Você está na página 1de 51

Mecânica Analítica

MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

Dinâmica Hamiltoniana
Licenciatura em Física

Prof. Nelson Luiz Reyes Marques


Princípio de Hamilton
Dado um sistema mecânico holônomo, o caminho real que uma
partícula percorre entre dois pontos 1 e 2 em um dado intervalo de
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

tempo, de t1 a t2, é tal que a integral de ação


𝑡1
𝑆 = න 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡 𝑑𝑡
𝑡1
é estacionária, quando considerada ao longo do caminho real.

➢ O movimento executado por um sistema mecânico é aquele


que minimiza a ação.
➢ Todas as leis físicas podem ser expressas num principio
variacional.
Princípio de Hamilton

▪ Um caminho de uma partícula é determinado pela 2º lei de


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

Newton 𝐹Ԧ = 𝑚𝑎.
Ԧ

▪ O caminho é determinado pelas três equações de Lagrange,


𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝐿
pelo menos em coordenadas cartesianas. = ሶ
,
𝜕𝑥 𝑑𝑡 𝜕𝑥
𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝐿
= 𝑒 = .
𝜕𝑦 𝑑𝑡 𝜕 𝑦ሶ 𝜕𝑧 𝑑𝑡 𝜕𝑧ሶ

▪ O caminho é determinado pelo princípio de Hamilton.


Princípio de Hamilton

De todos os caminhos possíveis nos quais um sistema dinâmico


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

pode se mover de um ponto a outro em um intervalo de tempo


específico (consistente com quaisquer restrições), o caminho
real seguido é aquele que minimiza a integral de tempo da
diferença entre as energias cinética e potenciais.

𝑡2
𝛿𝑆 = 𝛿 න 𝑇 − 𝑉 𝑑𝑡 = 0
𝑡1

𝑡2
𝛿𝑆 = 𝛿 න 𝐿(𝑞1 , … , 𝑞𝑛 , 𝑞ሶ 1 , … , 𝑞ሶ 𝑛 , 𝑡)𝑑𝑡 = 0
𝑡1
Momentos generalizados (canônicos)

Para qualquer sistema holonômico, a segunda lei de Newton é


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

equivalente a 𝑛 equações de Lagrange

𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝐿
= 𝑖 = 1, … , 𝑛
𝜕𝑞 𝑑𝑡 𝜕𝑞ሶ

e as equações de Lagrange são, por sua vez, equivalentes ao


princípio de Hamilton.

Se 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝐿
= 0, 𝑙𝑜𝑔𝑜, =0
𝜕𝑞𝑖 𝑑𝑡 𝜕𝑞ሶ

𝜕𝐿
Conclui-se que = 𝐶𝑇𝐸
𝜕𝑞ሶ 𝑖
Momentos generalizados (canônicos)

𝜕𝐿 𝜕 𝑇−𝑉 𝜕𝑇
= 𝐶𝑇𝐸 → = = 𝑚𝑞ሶ 𝑖 = 𝑝𝑖 = 𝐶𝑇𝐸
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝜕𝑞ሶ 𝑖 𝜕𝑞ሶ 𝑖 𝜕𝑞ሶ 𝑖

Isto ocorre quando o sistema é conservativo e a energia potencial V


depende somente das coordenadas generalizadas.

𝜕𝑇
𝑝𝑖 =
𝜕𝑞ሶ 𝑖

Escrevendo em termos do lagrangeano 𝐿 = 𝑇 − 𝑉, temos

𝜕𝐿
𝑝𝑖 =
𝜕𝑞ሶ 𝑖
Momentos generalizados (canônicos)

Resumidamente, podemos escrever que o i-ésimo momento


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

generalizado 𝑝𝑖 é definido pela derivada

𝝏𝑳
𝒑𝒊 =
𝝏𝒒ሶ 𝒊
𝜕𝐿
Se = 0, então dizemos que a coordenada 𝑞𝑖 é ignorável ou
𝜕𝑞𝑖
cíclica (sistema fechado) e o momento correspondente é constante.

