o custo do transporte e compensa as gratuidades. Então,
avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana; [...]
poucas linhas são disponibilizadas, os ônibus ficam lotados,
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 03 jun. 2013. tudo para fechar a equação.
A verdade é que, em todos os lugares do mundo onde o
TEXTO III
transporte público é eficiente e de qualidade, ele é também
O transporte urbano no Brasil subsidiado pelo governo com dinheiro público. Claro que,
Uma política diferente de mobilidade precisaria romper com dependendo do transporte, o subsídio precisa ser maior.
os procedimentos atuais em três áreas. Primeiro, deveria Qual seria, então, a maneira de enfrentar essa questão?
reduzir os benefícios e subsídios ao transporte individual – Os profissionais da área de transporte defendem, há muito
principalmente o automóvel – e cobrar dos seus usuários os tempo, a desoneração do setor, ou seja, custos mais baixos,
altos custos de consumo de espaço, emissão de poluentes e gasolina e eletricidade mais baratas, etc. Com isso, a tarifa
insegurança no trânsito que são gerados para a sociedade; poderia ser mais baixa para o usuário, e os custos, mais
os recursos deveriam ser usados na ampliação do transporte baratos para as empresas que operam os transportes. Para
público e na garantia de acesso por parte dos grupos sociais se ter uma ideia, existe um cálculo que afirma que o custo
de baixa renda. Segundo, deveria garantir espaço nas vias da operação do metrô no mundo é de U$ 3,5 por pessoa.
públicas para que as formas não motorizadas e o transporte Um valor muito alto para o usuário arcar com ele.
público tivessem qualidade, segurança e prioridade efetivas
ROLNIK, R. Quais são os desafios da mobilidade urbana no Brasil?
na circulação – o que requer a reorganização do sistema de Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br>.
circulação, a redução da violência no trânsito e a diminuição Acesso em: 03 jun. 2013 (Adaptação).

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema
“Mudanças na mobilidade urbana no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 25

A proposta de redação orienta-se por uma temática geral:
MUDANÇAS NA MOBILIDADE URBANA NO BRASIL
Toda a coletânea apresenta informações referentes a esse tema e, de modo geral, também oferece elementos para que os
alunos consigam problematizar seu enfoque. A proposição de um título não é obrigatória na redação do Enem, no entanto, caso
os alunos decidam por dar um título a seu texto, a correção deve penalizar apenas aqueles que colocarem o tema como tal.
Itens de correção de acordo com a grade Enem:
I. Item destinado à avaliação da composição linguística no texto (uso da norma-padrão). São considerados os aspectos
de domínio gramatical explorados na estruturação do raciocínio: concordância verbo-nominal, acentuação gráfica,
ortografia, variedade vocabular, pontuação, entre outros recursos que, caso mal utilizados, devem ser penalizados.
O aspecto linguístico deve ser considerado em função do conteúdo do texto. Desse modo, se o texto for claro, mas
apresentar algumas falhas gramaticais que não prejudiquem o conjunto textual, elas devem ser penalizadas de forma
moderada ou mesmo não ser penalizadas.
• Para a obtenção de nota total nessa competência, são permitidos até dois erros linguísticos. Este item é avaliado
em consonância com o item IV.
II. Em um primeiro momento, é preciso que os alunos atentem para o tipo de texto solicitado: o dissertativo-argumentativo.
Devem, portanto, mesclar essas suas duas condições: precisam progredir na exposição e no aprofundamento do
tema ao mesmo tempo que usam as informações novas como conteúdo para seus argumentos na defesa de um
determinado ponto de vista, sempre de maneira impessoal. A proposta sugere uma reflexão sobre o transporte
urbano, tomando como elemento principal a situação de precariedade em que se inserem as condições do transporte
público na maior parte das cidades brasileiras. Assim, os alunos devem propor uma tese de raciocínio relacionada
à mobilidade dos indivíduos no contexto brasileiro, e, para isso, eles podem expor uma abordagem relacionada ao
transporte público, como a obrigatoriedade do direito à mobilidade versus a contrastante realidade do sistema de
transporte coletivo no Brasil. Na compreensão do tema, é necessário que os alunos explorem algumas visões do
transporte urbano, sobretudo a partir do surgimento ou da intensificação de diferentes problemas nos contextos das
grandes cidades: crescimento desordenado; falta de infraestrutura para tráfego intenso; falta de planejamento dos
espaços e das vias urbanas; amplo incentivo governamental ao uso de transporte individual (motos e automóveis);
falta de competitividade entre as empresas provedoras de transporte coletivo; falta de iniciativas políticas para a
melhoria dos transportes urbanos; predomínio do uso de frotas rodoviárias (ônibus × trem urbano); pouco investimento
na variedade de opções para transporte coletivo; comportamento cada vez mais individualista da população, entre
outros aspectos que os alunos considerarem convenientes ou importantes para ilustrar sua problematização.
É interessante que os alunos tentem problematizar o assunto mediante o contraste entre o direito de mobilidade e
os desafios de aprimoramento do transporte urbano no Brasil.
• Sinalizar, na correção, a existência ou a ausência da tese de raciocínio. Caso não haja tese no texto dos alunos,
este item deve ser penalizado com maior rigor: nota mínima ou zero. Penalizar também a presença de trechos
longos que escapem às tipologias argumentativa e expositiva, como os de cunho narrativo. Este item é avaliado
em consonância com o item III.
III. Com relação à terceira habilidade avaliada, domínio da estrutura textual argumentativa, os alunos devem demonstrar
conhecimento da estrutura dissertativo-argumentativa padrão: texto temático, desenvolvido a partir de uma tese de
raciocínio, a qual é confirmada e / ou discutida por meio de estratégias argumentativas (exemplos, comparações,
fatos históricos, etc.). Por fim, deve haver a exposição de uma conclusão, em que se faça uma retomada da tese
que, além disso, traga soluções para os problemas discutidos no texto (ou para o principal problema discutido) e / ou
uma reflexão. Os alunos podem ancorar-se em situações citadas na coletânea para desenvolver sua abordagem;
eles só não devem copiar a coletânea.
• A ausência de problematização do enfoque deve ser penalizada com nota igual ou inferior a 50%. Este item deve
ser avaliado em conexão com o item II, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas.
IV. Na quarta habilidade, domínio da estrutura linguístico-semântica, os alunos devem demonstrar uso coerente de
sequências discursivas, especialmente no que diz respeito às cadeias coesivas construídas no texto, com o auxílio
de determinadas ferramentas da norma-padrão: pontuação, conectores, entre outros. As relações coesivas devem
ser avaliadas entre as sentenças e entre os parágrafos.
• Este item deve ser avaliado em conexão com o item I, para que não haja penalização dupla dos mesmos
problemas.
V. Na quinta habilidade avaliada, proposta de intervenção, os alunos devem propor estratégias para tentar solucionar
as situações-problema apresentadas ao longo do texto. Nesse sentido, deve haver detalhamento e variedade nas
propostas apresentadas. Do ponto de vista argumentativo, o interessante é que os alunos saibam propor medidas
administrativas públicas e / ou privadas de natureza política e / ou socioeconômica a fim de solucionar ou de amenizar
os problemas vivenciados pelo Brasil no contexto do transporte urbano e, especialmente, possam sugerir alternativas
para amenizar / reduzir a precariedade do sistema de transportes urbanos na realidade brasileira.
• A intervenção proposta pelos alunos deve estar em conformidade com a tese e a argumentação desenvolvidas
ao longo do texto. Do contrário, deve haver penalização.

