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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR CARLOS HIPÓLITO ESCHER DA

QUARTA CÂMARA CÍVEL, RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5663885-


52.2021.8.09.0142.

Processo nº 5663885-52.2021.8.09.0142
Agravantes: ALCIDES INÁCIO DE FREITAS e outra
Agravada: MASSA INSOLVENTE DE ALCIDES INÁCIO DE FREITAS
Terceiros Interessados: LAURO LOMEU DE CASTRO e outros

MASSA INSOLVENTE DE ALCIDES INÁCIO DE FREITAS e MARIA


JOSÉ CARDOSO DE FREITAS, decretada em 12 de junho de 1996, nos autos sob
o nº 200003390017, na Comarca de Santa Helena de Goiás, representada
nos termos do art. 75, inciso V do CPC, por seu ADMINISTRADOR JUDICIAL -
LAURO LOMEU DE CASTRO e LAURO LOMEU DE CASTRO, na qualidade de
CREDOR DA MASSA INSOLVENTE, por seus procuradores infra-assinados, vêm
a digna presença de Vossa Excelência, tempestivamente1 apresentar
CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por ALCIDES INÁCIO
DE FREITAS e MARIA JOSÉ CARDOSO, expondo e requerendo o que segue.

I – PRELIMINARMENTE.

1.1) DO DESCUMPRIMENTO DO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE.

Preliminarmente, impende obstar o conhecimento do


presente agravo pelo flagrante ofensa ao princípio da dialeticidade.

Por tal princípio é necessária sintonia entre as razões


recursais invocadas para a reforma e os fundamentos do julgado recorrido,

1
Art. 218 do CPC – Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
(...)
§4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
2

sob pena de restar obstado o conhecimento do recurso, ante a ausência


de impugnação específica.

Pelo artigo 1.015 do CPC há clara determinação para que


o agravo abarque (obrigatoriamente) as razões do pedido de reforma
contra as decisões interlocutórias em consonância ao rol taxativo do art.
1015 do CPC, à considerar, também neste caso o prestígio ao princípio da
dialeticidade. Vejamos:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO INEPTO -


PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE - OFENSA - RAZÕES
RECURSAIS DISSOCIADAS DA DECISÃO. 1. À luz do Princípio
da Dialeticidade, as razões recursais devem efetivamente
demonstrar o equívoco da decisão agravada hábil a ensejar a
sua reforma. 2. Não deve ser conhecido o recurso cujas razões são
incompatíveis e dissociadas da decisão embargada. 3. Recurso não
conhecido.

(TJ-MG - AI: 10687100104250002 MG, Relator: José Américo Martins


da Costa, Data de Julgamento: 16/08/2018, Data de Publicação:
24/08/2018)

E, tal prática, vem sendo rechaçada pelos Tribunais


Superiores, em analogia à Súmula 182 do STJ. Assim:

O simples repisar de alegações recursais, sem apresentação de tese


jurídica capaz de infirmar a decisão agravada, viola o princípio da
dialeticidade e o disposto no § 1º do art. 1.021 do CPC/2015, torna o
recurso inadmissível e atrai a incidência da multa prevista no § 4º do
mesmo artigo. [AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.623.353 - RS
(2016/0229242-0)]

A Decisão interlocutória fundamentou (i) pelo indeferimento


do pedido de destituição do administrador-judicial Lauro Lomeu de Castro
e substituição pelo cessionário J. Mendonça Agropecuária LTDA, porquanto
o feito já se encontra em sua fase inicial e o cedente, que já atua na função
há mais de 15 (quinze) anos, é quem detém o verdadeiro know-how para
prosseguir no feito; (ii) a remessa ao contador judicial com a consequente
elaboração do quadro de credores, nos termos do art. 769, do CPC/73 c/c
3

art. 1.052, do CPC/2015; (iii) a intimação do administrador-judicial para


manifestar/promover o pagamento considerando as petições do contador
da massa falida aos eventos nº 51 e 53 bem como para que reunisse todo o
conjunto necessário a organização do quadro geral de credores.

Afere-se da petição ao evento nº 70 do processo originário a


manifestação tempestiva do administrador-judicial, ora agravado, em
atendimento a referida Decisão agravada.

Extrai-se também que a parte agravante não juntou


petição nos autos de insolvência comunicando a interposição de agravo
de instrumento em cumprimento às disposições do art. 1.018, caput do CPC.

No presente caso, o agravo não atacou os fundamentos da


Decisão interlocutória, ou seja, não houve impugnação específica a
qualquer fundamento da decisão. A ideia é elidir a repetição de
argumentos já afastados pela decisão recorrida, pois que com essa não
guarda relação.

Isto posto, requer que, em juízo de admissibilidade, o agravo


de instrumento não seja conhecido.

1.2) DA REITERAÇÃO PELOS AGRAVANTES – MATÉRIAS QUE JÁ FORAM


JULGADAS EM SEDE DE AGRAVO PROFERIDA NOS AUTOS DA INSOLVÊNCIA POR
ELES INTERPOSTA – PROCESSO Nº 5381887-21.2020.8.09.0000 (Autos de Origem nº
0339001-55.2000.8.09.0142/GO): MANIFESTO ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA
JUSTIÇA.

Extrai-se do agravo interposto, o objetivo de obter a reforma


da decisão proferida pelo Juízo da Comarca de Santa Helena de Goias,
que indeferiu o pedido de destituição do administrador-judicial da
Insolvência Civil nº 0339001-55.2000.8.9.0142.
4

Inicialmente, extrai-se do procedimento adotado pelos


agravantes, sem o mínimo pejo, por intermédio do presente recurso de
agravo de instrumento, o que, não obstante não exemplificar do rol taxativo
do art. 1.015 do CPC para a reforma da Decisão, trazem matérias que já
foram alegadas nos embargos de declaração ao evento nº 21 e agravo de
instrumento interposto ao evento nº 42, as mesmas matérias já apreciadas e
dicididas nos autos.

Não é demasiado recordar, aliás, que ambos foram


julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES, e que o agravante repisa os MESMOS
ARGUMENTOS do agravo anteriormente interposto.

Consta da primeira decisão agravada que constatou a


inexistência de prescrição intercorrente proferida em 22/01/2020:
5

Em razão da decisão acima, Alcides Inácio de Freitas opôs


embargos declaratórios (evento 21), na data de 19/2/2020 que foram
contrarrazoados pela MASSA INSOLVENTE DE ALCIDES INÁCIO DE FREITAS
(evento 27), sendo proferida decisão (evento 29) que rejeitou os embargos
declaratórios:

Agravo de instrumento interposto ao evento nº 42 –


processo nº 5381887-21.2020.8.09.0000 .

