Nível #3
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1. Orientação geral da área de estudo ........................................................................................ 3
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Avaliação de Terras e Plano de Conservação dos Solos 9 de Maio de 2020
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Avaliação de Terras e Plano de Conservação dos Solos 9 de Maio de 2020
O distrito é influenciado pelo clima do tipo tropical chuvoso de savana onde as precipitações
médias anuais são acima de 800mm, chegando na maioria dos casos a 1200mm ou mesmo
1400mm, concentrando-se no período compreendido entre Novembro de um ano e finais de
Março podendo localmente estender-se até Maio. A evapotranspiração potencial regista valores
médios na ordem dos 1.000 a 1.400mm e as temperaturas médias anuais variam de 24 a 26°C,
facto que possibilita e encoraja a prática de agricultura de sequeiro com apenas uma colheita
sem riscos significativos de perda de culturas devido ao défice hídrico.
A Norte do distrito estão as zonas de altas altitudes cobertas pelo clima do tipo tropical chuvoso
de Savana. É de salientar que é a região Agro-ecologica R10 onde se localizam maior parte das
nascentes dos rios de curso permanente.
O Sul da região marca a transição para a região de alta altitude. Tem uma altitude média,
compreendendo planaltos baixos, médios e sub-planaltos que abrangem altitudes que variam
de 200 a 100 metros acima do nível do mar. O relevo apresenta declives que variam de
suavemente ondulado a fortemente dissecados.
Economia
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Com base no Mapa topográfico do distrito de Milange fez-se a selecção da área susceptível a
erosão em virtude do Declive, Mapas de solos e uso e cobertura da terra. Seguidamente
caracterizou-se, a vegetação, tipos de solos, uso e cobertura da terra e geologia da área que se
presumiu que seja susceptível a erosão com indicam as figuras 1, 1.1., 1.2, 1.3 e 1.4 abaixo.
Declive
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Vegetação
Solo
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Geologia
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De entre vários factores, as condições edáficas de uma dada região influenciam de forma
significativa e afectam a natureza e distribuição da vegetação. Os solos da região são derivados
na maioria de rochas metamórficas e eruptivas que contribui para a predominância de solos
profundos, factor que favorece a formação de vários tipos de vegetação.
O solo constitui o suporte físico e fonte de nutrientes para a planta. A sua importância é decisiva
na distribuição geral da vegetação. As características físicas e químicas do solo são muito
importantes no desenvolvimento da planta pois são estas que ditam a disponibilidade de
nutrientes e a possibilidade de penetração das raízes para suporte físico da planta. Ora, um solo
arenoso tem a capacidade de ser de fácil penetração para as raízes, mas por outro lado não tem
capacidade de retenção de água e, consequentemente, dos nutrientes, portanto, é um solo não
adequado para o desenvolvimento vegetal. No outro extremo, um solo argiloso, com uma alta
capacidade de retenção de nutrientes e de água, é demasiado duro para a penetração de raízes
vegetais. Um solo de características médias, por exemplo, um solo franco-argilo-arenoso, seria
o ideal para um bom desenvolvimento vegetal. Portanto, as características da área de estudo
favorecem a formação de vários tipos de vegetação, tal como ilustra o mapa de uso e cobertura
da terra e Vegetação.
Com base no Mapa de distribuição de declives, observa-se uma variação dos valores da
inclinação da área (0 a 6), sendo que a susceptibilidade a erosão aumenta com o aumento do
declive. As áreas com declives superiores a 5% são as consideradas sob o ponto de vista de
risco de erosão as mais susceptíveis. É de referir que outros factores com o tipo de solo e
natureza da vegetação contribuem de forma significativa para a assunção.
