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Projeto Nova Mentalidade

APRESENTAÇÃO
Então, um belo dia, a lagarta inicia a construção do seu casulo. Este ser
que vivia em contato íntimo com a natureza e a vida exterior, se fecha
Trabalhar com jovens e adolescentes exige uma dentro de uma “casca”, dentro de si mesmo. E dá início à transformação
boa dose de criatividade, suor e direcionamento do que dará início a outro ser, mais livre, mais bonito (segundo algumas
Espírito Santo. Especialmente quando nós, líderes estéticas) e dotado de asas que lhe permitirão voar. Se a lagarta pensa e
da igreja, estamos diante da ordem desafiadora do sente, também o seu pensamento e o seu sentimento se transformarão.
Mestre: “(...) vão e façam discípulos de todas as Serão agora o pensar e o sentir de uma borboleta. Ela vai ter um outro
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do corpo, outro astral [estado de espírito, humor – grifo nosso], outro tipo
Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que de relação com o mundo. (Becker, 1997:14 apud Lepre, 2008)
eu lhes ordenei” (Mt 28:19).
Eles vivem talvez a fase mais complexa das suas vidas: aquela
que fica entre a puberdade e a idade adulta. Não são mais crianças o Em outras palavras, o que ele está dizendo é que a adolescência e a
suficiente para brincar de carrinho ou boneca, mas também não são juventude são fases críticas, que marcam, pra valer, a vida de qualquer
adultos o suficiente para levar a vida boa que acreditam que os adultos pessoa. É nesse período que será forjada uma “mentalidade” no
levam (dirigir o carrão, ter o próprio dinheiro, não dar satisfações etc.). indivíduo, como fruto desse seu “olhar para si mesmo” e da interação
com o seu grupo. Esclarecendo ainda mais, a construção da identidade
“Você não me entende”, “quem manda na minha vida sou eu” e a acontece de maneira pessoal e social, de forma interativa, através de
clássica “eu não pedi pra nascer”, são apenas algumas das frases que trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido, e por meio da
ouvimos deles, que nos deixam descabelados e, não raras vezes, sem resolução de suas crises existenciais.
saber como fazer pra lhes apresentar Jesus. Os ensinamentos de Cristo
vão disputar vaga numa cabeça que já está bastante ocupada com lances O termo crise é adotado pelo psicanalista Erick Erikson não como
do tipo: o primeiro beijo, novas amizades, saídas para o cinema, roupas sinônimo de catástrofe ou de desajustamento na vida do jovem, mas
mais ‘descoladas’, ritmos diferentes, entrar pra faculdade, entre outras. de mudança, de um momento crucial no desenvolvimento, “onde há a
necessidade de se optar por uma ou outra direção, mobilizando recursos
Nessa fase, uma série de mudanças marca a vida deste “ser” que levam ao crescimento” (Erikson, 1972).
que se julga, entre outras coisas, um “incompreendido”. Alguns
autores da área da psicologia sublinham as transformações corporais Essa crise e a turbulência que ela desencadeia vão levar o jovem a
(crescimento, mudanças na voz e no corpo etc.) como características questionar os períodos anteriores e as coisas da infância, ao mesmo
da adolescência e da juventude. Mas, sem dúvida alguma, as alterações tempo em que é confrontado com realidades próprias da idade adulta,
mais marcantes são as que se referem ao comportamento, tais como: que ele passa a enxergar com um pouco mais de clareza. A crise de
uma suposta rebeldia, um certo isolamento, a adoção de novas formas identidade é marcada e desencadeará um processo de identificação com
de se vestir, falar e se relacionar, os episódios de depressão, tristeza ou pessoas, grupos e ideologias, que se tornarão uma espécie de identidade
euforia, e o apego exagerado ao grupo (Lepre, 2008). provisória ou coletiva (no caso dos grupos), até que essas coisas sejam
resolvidas em sua cabeça e uma identidade autônoma seja construída e a
Tal metamorfose inclui idéias como a crença de que eles podem sua cosmovisão seja formada.
mudar o mundo e a perda de algumas referências, como a de seus
lugares no mundo. Veja o que diz Lepre:
O escritor Daniel Becker chama a atenção para o fato de que
a adolescência faz nascer um novo referencial, como um novo É exatamente essa crise e a conseqüente confusão de identidade
nascimento, uma espécie de discovery yourself (descubra-se a si que fará com que o adolescente parta em busca de identificações,
mesmo). Veja o que ele diz: encontrando outros “iguais” e formando seus grupos. A necessidade
de dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e idéias faz