Este recurso foi desprovido nos termos acórdão proferido


pela Egrégia 4º Turma Cível, que foi ementado nos seguintes termos (evento
nº 49):

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INSOLVÊNCIA CIVIL.


PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PRESCRIÇÃO DE TÍTULOS.
INOCORRÊNCIA. QUESTÃO NÃO EXAMINADA NA DECISÃO
RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME PELO TRIBUNAL. 1-
6

Embora o processo se arraste por décadas, não restando paralisado


por mais de cinco (05) anos sem providências dos administradores
judiciais, não há falar-se em prescrição intercorrente. 2- Mantido pelo
novo Código de Processo Civil (art. 1.052) o procedimento de
insolvência previsto no art. 754 e seguintes do antigo código, não
merece prosperar a tese de prescrição de dívidas, vez que, que de
acordo com o art. 777 do CPC/73, a prescrição das obrigações,
interrompida com a instauração do concurso universal de credores,
recomeça a correr no dia em que passar em julgado a sentença que
encerrar o processo de insolvência. 3- Não decidido pelo juízo de
origem o pedido de declaração de nulidade do contrato de promessa
de compra e venda de imóveis rurais, a questão não pode ser
reexaminada pelo tribunal, sob pena de supressão de instância.
AGRAVO DESPROVIDO.

Foram opostos embargos declaratórios pelos recorrentes


(evento nº 58) contudo foram também rejeitados conforme se orienta abaixo
(evento nº 85):

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AÇÃO DE INSOLVÊNCIA CIVIL. PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE. PRESCRIÇÃO DE TÍTULOS. INOCORRÊNCIA.
QUESTÃO NÃO EXAMINADA NA DECISÃO RECORRIDA.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME PELO TRIBUNAL. OMISSÃO.
CONTRADIÇÃO. ERRO MATERIAL. INEXISTÊNCIA. 1- Embora o
processo se arraste por décadas, não restando paralisado por mais de
cinco (05) anos sem providências dos administradores judiciais, não
há falar-se em prescrição intercorrente. 2- Mantido pelo novo Código
de Processo Civil (art. 1.052) o procedimento de insolvência previsto
no art. 754 e seguintes do antigo código, não merece prosperar a tese
de prescrição de dívidas, eis que, que de acordo com o art. 777 do
CPC/73, a prescrição das obrigações, interrompida com a instauração
do concurso universal de credores, recomeça a correr no dia em que
passar em julgado a sentença que encerrar o processo de insolvência.
3- Não decidido pelo juízo de origem o pedido de declaração de
nulidade do contrato de promessa de compra e venda de imóveis
rurais, a questão não pode ser reexaminada pelo tribunal, sob pena de
supressão de instância. 4- O Estado-Juiz não está obrigado a examinar
todas as alegações trazidas pelas partes, bastando indicar o
fundamento da sua decisão, o que não configura omissão. 5-
Inexistindo qualquer vício no acórdão recorrido, rejeitam-se os
embargos de declaração, restando atendida a finalidade secundária
automática de prequestionamento ficto da matéria meritória (art. 1.025
do CPC) para fins de prevenção a recursos constitucionais.
EMBARGOS REJEITADOS.
7

Irresignados, os recorrentes interpuseram Recurso Especial,


reiterando a negativa de vigência do artigo 172, III, do Código Civil de
1916 e alternativamente, sobre a negativa de vigência do artigo 202
parágrafo único do Código Civil de 2002 para reconhecer a ocorrência
de prescrição intercorrente.

Não obstante a matéria preclusiva suscitada também neste


agravo à culminar no pedido reiteredo pelos agravantes sobre o pedido de
destituição do administrador-judicial os agravantes interpuseram AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL comunicado ao evento nº 124.

Neste sentido, a reiteração dos fundamentos do agravo


interposto se reveste de ato eivado de má-fé, especialmente porque tais
argumentos já foram exautivamente e reiteradamente refutados na
insolvência bem como no agravo nº 5381887-21.2020.8.09.0000 ora
debatido.

Para que não haja omissões, o agravado destaca (abaixo)


nestes autos os mesmos pedidos já esposados em agravo anterior, objeto
de acórdao por este Egrégio Tribunal, senão vejamos:
8

Vejamos o disposto no acórdão do agravo nº 5381887-


21.2020.8.09.0000, proferido com resolução do mérito (anexo 12):

(...)

(...)
9
10

Extrai-se que prática adotada pelos insolventes deve ser


afastada, pois, através dela, tentam induzir este Tribunal a erro, reiterando
ad infinitum argumentos já repisados nos autos e em sede recursal!

Neste sentido, é inarredável concluir que a prática adotada


pelos agravantes se submete à previsão do inciso IV do artigo 77, do Código
de Processo Civil, devendo tal conduta ser considerada ato atentatório à
dignidade da justiça.
11

1.3) AUSÊNCIA DE CABIMENTO E IMPOSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE


AGRAVO DE INSTRUMENTO POR TRATAR-SE DE MATÉRIA QUE NÃO CONSTA NO
ROL TAXATIVO DO ART. 1.015 DO CPC.

Discute-se no presente recurso o cabimento de Agravo de


Instrumento contra decisão interlocutória que indeferiu o pedido de
destituição do administrador judicial da Insolvência Civil nº 0339001-
55.2000.8.09.0142.

Afere-se dos autos que Alcides Inácio de Freitas e Maria


José Cardoso interpuseram recurso de agravo de instrumento contra
decisão a qual não se insere em nenhuma das hipóteses do artigo 1.015
do NCPC.

O artigo 932, inciso III do CPC, dispõe que o relator não


conhecerá de recurso manifestadamente inadmissível.

O artigo 1.015 do NCPC trouxe importante e substancial


alteração nas hipóteses de cabimento do agravo de instrumento limitando
o cabimento apenas contra determinadas decisões interlocutórias, a
saber:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões


interlocutórias que versarem sobre:

I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do
pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
embargos à execução;
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XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;


XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra


decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no
processo de inventário.