LCT – PROVA I – PÁGINA 26 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

ciências humanas e suas tecnologias
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46 XXXX
SE01_2015_CH_23
Do grego “idiótes”, que significa “pessoa leiga,
sem habilidade profissional”, por oposição àqueles
que desenvolviam algum trabalho especializado.
Na acepção original, “idiota” designava literalmente o
cidadão privado, alguém que se dedicava apenas aos
assuntos particulares, em oposição ao cidadão que ocupava
algum cargo público ou participava dos assuntos de
ordem pública.
Disponível em: <http://www.significados.com.br/idiota/>.
Acesso em: 30 dez. 2014.
Qual manchete a seguir melhor se encaixaria no conceito de
“idiótes”, segundo sua definição original grega?
A. “Após Lobão ameaçar deixar o país em caso de vitória
de Dilma, internautas organizam festa de despedida”
(PORTAL R7. 26 out. 2014.).
B. “Joaquim Barbosa está, oficialmente, aposentado do
STF” (VEJA. 31 jul. 2014.).
C. “Manifestação pedindo impeachment de Dilma reúne
30 pessoas na Zona Oeste de SP” (O GLOBO. 27 out.
2014.).
D. “Ministério Público e doleiro Youssef assinam acordo
de delação premiada” (PORTAL G1. 24 set. 2014.).
E. “Nível de abstenção nas eleições é o mais alto desde
1998” (PORTAL G1. 06 out. 2014.).
Alternativa E
Resolução: O texto destaca que o termo grego “idiótes” era
associado ao indivíduo que se dedicava apenas a assuntos
particulares, que não se envolvia nos assuntos públicos da
Atenas Antiga. A manchete apresentada na alternativa E
revela um aumento no índice de abstenção nas eleições
de 2014, isto é, um maior número de pessoas deixaram
de participar do pleito eleitoral, da vida pública brasileira,
o que vai ao encontro do conceito de “idiota” apresentado
pelo texto. As demais alternativas apresentam manchetes
cujo teor não está relacionado ao conceito grego de “idiota”.
QUESTÃO 47 XXXX
CALIBRADA_FIL
Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto
jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque
ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho
para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora
de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já
passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que
já passou a hora de ser feliz.
EPICURO. Carta a Meneceu. Tradução de Álvaro Lorencini e Enzo Del
Carratore. São Paulo: UNESP, 2002. p. 21.
Na história do pensamento filosófico, várias são as
interpretações dadas ao que é a Filosofia. Na passagem
anterior, de Epicuro, entende-se a Filosofia como forma de
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
A. alcançar a felicidade, pois trata-se de uma terapia para
a alma.
B. aprender a lidar com a diferença, na medida em que
estimula-se a tolerância.
C. conhecer as verdades divinas, pois estas aproximam
os homens dos deuses.
D. conhecer o que é o tempo, na medida em que se trata
da uma reflexão sobre o cosmos.
E. estabelecer uma vida saudável, pois associa-se a
Filosofia à Medicina.
Alternativa A
Resolução: No texto-base dessa questão, o autor relaciona
a Filosofia à felicidade, defendendo que ela funcionaria
como uma terapêutica para o espírito. Por isso, a alternativa
correta é a letra A. A alternativa B está incorreta, pois, embora
várias correntes da Filosofia estimulem a tolerância, não
são todos os grupos que fazem tal defesa. Por exemplo,
entre os filósofos dogmáticos, uma vez que seus métodos
pregam que seus autores possuiriam um conhecimento
verdadeiro, conclui-se que qualquer outro que não concorde
com o que aquele grupo defende está simplesmente errado.
A alternativa C está incorreta porque não podemos dizer que
a preocupação geral da Filosofia tenha ligação com o divino.
Embora exista certos autores que defendam essa posição,
o grupo dos que não apresentam ou compartilham com o
afirmado nessa alternativa é vasto. Além disso, deve-se
lembrar, por exemplo, que a Filosofia nasce com a atitude
de oferecer explicações naturais para a origem das coisas,
já indicando o propósito dessa área do saber. Por fim, é
importante salientar que o texto-base não discute e, por
isso, não oferece base para essa alternativa. A alternativa
D está incorreta porque o tempo seria apenas um dos
elementos a serem estudados pela Filosofia e, ao falar em
idades diferentes, o autor não está se referindo às reflexões
sobre a relação entre tempo e cosmos. A alternativa E está
incorreta porque, ao mencionar saúde, o autor não se refere
à medicina, mas sim busca caracterizar um estado espiritual
daquele que se dedica à Filosofia.
QUESTÃO 48 XXXX
CALIBRADA_GEO
Ao realizar uma pesquisa de cartografia para a escola,
Luiz percebeu, no mapa-múndi mostrado a seguir, que a
Groenlândia havia sido representada com um tamanho maior
do que o da América do Sul.
Disponível em: <http://fronterasblog.wordpress.com/tag/mercator/>.
Acesso em: 05 fev. 2012.
CH – PROVA I – PÁGINA 27
 Intrigado, Luiz perguntou ao seu professor de Geografia
como isso era possível, já que a área da Groenlândia é bem
menor do que a área da América do Sul. Seu professor,
então, lhe explicou as diferentes projeções e características
existentes em cada uma.
Considerando a imagem anterior, o professor de Luiz lhe
explicou que o mapa foi confeccionado de acordo com a
projeção
A. Cilíndrica Equivalente de Mercator.
B. Azimutal Equidistante.
C. Cilíndrica Equivalente de Peters.
D. Cilíndrica Conforme de Mercator.
E. Cônica Conforme.
Alternativa D
Resolução: A Projeção de Mercator é cilíndrica e conforme
e reconhecida por expressar uma visão de mundo
eurocêntrica, em que as áreas continentais estão distorcidas
de modo que as situadas no Hemisfério Norte têm seu
tamanho exagerado e as situadas no Hemisfério Sul têm
seu tamanho subestimado. Assim, o mapa encontrado por
Luiz em sua pesquisa foi elaborado a partir dessa projeção
e essas distorções ficam evidentes na representação da
Groenlândia com uma área maior que a da América do Sul.
A alternativa A está incorreta, pois as projeções equivalentes
preservam as áreas continentais. A Projeção de Mercator, por
sua vez, distorce as áreas e preserva as formas continentais,
sendo classificada como conforme. A alternativa B está
incorreta, pois o mapa encontrado por Luiz foi elaborado a
partir de uma projeção cilíndrica e conforme. Além disso, as
projeções azimutais resultam em mapas centrados em um
determinado ponto da superfície terrestre. A alternativa C
está incorreta, pois a Projeção de Peters é equivalente, ou
seja, preserva as áreas continentais. Assim, essa projeção
é reconhecida por romper com a visão eurocêntrica da
Projeção de Mercator, pois retirou o destaque dado para
as terras situadas no Hemisfério Norte. A alternativa E está
incorreta, pois as projeções cônicas são mais adequadas
para representar áreas localizadas em latitudes médias,
não sendo apropriadas para a elaboração de mapas-múndi.
QUESTÃO 49 XXXX
141SM12SOC2020XIII
A união entre a teoria e a prática seria muito mais
íntima no estado positivo do que nos anteriores, pois o
conhecimento das relações constantes entre os fenômenos
torna possível determinar seu futuro desenvolvimento.
A previsibilidade científica permite o desenvolvimento da
técnica e, assim, o estado positivo corresponde à indústria,
no sentido de exploração da natureza pelo homem.
GIANNOTTI, J. Vida e obra. In: Comte. São Paulo: Abril Cultural,
1978. (Coleção Os pensadores).
Com base no texto, o conhecimento no estado positivo é
fruto do(a)
A. capitalismo, hábil em conceder produtos homogêneos.
B. natureza, capacitada para acolher as relações sociais.
C. religião, capaz de explicar a força sobrenatural.
D. ciência, eficaz em desvendar as leis naturais.
E. mito, efetivo em elucidar a vida humana.
CH – PROVA I – PÁGINA 28
Alternativa D
Resolução: Comte acreditava que a história era dividida em
três etapas: o estado teológico, o metafísico e o positivo. Este
último, inaugurado com o advento da ciência e compatível
com a modernidade, seria o estágio final do desenvolvimento
do espírito humano. Nele, o estudo do particular substitui a
busca abstrata pela essência das coisas, isto é, a ciência
toma o lugar da religião e da Filosofia, sendo capaz de
desvendar as leis naturais da sociedade. Dessa forma,
a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta
porque o conhecimento no estado positivo é fruto da ciência,
não do capitalismo; a alternativa B está incorreta porque a
natureza não é considerada por Comte como provedora do
conhecimento racional; a alternativa C está incorreta porque
a religião explica o mundo no estado teológico; por fim, a
alternativa E está incorreta porque o mito é característica
do estado teológico.
QUESTÃO 50 XXXX
SE03_2015_CH_35
O êxodo rural produzido pela expansão da economia
escravista foi tão acentuado que, no século I a.C., existiam,
somente em Roma, mais de 200 mil desempregados. Uma
das maneiras que o Estado romano encontrou para conter
a massa popular foi a organização de jogos e espetáculos
públicos, realizados em circos ou arenas, das quais a mais
famosa é o Coliseu, distribuindo, durante esses eventos,
alimentos (trigo) para a população. Esses espetáculos
incluíam lutas de gladiadores, nas quais homens lutavam
entre si e também contra alguns animais, como leões.
Coleção Estudo EM1. Belo Horizonte:
Editora Bernoulli, 2014. v. 1. p. 21.
O texto sugere que o Estado romano, no conturbado período
de transição da República para o Império, utilizou a Política
de Pão e Circo como uma estratégia de
A. alienação política da plebe romana.
B. assimilação da cultura dos povos conquistados.
C. divulgação dos valores helenísticos.
D. democratização do teatro e do entretenimento.
E. valorização do treinamento militar.
Alternativa A
Resolução: De acordo com o texto, a expansão da
economia escravista em Roma, no século I, produziu um
intenso êxodo rural, contribuindo para formar uma massa
de desempregados. Com o objetivo de amenizar as tensões
entre as classes baixas, foi criada a Política do Pão e Circo,
que consistia em distribuir trigo e promover espetáculos
para as parcelas mais pobres da plebe, revelando uma
estratégia de alienação da população mais pobre romana
pelo Estado, o que torna válida a alternativa A. A alternativa
B está incorreta, pois o texto não faz menção à assimilação
cultural dos povos conquistados. A alternativa C também
está incorreta, pois, apesar de a sociedade romana ter
incorporado elementos da cultura helenística, o Estado
romano, ao instituir a Política do Pão e Circo, não tinha o
objetivo de divulgar a cultura helenística. Contrariamente
ao indicado na alternativa D, ainda que essa Política
tenha entretido as massas romanas, o Estado não tinha
a intenção de democratizar o teatro e o entretenimento.
EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Por fim, a alternativa E também está incorreta, pois o
caráter militarizado da sociedade romana já era amplamente
valorizado, não sendo objetivo do Estado romano, com a
Política de Pão e Circo, a valorização do treinamento militar.
QUESTÃO 51 XXXX
SE02_2011_05
O Brasil na era dos satélites
O Brasil e a China desenvolveram o Programa
CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite ou Satélite
Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Essa parceria no
setor técnico-científico espacial levou o Brasil a ingressar
no seleto grupo de países detentores da tecnologia de
sensoriamento remoto, mercado até então dominado pelos
países desenvolvidos. A responsabilidade do programa
ficou a cargo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) e da Academia Chinesa de Tecnologia (CAST).
Num primeiro momento, foram desenvolvidos dois satélites:
CBER-1 (lançado em 1999) e CBER-2 (lançado em 2003).
Como cada satélite tem vida útil de dois a três anos, são
periodicamente substituídos por novos satélites – como o
CBER-2B, lançado em 2007.
TERRA, L. et al. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil.
São Paulo: Moderna, 2008. p. 79.
O Programa CBERS é um exemplo de aplicação da
tecnologia de sensoriamento remoto e possui grande
relevância para ambos os países, pois
A. permite obter informações importantes  sobre a
estrutura interna da Terra.
B. colabora para os estudos sobre as migrações
internacionais.
C. fornece produtos fundamentais para o planejamento
urbano e ambiental.
D. auxilia na determinação exata da pauta de exportação
de cada país.
E. seus resultados evidenciam a dinâmica demográfica
de uma determinada região.
Alternativa C
Resolução: O sensoriamento remoto, ao fornecer imagens
da superfície terrestre, contribui com o planejamento urbano;
pois possibilita monitorar o crescimento urbano, propor
formas de ordenamento territorial, verificar os usos do solo,
entre outros. Essa ferramenta também contribui para o
planejamento ambiental, pois permite o monitoramento de
áreas de preservação e a ocorrência de práticas predatórias,
como desmatamentos e queimadas. A alternativa A está
incorreta, pois, através de dispositivos remotos, se coleta
imagens e informações sobre a superfície terrestre. Já a
estrutura interna da Terra é estudada por meio de métodos
como a sismografia e a meteorítica. A alternativa B está
incorreta, pois as migrações internacionais são fenômenos
de caráter social, que não podem ser captadas pelo
sensoriamento remoto. A alternativa D está incorreta, pois
a pauta de exportações de cada país são informações
obtidas por meio do levantamento de dados econômicos e
estatísticos. A alternativa E está incorreta, pois a dinâmica
demográfica é identificada por meio da coleta e análise de
dados estatísticos sobre o comportamento de determinada
população.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 52 XXXX
SOC
Talvez seja importante lembrar que todas as teorias
racistas modernas são fruto do pensamento eugenista, mais
precisamente norte-americano, que desenvolveu um tipo
específico de eugenia, conhecida como “eugenia negativa”:
eliminação das futuras gerações de “geneticamente incapazes”
– enfermos, racialmente indesejados e economicamente
empobrecidos –, por meio de proibição marital, esterilização
compulsória, eutanásia passiva e, em última análise,
extermínio. O aumento no número de imigrantes no final do
século XIX levou o grupo dominante no país, os protestantes
cujos ancestrais eram oriundos do norte da Europa, a
buscar motivos para exclusão. Encontraram terreno fértil na
pseudociência da eugenia.
Disponível em: <http://www.brasildefato.com.br/node/26953>.
Acesso em: 19 dez. 2013.
A eugenia, desenvolvida inicialmente por Francis Galton no
século XIX, é considerada uma pseudociência porque
A. funda-se em crenças ideológicas, como a existência de
determinismo genético e de hierarquia racial.
B. ignora a influência da genética na determinação dos
comportamentos individual e social.
C. reconhece a relevância do imigrante para a construção
das sociedades ocidentais.
D. estabelece consequências funestas, como a
discriminação de minorias e o genocídio.
E. baseia-se em procedimentos de pesquisa rigorosos
e idôneos, porém abandonados pela comunidade
científica.
Gabarito A
Resolução: Todas as teorias racistas modernas, conforme o
texto-base demonstra, são frutos do pensamento eugenista.
Vale lembrar que a eugenia, proposta como “ciência”
por Francis Galton, tinha como objetivo, a partir de uma
seleção artificial, contribuir para “aprimorar” a herança
genética das raças humanas. A eugenia visaria, portanto,
acelerar o processo de seleção natural, favorecendo as
raças ditas mais fortes e eliminando as raças consideradas
mais fracas. Dito de outra maneira, a eugenia favorecia
os aspectos genéticos vinculados aos brancos e suprimia
as características de raças tidas como inferiores. Logo,
a eugenia está fundada em crenças ideológicas, como a
superioridade da raça branca, e visa um “aprimoramento
social” a partir de um aprimoramento genético. Por isso,
a alternativa A é a correta. A alternativa B está incorreta
porque as determinações genéticas são as bases nas
quais a teoria eugênica se alicerça. A alternativa C está
incorreta porque a eugenia favorece os aspectos genéticos
ligados aos povos europeus. Quanto à alternativa D,
realmente a eugenia pode ter como consequência a
discriminação de minorias e o genocídio, contudo não é por
isso que ela é considerada uma pseudociência, mas pelo
fato de que ela se funda em crenças ideológicas. Sendo
assim, a alternativa D também está incorreta. Por fim, a
alternativa E está incorreta visto que os procedimentos
científicos rigorosos e idôneos não foram abandonados pela
comunidade científica.
EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 CH – PROVA I – PÁGINA 29
QUESTÃO 53 XXXX
CALIBRADA_FIL
Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira
como os Gregos puseram a serviço do seu problema último –
da origem e essência das coisas – as observações empíricas
que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas
próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento
teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação
das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre
o nascimento do mundo.
JAEGER, W. Paideia. Tradução de Artur M. Parreira. 3. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1995. p. 197.
A novidade trazida pelos pré-socráticos se fundamenta no
fato de que eles
A. desprezaram as explicações mitológicas por serem
fantasiosas e teoricamente infundadas.
B. elaboraram um pensamento estritamente matemático
para explicar o cosmos e sua origem.
C. modificaram as explicações teóricas anteriores,
comprovando-as por meio da experiência.
D. observaram a natureza, encontrando nela os fundamentos
de suas formulações filosóficas.
E. romperam com os conhecimentos anteriores,
desprezando os saberes dos antigos sábios.
Alternativa D
Resolução: A principal inovação que é chamada por alguns
autores como o “milagre grego” é a atitude de procurar na
própria natureza pelos elementos que a teriam criado e que
pudessem explicar as coisas que existem, do modo como
elas existem. Por isso, a alternativa correta é a letra D. As
alternativas A e E estão incorretas porque a Filosofia não
tem uma relação de desprezo com os mitos. Um exemplo
bom disso é Platão, que usa frequentemente mitos para
apresentar e / ou explicar suas posições. O texto-base da
questão sustenta que os pré-sócraticos criaram algo entre as
observações empíricas e o impulso da mitologia de explicar a
origem ou criação do mundo. Dessa forma, o texto defende
um tipo de síntese, inviabilizando a possibilidade de falarmos
em desprezo. A alternativa B está incorreta porque, embora
um dos integrantes desse grupo, Pitágoras, tenha estudos
nesse sentido, a maior parte dos integrantes desse grupo
não se compromete com a utilização da Matemática para
suas explicações sobre o cosmos.
QUESTÃO 54 XXXX
SE01_2015_CH_37
MAPA-MÚNDI. Séc. 15. Disponível em: <http://senioresescribas.
blogspot.com/2008_02_01_archive.html>.
Acesso em: 05 jan. 2015.
CH – PROVA I – PÁGINA 30 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
WALDSEEMÜLLER, M. Mapa-múndi, 1507. Disponível em: <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br>.
Acesso em: 05 jan. 2015.
Apesar de terem sido produzidos em um período muito
próximo, os dois mapas apresentam diferenças que nos
permitem inferir que
A. a compreensão detalhada da costa africana foi
