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SUE Cy} Kaé Kabiesilé! foe oE Stor Teo mers seeds eet fees Tens ec} de publicacéo da coletéinea em trés volumes de textos de Daoscoredes Ma- ximiliano dos Santos, Mestre Didi, @ Juana Elbein dos Santos, que contou com © apoio do Funde de Cultura do Governo do Estado da Bahia. Muitas inde foram as contrituiges para que este tretoalho resuitasse em livres, (ooo er Kou ences ete eee ice elect Ge Cida Nobrega, como ecitora da coletanea, que, desde o inicio do projet Reruns ane see idee te sclee-elec tel tole eqree og eececs felsic od ollniel-oncome Tel slfe\e-leKe Mel = Meee eta el YeWecmcee Me Rene nce holmes unre eter? importancia como principio basico e dinamico em que repousa a propria eae re! eS e ae Weoaeleseed tie teeter oso coa neuen cite ole are sas er eee ruts ee eee ee ec eeu soot alee e- a08 outros orixas © & propria dindmmica da cultura nage. fore eee ae RS ee Re Kel re oe Re see Aso Pie mene ete eee Weece tet scecie(e feet Were eeWscor as origens africanas da cultura jeje-nagé e suas formas de arte intrinsec mente contextualizadas na ancestralicade e no pantedo dos orixas, Neste terceiro volume, Sango, os autores homenageiam e reverenciam aentidade mitica que presentifica uma recriada continuidade transatian tiea da civilzagao africana no Brasil. Na edicao deste volume, a Editora Cet eee eee ewe einem eV ae tsoi teed tel Pre Men et eters eee tior eel acest ee Peeper ieee tel ere ers ccm Melee Wea fe rel ete clio nologia. O padrao grafico eo. es- roan) Roemer = Generic ea ee oenercomtcioc hee kees Cemed ete cuene eet Meteors ei Coma publicagao desta coleténea, esperamos contriouir para o conhecimento de universo fundamental para os estuciosos 6, quiga, para os fi's dos orixés Lee ere en eM cK outa Maes es aM Mea Iu EMM Re eM eee Pee cme e Meee me eek cre tees] convivéneia, nos proporcionou a alearia de te” seus livros em nosso catalogo. Pac eel ed rd Sango, herdi mitico e dinastico, extrapola a visao de mundo Nago pera projetar-se na transcendente presentificagao da propria virlidade; presentifica a continuidade clo ancestral vigor de ressurgéncia. Ojise, mensageiro-ministro de Olérun, sua virlidade garante a continuidade do existir. Sou uma daquelas SSO senelUe orecisam confiar em uma utopia para, Coder viver. moCRek@@lcus, | acreditar que O ser numano 6 viavel. —~ 09 Colocar a autoria dessas reflexoes em nome de Didi 6 no meu, em plural, emerge de minha profunda convicgdo de que, sem haver compartilnado nossas vidas, estas consideragdes nunca teriam existéncia. Palavras, estilo, a propria escrita 6 organizagao dos extos, resultam do fato de que, aoesar de fluente, o oortugués nao 6 minha ingua de origem, mas o idiche da Pomerania, genesis das linguas germanicas. Diol t= OOO Re ROe!-l0l(0\4 eve a generosidade e a obreza de concordar em que seja mantida minha seen linguistica. PAG, -————" 414 "RC Abraham, Dictionary of modern Yoruba, London: University of Landon Press, 1958, 7 A Dictionary ofthe Yoruba Language. Ibadan: University Press Limited. 1985, ‘Todos 0s esoritos estdo permeados por palavras Nago, pois nao poderiamos tracuzi-las em nenhum outro idioma, sem trair seu profundo legado civiizatério, Assim tentamos aproximar-nos, rodeé-los, procurando nao ferir, dicotamizar a sua continuidade, transportadora dos prineipios inauugurais. Com a finalidade de destacar a forte infiuéncia da lingua Nago no portugués cotidiano da Bahia, estamos orlografando-as com 6s sinais diacriticos, acompanhando as sugestoes do linguista Abraham, conforme recomendiara desde 1958.1 Com duas excegoes: Abraham: 6 / Songi, Ibodan Nago: a / Sango, Ibadan A denominagas Yaribé era totalmente desconhecida no Brasil, 86 chegou com o dicionario de Abraham e, posteriormente, com A Dictionary of the Yoruba Language? O Négo 6 uma lingua aglutinante. Ex: exodide = ekede: pena vermelha de papagaio. PAG, — Esu foi a primeira paixtio. 