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Avaliação de Terras e Plano de Conservação dos Solos 9 de Maio de 2020
Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Prec. T 721 851,7 785,8 911 1066,7 898,5 238,4 258 715,6 326,9 702
anual
(mm)
Precipitação mensal
100,0
precipitacao (mm)
80,0
60,0
40,0 Série1
20,0
0,0
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1995 49,7 9,3 31,4 4,1 31,8 0,6 0,3 8,6 0,6 26,4 13,7 39,4
1996 45,7 64,4 23,3 22,1 22,3 0 5,8 3,5 0,5 82,9 37 37,3
1997 55,4 27,5 55, 5 11,9 11 17,2 26,5 43,3 17,2 21 25,1 63,2
1998 142,2 27,5 52,2 7,4 0 0 2 2,9 8,4 25,2 54,8 26,7
1999 62,6 71,7 34,2 14,9 14,3 8,5 5,6 24,1 16,3 32,5 52,2 39,2
2000 18,9 134,7 45,1 9,8 5,9 17,5 5,6 2,3 24,9 28,7 94,2 42,9
2001 54,3 150 11,2 12,8 9,1 0 9,6 5,3 1,6 9,7 94,4 42
2002 21,3 6,3 5,6 2,5 0 0 15,4 9,2 2,8 19,3 5,3 17,5
2003 5,8 25,2 23,8 2 4,4 39,1 2,7 0 16,8 4,2 10,2 9,2
2004 89,2 23,6 52,2 21,9 8,5 2,2 40,2 0,9 21 29,3 39,9 48,7
2005 26,2 20,6 13,1 9,2 1,1 1,2 7,2 1 4,5 21,9 8,3
2006 28,1 22,1 111,6 6,6 1,5 2,8 8,3 10,9 18,3 29 50,2 62,6
media 42,2 42,3 35,3 12,1 9,1 9,5 7,3 9,1 10,3 21,9 33,6 39,0
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Dias de chuva
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
2.1.4. Evapotranspiração
O gráfico a baixo mostra os valores associados de evapotranspiração. a partir de Setembro, a
taxa de evapotranspiração total é crescente, atingindo o seu pico no mês de Janeiro devido
Posteriormente, se mantém em declínio até Junho, quando alcança seu menor valor.
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periodo de crecimento
180,0
160,0
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
Período de dormência: Como as temperaturas médias mensais são superiores a 6.50C, não há
período de dormência.
Inicio período de crescimento
Cálculo
O último mês seco é Outubro: ETPOut = 125 mm; ½ETPOut = 62,5mm; POut = 53,2 mm
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Calcular o número de dias depois do 15º dia do último mês seco; neste caso Outubro através
da seguinte fórmula:
1⁄ 𝐸𝑇𝑃 − 𝑃
𝑥 = 30 × 2 𝑂𝑢𝑡 𝑂𝑢𝑡
1
(𝑃𝑁𝑜𝑣 − 𝑃𝑂𝑢𝑡 ) + ⁄2 (𝐸𝑇𝑃𝑂𝑢𝑡 − 𝐸𝑇𝑃𝑁𝑜𝑣 )
62,5𝑚𝑚 − 53,2 𝑚𝑚
𝑥 = 30 ×
(83,7 𝑚𝑚 − 53,2 𝑚𝑚) + 1⁄2 (125 𝑚𝑚 − 136 𝑚𝑚)
𝑥 = 11 dias
Y = ao número de dias depois do 15º dia do último mês húmido (P>½ETP), que é, portanto, o
mês de Abril.
76,2𝑚𝑚 − 60,2 𝑚𝑚
𝑥 = 30 ×
(76,2𝑚𝑚 − 26,3 𝑚𝑚) + 1⁄2 (91 𝑚𝑚 − 121𝑚𝑚)
𝑥 = 14 dias
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Intensidade da duracao
precipitação 10h 10 mi 30mi
(mm/min)
2 0,058333 0 0,066667
5 0,083333 0 0,166667
10 0,108333 0,04 0,333333
25 0,125 0,05 0,833333
50 0,141667 0,09 1,666667
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Onde:
𝑅𝑤 = 2274,4256 MJ.mm.ha-1.h-1
Equação de Ateshian
Onde:
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2.2
𝑅𝐴 = 0.373 × 𝑃6ℎ
𝑅𝐴 = 0.373 × 51,52.2
𝑅𝐴 = 2176,1295 MJ.mm.ha-1.h-1
Equação de Cordeiro
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➢ Os valores de R calculado com as três fórmulas diferem muito um dos outros. Isto deve
ser devido ao facto que estas fórmulas foram desenvolvidas apropriadamente para uma
área e condição específica, então o emprego destas fórmulas em outras áreas não
recomendado terá resultados diferentes e até podem ser inválidos. Por exemplo no
estudo baseando na equação de Wischmeier e Smith (1962) desenvolvida para áreas
ocidentais sub-húmidas e semi-áridas dos EUA, R =2274,4256 MJ.mm.ha-1.h-1 e com
base na equação de Ateshian (1974) desenvolvida para regiões da costa ocidental dos
EUA, R 2176,1295 MJ.mm.ha-1.h-11 enquanto com base na equação de Cordeiro
(1996) desenvolvida para a província de Maputo, R =2 811MJ.mm.ha-1. h-1.