prejudicada pelo advento do tráfico de escravos na
região.
B. as dificuldades de navegação do Mediterrâneo, em virtude
da presença árabe, impediram um melhor detalhamento
desse mar.
C. as narrativas dos navegantes vindos do Novo Mundo
foram determinantes para o melhor entendimento dos
aspectos geográficos do planeta.
D. as regiões asiáticas eram profundamente negligenciadas
pelos navegantes europeus, considerada a ausência de
detalhes do território oriental.
E. o conhecimento das regiões do mundo ainda permaneceria
profundamente precário até o advento dos satélites,
no século XX.
Alternativa C
Resolução: Os mapas elaborados no contexto da Expansão
Marítima europeia, do século XVI, apresentados na questão,
se diferenciam, sobretudo, pela inserção, no segundo
mapa, das terras americanas e pela ampliação do Oceano
Atlântico, o que foi possível graças às narrativas dos
navegantes vindos do Novo Mundo, melhorando, assim, o
entendimento dos aspectos geográficos do planeta, como
indicado pela alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois
o advento do tráfico negreiro na costa africana contribuiu
para o maior conhecimento da região. A alternativa B
também está incorreta, pois o comércio no Mediterrâneo
era realizado desde a Antiguidade, o que contribuiu para
um amplo conhecimento dos detalhes desse mar no período
das Grandes Navegações europeias. Contrariamente ao
indicado na alternativa D, a análise dos mapas evidencia a
representação das regiões asiáticas, o que revela o interesse
dos navegantes europeus pelo território oriental. Por fim, a
alternativa E também está incorreta, pois, apesar do maior
detalhamento das regiões do planeta após o advento dos
satélites, os mapas apresentados na questão revelam um
avançado conhecimento das regiões do mundo.
QUESTÃO 55 XXXX
SE01_2012_CH_32
O repartimento dos índios era um sistema de trabalho
utilizado principalmente nas minas e nos setores de
beneficiamento de minério. Nos dois casos, tinha um
caráter obrigatório e temporário, mobilizando mão de obra
escolhida geralmente por sorteio. Os indígenas selecionados
poderiam ser levados para qualquer região da colônia, de
acordo com os interesses dos que exploravam seu trabalho.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Na maioria das vezes, deviam desenvolver uma atividade
árdua e insalubre em troca de um salário baixíssimo.
MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao Terceiro Milênio.
São Paulo: Moderna, 1997.
Na narrativa anterior, representa-se uma das relações de
trabalho vigentes na América Espanhola. Pelos elementos
apresentados, pode-se designar essa relação pelo nome de
A. capitação.
B. encomienda.
C. mita.
D. peonaje.
E. servidão.
Alternativa C
Resolução: A base da mão de obra na atividade de
mineração, tanto no Peru quanto no México, foi indígena,
por meio do sistema de mita, trabalho compulsório que se
orientava pela exploração temporária de certo número de
nativos. Estes eram escolhidos por meio de um sorteio,
sendo remunerados com recursos de subsistência e
moedas. Portanto, a relação de trabalho descrita no texto
está corretamente indicada na alternativa C.
QUESTÃO 56 XXXX
SOC
Para explicar convenientemente a verdadeira natureza
e o caráter próprio da Filosofia Positiva, é indispensável
ter, de início, uma visão geral sobre a marcha progressiva
do espírito humano, considerado em seu conjunto, pois
uma concepção qualquer só pode ser bem conhecida por
sua história. Estudando, assim, o desenvolvimento total da
inteligência humana em suas diversas esferas de atividade,
desde seu primeiro voo mais simples até nossos dias, creio
ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita
por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser
solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais
fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na
base de verificações históricas resultantes dum exame atento
do passado. Essa lei consiste em que cada uma de nossas
concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos,
passa sucessivamente por três estados históricos diferentes:
estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato,
estado científico ou positivo.
COMTE, Auguste. Curso de Filosofia Positiva; Discurso sobre o
espírito positivo; Discurso preliminar sobre o conjunto do positivismo;
Catecismo positivista. Traduções de José Arthur Giannotti e Miguel
Lemos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 35. (Os pensadores).
Segundo Comte, considerado o fundador da Sociologia, a
humanidade, a partir do advento da modernidade,
A. percebeu sua incapacidade de conhecer o mundo por
meio da ciência.
B. progrediu de um estágio inferior para um superior em
relação ao conhecimento.
C. reconheceu que o conhecimento prescinde da ciência
e da religião.
D. regrediu em relação ao nível de conhecimento sobre
a realidade.
E. reproduziu preconceitos e crenças científicas inválidas.
Alternativa B
Resolução: Auguste Comte – expoente do positivismo –
defendia que a história da humanidade era dividida em três
estágios: o teológico, o metafísico e o positivo. No texto-base,
o autor explica o caráter desses três estados, ligando o
teológico ao pensamento fictício (sobrenatural), o metafísico
ao abstrato (filosófico) e, por fim, o positivo à ciência.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Este último, seria o estágio final do desenvolvimento do
espírito humano, sendo compatível com a Modernidade.
Dessa forma, a alternativa correta é a B, visto que a partir
do advento da modernidade, a humanidade progrediu de
um estágio inferior (metafísico) para um superior (positivo)
em relação ao conhecimento, conforme a teoria de Comte.
A alternativa A está incorreta porque, de acordo com a
teoria positivista, a humanidade na modernidade percebeu
sua capacidade de conhecer o mundo por meio da ciência.
A alternativa C está incorreta porque na modernidade a
humanidade percebeu, conforme Comte, a necessidade
da ciência para a explicação das leis naturais. A alternativa
D está incorreta porque na modernidade, como dito, a
humanidade progrediu de um estágio (metafísico) para
outro (positivo), aumentando seu nível de conhecimento
sobre a realidade. Por fim, a alternativa E está incorreta
porque o texto-base não credita à humanidade, durante
a modernidade, a reprodução de preconceitos e teorias
científicas inválidas.
QUESTÃO 57 XXXX
CALIBRADA_GEO
Analise as pirâmides etárias a seguir. Elas representam
as modificações da estrutura etária brasileira projetada para
as próximas três décadas.
Distribuição etária da população por sexo (2000 e 2035)
Homens Mulheres
80+
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
6 4 2 0 2 4 6
2000 2035
Disponível em: <http://www.clickescolar.com.br>. Acesso em: 18 set.
2011.
De acordo com as informações apresentadas, a evolução
da estrutura etária do Brasil
A. apresenta uma redução na taxa de natalidade e um
aumento no número de idosos.
B. mantém o mesmo comportamento demográfico ao
longo do período apresentado.
C. mostra um aumento da mortalidade infantil, já que a
base da pirâmide sofreu uma redução.
D. projeta um aumento da população masculina
sobre a feminina, contribuindo para a população
economicamente ativa.
E. possibilita a redução de gastos públicos com idosos
e crianças pela menor quantidade relativa desses
grupos.
Alternativa A
Resolução: A comparação entre os dados do ano
2000 e da projeção para o ano de 2035 mostra que há
uma tendência de estreitamento da base da pirâmide,
o que se deve a uma redução da taxa de natalidade,
responsável pela diminuição da população mais
jovem. Por outro lado, verifica-se um alargamento do
topo da pirâmide, o que se deve a uma ampliação da
expectativa de vida, o que aumentará o número de idosos.
CH – PROVA I – PÁGINA 31
A alternativa B está incorreta, pois a comparação entre
os dados do ano 2000 e a projeção para o ano de 2035
evidencia uma mudança demográfica, visto que há um
estreitamento da base e alargamento do topo da pirâmide
etária. A alternativa C está incorreta, pois a contração da
base da pirâmide deve-se à redução da taxa de natalidade.
A alternativa D está incorreta, pois os dados não mostram um
crescimento da população masculina sobre a feminina. Além
disso, a População Economicamente Ativa é composta por
homens e mulheres. A alternativa E está incorreta, pois as
informações apresentadas indicam um aumento do número
de idosos, o que tende a ampliar os gastos públicos com
previdência, sistema de saúde, entre outros serviços para
atender as especificidades desse grupo etário.
QUESTÃO 58 XXXX
SE04_2011_23
Três empresários X, Y e Z participam de uma teleconferência
que está sendo transmitida a partir de Londres (0º), às 15h,
hora local. O empresário X reside em uma cidade localizada
a 105º E de Greenwich, o empresário Y mora a 30º E de
Greenwich, e o empresário Z, a 45º W de Greenwich.
Uma hora após o início, já cansado da teleconferência,
o empresário Z olha as horas em seu relógio e vê o seguinte
horário:
A. 9h.
B. 10h.
C. 11h.
D. 12h.
E. 13h.
Alternativa E
Resolução: Cada fuso horário equivale a 15° de longitude
e variação de uma hora. O empresário Z está situado a 45°
de longitude e a oeste do Meridiano de Greenwich. Para
saber a diferença horária entre essas suas localidades basta
dividir 45° por 15°, o que resulta em uma diferença de 3
horas. Como o empresário Z está a oeste de Greenwich, a
sua localidade tem três horas de atraso em relação ao local
desse meridiano. Assim, quando começou a reunião, em
Greenwich eram 15 horas e na localidade do empresário Z
eram 12 horas. Passada uma hora do início da reunião, na
localidade do Meridiano de Greenwich são 16 horas e na do
empresário Z são 13 horas.
QUESTÃO 59 XXXX
SE01_2014_CH_39
Os escravos de Atenas eram em sua maioria
prisioneiros de guerra (gregos ou “bárbaros”, como
eram chamados pejorativamente os não gregos) e seus
descendentes, considerados não como seres humanos
dignos, mas como “instrumentos vivos”. Dos escravos,
cerca de 30 mil trabalhavam nas minas de prata, das quais
se extraía metal para armamentos, ferramentas e moedas,
25 mil eram escravos rurais e 73 mil eram escravos urbanos
empregados nas mais variadas tarefas e ofícios, permitindo
que seus donos se ocupassem dos assuntos públicos.
FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Grécia e Roma: vida pública e vida
privada. Cultura, pensamento e mitologia. Amor e sexualidade.
São Paulo: Contexto, 2002.
A escravidão antiga em Atenas era um pilar fundamental
para a democracia à medida que
CH – PROVA I – PÁGINA 32 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
A. as capacidades técnicas dos escravos eram
negligenciadas em Atenas, já que os cativos não eram
vistos como humanos dignos.
B. os cidadãos, especialmente os ricos, possuíam tempo
livre por não exercerem trabalhos manuais nem no
campo nem nas áreas urbanas.
C. o escravo era visto como a antítese do cidadão, pois
aquele desprovido da liberdade era incapaz de viver
na pólis.
D. os gregos eram protegidos da escravidão por serem
considerados cidadãos em Atenas.
E. o número de cidadãos superava muito o de escravos,
garantindo a sobrevivência do regime democrático.
Alternativa B
Resolução: O escravismo, além de ter sido um dos pilares
da economia das pólis gregas, provocou impactos políticos
e sociais na sociedade ateniense. A existência de camadas
da população que se dedicavam exclusivamente ao trabalho
manual, no campo ou nas áreas urbanas, permitiu que os
cidadãos, sobretudo os mais ricos, dedicassem parte do seu
tempo à atividade política, o que torna correta a alternativa B.
A alternativa A está incorreta, pois, embora os escravos de
Atenas fossem considerados como indignos, os cidadãos
atenienses valeram-se de suas capacidades técnicas nos
trabalhos manuais rurais e urbanos, para que tivessem mais
tempo para a prática da política. A alternativa C também está
incorreta, pois, embora fossem vistos como “instrumentos
vivos”, os escravos viviam na pólis ateniense. Contrariamente
ao indicado na alternativa D, nem todos os habitantes de
Atenas eram considerados cidadãos, e muitos deles eram
submetidos à escravidão por dívidas. Por fim, a alternativa
E está incorreta, pois, na democracia ateniense, a cidadania
se restringia a uma pequena parcela da população. Além
disso, como já mencionado, o escravismo contribuiu para a
sustentação do regime democrático de Atenas.
QUESTÃO 60 XXXX
SOC
TEXTO I
Darwin ensinou que, na natureza, sobrevivem os mais
aptos. E o sistema capitalista criou estruturas para promover
a seleção social, de modo que os miseráveis encontrem a
morte o quanto antes. É esse darwinismo social, que tanto
favorece a acumulação de muita riqueza em poucas mãos
(65% da riqueza do Brasil estão em mãos de apenas 20%
da população), que faz dos pobres vítimas do descaso do
governo, da falta de planejamento e do rigor da lei sobre
aqueles que, ansiosos por multiplicar seu capital, ignoram os
marcos regulatórios e anabolizam a especulação imobiliária.
E ainda querem flexibilizar o Código Florestal, repito!
FREI BETTO. Darwinismo Social. Correio da Cidadania. 27 jan. 2011.
TEXTO II
País de mestiços, onde branco não tem força para
organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos
destinos. [...] Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan;
tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o
negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da
imprensa carioca – mulatinho fazendo jogo do galego, e
sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a
capacidade construtiva.
LOBATO, Monteiro. Carta enviada a Arthur Neiva em 10 de abril de 1928.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Considerando-se a dinâmica eugênica tal como descrito no
TEXTO II, o argumento do TEXTO I acerca dos fenômenos
sociais contemporâneos expressa a
A. crítica ao evolucionismo cultural, tematicamente em
concordância com a ironia do autor no segundo excerto.
B. diferenciação do darwinismo social atual,
intrinsecamente racista, daquele econômico,
evidenciado na carta de Monteiro Lobato.
C. divulgação de ideias da Antropologia culturalista em
ambos os textos.
D. incompatibilidade entre os modos de análise social
usados no século XX com aqueles presentes no atual
cenário brasileiro.
E. manutenção histórica do darwinismo social, ainda que
mais em uma perspectiva política e econômica do que
propriamente racial.
Alternativa E
Resolução: A questão possui dois textos-base. O primeiro,
de Frei Betto, utiliza o termo darwinismo social – oriundo da
teoria de Spencer, que defende que a sociedade, assim como
a natureza, deve ser compreendida a partir dos conceitos de
evolução, sobrevivência e seleção natural – para explorar
o tema da desigualdade social profunda presente no Brasil.
Já o texto II, de Monteiro Lobato, defende a atuação do Ku
Klux Klan, movimento extremista e reacionário que defende
a supremacia branca. O enunciado pede que, conforme
a dinâmica eugênica presente no texto de Lobato, seja
identificada a alternativa que expressa o argumento do
texto I que se coaduna com as questões contemporâneas.
A alternativa A está incorreta porque no texto I não há uma
crítica ao evolucionismo cultural – corrente antropológica
do século XIX. A alternativa B está incorreta porque o texto
de Lobato não evidencia um darwinismo social econômico.
A alternativa C está incorreta porque não há divulgação de
ideias da Antropologia culturalista – marcada, sobretudo,
pela valorização da diversidade cultural. A alternativa D está
incorreta porque o texto I utiliza, justamente, um conceito –
darwinismo social – para analisar o momento atual, embora
o utilize com outro enfoque. Por fim, a alternativa E está
correta, posto que, ao utilizar o conceito, Betto o faz em uma
perspectiva política e econômica, ao aplicá-lo na explicação
das desigualdades relatadas.
QUESTÃO 61 XXXX
SE01_2011_21
Os mapas representam uma forma de saber, um produto
cultural dos povos, e não um mero resultado de uma difusão
tecnológica a partir de um foco europeu. Cada cultura
exprime sua particularidade cartográfica, enquanto a
Cartografia, aos poucos, vem tornando-se uma linguagem
visual muito mais universal do que antes se pensava. Mesmo
os produtos cartográficos mais modernos, baseados no uso
de satélites e da informática, não deixam de ser construções
sociais. É sempre conveniente chamar a atenção para a
necessidade de se refletir sobre o fato de cada cultura possuir
determinadas concepções do espaço e do tempo, as quais
não podem ser menosprezadas e, muito menos, comparadas
ou julgadas segundo modelos ocidentais europeus.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
De maneira geral, o modo eurocêntrico tradicional de ver
a história dos mapas, que valoriza e superestima seu
uso prático e científico, costuma desprezar o uso mítico,
psicológico e mesmo simbólico. Isso significa que, em
certos momentos, não se pode querer a supremacia das
representações fundamentadas na exatidão numérica.
Por outro lado, pode-se dizer que a Cartografia moderna
também está assentada numa forma de poder e saber,
refletindo-se como produto de uma série de transformações
ao longo da História da humanidade, exprimindo, em certos
casos, uma visão ideológica do mundo.
DUARTE, P. A. Fundamentos de Cartografia. Florianópolis:
Ed. da UFSC, 3. ed., 2006. p. 21.
A partir da interpretação do texto, constata-se que
A. a Cartografia pode expressar as particularidades
culturais dos povos.
B. os europeus consideram e respeitam a Cartografia dos
demais países, inclusive dos pobres.
C. a Cartografia independe das relações de poder
estabelecidas na sociedade.
D. as concepções do espaço e do tempo são uniformes
em toda cultura.
E. a Cartografia eurocêntrica pouco influenciou na
Cartografia mundial.
Alternativa A
Resolução: O texto deixa claro que os mapas são um
“produto cultural dos povos” e que cada cultura tem suas
particularidades cartográficas e concepções de espaço e
tempo. Portanto, os mapas não possuem apenas caráter
técnico e científico. Eles são construções sociais que
refletem a cultura e a visão de mundo da sociedade na qual
foram elaborados. A alternativa B está incorreta, pois o texto
aponta que o modo eurocêntrico de produção dos mapas
caracterizou-se por valorizar o seu uso prático e científico
e desprezar os seus usos atribuídos por outros povos,
que os dotaram de sentido mítico, psicológico e simbólico.
A alternativa C está incorreta, pois, na Cartografia moderna,
predomina o paradigma ocidental, refletindo as relações de
poder e dominação existentes no mundo. A alternativa D
está incorreta, pois no texto está explícito que “cada cultura”
possui “determinadas concepções do espaço e do tempo”.
A alternativa E está incorreta, pois a Cartografia moderna
é fortemente influenciada pelos conhecimentos, técnicas e
ideologias cartográficas europeias.
QUESTÃO 62 XXXX
SE01_2015_05
Mapa A
Baía de
Guanabara
Centro Aeroporto
Santos Dumont
N Enseada
da Glória 1 : 25 000
CH – PROVA I – PÁGINA 33
 Mapa B Ninguém mais se recorda do divino Odisseu. Ele vive
Ponte Rio
-Niterói Ilha da
atormentado por fortes pesares no palácio da ninfa Calipso,
Conceição
que o retém pela força. E não pode chegar a sua pátria,
Baía de ranco.
porque não tem navios nem companheiros [...].