Se a lagrangiana de um sistema (não necessariamente fechado) é


invariável em relação à translação em uma certa direção, então a
quantidade de movimento linear 𝑝Ԧ do sistema naquela direção é
constante no tempo.
Momentos generalizados (canônicos)

Retomado a equação de Lagrange


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿
− =0 → 𝑝𝑖 − = 0 → 𝑝ሶ 𝑖 − =0
𝑑𝑡 𝜕𝑞ሶ 𝜕𝑞 𝑑𝑡 𝜕𝑞 𝜕𝑞

𝜕𝐿
𝑝ሶ 𝑖 =
𝜕𝑞

Estas equações podem ser chamadas de equação de movimento de


Lagrange
𝝏𝑳 𝝏𝑳
𝒑𝒊 = 𝒑ሶ 𝒊 =
𝝏𝒒ሶ 𝒊 𝝏𝒒𝒊
Princípio de Hamilton
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

L q, 𝑞,ሶ 𝑡 ⟹ 𝐻(𝑝, 𝑞, 𝑡)

➢ As equações de 1º ordem. A consequência é que duplica o


número de equações.
➢ Leis de conservação.
➢ Transição da Mecânica Clássica para a Mecânica Quântica.
➢ Tratar o momento como um grandeza fundamental. O
momento passa a ser uma variável dinâmica independente
das coordenadas (base da quantização).
Equações de Hamilton

A descrição hamiltoniana envolve a substituição das variáveis 𝑞, 𝑞ሶ


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

por 𝑞, 𝑝 em todas as grandezas mecânicas, e a introdução de uma


função 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 em lugar da lagrangiana 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡 para gerar a
dinâmica. Tal mudança de descrição realiza-se mediante uma
transformação de Legendre (largamente utilizadas na
termodinâmica), que no presente contexto consiste na substituição
das velocidades generalizadas pelos momentos canônicos como
variáveis básicas e na introdução da função de Hamilton ou,
simplesmente hamiltoniano 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 definida por

𝑯 𝒒, 𝒑, 𝒕 = ෍ 𝒒ሶ 𝒊 𝒑𝒊 − 𝑳 𝒒, 𝒒,ሶ 𝒕
𝒊=𝟏
Equações de Hamilton

Se um sistema for conservativo, o hamiltoniano 𝐻 pode ser


interpretado como a energia total (cinética e potencial) do sistema.
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑯=𝑻+𝑽
Considerando que 𝐿 = 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡 , temos
𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑑𝐿 = ෍ 𝑑𝑞𝑖 + ෍ 𝑑𝑞ሶ 𝑖 + ෍ 𝑑𝑡
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑞ሶ 𝑖 𝜕𝑡
𝑖 𝑖 𝑖

como 𝜕𝐿
𝑝𝑖 =
𝜕𝑞ሶ 𝑖
𝜕𝐿 𝜕𝐿
Podemos escrever 𝑑𝐿 = ෍ 𝑑𝑞𝑖 + ෍ 𝑝𝑖 𝑑𝑞ሶ 𝑖 + ෍ 𝑑𝑡
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑡
𝑖 𝑖 𝑖
Equações de Hamilton
Tendo em conta que podemos escrever 𝑝𝑖 𝑑𝑞ሶ 𝑖 = 𝑑 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 ,
temos,
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑑𝐿 = ෍ 𝑑𝑞𝑖 + ෍ 𝑑 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 + ෍ 𝑑𝑡
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑡
𝑖 𝑖 𝑖

𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑑 ෍ 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 − ෍ 𝑑𝑞𝑖 − 𝑑𝑡
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑡
𝑖 𝑖 𝑖

𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 − ෍ 𝑑𝑞𝑖 − 𝑑𝑡
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑡
𝑖 𝑖
𝜕𝐿
Como 𝑝ሶ 𝑖 =
𝜕𝑞𝑖
𝜕𝐿
Podemos escrever 𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 − ෍ 𝑝ሶ 𝑖 𝑑𝑞𝑖 − 𝑑𝑡
𝜕𝑡
𝑖 𝑖
Equações de Hamilton

𝜕𝐿
𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 − ෍ 𝑝ሶ 𝑖 𝑑𝑞𝑖 − 𝑑𝑡
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝜕𝑡
𝑖 𝑖

Por outro lado, como 𝐻 = 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 , podemos escrever

𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑑𝐻 = ෍ 𝑑𝑞𝑖 + ෍ 𝑑𝑝𝑖 + ෍ 𝑑𝑡
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑡
𝑖 𝑖 𝑖