➢ Neste caso pode se considerar o valor calculado com base na equação de Cordeiro
(1996) desenvolvida para a província de Maputo como sendo valido para a área do
estudo pois estas encontram-se no mesmo país.
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Erosividade (%)
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
Conclusão do gráfico:
O gráfico acima apresentado da erosividade, mostra a existência de harmonia entre a
distribuição da erosividade e precipitação mensal. Portanto, pode se concluir que haverá
grandes perdas de solo entre os meses de Novembro a Março devido a elevada precipitação em
relação ao restantes meses.
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Unidad 2
Unidade
1
Factor K
O factor K (características físicas do solo) foi estimada com base no tipo de solo, textura e MO
com auxílio da tabela 2 dos apontamentos.
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Factor L e S
𝑙 𝑚
𝐿=( )
22,1
Factores P e C
O factor P foi estimado assumindo que as praticas de conservação são cultivo em curvas de
níveis e cultivo em faixas
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A perda do solo de cada unidade foi calculada com base na equação universal de perda de solos.
Unidade 1 2
R 2811 2811
K 0,028 0,013
L 2,127 1,57
S 0,5714 0,1818
LS 1,215 0,2854
P 0,25 0,25
C 1 1
A 29,05 0,74
Verifica-se na tabela acima grandes diferenças de perda de solos nas unidades escolhidas,
resultado da diferença das características físicas e químicas do local, apresentando com
destaque o declive, tipos de solo, Matéria orgânica e o tipo de uso. Para a unidade 1, a perda e
de 29,05 ton/ha/ano e para a unidade 2 e de 0,74ton/ha/ano.
A tolerância de perda de solo por erosão pode referir-se ao limite da perda que ainda mantenha
um alto nível de produtividade das culturas, económica e indefinidamente, podendo se utilizada
na equação universal de perda de solo (Wichmeier & Smith, 1978).
De acordo com Boot et al. (2006), para solos de textura argilosa, a perda de solos máxima
aceitável e de cerca de 11ton/ha/ano e para os solos com textura grosseira e de 9ton/ha/ano.
Para a primeira unidade o nível de perda e aceitável, em contrapartida, na segunda unidade a
perda e severa e excede o limite sendo por isso necessário adoptar medidas adequadas de
conservação do solo pra diminuir as perdas de solo por erosão.
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4. Avaliação de terra
Unidade 1 Unidade 2
Característica Aptidão Característica Aptidão
Precipitação anual (mm) 624 S2 624 S2
Comprimento do período 154 S1-0 154 S1-0
de crescimento (dias)
Aptidao S3 S3
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Imagem 3: Direção do fluxo de água nos canais de terraços e no canal principal de drenagem
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5.4. Calcular o caudal máximo para o dimensionamento da vala do terraço com a fórmula
Racional.
Qp = c * I * A
Onde: Qp = descarga máxima na saída (m3/s)
c = coeficiente de escoamento (-)
I = Intensidade da chuva durante o tempo de concentração (m/s)
A = Área da bacia (m2)
𝐿1 𝐿2
Tc = +
𝑉0 𝑣𝑐
0.84∗𝑃24ℎ𝑟𝑇𝑟10𝑎𝑛𝑜𝑠 0.84∗130
P13min = = = 27,6mm
3.95 3.95
𝑃13𝑚𝑖𝑛 27.6𝑚𝑚
I= = = 0.038mm/s = 3.8*10-5m/s
𝑡𝑐 735.1𝑠
Área de bacia, considerando uma vala de secção triangular A = zd2, onde z = 1 e profundidade
d = 0.8m
A = 1*0.82 = 0.64m2
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6. Referencia Bibliográfica
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