Consta o entendimento do precedente jurisprudencial pátrio,


conforme afere-se da ementa a seguir transcrita:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECUPERAÇÃO JUDICIAL CONVOLADA EM


FALÊNCIA ("GRUPO DIPLOMATA") - PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO
ADMINISTRADOR JUDICIAL E DO GESTOR JUDICIAL - ACUSAÇÃO DE MÁ
GESTÃO, DESCUMPRIMENTO DE DEVERES E DE PRÁTICA DE ATOS LESIVOS
À PRÓPRIA MASSA FALIDA - INDEFERIMENTO COM CONDENAÇÃO EM
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - MANUTENÇÃO - ACUSAÇÕES DESPROVIDAS DE
PROVAS E QUE BUSCARAM A REDISCUSSÃO DE QUESTÕES PRECLUSAS,
PERTURBANDO O ANDAMENTO PROCESSUAL - PRÁTICA
CONFIGURADORA, NA HIPÓTESE, DE LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO. (TJPR - 17ª C. Cível - AI - 1602025-8 - Cascavel
- Rel.: Desembargador Tito Campos de Paula - Unânime - J. 17.05.2017)

(TJ-PR - AI: 16020258 PR 1602025-8 (Acórdão), Relator: Desembargador


Tito Campos de Paula, Data de Julgamento: 17/05/2017, 17ª Câmara
Cível, Data de Publicação: DJ: 2047 12/06/2017)

PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


NÃO CONHECIMENTO DO AGI. ART. 932, INCISO III, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DECISÃO AGRAVADA NÃO
PREVISTA NO ROL DO ART. 1.015 DO CPC. RECORRIBILIDADE.
TAXATIVIDADE. DECISÃO MANTIDA. 1. Trata-se de agravo interno
em face de decisão monocrática que não conheceu do recurso de
agravo de instrumento, com fulcro no artigo 932, inciso III, do Código
de Processo Civil. 2. A decisão que reconhece a intempestividade da
peça contestatória, determinando o seu desentranhamento, não
desafia a interposição de agravo de instrumento, por não se enquadrar
no rol taxativo de cabimento da mencionada espécie recursal, previsto
no artigo 1.015 do Código de Processo Civil. 3. Segundo o regime de
recorribilidade trazido pelo novo Código de Processo Civil, as
hipóteses de cabimento do agravo de instrumento restringem-
se àquelas elencadas no rol do artigo 1.015 e nos casos
expressamente referidos em lei (princípio da taxatividade),
sendo vedada interpretação extensiva. 4. Agravo interno
conhecido e desprovido. CONHECIDO. IMPROVIDO. UNANIME.

(TJDFT 07120912220178070000 - (0712091-22.2017.8.07.0000 -


Res. 65 CNJ), Relator Sandoval Oliveira Publicado no DJE :
07/12/2017).
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Ora Excelências, da forma como a medida foi proposta


pelo administrador judicial, em respeito à legislação, com transparência e,
especialmente, sob o controle dos interessados (massa falida), em nada
se vê dos indicios narrados neste agravo, como alegam as falidas, as quais,
aliás, não apontaram nada de concreto que pudesse atribuir credibilidade
à alegação, sem embargo o recurso nao obecer aos ditames previstos em
lei.

De qualquer forma, embora a decisão agravada tenha


tratado da manutenção do administrador-judicial, é certo que, por ter sido
esta alegação AFASTADA, não é cabível o Agravo de Instrumento, com
base no art. 1.015 do CPC.

Neste contexto, diante do novo regime de recorribilidade


das decisões interlocutórias, não se revela cabível, em sede de agravo de
instrumento, a intenção dos agravantes de perseguir a apreciação da
decisão que indeferiu o pedido de destituiçã odo administrador-judicial ,
não sendo o caso de conhecimento da irresignação, por ausência de
pressuposto de cabimento, pois a situação em comento não se enquadra
nos ditames do art. 1.015 do CPC.

II – SÍNTESE DO AGRAVO.

Os agravantes insurgem-se contra a decisão ao evento nº 56


dos autos de Insolvência de origem que assim dispôs:

Por fim, também INDEFIRO, ao menos por ora, o pedido de destituição


do administrador-judicial Lauro Lomeu de Castro e substituição pelo
cessionário J. Mendonça Agropecuária Ltda, porquanto o feito já se
encontra em sua fase final e o cedente, que já atua na função há mais
de 15 (quinze) anos, é quem detém verdadeiro know-how para
prosseguir no feito.
14

Aduzem em suas razões que o administrador perdeu a


condição sine qua non para o exercício desse múnus, ou seja, deixará de
ser um dos credores dos insolventes.

Deduzem que a administração da massa insolvente cível


deve se dar, necessariamente, por um dos credores habilitados,
respeitando-se os demais credores.

Narram que administrador cedeu todos seus créditos para


terceiros em 20.12.2017, razão pela qual perdeu o status de credor, não
podendo mais ficar no cargo e que a alienação dos bens da massa em
prejuízo dos credores e do devedor, sem a autorização judicial prévia e sem
prestação de constas, também justificaria a destituição.

Entendem que o administrador-judicial vem atuando em


flagrante omissão, aduzindo que por varios anos não praticou atos de
interesse da massa.

Alegou mais, que paralisação do processo beneficiou única


e exclusivamente o Agravado, que “desde 1996 se encontra na posse dos
imóveis rurais da massa, que totalizam cerca de 1000 alqueires goianos na
região mais fértil do Estado de Goiás, sem pagar arrendamento (com
exceção da safra 2003/2004)”.

Historiam que nunca houve arracadação até hoje.

Por fim pugnam pela concessão de medida liminar (efeito


suspensivo ativo), a fim de suspender a ação originária de Insolvência nº
0339001-55.2000.8.09.0142, objetivando que o administrador e os demais
15

credores se abstenha mde praticar quaisquer atos de alienação, cessão


e/ou registro de bens ou creditos até a análise do presente agravo.

É o que importa relatar.

Caso entenda Vossa Exa. não tratar o caso sobre as


preliminares aventadas, passa-se ao mérito da questão.

Na oportunidade, os agravados apresentam suas


contrarrazões ao recurso.

III - DO DIREITO – DOS MOTIVOS PARA O DESPROVIMENTO DO AGRAVO.

De forma objetiva, fazem-se necessários profundos reparos


às inverídicas denúncias e maldosas insinuações por parte dos Agravantes,
as quais não suportam a mais simples confrontação com a verdade real.

Mentira tem perna curta: é risível e ofensiva a alegação de


que o Agravado “se encontra na posse das terras dos Agravantes desde
1996, onde desfruta de 1.000 alqueires sem pagar arrendamento”.

Ora, a Fazenda Monjolo (745 alqueires) está invadida desde


o ano 1996, como demonstra e comprova a primeira Ação de Reintegração
de Posse contra o grupo de Sem-Terras na comarca de Acreúna-GO, como
também a interposição de Mandado de Segurança junto ao Supremo
Tribunal Federal para desconstituir o Decreto Presidencial de
Desapropriação de toda a Fazenda Monjolo.