0 principio dinamico, sem o qual nada acontece, nada anda, como me revelara uma antiga senhora, nica Nos meandros da ancestralidade Nag; Esti é um escravo... Esu, Principio dinamico, movimenta o devir atemooral dos principios inau- gurais © © préprio processo da continuidade afticano- brasileira Sango. Ka wo ka biyé silo! Kad Kabiésile! — Moco agiutinante. Nao poderia nomea-lo sem homenageé-lo. Kad Kabiésile! Oriki, poema, conforme a utora, “anela concu- tora a atemporalidade inaugural”. Ka6 Kabiésile! O rei osta presente, estou vendo 0 rei, Esti foi minha primeira paixo, entretanto S4ngd provocou-me adimiracao, respeito e esperanca. Sang6, principio clulizatério, estruturador politico. Rei, guerreiro € justiceiro, capaz de eliminar 0 mentiraso. Presentifica-se no trovo, como remete seu Oriki Olufirdn, aquele que espaiha forte quentura, como veremos. Esti 60 principio dindmico, entretanto Séngd 6 0 principio civiizatério. Sangd 6 um drisé vivo, quente ‘$éngo € Olufirén, o-niiran, textualmente ele € ou possuiirdn, aquele que é Senhor da quentura, quo incendeia. Principio civilzalGrio carrega consigo tudo © que inclui o devir da hu- Manidade. impulso vioiento e destrutivo, querras, mas também cria- tividade, sociebilidadle ¢ justica. Sangd 6 fundamentalmente justiceiro, tem horror. a mentira. Sua violencia nao tem medida, E travao com o qual destréi c arremessa suas ediin-&ré, pedra do raio, que se enter- fam 20 pé da atvore ayon’, scu habitat, ce cuia madera sao elato- radas seus embiemas e seus altares, piles. verdadleiras obras de arte, assin como também seu mais conhecido emblema o osé. ‘Sango, sobre os quais voltaremos. cr cry ry cr ae} 18 JUANA E DIDI~TRAVEI CONHEGINENTO Nope ero Bac Ciel Eee oe eM Nt] rivera aac we tion every POT} CoN aes hea eet IN ARKHE: CONTINUIDADE ATEMPORAL Deters atop seriele yy PUN Occ) ORIKi eee} EEN) Minico E DINASTICO Na procura de minhas ongens e de minha diversidade, filna de pai soclal-anarquista e mae judia, descendente de geragoes de cohanins, rabinos e de jasidens, que duscam através co jejum, introjetar sua comunhao com Ela, a entidade suprema do judaismo profundo. Buscar talvez a minha propria esséncia judaica nao através da continuidade liturgica ou religiosa, mas, na procura de uma continuidade, de um DNA étnico-histérico, de uma maneira peculiar de relacionar-me com o universo. Foi nesta busca através da ancestralidade, morte e ressurgéncia que cheguei a Didi. Foi através de Didi que ravel conhecimento com a cultura africana, Mestre Didi Asipa, o Aldapin‘ni, Sumo Sacerdote do culto aos ancestrais, medularmente identificado com suas origens transatlanticas Através destes escritos procuro alcancar e divulgar a sabecioria vivenciada, nunca verbalizada, pelo paradigmatico Mestre Didi Asipa, meu esposo © companheiro. Espero, ao mesmo tempo, dar continuidade aos principios que alicergam minhas perceogdes € meu agnosticismo. Estes textos foram elaborados em diversos periodos de inha longa existéncia, sem serem atualizados. E possive! que Os conceitos emergentes de algum deles, nao contem aje com minha aprovagdo em toda sua extensdo. ao obstante, constituem