Comparando as relações, temos


𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑞ሶ 𝑖 = 𝑝ሶ 𝑖 = −
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑞𝑖

e como subproduto,
𝜕𝐻 𝜕𝐿
=−
𝜕𝑡 𝜕𝑡
Equações de movimento de Hamilton
As equações
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝝏𝑯 𝝏𝑯
𝒒ሶ 𝒊 = 𝒑ሶ 𝒊 = −
𝝏𝒑𝒊 𝝏𝒒𝒊

são conhecidas como equações de movimento de Hamilton ou


equações canônicas de Hamilton e formam um conjunto de 2𝑛
equações diferenciais de primeira ordem equivalentes ao sistema de 𝑛
equações de segunda ordem de Lagrange. As quantidades 𝑝, 𝑞 são
chamadas variáveis canônicas e o espaço cartesiano de 2𝑛
dimensões cujos pontos são representados pelas 2𝑛 − 𝑢𝑝𝑙𝑎𝑠
𝑞, 𝑝 ≡ 𝑞1 , … , 𝑞𝑛 , 𝑝1 , … , 𝑝𝑛 é chamado de espaço de fase.
Um ponto no espaço de fase define o estado do sistema (posições e
velocidade das partículas) num dado instante.
Exemplo 1
Considere uma partícula de massa m sujeita a uma força conservativa
F num espaço tridimensional. Determine às equações de movimento
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

pelo formalismo hamiltoniano.


➢ Solução: Partimos da lagrangiana
1
L = 𝑚(𝑥ሶ 2 + 𝑦ሶ 2 + 𝑧ሶ 2 − 𝑉(𝑥, 𝑦, 𝑧)
2
Temos os momenta canônicos e as velocidades expressas através deles:
Exemplo 1
𝑛
A hamiltoniana então se escreve como 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑖=1
1
𝐻 = 𝑝𝑥 𝑥ሶ + 𝑝𝑦 𝑦ሶ + 𝑝𝑧 𝑧ሶ − 𝑚(𝑥ሶ 2 + 𝑦ሶ 2 + 𝑧ሶ 2 + 𝑉(𝑥, 𝑦, 𝑧)
2
Eliminando as velocidades temos
𝑝𝑥2 𝑝𝑦2 𝑝𝑧2
𝐻= + + + 𝑉(𝑥, 𝑦, 𝑧)
2𝑚 2𝑚 2𝑚
As equações canônicas são então:
𝑝𝑥 𝜕𝑉
𝜕𝐻 𝑥ሶ = ; 𝑝𝑥ሶ = −
𝑚 𝜕𝑥
𝑞ሶ 𝑖 = 𝑝𝑦
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑉
𝑦ሶ = ; 𝑝𝑦ሶ = −
𝜕𝐻 𝑚 𝜕𝑦
𝑝ሶ 𝑖 = − 𝑝𝑧 𝜕𝑉
𝜕𝑞𝑖 𝑧ሶ = ; 𝑝𝑧ሶ = −
𝑚 𝜕𝑧
Exemplo 1

A fim de compara com as equações de movimento de Newton ou de


Lagrange, que são equações de diferenciais de segunda ordem no
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

tempo, basta tomar a derivada temporal do primeiro grupo e usar o


segundo grupo para escrever quem são os 𝑝:ሶ

𝜕𝑉
𝑝𝑥ሶ −
𝑥ሷ = = 𝜕𝑥 → 𝑚𝑥ሷ = 𝐹𝑥
𝑚 𝑚
𝜕𝑉
𝑝𝑦ሶ −
𝜕𝑦
𝑦ሷ = = → 𝑚𝑦ሷ = 𝐹𝑦
𝑚 𝑚
𝜕𝑉
𝑝𝑧ሶ −
𝑧ሷ = = 𝜕𝑧 → 𝑚𝑧ሷ = 𝐹𝑧
𝑚 𝑚
Exemplo 2
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

Considere uma conta deslizando em um fio rígido reto e sem atrito, o


qual está sobre o eixo x, conforme a figura. A conta tem massa m e
está sujeita a uma força conservativa, com energia potencial V(x).
Obtenha a Lagrangiana e a equação de Lagrange para o movimento.
Determine a Hamiltoniana e as equações de Hamilton e compare os
dois métodos.
Exemplo 2

Vamos considerar a coordenada generalizada q a coordenada x.


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

1
𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚𝑥ሶ 2 − 𝑉(𝑥)
2

A equação de Lagrange correspondente é

d 𝜕L 𝜕L 𝜕L d 𝜕L
− =0 → =
dt 𝜕𝑥ሶ 𝜕𝑥 𝜕𝑥 dt 𝜕𝑥ሶ

𝜕L d 𝜕L d 𝜕L 𝑑𝑉
= → = 𝑚𝑥ሷ 𝑜𝑢 − = 𝑚𝑥ሷ
𝜕𝑥 dt 𝜕𝑥ሶ dt 𝜕𝑥ሶ 𝑑𝑥

que é justamente a equação de Newton, 𝐹 = 𝑚𝑎, como esperávamos.