Realmente o Agravante demonstrou interesse no imóvel,


sempre de forma legítima, tanto que firmou em 15.08.1999 um contrato de
subarrendamento rural com o Sr. João Xavier de Souza (que era
16

arrendatário do imóvel por contrato firmado com os Agravantes), o qual foi


prorrogado até 15.08.2004, pois o imóvel estava invadido pelos sem-terra e
ele não pode usufruir do mesmo; todavia, interessado no imóvel rural,
adquiriu créditos hipotecários de bancos junto à Massa Insolvente e, sem ter
a posse de nenhum alqueire de terras, assumiu todas as despesas e custos
judiciais das referidas ações para tentar salvar o imóvel rural.

Porquanto, a única verdade daquelas aleivosias: o


Agravado assumiu a posse da Fazenda Monjolo após consumar-se a ordem
judicial de reintegração de posse e lá desenvolveu atividades agrícolas de
plantio (01 ano de soja e 01 ano de algodão), e pagou em juízo o
arrendamento devido dos dois plantios nos anos agrícolas 2003/2004 e
2004/2005. Paralisou o plantio por desinteresse do administrador judicial da
época em lhe renovar o contrato arrendatício.

Outrossim, como demonstram os autos, a Fazenda Monjolo


foi novamente invadida pelo mesmo grupo de Sem-Terras, já no início do
ano 2006, o que provocou nova Ação Reintegratória de Posse da comarca
de Maurilândia-GO, cuja demanda judicial para a desocupação definitiva
do imóvel perdura até hoje, mesmo já transitada em Julgado a r. decisão
monocrática, confirmada em Instâncias Superiores (TJ.GO e STJ). Inclusive,
houve a necessidade de novo Mandado de Segurança ao STF para obstar
outro de decreto desapropriatório, como explanará à frente.

Portanto, a Fazenda Monjolo FICOU E ESTÁ INVADIDA


DURANTE OS 25 ANOS QUE PERDURA O PROCESSO DE INSOLVÊNCIA, com
exceção de 02 anos que o Agravado realmente plantou, porém pagou o
arrendamento através de depósito em juízo. Prova suficiente para
demonstrar a inverdade das afirmações dos Agravantes de que o
Agravado assumiu a posse do imóvel e lá enriqueceu.
17

Quanto à Fazenda Bauzinho, é sabido que, desde o início


do processo de insolvência, os Agravantes continuaram usufruindo da
mesma, como também de todos os imóveis urbanos situados em Santa
Helena de Goiás (por si e prepostos). Tanto que o sogro do Agravante
ALCIDES – Sr. Durval Martins Cardoso – ali morava na sede e administrava a
fazenda, até o seu falecimento. Tanto que o Sr. Durval arrendou parte do
imóvel ao Agravado, e continuou usufruindo do restante, sempre através de
terceiros/prepostos deles Agravantes, totalmente estranhos ao Agravado,
que lá se encontram até a atualidade.

Verdade é, que um dos prepostos dos Agravantes (Sr. João


Pereira da Silva), que era funcionário do Sr. Durval, arvorou-se dono de uma
parte do imóvel, ingressando com Ação de Usucapião (processo n.º
201603494159), o que exigiu pronta defesa patrimonial, sempre através e às
custas do Agravado, que suporta todas as despesas judiciais para defender
o patrimônio da Massa Insolvente.

III.1) DA DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR.

“Ora, é incontroverso que o administrador cedeu todos seus créditos para


terceiros em 20.12.2017, razão pela qual perdeu o status de credor, não
podendo mais ficar no cargo.”

Na mesma esteira de inverdades, os Agravantes fazem


afirmação falsa quanto a condição de credor do Agravado.

Ora, é de conhecimento geral que o Agravado adquiriu


todos os créditos com garantias hipotecárias em detrimento da Massa
Insolvente, através de negociações lícitas por escrituras públicas de cessão
de crédito com sub-rogação de garantias hipotecárias em 1º grau junto ao
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Banco do Estado de Goiás, Banco do Brasil, Banco de Crédito Real de Minas


Gerais, Banco Bancesa e Banco Itaú, que englobam a totalidade dos bens
imóveis rurais e urbanos da devedora insolvente.

Daí, a necessidade de se restabelecer a verdade dos fatos:

Primeiro, não houve alienação de bens da Massa


Insolvente, mas única e tão-somente a cessão de parte dos créditos que
adquirira dos Bancos suso mencionados, o que não é defeso em lei, como
reconheceu por sentença o r. Julgador a quo, confirmada por unanimidade
por esse e. Sodalício.

Segundo A cessão foi completa até o limite dos bens que


interessam ao novo cessionário/credor, em futura adjudicação para o
recebimento de seu crédito.

Para que não pairem dúvidas, ressalte-se que o documento


de cessão trazido aos autos, confrontado com a relação de bens da Massa
Insolvente, demonstra à saciedade que o crédito do novo cessionário
abrangerá em futuro recebimento apenas sobre uma parte da Fazenda
Bauzinho, ou seja, de 159 alqueires apenas 117 alqueires, ficando a parte
restante do imóvel rural (42 alqueires) e toda a área da Fazenda Juliana (69
alqueires), para recebimento do crédito restante em favor do Agravado.

Outrossim, os três (03) imóveis urbanos sob garantia


hipotecária originariamente em favor do Banco de Crédito Real de Minas
Gerais e Banco Itaú ficarão integralmente para pagamento do crédito do
Agravado.

Portanto, o Agravado era e continua credor hipotecário da


Massa Insolvente.
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III.2) DA INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO OU ABANDONO DA CAUSA PELO


ADMINISTRADOR – INDEFERIMENTO DO EFEITO SUSPENSIVO.

DA CONTINUIDADE EXITOSA EM DEMANDAS JUDICIAS TENDO O SR. LAURO


LOMEU DE CASTRO COMO ADMINISTRADOR JUDICIAL .

No dia 13/1/2015 (fls. 2.993) o Sr. Lauro Lomeu de Castro foi


nomeado administrador da Massa Insolvente de Alcides Inácio e Maria José
Cardoso Vieira.

Na qualidade de credor majoritário devidamente sub-


rogado nos créditos da Massa Insolvente, cuja responsabilidade é a de
saldar as dívidas ainda pendentes de pagamento, qual seja os débitos
tributários, bem como encontrar a melhor solução para a habilitação do
BANCESA (processo n.º 245793-41.2005.8.09.0142 (200592457931) –
12.519/2005).

Assim o administrador, Sr. Lauro Lomeu de Castro, na


qualidade de maior credor e com boa convivência com os Insolventes
durante toda essa relação processual, de forma consensual com os
Insolventes, objetiva saldar todas as dívidas e resolver as questões dos autos,
ocasião em que, da mesma forma que adquiriu também procedeu a
cessão onerosa dos créditos em oferta superior ao oferecido pelo INCRA
conforme constatado pelo i. Juízo, atuando no feito antes e após a sua
nomeação conforme infere-se das inúmeras petições apresentadas nos
autos o que comprova a improcedência da tese de prescrição
intercorrente da presente ação (Insolvência Civil) por inércia do
administrador a partir de sua nomeação.

