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Tarefa de Cubos de Corsi

Kessels, R. P. C., van Zandvoort, M. J. E., Postma, A., Kappelle, L. J., & de Haan, E. H. F. (2000). The Corsi
Block-Tapping Task Standardization and Normative Data. Applied Neuropsychology, 7(4), 252–258

A tarefa de Cubos de corsi é uma medida de memória de trabalho visuoespacial


amplamente utilizada. Teste de alcance (span), sendo considerada análoga à tarefa de
Alcance de Dígitos na modalidade visuoespacial. A versão padronizada proposta por
Kessels, van Zandovoort, Postma, Kappelle e de Haan (2000) faz uso de um tabuleiro com
nove cubos pretos fixos organizados de maneira aleatória. A tarefa é realizada em duas
etapas, com diferentes ordens de repetição dos estímulos. Primeiramente é solicitado que o
paciente toque os cubos na mesma ordem apresentada pelo examinador. Em seguida, o
indivíduo deve realizar a sequência no sentido contrário do ensaio.

● É tarefa de domínio público, mas algumas versões similares são encontradas


em baterias de testagem, como na Bateria Wechsler de Memória;
● Principal cognição avaliada: memória de trabalho visuoespacial;
● Utilização clínica: prejuízos na memória operacional, crianças com TDAH,
lesões frontais, parietais e hipocampais; os comprometimentos são mais
observados em pacientes com lesões no hemisfério direito que no esquerdo;
pacientes com Alzheimer, síndrome de Wernicke-Korsakoff e esquizofrenia;
doença de Parkinson (tanto estágios iniciais quanto avançados);
● Críticas: ausência de versão padronizada da tarefa, o que dificulta a
compreensão de sua validade externa; existe escassez de dados normativos
confiáveis da tarefa;

Materiais:

● Estímulo: nove cubos pretos (30 x 30 x 30mm) fixados sobre uma placa (225 x
205mm). Os cubos são numerados em um dos lados, com algarismos de 1 a 0, de
modo que sejam visíveis apenas ao examinador.

Tempo de aplicação:

Instrução:

O examinador toca nos blocos com o dedo indicador a 90º, formando a sequência
apresentada na folha de resposta (visível apenas pelo examinador). O participante deve
estar sentado de frente para o examinador. É importante que o examinador não tenha
nenhum distrator (anéis, por exemplo) na mão utilizada para tocar os cubos. Os cubos são
tocados um por vez, em uma velocidade constante. Sugere-se que um cubo seja tocado a
cada segundo. Somente após o examinador finalizar a sequência de toques, o examinando
poderá realizar a sequência;

Critério de interrupção: quando o participante erra os dois ensaios de um mesmo item com
a mesma quantidade de blocos (com o mesmo alcance);
ORDEM DIRETA:

“Eu vou tocar uma sequência de blocos neste tabuleiro. Quando eu


terminar de tocar, quero que você toque nestes blocos na mesma
ordem que eu toquei. Depois disso, vou tocar outra sequência. As
sequências irão gradualmente aumentar no número de blocos”.
ORDEM INVERSA:

“Eu vou tocar uma sequência de blocos nesta placa. Quando eu


terminar de tocar, quero que você toque nestes blocos na ordem
inversa a que eu toquei”.
Caso seja necessário, a palavra “contrário” pode ser utilizado como sinônimo de inverso.

Se o participante começar a tarefa enquanto o examinador ainda está tocando os blocos, o


seguinte aviso é dado: “Aguarde até que eu tenha terminado”.
Para aplicação de ordem inversa em crianças, são realizados dois ensaios de treino, com o
“Se eu fizer isso
intuito de verificar se houve um entendimento da instrução:
(apontar 1, 2, 3), o que você deve fazer? Você deve fazer assim
(apontar 3, 2, 1)”
Autocorreções são permitidas, e só é considerada correta uma sequência produzida na
ordem apropriada. Um ponto é dado para cada ensaio respondido corretamente.
Tradicionalmente, o escore do examinando corresponde ao alcance de itens, ou seja, à
quantidade de itens da maior sequência corretamente repetida. Outra possibilidade é
calcular o escore total, que é o produto da multiplicação entre o alcance e o total de
tentativas corretas (Escore total = TC x AI). Segundo Kessels e colaboradores (2000), o
escore total é uma medida mais confiável que o alcance, pois leva em consideração o
desempenho do examinando em ambos os ensaios do mesmo nível.
Santos, F. H., Mello, C. B., Bueno, O. F. A., & Dellatolas, G. (2005). Cross-cultural differences for
three visual memory tasks in Brazilian children. Perceptual and motor skills, 101(2), 421-433.

Idade = 7 a 10 anos
Paula, J. J. D., Schlottfeldt, C. G., Moreira, L., Cotta, M., Bicalho, M. A., Romano-Silva, M. A., ... &
Malloy-Diniz, L. F. (2010). Propriedades psicométricas de um protocolo neuropsicológico breve para
uso em populações geriátricas. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 37(6), 251-255.

Idade: idade média do grupo foi de 71,7 anos (DP = 6,54 anos);

os autores utizaram somenta a ordem direta da tarefa e utilizaram o escore total, que é o produto da
multiplicação entre o alcance e o total de tentativas corretas;

Kessels, R. P. C., van Zandvoort, M. J. E., Postma, A., Kappelle, L. J., & de Haan, E. H. F. (2000). The
Corsi Block-Tapping Task Standardization and Normative Data. Applied Neuropsychology, 7(4),
252–258

Idade: 18 a 72 anos; Média 31,2 years


Antunes, A. M., Júlio-Costa, A. & Haase, V. G. (2017). Tarefa de Cubos de Corsi. In Costa, A. J., De Moura, R. J., & Haase, V.
G. Compêndio de testes neuropsicológicos: atenção, funções executivas e memória. São Paulo, Hografe.

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