Exemplo 2

Para obter o formalismo Hamiltoniano, devemos primeiramente


encontrar o momento generalizado.
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝜕𝐿
𝑝= = 𝑚𝑥ሶ
𝜕𝑥ሶ
Como era esperado, esse é o momento convencional 𝑝 = 𝑚𝑣. Essa
𝑝
equação pode ser resolvida, resultando em 𝑥ሶ = , que pode ser
𝑚
substituída na Hamiltoniana, levando a

𝑝2 𝑝2 𝑝2
H = 𝑝𝑥ሶ − 𝐿 = − −𝑉 𝑥 = + 𝑉(𝑥)
𝑚 2𝑚 2𝑚
onde
2
1 𝑝
𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚𝑥ሶ 2 − 𝑉 𝑥 = −𝑉 𝑥
2 2𝑚
Exemplo 2

𝑝2 𝑝2 𝑝2
H = 𝑝𝑥ሶ − 𝐿 = − −𝑉 𝑥 = + 𝑉(𝑥)
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑚 2𝑚 2𝑚
A expressão da hamiltoniana corresponde a energia total.

As equações de Hamilton são


𝜕𝐻 𝑝 𝜕𝐻 𝑑𝑉
𝑥ሶ = = 𝑒 𝑝ሶ = =−
𝜕𝑝 𝑚 𝜕𝑥 𝑑𝑥
A primeira dessas é, do ponto de vista Newtoniano, justamente a
definição tradicional do momento e, quando substituímos essa definição
na segunda equação, ela nos leva, outra vez, a 𝑚𝑥ሷ = −
𝑑𝑉
𝑑𝑥
.
Como tinha de ser para ocaso, Newton, Lagrange e Hamilton
conduzem à mesma equação familiar. Neste exemplo simples, nem
Lagrange nem Hamilton tem qualquer vantagem sobre Newton.
Exemplo 3

Considere a máquina de Atwood da figura.


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

Pelos dados da figura, temos


1 1
𝑇 = 𝑚1 𝑥ሶ + 𝑚2 𝑥ሶ 2
2
2 2
𝑉 = −𝑚1 𝑔𝑥 − 𝑚2 𝑔 𝑙 − 𝑥
Desprezando o termo constante, temos
𝑉 = −𝑚1 𝑔𝑥 + 𝑚2 𝑔𝑥

𝐿 =𝑇−𝑉
Exemplo 3

𝐿 =𝑇−𝑉
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

1
𝐿 = 𝑚1 + 𝑚2 𝑥ሶ 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥
2
A expressão do hamiltoniano é dada por
𝐻 = 𝑞ሶ 𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿 = 𝑝𝑥ሶ − 𝐿
1
𝐻 = 𝑝𝑥ሶ − 𝐿 = 𝑝𝑥ሶ − 𝑚1 + 𝑚2 𝑥ሶ 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥
2
O hamiltoniano deve ser escrito apenas em termos de coordenadas
e momentos, eliminando as velocidades.

𝜕𝐿
𝑝= = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑥ሶ
𝜕𝑥ሶ
Exemplo 3

Substituindo a equação 𝜕𝐿
𝑝= = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑥ሶ
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝜕𝑥ሶ
no hamiltoniano
1
𝐻 = 𝑝𝑥ሶ − 𝑚1 + 𝑚2 𝑥ሶ 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥
2
obtemos

𝑝2
𝐻= 2
+ 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥
2 𝑚1 + 𝑚2
Exemplo 3

𝑝2
𝐻= + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

2 𝑚1 + 𝑚2 2

Calculando as equações de Hamilton

𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝑝
𝑞ሶ 𝑖 = → 𝑥ሶ = =
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑝 𝑚1 + 𝑚2

𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑝ሶ 𝑖 = − → 𝑝ሶ = − = 𝑚1 − 𝑚2 𝑔
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑥

Combinando as duas expressões, obtemos a expressão para a


aceleração com que as massas se deslocam
𝑚1 − 𝑚2
𝑥ሷ = 𝑔
𝑚1 + 𝑚2
Exemplo 4

Utilizando o método hamiltoniano para encontrar as equações de


movimento de uma partícula de massa m restringido para mover na
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

superfície de um cilindro definido por 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑅2 . A partícula está


sujeita à força direcionada diretamente à origem e é proporcional à
distância da partícula da origem: 𝐹Ԧ = −𝑘𝑟.Ԧ
Exemplo 4