Importante menção que não obstante a atuação do


administrador, o Sr. Lauro Lomeu de Castro há mais de 15 (quinze) anos,
20

investe, financia, custeia e mantêm demandas objetivando salvaguardar os


bens da Massa Insolvente, mesmo quando não era administrador.

Em 9/11/2004 a Massa Insolvente, por iniciativa e


investimento do Sr. Lauro Lomeu de Castro, ajuizou junto ao Supremo Tribunal
Federal o MANDADO DE SEGURANÇA, processo n.º 25.119 que culminou com
a anulação do decreto de desapropriação por interesse social para fins de
reforma agrária da Fazenda Monjolo (Anexo 05).

Também, por iniciativa e financiamento do Sr. Lauro Lomeu


de Castro além da primeira ação de reintegração de posse iniciada em
1996, providenciou o ajuizamento da segunda AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE, tendo como objeto a Fazenda Monjolo e obteve sentença, acórdão
e decisão em sede Agravo de Instrumento em Recurso Especial (Aresp)
proferida pelo Superior Tribunal de Justiça2 favoráveis a reintegração (Anexo
08).

2 AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.459.521 - GO (2019/0057291-7)


21

Nesse sentido, em sede de execução de sentença


(processo n.º 0437561.54.2006.8.09.0002), em curso na Comarca de
Maurilândia foi proferida, enfim a ordem de reintegração de posse no dia
25/06/2019 aguardando o prazo para a desocupação voluntária dos
ocupantes (Anexo 09):

Obteve ainda outro êxito, qual seja a vitória na Ação


Declaratória de Nulidade de Ato Jurídico c/c Cancelamento de Escrituras
Públicas de Compra e Venda promovida por Ana Rodrigues Arantes –
Espólio e Garcez do Carmo Arantes – Espólio, na Comarca de Acreúna-GO,
Autos n.º 235503-57.2009 (200902355036), que envolvia uma área de 320
(trezentos e vinte) alqueires, com sentença transitado em julgado (DJ
22

06/06/2018) em favor da Massa Insolvente, conforme sentença de fls.


3342/3351 (Anexo 06).

Recentemente, na data de 23/7/2019, foi proferida


SENTENÇA favorável a Massa Insolvente, nos autos da Ação de Usucapião,
processo n.º 201603494159, em curso na 1ª Vara Cível da Comarca de Rio
Verde-GO, promovida por João Pereira da Silva e Maria Helena da Silva que
pleiteavam o usucapião de 71,4082 hectares da Fazenda Bauzinho,
localizada no Município de Rio Verde. Todos os custos e defesas também
foram suportados pelo Sr. Lauro Lomeu de Castro (Anexo 10).

Recentemente a MASSA INSOLVENTE obteve outra vitória no


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL nos autos da AÇÃO RESCISÓRIA n.º 1903
ajuizada pela UNIÃO FEDERAL conforme acórdão poublicado no DJE do dia
30/7/2020 (Anexo 07):

As demandas citadas, quais sejam: .“MANDADO DE


SEGURANÇA/INCRA”, “ AÇÕES DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE”, .“AÇÃO
DECLARATÓRIA DE NULIDADE”, .“AÇÃO DE USUCAPIÃO” , “BANCESA” e
AÇÃO RESCISÓRIA demandaram mais de 15 (QUINZE) ANOS DE DISPUTAS
JUDICIAIS! Não há que se falar em inércia ou desídia do Administrador, se
23

nas principais demandas a Massa Insolvente sagrou-se vencedora, ao


contrário do afirmado pelos Insolventes.

Nesta ocasião sobre análise preliminar de admissibilidade


recursal do agravo anexa o agravado cópia dos atos das ações judiciais
favoráveis para demonstrar o efetivo cumprimento do encargo de
Administrador.

Menção ainda que o andamento do processo de


insolvência não é de inteira responsabilidade do credor ou do administrador
vez que também é ônus do Poder Judiciário, ocasião em que o período de
conclusão dos autos não serve de computo dos prazos de prescrição
intercorrente.

Pontuando a respeito do compromisso de compra e venda


e cessão anexado aos autos (fls. 3.390/3.398), reitera o Administrador da
Massa Insolvente que tal promessa de venda e cessão estão condicionados
a solução de fatores futuros, ou seja:

a) a efetiva reintegração de posse da Fazenda Monjolo;

b) a improcedência do pedido contido na ação de usucapião,


processo n.º 201603494159, em curso na Comarca de Rio Verde,
Estado de Goiás;

c) a improcedência do pedido de habilitação de crédito do BANCESA


(processo n.º 245793-41.2005.8.09.0142 (200592457931) –
12.519/2005).
Constam ainda sobre os processos da Massa Insolvente de
Alcides Inácios de Freitas que comprovam a efetiva atuação do agravado:

a) Ação de reintegração de posse – 5576662-66.2018.8.09.0142 em trâmite na


2º Vara Cível de Santa Helena de Goiás;
b) Ação de reintegração de posse - 0437561-54.2006.8.09.0002 em trâmite na
Vara Cível de Maurilândia/GO;
c) Ação rescisória nº 5527376-26.2019.8.09.0000 na 2º Seção Cível de Goiânia;
24

d) Mandado de Segurança 25.119/DF- STF;


e) Mandado de Segurança 23.563/GO- STF;
f) Ação Declaratória nº 235503-57.2009.8.09.0002 em trâmite na vara de
família, sucessões, infância e Juventude de Maurilândia/Go;
g) Ação de usucapião nº 349415-68.2016.8.09.0137 em trâmite na 1º vara Cível
de Rio Verde;
h) Processo administrativo nº 54150.001747/2003-41 - INCRA.
i) Processo administrativo nº 54000.059601/2018-95 - INCRA.
j) Habilitação de crédito nº 0058517.27.2006.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
k) Habilitação de crédito nº 0058529.41.2006.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
l) Habilitação de crédito nº 0066447.96.2006.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
m) Habilitação de crédito nº 0212650.03.2001.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
n) Habilitação de crédito nº 0245793.41.2005.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
o) Habilitação de crédito nº 0246837.95.2005.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
p) Habilitação de crédito nº 0058517.27.2006.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;
q) Habilitação de crédito nº 0245886.04.2005.8.09.0142 em trâmite na 1º Vara
Cível de Santa Helena de Goiás - II;

Dessa forma constata-se que não há demosntração nos


autos sobre a probabilidade do direito invocado pelos agravantes, bem
como sobre o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Extraí-se por fim que não prospera a tese de destituição por


omissão do administrador nomeado nos auto, conforme alegam os
devedores insolventes, sob a alegação de que o atual administrador não
vem atuando no feito à fim de tentar conseguir o efeito suspensivo do
recurso.

