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FACULDADE DE ECONOMIA
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
COREIA DO SUL
CAMPINAS
2021
AIYRA MALU RITSUKO YOSHIDA ITO
BEATRIZ DE ARAUJO MOZ
DARA MONTEIRO LIBERATO MENDES
MARIA EDUARDA CATER SOUZA MONTEIRO
PEDRO HENRIQUE MONTEIRO GOZZI
PEDRO LUCCA LOPES
RAFAEL GUELFI
COREIA DO SUL
CAMPINAS
2021
RESUMO
Este trabalho foi realizado como parte da disciplina de Introdução ao Estudo das
Relações Internacionais, ministrada pela Profa.ª Kelly de Souza Ferreira. Este trabalho tem
como objetivo estudar e analisar alguns fatores da Coreia do Sul como os seguintes temas:
Geografia; Economia; Política e Governo; Sociedade; Questões de Fronteiras; Problemas; e
Relações com Principais Parceiros; no qual apresentaremos nesta ordem. A partir disso,
desenvolvemos nosso trabalho a fim de aclarar sobre esses pontos da Coreia do Sul e assim,
adquirir um maior conhecimento sobre o país. Ao final do trabalho, foram feitas as
finalidades, a equipe definiu cargos e assim, concluímos o trabalho.
ABSTRACT
This work was carried out as part of the Introduction to the Study of International
Relations course, taught by Prof. Kelly de Souza Ferreira. This work aims to study and
analyze some factors in South Korea such as the following themes: Geography; Economy;
Politics and Government; Society; Frontier Issues; Problems; and Relations with Main
Partners; in which we will present in this order. From that, we developed our work in order to
clarify about these points of South Korea and thus, to acquire a greater knowledge about the
country. At the end of the work, the purposes were made, the team defined positions and thus,
we concluded the work.
Key-words: Commerce, South Korea, Culture, Economy, Geography, Politics and Society.
SUMÁRIO
Introdução…………………………………………………………………………………….05
Coreia do Sul………………………………………………………………………………….05
Geografia………………………………………………………………………………….05
Economia………………………………………………………………………………....07
Política e Governo………………………………………………………………………...08
Poderes de Estado....………………………………………………………………….09
Política Externa ………………………………………………………………………09
Sociedade ………………………………………………………………………………....10
Questões de Fronteira……………………………………………………………………..11
Contexto histórico …………………………………………………………………….11
Guerra das Coreias …………………………………………………………………....12
Situação Atual ………………………………………………………………………...12
Problemas…………………………………………………………………………………12
Relações com Principais Parceiros ……………………………………………………….14
Considerações Finais………………………………………………………………………….17
Referências…………………………………………………………………………………....19
1. INTRODUÇÃO
2. COREIA DO SUL
2.1. Geografia
A Coreia do Sul é hoje considerada uma das mais prósperas nações em virtude do seu
fortalecimento econômico e da presença de indústrias sul-coreanas pelo mundo. Ao ser
dividida em 1945, a península coreana originou duas identidades econômicas distintas, e o Sul
por sua vez dispunha da maior parte dos recursos agrícolas da região e consequentemente, de
mais mão-de-obra. Inicialmente, a indústria independente sul-coreana era voltada aos setores
têxtil e alimentício, se concentrando assim na exportação desses produtos.
Na década de 1960, posteriormente à Guerra da Coreia, a economia se encontrava
completamente arrasada. Contudo, o país se desenvolveu industrialmente, fortalecendo desse
modo a exportação de sua agricultura local através da manufatura, o que foi possível após a
criação de diversos planos econômicos, assim como uma política econômica protecionista.
Mais tarde, a Aliança com os Estados Unidos e com o Japão foi de extrema importância para
o crescimento econômico da Coreia do Sul em razão do investimento direto estrangeiro,
sendo que nos anos 70 houve uma industrialização em massa que visava a maquinaria elétrica,
conhecida como Industrialização Orientada para a Exportação (IOE), essa que tinha como
destaque a produção de automóveis e produtos eletrônicos.