uma inha de tempo, que permite acompanhar uma trajetoria da qual emerge uma continuidade, urn processo dinamico a partir de elaboragées inaugurais. Pa Este devir intelectual permeado de profundas emogdes, néo terla acontecido sem meu encontro e posterior cumplicidade com Didi, Mestre Didi Asipa, Deoscoredes Maximiliano dos Santos, meu [= 151 0.50 MAN SURO O NOs plaice) cuja universalidade e nobreza me ancoraram para sempre na vontade de existir. sa ANCESTRALIDADE, 5 Sumo sacerdote do culta aos ancestrais, o mais praduado dos jes sacerdotes iniciados que Fidare com ns ancestrais Eigiin ec marte Para encontrar as minhas origens, perdidas em uma vala comum em algum remoto rincéo da Pomerania procure’ alguém que pudesse comunicar-se com os ancestrais para, talvez, recuperar OS meus. Fol através da morte, fonte essencial de minhas indagagées, que cheguei a Didi, Decscoredes Maximiliano dos Sanios, Alaapin‘ni ipé¢kun oye, interlocutor supremo entre os vivos € os mortos.3 fo} =olley Ko) si¥ PareMsN es Peay AG 25 Didi,viveras em mim enquanto lucidez e memoria me habitem. LINHA DO TEMPO a) CONTINUIDADE: PRINCIFIOS INA in b) ORALIDADE: Mme) d) ORIK/ e) PANTEAO NAGO a) Continuidade: principios inaugurais As@ e Arkhé: continuidade atemporal No posso discorrer sobre Sango, herdi mifico e dindsstico in- serido no panteéo Nagé, sem nos aprofundarmos nos princl- pios inaugurais, na transmiss4o oral, na continuidade dotada de Asé, que por sua vez me conduz a tratar da Arkhé, con- forme abordare| adiante. Ase Duas pessoas ao menos si indispensavels para que hala & trans: missao inidaiica. O asé se continua, passa diretamente de um ser 0 cutto, NO por explicag4o OU Taciacinio légico, nurn nivel Cons certs ¢ inietectual, Mas dando continuidade a um procasso inau- ural. A transmissao cornplementa-se através de emblamas, gestos, palavras proferidas, distancia de pessoa a pessoa, da respracdo e © hlito que dc vida ¢ atingem os planos mais profundos da trans- ferénca, A palavra proferid ulleapasea sou contetido semantic pare ser veicuo condutor de asé, isto 6, conclutor de um poder de reai- agd0. A palavra proferida faz parte ce um processo dinarmico, que ‘transmile um poder de realizagao. Asé: que isto advenhal ‘© pronunciamento verbal esté impregnado de asé, a palawra pro- nunciada vsicula existéncia, carregando asé presentifica o nomeaco. Arkhé Aarkhé, imprime sentido e forca, dirego e presengaallinguagem, ‘Anogao da arkhé retine numa unidade indiscernivel o sentido do principio-comego-origem e o de principio-eode-condutor. O sen- ido da arkhé nao deve ser entendido apenas como algo que aponia a anterioridade ea antiguidade. O conesito de arkhé, re- mete a um principio inaugural, que se continua aterngoralmente. Aarkhé se projeta na energia mitica que, articulando em um todo 98 indmeros componentes mutaveis clo cotidiano, os direciona @ os retere a valores inconcicionais, transoerdentes. Esses valores processam na continuidade a linguagem Naao. Nesse sentido a atkhé se constitul em principio propulsor do egbé. PAG: 30 b) Oralidade: transmiss4o oral A transmissao oral remete 20 principio inaugural de um pro- cesso dindmico que continua impregnendo gestos, axpressoEs, distancia corporal. Proferir ume. palawa, ainda acompannaca de gestos apropriados dinamiza a transmissdo de ase. Aoralidade emerge da estrutura dinémmica Nago. O asé recorre um meio de transferéncia que se realiza constantemente. Cada palavra proferida Unica. Nasce, preenche sua fungao e desa- parece. A estrutura sernaniica