IV- DA ORGANIZAÇÃO DO QUADRO GERAL DE CREDORES DA MASSA


INSOLVENTE DE ALCIDES INÁCIO DE FREITA E
MARIA JOSÉ CARDOSO DE FREITAS.

Além do mais, aproveita-se a oportunidade para trazer aos


autos, com fundamento em parecer técnico contábil (anexo 14) e planilhas
25

(anexo 15) elaboradas pelo Contador Judicial Natanael Gomes da Silva


Júnior, informações necessárias à organização do quadro de credores da
Massa Insolvente de Alcides Inácio de Freitas e Maria José Cardoso de
Freitas.

1) DOS CRÉDITOS ADQUIRIDOS PELO ADMINISTRADOR JUDICIAL – LAURO LOMEU


DE CASTRO (CREDOR) – CRÉDITOS HIPOTECÁRIOS – PREFERÊNCIA.

O sr. Lauro Lomeu de Castro, atual ADMINISTRADOR


JUDICIAL, é atualmente, o maior credor da Massa Insolvente de Alcides
Inácio de Freitas.

Isto porque, no decorrer dos anos, o sr. Lauro adquiriu,


através de escrituras públicas de sub-rogação de créditos ( HIPOTECÁRIOS)
(anexo 16), créditos antes devidos ao (i) Sr. Lauro Emrich, ao (ii) BCRMG, ao
(iii) BEG, ao (iv) Itaú, ao (v) Banco do Brasil e aos (vi) Drs. Antônio Leite e
Caio Alencar.

RESUMO DA PLANILHA DEMONSTRATIVA DA CONSOLIDAÇÃO DOS CRÉDITOS


HIPOTECÁRIOS EM FAVOR DE LAURO LOMEU CASTRO
(VIDE DOC. 14)
CREDOR HIPOTECÁRIO VALOR ATUALIZADO ATÉ 31/10/21
LAURO EMRICH R$ 33.561,84
BCRMG R$ 28.826.264,18
BEG R$ 88.570.455,57
ITAÚ R$ 2.994.550,51
BANCO DO BRASIL R$ 304.390.853,22
ANTÔNIO LEITE E CAIO ALENCAR R$ 1.795.611,70
TOTAL R$ 426.611.296,96

Desta maneira, consoante planilha (VIDE DOC. 02) anexa, o


Sr. Lauro Lomeu de Castro é credor de uma quantia atualizada de R$
426.611.296,96 (QUATROCENTOS E VINTE E SEIS MILHÕES, SEISCENTOS E ONZE
MIL, DUZENTOS E NOVENTA E SEIS REAIS E NOVENTA E SEIS CENTAVOS).
26

2) DOS VALORES DEVIDOS PELO BANCESA À MASSA INSOLVENTE.

Ademais, existem duas execuções tramitando na comarca


de Goiânia que tratam de supostos créditos devidos pela Massa Insolvente
de Alcides Inácio de Freitas ao BANCESA.

Porém, através de parecer técnico contábil (VIDE DOC. 01)


anexo, é possível verificar que, na realidade, a Massa Insolvente de Alcides
Inácio de Freitas é credora do BANCESA.

Restou evidenciado pelo Contador Judicial Natanael


Gomes da Silva Júnior diversos erros nos cálculos apresentados pelo
BANCESA na habilitação n.º 0245793.41, em trâmite na Comarca de Santa
Helena de Goiás – 1ª Vara Cível – II (anexo 17).

Desta maneira, entende-se que a quantia devida pelo


BANCESA à Massa Insolvente é de R$ 1.770.871,34 (um milhão, setecentos e
setenta mil, oitocentos e setenta e um reais e trinta e quatro centavos).
27

3) DOS OUTROS CREDORES DA MASSA INSOLVENTE.

Além do Sr. Lauro Lomeu de Castro, existem outros credores


da Massa Insolvente de Alcides Inácio de Freitas.

Observe a seguinte tabela:

DOS DEMAIS CREDORES DA MASSA INSOLVENTE DE


ALCIDES INÁCIO DE FREITAS
PROCESSO /
CREDOR VALOR APROXIMADO
OBSERVAÇÕES
0367615-60 – AÇÃO DE
COBRANÇA C/C PEDIDO
DE TUTELA ANTECIPADA DE
SUSPENSÃO DA
TRANSMISSÃO MUSICAL /
Obs.: Interpusemos
ESCRITÓRIO CENTRAL DE Recurso Especial “face a Cumprimento PROVISÓRIO
ARRECADAÇÃO E violação ao artigo 373, I, de Sentença (5472422-21):
DISTRIBUIÇÃO – ECAD do Código de Processo R$ 920.183,68.
Civil, ao artigo 405, do
Código Civil e ao art. 124
da Lei de Falências
(11.101/2005)”. O processo
ainda não está no STJ.
28

5472422-21 –
CUMPRIMENTO
PROVISÓRIO DE SENTENÇA
/ Obs.: A Massa ainda foi
citada.
0339612-08 – AÇÃO
MONITÓRIA / Obs.:
Pedimos a revisão do valor
do evento n.º 47 para R$
11.894,00 / “que seja
evidenciado que a CIA
ULTRAGAZ S.A. não possui
direitos preferenciais no
recebimento da dívida, ou
Evento n.º 47: Crédito
seja, somente receberá
Líquido do Promovente em
CIA ULTRAGAZ S.A. (se receber) o valor que
desfavor do Promovido: R$
entende ser devido nesta
43.468,99.
Execução de Título
Extrajudicial após saldada
a dívida preferencial
(Insolvência Civil),
tratando-se de CREDOR
QUIROGRAFÁRIO”. O
processo está concluso
para decisão desde
12/08/2021.
0267898-46 – AÇÃO
MONITÓRIA / Obs.: ocorreu
o leilão do imóvel
penhorado à fl. 137 -
certidão de inteiro teor de
matrícula n.º 2.999, do
Cartório de Registro de
Imóveis e Tabelionato 1º
de Notas da Comarca de
Santa Helena de Goiás,
Estado de Goiás (o imóvel
não consta no relatório da
Dra. Roberta Gebrin de
COMPANHIA ENERGÉTICA R$ 131.893,62 – INICIAL –
bens que compõe o
DE GOIÁS – CELG (SAMA) 21/06/2004
patrimônio da Massa).