do Rio B
Guanabara Centro
ond – Filha minha, respondeu Zeus, que dizes? Não fizeste

e
isc
rgas Av
.V Niterói
Av.
Pres
. Va
Aeroporto tu mesma o projeto para Odisseu regressar? E prosseguiu:
Santos Dumont ICARAÍ
Centro
– Hermes, filho querido, já que és mensageiro dos
TIJUCA Rio de deuses, vai levar à formosa ninfa Calipso nossa firme
Janeiro JURUJUBA

decisão: que Odisseu retorne à pátria.

BOTAFOGO
N Odisseia – Século XII a.C (Adaptação).
LEME
1:150 000
Mapa C
Baía de
Guanabara
OCEANO ATLÂNTICO
N D. reprodução do princípio democrático nas decisões
1:900 000
GUIA QUATRO RODAS RUAS. São Paulo: Abril, 2008 (Adaptação).
Observando as imagens, nota-se ser possível a análise
de um mesmo local de diferentes maneiras devido ao nível
de detalhamento que cada mapa apresenta.
As variações observadas nas escalas dos três mapas,
considerando-se a sequência em que são apresentados,
ocorrem de forma
A. crescente, já que há uma ordem que varia entre a
escala pequena e a grande.
B. crescente, já que há uma progressão de uma área
menor para uma maior.
C. decrescente, já que há uma progressão da escala
grande para a pequena.
D. desigual, visto que as diferenças estão relacionadas às
projeções aplicadas em cada mapa.
E. oscilante, visto que não há nenhum tipo de gradação
relacionada à escala.
Alternativa C
Resolução: Considerando-se a sequência A, B e C
dos mapas e que a área mapeada é a mesma (Baía de
Guanabara), as escalas estão em ordem decrescente,
isto é, da maior para a menor escala. A escala grande (A)
possibilita a visualização de detalhes da área mapeada, a
escala média (B) é de semidetalhes, e a escala pequena (C)
é de síntese. Já que a escala numérica é representada por
uma fração, outro raciocínio possível para chegar à mesma
resposta é dividir o numerador pelo denominador. Dessa
forma, nota-se que a razão ou o resultado é decrescente
do mapa A ao mapa C.
QUESTÃO 63 XXXX
CALIBRADA_FIL
Os deuses se reuniram, sem que faltasse Zeus,
cujo poder é grandíssimo. Atenas, recordando as muitas
desgraças sofridas por Odisseu, interessou-se pelo herói:
– Pai Zeus, bem-aventurados e sempiternos deuses.
IMBU
Adaptado do poema Odisseia, o trecho anterior ressalta
importantes características das crenças religiosas da
Antiguidade Clássica. Quanto à relação entre homens e
deuses, os gregos acreditavam na
A. constante interferência das determinações divinas no
mundo terrestre.
B. capacidade dos humanos em manipular os desígnios
divinos.
C. igualdade entre as forças espirituais e terrestres no
trato de questões afetivas.
vigentes no Olimpo.
E. supremacia do livre-arbítrio dos indivíduos, acima da
vontade dos deuses.
Alternativa A
Resolução: A mitologia grega tem como uma característica
central a relação de contato entre os deuses e os humanos.
Isso, entre outros motivos, se dava, principalmente, porque,
para esse povo, os seus deuses não habitavam um plano
metafísico ou distinto do nosso. Ao invés disso, eles eram
o que se chama de imanentes, ou seja, residiam no nosso
mundo. Com isso, compartilhavam do espaço e interagiam
diretamente conosco. Desse modo, a alternativa correta é
a letra A. A alternativa B está incorreta porque, embora haja
relatos mitológicos de humanos manipulando algum Deus
específico, o que normalmente só é feito por heróis que
são semideuses e que normalmente acaba muito mal para
essa pessoa, o texto-base não trata nem faz alusão à tais
situações. A letra C está incorreta porque apesar dos deuses
se relacionarem conosco, as suas forças ou seus atributos
são incomparavelmente superiores aos dos humanos em
quaisquer sentidos ou perspectivas. A letra D está incorreta
porque o Olimpo é uma monarquia comandada por Zeus, o pai
e rei dos deuses. A letra E está incorreta porque o texto- base
não trata do livre-arbítrio e o Odisseu é apresentado aqui
completamente refém da vontade dos deuses e da ninfa
Calipso. Ou seja, é a vontade de Atenas, despertada pela
preocupação e zelo por um humano que movimenta as
decisões divinas.
QUESTÃO 64 XXXX
SE02_2014_CH_28
Só o cristianismo, entre tantas religiões introduzidas em
Roma, foi proibido em todas as regiões do império e sujeito
a constante perseguição. Não porque Roma desgostasse do
cristianismo enquanto religião. Por essa época os romanos
tinham entrado em contato com tantas crenças religiosas
que haviam se tornado tolerantes para com todas elas.
Perseguiam os cristãos pela desobediência política que
resultava de sua fé.
HADAS, Moses. Roma imperial.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1969. p.136.

CH – PROVA I – PÁGINA 34 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Segundo a visão do historiador, não foi o cristianismo em
si, mas o efeito provocado pela sua adoção que justifica o
tratamento diferenciado que os romanos concederam aos
seus seguidores, pois a crença cristã na(o)
A. exclusão social dos pagãos marginalizava a maioria
dos romanos.
B. existência de um deus único ameaçava o caráter divino
atribuído ao imperador romano.
C. pecado original colocava em risco a fé romana na vida
após a morte.
D. ressurreição de Cristo questionava
antropocêntrica da Cultura Clássica.
E. submissão social da mulher contrariava o destaque
concedido às mulheres em Roma.
Alternativa B
Resolução: De acordo com o texto, os romanos “perseguiam
os cristãos pela desobediência política que resultava
da sua fé”, indicando que a crença em um único deus
contrariava o caráter divino que era atribuído ao imperador
e, consequentemente, contribuía para fragilizar o Império
Romano, o que torna correta, portanto, a alternativa B. As
demais alternativas estão incorretas, pois, de acordo com
o texto, a perseguição de Roma aos cristãos possuía uma
natureza política, e não social ou religiosa.
QUESTÃO 65 XXXX
SE03_2011_01
A foto seguinte, feita em Portugal, ilustra uma
realidade demográfica semelhante à de outros países
da União Europeia, na qual imigrantes são muitas vezes
responsabilizados por vários problemas sociais.
Disponível em: <http://www.outraspalavras.net>. Acesso em: 01 fev.
Entretanto, a xenofobia no continente europeu contrasta
com as seguintes situações vivenciadas por vários de seus
países:
A. O grande percentual de população idosa e a
necessidade de aumento da população adulta.
B. A oferta de mão de obra com baixa qualificação e a
demanda por mão de obra qualificada.
C. A menor proporção de população adulta e a
necessidade de aumento da população jovem.
D. A insuficiência de jovens aptos a ingressar no mercado
de trabalho e a abundante oferta de empregos.
E. O grande percentual de população jovem e a carência
de mão de obra adulta.
Alternativa A
Resolução: Os países europeus apresentam uma população
envelhecida, pois, desde o início do século XX, desfrutam
das quedas das taxas de natalidade e mortalidade,
o que desembocou em uma diminuição da população
mais jovem e em um aumento do número de idosos.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Dessa forma, atualmente, esses países sofrem com a retração
da população com potencial produtivo para o mercado de
trabalho. Essa realidade contrasta com a xenofobia, pois
os imigrantes representam uma possibilidade de alimentar
a força de trabalho para a economia. A alternativa B
está incorreta, pois, nos países europeus, devido ao
acesso aos serviços de educação pela população, a mão
de obra disponível apresenta um considerável grau de
qualificação. Além disso, os imigrantes que se direcionam
para esses países, geralmente, devido às situações
precárias vivenciadas em seus países de origem, possuem
nível mais baixo de qualificação profissional. A alternativa C
a visão está incorreta, pois esses países europeus possuem a
necessidade de aumentar a população adulta, que constitui
o grupo etário em idade produtiva para o mercado de
trabalho. A alternativa D está incorreta, pois o problema dos
países europeus está na insuficiência da população adulta
para ingressar no mercado de trabalho. A alternativa E
está incorreta, pois os países europeus não apresentam
elevada população jovem. São países reconhecidos pelo
envelhecimento populacional.
QUESTÃO 66 XXXX
SE01_2013_CH_37
Jean Fouquet
A tela anterior reproduz a coroação de Carlos Magno, o mais
importante monarca francês da Idade Média. Produzido por
Jean Fouquet (Tours, 1420-1481), destacado pintor francês
do século XV, o quadro deixa evidente a importância do
vínculo entre
A. arte e Igreja, já que o alto clero exigia a aparição nas
produções culturais das épocas medieval e moderna.
B. Igreja e poder, na medida em que o monarca era
coroado pelo corpo eclesiástico dentro de uma catedral
católica.
C. monarca e nobreza, visto o papel de sustento da
aristocracia pelo rei por meio de elevadas pensões.
D. população e soberano, já que o rei era entendido como
2011.
símbolo de justiça e paz no reino.
E. rei e burguesia, já que o Estado Nacional moderno
colaborava para a dinâmica econômica da classe
mercantil.
Alternativa B
Resolução: No auge do Império Carolíngio, Carlos Magno,
que contava com grande apoio da Igreja, foi aclamado
imperador do Sacro Império Romano, título concedido pelo
papa Leão III, como demonstrado pela imagem, reforçando a
importância do vínculo entre Igreja e o poder temporal, o que
torna correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta,
pois, embora a temática religiosa tivesse destaque no Período
Medieval, os artistas não eram obrigados a representar o alto
clero em suas obras. A alternativa C também está incorreta,
pois, apesar da importância da relação entre monarca e
nobreza, o quadro não foca nesse aspecto, mas sim na
relação entre religião e política. Contrariamente ao indicado
na alternativa D, não há no quadro elementos que permitam
inferir uma vinculação entre soberano e população. Por fim,
a alternativa E está incorreta, pois o episódio retratado é
anterior à formação da burguesia (como grupo social) e ao
surgimento do Estado nacional moderno.
EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 CH – PROVA I – PÁGINA 35
QUESTÃO 67 XXXX D. saída do indivíduo da normalidade de maneira a adotar
CALIBRADA_FIL
Texto I um posicionamento crítico diante do mundo ao seu
redor.
E. medo de levar a pessoa ao questionamento daquilo
que é considerado normal, impedindo sua adequação
aos padrões da sociedade.
Alternativa D
Resolução: Se toda arte ou disciplina produz algum tipo
de objeto a partir da aplicação de seus conhecimentos e
estudos, o objeto produzido pela Filosofia seria então o
desenvolvimento de um indivíduo singular e distinto, crítico
e reflexivo. O problema nesse ponto é que visualizar o objeto
produzido não é uma atividade trivial e muitas vezes aqueles
que não foram devidamente instruídos podem considerá-la
inútil. O Texto I, ao representar imageticamente o que foi
referido aqui como o indivíduo que poderia ser considerado
produto do contato com a Filosofia, dialoga com o descrito
no Texto II. Desse modo, a alternativa correta é a letra D. As
alternativas A, C e E estão incorretas porque elas afirmam
a posição oposta ao que se entende como a utilidade ou
benefício que a Filosofia pode trazer para o indivíduo. A letra
B está incorreta, já que a Filosofia não se compromete com
raciocínios que possuam fins práticos.