Para que o país desenvolvesse o alcance econômico que possui atualmente, as
características sócio-culturais foram muito relevantes para o crescimento exponencial no
cenário interno: os valores tradicionais geraram a ética do povo coreano, o que alterou os
princípios de ordenamento social, permitindo dessa forma que mais cidadãos tivessem acesso
e conseguissem progredir dentro da sociedade industrial. Assim, foi possível investir na
produtividade do trabalhador; o então presidente Park Chung-hee, que governou no período
de 1963 a 1979, tomou a decisão de investir na formação de um grupo restrito de famílias,
sistema desenvolvido com a iniciativa privada, que gerou os chaebols, esses que são grandes
conglomerados empresariais. Marcas como Samsung e Hyundai foram incentivadas pelo
governo e conseguiram se consolidar tanto no mercado interno, como no mercado
internacional. À vista disso, tem-se a educação do povo como um progresso social
considerável para o desempenho econômico sul-coreano. Portanto, a educação formal resultou
no aumento da formação de empregados eficientes em resposta às crescentes demandas por
parte das empresas.
Não obstante, o progresso tecnológico foi fundamental para a rápida recuperação
econômica, uma vez que o investimento em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento está
diretamente relacionado com o sucesso do crescimento econômico da Coreia do Sul. Tendo
como prioridade o ensino básico e o incentivo aos estudos por parte do governo, resultou-se
na capacidade tecnológica e no desenvolvimento de novas técnicas de produção, métodos
esses pelos quais o país é reconhecido nos dias de hoje. Igualmente, as empresas sul-coreanas
buscam por profissionais qualificados no mercado de trabalho para que dessa maneira, a
produtividade seja elevada, o que procede em uma competitividade entre os concorrentes.
Isto posto, o governo da Coreia do Sul decidiu investir fortemente na educação para
que a população pudesse atribuir e exercer novas habilidades essenciais ao modelo de
produção, considerando também a importância da tecnologia, essa que por sua vez depende
do investimento na educação e que sucedeu diversas indústrias de grande renome que são
atualmente reconhecidas ao redor do mundo. Desse modo, constata-se que o PIB per capita do
país passou a praticamente crescer de forma proporcional ao investimento no setor da
tecnologia e juntamente, as exportações superaram as importações. Sendo assim, a balança
internacional sul-coreana tem se mantido superavitária, tal fator significativo para o
crescimento econômico do país. Portanto, mesmo havendo durante os anos 90 uma crise
econômica, a Coreia do Sul conseguiu se recuperar e desde então, se mantém em estabilidade
política e é desenvolvedora de uma tecnologia no setor mundial de semicondutores, passando
assim para uma condição superior à que se encontrava após o fim da Guerra da Coreia, que
oficializou sua origem como país independente e sua tomada de decisões voltadas para a área
econômica.
2.3.Política e Governo
Atualmente, os líderes políticos da Coreia do Sul são Moon Jae-in como presidente
desde 2017, e Chung Sye-kyun como primeiro-ministro desde 2020. A partir da tomada da
presidência por Moon, o presidente implementou a desnuclearização da Zona de Conflito e
conceituou também a “economia da paz”, que serviu de embasamento para sua política na
Coreia do Sul. Para isso, Moon criou um plano de 5 anos para construir instituições
econômicas unificadas a fim de restaurar a colaboração entre as Coreias e assim, trazer a paz
entre estas duas nações e alcançar a unificação. O presidente juntamente com seu partido
foram apoiados pelos eleitores pela resposta que o governo deu à pandemia e, portanto,
obtiveram vitória nas eleições de parlamento em 2020. Porém, o partido opositor, de
esquerda, passou a pressionar a agenda de reformas, principalmente para melhorar a taxa de
desemprego e a reforma do Chaebol.
Em relação aos conflitos intermináveis entre as duas Coreias (Coreia do Sul e Coreia
do Norte), as tensões voltaram a aumentar em meados de 2020 e, por conta disso, um
escritório que tinha uma parceria com as duas Coreias foi demolido no lado Norte. Além
disso, há também acordos de negociações com os EUA sobre o programa nuclear da Coreia
do Norte, porém, atualmente estão paralisadas, o que pode implodir novamente em um
conflito por conta do programa de mísseis e nuclear da Coreia do Norte.
Tendo os Estados Unidos como sua aliada, a Coréia do Sul enfrenta grande dificuldade
em se inserir na competitividade internacional por conta das relações conflituosas entre seu
aliado e outros países asiáticos. Ademais, as interações de conflito entre as duas Coreias
(Coreia do Sul e Coreia do Norte), gerou dois pensamentos diplomáticos para com a Coreia
do Norte. A primeira preserva a aliança com os EUA e um distanciamento da Coreia do
Norte. Já a outra defende que ambas as Coreias devem resolver suas diferenças e conflitos
por meio do diálogo.