O processo encontra-se no
STJ (Recurso Especial -
AREsp nº 2010363 / GO)
“para que seja declarado
nulo o LEILÃO realizado no
dia 31 de maio de 2021 nos
autos da Execução de
Título Extrajudicial n.º
0267898-46.2004.8.09.0142,
uma vez que (i) a empresa
recorrida não cumpriu os
29

requisitos exigidos pela Lei


para a sua realização
(intimação dos credores
com penhoras registradas
às margens da matrícula
do imóvel penhorado) e
(ii) que a empresa
recorrida é credora
quirografário da
recorrente e não possui
direitos preferenciais no
recebimento da dívida”.
“pleiteia a inclusão de
créditos extraconcursais
nos autos de insolvência
civil de nº 339001-
55.2000809.0142
0051543-22 – HABILITAÇÃO
(200003390017), no valor
DE CRÉDITO / Obs.: Em
de R$ 557.750,00
impugnação,
(quinhentos e cinquenta e
concordamos com o
ROBERTA GEBRIN sete mil, setecentos e
pagamento do valor de R$
GUIMARÁES LAS CASAS cinquenta reais) pelos
12.237,07. O processo
trabalhos realizados como
encontra-se concluso
administradora judicial.”
para decisão desde
18/08/2021.
Alternativamente, almeja
ao menos R$ 72.916,07
(setenta e dois mil,
novecentos e dezesseis
reais e sete centavos).
“Requer a Vossa
Excelência que intime o
0339001.55 – INSOLVÊNCIA Administrador da massa
CÍVEL / Obs.: Entendemos falida para que efetue o
que a parcela pretendida pagamento dos
ELTON ROCHA RAMOS pelo contador da massa- Honorários Contábeis
insolvente encontra-se fixados em R$ 158.929,64
atingida pela prescrição (cento e cinquenta e oito
quinquenal. mil novecentos e vinte e
nove reais e sessenta e
quatro centavos).”

Contudo, salienta-se que esses créditos ainda são alvos de


discussões judiciais.

4) DOS BENS QUE COMPÕE O PATRIMÔNIO DA MASSA INSOLVENTE.


30

Ainda almejando facilitar a organização do quadro de


credores, o administrador judicial da Massa Insolvente de Alcides Inácio de
Freitas e Maria José Cardoso de Freitas informa os bens que compõe o
patrimônio da Massa, nos termos do relatório elaborado pela Dr. Roberta
Gebrin Guimarães Las Casas, ex-administradora judicial da Massa (Anexo 18):

4.1. IMÓVEIS URBANOS

a) Imóvel residencial na Av. Dep. Wilmar Guimarães, lotes 02/05, em Santa


Helena de Goiás, Goiás, matrícula n.º 9.688 do CRI;
b) Imóvel residencial na Rua Abel José de Souza, qd. 33, lote 01/05, em Santa
Helena de Goiás, Goiás, matrícula n.º 1.044 do CRI;
c) Imóvel residencial na Rua Antônio Martins de Assunção, lote 22, em Santa
Helena de Goiás, Goiás, matrícula n.º 3.216, do CRI.

4.2. IMÓVEIS RURAIS

a) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 300 alqueires, matrícula M-07 (lv.


2-A, fls. 07), CRI de Turvelândia, Goiás;
b) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 40 alqueires e 4.540 braças
quadradas, matrícula M-08 (lv. 2-A, fls. 08), CRI de Turvelândia, Goiás;
c) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 30 alqueires e 59 m², matrícula
M-09 (lv. 2, fls. 09), CRI de Turvelândia, Goiás;
d) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 23 alqueires e 40 braças
quadradas, matrícula M-10 (lv. 2-A, fls. 10), CRI de Turvelândia, Goiás;
e) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 200 alqueires, matrícula M-73 (lv.
2, fls. 73), CRI de Turvelândia, Goiás;
f) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 75 alqueires, matrícula M-205 (lv.
2-A, fls. 205), CRI de Turvelândia, Goiás;
g) Fazenda Monjolo Recanto Sonhado, de 193 hectares e 60 alqueires,
matrícula M-72 (lv. 2-A, fls. 72), CRI de Turvelândia, Goiás;
31

h) Fazenda Bauzinho São Judas Tadeu, de 19,6.301 alqueires, matrícula M-


1.517 (lv. 2-C-1, fls. 12), CRI de Rio Verde, Goiás;
i) Fazenda Cabeleira Bauzinho, de 01,2.828 alqueires, matrícula M-900 (lv. 2-
A, fls. 197), CRI de Rio Verde, Goiás;
j) Fazenda Bauzinho Cabeleira Fama, de 43,3.578 alqueires, matrícula M-684
(lv. 2-A, fls. 89), CRI de Rio Verde, Goiás;
k) Fazenda Bauzinho Cabeleira Sama, de 12,8.211 alqueires, matrícula M-594
(lv. 2-A, fls. 44), CRI de Rio Verde, Goiás;
l) Fazenda Bauzinho, de 08,2.400 alqueires, matrícula M-5.128 (lv. 2-I, fls. 15),
CRI de Rio Verde, Goiás;
m) Fazenda Cabeleira Cabeleira, de 30 alqueires, matrícula M-68 (lv. 2, fls.
68), CRI de Rio Verde, Goiás;
n) Fazenda Bauzinho, de 28,0.0043 alqueires, matrícula M-829 (lv. 3-BB, fls.
48), CRI de Rio Verde, Goiás;
o) Fazenda Bauzinho Cabeleira, de 16 alqueires, matrícula M-2.434 (lv. 2-D,
fls. 166) do CRI de Rio Verde, Goiás.

V - DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE N.º 0437561.54 – FAZENDA MONJOLO.

Ainda visando facilitar a organização do quadro de


credores, pede-se a juntada aos presentes autos do Relatório Processual
(anexo 19) com todas as ações que dizem respeito à Massa Insolvente de
Alcides Inácio de Freitas e Maria José Cardoso de Freitas (onde ocorreram
citação válida).

Além disso, aproveita a oportunidade para relatar nos autos


a atual situação da Ação de Reintegração de Posse n.º 0437561.54, em
trâmite na Vara Cível da Comarca de Maurilândia, Estado de Goiás.
32

Conforme dito em outras ocasiões, referida Ação trata da


reintegração de posse da Fazenda Monjolo, de propriedade da Massa
Insolvente de Alcides Inácio de Freitas.

No dia 27 de outubro de 2021 foi prolatada decisão


naqueles autos (anexo 20) determinando “a expedição de mandado aos
requeridos com intuito de alertá-los com relação a decisão já proferida
nestes autos (evento 668), para que se abstenham de cultivar qualquer
cultura na área objeto desta ação”.

Outrossim, há que se falar que “o Conselho Nacional de


Justiça (CNJ) aprovou uma recomendação aos juízes de todo o país para
que analisem com cautela ações de desocupação coletiva de imóveis
urbanos e rurais durante a pandemia”.