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do grupo um lugar privilegiado, pois nele há uniformidade de Praia, surf e chopp essa é a minha realidade
comportamentos, pensamentos e hábitos. Com o tempo, algumas Não saio disso porque me falta personalidade
atitudes são internalizadas, outras não, algumas são construídas, e o Não tenho cérebro
adolescente, paulatinamente, percebe-se portador de uma identidade Apenas me enquadro no sistema
que, sem dúvida, foi social e pessoalmente construída. (Lepre, 2008). Ser tapado é minha sina
Ser playboy é o meu problema!
Faço só o que os outros fazem e acho isso legal
Um dos desafios que essa fase apresenta para a liderança cristã está Arrumo brigas com a galera e acho sensacional
justamente no fato de que esse jovem, de uma maneira geral, está em Me olho no espelho e me acho o tal
busca dessa sua “identidade”. E dessa procura, resultarão experiências as Mas não percebo que no fundo eu sou um débil mental!
mais diversas, nem todas saudáveis. Diante dos muitos destinos aos quais (...)
essa caminhada pode levar, quem lhe mostrará o melhor caminho? Ele pode
até não pedir ajuda, mas precisa dela. No fundo, ele até quer ser ajudado.
E se não lhe apresentarmos o “caminho sobremodo excelente”, uma visão Voltando ao parágrafo inicial, sabemos que é tarefa nossa discipular
de mundo cristã, cujos valores estão alicerçados no ensinamento de Jesus esse jovem, com todas as suas “crises”. E temos consciência de que essa
Cristo, as chances de ele se perder são muito grandes. é uma missão desafiadora. Para ajudar a desatar esse nó, a FUMAP criou
o projeto Nova Mentalidade. Consiste, basicamente, em uma ferramenta
Uma coisa é certa, ele sobreviverá, de uma maneira ou de outra. Mas
de promoção de aprendizado e vivência cristã, e será realizado por meio
com que valores chegará às próximas fases? Que parâmetros nortearão as
de pequenos grupos de jovens, que se reunirão semanalmente para bater
suas decisões?
um papo, cantar, estudar a Palavra de Deus e orar uns pelos outros. Esses
O músico brasileiro Gabriel Pensador, faz crítica ao que ele chama de uma encontros terão estudos dinâmicos, participativos e com muita alegria e
“juventude perdida” em uma das suas músicas. Veja um trecho da letra: comunhão, como detalharemos mais adiante.
Uma marca comum da maioria dos jovens é a necessidade de fazer
Pergunta prum playboy o quê ele pensa da vida
parte de um grupo. As amizades para eles são muito importantes, assim
Sabe o que ele te diz?
como a oportunidade de compartilhar interesses comuns. A FUMAP
(...)
entende que esses momentos em grupo são fundamentais para a
Mais ou menos assim:
formação da moçada da igreja. Sabemos também que existe uma carência
Sou playboy e vivo na farra
de conhecimento bíblico, doutrinário e de prática cristã muito acentuada
Vou à praia todo dia e sou cheio de marra
por parte dos jovens e novos convertidos que chegam à igreja. Essa
Só ando com a galera e nela me garanto
carência, somada aos problemas inerentes a esse período turbulento das
Só que quando estou sozinho eu só ando pelos cantos
suas vidas, pode contribuir para distanciá-los de Jesus, e aproximá-los de
Porque eu luto Jiu-Jitsu mas é só por diversão
outra turma, a que o Gabriel canta na sua música, que não pensa e não
(É isso aí meu “cumpádi” my brother meu irmão)
tem personalidade, apenas faz o que os outros fazem.
Se alguma coisa está na moda então eu faço também Por acreditar que nossa juventude faz parte da Geração Metanoia, que
Igualzinho a mim eu conheço mais de cem tem a sua mente mudada, transformada pelo poder de Deus, por meio
Se eu faço tudo o que eles fazem então tudo bem do arrependimento, é que a FUMAP vai investir nessa moçada que pensa,
Não quero estudo nem trabalho que é capaz de influenciar os outros, porque sabe escolher, sabe decidir,
Não vem que não tem sabe discernir bem de tudo, “porque tem a mente de Cristo” (I Co. 2:16).
Porque eu sou um playboyzinho e disso não me envergonho
A idéia da criação desses grupos vem ao encontro da necessidade de
Não sei o que é a vida
oferecer a esse público um ambiente que lhe seja agradável, no qual ele possa
Não penso
encontrar a sua turma (os outros jovens da igreja), pessoal da sua idade, com o
Não sonho

