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INSTITUTO SUPERIOR MONITOR

Contabilidade
Geral e
Financeira

UNIDADE II
As Contas e a
Normalização
Contabilistíca

2018
INSTITUTO SUPERIOR MONITOR

CONTABILIDADE GERAL E FINANCEIRA

Ficha Técnica:
Título: Contabilidade Geral e Financeira – As Contas e Normalização Contabilística
Autor: Selma Simango
Revisor: Estrela Charles
Execução gráfica e paginação: Instituto Superior Monitor
1ª Edição: 2011
Readaptação por Instituto Superior Monitor: Janeiro de 2018
© Instituto Superior Monitor

Todos os direitos reservados por:


Instituto Superior Monitor
Av. Samora Machel, n. º 202 – 2.º andar
Caixa Postal 4388 Maputo
MOÇAMBIQUE

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou
por qualquer processo, electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia ou gravação,
sem autorização prévia e escrita do Instituto Superior Monitor. Exceptua-se a transcrição de
pequenos textos ou passagens para apresentação ou crítica do livro. Esta excepção não deve de
modo nenhum ser interpretada como sendo extensiva à transcrição de textos em recolhas
antológicas ou similares, de onde resulte prejuízo para o interesse pela obra. Os transgressores
são passíveis de procedimento judicial
Contabilidade Geral e Financeira

UNIDADE II – AS CONTAS E A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

Caro Estudante,
Seja Bem-vindo(a) à unidade II da disciplina de Contabilidade Geral e Financeira I.
Nesta 2.ª unidade, o estudante será capaz de:
• Definir a conta e dominar claramente os seus requisitos;
• Caracterizar a conta nos seus aspectos fundamentais;
• Conhecer as principais classes de Contas preconizadas pelo PGC-NIRF,
• Classificar claramente um elemento patrimonial e alocá-lo na respectiva conta;
• Definir normalização contabilística;
• Conhecer as características e vantagens da normalização contabilística;
• Conhecer as principais normas e princípios contabilísticos;

Cada unidade corresponde a cerca de 5 semanas de estudo. No final de cada unidade de estudo
irá encontrar um teste de avaliação que deverá ser respondido e enviado para o ISM pelas
seguintes vias: correio, entregue presencialmente na sede ou nos centros de recurso ou
digitalizado e enviado para o email: testes@ismonitor.ac.mz. Os testes devem ser enviados ao
fim de cada 5 semanas de estudo por forma a garantir o conhecimento atempado dos resultados
obtidos no mesmo. Não entregue os 3 testes ao mesmo tempo, pois assim não estará a par da
sua progressão e dos seus erros e melhorias que deve levar a cabo para ter sucesso.

Na página do ISM www.ismonitor.ac.mz encontra todos os contactos. Deve estar sempre atento
aos contactos da direcção do seu curso, da coordenação e do tutor de cada uma das disciplinas
que frequenta.

No final de cada unidade é providenciada uma lista de bibliografia e de referências na internet


que poderá consultar. A biblioteca virtual do ISM inclui livros digitalizados, artigos, websites
e outras referências importantes para esta e outras disciplinas, que deverá utilizar na realização
de casos práticos. A biblioteca virtual pode ser consultada na página do ISM.

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ÍNDICE
UNIDADE II – AS CONTAS E A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA.......................... 4
ESTRUTURA DA UNIDADE I ............................................................................................. 4
CAPÍTULO I – AS CONTAS................................................................................................. 4
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO ....................................................................... 4
1.1. CONCEITO E DEFINIÇÃO .......................................................................... 4
1.2. REQUISITOS ................................................................................................. 5
1.3. COMPOSIÇÃO .............................................................................................. 5
1.4. CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................... 5
1.5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA .................................................................... 6
1.6. O PLANO GERAL DE CONTABILIDADE ................................................. 7
1.6.1. CONTAS DO BALANÇO ............................................................................. 9
1.6.2. CONTAS DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ............................ 15
QUADRO SINÓPTICO .................................................................................................... 21
TRABALHO PRÁTICO ................................................................................................... 21
CAPÍTULO II – A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA ................................................. 23
2.1. CONCEITO E DEFINIÇÃO ......................................................................................... 23
2.2. VANTAGENS ................................................................................................................ 24
2.3. QUADRO DE CONTAS ................................................................................................ 24
2.4. TERMINOLOGIA ....................................................................................... 24
2.5. MODALIDADES DE FUNCIONAMENTO (REGRAS DE
MOVIMENTAÇÃO de contas) ............................................................................................ 25
2.6.1. DISPONIBILIDADES; ................................................................................ 26
2.6.2. DÍVIDAS DE E A TERCEIROS ................................................................. 28
2.6.3. INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS ............................................ 28
2.6.4. INVESTIMENTOS DE CAPITAL .............................................................. 30
2.7. PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS ............................................................ 30
2.8. MODELOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................... 31
QUADRO SINÓPTICO .................................................................................................... 33
TRABALHO PRÁTICO ................................................................................................... 33
SUGESTÕES PARA LEITURA............................................................................................... 35
CORRIGENDA DO CASO PRÁTICO DO CAPÍTULO I ...................................................... 36
CORRIGENDA DO CASO PRÁTICO DO CAPÍTULO II ............................................. 39

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UNIDADE II – AS CONTAS E A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

ESTRUTURA DA UNIDADE I
A presente unidade é composta por dois capítulos e pretende dotar o estudante de
conhecimentos básicos e indispensáveis da área de contabilidade.

O Primeiro Capítulo versa sobre as contas, onde o estudante deverá saber enquadrar cada
elemento patrimonial da empresa na sua merecida conta.
No Segundo Capítulo abordar-se a normalização contabilística com destaque de princípios
contabilísticos, movimentação das contas de PGC-NIRF e sua natureza e tratamento dos
diversos eventos no âmbito das normas da contabilidade.

CAPÍTULO I – AS CONTAS

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO

Findo este capítulo o estudante deverá ser capaz de:


 Definir uma conta;
 Conhecer a tipologia das contas;
 Dominar claramente os seus requisitos;
 Conhecer as características de uma conta;
 Conhecer as principais classes de Contas preconizadas pelo PGC-NIRF;
 Classificar um elemento patrimonial e alocá-lo na respectiva conta.

1.1. CONCEITO E DEFINIÇÃO

Antes de passarmos para a definição de conta propriamente dita, vamos recordar o objecto de
estudo da contabilidade: O estudo do património e suas variações (Pereira, 1987).
Como podemos depreender, uma empresa efectua um grande número de operações traduzidas
por factos patrimoniais que ocorrem ao longo do período e o processo de registo desses factos
patrimoniais não é uma tarefa fácil.
Ora, é durante esse processo de “estudar” o património e as suas variações, que surge a
necessidade de agrupar os elementos patrimoniais de forma a tornar possível a sua identificação,
mensuração ou quantificação, avaliação, e, por fim, a sua valorização. Para que tal aconteça, os
elementos patrimoniais são agrupados em função da comunidade e semelhança das suas
características. Como forma de facilitar este registo e a tornar menos moroso o processo, a
contabilidade utiliza uma ferramenta chamada conta.
Podemos então afirmar que:

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➢ A Conta - é conjunto ou classe de elementos patrimoniais com características comuns,


expressos em unidades de valor; um agrupamento de elementos patrimoniais com
características comuns e específicas; (Pereira, 1987)

1.2.REQUISITOS

Conforme referido na definição, uma conta reúne elementos com características comuns, por
isso ela obedece a dois requisitos fundamentais:

➢ Homogeneidade – significa que a conta só deve conter elementos que tenham a mesma
característica que ela define; e

➢ Integralidade – significa que todos elementos que tenham as mesmas características


devem estar incluídos na mesma conta.
Logo: Nenhum elemento patrimonial é susceptível de pertencer a mais de uma conta e
nenhuma conta deve conter elementos patrimoniais que não sejam da mesma natureza.

1.3. COMPOSIÇÃO
A conta é composta por:
➢ Compreensão, ou seja, a indicação/explicação dos elementos que a compõem;
➢ Código e Título, que é a designação, nome ou terminologia que a identifica,
distinguindo-a das demais; e
➢ Extensão, que expressa o valor em unidades monetárias da respectiva conta.
Também se designa Saldo.
- A compreensão e o título da Conta mantêm-se ao longo tempo (componente estática)
enquanto a extensão (saldo) pode alterar em função dos Factos Patrimoniais ocorridos
(componente dinâmica).

1.4. CLASSIFICAÇÃO
Uma conta pode ser:
– Conta Colectiva, Principal ou totalizadora ou do 1º grau (Conta-mãe) –
Quando é formada por várias contas da mesma natureza, mas de menor grau.
Ex: Banco

– Conta Divisionária, Auxiliar ou de movimento – A que resulta da subdivisão


de uma conta colectiva.
Ex: Depósito a ordem.

– Conta Singular ou indivisa – A que pela sua natureza, não pode ser
decomposta.
Ex: Resultado Líquido do Período: Apenas se refere ao exercício corrente.

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1.5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

As contas têm uma representação gráfica própria. Por tradição e convenção, a conta apresenta-
se com um traçado em forma de “T”.
Este traçado permite a divisão do espaço reservado aos registos em duas colunas:
a) A da esquerda destinada aos débitos (Débito/Deve);
b) A da direita aos créditos (Crédito/Haver)

Esquematicamente:
Código Título (nome; Características dos elementos)

Débito xyz ABC Crédito

Assim:
▪ Quando a conta recebe um valor do lado esquerdo, dizemos que a conta é debitada;
▪ Quando a conta recebe um valor do lado direito, dizemos que a conta é creditada.
Daí que: o saldo de uma conta constitui a diferença entre a soma dos valores acumulados a
débito e os valores acumulados a crédito.

