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Aluno: Renato Luiz da Silva Melo. Data: 23/05/2022.

Professor: Hugo Pordeus Dutra Pires. Disciplina: História da Música Brasileira.

Aurora luminosa
Na segunda metade do século XIX a monarquia perdia forças, mantida por
Dom Pedro II, os ideais de criação da República surgiam. 1888, ano da abolição
da escravatura, traz também o improviso da república que mediante de
lideranças políticas, perdurou entre 1889 até o fim do século. Com os ideais
positivistas os símbolos pátrios ganharam uma nova representatividade,
inspirados pelos franceses, colocaram a mulher como símbolo da República no
Brasil, se tornando logo após, o símbolo dos bons costumes, gerando diferenças
mais distintas entre “dois Brasis”.

Os dois Brasis
A instabilidade do primeiro regime republicano fora marcado devido a
problemas que ameaçavam sua continuidade, como revoltas e golpes; a
sociedade viria a descobrir a real diferença entre os dois Brasis, no governo de
Prudente de Moraes, com o conflito em Canudos, grupo liderado por Antônio
Conselheiro, um peregrino nordestino, que causou uma resistência contra
governo republicano, indo contra seus ideais; todo o conflito, retratado por
Euclides da Cunha através de sertões, fora descrito como “Um crime da
República”.

Aurora de uma avenida


Com a construção da avenida central em 15 de novembro de 1905, vieram
importantes artistas da época, como machado de Assis, Olavo Bilac, Ernesto
Nazareth, Alberto Nepomuceno, entre outros; a denominada “Aurora Luminosa
de todos os tempos”, trouxe ao Brasil uma ilusão de riqueza, progresso e
modernidade, como grande marco para a primeira república do Brasil.

Alberto Nepomuceno
O Cearense Alberto Nepomuceno além de ser revolucionário, por utilizar o 7°
grau abaixado em suas composições, dando um novo ar para as composições
nordestinas sinfônicas, implementou em suas composições eruditas o canto
totalmente em língua portuguesa. É responsável por uma série de projetos,
desenvolvidos em 1906, no período em que era diretor do instituto nacional de
música no Rio de Janeiro, que visava estabelecer a música erudita brasileira no
país, sendo contrariado em massa acerca de seus projetos, o levando a pedir
demissão de seu cargo no instituto.
Alexandre Levy
Nascido em São Paulo, em novembro de 1864, Alexandre Levy foi
compositor, pianista, regente e crítico musical, que viveu o romantismo tardio do
século XIX; com um talento semelhante a Mozart, Levy teve grande contato com
importantes músicos da época graças a “Casa Levy” de seu pai; inspirado
diretamente pela cultura francesa e Schumann, desenvolve composições que
poderiam apresentar ideias populares e étnicas nas mesmas, sendo comparado
com Leopoldo Miquez, por incorporar diferentes ideias em suas composições,
não se prendendo unicamente a uma estética europeia, unificando a estética
brasileira com a europeia.

Antônio Carlos Gomes


Nascido no interior de São Paulo, em Campinas, Carlos Gomes desde cedo
percebeu que suas ideias não seriam bem aproveitadas naquele pequeno
povoado, se mudando para a capital e frequentando a faculdade de direito,
lembrado por composições como “Hino a mocidade acadêmica”; porém, a capital
era pequena demais para ele, partindo para o Rio de janeiro, onde lá ingressa
no conservatório de música do Rio de janeiro, surgindo logo após o movimento
da ópera nacional, que recomendava que se utilizasse a língua pátria e tratasse
de temas históricos Brasileiros; Carlos Gomes adere a ideia de vanguarda e
compõe “A noite no Castelo” e “Joana de Flandres”, duas óperas que lhe
renderam uma bolsa de estudos na Itália, para desfrutar do ensino musical da
Europa e aprimorar suas composições.
Na Itália, Carlos Gomes escreve em 1870 a ópera “O Guarani”, baseado no
romance de José de Alencar, e inicia sua grande carreia como compositor, após
esta, vieram mais 5 óperas e uma cantata escritas em italiano, porém com “Lo
Schiavo”, sua penúltima ópera, composta em 1889, Carlos Gomes chegou
próximo de seu ideal patriota, que impressiona com “A Alvorada”, considerada
“As 8 mais belas páginas orquestrais de Carlos Gomes”, que retratam uma
ambiência quase que nítida, com várias nuances e pequenos detalhes que
constituem de forma clara, o sentimento nacionalista de Carlos Gomes.

Leopoldo Miquez
Nascido em Niterói, no Rio de janeiro, Leopoldo Miguez viveu entre o final do
segundo reinado e o começo da República, sendo um dos primeiros a disseminar
o nacionalismo na música brasileira, tendo boa parte de suas obras um viés mais
orquestral; um de seus maiores feitos foi a composição da música para o hino
da independência, com letra de Joaquim Medeiros e Albuquerque, uma
composição que reflete os ideais nacionalistas de Miguez.

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