Você está na página 1de 4

UPM/FCTA/LG/IPOT 2022

INTRODUÇÃO AO POT

Em geografia e urbanismo, o planeamento regional é um tipo de estudo para a realização


de um projecto tendente a um desenvolvimento ordenado de determinada região. Fornece
dados que servem de instrumento para que o Estado implante política de desenvolvimento
regional.

Planeamento Regional tem em conta o estudo do tipo de planeamento do uso do solo, e


trabalha com base em investimentos e localizações eficientes do solo para diversas
actividades, como instalação de infraestruturas, estabelecimentos de cidades, entre outros.

Patrick Geddes é considerado o pai do conceito.

Planeamento Regional e/ou Territorial, pode ser definido como a acção de planear para
combater problemas comuns numa determinada região geográfica, a qual pode ser
delimitada e definida ecologicamente, politicamente ou economicamente.

Limites de jurisdição podem dar definição à região, mas na maioria dos casos os limites
de jurisdição — limites municipais e estaduais— não correspondem necessariamente com
os entendimentos actuais ou definições das questões regionais.

“Planear consiste basicamente em decidir com antecedência o que será feito para mudar
condições insatisfatórias no presente ou evitar que condições adequadas venham a
deteriorar-se no futuro” (CHORNY, 1998).

1
NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO

O planeamento melhora as oportunidades das pessoas, busca a justiça em relação ao


espaço e aborda a resiliência económica. Resiliência é a capacidade de voltar ao seu
estado natural, principalmente após alguma situação crítica e fora do comum.

Os planeadores/ou planificadores:

- aderem a insights (intuições, rápida compreensão) locais com suas técnicas


profissionais numa tentativa colectiva de melhorar a qualidade dos lugares;

- desenvolvem planos de curto ou longo prazos para garantir o melhor uso da terra
num determinado espaço;

- calculam os custos ambientais do crescimento económico e observam a


exploração dos recursos;

- trabalham frequentemente em equipas multidisciplinares. Devem, por isso, ter


uma visão nas várias disciplinas, ao mesmo tempo que compreendem as necessidades da
comunidade, podendo assim persuadir os decisores e os políticos.

TIPOS DO PLANEAMENTO TERRITORIAL

Planeamento global ou Estratégico

Planeamento territorial (urbano ou regional);

Planeamento sectorial (infra-estrutural, económico, ambiental, turístico, etc)

Assentamentos Humanos (rurais e urbanos) e comunidades costeiras.

Habitabilidade e Sanitaridade;

Meio Ambiente e riscos naturais;

Instrumentos para a gestão municipal;

Património histórico-cultural e arquitetónico;

2
PRECEITOS DO PLANEAMENTO (segundo Uribe Rivera, 1989):

1. Planifica quem governa, quem tem a capacidade de decidir sobre a responsabilidade de


conduzir;

2. O planeamento não é monopólio de quem planeia;

3. O planeamento refere-se ao presente, não pode ser entendido como um desenho sobre
o futuro;

4. O planeamento exige um cálculo situacional complexo e que é afectado por múltiplos


recursos escassos (económico, cognitivo, político), que cruzam muitas dimensões da
realidade;

5. O planeamento refere-se a problemas reais e oportunidades;

6. O planeamento é inseparável da gestão;

7. O planeamento, ou planificação, situacional, por definição é essencialmente político e


internaliza as questões políticas como variáveis e tratam de operar com elas;

8. Não é uma adivinhação do futuro;

9. O plano é modular;

10. O planeamento não domina o tempo e nem se deixa enrijecer ou engessar por ele.

IMPORTÂNCIA E RAZÕES ESPECÍFICAS DAS POLÍTICAS TERRITORIAIS QUE


DÃO CORPO AO PLANEAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO:

• A explosão do crescimento populacional e urbano e as suas consequências sobre o meio


ambiente;

• O facto de o território estar longe de ser homogéneo, apresentando disparidades


acentuadas, traduzidas em diferentes níveis de desigualdades de desenvolvimento;

• A desacreditação da «velha» óptica clássica de que os mecanismos de mercado


optimizam, de forma equilibrada e automática, os resultados da actividade económica,
tornando hoje ponto assente a necessidade de intervenção do Estado, para correcção
destas falhas do mercado;

3
• A constatação de que as unidades territoriais, aos diferentes níveis, são cada vez mais
relevantes na gestão e na captação de recursos, sendo hoje em dia agentes cruciais da
competitividade a nível supranacional e global;

• O aparecimento de novos problemas e, por isso, também a necessidade de novos


paradigmas de políticas territoriais, como as regionais e urbanas, a desafiarem novas
formas de governação (distribuição de poderes e parcerias) através de processos de
descentralização/desconcentração.

Referências bibliográficas

MAFRA Francisco e SILVA J. Amado da, PLANEAMENTO E GESTÃO DO


TERRITÓRIO, Porto: SPI – Sociedade Portuguesa de Inovação, 2004

SANTOS, Marcos Olímpio Gomes dos, Noções introdutórias sobre o processo de


planeamento, Évora, 2011

https://www.ufs.ac.za/natagri/departments-and-divisions/urban-and-regional-planning-
home (18/02/21)

https://ordenamentoterritorialufpr.files.wordpress.com/2018/04/aula_principios-e-
tendc3aancias-do-planejamento-regional.pdf (08/03/19)

Você também pode gostar