QUESTÃO 68 XXXX
SE01_2011_09
QUINO. Disponível em: <http://blogfilosofiaevida.com/index.php/ Analise os gráficos a seguir, que apresentam duas
category/tirinhas-e-charges/>. Acesso em: 21 maio 2012. situações demográficas hipotéticas.

Texto II 1
Natalidade
40
[...] Mas como se põe o mundo em relação com a
Filosofia? [...] Por força da tradição, a Filosofia é polidamente Mortalidade
30
Taxa por mil

respeitada, mas, no fundo, objeto de desprezo. A opinião

20
corrente é a de que a Filosofia nada tem a dizer e carece
de qualquer utilidade prática. É nomeada em público, mas 10
existirá realmente? [...] A oposição se traduz em fórmulas
0
como: a Filosofia é demasiado complexa; não a compreendo; 1850 1900 1950
[...] e, portanto, não me diz respeito. Ora, isso equivale a
dizer: é inútil o interesse pelas questões fundamentais da
Natalidade
vida. [...] Um instinto vital, ignorado de si mesmo, odeia a 40 2

Filosofia. Ela é perigosa. Se eu a compreendesse, teria de 30

Taxa por mil

alterar minha vida. Adquiriria outro estado de espírito, veria

as coisas a uma claridade insólita, teria de rever meus juízos. 20

Melhor é não pensar filosoficamente. [...]

10
JASPERS, K. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, Mortalidade
1993. p. 138. 0
1850 1900 1950
Os textos I e II trazem à tona a pergunta sobre qual seria
a “função” ou a “utilidade” da Filosofia nos dias atuais. A evolução apresentada nos gráficos 1 e 2 ilustra,
Relacionando o texto I com o texto II, é possível chegar à respectivamente,
conclusão de que a Filosofia se refere ao(à) A. países subdesenvolvidos com maior crescimento
vegetativo que os desenvolvidos e países de população
A. aceitação irreflexiva do indivíduo diante do mundo do
envelhecida.
qual ele faz parte.
B. países que adotam o regime econômico capitalista
B. questionamento com fins práticos, visando tornar as com estímulo à natalidade e países de economias
tarefas cotidianas mais fáceis. planificadas com grande investimento sanitário.
C. contentamento com as opiniões do senso comum com C. países desenvolvidos com elevada taxa de imigração e
as quais a pessoa sustenta suas crenças. países emergentes com reduzidas taxas de imigração
e baixa natalidade.