Outrossim, ainda em relação às políticas externas tomadas pelo governo sul-coreano,
seus principais objetivos são: a solução pacífica em relação a resistência nuclear por parte da
Coreia do Norte, a consolidação da aliança Coreia-EUA, estabelecer um regime de paz na
península da Coreia, estabelecer relações diplomáticas com outros países asiáticos, etc… Para
que tudo isso ocorra, a Coreia do Sul necessita consolidar sua economia e superar os
obstáculos e, para isso, o país conta com a participação no G20.
2.4.Sociedade
2.5.Questões de Fronteira
A China que tinha recém passado por uma revolução comunista, colocando Mao Tse
Tung no poder, fez alianças com a URSS a fim de dominar toda a península, entretanto, a
Organização das Nações Unidas (ONU) interveio no conflito, colocando a justificativa de
invasão do norte no sul como infundada, iniciando mobilizações militares do bloco capitalista
a fim de não permitir controle comunista na Ásia, sendo assim o sul ganha reforços e
começam conflitos incessantes, até 1951 com o início da Guerra de Trincheiras, parados
defendendo as fronteiras não oficiais.
Em 1953 foi assinado o armistício, que declarava cessar-fogo entre as partes,
entretanto nunca foi efetivamente assinado um tratado de paz, dessa forma diversos conflitos
ideológicos que perduram a décadas estão presentes na península, que não se uniu com o fim
da Guerra Fria, fazendo o paralelo 38 ser a fronteira mais vigiada e perigosa do mundo.
Sob a ótica das relações internacionais, a Coreia do Sul tem seu maior inimigo no
território ao lado, a fronteira é hoje a mais vigiada e militarizada do mundo, com o norte em
extrema pobreza e vivendo um das maiores ditaduras do século 21 muitas pessoas tem como
objetivo ultrapassar as fronteiras em busca de uma vida melhor. Do outro lado, é banhada com
águas oceânicas que facilitam a exportação.
2.6.Problemas
Shin Hyun Bang, professor de estudos urbanos da London School of Economics (LSE)
especializado na Ásia, explicou que o país passou por mudanças significativas que ainda não
foram absorvidas nos últimos 20 anos. Depois de experimentar uma taxa média de
crescimento anual de 9% por quase 20 anos, a Coreia do Sul é um dos países mais afetados
pela crise financeira asiática de 1997. No segundo ano, o PIB da Coreia do Sul caiu mais de
5%. Dados do Banco Mundial
Após a crise, a Coreia do Sul experimentou flexibilidade de trabalho, o que, de acordo
com Miller e Xin, gerou enormes diferenças de oportunidades e falta de estabilidade no
emprego entre as gerações. A taxa de desemprego do país é muito baixa, mas entre os países
da OCDE, a Coreia do Sul tem uma das maiores pressões no local de trabalho: 51% dos
trabalhadores dizem que trabalham mais do que deveriam.
Outro problema muito significativo é a falta de mobilidade social: em uma sociedade
extremamente estratificada, essa pessoa que nasceu em uma família com bens e recursos já
está encaminhada. A falta de oportunidades iguais para os jovens é um grande problema na
Coreia do Sul. As pessoas dizem que a colher com que nasceram (a prata da classe média)
afetará o desenvolvimento de sua carreira ou a capacidade de comprar a primeira colher. Na
pesquisa publicada por Hankyoreh, 85% dos jovens concordaram com a seguinte afirmação:
“Pessoas que nasceram pobres nunca serão capazes de competir com pessoas que nasceram
ricas".
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reúne os
países mais ricos e destaca que a Coréia do Sul é um dos estados-membros com maior
desigualdade de renda, e a renda dos países mais ricos é de quatro a cinco vezes a dos países
mais pobres. Para exemplificar melhor o cenário de problemas, especialmente a desigualdade
social, é recomendado o filme Parasita, já que neste é possível observar claramente ao
decorrer da história a estratificação da sociedade sul-coreana e as dificuldades enfrentadas
pelos menos afortunados.
Parasita é um filme sul-coreano de thriller, drama e comédia, dirigido por Bong
Joon-ho. Lançado em 2019, o longa-metragem tem feito um enorme sucesso internacional
depois da sua exibição no Festival de Cinema de Cannes, onde venceu a Palma de Ouro e, no
ano seguinte, foi o grande vencedor do Oscar 2020. Desde a primeira cena, Parasita traça um
retrato crítico da realidade sul-coreana, chamando atenção para as desigualdades econômicas
que dividem aquele país.