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qual tenha o mínimo de identificação, e tenha a oportunidade de compartilhar Projeto Nova Mentalidade
momentos alegres na presença de Deus. Esses grupos de discipulado visam
proporcionar aos participantes (convertidos ou ainda em processo) uma visão
de mundo bíblica, inteligente e santa, ajudando-os a seguir a Jesus com paixão A FUMAP tem a satisfação de entregar a todos os líderes juvenis o
e temor, e procurando ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo. presente projeto com orientações para constituição e funcionamento de
Esperamos que esse projeto ajude a igreja a cumprir a sua missão, e pequenos grupos de estudos bíblicos, denominado Nova Mentalidade.
que seja uma ferramenta útil à disposição de toda a liderança da Igreja Faça bom uso e tenha bons encontros!
Adventista da Promessa, no contexto do ministério juvenil, e que auxilie O que é?
no processo de construção de uma igreja santa, para O Deus Santo!.
É um programa de comunhão e discipulado, que utiliza como
Este simples manual irá mostrar como devem funcionar esses pequenos ferramenta encontros de jovens e adolescentes em pequenos grupos,
grupos e principalmente como você pode nos ajudar a cumprir este que se reúnem uma vez por semana com o objetivo de estimular uns aos
mandamento do Senhor Jesus Cristo. Contamos com a sua participação! outros à fé, orar uns pelos outros e proporcionar a oportunidade de um
Vale mencionar que o Departamento de Missões e Evangelismo crescimento espiritual.
(DEME) planeja trabalhar amplamente no sentido de tornar os Grupos Reconhecemos a vital necessidade que a Igreja tem de estabelecer um
de Estudos Bíblicos uma ferramenta padrão de evangelização em todo o programa onde a comunhão entre os membros se torne uma realidade
movimento promessista, tanto no Brasil quando nos demais países onde mais profunda e dinâmica, a fim de que não venhamos experimentar
a igreja está presente. Quando esse momento chegar, nossos jovens já um tipo de comunhão superficial e desinteressada. Pretendemos que os
estarão, de certa forma, familiarizados com a linguagem e o ambiente membros desses grupos se relacionem entre si exatamente como uma
dos pequenos grupos, fato que pode contribuir com o trabalho do DEME. família, em um ambiente onde há menos formalidade e onde eles tenham
mais intimidade uns com os outros, conhecendo as reais necessidades de
cada um e servindo uns aos outros em amor.
Equipe da FUMAP

Conceito
Podemos definir pequeno grupo como uma pequena quantidade de
pessoas que se reúne regularmente, em ambiente de comunhão, com
propósitos diversos, como os de estudar a Palavra de Deus, compartilhar
experiências de vida e orar, tendo em vista a formação de verdadeiros
seguidores de Jesus Cristo (Cruz, 2007: p.18).

Vantagens de se trabalhar com pequenos grupos


O pequeno grupo possibilita que as pessoas se aproximem umas das
outras. Essa proximidade gera intimidade e confiança, além de criar um
ambiente favorável à troca de experiências.
Os efeitos benéficos desse ambiente não ficam restritos aos
encontros, pois relacionamentos não são limitados por espaço de tempo.