CH – PROVA I – PÁGINA 36 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

D. países subdesenvolvidos com baixa taxa de
mortalidade infantil e países desenvolvidos com baixa
expectativa média de vida.
E. países subdesenvolvidos com pequeno crescimento
vegetativo após 1950 e países de grande explosão
demográfica após 1950.
Alternativa A
Resolução: O gráfico 1 representa países subdesenvolvidos
com elevado crescimento vegetativo, pois, a partir da
segunda metade do século XX, esses países mantiveram
altas taxas de natalidade combinadas com o declínio
das taxas de mortalidade. O gráfico 2 representa países
desenvolvidos, que, desde o início do século XX, tem o
declínio combinado das taxas de mortalidade e natalidade.
Isso resultou em uma redução do número de jovens e
ampliação do número de idosos, configurando uma população
envelhecida. A alternativa B está incorreta, pois os países
subdesenvolvidos, representados no gráfico 1, não adotam
medidas de estímulo à natalidade. Isso porque nesses países
essas taxas já são altas, resultando em um crescimento
vegetativo acelerado a partir da década de 1950, quando
a taxa de mortalidade começou a diminuir. O gráfico 2,
por sua vez, representa os países de economia capitalista
e mais desenvolvidos. A alternativa C está incorreta, pois o
gráfico 1 representa países subdesenvolvidos e o gráfico
2 representa países desenvolvidos. A alternativa D está
incorreta, pois os países subdesenvolvidos, durante o
período representado no gráfico 1, apresentavam altas taxas
de mortalidade infantil. Além disso, os países desenvolvidos
apresentam elevada expectativa de vida. A alternativa E
está incorreta, pois os países subdesenvolvidos, após 1950,
passaram a apresentar elevado crescimento vegetativo. Isso
porque mantiveram altas taxas de natalidade combinadas
com o declínio das taxas de mortalidade. Dessa forma, são
os países subdesenvolvidos, representados no gráfico 1,
que experimentaram uma explosão demográfica após 1950.
QUESTÃO 69 XXXX
SE01_2015_CH_36
Se quiseres aprender a rezar, arrisca-te no mar.
Ditado português do século XV.
Esse ditado relaciona-se ao imaginário das Grandes
Navegações da Idade Moderna e pode ser explicado pela
sua associação ao
A. espírito aventureiro dos navegantes.
B. fascínio pelos encantos do mar.
C. medo do oceano desconhecido.
D. misticismo exacerbado dos portugueses.
E. temor dos castigos divinos.
Alternativa C
Resolução: Apesar dos profundos avanços da humanidade
em diversos setores do conhecimento durante a Idade
Moderna, o pensamento mítico e religioso ainda era
muito presente no século XV, no contexto das Grandes
Navegações. Persistiam os temores imaginários, como
monstros e abismos, vistos até então como os grandes
responsáveis pelo desaparecimento de muitas embarcações.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Portanto, o ditado popular pode ser explicado pelo medo do
oceano desconhecido, o que torna correta a alternativa C.
A alternativa A está incorreta, pois o espírito aventureiro
estimulou os navegantes europeus a repetir as aventuras
narradas pelos viajantes anteriores, como Marco Polo.
A alternativa B também está incorreta, pois os navegantes
do período temiam o mar justamente por desconhecê-lo.
Por fim, as alternativas D e E estão incorretas, pois a busca
pela ajuda divina está associada ao imaginário europeu
acerca do mar desconhecido e das terras longínquas, e não
a aspectos religiosos e místicos do povo português, como o
temor do castigo divino.
QUESTÃO 70 XXXX
CALIBRADA_FIL
As divindades da civilização grega demonstravam ódio,
amor e sentimento de vingança. Eram mesquinhas, egoístas,
boas ou más, ou tudo junto ao mesmo tempo. Imortais, os
deuses reproduziam, em suas relações com o cosmos, o
retrato das próprias marcas do povo grego.
A religião dos gregos antigos era parte importante da vida
em sociedade, sendo caracterizada por
A. ser zoomórfica e essencialmente monoteísta.
B. exercer pouca influência no cotidiano da sociedade.
C. possuir um perfil antropocêntrico e politeísta.
D. compor-se de divindades acima das paixões humanas.
E. valorizar o animismo na relação com o sobrenatural.
Alternativa C
Resolução: Os deuses das mitologias ocidentais antigas,
mesmo outras que não a dos gregos, tinham uma
característica compartilhada de antropização de suas
divindades. Ou seja, os deuses tinham sentimentos, desejos,
e motivações assim como os humanos também as tinham.
Nesse sentido, a alternativa correta é a C. A alternativa A
está incorreta porque a mitologia grega é um sistema
politeísta. A alternativa B também está incorreta, pois era
considerado que os deuses gregos exerciam intensa e
frequente influência no cotidiano da sociedade. A alternativa D
está incorreta, já que ela é o oposto ao que foi apresentado
no texto-base e na forma como os gregos entendiam seus
deuses, como já mencionado aqui. Embora haja relatos
dos deuses se tornarem animais e algumas espécies como
o Touro fossem frequentemente usadas em rituais que se
acreditava agradar os deuses, isso não pode ser confundido
com a noção de animalismo. Assim como seria no caso do
xamanismo ou mesmo da mitologia egípcia, por exemplo.
QUESTÃO 71 XXXX
SE01_2013_CH_38
TEXTO I
Com as mudanças estruturais do século VII a.C., Esparta
regrediu culturalmente. O governo passou a estimular o
laconismo, a xenofobia e a xenelasia. O laconismo consistia
em falar tudo em poucas palavras, o que limitou a capacidade
de raciocínio e o espírito crítico dos espartanos. A xenofobia
e a xenelasia (aversão e expulsão de estrangeiros) impediam
o contato com ideias inovadoras, consideradas subversivas
para o sistema.
ARRUDA, José Jobson. Toda a História. 6. ed.
São Paulo: Ática, 1997. p. 42.
CH – PROVA I – PÁGINA 37
TEXTO II
A vida das pessoas está intimamente associada ao
processo de comunicação e aprimoramento da capacidade
comunicativa que acompanha a própria evolução humana.
À medida que amplia seu relacionamento com o mundo,
o ser humano aperfeiçoa e multiplica a sua capacidade
de comunicação, envolvendo palavras, sons e imagens.
Textos verbais e não verbais interagem e contribuem para
a representação oral e escrita das sociedades.
Disponível em: <http://luisalessa.blogspot.com.br/2010/05/importancia-
-da-lingua-no-contexto-socio_21.html>. Acesso em: 27 dez. 2012.
Para a cidade de Esparta, os resultados práticos dessa
fragilidade comunicativa e desse reduzido contato cultural
com outros povos foram a(o)
A. aproximação com os povos de reduzido saber
acadêmico e a animosidade com aqueles que
esbanjavam gastos no desenvolvimento da arte e
literatura.
B. imposição de um regime político austero e a ação
bélica como expressão máxima de relevância social.
C. inexistência de qualquer estrutura educacional e a
incapacidade de contato com outras cidades-estado
da Grécia.
D. rejeição das práticas comerciais com outros povos
e a indisposição de construir navios que pudessem
promover contatos com outras nações.
E. reduzido grau de diferenciação entre homens e
mulheres e a formação de uma sociedade mais justa.
Alternativa B
Resolução: Numericamente inferiores aos habitantes
nativos das regiões conquistadas com as constantes guerras
e com a expansão do território espartano, os chamados
esparciatas foram obrigados a impor uma organização
social rígida, destacada no texto I, por meio da qual puderam
manter seus privilégios, mas que reduziu o contato cultural
com outros povos, e, consequentemente, obrigou a pólis
a desenvolver sua estrutura bélica, o que torna correta,
portanto, a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois,
como indicado no texto I, o governo espartano estimulava a
xenofobia e xenelasia. A alternativa C também está incorreta,
pois os espartanos eram preparados desde os sete anos para
as funções militares por meio de uma intensiva educação.
A alternativa D está incorreta, pois a prática marítima foi uma
marca dos povos gregos antigos. Por fim, a alternativa E
está incorreta, pois Esparta era uma sociedade oligárquica
e aristocrática.
QUESTÃO 72 equivocada também porque, do ponto de vista espacial,
SE03_2013_CH_40
TEXTO I
No século IV da nossa era, o imperador romano
Diocleciano (284-305) decretou o Édito Máximo, que punia
com a morte aquele que comercializasse produtos com
valor acima dos preços fixados pelo governo. Esse decreto
objetivava deter a alta de preços que se alastrou pelo
Império. O denário (moeda romana) era feito apenas com
ouro e, diante da escassez desse metal na época, o governo
passou a cunhá-lo a partir da mistura de ouro com outros
metais de menor valor. Essa mistura desvalorizou a moeda
nos mercados de Roma.
CH – PROVA I – PÁGINA 38
TEXTO II
O expansionismo marítimo e comercial dos séculos
XV e XVI proporcionou aos europeus uma infinidade de
possibilidades econômicas. Em pouco tempo, o mundo
abria-se diante de nações cheias de cobiça e de fervor
religioso. Uma fabulosa quantidade de metais preciosos
– ouro e prata – entupiu os cofres espanhóis e provocou,
nas primeiras décadas da Idade Moderna, uma verdadeira
revolução comercial. O excesso de dinheiro provocou uma
alta generalizada dos preços.
Os textos I e II tratam de questões ligadas à economia
e, nesse sentido, indicam que Roma, na Antiguidade, e a
Espanha, na Era Moderna,
A. vivenciaram o fenômeno da inflação.
B. conseguiram deter a alta generalizada de preços.
C. instituíram regras para proteger o povo.
D. desconheciam leis básicas da economia.
E. possuíam regimes absolutistas.
Alternativa A
Resolução: Os textos indicam que, embora por motivos
diferentes, tanto o Império Romano, no século IV, quanto
a Espanha, nos séculos XV e XVI, vivenciaram uma alta
generalizada nos preços em suas economias, ou seja,
experimentaram o fenômeno da inflação, o que torna correta
a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois os textos
não indicam se os governos romano e espanhol conseguiram
conter a inflação. A alternativa C também está incorreta,
pois o texto II não aborda nenhum tipo de ação espanhola
para conter a alta dos preços. A alternativa D também está
incorreta, pois, embora as sociedades romana e espanhola
fossem regidas por leis econômicas que se diferenciem
das atuais, não é correto afirmar que seus governos as
desconhecessem. Por fim, a alternativa E também está
incorreta, pois os textos focam em aspectos econômicos,
e não políticos.
QUESTÃO 73 XXXX
SE03_2011_02
Quino / Mafalda
A GENTE VIVE
É SÓ OS DO HEMISFÉRIO
QUE
ABSURDO! É NADA!...
VOCÊ NÃO VÊ QUE
E O QUE
ISSO PROVA?
DE CABEÇA
PRA BAIXO? DE OLHAR O NORTE VIVEM DE CABEÇA OS PAÍSES
GLOBO DESENVOLVIDOS SÃO QUE FICANDO DE
ONDE VOCÊ PRA CIMA. NÓS, DE CABEÇA JUSTAMENTE OS
FOI TIRAR ESSA TERRESTRE. PRA BAIXO. QUE VIVEM DE CABEÇA PRA BAIXO AS
IDEIAS DA GENTE CAEM!...
BOBAGEM? CABEÇA PRA CIMA?
A análise socioeconômica feita por Mafalda está ingenuamente
XXXX
A. o subdesenvolvimento dos países está relacionado à
coordenada geográfica que eles ocupam.
B. não é possível regionalizar o desenvolvimento
utilizando critérios de orientação geográfica.
C. o universo não possui “em cima” ou “embaixo”, portanto
a hipótese inicial do raciocínio de Mafalda está errada.
D. cartograficamente, Mafalda utiliza a noção de escala
para explicar a causa do subdesenvolvimento.
E. o desenvolvimento do Norte está associado à maior
distribuição de terras e, com isso, de atividades
econômicas.
EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: A análise feita por Mafalda está ingenuamente
equivocada, pois, como o planeta Terra é uma superfície
esférica, não é possível definir qual é a sua parte superior ou
inferior. Dessa forma, a representação do Hemisfério Norte na
parte de cima e do Hemisfério Sul na parte de baixo do globo
terrestre consistem em uma convenção cartográfica, que
reflete as relações de poder no mundo. A alternativa A está
incorreta, pois o subdesenvolvimento não é determinado pela
coordenada geográfica. Assim, há países subdesenvolvidos
com valores distintos de latitude e longitude. Na realidade,
o nível de desenvolvimento tem relação com processos
históricos, sociais e econômicos. A alternativa B está incorreta,
pois o modelo de regionalização Norte-Sul divide os países
com base no nível de desenvolvimento. Isso é possível
porque a maioria dos países desenvolvidos está situada no
Hemisfério Norte e a maioria dos subdesenvolvidos está
situada no Hemisfério Sul. A alternativa D está incorreta, pois
a escala indica a proporção entre as dimensões da superfície
real e da sua representação cartográfica. Mafalda não se
refere à noção de escala, que também não tem relação com
análises socioeconômicas. A alternativa E está incorreta,
pois o desenvolvimento dos países do Hemisfério Norte está
associado a questões históricas, sociais e econômicas. Uma
evidência disso é a pequena extensão territorial de muitos
países europeus que são considerados desenvolvidos.
QUESTÃO 74 XXXX
SE01_2012_CH_44
Todo um universo imaginário acoplava-se ao novo
fato, sendo, simultaneamente, fecundado por ele: os olhos
europeus procuravam a confirmação do que já sabiam,
relutantes ante o reconhecimento do outro. Numa época
em que ouvir valia mais do que ver, os olhos enxergavam
primeiro o que se ouvira dizer; tudo quanto se via era filtrado
pelos relatos de viagens fantásticas, de terras longínquas, de
homens monstruosos que habitavam os confins do mundo
conhecido.
SOUZA, Laura de Melo e. Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil
colonial. 1986. p. 21-22.
Nesse trecho, a autora analisa o imaginário europeu
à época das grandes navegações. Mesmo coordenando
empreendimentos que marcariam a modernidade,
o inconsciente dos primeiros navegadores ainda era marcado
por fortes elementos medievais. Com esse imaginário,
o encontro dos europeus com os povos da América foi
marcado pelo(a)
A. mistura de olhares e consequente miscigenação entre
os povos.
B. entusiasmo europeu ao inaugurar uma nova
perspectiva de mundo.
C. fanatismo religioso europeu ao detratar os valores
nativos.
D. ausência de alteridade, já que tudo na América era
enquadrado nos preconceitos europeus.
E. reconhecimento de um Novo Mundo e de uma nova
cultura.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Alternativa D
Resolução: De acordo com o texto, no processo de
conquista e colonização espanhola da América, os europeus
procuravam a confirmação do que já sabiam, baseados
nos relatos de viagens fantásticas, de terras longínquas, de
homens monstruosos, relutantes ante o reconhecimento do
outro, indicando que o encontro com os povos da América
foi marcado pela ausência de alteridade, visto que tudo era
enquadrado nos conceitos pré-concebidos pelos europeus,
o que torna correta a alternativa D. As alternativas A, B
e E estão incorretas, pois, como indicado anteriormente,
o encontro com os indígenas foi pautado na perspectiva
eurocêntrica e em ideias pré-concebidas acerca da América.
Além disso, o texto não aborda a questão da miscigenação.
Por fim, a alternativa C também está incorreta, pois o texto
não foca em aspectos religiosos.
QUESTÃO 75 XXXX
141SM12SOC2020XIV
Como reduzir a desigualdade quando os homens
querem o máximo de liberdade? Para tanto, as sociedades
humanas têm de criar regras impessoais e que se aplicam
a todos os cidadãos. Esse é o papel das instituições.
Na ausência de regras que garantem o direito à propriedade,
por exemplo, os seres humanos teriam de defender esse
direito caso a caso, o que, além de oneroso, tumultuaria as
transações, os investimentos, o desenvolvimento econômico
e o progresso social.
PASTORE, J. O papel das instituições no desenvolvimento.
Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 40, n. 3, 2002.
O texto evidencia características das instituições sociais,
cujo funcionamento geral se baseia no(a)
A. valorização da propriedade individual.
B. engajamento em questões políticas.
C. regulação das condutas individuais.
D. manifestação de ações coletivas.
E. defesa do sistema capitalista.
Alternativa C
Resolução: O texto-base da questão aponta que o papel
das instituições é a criação de regras impessoais e aplicáveis
a todos os cidadãos. Nesse ponto, é importante ressaltar
que a vida em sociedade só é possível se os indivíduos
compartilham, em certa medida, as regras, costumes e
crenças. A religião, a família, as regras jurídicas e morais
são exemplos de instituições sociais que integram o indivíduo
à sociedade e regulam suas condutas por meio de uma
série de regras e códigos de conduta socialmente aceitos.
Assim sendo, a alternativa correta é a C. A alternativa A está
incorreta porque o texto-base aponta que as instituições
devem garantir o direito à propriedade, mas não menciona
a valorização destas pelas instituições; a alternativa B está
incorreta porque o texto-base não menciona o engajamento
em questões políticas encorpando o funcionamento
das instituições; a alternativa D está incorreta porque
a manifestação de ações coletivas não está posta no
texto-base como integrante do funcionamento geral das
instituições; por fim, a alternativa E está incorreta porque
a defesa do sistema capitalista não aparece no texto-base
como participante do funcionamento geral das instituições
sociais.
CH – PROVA I – PÁGINA 39
QUESTÃO 76 XXXX
SE03_2015_04
Meia-noite de sexta-feira aqui no navio é meia-noite de
quinta-feira na ilha. Se da América para a Ásia viajas, perdes
um dia; se, no sentido contrário viajas, ganhas um dia: eis o
motivo por que o [navio] Daphne percorreu o caminho da Ásia,
e vós, estúpidos, o caminho da América. Tu és agora um dia
mais velho do que eu! Não é engraçado?
ECO, U. A ilha do dia anterior. Rio de Janeiro: Record, 1994.
A Linha Internacional de Data (LID) é uma delimitação
espacial imaginária que propicia a mudança da data
e corresponde ao meridiano oposto ao Meridiano de
Greenwich.
Quando consideramos o exato local por onde a LID passa,
uma característica fundamental a ser assinalada sobre essa
convenção é a
A. condição de cruzar um território continental.
B. indicação como meridiano 120°.
C. localização no Oceano Índico.
D. manutenção da hora em ambos os hemisférios.
E. relação com as estações do ano.
Alternativa D
Resolução: A Linha Internacional de Data (LID) corresponde
ao meridiano oposto ao Meridiano de Greenwich, pois estão
separados por uma distância longitudinal de 180 graus.
Essa linha determina onde um dia termina e onde começa
o dia seguinte, definindo a mudança da data civil no planeta.
Assim, quando se cruza a LID no sentido do hemisfério
Ocidental para o Oriental adianta-se um dia e vice-versa.
No entanto, o horário é mantido nos dois hemisférios, pois
a parte situada à esquerda da linha tem uma diferença
horária de 24 horas em relação à parte situada à direita.
A alternativa A está incorreta, pois a LID está sobre o Oceano
Pacífico e atravessa apenas algumas ilhas. A alternativa
B está incorreta, pois a longitude da LID equivale a 180º.
A alternativa C está incorreta, pois, como já dito, a LID
localiza-se no Oceano Pacífico. A alternativa E está incorreta,
pois a mudança de data ao atravessar a LID está relacionada
ao movimento de rotação da Terra, que é em torno do seu
próprio eixo e responsável pela alternância entre os dias e
as noites. As mudanças de estações do ano têm relação com
o movimento de translação da Terra, que é em torno do Sol.
QUESTÃO 77 XXXX
SE01_2015_CH_28
Essa verdadeira massa humana era aproveitada para
trabalhar na burocracia do governo romano, na agricultura,
na mineração, na construção e nas obras públicas. A grande
maioria, porém, dedicava-se aos trabalhos domésticos e
desempenhava funções bastante específicas.
IMPÉRIOS EM ASCENSÃO. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1991.
(História de Roma) (Adaptação).
O perfil do trabalhador escravo da Roma Antiga, quando
comparado com o exercício do trabalho cativo vigente na
modernidade, apresenta como peculiaridade a
A. condição lamentável de patrimônio.
B. exploração máxima de sua força de trabalho.
C. impossibilidade de aquisição de alforria.
D. submissão total ao responsável pelo seu controle.
E. utilização em ofícios mais especializados.
CH – PROVA I – PÁGINA 40 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Alternativa E
Resolução: A escravidão antiga possui características
específicas que a distinguem da escravidão moderna. O
texto demonstra que o escravo na Antiguidade romana podia
atuar nas mais diversas atividades no interior da sociedade,
como na “burocracia do governo romano, na agricultura,
na mineração, na construção e nas obras públicas”,
ainda que a grande maioria se dedicasse aos trabalhos
domésticos e desempenhasse funções bem específicas,
revelando a utilização da mão de obra escrava em ofícios
mais especializados, o que torna válida a alternativa E.
A alternativa A está incorreta, pois o texto não faz nenhum
juízo acerca da condição de patrimônio dos escravos na
Antiguidade. Além disso, nos dois modelos, os escravos
eram tratados como patrimônio. A alternativa B também está
incorreta, pois, além do texto não destacar a exploração
máxima da força de trabalho escrava, tal aspecto não se
diferencia da escravidão moderna. Contrariamente ao
indicado na alternativa C, havia a possibilidade de alforria
tanto no sistema escravista antigo quanto no moderno. Por
fim, a alternativa D também está incorreta, pois o argumento
apresentado, além de não ser tratado pelo texto, não
diferencia os dois modelos de escravidão.
QUESTÃO 78 XXXX
SE02_2011_CH_45
A dúvida a respeito da identidade dos homens de
Castela subsistiu até o momento em que, já hóspedes dos
astecas em Tenochtitlan, perpetraram a matança do templo
maior. O povo em geral acreditava que os estrangeiros eram
deuses. Mas quando viram seu modo de comportar-se, sua
cobiça e sua fúria, forçados por esta realidade mudaram
sua maneira de pensar: os estrangeiros não eram deuses,
mas popolocas, ou bárbaros, que tinham vindo destruir sua
cidade e seu antigo modo de vida.
LEÓN-PORTILLA, Miguel. A Conquista da América Latina vista
pelos índios. Petrópolis: Vozes, 1984. p. 16-18.
O texto anterior faz menção ao processo de Conquista
da América, iniciado pelos espanhóis no início da Idade
Moderna, contexto marcado pela
A. cautela dos conquistadores, que, se inicialmente
buscaram estabelecer contatos pacíficos com os
índios, souberam impor sua cultura quando necessário.
B. intransigência dos povos ameríndios, que, apesar
de terem resistido à colonização desde os primeiros
contatos, foram superados pelas armas espanholas.
C. submissão dos índios americanos, que, tendo confundido
os espanhóis com seus deuses, aceitaram-os como os
legítimos governantes e portadores do desenvolvimento.
D. ambição dos espanhóis de expandir o cristianismo,
desejo que acabou superando a avidez pela busca de
riquezas materiais.
E. surpresa dos castelhanos com o atraso tecnológico,
cultural e arquitetônico da maior parte dos povos
ameríndios, tais como os astecas.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Alternativa A A alternativa B está incorreta, pois os turcos conquistaram
Resolução: O texto sugere que, inicialmente, os europeus o Império Bizantino. Por fim, a alternativa D está incorreta,
mantiveram uma postura cautelosa em relação aos indígenas, pois, embora, nos primeiros anos após a chegada
estabelecendo um contato pacífico, o que contribuiu para europeia à América, os portugueses ainda se dedicassem
que, de modo geral, os europeus fossem identificados como preferencialmente ao comércio com as Índias, com a
deuses, a ponto de se tornarem hóspedes dos astecas. descoberta de metais preciosos na América Hispânica, os
Entretanto, quando se fez necessário, para garantir o sucesso espanhóis se dedicaram preferencialmente à exploração
do empreendimento colonial, os espanhóis valeram-se do Novo Mundo.
do emprego da violência e da imposição dos elementos
socioculturais europeus, abalando as estruturas políticas, QUESTÃO 80 XXXX
CALIBRADA_GEO
sociais e religiosas dos ameríndios, o que torna correta a
Observe a representação da curva de nível a seguir:
alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois, segundo
o texto, inicialmente, os astecas identificavam os espanhóis
com os deuses, e não resistiram à presença estrangeira.
A alternativa C também está incorreta, pois o texto indica
que os espanhóis se tornaram hóspedes dos astecas, e não
governantes. Contrariamente ao indicado na alternativa D,
o texto não estabelece uma relação hierárquica entre
interesses econômicos e religiosos. Por fim, a alternativa
E está incorreta, pois Tenochtitlán (centro político do
Império Asteca) era caracterizado por traços arquitetônicos
complexos, com pontes e sistema de canalização de água,
até então ausentes na maioria das cidades europeias. Além
disso, o texto não aborda esse aspecto da sociedade asteca.

