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1.

A Escola Experimental de Dewey

Ele chegou a Chicago com a ideia de estabelecer uma “escola experimental” por conta própria.
Em 1894, dizia à esposa: Cada vez mais tenho presente em minha mente a imagem de uma
escola cujo centro e origem seja algum tipo de actividade verdadeiramente construtiva, em que
o trabalho se desenvolva sempre em duas direcções: de um lado, a dimensão social dessa
actividade construtiva e, de outro, o contacto com a natureza que lhe proporciona sua matéria-
prima. Westbrook (2010, p. 22).

A escola de Dewey começou com 16 alunos e 2 professores. Aos poucos a escola foi crescendo
e em 1903 já passava de uma centena de alunos, 23 professores e 10 assistentes. Na escola de
Dewey, os alunos se dividiam em grupos de acordo com a idade e para cada idade desenvolviam
projectos diferentes.

As crianças mais jovens (de 4 a 5 anos de idade) realizavam actividades que conheciam por
meio da vivência em suas próprias casas ou do entorno: cozinha, costura, carpintaria. As
crianças de 6 anos de idade construíam uma quinta de madeira, plantavam trigo e algodão, que
colhiam, transformavam e vendiam no mercado. Os de 7 anos estudavam a vida pré-histórica
em cavernas por eles mesmos construídos; e os de 8 concentravam sua atenção no trabalho dos
navegantes fenícios e dos aventureiros posteriores, como Marco Polo, Colombo, Fernão de
Magalhães e Robinson Cruso. À história e à geografia locais focalizavam a atenção dos de 9
anos de idade e os de 10 estudavam a história colonial, mediante a construção de uma réplica de
habitação da época dos pioneiros. Westbrook (2010, p. 23).

A educação, para ele, é uma necessidade social; os indivíduos precisam ser educados para que
se assegure a continuidade social, transmitindo suas crenças, suas idéias e seus conhecimentos.
Ele não defendia o ensino profissionalizante, mas via a escola voltada aos reais interesses dos
alunos, valorizando sua curiosidade natural.

Através desta experiência as crianças tinham contacto directo com medidas e fracções
matemáticas, além de uma experiência empírica de soluções de problemas onde até mesmo os
erros faziam parte importante da aprendizagem.

Organização progressiva das matérias e os conteúdos curriculares na perspectiva da nova escola.


Dewey (2011), então, divide em dois princípios fundamentais para delimitar suas inovadoras
ideias a respeito da educação.

 Em primeiro lugar, o conteúdo das matérias deve derivar das experiências comuns da vida,
o que está ligado de imediato com a importância da experiência.

 O segundo princípio estabelece que os conteúdos das matérias de estudo devem ser
desenvolvidos progressivamente de acordo com a maturidade do aluno. Dewey (2011,
p.56).

A respeito da liberdade, Dewey assevera que “sem sua existência é praticamente impossível
para um professor conhecer os indivíduos com os quais ele está lidando. Silêncio forçado e
aquiescência impedem os alunos de mostrarem sua real natureza e criam uma uniformidade
artificial que coloca o parecer antes do ser.” Dewey (2011, p. 64)

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