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O “anonimato” característico de uma grande reunião não Meta
acontece num pequeno grupo, onde todos têm oportunidade de se
manifestar e de serem conhecidos pelos demais. Por essa razão, não
se recomenda que tenha mais de 15 participantes. Os grupos que O alvo da FUMAP é que até o mês de dezembro de 2009 tenhamos
ultrapassarem esse número devem ser encorajados a se dividirem, em funcionamento pelo menos 1 grupo por UMAP, reunindo-se
dando origem a outros grupos. semanalmente. Os pequenos grupos devem ser estimulados a
O grupo estará promovendo o discipulado, isto é, ensinando a estabelecer as próprias metas.
“guardar todas as coisas que o Senhor Jesus ordenou”, por meio de
estudos e reflexões na palavra de Deus.

Objetivo geral
Comunhão e discipulado. Estratégias

Objetivos Específicos
• L evar o grupo a assumir um compromisso com Jesus Cristo; A vida diária do jovem e do adolescente é o que pretendemos
alcançar. Por essa razão, precisamos de mecanismos práticos que se
•C
 onduzir os participantes a uma vida de oração e leitura diária da
tornem hábitos em sua vida espiritual diária.
palavra de Deus;
Quais são os hábitos nos quais podemos manter um autêntico
• L evar o jovem a se comprometer com um novo estilo de vida;
relacionamento com Jesus Cristo? Sugerimos seis iniciativas:
•C
 onscientizar os jovens de que a vida cristã consiste em cultivar
amizade e amor pelo próximo, mais do que participar de eventos;
1) Oração individual: passar algum tempo na companhia de Deus por
•U
 tilizar os pequenos grupos como estratégia de crescimento e
meio da oração e da leitura da Bíblia, todos os dias.
retenção.
2) Amigo de oração: encontrar um amigo cristão na igreja com o qual
possam orar e desenvolver relacionamento amistoso e responsável
Justificativa
3) Bíblia: memorizar versículos bíblicos. Em casa encontro, o jovem
– No pequeno grupo, o jovem é CONHECIDO. vai se comprometer a trazer um texto escrito em um cartão ou folha de
– No pequeno grupo, o jovem pode FALAR. papel, que esteja por ele devidamente memorizado.

– No pequeno grupo, o jovem está SEGURO. 4) Integração com a Igreja: os integrantes do grupo devem assumir
um compromisso de freqüentar a igreja e de se envolver em suas
– No pequeno grupo, o jovem CRESCE. atividades.
– No pequeno grupo, o jovem é RESPONSÁVEL. 5) Testemunho: viver e falar da Palavra de Deus para amigos não
– No pequeno grupo, o jovem se APROXIMA DE DEUS. crentes.

– No pequeno grupo, o jovem desenvolve NOVA MENTALIDADE. 6) Dízimo e ofertas: praticar a disciplina da contribuição financeira.

– No pequeno grupo, a liderança pode se DESENVOLVER.