se renava, cada repeticao consttul uma resultante tnica. A oxpressao oral enasce constentemente; no nivel social, porque a palavra 6 proferida para ser ouvida, ela ‘emana de uma pessoa para atingir uma ou muitas outres; O- munica de boca a orelha, de uma geraedo & outa, transmite 0 sé que se continua desde prinojpios inaugurais Som: a palavra é interacéio dinémica ne nivel individual porque ex- prossa ¢ oxtorioriza um processo de sintese no qual intervém todos os elementos que constituem 0 individuo. A palavra 6 im- poriante na medida em que 6 pronunciada, em que é som. A emiss4o do som 6 0 ponto culminante do proceso de transiris- 80. O som implica sempre numa presenga que se expressa © procura atingir um interlocutor, A individualizagao da entidace nao completa, durante o processo de iniciacao da novica, alé acon- tecer um dos rtes de fundamento, ode “abrir a fala, que consiste em colocar um 8s especial na boca e sobre a lingua da lyawo, que pemiitira a voz co Orixa se manifestar durante a possessao. Odrigé emitira: um grtto ou um som paricular que o caracterizaré, conhecide sobre o nome de ké. *Aorira fala concretiza a transmisstio do ase, O ké é uma de suas presentificagdes mais expressivas. Vérios od testemunham a complexidadle que ervolve a manifestagao do som: 0 ké resulta de um processo que, corno dlssera, presenifica a transmisséio do as8. © som condutor de age, e consequentemente atuante, aparece com tado 0 seu contetido expressivo nos instru- mentos rituais: tambores, agogo, skeré, séré, kale-kolo, aja, saworo etc. E evidente que todos esses instrumentos ‘$40 preparados através da transmissdo de asé apropriado. Seréio maniguladas por pessoas que foram por sua vez, pro- paradas, 0s alabe, os oli-bata, que constitam o grupo de lecadlores do eabé. Os sons produzidos pelos instrumentos agem sos ou em Gonjuneéo com outros elementos rituals. Constituem for- midaveis invocadores das entidades. Sao eficazes indulo- tes de aeéo, promovendo a comunicacdo entre 0 aiyé e 0 run, Gyé = Bly). Dificimente podemos deixar de assinalar um som muito parti- cular proveniente da interagao da palma da mao ireita batendo © punho esquerco. Num contexto apropriado e produzido por um inioiado de grau elevade, ele invoca a presenca dos ancas- trais do tereiro e de todas as enticades cultuadas. Toda formulagao de som nasce como uma sintese, como um lerceiro elemento provocaco pela interagéo ativa de dois ele- mentos: a mao ou a baqueta percutindo no couro do tambor, a vareta batendo no corpe do agago, o péndulo batendo no interior da campainha 3j8, a palma batendo no punho. O som 60 resultado de uma esiyutura dinamica, em que a aparig&o do terceiro termo origina movimento. Em todo 0 sis- tema, 0 numero trés esta associado a continuagao dinamica, A palavia é aluante, parque 6 condutora do pader do As. A {6mmuia apropriada, pronunciada num momento preciso, induz 2. ago. A invocacao se apoia nesse poder dinamico do som; 08 textos rituals estdo investidos desse poder dinamico Recitados, cantados. acompanhados ou nao de instrumentos musicais, eles transmitem um poder de acao, mobilizam a ativi- dade ritual. O oral esta a servigo da transmissao dindmica, Ha textos epropriacos para cada circunsténcia ritual. Um vasto con- junto de textos é transmitido de manelra inicidtica, Entre eles se incluem a transmrissao apropracia de invocagdes, cantigas, lon- gas series de textos, odii s lendas, O conjunto desses textos contrioui para dar continuidade e expressar o conhecimento uni- versal, césrnico ¢ teoldgico dos Nago. c) Linguagem ‘Alinguagem da comunidede-terreira Nagé 6 um discurso sobre a ancestralidadie atemporal contendo todos 0s entes ¢ aconte- cimentos passadlos e presentes, o conjunto inexprimivel de teo- fanias evocadoras e continuadoras de prinepios inaugurais. Occonhecimento que reinstaura a semantica do asé nao é ar- mazenadio, congelado, em escritos € arquivos, E permanen- temente revivico e continuado, através do devir grupal. E uma sabedoria iniciatica. Nas comunidades-terreiro Nag, 0 discurso se realiza funda- mentalmente pelo devir do egbé. A linguagem se veicula pela atividade individual € crupal, pelo conjunto de ceriménias ¢ ritos publicos ¢ privados. Danea, ritmo, cor, objeto, conta, gesto, folha, penteado, som ¢ texto se articulam para signifi car a continuidade inaugural CAnticos, invocagGes, louvacées, recitadios, textos miticas e oraculares, historias, parabolas e sonidos sao instrumentos de comunicagao que, através de sua forma significante, pro cessam a complexa continuidade, em cujo bojo o principio inaugural se realiza. No decorrer de um almogo que nes fol oferecido na Universidade de Lagos, em resposta as saudacdes dos professores, Did, Alaapin’ni Asipa, agradeceu a homenagem na nossa herdada lingua Naga. A surprasa fol emocionante quando o lustre lin- guista Badalola exclamou que Didi estava recitando em yortibA profundo, em ejinle, de raiz, le, da terra. Alinguagem refiete néo apenas a entidade historico-cultural no nivel de apreensao racional, mas retlete fundamentalmente a continuidade do egbé. Sua essércia arcaica, principio inaugural 2 constutivo, constitui sua natureza e seu sentido. PAG = =—33 “snIMBOL., Wande Mestre Didi, Alapini, co fruro da ciilicacéo aft atlantica. Traducida de versio em inglés por Daniela Gomes. 1: ‘S40105, Juana Elbcin dos (Org). Criatividads, tmego das diversidados cultursise stétca do sagrado, Sabor: SECNEB, 2010 p.151155. d) Oriki Orit: Nome atributivo, palavra, frase ou poetna, que repito, cha- mei jancla aberta & ancestralicade inaugural. O estilo originariamente de tradigao oral, o saber milener N&gd africano, foi trazide para o mundo da escrita. Saber transa- tiéntico intensamente poderoso ¢ atuants. O estilo s¢ apro- xima mais a uma narrativa oral que a uma narrativa escrita. O Oriki transmite a pertinéncia dos ensinamentos ¢ valores da gnose Nago-atricana Varios autores solidérios & autora do presente ensaio, pelo fa- lecimento do Alzapin’ni Mestre Dici Asipa, seu esposo ¢ com- panheiro, se manifestaram através de textos e de Orikl. Destacamos, particularmente a homenagem do eminente Prol. Wandle Abimbola e ainda do eseritore intelectual Olabiyi Yai, durante anes presidente co Conselho Consultivo da Unesco, no qual rélaciona toda a. ascendéncia de Mestre rio estilo tradicional Nagd, remontanclo a mais antiga ancestral conhecida do Mestre Didi Asipa, a lya-nas6, fundadora da l- nhagem kétu-nago no Brasil. Ainda estimo destacar as pa lavras e © Oriki de Felix Omicire, apresentados em seguida. O professor Wande Abimbola.