Em dois pólos opostos, as famílias Kim e Park ilustram dois modos de vida totalmente
distintos: uns vivem abaixo do limite da pobreza e os outros são milionários. Isso se torna
visível nas dinâmicas, nos problemas e nos universos mentais dos núcleos familiares. Ao
longo do filme, vai se gerando um mal-estar, cada vez mais intenso, entre os patrões e os
empregados. Numa sociedade capitalista que se caracteriza por uma divisão extrema da
população, os funcionários observam o cotidiano dos Park e percebem como a vida deles é
mais fácil, mais agradável e mais feliz.
Se no Japão a aliança entre governo e Zaibatsu era essencial para que o país pudesse
dar continuidade ao seu desenvolvimento, esse modelo foi transferido para a Coreia em uma
aliança estabelecida entre o Estado e as grandes empresas familiares coreanas, os Chaebols. O
Japão corroborou com o fortalecimento do nacionalismo na Coreia, característica esta
fundamental para compreender a presença de um Estado forte e o processo de implementação
da política de desenvolvimento associada com a política de captação de recursos externos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a destruição do Japão e o fim do domínio
japonês sobre a Coréia, o novo cenário geopolítico internacional vai ser fundamental para a
Coreia do Sul. Com o processo de reconstrução do Japão, os EUA estabelecem um período
curto de ocupação na Coreia do Sul entre 1945 e 1948, ao visualizar nesse país um aliado
estratégico na nova divisão internacional político com o pós-guerra. A Coreia é vista como
um país essencial como ofertante de bens e ao mesmo tempo como mercado de absorção dos
produtos japoneses. A visão de que a Coreia do Sul seria um país importante no
reordenamento político internacional, fazia do país um aliado estratégico para os EUA mais
do ponto de vista político do que econômico, pois a Coreia teria relevância para os EUA
tentarem conter a expansão da influência dos soviéticos na região.
De qualquer forma, essa nova visão dos EUA em relação à Coreia nesse momento foi
significativa para o país em vários sentidos. Por exemplo, foram os EUA responsáveis pela
reforma agrária e pelo estímulo da formação de mão-de-obra qualificada no país. A reforma
agrária contribuiu para a distribuição de terras e reduziu a concentração fundiária, além de
enfraquecer toda uma classe de aristocratas resultante do período de colonização japonesa.
Esse processo foi relevante para fortalecer a emersão de uma classe empresarial no país. A
outra contribuição com a ocupação americana foi o processo de alfabetização na nação. Os
EUA implantaram um amplo sistema de alfabetização e formação educacional na Coreia,
elevando notavelmente o índice de alfabetização e, consequentemente, formação de
mão-de-obra qualificada.
Com o fim da ocupação americana e o estabelecimento do primeiro governo
presidencial na Coreia em 1948, o presidente era Syngman Rhee, já em 1950 o país enfrentou
a Guerra da Coreia. Essa guerra teve resultados desastrosos para a Coreia do Sul, porém
pode-se argumentar que teve seu lado positivo. Essa afirmação se sustenta ao observarmos
que a Coreia do Norte se tornou aliada dos países considerados comunistas, realçando a
posição estratégica da Coreia do Sul para os EUA. Essa aliança política dos EUA com a
Coreia do Sul vai gerar um amplo leque de benefícios econômicos para o país, principalmente
no que se refere à ajuda financeira externa.
Ainda no começo dos anos 1950 tem início a Guerra do Vietnã, a qual estreitou os
laços entre a Coreia do Sul e os EUA, fortalecendo assim as remessas de recursos dos EUA
para a Coreia. Apesar das grandes baixas de soldados militares ao enviar suas tropas para a
guerra, a contrapartida foi um vultoso aporte de ajuda externa para o fortalecimento da área
militar, permitindo ao governo coreano economizar recursos com gastos militares e realocar
recursos para outras áreas estratégicas da economia como na construção civil, transporte,
infraestrutura e a indústria.
No debate acerca da contribuição financeira dos EUA para a Coreia, muitos estudos
apontam para o fato de que isso diminuiu no início dos anos 1960, o que na verdade já vinha
acontecendo há um tempo antes, já que nos anos 1950 o caráter da relação entre EUA e
Coreia transita de ajuda financeira para empréstimo externo, inclusive com participação do
setor privado. Durante os anos 1950, essa transição de ajuda financeira para empréstimos
coincide com uma redução dos recursos americanos para a Coreia e isso parecia indicar que a
relação com os EUA iria comprometer a existência de um cenário externo favorável para a
Coreia do Sul. Todavia, emerge nesse período um novo cenário que mais uma vez irá
propiciar novos elementos para a continuidade de um cenário benéfico para o país. Esse novo
cenário é a retomada das relações diplomáticas entre Japão e Coreia do Sul, sacramentada
pelo chamado Tratado de Normatização.