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Material e Método Reuniões
•A
 s reuniões devem ser orientadas aos objetivos do projeto.
A FUMAP disponibiliza para download o presente guia com •D
 eve ter entre 10 a 15 participantes, num ambiente familiar ou social
orientações para constituição e funcionamento dos pequenos grupos, (casa, praça, sala de convivência, entre outros).
além de 40 estudos bíblicos para serem utilizados nos encontros •O
 s encontros não devem ser muito longos, sob pena de se tornarem
semanais. Disponível em: www.fumap.com.br. enfadonhos, mas necessitam de tempo suficiente para que se
desenvolva as atividades de forma eficaz. Quanto à duração, sugere-
se o tempo de 50 a 60 minutos, que não deve ser ultrapassado, por
mais animada que esteja a reunião.
•H
 orário: o grupo pode se reunir no dia e horário mais conveniente
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO para todos. Preferencialmente, as reuniões devem ser feitas à noite,
exceto nos horários dos cultos regulares da igreja. Os sábados e
domingos à tarde podem ser usados desde que não interfiram na
A) COMECE, MESMO COM POUCOS programação da igreja.
A princípio não deve haver a preocupação em envolver todos os •D
 isposição dos participantes: a melhor maneira de tornar a reunião
jovens da igreja. Organize um ou dois grupos por UMAP, como o auxílio mais dinâmica e participativa é dispor os componentes do grupo
do pastor (não necessariamente como dirigente, mas como apoiador) e sentados em círculo.
inicie as reuniões.
Embora no princípio seja possível enfrentar alguma resistência,
não desista. A moçada assimila o método com facilidade depois
de um tempo e costuma participar ativamente. Quando todos C) O encontro será dividido em cinco partes:
conhecerem o programa e estiverem desejosos de participar, devem
ser organizados outros grupos. 1. B
 oas vindas e dinâmica de apresentação (quebra-gelo)
A composição ideal desse modelo de grupo não deve exceder É o primeiro momento e tem o objetivo de quebrar o gelo,
o número ideal de quinze pessoas, pois uma quantidade maior de proporcionando maior descontração e envolvimento dos membros
componentes dificulta sua dinâmica interna. Quando esse número for nas demais etapas do encontro. É importante que todos os
ultrapassado, estimule o grupo a se dividir, dando origem a outro grupo. participantes se sentem em círculo.
2. L ouvor e adoração a Deus Lição
Para que essa parte se torne mais participativa, recomendamos
B) COMO DEVE FUNCIONAR A REUNIÃO o uso de instrumentos musicais (preferencialmente violão) e
Um dos segredos do êxito e bom funcionamento de uma reunião apresentação das letras dos cânticos.
de comunhão é a naturalidade. Nada deve ser feito formal ou 3. E
 studo bíblico
mecanicamente. Nada de preocupação com detalhes litúrgicos. Uma Momento central, deve ser de natureza indutiva e abordar os
reunião desta natureza não é o mesmo que uma reunião na igreja. No temas sugeridos nas lições disponibilizadas no site FUMAP (faça
entanto, deve-se tomar o cuidado para não se cair em outro extremo. download em www.fumap.com.br). Veja mais sobre o método
Embora deva haver o mínimo de organização possível, a espontaneidade indutivo logo abaixo.
não deve ser comprometida. Deve ser, acima de tudo, uma reunião
familiar. Manter este clima, deve ser a preocupação fundamental.

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4. C
 ompartilhamento e Oração O líder deve mediar o processo
Este é o momento quando cada um pode falar acerca de suas para que os participantes cheguem
inquietações e sentimentos, apresentar seus pedidos de oração e à interpretação coerente do texto.
compartilhar experiências e testemunhos de bênçãos alcançadas Para isso acontecer, ele precisa
como fruto das orações do grupo. saber aonde quer chegar com cada
pergunta, lembrando que elas são
5. Lanche e conversa informal.
úteis para conduzir os participantes
do estudo à interpretação textual,
Esses cinco momentos devem nortear o encontro do grupo e são além de contribuir para a expressão
definidos como técnicas grupais, que produzem ações motivadoras de suas idéias e sentimentos.
favoráveis ao alcance dos objetivos do grupo.

Dinâmica do Estudo Bíblico Escolha dos Líderes

Método indutivo Deve-se escolher para liderar os PGs, pessoas dinâmicas e que
O método indutivo leva o participante a descobrir por si mesmo, através estejam dispostas a ajudar. Pessoas que tenham tempo disponível, pois
de perguntas, o significado do texto bíblico em estudo e a relacionar suas dificilmente alguém muito ocupado terá condições de dar a atenção
descobertas com as situações particulares da vida cotidiana. Assim, o líder necessária para o desenvolvimento do grupo.
do pequeno grupo não deve revelar a interpretação do texto em estudo
previamente, mas conduzir os participantes À descoberta do sentido do
texto. Para tanto, há três passos básicos a serem seguidos: A FUMAP recomenda que esses líderes sejam, preferencialmente,
líderes integrantes da UMAP. Poderiam ser, por exemplo, um ou
dois dos diretores ou até mesmo poder-se-ia criar um departamento
Observação: descobrir os fatos do texto; extraordinário que ficasse responsável pelo pequeno grupo. A proposta
é que esses grupos funcionem no âmbito da liderança juvenil da igreja.
Interpretação: determinar o que os fatos significam;
Aplicação: agir a partir das conclusões alcançadas.
O líder deve ter dois auxiliares, que funcionem como vice-líderes, com
os quais ele irá manter uma relação mais intensa, e também prepará-
Através do estudo bíblico indutivo, os participantes podem descobrir los para serem futuros líderes de novos grupos. Um deles poderia
a verdade pessoalmente, em vez de ouvi-la de alguém, o que dá maior atuar como secretário do grupo, produzindo relatórios de freqüência
significado e incentiva o estudo pessoal da Bíblia. Além disso, nesse e das atividades do grupo, confeccionando convites e cadastrando
tipo de estudo os participantes têm mais oportunidades para expressar participantes (telefones, e-mails, endereços, aniversários etc.).
dúvidas e receber esclarecimentos, uma vez que há mais liberdade para
se fazer perguntas que em culto ou numa palestra.

