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ABRINDO CAMINHO Ana Maria Machado

No meio do caminho de Dante tinha uma selva escura. No meio do caminho de Carlos tinha uma pedra. No meio do caminho de Tom tinha um rio. Era pau. Era pedra. Era o fim do caminho? Cada um no seu canto Com seu canto Nos chamou. E nenhum de ns, Nunca mais, ficou sozinho. No meio do caminho de Dante teve uma estrada. No meio do caminho de Carlos teve um tnel. No meio do caminho de Tom teve uma ponte. No meio do caminho de Cris tinha um oceano. No meio do caminho de Marco tinha inimigo e deserto. E tinha muita lonjura pelo caminho de Alberto. Era pau. Era pedra. Era o fim do caminho? Pedra que faz fortaleza faz tambm mercado, bazar. -Se eu conversar contigo, disso estou muito certo, consigo me aproximar... Com muito encontro e negcio, inimigo vira amigo, quem est longe fica perto. A caravana de Marco se encarregou de provar. Pau, toco, tbua, madeira? -Faz navio de navegar! Mastro firme, branca vela, tronco agora caravela para distncia encurtar. Com coragem, sobre as ondas. Cris atravessou o mar. No h distncia para os pssaros nem para quem cisma de ousar. Alberto ps na cabea que ia conseguir voar. 1

Voou, dirigiu seu vo, era isso o avio! E desde ento a lonjura no atrapalhou mais, no. No meio do caminho de Marco teve um mapa bem melhor. No meio do caminho de Cris teve um mundo bem maior. E com o vo de Alberto, esse mundo ficou menor.

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