A retomada das relações diplomáticas com o Japão não se limita à entrada de recursos,
mas também à retomada de relações comerciais com o Japão, o qual será um grande mercado
consumidor dos bens coreanos, além das parcerias no processo de aprendizado tecnológico. A
dimensão da importância do Japão para a Coreia durante o período fica em evidência quando
se analisa a participação dos recursos japoneses no valor total das exportações. Portanto, fica
claro que os recursos externos dos EUA foram importantes para a Coreia nos anos 1940 e
1950, enquanto os recursos japoneses foram relevantes nos anos 1960 e 1970.
Nos anos 1970, uma série de acontecimentos criaram um cenário externo desfavorável
principalmente para os países de industrialização tardia. Isso tem início com o Primeiro
Choque do Petróleo em 1973 e seu aprofundamento com o Segundo Choque do Petróleo em
1979, além da política de elevação das taxas de juros dos EUA. Esse cenário adverso coincide
com a necessidade de maiores recursos da Coreia para o financiamento do Plano Quinquenal.
Entretanto, além do cenário externo adverso, a Coreia do Sul terá que enfrentar agora uma
situação delicada tendo em vista que os seus principais parceiros, como EUA e Banco
Mundial, colocaram-se contra a execução desse plano considerando-o inviável para o país.
Nesse sentido, além da retomada das relações políticas e comerciais com o Japão, o
surgimento do Euromercado pode ser considerado providencial para a Coreia do Sul.
Enquanto os EUA tinham adotado uma política de restrição ao crédito durante o período, a
emergência do Euromercado facilitou a movimentação financeira no mercado interbancário
internacional, corroborando para a expansão da liquidez no sistema financeiro internacional.
A expansão do Euromercado beneficiou muito a Coreia do Sul. Considerando os países em
desenvolvimento, a Coreia do Sul foi o país que mais recebeu recursos oriundos do
Euromercado, seguidos do México e do Brasil.
Com o Segundo Choque do Preço do Barril do Petróleo em 1979 e a elevação das
taxas de juros dos EUA, predominou no cenário internacional no final dos anos 1970 e início
dos anos 1980 uma contração da liquidez no sistema financeiro, ameaçando todos os países
dependentes de recursos externos para financiar seu desenvolvimento. Enquanto a América
Latina sofreu com a contração de entrada de recursos externos nos anos 1980, a Coreia do Sul
teve uma situação privilegiada, principalmente em decorrência da sua relação com o Japão,
tanto na concessão de crédito como também no seu comércio exterior e no processo de
absorção de tecnologia, propiciando assim um ambiente externo oportuno para que a Coreia
pudesse manter a política de desenvolvimento do seu parque industrial atrelado a taxas de
crescimento elevadas.
Se nos anos 1970 a trajetória da economia coreana gerou um amplo debate em torno
das origens e motivos do sucesso da Coreia do Sul, nos anos 1980 esse debate se fomenta,
sobretudo porque a Coreia do Sul apresentou uma performance macroeconômica e de
comércio exterior que o diferenciou de outros países em desenvolvimento. Um dos principais
argumentos para a continuidade da elevada performance da Coreia foi suas relações
econômicas e políticas com os Estados Unidos e Japão, que facilitaram o processo de
enfrentamento da crise com acesso ao financiamento externo, dando assim condições para a
continuidade do desenvolvimento econômico coreano. De fato, os EUA e mais ainda o Japão
foram essenciais na concessão de crédito, no comércio exterior como mercado de destino das
exportações e origem das importações, assim como no processo de absorção de tecnologia.
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<https://santandertrade.com/pt/portal/analise-os-mercados/coreia-do-sul/governo-e-politica>.
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<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51450570>. Acesso em: 04 de Maio de
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<https://www.geografiaopinativa.com.br/2017/06/coreia-do-sul-caracteristicas-gerais-clima-re
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CNBC, 17 de Abril de 2018. Disponível em:
<https://www.cnbc.com/2018/04/17/north-and-south-korea-reportedly-set-to-announce-officia
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Agosto de 2017. Disponível em:
<https://politique.org.br/duas-coreias-e-uma-guerra-entenda-tudo-sobre-o-conflito/>. Acesso
em: 01 de Maio de 2021;