=> Somatório dos Débitos - Somatório dos Créditos = Saldo

O saldo por sua vez pode assumir três naturezas, à data do relato:
a) Total a Débito> Total a Crédito => Saldo Devedor
b) Total a Débito = Total a Crédito => Saldo Nulo
c) Total a Débito <Total a Crédito => Saldo Credor

Vejamos alguns exemplos:


D 21 Compras C D 11 Caixa C D 42 Fornecedor C
1 000,00 300,00 8 000,00 10 000,00
5 000,00 5 000,00 100,00 200,00 Sc 8 000,00 6 000,00
2 500,00 100,00
5 000,00 5 000,00 Sd 3 000,00 16 000,00 16 000,00
3 600,00 3 600,00

Atenção: A conta 11 Caixa apresenta um saldo devedor (Sd) de 3 000,00 porque o total de
débito de 3 500,00 é maior que o total de crédito de 600,00 e para equilibrarmos a conta o saldo
devedor escreve-se no lado direito da conta. Portanto o saldo da conta caixa revela o dinheiro
existente na conta, isto é, se a conta recebeu 3 600,00 e tirou 600,00 evidentemente que ainda
tem 3 000,00.

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A Conta Compras saldou, isto é o total de débito é igual ao total de crédito, portanto o saldo é
nulo (0).
A Conta Fornecedores apresenta o saldo credor de 8 000,00 porque tem o total de crédito 16
000,00 e um total de débito de 8 000,00. Entretanto, se tivermos uma dívida de 16 000,00
(crédito de fornecedores) e pagarmos 8 000,00 (débito de fornecedores) claramente que
devemos ou temos que pagar 8.000,00.

Nas contas do activo os saldos devedores indicam os valores que ainda temos nas contas
enquanto os saldos credores das contas do passivo indicam os valores que temos por pagar.

Agora que o estudante já sabe o que é uma conta, recorde que, como já referimos aqui, existe
um quadro de contas organizado para a contabilidade das empresas, denominado PGC –
NIRF. Esse plano deve ser comprado pelos estudantes como instrumento obrigatório desta
disciplina e leva-se para o exame.

1.6. O PLANO GERAL DE CONTABILIDADE

Em 2009, O Governo de Moçambique aprovou o novo Plano Geral de Contabilidade (decreto


nº 70/2009), com o objectivo de normalizar a contabilidade das empresas.
Nele pode ver que adoptou-se o critério da repartição das contas por classes, numeradas de 1 a
8.
Cada uma das classes compreende diferentes tipos de elementos patrimoniais concretos e
abstractos, com o objectivo de facilitar a obtenção de dados contabilísticos, não só para a
empresa, mas também para as entidades eventualmente interessadas nesses dados.
A cada classe foi atribuído um título e um código, o mesmo acontecendo a cada conta.
Veja os anexos do quadro de contas do PGC-NIRF mas recomenda-se que o estudante compre
o livro de plano de contas.

Por exemplo:
Conta do 2º Grau
Classe Conta do 1º Grau
3

Investimentos de Capital Activos Tangíveis Construções

Classe 3: Porque é um Investimento de Capital;


Conta do 1º Grau 3.2: Porque é Activo Tangível;
Conta do 2º Grau 3.2.1: Porque é uma construção;
Conta do 3º Grau 3.2.1.2: Porque é um Edifício Administrativo e Comercial.
Portanto quem classifica um certo elemento patrimonial como 3.2.1.2 deve saber que cada
algarismo tem o seu significado. Como pode ver:

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3 Investimento de Capital
32 Activos Tangíveis
3212
321 Construção
3212 Edifício Administrativo ou Comercial

1 Meios Financeiros
121 12 Bancos
121 Depósito a ordem

5 Capital Próprio
553 55 Reservas
553 Reservas Livres

Nota: O primeiro número indica a classe, a combinação do primeiro número e o segundo


indica a conta, a combinação dos três primeiros números indica a subconta, a combinação de
quatro primeiros números indicam a subconta da subconta, assim em diante.
Com ajuda do PGC-NIRF teste os teus conhecimentos e ligue para o tutor através dos
contactos disponibilizados para dizer os títulos de cada combinação abaixo:

4……………………………………?
43…………………………………..?
4311
431…………………………………?
4311………………………………...?

Deste modo, é fácil identificar a classe de qualquer subconta, por mais subdividida esta se
encontre.
Para as contas subsequentes, mantêm-se esta regra.
Continuando com o PGC-NIRF, encontra-se no Capítulo “Quadro e lista de contas” os códigos
para todas as contas que ele comporta.
No PGC-NIRF existem 8 classes de contas que se podem distribuir da seguinte forma, tendo
em consideração:

a) A sua relação com o Património:


• Contas do Activo (Classes 1, 2 e 3)
• Contas a Receber, a Pagar, Acréscimos e Diferimentos; (Classe 4)
• Contas de Capitais Próprios. (Classe 5)
• Contas de Exploração (Classes 6, 7 e 8)
b) O tipo de informação contabilística que transmitem:
• Contas do Balanço (Classes 1 a 5);
• Contas de Demonstração de Resultados (Classes 6 a 8).
E, como aprenderemos nas Unidade III, porque o Balanço transmite informação patrimonial e
financeira, as contas do Activo (A), Contas a Receber, a Pagar, Acréscimos e Diferimentos
(C) e Capitais Próprios (CP) coincidem com as contas do Balanço.

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Classe 1. Meios Financeiros A

CONTAS Classe 2. Inventários e Activos Biológicos A


DO Classe 3. Investimentos de Capital A
BALANÇO Classe 4. Contas a Receber, a Pagar, C
Acréscimos e Diferimentos
Classe 5. Capitais Próprios CP
CONTAS DE Classe 6. Gastos e Perdas (contas de exploração)
DEMONSTRAÇÃO Classe 7. Rendimentos e Ganhos (conta de
DE RESULTADOS exploração)
Classe 8. Resultados

A seguir, apresentamos a nomenclatura e terminologia das Contas mais significativas do PGC-


NIRF, nomeadamente, as contas de balanço também designadas contas patrimoniais e as de
Demonstração de Resultados, porque é nelas que se baseia quase toda actividade da empresa e
o conceito de Património:

1.6.1. CONTAS DO BALANÇO


Nas contas do Balanço vamos descrever as contas da Classe 1 (Meios Financeiros), Classe 2
(Inventários e Activos Biológicos), Classe 3 (Investimentos de Capital), Classe 4 (Contas a
Receber, a Pagar, Acréscimos e Diferimentos) e a Classe 5 (Capitais Próprios). Em seguida
descrevemos as principais contas de cada classe. Durante a descrição, enfatiza-se o âmbito
respectivas contas e alguns exemplos, onde se afigure necessário:

Classe 1 - Meios Financeiros


Esta classe inclui as disponibilidades imediatas e as aplicações de tesouraria de curto prazo. O
primeiro grupo constitui conta Caixa, e o segundo constitui as contas de Depósitos Bancários
e Outros Instrumentos Financeiros.
Conta 1.1 - Caixa
Inclui os meios líquidos de pagamentos de propriedade da empresa, tais como notas e moedas
metálicas (numerário) e cheques, nacionais ou estrangeiros. Ex: Dinheiro no Cofre da empresa.

Conta 1.2 - Bancos


Compreende os meios de pagamento de que a empresa pode dispor através da movimentação
de contas bancárias e, também, aplicações de tesouraria de curto prazo e de disponibilidade
imediata. Estes depósitos podem ser à Ordem, à prazo ou com aviso prévio. Mais detalhes
teremos quando, mais adiante, procedermos ao estudo da Contabilização da Conta Bancos. Ex:
Dinheiro em Meticais, depositado no Banco AAA.

Conta 1.3 - Outros Instrumentos Financeiros


Compreende os meios de que a empresa não dispõe de imediato, porque aplicados em outras
instituições, com o objectivo de obter rendimentos num futuro próximo. Regra geral, estes estão
sempre disponíveis para negociação, num período máximo de um ano. Ex; 1000 acções
adquiridas da Empresa ZZZ.

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Classe 2 - Inventários e Activos Biológicos


Integra todos os meios que constituem a actividade normal da empresa e incluem, consoante a
organização da empresa, as compras e os inventários inicial e final.

Conta 2.1 - Regista o custo das aquisições de inventários e activos biológicos destinados a
consumo ou venda. Inclui os encargos adicionais suportados nas compras (transporte, despesas
de importação, etc.) até ao local de armazenagem. Esta conta não revela nenhum elemento
patrimonial concreto.

Conta 2.2 - Mercadorias


São bens destinados à venda sem qualquer transformação industrial. O saldo existente revela o
valor das existências. Ex: Peixe no frigorifico da loja, etc.

Conta 2.3 - Produtos acabados e intermédios


Inclui os principais bens produzidos pela empresa normalmente transacionáveis e os que sendo
habitualmente utilizados na fabricação podem ser objecto de venda. Ex: Uma serração, esta
pode optar por vender uma parte da madeira em toros e a outra em mobília já pronta.

Conta 2.5 - Produtos ou serviços em curso


Inclui bens cuja fase de fabricação não viabiliza a sua venda nem o seu armazenamento, e
serviços que não tenham ainda sido ultimados.

Conta 2.6 - Matérias-primas, auxiliares e materiais

2.6.1 Matéria-prima – Todos os elementos essenciais consumidos no processo de fabricação


dos bens. Ex: Uma padaria tem farinha de trigo para fabricar pão.
2.6. Materiais - Bens adquiridos ou produzidos pela empresa e que concorrem, com o seu
consumo, para o desenvolvimento da respectiva actividade.
2.6.1. Matéria-prima Ex: Farinha de trigo numa padaria para fabricar pão.
2.6.3.2 – Embalagens comerciais
Bens indispensáveis ao acondicionamento e transacção das mercadorias ou produtos
transaccionados, que pela sua natureza não se destinam à utilização continuada.

Classe 3 - Investimentos de Capital


Integram esta classe, os bens adquiridos pela empresa e que nela se destinam a ser usados de
uma forma permanente, quer sejam da sua propriedade, quer estejam em locação financeira.

Conta 3.1 - Investimentos financeiros


Compreende as aplicações financeiras de carácter permanente, e os investimentos em imóveis
urbanos ou rústicos que não estejam afectos à actividade operacional da empresa. Ex: Compra
de Obrigações da Multinacional SSS.

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Conta 3.2 - Activos tangíveis


Integra os activos da empresa destinados à sua actividade operacional, que não se destinam a
ser vendidos ou transformados, e cuja permanência seja superior a um ano. Inclui, ainda, as
benfeitorias e as grandes reparações que sejam de acrescer ao custo daqueles activos.

3.2.1 – Construções
Compreende os edifícios e as instalações fixas que lhes são próprias (água, energia, etc.) Inclui
ainda outras construções, designadamente estradas, pontes, barragens, regadios, pistas de
aviação, cais, vias-férreas, túneis, poços, muros, silos, parques, canais, cais e docas. Os edifícios
e as instalações de domínio público, explorados sob o regime de concessão deverão ser
reflectidos em subconta própria.

3.2.2 – Equipamento básico


Compreende o conjunto de instrumentos, máquinas, instalações e outros bens, que não sejam
ferramentas e utensílios considerados na conta 3.2.6 – Ferramentas e utensílios, com as quais
ou através dos quais se extraem, transformam ou elaboram os produtos ou se prestam os
serviços. O equipamento básico, explorado sobre o regime de concessão e do regime de locação
financeira deve ser reflectido em subcontas próprias. Compreende ainda os encargos suportados
com a sua adaptação ou instalação. Se a actividade exercida for de transporte ou de serviços
administrativos, são aqui considerados os equipamentos dessa natureza afectos a essas
actividades.

3.2.5 – Taras e vasilhame


Compreende os objectos destinados a conter ou a acondicionar internamente os bens adquiridos
ou produzidos pela empresa, ou para acondicionamento de bens por ela transaccionados quando
se trate de embalagens comerciais retornáveis com aptidão para utilização continuada.

3.2.6 – Ferramentas e utensílios


Compreende os instrumentos que não sejam de desgaste rápido, considerando-se como tais os
que tenham um período de vida útil superior a um ano, e cuja utilização se destina a
complementar os equipamentos instalados ou a apoiar os diferentes serviços da empresa.
Conta 3.3 - Activos intangíveis
Integra todos os bens não incorpóreos que uma empresa tem. Ex: Programas informáticos, etc.
3.3.1 – Encargos de desenvolvimento
Compreende os encargos relacionados com o desenvolvimento que resultem da aplicação
tecnológica das descobertas, anteriores à fase de produção. Ex: Custo de Prospecção de petróleo
na bacia de um rio.

3.3.2 – Propriedade industrial e outros direitos


Compreende patentes, marcas, alvarás, licenças, concessões e direitos de autor, bem como
outros direitos e contratos análogos.

3.3.3 – Trespasses
Compreende o valor de aquisição do direito à ocupação e exploração de um estabelecimento.

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3.3.4 – Encargos de constituição ou expansão


Compreende os encargos com a constituição e organização da empresa, bem como os
relacionados com a sua expansão, nomeadamente com aumento de capital, estudos e projectos.

Conta 3.4 - Investimentos em curso


Inclui as adições, melhoramentos ou substituições enquanto os investimentos não estiverem
concluídos. Ex: Ponte em construção

Classe 4 – Contas a Receber, Contas a Pagar, Acréscimos e Diferimentos

Conta 4.1 - Clientes


4.1.1 - Clientes - Conta Corrente (c/c)
Nesta conta são registados todos os créditos concedidos aos clientes “normais” da empresa, ou
seja, àqueles que adquirirem produtos ou serviços que constituem o escopo do negócio da
empresa. Ex: Um comprador de 60 rolos de papel, a 60 dias, numa empresa gráfica.

4.1.2 – Clientes – Títulos a receber


Inclui as dívidas de clientes representadas por títulos ainda não vencidos. Ex: O Cliente da
compra do exemplo anterior, para garantir o pagamento da dívida, aceita uma letra que vence
60 dias depois. Enquanto essa letra não vencer, o seu valor nominal deverá constar nesta conta.
4.1.9 – Adiantamentos de clientes
Regista as entregas feitas à empresa por conta de fornecimentos futuros. Pela emissão da factura
correspondente aos bens transmitidos ou serviços prestados, as importâncias serão transferidas
para a conta 4.1.1 – Clientes c/c.

Conta 4.2 - Fornecedores

4.2.1 - Fornecedores - Conta corrente (c/c)


Nesta conta são registadas todos os créditos obtidos dos fornecedores “normais” da empresa,
ou seja, daqueles que fornecem produtos, serviços ou ainda materiais que constituem o escopo
do negócio da empresa. Ex: Um fornecedor de 50 viaturas, a 90 dias, numa empresa de revenda
de viaturas e peças sobressalentes.

4.2.2 - Fornecedores - Títulos a pagar


Compreende os créditos de fornecedores que se encontrem representados por letras ou outros
títulos de crédito. Ex: No exemplo anterior, para garantir o pagamento da dívida, o fornecedor
exige o aceite de uma letra que vence 90 dias depois. Enquanto essa letra não vencer, o seu
valor nominal deverá constar nesta conta.
4.2.9 - Adiantamentos a fornecedores
Regista as entregas feitas pela empresa por conta de fornecimentos futuros. Pela recepção da
factura emitida pelo fornecedor correspondente aos bens transmitidos ou serviços prestados, as
importâncias serão transferidas para a conta 4.2.1 – Fornecedores c/c.

Conta 4.3 Empréstimos obtidos


Compreende os empréstimos contraídos de bancos ou instituições de crédito e de outra natureza.

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Conta 4.4 Estado


Esta conta agrega todos os movimentos patrimoniais cuja contraparte seja um ente estatal ou
seu representante.

4.4.3 – Imposto sobre o valor acrescentado

4.4.3.1 - IVA suportado


Dá a conhecer o IVA suportado em todas as aquisições de inventários, activos tangíveis e
intangíveis e outros bens e serviços. Sendo de uso facultativo, aconselha-se a movimentação
desta conta nos casos em que o sujeito passivo não tem integral direito à dedução do imposto
que lhe foi facturado, ou seja, quando pratique operações que conferem direito à dedução a par
de outras que lhe vedam esse direito (método pro rata). Caso o sujeito passivo utilize a afectação
real, o uso desta conta poderá revestir de menor interesse.

4.4.3.2 - IVA dedutível


Revela o valor do IVA, que, dada a natureza das operações subjacentes à actividade exercida,
seja susceptível de dedução nos termos previstos no Código do IVA.

4.4.3.3 - IVA liquidado


Evidencia o devido ao Estado decorrente das vendas de bens ou prestações de serviços feitas
pelo sujeito passivo aos seus clientes, ou pelas suas aquisições, se for caso disso, desde que tais
operações estejam sujeitas a efectiva tributação.

4.4.3.7 – IVA a pagar


Revela o montante do imposto a pagar ao Estado pelo sujeito passivo.

4.4.3.8 - IVA a recuperar


Evidencia o montante do crédito de imposto sobre o Estado, no final de cada período de
tributação. Esta situação ocorre sempre que o montante do imposto a favor do sujeito passivo
supere o valor do imposto a favor do Estado.

4.4.3.9 - IVA reembolsos pedidos


Revela o montante dos créditos sobre o Estado relativamente aos quais tiver sido apresentado
um pedido de reembolso.

Conta 4.5 - Outros devedores


4.5.2 – Subscritores de capital
Regista a subscrição de capital feita pelos respectivos titulares, cuja realização se vai verificar
em data posterior.

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4.5.4 – Devedores – sócios, accionistas ou proprietários


4.5.4.3 – Resultados atribuídos
Regista os lucros das empresas participadas que, embora atribuídos, ainda não tenham sido
colocados à disposição, ou a cobertura de prejuízos pelos sócios ou accionistas, na sequência
de deliberações tomadas em assembleia-geral.

4.5.4.4 – Lucros disponíveis


Movimentam-se nesta conta os lucros colocados à disposição pelas empresas participadas,
directamente ou por transferência de resultados atribuídos quando haja desfasamento entre o
momento da sua atribuição e da respectiva colocação à disposição

4.5.9 – Devedores diversos


Regista, designadamente, as operações decorrentes de alienações de investimentos de capital,
empréstimos correntes ou outras dívidas, que não devam ser englobados nas contas 4.5.4 –
Devedores sócios, accionistas ou proprietários e 4.5.1 – Pessoal. Em suma, registam-se nesta
conta todos os elemento e factos patrimoniais que tenham um carácter residual em relação à
actividade principal da empresa e de valor irrelevante.

4.6 – Outros credores


4.6.1 – Fornecedores de investimentos de capital
Regista as operações efectuadas com os vendedores de bens ou serviços destinados aos activos
tangíveis e intangíveis.

4.6.7 – Credores-sócios, accionistas ou proprietários


Regista as operações efectuadas com os titulares do capital, que não resultem de transacções de
inventários ou de investimentos de capital.
4.9 Acréscimos e diferimentos
4.9.1 – Acréscimo de gastos e 4.9.2 - Rendimentos diferidos
Estas contas destinam-se a registar os gastos e os rendimentos nos períodos a que respeitam.
Integram-se nesta conta os acréscimos de gastos, os gastos relativos ao período em curso que
apenas serão pagos e contabilizados como tal nos períodos seguintes, e em rendimentos
diferidos, os rendimentos contabilizados no período em curso que digam respeito a períodos
seguintes.

4.9.3 - Acréscimos de rendimentos e 4.9.4 - Gastos diferidos


Integram-se nos acréscimos de rendimentos os que sejam relativos ao período em curso, mas
que apenas irão ser recebidos e contabilizados como tal nos períodos seguintes, e nos gastos
diferidos os que tenham sido contabilizados no período em curso, mas que digam respeito a
períodos seguintes.

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Classe 5 – Capital Próprio

Conta 5.1 - Capital


Destina-se a registar o valor do capital nominal subscrito das empresas que revistam a forma
societária. Nas empresas em nome individual, esta conta traduz o capital inicial e o adquirido
e, ainda, os movimentos de natureza financeira com o proprietário. Serve também para registar
o capital das cooperativas.

Tal como referido anteriormente, foram aqui apresentadas as contas mais significativas do
Balanço que servirão de base de estudo para a Unidade seguinte, pelo que, como recomendação,
para mais contas, o estudante poderá recorrer ao PGC-NIRF, CAPÍTULO 2.6 –
CONTEÚDO E MOVIMENTAÇÃO DE ALGUMAS CONTAS.

1.6.2. CONTAS DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS


Nas contas de Demonstração de Resultados vamos descrever as contas da Classe 6 (Gastos e
Perdas) e da Classe 7 (Rendimentos e Ganhos), Durante a descrição, enfatiza-se o âmbito das
respectivas contas e alguns exemplos, onde se afigure necessário:

Classe 6 – Gastos e Perdas

6.1.1 – Custo dos inventários vendidos ou consumidos


Serve de contrapartida à saída dos inventários que sejam vendidos ou incorporados no processo
produtivo. Será movimentada pelas saídas ocorridas durante o período nos inventários, se for
utilizado o inventário permanente, ou poderá ser movimentada somente no fim do período se
for utilizado o inventário intermitente.

6.2 Gastos com o pessoal


6.2.3 – Encargos sobre remunerações
Encargos que recaem sobre as remunerações, obrigatoriamente suportados pela entidade
patronal.

6.2.5 – Ajudas de custo


Compreende as verbas pré-estabelecidas atribuídas aos trabalhadores, quando estes se deslocam
ao serviço da empresa.

6.2.8 – Gastos de acção social


Realizações de utilidade social, com carácter facultativo, a favor dos trabalhadores ou seus
familiares. Ex: Assistência Médica.

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.3.1 - Subcontratos
Estão abrangidos no âmbito desta conta, os trabalhos relacionados com o processo produtivo
da empresa relativamente aos quais se recorreu ao serviço de outras empresas através de
contratos formalizados ou não.

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6.3.2.1.3.1 - Gasóleo
Regista o valor das aquisições de gasóleo, com inclusão do montante do imposto suportado e
não dedutível de acordo com o Código do IVA.

6.3.2.1.3.2 - Restantes combustíveis


Regista o valor das aquisições de combustíveis, com inclusão do imposto suportado, nos casos
em que a sua dedutibilidade não é permitida de acordo com o Código do IVA.

6.3.2.1.3.3 - Lubrificantes
Regista o valor das aquisições de lubrificantes, líquido do imposto suportado.

6.3.2.1.4 - Ferramentas e utensílios de desgaste rápido


Regista as aquisições de ferramentas e utensílios cuja vida útil, em condições de normal
utilização, não ultrapassa o período de um ano.
6.3.2.2.1 - Manutenção e reparação
Engloba os bens e serviços adquiridos destinados à manutenção dos activos tangíveis que, por
não aumentarem a duração ou valor daqueles meios, não devam ser considerados grandes
reparações.

6.3.2.2.3 - Transporte de pessoal

Regista os encargos com o transporte do pessoal da empresa relacionados com o seu local de
trabalho, quando o mesmo tenha carácter de permanência, e seja efectuado por terceiros.

6.3.2.2.5 - Honorários
Regista as verbas atribuídas aos trabalhadores independentes.

6.3.2.2.6 - Comissões a intermediários


Regista as verbas atribuídas às entidades que, por conta própria, agenciaram vendas de bens ou
serviços.
6.3.2.2.8 - Deslocações E estadias
Regista os encargos com transporte, alimentação e alojamento fora do local de trabalho, que
não sejam suportados através de ajudas de custo.

6.3.2.3.2 - Rendas e alugueres


Regista as verbas pagas pelo arrendamento de imóveis ou pelo aluguer de equipamentos. Não
compreende as rendas de bens utilizados em regime de locação financeira, mas são nela
registadas as rendas pagas de bens utilizados em regime de locação operacional.

6.3.2.3.3 - Seguros
Regista os prémios de seguros a cargo da empresa, com excepção dos que estejam relacionados
com pessoal os quais são incluídos na conta 6.2 - Gastos com o pessoal.

6.3.2.3.7 - Trabalhos especializados


Regista os encargos com a aquisição de serviços técnicos, nomeadamente serviços
informáticos, análises laboratoriais, trabalhos tipográficos, estudos e pareceres.

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6.6 - Provisões do período


Regista, no fim do período, a estimativa dos riscos nos diferentes tipos de provisões previstas,
que tenham características de custos operacionais.

6.8 Outros gastos e perdas operacionais

6.8.3 - Perdas em investimentos de capital


Regista as perdas suportadas na alienação, sinistros ou abates de investimentos de capital.

6.8.4 - Perdas em inventários e activos biológicos


Regista as perdas suportadas em inventários decorrentes de sinistros, quebras anormais ou
situações análogas.

6.8.9.3 - Ofertas e amostras de inventários


Regista, por contrapartida da conta 2.8 - Regularização de inventários, as ofertas e amostras de
inventários próprios.

6.8.9.4 – Programas de responsabilidade social


Realizações de utilidade social decorrentes de contratos estabelecidos com o Estado.

6.9 Gastos e perdas financeiros


6.9.4 - Diferenças de câmbio desfavoráveis
Regista as diferenças de câmbio desfavoráveis relacionadas com a actividade normal da
empresa e com o financiamento de activos tangíveis e intangíveis.

Classe 7 – Rendimentos e Ganhos


7.1 Vendas
Regista a venda de bens compreendidos na actividade normal da empresa.

7.1.5 – Iva das vendas com imposto incluído


Regista o montante do imposto que deverá ser expurgado do valor das vendas que durante o
referido período foram registadas com imposto incluído.

7.2 Prestação de serviços


Regista os trabalhos e serviços prestados relacionados com os objectivos ou finalidades da
empresa.

7.2.1 – Iva da prestação de serviços com imposto incluído


Regista o montante do imposto que deverá ser expurgado do valor dos serviços prestados que
durante o referido período foram registadas com imposto incluído.

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7.3 Investimentos realizados pela própria empresa


Investimentos efectuados pela empresa, sob sua administração directa, mediante aplicação de
meios próprios ou adquiridos para o efeito e que se destinam ao seu activo tangível.

7.4 Reversões do período


7.4.1 - Reversões de ajustamentos,
7.4.2 – Reversões de amortizações e
7.4.3 – Reversões de provisões
Registam as reversões de ajustamentos, amortizações e provisões anteriormente efectuadas, e
que à data de balanço se consideram desnecessárias.

7.5 Rendimentos suplementares


Regista os rendimentos, inerentes ao valor acrescentado, decorrentes de actividades que não
sejam próprias dos objectivos principais da empresa. Ex: Arrendamento de uma parte de
instalações de uma empresa de transporte.

7.6 Outros rendimentos e ganhos operacionais


Regista os rendimentos, não inerentes ao valor acrescentado, decorrentes de actividades que
não sejam próprias dos objectivos principais da empresa.

7.6.3 – Ganhos em investimentos de capital


Regista o ganho obtido na alienação, ou em sinistros, de investimentos de capital.

7.6.4 - Ganhos em inventários e activos biológicos


Regista os ganhos em inventários decorrentes de sinistros, sobras anormais ou situações
análogas.

7.8 Rendimentos e ganhos financeiros

7.8.4 – Diferenças de câmbio favoráveis


Regista as diferenças de câmbio favoráveis relacionadas com a actividade normal da empresa
e com o financiamento dos activos tangíveis e intangíveis.

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Depois de aprenderes as contas veja a classificação que segue:

A Sociedade Amor de África, S.A, dedica-se a compra e venda de diversos produtos. Em


02 de Fevereiro do corrente ano, o seu património era constituído pelos seguintes
elementos:
Nº Código
Descrição dos elementos conforme Título do código no
Valor
patrimoniais por classificar PGC- PGC-NIRF
NIRF
Talão de depósito nº 207454 do
1.2.1 Depósito a ordem
1 BCI 200,000.00
Três camiões para serviços de Equipamento de
2 1,350,000.00 3.2.4
transporte @450,000.00 transporte
Combustível armazenado para fins Mercadoria em
3 32,000.00 2.2.3
comerciais armazém
Cinco automóveis para serviços Equipamento de
4 3.2.4
administrativos @ 250,000.00 1,250,000.00 transporte
5 Diversas ferramentas e utensílios 115,000.00 3.2.6 Ferramentas e utensílios
Dívida a Entreposto Comercial Fornecedores de
1,250,000.00 4.6.1.1
6 pelos cinco automóveis investimento de capital
7 Equipamento comercial 5,000,000.00 3.2.9 Outros activos tangíveis
8 Gerador de energia eléctrica 210,000.00 3.2.2 Equipamento básico
9 Notas e Moedas 50,000.00 1.1 Caixa
Mobiliário e
10 Duas máquinas de escrever para 80,000.00 3.2.3 equipamento
uso @40,000.00 administrativo social
Tangule, Lda - Fornecedor de Fornecedores de
11 4.6.1.1
Imobilizado 399,000.00 investimento de capital
Mercadoria em
12 20 toneladas de Açúcar@4,330,00 86,600.00 2.2.3 armazém
13 Numerário 70,000.00 1.1 Caixa
Depósitos à ordem no Millennium
14 Bim 200,000.00 1.2.1 Depósito a ordem
15 Embalagens Comerciais retornáveis 43,250.00 3.2.5 Taras e Vasilhames
16 Diversos Créditos Comerciais 20,000.00 4.1.1 Clientes c/c
17 Cheques de terceiros 17,500.00 1.1 Caixa
Mercadoria em
18 5000 caixas de Laranjas @250.00 1 250,000.00 2.2.3 armazém
Dívida a "Armazéns Kalanga" Pelas
19 67,500.00 4.2.1 Fornecedores c/c
mercadorias
Créditos bancários para Empréstimos bancário
20 Investimentos 750,000.00 4.3.1.2 de MLP

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Edifícios
21 Um armazém 300,000.00 3.2.1.2 administrativos e
comerciais
22 Edifício em construção 445,000.00 3.4.2 Activos tangíveis

23 Edifício comercial 980,000.00 3.2.1.2


Edifício comercial
Empréstimo ao pessoal da área Outras operações com
24 35,000.00 4.5.1.9
comercial os trabalhadores
25 IVA a pagar 17,500.00 4.3.2.7 IVA a pagar

26 Edifício Administrativo 745,000.00 3.2.1.2


Edifício administrativo
27 Depósito à prazo no Standard Bank 165,000.00 1.2.3 Depósito à prazo
28 Dinheiro no cofre 100,000.00 1.1 Caixa
3000 caixas de sabão "kutxuta" @ Mercadoria em
29 127,5 382,500.00 2.2.3 armazém
Aceite nº 25 de ABC, Lda pelo Clientes títulos a
30 11,250.00 4.1.2
fornecimento de mercadorias receber
Financiamento contraído no Empréstimo bancário de
31 8,000,000.00 4.3.1.2
Socremo vencível a 2 anos médio e longo prazo
Saque nº 002 de CIA., S.A pelo Fornecedores de
32 fornecimento de equipamento 780,000.00 4.6.1.2 investimento de capital -
administrativo títulos a pagar
Aceite nº 10 de Mafandjara., Lda
Clientes - títulos a
33 pelo fornecimento de sabão 11,210.00 4.1.2
receber
"kutxuta"
Aceite nº 40 sobre Xava Kwatsi
Fornecedores - títulos a
34 Lda pela aquisição de 3 toneladas 13,200.00 4.2.2
pagar
de açúcar @ 4,400.00
1000 Acções da própria empresa @ Detidos para
35 850,000.00 1.3.2
850,00 negociação
Acções na Sociedade KLP S.A., sua
36 filial representada por 1300 acções 3.1.1 Investimentos em
@700 910,000.00 subsidiárias
37 Despesas pelo consumo de água 3,000.00 6.3.2.1.1 Água
Juros produzidos pelos depósitos a
38 prazo 15,000.00 7.8.1.1 Depósitos bancários
Pagamento da publicidade na Rádio Publicidade e
39 30,000.00 6.3.2.2.7
Moçambique propaganda
Juros pagos pelos empréstimos Juros de empréstimos
40 15 000,00 6.9.1.1
obtidos bancários

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QUADRO SINÓPTICO
Conta  Conjunto de elementos
patrimoniais com características
comuns, expressos em unidades de
valor;
Tipos de Contas  Contas Divisionárias, Colectivas e
Singulares
 Contas do Balanço e de
O Plano de Contas demonstração de Resultados
 Terminologia das contas mais
significativas

TRABALHO PRÁTICO
1. Explique por que o uso das Contas assume capital importância no processo
contabilístico?
2. Classifique os seguintes elementos nas devidas Contas, até a última subconta possível,
recorrendo ao PGC-NIRF:
 Financiamento bancário, contraído pela empresa, no Banco EEE, por um período de
5 Anos
 Renda do escritório, já paga
 250 Pacotes de sumos, no armazém da Loja,
 Saque nr 001, sobre a empresa Siyavuma, referente a 5 quilolitros de sumo de ananás

 Aceite nr 001, sobre RingMan, pelo fornecimento de 4 toneladas de papaia

 Despesas de Telefone e fax


 Imposto descontado aos trabalhadores ainda por canalizar ao Estado;
 Débito a Almeida Tovela
 Vendas de mercadorias (rebuçados) a pronto pagamento
 Custo de 100 pacotes de sumos vendidos
 Processamento de ordenados
 Vencimentos líquidos dos trabalhadores ainda por pagar
 Pagamento de juros do financiamento obtido no Banco EEE

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 Pagamento de Gasóleo para a viatura Nissan Hardbody da Direcção Comercia


 Pagamento do seguro das viaturas
 Créditos ao sr. Maningue Nice, revendedor
 Pagamento de publicidade numa revista

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CAPÍTULO II – A NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO CAPÍTULO:


No final deste capítulo o estudante deverá ser capaz de:
 Definir normalização contabilística
 Conhecer as características e vantagens da normalização contabilística;
 Conhecer as principais Normas e Princípios Contabilísticos, bem como a sua aplicabilidade no
contexto actual.

2.1. CONCEITO E DEFINIÇÃO


Como toda e qualquer actividade, o exercício da contabilidade requer o cumprimento
escrupuloso de certas regras, normas e princípios, com vista à apresentação de informação
uniformizada e comparável com as das outras entidades, quer nacionais quer internacionais.

As informações prestadas pela contabilidade ultrapassam o âmbito da empresa e dos seus mais
directos colaboradores, revestindo interesse para um vasto conjunto de utilizadores
(investidores, financiadores, fisco, estatísticas nacionais e sectoriais, etc.). Sendo assim, é
necessário que as informações contabilísticas sejam obtidas a partir de métodos e
procedimentos aceites por todos, para que se elaborem elementos susceptíveis de interpretação
e comparáveis com os de outras unidades.

Tal necessidade exige a adopção de uma metodologia semelhante na recolha e tratamento dos
dados, sem o que a comparabilidade das informações obtidas seria posta em causa.
É necessário definir um conjunto de princípios e critérios a serem uniformemente seguidos
pelas diversas unidades económicas na sua contabilidade.

Neste sentido, deverão definir-se regras no que respeita à nomenclatura das contas, ao seu
âmbito e movimentação, às regras de valorização dos elementos à determinação dos resultados
e à elaboração e apresentação das demonstrações financeiras
Conforme referido, a utilidade da informação contabilística reside na comparabilidade dos
dados. Esta necessidade, de todas as empresas, facilita o fornecimento de dados homogéneos
comparáveis, o que leva à normalização contabilística.
Assim, podemos seguramente afirmar que:

Normalização - é o conjunto de normas e procedimentos de aplicação generalizada às


empresas, para que o mesmo facto patrimonial tenha, sempre, igual tratamento contabilístico
(Borges e Ferrão, 1995).
A normalização contabilística consiste na definição de um conjunto de regras e princípios que
visem:

a) Elaboração de um quadro de contas que devem ser seguidas pelas unidades económicas;
b) Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas definidas no quadro
indicado em a);
c) Definição dos princípios contabilísticos e dos critérios valorimétricos que devem ser seguidos
na contabilidade das diversas entidades envolvidas;

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d) Concepção de mapas-modelo para as demonstrações financeiras definidas para as unidades


económicas.

2.2. VANTAGENS
Vejamos, em pormenor, as vantagens da normalização contabilística:

Para as empresas - Possibilidade de comparação imediata das


informações contabilistas;
- Melhoria da organização dos serviços de
contabilidade;
- Maior abertura aos modernos sistemas de
tratamento dos dados.
Para os
particulares - Avaliação da situação patrimonial da empresa;
(sócios/accionistas) - Determinação dos dividendos a receber.
Para o Estado - Utilização imediata dos diversos dados,
verificada a sua comparabilidade.

Harmonização contabilística é um processo que visa minimizar as diferenças na elaboração


da informação contabilística dos diferentes países, facilitando a sua interpretação aos
utilizadores da informação financeira, ou seja, pretende anular as lacunas que possam surgir ao
nível da comparabilidade da informação financeira em termos globais.
No actual cenário denominado por «globalização», a harmonização contabilística surge como
o instrumento indispensável devido à sua suposta eficácia no aumento da comparabilidade da
informação financeira.
As vantagens da harmonização contabilística são:
• Apresentação de um único conjunto de contas: redução de custos significativos.
• Aceitação directa das contas das entidades emitentes nacionais nas diversas praças
internacionais: facilidade de cross-border.
• Facilidade de acesso à captação de recursos junto dos investidores internacionais:
comparabilidade das contas e confiança na aplicação dos respectivos critérios
contabilísticos.
2.3. QUADRO DE CONTAS
No que tange ao Código de Contas, já foi referido no capítulo e unidade anterior, a aprovação
do Plano Geral de Contabilidade PGC-NIF, conforme o Decreto 70/2009, que delineia as
principais directrizes de funcionamento da contabilidade.

2.4. TERMINOLOGIA
A Terminologia, em sentido amplo, refere-se simplesmente ao uso e estudo de termos, ou seja,
especificar as palavras simples e compostas que são geralmente usadas em contextos
específicos.

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Terminologia também se refere a uma disciplina mais formal que estuda sistematicamente a
rotulação e a designação de conceitos particulares a um ou vários assuntos ou campos de
actividade humana, por meio de pesquisa e análise dos termos em contexto, com a finalidade
de documentar e promover seu uso correcto.
Neste aspecto o PGC-NIRF e legislação afim, tal é o caso do Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (CIVA), o Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas
(CIRPC) e o Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (CIRPS), que são
as grandes ferramentas do exercício da Contabilidade em Moçambique já especificam
claramente o conteúdo, bem como as circunstâncias legais para uso de cada termo.
Para o caso concreto do PGC-NIRF, melhor elucidação pode ser encontrada no Capítulo 2.6 –
Conteúdo e movimentação de algumas contas

2.5. MODALIDADES DE FUNCIONAMENTO (REGRAS DE MOVIMENTAÇÃO DE


CONTAS)

Significado Significado
Contas do Activo Natureza Saldos
de Débito de Crédito
Classes 1, 2 e 3 Os valores que as
contas apresentam
Devedora Aumento Diminuição
41 Clientes e 45 devem ser devedores
Outros devedores ou nulos
Contas do Passivo Os valores que as
contas apresentam
Credora Diminuição Aumento
devem ser credores ou
42; 43 e 46 nulos
Contas Variáveis Os saldos podem ser
Devedora/Credora Variável Variável
44 e 49 1 credores ou devedores
Os valores que as
Classe 5 (Capitais contas apresentam
Credora Diminuição Aumento
Próprios) devem ser credores ou
nulos
Os valores que as
Classe 6 (Gastos e
Devedora Aumento Diminuição contas apresentam
Perdas)
devem ser devedores
Classe 7 Os valores que as
(Rendimentos e Credora Diminuição Aumento contas apresentam
Ganhos) devem ser credores
Os saldos dependem
Classe 8
Credora/ Devedora Diminuição Aumento dos resultados
(Resultados)
apurados

1
Estas contas são do activo se apresentarem saldos devedores e são do passivo se apresentarem saldos credores.

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Nota: De forma resumida as contas do activo e gastos e perdas debitam pelos aumentos e
saldos iniciais e creditam pelas diminuições e saldos finais. As contas do passivo, capitais
próprios e rendimentos e ganhos debitam pelas diminuições e saldos finais e creditam
pelos aumentos e pelos saldos iniciais.

Suponha que o Instituto Superior Monitor em 04 de Abril de 2009 apresentava os


seguintes elementos patrimoniais:

Edifícios 1,500,000.00
Dinheiro no cofre 100,000.00
Computadores 350,000.00
Diverso mobiliário de escritório 500,000.00
Depósitos bancários 125,000.00
Empréstimo bancário reembolsável em 18 meses 600,000.00
Contas a pagar 75,000.00
Programas informáticos 120,000.00
INSS por pagar 38,000.00
Saque de Minerva Central "livraria" 55,000.00
Veja a representação dos saldos iniciais dos elementos patrimoniais nos razões esquemáticos:

D 1.1 Caixa C D 1.2 Bancos C D 3.2 Activos tangíveis C


SI 100 000,00 SI 125 000,00 SI 2 350 000,00

D3.3 Activos intangíveis C D 4.2 Fornecedores C D 4.3 Empréstimos obtidos C


SI 120 000,00 SI 130 000,00 SI 600 000,00

D 4.4 Estado C D 5.1 Capital C


SI 38 000,00 SI 1 927 000,00

2.6. CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS


De modo a tornar uniformes e comparáveis as demonstrações financeiras produzidas, são
aplicados os seguintes critérios valorimétricos, relativamente a:
2.6.1. DISPONIBILIDADES;
As disponibilidades em moeda estrangeira são expressas no balanço do final do exercício ao
câmbio em vigor nessa data.
As diferenças de câmbio apuradas são contabilizadas nas contas 6.9.4 - Custos e perdas
financeiros - Diferenças de câmbio desfavoráveis ou 7.8.4 - Rendimentos e ganhos
financeiros - Diferenças de câmbio favoráveis, respectivamente, conforme se trate de uma
perda ou de um ganho.

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Relativamente a cada um dos elementos específicos dos Outros Activos financeiros de Curto
Prazo e das outras aplicações de tesouraria, serão utilizados os critérios definidos para os
Inventários, na medida em que lhes sejam aplicáveis.
Exemplo:
Suponha que uma determinada empresa em 01 de Dezembro do ano passado dispunha em
caixa e seus equivalentes as seguintes moedas estrangeiras:
Moedas Montante Taxa de Valor em Meticais
câmbio
Euro (EUR) 1.500,00 60,00 90.000,00
Dólar (USD) 2.000,00 55,00 110.000,00
Rand (ZAR) 5.000,00 3,50 17.500,00
Total 217.500,00
Mas em 31 de Dezembro do mesmo ano para a preparação do balanço final a informação
cambial era a seguinte:
Taxa de
Moedas Montante câmbio Valor em Meticais
Euro (EUR) 1.500,00 65,00 97.500,00
Dólar (USD) 2.000,00 55,00 110.000,00
Rand (ZAR) 5.000,00 3,00 15.000,00
Total 222.500,00

No entanto, em 31 de Dezembro a empresa deve regularizar um ganho de 5.000,00 Mts porque


verifica-se esse aumento 5.000,00 = 222.500,00 – 217.500,00 neste sentido a diferença de
câmbio afigura-se favorável para a empresa.

a) Imagine se a empresa tivesse apenas moeda estrangeira em Euro quanto é que ia


regularizar?
b) Em dólares quanto é que regularizaria?
c) Qual seria a regularização em Rands?

Olhando para as duas tabelas é fácil responder as questões:

a) Se tivesse apenas Euros ia registar uma diferença favorável de 7.500,00 Mts como os
valores das duas tabelas indicam. (97.500,00 – 90.000,00)
b) Em dólares a empresa não precisaria regularizar porque a taxa de câmbio não alterou.
c) Em Rands a empresa ia regularizar uma perda de 2.500,00 Mts resultante da diminuição
da taxa de câmbio, ou seja, registaria uma diferença de câmbio desfavorável. (15.000,00
– 17.500,00)

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2.6.2. DÍVIDAS DE E A TERCEIROS


As operações em moeda estrangeira são registadas ao câmbio da data considerada para a
operação, salvo se o câmbio estiver fixado pelas partes ou garantido por uma terceira entidade,
por via de regra um Banco.
À data do balanço, as dívidas de ou a terceiros resultantes dessas operações, em relação às quais
não exista fixação ou garantia de câmbio, são actualizadas com base no câmbio dessa data:
- As divisas a terceiros (a pagar) pelo câmbio de venda;
- As dívidas de terceiros (a receber), pelo câmbio de compra.
Como princípio geral, as diferenças de câmbio resultantes dessa actualização referida são
reconhecidas como resultados do exercício e registadas nas contas 6.9.4 - Custos e perdas
financeiros - Diferenças de câmbio desfavoráveis ou 7.8.4 - Rendimentos e ganhos
financeiros - Diferenças de câmbio favoráveis.
Tratando-se de diferenças de câmbio favoráveis resultantes de dívidas a médio e longo prazos,
deverão ser diferidas, caso existam expectativas razoáveis de que o ganho é reversível. Estas
serão transferidas para a conta 7.8.4 no exercício em que se realizarem os pagamentos ou
recebimentos, totais ou parciais, das dívidas com que estão relacionadas e pela parte
correspondente de cada pagamento ou recebimento.

Responda as questões que seguem considerando as tabelas em moedas estrangeira da página


anterior caso a empresa tivesse dívidas a pagar pelos mesmos montantes:
d) Imagine se a empresa tivesse apenas moeda estrangeira em Euro quanto é que ia
regularizar?
e) Em dólares quanto é que regularizaria?
f) Qual seria a regularização em Rands?

Aqui as repostas já são diferentes, preste atenção:

a) Se tivesse apenas os euros registaria uma diferença de câmbio desfavorável porque


gastaria mais 7.500,00 para puder comprar 1.500 USD
b) Em dólares a empresa não precisaria regularizar porque a taxa de câmbio não alterou.
c) Em Rands a empresa ia regularizar um ganho resultante da diminuição da taxa de
câmbio, ou seja, registaria uma diferença de câmbio favorável porque gastaria menos
2.500,00 para comprar 5.000,00 ZAR.

Relativamente às diferenças de câmbio provenientes de financiamentos destinados a


investimentos de Capital, admite-se que sejam imputadas a estas somente durante o período em
que tais Investimentos estiverem em curso.
Quando as importâncias das dívidas a pagar forem superiores às correspondentes quantias
arrecadadas, a diferença pode ser levada conta 4.9.4 - Acréscimos e diferimentos - Custos
diferidos.

2.6.3. INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS

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De acordo com a NCRF 9 - Inventários, se o custo de aquisição ou de produção for superior ao


preço de mercado, será este o utilizado para a valorização dos inventários Por outras palavras:
preço de Custo vs preço de mercado, dos dois o menor.
Os subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos serão valorizados, na falta de critério mais
adequado, pelo valor realizável líquido. As existências serão valorizadas ao custo de aquisição
ou ao custo de produção, sem prejuízo das excepções adiante consideradas.
Considera-se como custo de aquisição de um bem a soma do respectivo preço de compra com
os gastos suportados directa ou indirectamente para o colocar no seu estado actual e no local de
armazenagem.
Considera-se como custo de produção de um bem a soma dos custos das matérias-primas e
outros materiais directos consumidos, da mão-de-obra directa, dos custos industriais variáveis
e dos custos industriais fixos necessariamente suportados para o produzir e colocar no estado
em que se encontra e no local de armazenagem.
Os custos industriais fixos poderão ser imputados ao custo de produção, tendo em conta a
capacidade normal dos meios de produção.
Os custos de distribuição, de administração gerais e os financeiros não são incorporáveis no
custo de produção.
Como métodos de custeio das saídas adoptam-se os seguintes:
a) Custo específico, que valoriza a saía pelo custo a que o bem chegou à empresa;
b) Custo médio ponderado, que utiliza a média das quantidades dos itens dos Inventários,
multiplicados pelo preço respectivo de cada lote;
c) FIFO, First In, First Out; que valoriza a saída ao preço do lote mais antigo;
d) LIFO, Last In, First Out; que valoriza a saída ao preço do lote mais recente;
e) Custo padrão, que valoriza a saída pelo custo previamente fixado pelo órgão de gestão.
As existências poderão ser valorizadas ao custo padrão se este for apurado de acordo com os
princípios técnicos e contabilísticos adequados; de contrário, deverá haver um ajustamento que
considere os desvios verificados.
Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos os inventários com uma
natureza e uso semelhantes para a entidade. Para inventários com outra natureza ou uso, poderão
justificar-se diferentes fórmulas de custeio.

Segundo a NCRF 11 - Agricultura e Activos Biológicos, um produto agrícola deve ser


mensurado ao seu justo valor menos os custos estimados no momento da venda na data da
colheita.
Considera-se como valor realizável líquido de um bem o seu esperado preço de venda
deduzido dos necessários custos previsíveis de acabamento e venda.
O mesmo critério, na falta de outro mais adequado, será também aplicável aos bens adquiridos
sujeitos a crescimento natural.
Tal critério não é aplicável aos bens comprados que se mantenham no seu estado original.
De acordo com a NCRF 15 - Recursos Minerais, nas indústrias extractivas, os activos de
exploração e avaliação devem ser mensurados pelo custo. Uma entidade deve definir uma
política contabilística que especifique quais os dispêndios que são reconhecidos como activos
de exploração e avaliação e aplicar essa política consistentemente.

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Nas indústrias piscatórias, o critério a adoptar para a valorização das existências capturadas será
o custo de produção se não acarretar encargos excessivos ou, em caso contrário, o valor
realizável líquido deduzido da margem normal de lucro.

2.6.4. INVESTIMENTOS DE CAPITAL


Segundo as NCRF 13 - Activos Tangíveis, NCRF 14 - Activos Intangíveis e NCRF 16 - Activos
Tangíveis de Investimentos, o Investimento de Capital deve ser valorizado ao custo de aquisição
ou ao custo de produção. O custo de um bem tangível deve ser reconhecido como activo quando,
e apenas quando:
(a) É provável que benefícios económicos futuros associados ao bem fluirão para a entidade; e
(b) o custo do bem pode ser mensurado com fiabilidade.

Os investimentos financeiros representados por partes de capital em empresas filiais e


associadas serão registados de acordo com um dos seguintes critérios:
a) Pelo seu valor contabilístico (custo de aquisição), sem quaisquer alterações;
b) Pelo método da equivalência patrimonial, sendo as participações inicialmente contabilizadas
pelo custo de aquisição, o qual deve ser acrescido ou reduzido:
b1) Do valor correspondente à proporção nos resultados líquidos da empresa filial ou associada;
b2) Do valor correspondente à proporção noutras variações nos capitais próprios da empresa
filial ou associada.
O custo de aquisição alterado nos termos anteriores deve ser ainda reduzido dos lucros
distribuídos à participação ou aumentado da correspondente cobertura de prejuízos que tenha
sido deliberada.
Quando, à data do balanço, os elementos dos Investimentos de Capital, apresentem um valor
contabilístico, estes devem ser amortizadas às taxas vigentes e constantes na Portaria 20817, de
27 de Janeiro de 1968:

Construções 2%
Equipamento Básico 10%
Equipamento Informático 16.66%
Mobiliário 10%
Equipamento de Transporte 25%

Para melhor compreensão, convém reter que uma Portaria é, em sede de Direito, um documento
de acto administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da
aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de carácter geral, normas de execução de
serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência;
ordens do Governo dadas por um ou mais Ministros.

2.7.PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
Para a consecução dos seus objectivos, que passam pela apresentação de demonstrações
financeiras fidedignas, elaboradas com base nas normas e critérios anteriormente vistos, de
modo a obter uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira e dos resultados das
operações da empresa a contabilidade rege-se pelos seguintes princípios:

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• Princípio da Continuidade: considera que a empresa opera continuamente, com


duração ilimitada. Desta forma, entende-se que a empresa não tem intenção nem necessidade
de entrar em liquidação ou de reduzir significativamente o volume das suas operações;
• Princípio da Consistência: considera-se que a empresa não altera as suas políticas
contabilísticas de um exercício para o outro. Se o fizer e a alteração tiver efeitos materialmente
relevantes, estas devem ser referidas nas notas às demonstrações financeiras;

• Princípio da Especialização: os gastos e os rendimentos são reconhecidos quando


incorridos e obtidos, respectivamente, independentemente do seu pagamento e recebimento,
devendo incluir-se nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam;

• Princípio do Custo Histórico: os registos contabilísticos devem basear-se em custos


de aquisição ou de produção;

• Princípio da Prudência: significa que é possível integrar nas contas um grau de


precaução ao fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza sem, contudo, permitir a
criação de reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação de activos e
rendimentos por defeito ou de passivos e gastos por excesso;

• Princípio da Substância sobre a Forma: as operações devem ser contabilizadas


atendendo à sua substancia e à realidade financeira e não apenas à sua forma legal; e

• Princípio da Materialidade: as demonstrações financeiras devem evidenciar todos os


elementos que sejam relevantes e que possam afectar as avaliações ou decisões pelos utentes
interessados.

2.8. MODELOS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


O PGC-NIRF, estipulou os seguintes as demonstrações financeiras a apresentar
obrigatoriamente pelas entidades (Modelos em anexo, no fim da Unidade):

➢ Balanço
➢ Demonstração dos resultados
➢ Demonstração de fluxos de caixa
➢ Demonstração das variações no capital próprio
➢ Notas às demonstrações financeiras, de devem conter, dentre outros elementos, os seguintes:
i. Designação da entidade:
ii. Sede:
iii. Natureza da actividade:
iv. Designação da empresa-mãe:
v. Sede da empresa-mãe:
vi. Data e órgão que autorizou as demonstrações financeiras:.
1. Bases de preparação
1.1. Identificação das bases de preparação das demonstrações financeiras bem como a moeda e
unidade de apresentação. Deverá também ser efectuada uma declaração de conformidade com
o PGC - NIRF;

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1.2. Indicação e justificação das derrogações às disposições ao PGC - NIRF, bem como os
respectivos efeitos nas demonstrações financeiras, tendo em vista a necessidade de estas darem
uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira e do desempenho da entidade;
1.3. Indicação e comentário das contas do balanço e da demonstração dos resultados cujos
conteúdos não sejam comparáveis com os de exercícios anteriores.

2. Principais políticas contabilísticas


Indicação das principais políticas contabilísticas adoptadas na preparação das demonstrações
financeiras nos termos previstos nas Normas de Contabilidade e de Relato Financeiro.

3. Principais julgamentos, estimativas e pressupostos contabilísticos


3.1. Indicação dos principais julgamentos que o órgão de gestão realizou no processo de
aplicação das políticas contabilísticas e que tenham maior impacto nas quantias reconhecidas
nas demonstrações financeiras;
3.2. Indicação das estimativas e pressupostos chave na data de balanço que tenham um risco
significativo de causar ajustamentos materiais nas quantias registadas dos activos e passivos no
período seguinte.

4. Alterações de políticas contabilísticas, de estimativas e erros


4.1. Indicação das alterações voluntárias de políticas contabilísticas com efeitos no período
corrente ou em qualquer período anterior ou com possíveis efeitos em períodos futuros,
nomeadamente:
a) Natureza da alteração da política contabilística;
b) Motivos pelos quais a aplicação da nova política contabilística proporciona informação mais
relevante e fiável; e
c) Quantia do ajustamento relativo ao período corrente bem como aos períodos anteriores
apresentados.
4.2. Indicação das alterações em estimativas contabilísticas com efeito no período corrente ou
que se espera que tenham efeito em períodos futuros, nomeadamente:
a) Natureza e valor da alteração da estimativa; e
b) Situações em que é impraticável estimarem o efeito de períodos futuros.
4.3. Indicação dos erros de períodos anteriores corrigidos, nomeadamente:
a) Natureza do erro;
b) Quantia da correcção para cada período anterior apresentado; e
c) Se aplicável, motivos que estiveram na base da impraticabilidade de reexpressão
retrospectiva.

(O estudante, se necessário, poderá consultar o “Glossário de termos e expressões”, no


Capítulo 1.7, do PGC-NIRF.

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QUADRO SINÓPTICO

 Conjunto de normas e procedimentos para que


Normalização Contabilística
o mesmo facto patrimonial tenha, sempre,
igual tratamento contabilístico

Critérios de Valorimetria  Para disponibilidades, Inventários e Activos


Biológicos, Contas a receber e a para e
Investimentos de Capital;

Regras de Funcionamento
ou movimentação Ver a tabela da página anterior.
Demonstrações Financeiras Balanço, Demonstração de Resultados,
obrigatórias Demonstração de Fluxos de Caixa e Notas às
demonstrações financeiras.

TRABALHO PRÁTICO
1. Atendendo aos Princípios Fundamentais da Contabilidade, responda, às seguintes questões:
a. Certa empresa possui um terreno que com o passar do tempo foi valorizado devido à construção
e abertura de um grande supermercado nas imediações. O director da empresa determinou que
o acréscimo da valorização do terreno seja contabilizado como lucro. Poderá o contabilista
obedecer à ordem do director? Que princípio será ferido?
b. Um grupo de amigos decide constituir uma empresa denominada AHI YENI DJONI, para
transporte de passageiros com destino a África do Sul e vice-versa, apenas durante a realização
do Mundial de 2010. Concordaria com a decisão do grupo? Justifique.
c. Pedro Paulo, dono do Botequim Beba-beba, adquiriu mercadorias no valor de 5.000,00Mt.
Como as facturas decorrentes da compra não chegaram no período estipulado pelo contabilista,
ele resolveu efectuar a contabilização sem a devida documentação.
Pergunta-se:
a) O contabilista terá agido correctamente?
b) Que atitudes ele deveria tomar para registar o facto patrimonial?
c) Seu procedimento está de acordo com os princípios de Contabilidade geralmente aceites?
2. “No processo de registo de factos patrimoniais, as empresas não precisam de obedecer a critério
algum, bastando apenas garantir que o registo seja feito segundo a conveniência dos gestores.”.
Comente, fundamentando a sua posição.
3. Imagine que tenha sido convidado a fazer uma apresentação aos seus gestores de topo sobre os
critérios de valorimetria usados na contabilidade. Como procederia?
4. A empresa X adquiriu uma máquina pagando em 1.200,00 dólares. Na contabilidade da empresa
X, essa máquina poderá ser contabilizada em dólar? Argumente.
5. O contabilista do Mango-brown, no manuseamento do seu stock, para valorizar as saídas de
produtos, baseia-se nas informações prestadas pelo fiel de armazém e este, por sua, vez, entrega
sempre em primeiro lugar o produto que estiver na prateleira do meio, por sinal a de fácil acesso.

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Analise este procedimento à luz dos critérios de valorimetria. Assumindo que a empresa adopta
o FIFO.
6. A Sociedade Gama Lda que se dedica aos serviços de publicidade em 30 de Novembro
apresentava conforme os valores das tabelas abaixo:
Moeda Montante Taxa de câmbio Valor em Meticais

Dólar (USD) 1.200,00 50,00 60.000,00


Rand (ZAR) 5.000,00 4,50 22.500,00
Total 82.500,00

Na data da elaboração da demonstração de resultados e o balanço final a situação cambial era


a seguinte:
Moeda Montante Taxa de
câmbio Valor em Meticais
Dólar (USD) 850,00 52,00 44.200,00
Rand (ZAR) 5.000,00 4,00 20.000,00
Total 64.200,00

a) Se as tabelas reflectirem os valores disponíveis no banco como regularizar?


b) Se a moeda estrangeira for de dívidas a pagar como regularizar?
7. Represente nos razões esquemáticos os valores da Carpintaria Madeira Nacional:
Mesas completas 50.000,00
Viatura 130.000,00
Máquina de serrar a madeira 32.000,00
Madeira 40.000,00
Empréstimos bancários 30.000,00
Resultados transitados 12.700,00
Despesas de energia 5.500,00
Mesas vendidas 100.000,00
Dívida da 2M 55.000,00

Nota: Para responder a questão primeiro deve codificar os elementos apresentados e conhecer
a natureza de cada conta.

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SUGESTÕES PARA LEITURA

Bibliografia:

✓ Básica:
• BORGES, António; Rodrigues, Azevedo; Rodrigues, Rogério (2004). Elementos de
Contabilidade Geral, Lisboa.
• IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE (2009) Decreto 70/2009 de 23 de Setembro,
Plano Geral de Contabilidade, BR I Série.
• MARION, J. Carlos, (2006), 8ª Edição. Contabilidade Básica, Atlas, São Paulo.
• PEREIRA, J. M. Esteves (1987), 8ª Edição. Contabilidade Básica, Plátano Editora, Lisboa.
3. PEREIRA, J. M. Esteves (1996). Contabilidade Geral, Plátano Editora.

✓ Complementar:
• OLIVEIRA, António de, Contabilidade Financeira, Editora Reis dos Livros
• PEREIRA, J. M. Esteves, Contabilidade e Escrituração, Plátano Editora, Lisboa.
• SÁ, A. Ribeiro de. Dicionário de Contabilidade, Atlas, São Paulo, 2005, 1ª Edição.

Referências on-line:

 www.forma-te.com/.../906-plano-oficial-de-contabilidade.html
 www.cnc.min-financas.pt/SNC_projecto/DL_SNC_anexo.pdf
 psynando.blogspot.com/2008/02/normalizao-contabilstica.html
 www.portal-gestao.com/.../2116-preparado-para-o-novo-sistema-de-normalizacao-
contabilistica
 pt.wikipedia.org/wiki/Terminologia
 pt.wikipedia.org/wiki/Portaria_(direito)
 www.trilogus.pt/downloads/poc_criterios.pdf

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CORRIGENDA DO CASO PRÁTICO DO CAPÍTULO I


1. Explique por que o uso das Contas assume capital importância no processo
contabilístico?
Sem o agrupamento dos elementos patrimoniais nas contas, o processo de produção de
informação contabilística seria muito difícil, porquanto o trabalho seria baseado em dados
dispersos, sem possibilidades de análise e comparações. Já com o uso das contas, estas
congregam elementos de natureza similar o que diminui o nível de dificuldade da
elaboração de demonstrações financeiras.

2. Classifique os seguintes elementos nas devidas Contas, até ao menor grau aplicável
recorrendo ao PGC-NIRF:

- Financiamento bancário, contraído pela empresa, no Banco EEE, por um período de


5 Anos.

4.3 Empréstimos obtidos

4.3.1 Empréstimos bancários

4.3.1.2. De médio e longo prazo

4.3.1.2.1. Banco EEE

- Renda do escritório, já paga

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.3.2 Fornecimentos e serviços

6.3.2.3.2 Rendas e alugueres

6.3.2.3.2.1 Renda do Escritório

- 250 pacotes de sumos, no armazém da Loja.

2.2 Mercadorias
2.2.3. Mercadorias em armazém

2.2.3.1 Sumos

- Saque nr 001, sobre a empresa Siyavuma, referente a 5 quilolitros de sumos de


ananás

4.1 Clientes
4.1.2 Clientes - títulos a receber

4.1.2.1 Siyavuma

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- Aceite nr 001, sobre Ring-Man, pelo fornecimento de 4 toneladas de papaia

4.2 Fornecedores
4.2.2 Fornecedores - Títulos a pagar

4.2.2.1 Ring-Man

- Despesas de Telefone e fax

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.3.2 Fornecimentos e serviços

6.3.2.2.4 Comunicações

6.3.2.2.4.1 Telefones e faxes

- Imposto descontado aos trabalhadores ainda por canalizar ao Estado;

4.4 Estado

4.4.2 Impostos retidos na fonte

4.4.2.1 Rendimentos de trabalho dependente

- Débito a Almeida Tovela

4.2 Fornecedores
4.2.2 Fornecedores - C/c

4.2.2.1 Almeida Tovela

- Vendas de mercadorias (rebuçados) a pronto pagamento

7.1 Vendas
7.1.1 Mercadorias

7.1.1.1 A pronto pagamento

7.1.1.1.2 Rebuçados

- Custo de 100 pacotes de sumos vendidos

6.1 Custo dos inventários


6.1.1 Custo dos inventários vendidos ou consumidos
6.1.1.2 De mercadorias
6.1.1.2.1 Sumos
- Processamento de ordenados

6.2 Gastos com o pessoal

6.2.2 Remunerações dos trabalhadores

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- Vencimentos líquidos dos trabalhadores ainda por pagar

4.6 Outros credores

4.6.2 Pessoal

4.6.2.2 Remunerações a pagar aos trabalhadores

- Pagamento de juros do financiamento obtido no Banco EEE

6.9 Gastos e perdas financeiros

6.9.1 Juros suportados

6.9.1.1 Empréstimos bancários

- Pagamento de Gasóleo, para a viatura Nissan Hardbody da Direcção Comercial

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.3.2 Fornecimentos e serviços

6.3.2.1.3 Combustíveis

6.3.2.1.3.1 Gasóleo

6.3.2.1.3.1.1 Gasóleo – Viaturas ligeiras de passageiros

- Pagamento do seguro das viaturas

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.3.2 Fornecimentos e serviços

6.3.2.3.3 Seguros

6.3.2.3.3.2 Seguro automóvel

- Créditos ao sr. Maningue Nice, revendedor

4.1 Clientes

4.1.1 Clientes c/c

4.1.1.1 Maningue Nice

- Pagamento de publicidade numa revista

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.3.2 Fornecimentos e serviços

6.3.2.2.7 Publicidade e propaganda

6.3.2.2.7.2 Publicidade e propaganda – Outros

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CORRIGENDA DO CASO PRÁTICO DO CAPÍTULO II

1.

a. O Contabilista não deverá proceder desse modo, sob o risco de ferir o Princípio
do Custo Histórico, que preconiza que os registos contabilísticos devem basear-
se em custos de aquisição ou de produção dos bens ou serviços.

b. Não concordaria com a decisão do grupo, uma vez que este tenciona criar uma
empresa com uma duração já prevista, o que é contra o Princípio da
Continuidade que considera que a empresa opera continuamente, com duração
ilimitada.

c. a) Não.
b) Entrar em contacto com o fornecedor para a obtenção dos documentos. Na
impossibilidade, poderia socorrer-se das contas de acrescimentos e diferimentos
para registar o valor estimado e posteriormente proceder ao ajustamento ou
regularização, já na posse da documentação definitiva.

c) Não. Fere o Princípio do custo histórico.

2.
A afirmação não corresponde à verdade, uma vez que existem normas e critérios
estipulados para o registo contabilístico das transacções. Há que seguir o preceituado
pela normalização contabilística.

3. Focalizaria a atenção aos critérios estipulados para cada massa patrimonial:


Disponibilidades (falaria dos critérios de conversão de moeda), Contas a receber e a
pagar, Inventários (FIFO, LIFO, Custo médio ponderado) e, por aí em diante. (Aqui são
de aceitar outros raciocínios., desde que enquadrados)
4. Não. A contabilização tem de ser feita em Meticais. Para tal há que converter os 1.200
dólares para Meticais, ao câmbio em vigor na data da transacção.
5. Na valorização das saídas há que estipular e obedecer um critério de valorimetria, que
deverá ser consistente, na medida do possível com o aspecto da localização física do
produto. Ora, se o fiel de armazém opta por fornecer os produtos que lhe sejam de fácil
a acesso, isso significa que mesmo o produto mais recente vai ser deixado na prateleira
do meio, e será o primeiro a sair (que já é o LIFO) o que vai prejudicar o produto que
estiver mais longe, sob o risco de deterioração, uma vez que ele não é usado. Agindo
desta forma a empresa não tem como controlar os prazos de validade dos produtos.

6.
a) Se as tabelas reflectirem os valores disponíveis no banco como regularizar?

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Diferença Valor
Moeda
850,00 2,00 1.700,00 A diferença de câmbio total é desfavorável
5.000,00 -0,50 -2.500,00 porque a empresa estaria a perder 800,00 Mts na
Total -800,00 regularização conforme ilustra a tabela.

b) Se a moeda estrangeira for de dívidas a pagar como regularizar?


Olhando para a tabela da alínea anterior a diferença de câmbio total é favorável porque a
empresa estaria a ganhar 800,00 Mts no pagamento das suas dívidas aquando da comparação
do cenário inicial da dívida.
7.

Código
Mesas completas 50.000,00 23
Viatura 130.000,00 32
Máquina de serrar a madeira 32.000,00 32
Madeira 40.000,00 26
Empréstimos bancários 30.000,00 43
Resultados transitados 12.700,00 59
Despesas de energia 5.500,00 63
Mesas vendidas 100.000,00 71
Dívida da 2M 55.000,00 41

D 23 Produtos acabados C D 26 Matéria prima C


50.000,00 40.000,00

D 32 Activos Tangíveis C D 41 Clientes C


162.000,00 55.000,00

D 43 Empréstimos Obtidos C D 59 Resultados transit. C


30.000,00 12.700,00

D 63 Fornec. Serv. Terceiros C D 71 Vendas C


5.500,00 100.000,00

Veja que dependendo da natureza de cada conta existem valores que aparecem no débito e
valores que aparecem no crédito, atenção não se trata de contabilização dos elementos, mas
apenas uma representação gráfica das contas dos elementos patrimoniais acima expostos. A
conta 32 Activos Tangíveis aparece duas vezes por isso mostra-se a soma dos seus valores
(130.000,00 + 32.000,00)

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