QUESTÃO 79 XXXX Essas representações cartográficas correspondem,

SE05_2014_CH_37
A historiografia francesa definiu, já em tempos respectivamente, aos seguintes perfis topográficos:
contemporâneos, o ano de 1453 (a conquista turca sobre o
AA
Império Bizantino) como divisor de águas para o início da
Idade Moderna. Mas, se a ideia era marcar a chegada da
Modernidade, portanto da novidade, o ano de 1492 teria
maior relevância. A descoberta da América possibilitou mais
surpresas e releituras aos europeus. Nesse sentido, a própria
escolha da data oficial já tem algo a nos dizer.
Uma explicação para a recusa na escolha da descoberta da BB
América como referência para o início da Idade Moderna é
a(o)
A. dificuldade de se reconhecer a supremacia cultural de
alguns povos nativos da América.
B. necessidade de se valorizar a conquista europeia tão CC
desejada sobre os turcos.
C. postura eurocêntrica, preferindo a valorização dos
eventos do Velho Mundo.
D. preferência europeia pelo comércio com as Índias à
época.
E. primitivismo dos povos ameríndios quando comparados
DD
aos bizantinos e turcos.
Alternativa C
Resolução: O uso pela historiografia, notadamente a
francesa, da tomada de Constantinopla pelos turcos em
1453, em detrimento da chegada espanhola à América,
como marco inaugural para a Idade Moderna, sugere uma EE
escolha centrada em eventos ocorridos no continente
europeu, indicando uma postura eurocêntrica, o que
torna correta a alternativa C. As alternativas A e E estão
incorretas, pois não há na historiografia a ideia de uma
supremacia cultural dos povos nativos americanos ou
um primitivismo em relação aos bizantinos e turcos.

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 CH – PROVA I – PÁGINA 41

Alternativa A
Resolução: As curvas de nível são linhas que unem pontos
de mesma altitude em um terreno. Quando elas estão muito
próximas entre si, significa que o terreno é bastante íngreme.
Quando elas estão mais afastadas, significa que o terreno
apresenta menor declive. Dessa forma, as curvas de nível
da primeira imagem correspondem a um perfil topográfico
em que há uma elevação no terreno, cujo topo coincide com
o ponto do lado esquerdo. As curvas de nível da segunda
imagem correspondem a um perfil topográfico em que há
três elevações no terreno, sendo que a intermediária é de
menor altitude que as laterais. A alternativa que apresenta
esses perfis topográficos, respectivamente, é a indicada
pela letra A.
QUESTÃO 81 XXXX
SE01_2015_14
Um investidor adquiriu o seguinte terreno para
estabelecer um empreendimento imobiliário, promovendo,
primeiramente, o loteamento da área.
N
110
90 70
50
30
10
10 m isoípsas
Ao consultar um topógrafo, ele obteve a seguinte informação:
A. A área só será liberada para construção diante da
manutenção da cobertura vegetal na porção sul.
B. O projeto só será viabilizado caso seja promovida a
terraplanagem de toda a área.
C. O terreno é impróprio para o investimento, sendo
inviável para a construção civil.
D. Os loteamentos só devem ocorrer na porção norte do
terreno.
E. Os lotes da porção leste provavelmente serão os mais
valorizados.
Alternativa E
Resolução: As curvas de nível são linhas que unem
pontos de mesma altitude em um terreno. Na porção leste
do terreno, as curvas de nível estão afastadas entre si,
o que indica uma baixa declividade. Isso faz com que os
lotes situados nessa parte sejam mais valorizados porque
apresentam menor vulnerabilidade aos processos erosivos
e exigem menores custos com obras de construção de
imóveis e infraestrutura. A alternativa A está incorreta,
pois é a porção noroeste que exige a manutenção da
cobertura vegetal. Isso porque é a de maior declividade,
já que nessa área as curvas de nível estão mais próximas
entre si. A alternativa B está incorreta, pois a parte leste
do terreno já se encontra com baixo grau de declividade.
CH – PROVA I – PÁGINA 42 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
Além disso, é mais adequado e viável preservar a cobertura
vegetal da parte noroeste do que realizar a terraplanagem.
A alternativa C está incorreta, pois o terreno apresenta partes
com grande potencial para a construção civil, sobretudo a
porção leste. A alternativa D está incorreta, pois, como já
mencionado, a porção noroeste apresenta alta declividade.
QUESTÃO 82 XXXX
SE01_2011_CH_27
Conquistada a Espanha, Muça (chefe islâmico) dividiu
o território da Península entre os militares que vieram à
conquista, da mesma maneira que entre eles distribuía os
cativos e os demais bens móveis arrecadados como presa.
Então deduziu o quinto das terras e dos campos cultivados,
do mesmo modo que deduzira antes o dos cativos e objetos
móveis [...] Quanto aos outros cristãos que estavam em
lugares inacessíveis e nos montes elevados, Muça deixou-lhes
os seus bens e o uso da sua religião, mediante o pagamento
de um tributo [...]
MOZAINE, Mohamed Ibne. Século XI. In: FREITAS, Gustavo de.
900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1977. V. I.
O texto apresentado faz menção ao processo de ocupação
da Península Ibérica por povos de origem árabe, islamizados.
Tais palavras registram
A. como a conquista islâmica sobre os ibéricos, embora
fosse militar, apresentou ações tolerantes.
B. o caráter violento da jihad islâmica, resultando em
ações fundamentalistas sobre os inimigos religiosos.
C. que o domínio do Império Árabe sobre a Península
Ibérica envolveu somente aspectos religiosos.
D. que, durante a conquista da Península Ibérica, os
chefes islâmicos adotaram práticas econômicas que
permitiram o florescimento do intercâmbio capitalista.
E. a capacidade dos cristãos para conseguir impor
limitações à dominação islâmica na Península Ibérica.
Alternativa A
Resolução: De acordo com o texto, no processo de
conquista da Espanha, o chefe islâmico permitiu que os
cristãos que estavam em lugares inacessíveis e nos montes
elevados mantivessem seus bens e a prática da sua religião,
revelando que, apesar do caráter militar na ocupação da
Península Ibérica, a conquista islâmica apresentou certas
ações tolerantes em relação aos seus inimigos religiosos, o
que torna correta a alternativa A e contraria a alternativa B.
A alternativa C está incorreta, pois, apesar de impulsionada
pela religião, a conquista da Espanha também possuía um
caráter militar e econômico. A alternativa D está incorreta,
pois não há no texto aspectos que se relacionem à economia
capitalista, que só surgiria séculos mais tarde. Por fim, a
alternativa E está incorreta, pois o texto reforça o domínio
muçulmano sobre a Península Ibérica.
QUESTÃO 83 XXXX
SE03_2013_06
Com a intenção de comprar um lote para construir sua
residência, Maria Paula recebeu a carta topográfica do
loteamento, representada a seguir, com as opções de lotes
nas áreas A, B e C.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