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O secretário(a) se comunica semanalmente com o grupo por meio de motivada, pois julgará que o projeto não é tão importante, uma vez que
telefone, e-mail ou mesmo pessoalmente (individual ou coletivamente), não mereceu a atenção do pastor.
para deixar todos a par das atividades (agenda, local e horário das
Acreditamos que se o pastor tomar parte ativa no projeto, as chances
reuniões etc.).
de sucesso são maiores. Ainda que ele não dirija as reuniões, deve
Ele se encarregaria, ainda, pelo download e impressão das lições no supervisionar os jovens envolvidos na liderança dos grupos.
site da FUMAP e pela sua distribuição aos integrantes do grupo.
A UMAP deve encarar a questão dos pequenos grupos como uma
prioridade e procurar envolver todos os jovens no projeto. Não por
imposição ou obrigação, mas procurando mostrar-lhes as vantagens e os
resultados benéficos para a vida cristã, motivando-os a participar.
Papel dos líderes
• Conduzir a reunião
c) Formação de líderes
• Transmitir as verdades bíblicas
Todo grupo deve ter um líder e pelo menos mais dois em treinamento,
• Compartilhar experiências como já enfatizamos antes, que atuam como vice-líderes, e estarão
• Motivar os fracos na Fé sendo preparados para assumir seus próprios grupos quando necessário,
por força do crescimento e divisão do grupo pioneiro.
• Administrar eventuais excessos
• Reproduzir liderança
d) Os grupos devem ser unidades discipuladoras
• Interceder pelo grupo
Para evitar que os PGs se tornem um fim em si mesmos, com reuniões
de caráter apenas social, ou até mesmo que pendam para um caminho
indesejado, o líder, bem como os participantes, devem procurar manter
o foco nos objetivos do projeto. Para isso, sugere-se repetir de vez em
quando a todos os integrantes, a razão da existência do grupo.

Fatores para o êxito dos grupos de e) Alvos


A criação de metas para curto, médio e longo prazo não deve ser
comunhão e discipulado negligenciada. Mesmo que os alvos não sejam atingidos, os participantes
devem ser incentivados a prosseguir o trabalho.
a) Dedicação
Se cada dirigente, membro da igreja e os demais participantes
colocarem todo o coração nesta missão, ela prosperará.

b) Apoio do pastor e envolvimento de toda a UMAP


O apoio do pastor da igreja é essencial para o sucesso na implantação
dos pequenos grupos de jovens. Ele é o líder com mais visibilidade na
igreja. Se não houver envolvimento direto dele, a moçada não será