O potencial correspondente a força 𝐹Ԧ = −𝑘 𝑟Ԧ é


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

1 2 1 1
𝑉 = 𝑘𝑟 = 𝑘 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 𝑘 𝑅2 + 𝑧 2
2 2 2
2 2 2
O quadrado da velocidade em coordenadas cilíndricas é
𝑣 2 = 𝑅ሶ 2 + 𝑅2 𝜃ሶ 2 + 𝑧ሶ 2
Neste caso, R é uma constante, então a energia cinética é
1
𝑇 = 𝑚 𝑅2 𝜃ሶ 2 + 𝑧ሶ 2
2
Podemos escrever, agora, a lagrangiana, como

1 1
2 ሶ
𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑅 𝜃 + 𝑧ሶ − 𝑘 𝑅2 + 𝑧 2
2 2
2 2
Exemplo 4

As coordenadas generalizadas são 𝜃 e 𝑧, e as quantidades de


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

movimento generalizadas são


𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑝𝜃 = = 𝑚𝑅2 𝜃ሶ 𝑒 𝑝𝑧 = = 𝑚𝑧ሶ
𝜕𝜃ሶ 𝜕𝑧ሶ

Neste caso a hamiltoniana é somente a energia total e como  não


ocorre explicitamente, temos

𝑝𝜃2 𝑝𝑧2 1 2
𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧 =𝑇+𝑉 = 2
+ + 𝑘𝑧
2𝑚𝑅 2𝑚 2
1
onde o termo constante 𝑘𝑅2 foi suprimido.
2
Exemplo 4

𝑝𝜃2 𝑝𝑧2 1 2
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧 = 2
+ + 𝑘𝑧
2𝑚𝑅 2𝑚 2

As equações de movimento são encontradas pelas equações


canônicas

𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝑝𝜃
𝑝ሶ 𝜃 = − =0 𝜃ሶ = =
𝜕𝜃 𝜕𝑝𝜃 𝑚𝑅2

𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝑝𝑧
𝑝ሶ𝑧 = − = −𝑘𝑧 𝑧ሶ = =
𝜕𝑧 𝜕𝑝𝑧 𝑚
Exemplo 4

Observe que as equações de movimento generalizadas e as equações


de movimento obtidas pelas equações canônicas levam aos mesmos
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

resultados
𝜕𝐿 𝜕𝐻 𝑝𝜃
𝑝𝜃 = 2
= 𝑚𝑅 𝜃 ሶ 𝑒 ሶ
𝜃= =
𝜕𝜃ሶ 𝜕𝑝𝜃 𝑚𝑅2
𝜕𝐿 𝜕𝐻 𝑝𝑧
𝑝𝑧 = = 𝑚𝑧ሶ 𝑒 𝑧ሶ = =
𝜕𝑧ሶ 𝜕𝑝𝑧 𝑚

Resulta que 𝑝𝜃 = 𝑚𝑅2 𝜃ሶ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒


Exemplo 5

Utilize o método de Hamilton para encontrar as equações do


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

movimento para um pêndulo esférico de massa m e comprimento b.


Exemplo 5

As coordenadas generalizadas são 𝜃 e 𝜙. A energia cinética é


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

1 1
𝑇 = 𝑚𝑏 𝜃 + 𝑚𝑏 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃𝜙ሶ 2
2 ሶ 2
2 2
A única força que age no pêndulo (além do ponto do suporte) é a
gravidade, e definimos o potencial zero como estando no ponto de
conexão do pêndulo.
𝑉 = −𝑚𝑔𝑏 cos 𝜃
Podemos escrever, agora, a lagrangiana, como
1 1
𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 𝑚𝑏 𝜃 + 𝑚𝑏 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃𝜙ሶ 2 + 𝑚𝑔𝑏 cos 𝜃
2 ሶ2
2 2
As quantidades de movimento generalizadas são, então
𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑝𝜃 = = 𝑚𝑏 2 𝜃ሶ 𝑒 𝑝𝜙 = = 𝑚𝑏 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝜙ሶ
𝜕𝜃ሶ 𝜕𝜙ሶ
Exemplo 5

Podemos determinar a hamiltoniana pela equação 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 =


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

σ𝑛𝑖=1 𝑞ሶ 𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡 ou por 𝐻 = 𝑇 + 𝑉

2
1 𝑝𝜃
2
1 𝑚𝑏 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑝𝜙
𝐻 = 𝑇 + 𝑉 = 𝑚𝑏 2 + − 𝑚𝑔𝑏 cos 𝜃
2 𝑚𝑏 2 2 2
2 𝑚𝑏 𝑠𝑒𝑛 2 2

2
𝑝𝜃2 𝑝𝜙
𝐻= 2
+ 2 2
− 𝑚𝑔𝑏 cos 𝜃
2𝑚𝑏 2𝑚𝑏 𝑠𝑒𝑛 𝜃
Exemplo 5
2
𝑝𝜃2 𝑝𝜙
𝐻= + − 𝑚𝑔𝑏 cos 𝜃
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

2𝑚𝑏 2 2 2
2𝑚𝑏 𝑠𝑒𝑛 𝜃
As equações de movimento são
𝜕𝐻 𝑝𝜃 𝜕𝐻 𝑝𝜙
𝜃ሶ = = 𝜙ሶ = = 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃
𝜕𝑝 𝑚𝑏 2 𝜕𝑝𝜙 𝑚𝑏
𝜃
2
𝜕𝐻 𝑝𝜙 cos 𝜃
𝑝ሶ 𝜃 = − = 2 3
− 𝑚𝑔𝑏 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝜕𝜃 𝑚𝑏 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝜕𝐻
𝑝ሶ 𝜙 = − =0
𝜕𝜙
Porque 𝜙 é cíclico, a quantidade de movimento 𝑝𝜙 sobre o eixo
de simetria é constante.
Exemplo 6 – Reconsiderando o Exemplo 13 da parte 1.

Uma conta desliza ao longo de uma haste retilínea lisa que gira com
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

velocidade angular constante num plano horizontal. Descreva seu


movimento pelo formalismo de Lagrange, obtenha a hamiltoniana e
estude a sua conservação, assim como a da energia.
Exemplo 6

Seja 𝑥𝑦 o plano horizontal que contém a haste e usemos as


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

coordenadas polares para localizar a massa 𝑚. As varáveis 𝑟, 𝜃 não


podem ser tomadas como coordenadas generalizadas porque 𝜃 é
forçada a obedecer à restrição 𝜃 − 𝜔𝑡 = 0, que é um vínculo
holônomo da forma 𝑓 𝑞1 , … , 𝑞𝑛 , 𝑡 = 0, onde 𝜔 é a velocidade
angular da haste, suposta conhecida. O sistema possui somente um
grau de liberdade (movimento radial) e podemos escolher 𝑞1 = 𝑟
como coordenada generalizada. A energia cinética pode ser escrita na
forma
𝑚 2 𝑚 2
𝑇= 𝑟ሶ + 𝑟 𝜃ሶ =
2 2 𝑟ሶ + 𝜔2 𝑟 2
2 2

Onde usamos 𝜃ሶ = 𝜔.
Exemplo 6

Adotando o nível zero do potencial gravitacional no plano do


movimento, a lagrangiana do sistema se reduz à energia cinética:
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑚 2
𝐿 =𝑇−𝑉 = 𝑟ሶ + 𝜔2 𝑟 2
2
Dispondo da lagrangiana expressa exclusivamente em função de
𝑟 𝑒 𝑟,ሶ a equação de movimento do sistema é imediatamente obtida:

d 𝜕L 𝜕L 𝑑
− =0 → 𝑚𝑟ሶ − 𝑚𝜔2 𝑟 = 0 → 𝑟ሷ = 𝜔2 𝑟
dt 𝜕𝑟ሶ 𝜕𝑟 𝑑𝑡

Conclui-se que a conta tende a se afastar do eixo de rotação em


consequência da “força centrifuga”, que é o resultado bem conhecido.
Exemplo 6
𝑚 2
Como a lagrangiana do sistema é 𝐿 =𝑇−𝑉 = 𝑟ሶ + 𝜔2 𝑟 2
2
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

que coincide com a energia cinética da conta. Neste caso, 𝑝𝑟 = 𝑚𝑟ሶ e

𝑝𝑟2 𝑚𝜔2 2
𝐻 =𝑇+𝑉 → 𝐻=𝑇= − 𝑟
2𝑚 2
que não é a energia total (puramente cinética) da conta. Entretanto, 𝐻
𝜕𝐻
é constante de movimento porque = 0. Por outro lado a energia
𝜕𝑡
total
𝑝𝑟2 𝑚𝜔2 2
𝐸=𝑇= + 𝑟
2𝑚 2

não se conserva porque a força de vínculo realiza trabalho por ocasião


do deslocamento real da partícula.
Exemplo 6

H é a “energia total” do sistema de referência girante.


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑝𝑟2 𝑚𝜔2 2
𝐻 =𝑇+𝑉 → 𝐻=𝑇= − 𝑟
2𝑚 2

▪ Também pode acontecer casos em que a H coincide com a


energia total mas não se conserva devido a uma
dependência temporal explicita (Goldstein 1980)
Exemplo 7

Construa a lagrangiana e as equações de Hamilton para o oscilador


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

harmônico unidimensional, com massa m e constante da força k.


1 1
A energia cinética é 𝑇 = 𝑚𝑥ሶ 2 e a energia potencial é 𝑉 = 𝑘𝑥 2 =
2 2
1 𝑘
𝑚𝜔2 𝑥 2 se introduzimos a frequência natural 𝜔 = .
2 𝑚

1 2
1 2
𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚𝑥ሶ − 𝑘𝑥
2 2

ou

1 1
𝐿 = 𝑚𝑥ሶ − 𝑚𝜔2 𝑥 2
2
2 2
Exemplo 7
𝜕𝑇
O momento generalizado é 𝑝 = ሶ = 𝑚𝑥ሶ , podemos escrever a
𝜕𝑥
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

energia cinética como


2
1 𝑝
𝑇 = 𝑚𝑥ሶ 2 =
2 2𝑚

e a Hamiltoniana (escrita como função de x e p) é

𝑝2
𝐻 =𝑇+𝑉 = + 𝑚𝜔2 𝑥 2
2𝑚

Logo, as equações de Hamilton são

𝜕𝐻 𝑝 𝜕𝐻
𝑥ሶ = = 𝑒 𝑝ሶ = − = −𝑚𝜔2 𝑥
𝜕𝑝 𝑚 𝜕𝑥
Exemplo 8

Para o pêndulo de comprimento L que se move no plano vertical,


vinculado a uma mola de constante elástica k, que se move somente no
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

plano vertical, obtenha as equações de Hamilton para o movimento do


sistema.
Exemplo 8

Para esse problema, vamos escolher as coordenadas generalizadas (y,


), pois  descreve o movimento da massa em relação ao ponto de
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

apoio e y descreve a variação desse ponto de apoio, em relação ao


teto, por exemplo, que vamos tomar como ponto de referencia. Com
isso, podemos escrever a energia cinética e a energia potencial como:
𝑚 2 𝑘
𝑇= 𝑦ሶ + 𝐿2 𝜃ሶ 2 𝑉 = 𝑦 − 𝑦0 2
− 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2 2
Assim, a Lagrangeana fica
𝑚 2 𝑘
𝐿 =𝑇−𝑉 = 2 ሶ 2
𝑦ሶ + 𝐿 𝜃 − 𝑦 − 𝑦0 2 + 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2 2
𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑝𝜃 = = 𝑚𝐿2 𝜃ሶ 𝑒 𝑝𝑦 = = 𝑚𝑦ሶ
𝜕𝜃ሶ 𝜕𝑦ሶ
Exemplo 8

Assim, a Hamiltoniana fica


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑚 𝑘
H= 𝑇 + 𝑉 = 𝑦ሶ 2 + 𝐿2 𝜃ሶ 2 + 𝑦 − 𝑦0 2 − 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2 2

𝑝𝜃 2 𝑝𝑦 2 𝑘 2
𝐻= 2
+ + 𝑦 − 𝑦0 − 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2𝑚𝐿 2𝑚 2

Logo, as equações de Hamilton são

𝜕𝐻 𝑝𝜃 𝜕𝐻
𝜃ሶ = = 𝑒 𝑝ሶ 𝜃 = − = −𝑚𝑔𝐿 sin 𝜃
𝜕𝑝𝜃 𝑚𝐿2 𝜕𝜃

𝜕𝐻 𝑝𝑦 𝜕𝐻
𝑦ሶ = = 𝑒 𝑝ሶ𝑦 = − = −𝑘 𝑦 − 𝑦0 + 𝑚𝑔
𝜕𝑝𝑦 𝑚 𝜕𝑦
Exemplo 8

Outra Solução: já conhecemos a Lagrangiana


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑚 2 2 ሶ2
𝑘
𝐿= 𝑦ሶ + 𝐿 𝜃 − 𝑦 − 𝑦0 2 + 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2 2
𝜕𝐿 𝑝𝜃
𝑝𝜃 = = 𝑚𝐿 𝜃 → 𝜃ሶ =
2 ሶ
𝜕𝜃ሶ 𝑚𝐿2
𝜕𝐿 𝑝𝑦
𝑝𝑦 = = 𝑚𝑦ሶ → 𝑦ሶ =
𝜕𝑦ሶ 𝑚
𝑛
A hamiltoniano definida por 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡
𝑖=1
𝑝𝜃 𝑝𝑦 𝑚 2 𝑘
𝐻= 𝑝 + 𝑝 − 2 ሶ 2
𝑦ሶ + 𝐿 𝜃 − 𝑦 − 𝑦0 2 + 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
𝑚𝐿2 𝜃 𝑚 𝑦 2 2

𝑝𝜃2 𝑝𝑦2 𝑘 2
𝐻= 2
+ + 𝑦 − 𝑦0 − 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2𝑚𝐿 2𝑚 2
Exemplo 8

𝑝𝜃2 𝑝𝑦2 𝑘 2
MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝐻= 2
+ + 𝑦 − 𝑦0 − 𝑚𝑔 𝑦 + 𝐿 cos 𝜃
2𝑚𝐿 2𝑚 2

Logo, as equações de Hamilton são

𝜕𝐻 𝑝𝜃 𝜕𝐻
𝜃ሶ = = 𝑒 𝑝ሶ 𝜃 = − = −𝑚𝑔𝐿 sin 𝜃
𝜕𝑝𝜃 𝑚𝐿2 𝜕𝜃

𝜕𝐻 𝑝𝑦 𝜕𝐻
𝑦ሶ = = 𝑒 𝑝ሶ𝑦 = − = −𝑘 𝑦 − 𝑦0 + 𝑚𝑔
𝜕𝑝𝑦 𝑚 𝜕𝑦
Exemplo 9

Determinar hamiltoniana de uma partícula carregada em um campo


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

eletromagnético externo.

Como visto anteriormente, a lagrangeana da partícula é

𝑚𝑣 2 𝑒
𝐿 =𝑇−𝑈 = − 𝑒𝜙 + 𝑣Ԧ ∙ 𝐴Ԧ
2 𝑐

e o momento canônico é dado por

𝜕𝐿 𝑒
𝑝𝑖 = = 𝑚𝑥ሶ 𝑖 + 𝐴𝑖 𝑟,
Ԧ𝑡 , 𝑖 = 1, 2,3
𝜕𝑥ሶ 𝑖 𝑐
𝑒
𝑝Ԧ = 𝑚𝑣Ԧ − 𝐴Ԧ
𝑐
Exemplo 9

logo, a correspondente hamiltoniana é


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

𝑒 1 𝑒
𝐻 = 𝑝Ԧ ∙ 𝑣Ԧ − 𝐿 = 𝑝Ԧ + 𝐴 ∙ 𝑣Ԧ − 𝑚𝑣Ԧ + 𝑒𝜙 − 𝐴Ԧ ∙ 𝑣Ԧ =
Ԧ 2
𝑐 2 𝑐
1 1
= 𝑚𝑣Ԧ + 𝑒𝜙 = 𝑚𝑣Ԧ 2 + 𝑒𝜙
2
2 2

1 𝑒
𝐻= 𝑝Ԧ + 𝐴Ԧ + 𝑒𝜙
2𝑚 𝑐
Exemplo 10:

Determinar hamiltoniana de uma partícula livre relativística.


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

Como visto anteriormente, a lagrangeana da partícula é

𝑣2 𝑣 2
𝐿 = 𝛼𝑐 1 − 2 = −𝑚𝑐 2 1 − 2
𝑐 𝑐
Exemplo 10

e o momento canônico é dado por


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

1
σ𝑗 𝑥ሶ 𝑗 2 2
𝜕𝐿 2
𝜕
𝑝𝑖 = = −𝑚𝑐 1− =
𝜕𝑥ሶ 𝑖 𝑥ሶ 1 𝑐2
1

2 2
1 σ𝑗 𝑥ሶ 𝑗 −2𝑥ሶ 𝑖
= −𝑚𝑐 2 1− ∴
2 𝑐2 𝑐 2

𝑚𝑥ሶ 𝑖 𝑚
∴ 𝑝𝑖 = → 𝑝Ԧ = 𝑣Ԧ
𝑣2 𝑣2
1− 1−
𝑐2 𝑐2

𝑖 = 1, 2, 3
Exemplo 10

Logo, a energia desta partícula é identificada com a sua hamiltoniana


MECÂNICA ANALÍTICA – PARTE 3

(note que a lagrangiana desta partícula não depende explicitamente


do tempo e, então, a sua hamiltoniana é uma constante de
movimento). Temos:

𝑚𝑣 2 𝑣2
𝐻 = 𝑝Ԧ ∙ 𝑣Ԧ − 𝐿 = + 𝑚𝑐 2 1− 2 ∴
𝑣2 𝑐
1− 2
𝑐

𝑚𝑐 2
∴ 𝐻=
𝑣2
1− 2
𝑐

Você também pode gostar