360
380
520
C Y
A 540 B 500
X 440
480
460
420
380 400
360
Sendo geógrafa, após analisar as melhores possibilidades
para construir, a opção que ela considerou menos adequada,
diante do quadro observado, foi aquela expressa na área
A. A, em função de o terreno estar localizado em uma área
de grande declividade, o que o sujeita à possibilidade
de deslizamentos.
B. A, já que a sua topografia impossibilita a luminosidade
sobre a residência durante o período da tarde.
C. B, em decorrência de o terreno estar localizado no topo
do morro, área mais sujeita a assoreamento.
D. C, em função de o terreno na região ser mais vulnerável
à erosão, em razão da topografia em que se encontra,
o que aumenta os custos do projeto.
E. C, em função de o terreno possuir a sua frente voltada
para o local onde o Sol nasce, proporcionando grande
calor na parte da manhã.
Alternativa A
Resolução: As curvas de nível são linhas que unem pontos
de mesma altitude em um terreno. No local onde está situada
a área A, as curvas de nível estão mais próximas entre
si, o que indica uma elevada declividade. Isso favorece a
ocorrência de deslizamentos, pois facilita a movimentação
de massas de rocha e solo pela ação da água da chuva,
principalmente, quando é retirada a cobertura vegetal para
a ocupação humana. A alternativa B está incorreta, pois a
área A está situada do lado oeste do topo do morro. Devido
ao movimento aparente diário do Sol no sentido leste-oeste,
durante o período da tarde, os raios solares incidem a partir
do lado oeste. Portanto, a área A recebe luminosidade
durante esse período do dia. A alternativa C está incorreta,
pois a área B está próxima, mas não corresponde ao topo
do morro. A alternativa D está incorreta, pois a área C está
situada em uma parte do terreno em que as curvas de nível
estão afastadas entre si, o que indica uma baixa declividade.
Isso contribui para uma baixa vulnerabilidade aos processos
erosivos e para diminuição dos custos do projeto, pois não
seriam necessários grandes gastos com terraplanagem.
A alternativa E está incorreta, pois o fato de a área C receber
maior luminosidade no período da manhã é um ponto positivo
da sua localização.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 84
SE01_2011_07
Mudanças na estrutura etária da população brasileira
(%)
40
35
30 População
entre
25 0 e 14 anos
20
Escala
15
0 500 m População
10 acima
dos 60 anos
5
0
1980 1990 2000 2010 2020
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 17 fev. 2011.
Considerando as mudanças demográficas projetadas para as
próximas décadas e as suas implicações socioeconômicas,
é previsível que
A. os gastos com educação serão menos importantes na
conjuntura demográfica de 2020.
B. o aumento da população idosa após 2000 é um reflexo
da onda de otimismo econômico do povo brasileiro.
C. o aumento do número de idosos contribuirá para a
redução dos gastos em infraestrutura básica no país.
D. a redução do número de jovens poderá implicar uma
diminuição futura da oferta de mão de obra adulta.
E. os gastos previdenciários de 2020 serão iguais aos de
2000, uma vez que o percentual de população idosa
terá alcançado pouco mais de 10% da população total.
Alternativa D
Resolução: Os dados do gráfico mostram que, durante
o período representado, uma tendência de diminuição da
população jovem (0 a 14 anos) e crescimento da população
idosa (acima de 60 anos). Essa situação é resultado da
redução da taxa de natalidade e do crescimento da expetativa
de vida. Dessa forma, futuramente, pode ocorrer uma
diminuição da população adulta que ocasionará uma falta
de mão de obra para o mercado de trabalho. A alternativa
A está incorreta, pois a população jovem está diminuindo,
mas, em 2020, representará ainda cerca de 25% do total do
contingente populacional, o que exigirá gastos em educação.
Além disso, a tendência é que haja uma diminuição da
população em idade produtiva. Assim, é muito importante
investir em educação para garantir que essa parcela da
população tenha qualificação profissional. A alternativa B está
incorreta, pois, nos anos 2000, o Brasil entrou em um período
de crise econômica. O crescimento da população idosa
deve-se ao aumento da expectativa de vida. A alternativa
C está incorreta, pois o aumento do número de idosos
tende a aumentar os gastos públicos, mas com serviços de
saúde e previdenciários. Além disso, o investimento estatal
em infraestrutura básica continuará sendo fundamental
para assegurar o desenvolvimento econômico do país.
A alternativa E está incorreta, pois os gastos previdenciários
de 2020 serão superiores ao de 2000 devido ao crescimento
do número de idosos, mesmo que corresponda a cerca de
10% do total.
EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 CH – PROVA I – PÁGINA 43
QUESTÃO 85 XXXX
SE01_2011_CH_44
O ouro chegava [da América] aos cofres espanhóis e
de outros reinos europeus, para transformar-se em moedas.
Uma quinta parte ou pouco mais ficava com o rei. O metal
salvou as finanças públicas, permitiu ao soberano pagar suas
dívidas com fornecedores e credores. Os restantes quatro
quintos eram divididos entre os particulares: pioneiros da
colonização, seus associados, negociantes, importadores
de lingotes e exportadores de mercadorias destinadas à
América. Ele se espalhava rapidamente através do país, para
pagar bens e serviços. Não ficava quase nada na Espanha.
Grande parte era recebida pela França, vizinha, e, depois
dela, por toda a Europa.
Revista História Viva, ano 2, n. 13, p. 37, 2004.
A análise do trecho e das circunstâncias históricas do
contexto colonial hispano-americano nos permite inferir que
A. a exploração metalista na América acabava não sendo
lucrativa para a Corte espanhola, pois era prejudicada
pela ação dos atravessadores.
B. os adelantados, como eram denominados
particulares, eram os que mais lucravam com a
exploração da América.
C. a exploração do Novo Mundo era viável e necessária
ao Estado, ainda que muito pouco do ouro ficasse em
território espanhol.
D. os espanhóis não puderam acumular os metais devido
à dependência que mantinham junto aos comerciantes
franceses.
E. a peculiaridade do metalismo espanhol
distribuição dos metais arrecadados na América entre
os grupos ligados à exploração.
Alternativa C
Resolução: De acordo com o texto, embora quase nada de
todo o ouro que chegava da América ficasse na Espanha, o
metal salvou as finanças públicas espanholas, permitindo ao
soberano pagar suas dívidas com fornecedores e credores,
e ajudou a custear os gastos com a colonização, indicando
que a exploração do Novo Mundo era viável e necessária
ao Estado, o que torna correta a alternativa C e contraria a
alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois, apesar de
parte dos quatro quintos serem destinados aos particulares
envolvidos na colonização da América, não é possível,
a partir do texto, estimar que os adelantados fossem os
que mais lucravam com a exploração do Novo Mundo.
A alternativa D está incorreta, pois, embora o texto afirme que
grande parte do ouro que chegava da América fosse recebido
pela França, não é possível afirmar, a partir dele, que havia
uma dependência espanhola em relação aos comerciantes
franceses. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois
o metalismo espanhol é uma prática caracterizada pelo
acúmulo de metais.
CH – PROVA I – PÁGINA 44
QUESTÃO 86 XXXX
SE03_2015_10
Evolução das proporções dos grupos etários jovens, adultos e idosos e da razão de
dependência da população brasileira entre os anos de 1900 e 2050
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1900 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2020 2030 2040 2050
0 a 14 15 a 64 65 e mais Razão de dependência
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
30982005000200008&script=sci_arttex>. Acesso em: 07 fev. 2015
(Adaptação).
Considerando a projeção para a primeira metade do século
XXI apresentada no gráfico, a linha da evolução dessa razão
decorre do(a)
A. ampliação do crescimento vegetativo.
B. aumento da expectativa de vida.
C. inadaptação da mulher ao mercado de trabalho.
D. recuo da idade produtiva estabelecida pela legislação.
os
E. retomada dos incentivos governamentais à imigração.
Alternativa B
Resolução: A razão de dependência corresponde à
razão entre o grupo etário da população definido como
economicamente dependente e o segmento etário
potencialmente produtivo. O gráfico mostra um crescimento
dessa razão na primeira metade do século XXI a partir do
ano de 2020. Isso se deve ao crescimento da população a
partir de 65 anos de idade, o que decorre da ampliação da
era a expectativa de vida. A alternativa A está incorreta, pois o
gráfico mostra uma diminuição da população de 0 a 14 anos
de idade, resultado da redução da taxa de natalidade, o que
tende a desacelerar o crescimento vegetativo. A alternativa C
está incorreta, pois o gráfico evidencia uma queda da taxa de
natalidade. Entre os fatores que contribuem para essa queda
tem-se a inserção das mulheres no mercado de trabalho.
A alternativa D está incorreta, pois não houve mudanças na
definição da idade produtiva da população pela legislação.
A evolução da razão de dependência ao longo da primeira
metade do século XXI está associada a outros fatores.
De 2000 até 2020, há uma tendência de queda dessa razão,
relacionada à diminuição da população de 0 a 14 anos de
idade. A partir de 2020, há uma tendência de crescimento
dessa razão, relacionada ao aumento da população a partir
de 65 anos de idade. A alternativa E está incorreta, pois,
no Brasil, nas primeiras décadas do século XX, não foram
adotadas políticas governamentais de incentivo à imigração.
QUESTÃO 87 XXXX
SE01_2014_21
Juliana é publicitária e elaborou um material de uma
campanha para uma imobiliária na qual é estampada a
planta de um apartamento com escala de 1 : 200. Os clientes
aprovaram a proposta, porém solicitaram que o cartaz fosse
ampliado quatro vezes.
EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO
Para atender ao pedido, Juliana deverá usar a escala de
A. 1 : 50.
B. 1 :100.
C. 1 : 400.
D. 1 : 800.
E. 1 : 2000.
Alternativa A
Resolução: Juliana usou para a construção da planta,
uma escala numérica (1 : 200). Nesse tipo de escala, o
denominador indica quantas vezes a realidade foi reduzida
para ser representada cartograficamente. Assim, para
ampliar a planta quatro vezes, é necessário reduzir o
denominador da escala numérica (200) quatro vezes,
dividindo-o por quatro. Isso resultará em uma escala ainda
maior equivalente a 1 : 50.
QUESTÃO 88 XXXX
SE01_2011_CH_45
Sobre esses cordeiros tão dóceis [...] os espanhóis se
arremessaram no mesmo instante em que os conheceram;
e como lobos, como leões e tigres [...] não fazem ali senão
despedaçar, matar [...] e destruir esse povo por estranhas
crueldades [...] de tal sorte que, de três milhões de almas
que havia na Ilha Espanhola e que nós vimos, não há hoje
de seus naturais habitantes nem duzentas pessoas. [...]
A causa, pela qual os espanhóis destruíram tal infinidade
de almas, foi unicamente não terem como finalidade última
senão o ouro, para enriquecer em pouco tempo.
LAS CASAS, F. B. O Paraíso destruído.
Porto Alegre: L&PM, 1984. p. 27.
Escrito no século XVI, o texto anterior representa uma das
poucas vozes em defesa dos índios durante o processo de
conquista e colonização da América Espanhola. O ponto
de vista de Las Casas pode ser compreendido como uma
crítica ao
A. patriotismo, sentimento de amor e devoção à pátria e
aos seus símbolos.
B. determinismo, sistema que atribui à ação providencial
as determinações humanas.
C. antropocentrismo, sistema filosófico que considera o
homem como o centro do universo.
D. etnocentrismo, visão ou forma de pensamento de
quem crê na supremacia do seu grupo étnico.
E. pragmatismo, doutrina que toma por critério o valor
prático e se opõe ao intelectualismo.
Alternativa D
Resolução: A profunda violência contra os indígenas
durante a colonização espanhola da América esteve
pautada na crença de que os europeus eram superiores
aos povos nativos da América, em uma clara expressão
do eurocentrismo que marcou o processo de conquista do
Novo Mundo. Os abusos cometidos pelos espanhóis na
América acarretaram uma série de contestações a respeito
das relações entre nativos e europeus, tendo destaque na
defesa dos ameríndios a voz do frei espanhol Bartolomé de
Las Casas, o que torna correta, portanto, a alternativa D.
BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020
QUESTÃO 89
SE03_2012_CH_41
A Revolução de Avis, de 1383-1385, garantia a Portugal
a manutenção da sua soberania e dava início a uma nova
dinastia que, por sua vez, promoveria as condições políticas
necessárias à expansão dos negócios náuticos. D. João I,
principiando a segunda dinastia portuguesa – de Avis –,
promoveria a mais espantosa expansão marítima e, a partir
dos primeiros anos do século XV, ninguém mais duvidaria
do dito “navegar é preciso”.
A associação feita no trecho anterior entre política e
expansão marítima em Portugal materializou-se na(o)
A. controle das rotas que ligavam as cidades do norte da
Itália à região de Flandres.
B. tomada da cidade de Ceuta e na progressiva exploração
da costa oeste da África.
C. assinatura de tratados que garantiram o monopólio
luso de navegação no Atlântico.
D. formulação de um projeto expansionista baseado na
hipótese da esfericidade da Terra.
E. aliança entre portugueses e flamengos na exploração
dos mares Báltico e do Norte.
Alternativa B
Resolução: A Revolução de Avis foi fundamental para o
processo expansionista português, tendo em vista a ligação
da nova dinastia com a atividade naval de cabotagem,
além da disposição da monarquia em estimular as Grandes
Navegações por parte do príncipe D. Henrique. Filho de D.
João de Avis e considerado arquiteto dos feitos marítimos
de Portugal, D. Henrique foi o responsável por planejar a
conquista de Ceuta em 1415, primeiro entreposto africano
dominado pelos lusos, o que torna correta a alternativa B.
A alternativa A está incorreta, pois os portugueses não
tiveram uma atuação relevante nas rotas comerciais entre
a Itália e a região de Flandres. A alternativa C também
está incorreta, pois a existência de tratados, como o de
Tordesilhas, não garantia aos portugueses o monopólio
de navegação no Atlântico. Contrariamente ao indicado
na alternativa D, a Expansão Marítima espanhola, e não
a portuguesa, partia da hipótese da esfericidade da Terra.
Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a Expansão
Marítima portuguesa se concentrou nos oceanos Índico e
Atlântico.
QUESTÃO 90 XXXX
SE01_2011_18
Taxa de fecundidade da Índia – 2003
Taxa de fecundidade
N Sem dados
De 1,8 a 2,2
De 3 a 3,5
De 4 a 4,6
0 390 km
Mais de 5
Atlas géopolitique et culturel, 2005 (Adaptação).
CH – PROVA I – PÁGINA 45
A partir da análise do mapa, percebe-se que a taxa de
fecundidade nesse país
A. é maior ao sul, diminuindo em direção ao norte do país,
onde varia de 1,8 a 2,2.
B. diminui ao sul devido ao processo de urbanização,
às maiores taxas de escolaridade e de emprego.
C. apresenta maior variação de leste para oeste do que
de sul para norte.
D. revela um maior grau de urbanização e dinamismo
econômico no norte do que no sul do país.
E. é determinada pela homogeneidade religiosa hindu
do país.
Alternativa B
Resolução: A partir das informações fornecidas pela legenda
do mapa, verifica-se que a taxa de fecundidade diminui
à medida que se avança em direção ao sul do território
indiano. A maior taxa de urbanização, de escolarização e
de emprego contribuem para a redução dessa taxa, pois
causam mudanças de padrões culturais que levam as
mulheres a se inserirem no mercado de trabalho e à adoção
do planejamento familiar. A alternativa A está incorreta, pois a
taxa de fecundidade aumenta à medida que se avança para
o norte do território indiano. A alternativa C está incorreta,
pois a maior variação da taxa de fecundidade ocorre em
sentido latitudinal, ou seja, no sentido norte-sul. A alternativa
D está incorreta, pois as taxas de fecundidade são menores
no sul do país, revelando maior urbanização e dinamismo
econômico dessa região da Índia. A alternativa E está
incorreta, pois se a taxa de fecundidade fosse determinada
pela homogeneidade religiosa da população indiana não
haveria variações do seu valor ao longo do território.

CH – PROVA I – PÁGINA 46 EM 1ª SÉRIE – VOL. 1 – 2020 BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO