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Universidade Federal de Goiás

Instituto de Ciências Biológicas


Curso de Ciências Biológicas

Relatório Limnologia

Goiânia, dezembro, 2013


Introdução

A Limnologia é uma ciência, como em outras ciências, está a procura de


princípios e tem como principal alvo de estudo as águas continentais (Tundisi &
Tundisi, 2008). Existem várias definições para Limnologia: “Limnologia é o estudo
ecológico de todas as massas d’água continental, independentemente de suas origens,
dimensões e concentrações salinas. (Esteves, 1998)”; “Estudo da inter-relação entre
estrutura e função dos organismos de águas doces, de como são afetados por sua
dinâmica física, química e seu ambiente biótico (Wetzel, 2001)”; “Limnologia é o
estudo científico do conjunto das águas continentais em todo o planeta, incluindo lagos,
represas, estuários, rios, lagoas, lagos salino e áreas pantanosas. Em resumo, é a ciência
das águas interiores estudadas como ecossistemas (Tundisi & Tundisi, 2008)”.
Os principais corpos d’agua estudados dentro da Limnologia são rios, lagos,
lagoas, estuários, represas, açudes, entre outros. Ambientes estes que podem diferir
quanto ao fluxo de água, sendo classificados em ambientes lóticos, quando há corrente e
fluxo contínuo de água, e lênticos quando não há fluxo de água. Ainda podem ser
naturais, como rios e lagos, ou artificiais como no caso das represas (Tundisi & Tundisi,
2008).
Os organismos e as comunidades têm um papel fundamental nos processos de
funcionamento de rios, lagos, represas e áreas alagas. Sendo o ecossistema a unidade de
referência básica em Limnologia e Ecologia, devem ser investigadas as principais inter-
relações entre os componentes das comunidades e os meios físicos e químicos (Tundisi
& Tundisi, 2008).
O conjunto de organismos que vivem em diferentes sistemas aquáticos
continentais – lagos, rios, represas, tanques artificiais – é um complexo de grande
importância botânica, zoológica, ecológica e econômica. Um grande número de grupos
vegetais e animais está representado nesses diferentes ecossistemas (Tundisi & Tundisi,
2008). Os principais são as comunidades planctônicas (fitoplâncton, zooplâncton e
bacterioplâncton), perífiticas, os macroinvertebrados aquáticos e as macrófitas.
Fitoplâncton é o conjunto de organismos microscópicos fotossintetizantes
adaptados a passar parte ou todo o tempo da sua vida em suspensão em águas abertas
oceânicas ou continentais (Reynolds, 2006).
O zooplâncton abrange a porção animal (metazoários) do plâncton. Os
mais numerosos são os crustáceos e dentre estes, principalmente, os copépodes
(Parsons et al., 1984). No entanto, praticamente todos os filos de invertebrados
marinhos estão representados no zooplâncton, ao menos durante alguma etapa
do ciclo de vida (Nibakken, 1993).
O termo perifíton corresponde a uma complexa comunidade da microbiota
(algas, bactérias, fungos, animais, e detritos orgânicos e inorgânicos), que se encontram
aderidos ao substrato (Souza & Bleich, 2007). As algas, constituintes do perifíton nos
ambientes aquáticos continentais, apresentam relevante importância nesse ecossistema,
pois além de ser o principal produtor primário na cadeia alimentar, está envolvido
diretamente com grande parte da matéria orgânica produzida neste ambiente (Souza &
Bleich, 2007).
As comunidades de macroinvertebrados bentônicos de águas continentais são
dominadas por insetos aquáticos, com grande diversidade em rios e riachos. As ordens
Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera, Diptera e Odonata constituem a maior
porcentagem da biomassa. A fauna bentônica é muito ampla e variada, inclui
herbívoros, dentritívoros e predadores (Tundisi & Tundisi, 2008).
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das variáveis abióticas e
bióticas em três ambientes diferentes (Represa Samambaia – UFG, Estação de
Tratamento de Esgoto – UFG e Rio Caldas).

Material e Métodos

Área de estudo
Represa Samambaia

Rio Caldas

ETE UFG

Coleta de dados
Variáveis abióticas
Variáveis físicas e químicas da água que foram analisadas:
Temperatura; pH; Cor; Transparência; Turbidez; oxigênio dissolvido; condutividade
elétrica; Clorofila; Total de sólidos em suspensão; Total de sólidos dissolvidos.
Transparência: Mergulha-se o disco no lado da sombra do barco, através de uma corda
marcada. A profundidade de desaparecimento do disco de Secchi corresponde àquela
profundidade na qual a radiação refletida do disco não é mais sensível ao olho humano.
A profundidade obtida em metros é denominada transparência de disco de Secchi.

Variáveis bióticas
Fitoplâncton e zooplâncton: água coletada com frasco a 15 cm abaixo da lâmina
superficial da água. Como foi analisado em aula prática.
Perífiton: coletou-se fragmento de rochas, folhas, galhos e pecíolo de macrofítas
colocados em potes com pouco da água de onde foram retirados. Como foi analisado em
aula prática.
Macrofítas: coleta manual ................. Como foi analisado em aula prática.
Macroinvertebrados: coletados com auxílio de rede entomológica Como foi
analisado em aula prática.

Resultados e Discussão

As variáveis abióticas coletadas (Tab. 1)


De modo geral a composição de organismos se mostrou bem diversificada,
foram registrados 35 táxons, entre eles estão representantes das comunidade
fitoplanctônica, zooplanctônica, perífitica, macroinvertebrados bentônicos, macrófitas e
um representante simbionte (Tab. 2).
A represa Samambaia se caracterizou por ser um ambiente oligotrófico e foi o
local com maior riqueza e abundância de táxons, detendo de 90% da diversidade, sendo
a maioria encontrada exclusivamente neste local. O ambiente em questão está
representado por todas as comunidades elencadas, como pode ser visto na Tabela 2.
Dentre os organismos encontrados a maioria pertence ao componente fitoplânctonico,
em seguida da comunidade perífitica, isso pode estar relacionado com maior
disponibilidade de substrato do local e maior incidência luminosa. Ainda foram
encontrados na Represa um número grande de macrófitas, como o aguapé (Eichhornia
crassipes), a taboa (Typha domingensis) e a Azolla sp. a qual faz associação simbióticas
com a cianobactéria Anabaena azolla. Os macroinvertebrados também foram
abundantes no local, sendo Ephemeroptera e Heteroptera os táxons mais
representativos.
No Rio Caldas foi encontrado mais representante da comunidade perífitca e de
macroinvertebrados bentônicos, e nenhum representante da comunidade fitoplanctônica,
uma vez que o ambiente já possui um fluxo de água maior e menor incidência de luz
devido a mata circundante. Os macroinvertebrados foram encontrados principalmente
sobre folhas, enquanto que na Represa os substrados eram mais diversificados, a ordem
Trichoptera foi a mais representativa. As macrofítas eram escassas tendo apenas as
gramíneas (Poaceae).
A ETE é um ambiente eutrófico devido a grande quantidade de matéria orgânica
presente nele. A ETE 1 apresentou uma coloração verde-escuro devido a floração de
cianobactérias do gênero Microcystis, o que gerava uma biomassa superficial de
coloroção intensa (Fig.). A ETE 2. já apresentava uma menor concentração de
Microcystis, peixes habitavam o local evidenciando uma maior concentração de
oxigênio dissolvido, e a água possuía uma coloração verde-turvo, além de Microcystis
foram encontradas algas do gênero Desmodesmus e Euglenophyta do gênero Phacus. O
ambiente
Essa dominância de um único táxon na ETE é explicado pelo alto nível de
eutrofização do ambiente, o que leva ao aumento exagerado de um grupo específico, no
caso Microcystis, com isso o nível de oxigênio dissolvido na água reduz devido ao
processo de decomposição, o que incapacita a sobrevivência de outros grupos.

Tabela 2. Táxon encontrados nos três ambientes analisados.


Táxon Represa Samambaia Rio Caldas ETE 1 ETE 2
Fitoplâncton
Ankistrodesmus x
Desmodesmus x x
Euglena
Eunotia x
Ganotozygon x
Microcystis x x
Oscillatoria x
Pediastrum x
Peridinium x
Phacus x
Scenedesmus x
Spirogyna x
Staouroneis x
Staurastrum x
Zooplâncton
Tecameba x
Microcrustáceos x
Perifíton
Closterium x
Coelastrum x
Cosmarium x x
Euastrum x x
Kirchneriella x
Micrasterias x
Staurastrum x x
Staurodesmus x
Macroinvertebrados
Diptera x x
Ephemeroptera x x
Heteroptera x
Mollusca x x
Odonata x
Trichoptera x x
Macrófitas
Azolla x
Eichhornia crassipes x
Typha domingensis x
Poaceae x x
Cyperaceae x
Simbiontes
Anabaena azolla x
Conclusão
Referências bibliográficas

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