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liderança bem como pelos ministrantes dos estudos bíblicos e
demais pessoas que estarão diretamente envolvidas no projeto.
5 Escolha o dia para começar e faça uma semana de oração em
1 3 prol do Projeto. Conscientização. Nos próximos cultos, durante
todo o mês, a diretoria da igreja deve informar aos irmãos sobre o
6 andamento do Projeto.
2 4
5. Quinto passo: Promover a orientação e o treinamento dos líderes
– Oferecer um panorama completo sobre a estrutura e
funcionamento dos grupos. Para isso, utilize esse guia a FUMAP
disponibiliza no seu site.
– Estimular a criatividade e o dinamismo.
Passos para a implantação – Incentivá-los a consultarem os livros sugeridos nas referências
bibliográficas deste manual.
O
 treinamento pode acontecer de diversas maneiras: durante
1. O
 primeiro passo a ser dado para a constituição do pequeno grupo
quatro semanas, uma aula por semana; num final de semana
de jovens e adolescentes é uma conversa com o pastor da igreja
(intensivo) ou numa tarde de sábado. O que vai definir não é a
local, a fim de lhe apresentar o plano e a maneira como ele será
quantidade do tempo e de reuniões e, sim, a compreensão e o
implantado. Nessa oportunidade, é interessante que se enfatize a
comprometimento do líder com o projeto dos pequenos grupos. Ele
importância desse apoio e participação para a viabilidade do projeto,
precisa sair desse treinamento consciente que seu papel é desafiar
bem como lhe seja solicitada ajuda na escolha e capacitação dos
os jovens a se comprometerem com um novo estilo de vida.
jovens que serão líderes do grupo. Recomendamos que o líder seja
um jovem, preferencialmente o diretor da UMAP ou alguém por ele
indicado, em concordância com o pastor. 6. C
 riar uma retaguarda de oração, usando pessoas que poderão
servir ao Senhor num grupo de intercessão.
2. S
 egundo passo: Combine com o pastor e a liderança da UMAP um
período de oração pelo projeto e pela união dos jovens em torno 7. D
 urante a fase de implantação, é importante que todos as pessoas
da sua execução. que pregam, que ensinam, bem como todos os responsáveis pelos
departamentos falem a mesma linguagem, dando sempre ênfase
à atividade dos pequenos grupos de jovens, até que a linguagem
3. T
 erceiro passo: A unidade é fundamental, a liderança precisa estar
passe a fazer parte do dia-a-dia deles.
unida, em oração, comunhão, com Deus e uns com os outros,
ser o exemplo em tudo, lembrando que fica mais fácil ensinar
quando as pessoas nos vêem praticando o que ensinamos, por 8. D
 urante a semana que anteceder à primeira reunião, é
isto é preciso clareza por parte da liderança e do pastor ao expor recomendável que os líderes visitem os membros do seu pequeno
o Projeto (implantação). grupo a fim de incentivá-los a comparecer.

4. Q
 uarto passo: Oração e conscientização. A oração é fundamental 9. Realização da primeira reunião do pequeno grupo.
para a implantação dos pequenos grupos, a igreja deve
permanentemente estar na presença de Deus, orando pela

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Cronograma

1. Lançamento do projeto: durante os fóruns “Pensando a Igreja


Jovem”, cujo calendário está disponível no site da FUMAP.
2. Reunião com o pastor local para apresentação do projeto: até 10
dias depois do “Pensando a Igreja Jovem”.
3. Divulgação do projeto pelas UMAPs a todos os jovens:
imediatamente após a reunião com o pastor local.
4. Escolha e treinamento de líderes: até 20 dias após o “Pensando a
Igreja Jovem”.
5. Semana de oração pelo projeto e sua implantação na UMAP
local: escolha a semana mais adequada entre a data da realização do
“Pensando a Igreja Jovem” na sua região e a data escolhida para início do
primeiro grupo. Referências bibliográficas
6. Formação e início das atividades do primeiro grupo: até 30 dias
após o “Pensando a Igreja Jovem”.
7. Duração do projeto: O projeto Nova Mentalidade tem uma duração BECKER, Daniel. O que é adolescência? São Paulo: Brasiliense, 1997.
total de 40 semanas. As lições para os estudos bíblicos dos pequenos
CURY, Augusto. Análise da inteligência de Cristo: o Mestre dos mestres. v.
grupos estarão disponíveis para download no site da FUMAP.
1. São Paulo: Sextante, 2007. p. 185-186.
CRUZ, Valberto da; RAMOS, Fabiana. Pequenos Grupos: para a igreja
crescer integralmente. Viçosa: Ultimato, 2007.
DEME. Departamento de Missões e Evangelismo da Igreja Adventista da
Promessa. Guia para implantação de grupos de estudos bíblicos. São Paulo:
2008.
ERIKISON, Erick H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar,
1972.
LEPRE, Rita Melissa. Adolescência e construção da identidade. Disponível
em: <http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl36.htm>. Acesso em 4
de setembro de 2008.
KORNFIELD, David; ARAÚJO, Gedimar. Implantando grupos familiares:
estratégia de crescimento segundo o modelo da igreja primitiva. São
Paulo: Sepal, 2000.
KORNFIELD, David. Começando grupos familiares pastorais: vivenciando a
igreja em pequenos grupos. São Paulo: Sepal, 1999.

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