Logo, aguarda-se a determinação do juízo da Comarca de


Maurilândia para que seja dado início à desocupação dos invasores da
Fazenda Monjolo.

Finalmente, no dia 18 de novembro de 2021, motivado pelos


procuradores da Massa Insolvente de Alcides Inácio de Freitas e de seu
administrador, foi prolatada nova decisão (anexo 21) naqueles autos
determinando a aplicação de multa aos invasores em caso de cultivo de
qualquer cultura na área objeto desta ação.

À vista disso, é evidente que, no momento, o único fato que


impede a desocupação da Fazenda Monjolo é a recomendação do CNJ
supracitada e que o administrador judicial da Massa Insolvente de Alcides
Inácio de Freitas está tomando todas as providências possíveis para que
essa desocupação ocorra mais breve possível.
33

VI- DAS ALEGAÇÕES CONTRA O ADMINISTRADOR DA MASSA SEM O DEVIDO


LASTRO COMPROBATÓRIO.

CRÉDITOS AINDA A RECEBER DA MASSA INSOLVENTE – CESSÃO IDÔNEA E


AUSENTE DE IMPUGNAÇÃO POR CREDOR

Atinente ao compromisso de compra e venda e cessão, o


Sr. LAURO LOMEU DE CASTRO esclarece que recebeu o valor de R$
10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que tal promessa de venda e cessão
estão condicionadas a solução de fatores futuros, ou seja: (i) a efetiva
reintegração de posse da Fazenda Monjolo; (ii) a improcedência do pedido
contido na ação de usucapião, processo n.º 201603494159, em curso na
Comarca de Rio Verde, Estado de Goiás e (iii) a improcedência do pedido
de habilitação de crédito do BANCESA (processo n.º 245793-
41.2005.8.09.0142 (200592457931) – 12.519/2005).

No contrato citado pelos Insolventes quem está


prometendo a venda e cessão é a pessoa física do Sr. Lauro Lomeu de
Castro, na qualidade de sub-rogado que possui créditos devidamente
adquiridos e informados nos autos, sem contestação posterior de qualquer
um dos credores de quem o Sr. Lauro tenha adquirido, ou seja, não
prometeu a venda bens da Massa Insolvente, mas de seus créditos.

Aliás, o Sr. Lauro Lomeu de Castro, conforme consta dos


autos, vem investindo seus recursos, como agricultor, em diversas
demandas judiciais, nesses últimos 15 (quinze) anos e certamente seus
recursos próprios são limitados.

A confusão entre as pessoas do ADMINISTRADOR - que é no


caso o maior credor - e do SUB-ROGADO, que é também administrador,
merece destaque de interpretação e análise da real intenção dos
Insolventes. Como comprovado, o maior credor e administrador da Massa
Insolvente, Sr. Lauro Lomeu de Castro, objetiva a mais técnica e viável
34

solução jurídica para quitação de todos os débitos e encerramento da


insolvência.

Registre-se Excelência, mais uma vez, que os créditos


adquiridos por LAURO LOMEU DE CASTRO foram objeto de atualização,
conforme CÁLCULO (Anexo 04), que somam R$ 357.952.441,59 (trezentos e
cinquenta e sete milhões, novecentos e cinquenta e dois mil, quatrocentos
e quarenta e um reais e cinquenta e nove centavos), vejamos:
35

Elucidou o Juízo de primeiro grau sobre a venda realizada:

Não obstante a eficácia/legalidade da promessa de


compra e venda de bens da massa pelo administrador judicial sem
autorização judicial, pelo valor de R$ 94.000.000,00, ainda não foi dirimida
pelo Juízo de primeiro grau, situação que obsta a sua análise pelo Tribunal
de Justiça no presente momento, sob pena de acarretar supressão de
instância conforme matéria já reiteradamente debatida no acórdão
prolatado no agravo nº5381887-21.2020.8.09.0000 (Anexo 12).

Por fim, depreende-se que o administrador-judicial, ora


agravado continua CREDOR pois fez promessa de cessão de PARTE DO
PATRIMÔNIO da MASSA INSOLVENTE, ou seja, cedeu somente a Fazenda
36

Monjolo com 743 alqueires e parte da Fazenda Bauzinho com 116,00


alqueires, sendo que a J. Mendonça está na posse de 89 alqueires e o Sr.
LAURO está na posse de 27 alqueires que adquiriu após vitória da AÇÃO DE
USUCAPIÃO promovida em face de JOÃO PEREIRA DA SILVA;

Neste aspecto, informa que NÃO FORAM cedidos e/ou


vendidos os seguintes imóveis:

6.1) URBANOS:

a) Imóvel residencial na Av. Dep. Wilmar Guimarães, lotes 02/05, em Santa


Helena de Goiás, Goiás, matrícula n.º 9.688 do CRI;
b) Imóvel residencial na Rua Abel José de Souza, qd. 33, lote 01/05, em Santa
Helena de Goiás, Goiás, matrícula n.º 1.044 do CRI;
c) Imóvel residencial na Rua Antônio Martins de Assunção, lote 22, em Santa
Helena de Goiás, Goiás, matrícula n.º 3.216, do CRI.

6.2) RURAIS:

a) Fazenda Bauzinho, área remanescente de 49 alqueires;


b) Fazenda Buzinho, lugar Juliana, com área de 69 alqueires.

VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto pugna a Agravada pelo


recebimento das presentes Contrarrazões:

a) para que não seja conhecido o agravo de


instrumento interposto, com fundamento nos arts. 1.015 e 1.018 do
CPC e Súmula 182 do STJ;
37

b) para que seja negado o efeito suspensivo, em


razão da REPETIÇÃO DE AGRAVO IMPROVIDO (processo n.º 5381887-
21.2020.8.09.0000) e de acordo com os fundamentos expostos;

c) para que seja NEGADO PROVIMENTO ao


presente agravo de instrumento, ANTE SUA NOTÓRIA
INADMISSIBILIDADE, mantendo-se integralmente a decisão recorrida,
por força também do acórdão bem fundamentado de lavra de
Vossa Excelência, nos autos do agravo de instrumento n.º 5381887-
21.2020.8.09.0000.

Por fim, pedem os agravados a incidencia de multa em


grau máximo nos termos do inciso IV do artigo 77, do Código de Processo
Civil, devendo a conduta dos agravantes ser considerada ato atentatório
à dignidade da justiça.

Termos em que,
pede deferimento
Goiânia, 04 de janeiro de 2022.

EDMAR TEIXEIRA DE PAULA EDMAR TEIXEIRA DE PAULA JÚNIOR


OAB/GO n. º 2.482-A OAB/GO n.º 19.739

ANTONIO LEITE PEREIRA


OAB-GO nº 2.527

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