*linguista, professor cla religiao 6 da lingua iorubana, especialista nos textos oraculares de If, professor da Cadelra de Religido na Universidade de Boston, nos Estados Unidos, reitor da Universidade ité na Nigeria, con- ferencista € escritor, descondente de importante ancestralidade familar 6 Wasi fa, 0 mais alto grau do sacerddcio de Ia, refe- tindo-se a importancia de dar continuidade @ ancestralidade re- citou © seguinte Orikt: cry Sonne ntti} Eee eel Tne Kell aba o, baba o! Snr fc tMaaeen or eee vse Bi mo riyeye, eye oie Meee eae Ane ane a) Loh oro ot) noo nven thc enclose) ue n ay PNemaonaioia) (ee Roe an ares Pee aie) Pees Ro bi eni ro ipledeeaicoc) DEE Mac) modo leer Ee Uaie! Ronee are ec Lele Bin OM UTOR ean oko} aCe ies Eeosteténdeo Rect eke eer eee ies racecar a) None amc aa E gbaga eee eo E gbemi, Ferere gbonwu ferere PAG. Salve o Egungun H68, h6@, Salvamos nosso pai, salvamos nosso pai! Hee, hee, Salvamos nossa mie, salvamos nossa mie! Se eu visse 0 nosso pai, Todos os meus problemas seriam tio doces quanto o mel. Se eu visse nossa mae, “Todos as meus problemas seriam tio doces quanto o mel. Alépala, filho de Asusimosa, Bate nele forte com sua clava Antes que ele se abaixe, Antes que ele entre num Tugarejo para comer, Bate nele forte com sua cava. De quem sio estas criangas? Nés nio as conhecemos. Quando vocé souber como dancar... Por que vocé niio levantou cedo ¢ comegou a dangar? Dance como alguém capinando uma fazenda ‘Atraia para perto de voce Isso ¢ um assunto para ser trazido para perto de si. Quando vocé sabia como dangar, Por que voe€ nao levantou cedo. Por que vocé nio levantou a tempo (para danear) Dance como um amador. Vic em direcdo ao pantano Por que vocé nao levantou cedo? Por que vocé nfo levantou cedo (e dangou)? Irinwonwowii, nao lance seu ferro pesado sobre mim. “Todos, ajudem-me a carregar Agan. Apesar de ele ser leve como algadao, ‘Todos, carreguem-me. Para quie eu possa ser leve como algodio. Felix Ayoh'Omidire- Professor Dowtor de Limguas, Culcuras ¢ Literaturas Franco-Luso- Afco-Brasileiras na Obafer Awolowo University, enn Mé-1fé, Nigéria; Mestre em Literatura Comparadas Especialisia em Pormgués, Lingua Estrangeira, pela Universidade do Porto; Doutor em Estudos Literitios. 36 OMIDIRE - 06 OCT 2015 AS 15:32 H- CARTA E ORIKi LE 6 OCT. 2013 A 15:32, fomidire@yahoo.fra écrit: Dear Al, It is will a heany heart that we receive the passing away of Baba Dens- coredes Masimiliano dos Santos, popularly known as Mestre Didi Ala- pini. We were just planning a Seminar in honor of his 96% Birthday thai would have come up on 9*December. Brasil has just lost she last ofits direct Ketu-African descendants and thegreatest guardian of the Yoruba collective memory in the last ome and a half centuries. Mestre Didi Alapini has gone to join the ancestors! May Ogun fiee his path ofunworthy debris! May the Egungun whose mantle he bore with commensurate dignityas Alapiné for more than 50 years admit him into the place of honor he truly deserves. Hal Erin wo! Erin mewo ol Mestre Didi Alepini, omo Maé Se- hora lo nile yi igi da! Ka too r'erin o digbo, Ka too r'efon 0 dodan, Ka too tun reeyan alawo dudu bil ti Mestri Didi lgerin awon iran eniyan dudu ni Latin America, o dorun alakeji Mestre Didi, boo dele 0 kile 0, Boo dona o beere ona, Ma jokun, ma jekolo 0, omo Asipa nile Ketu, ohun tiwon ba nje lajule orun nii koo bawan je We wish to extend our most sinecer condolence to his indefatigable wife and companion, bya Juanita Elefinde (Dr. Sucna Elbein dos Santos), his daugh- ter Inaycyra Falcdo and all his filhos e filhas do Santo in Tle Asipva as well as the entire Candomble (Egungun and Orisa) communities of Itaparica, Salvador, Bahia and Brazil as a whole, Ojo a jtnna sira 0. ASe. Olablyl Babalola yal {Omo Osoosi) M. Olabiyi EEEEEE . ERIN WO tesepk Aled coin: BABA DIDI RELE Amadest cular ERIN MA WOO. do Benin para a UNESCO, ee pa 5 is .: AJANAKU SUN BI OKE excpresidente do Conseltio py Wo NI MON KE St Execativods UNESCO. GBERA NILE 0 DIDE (Mewibras do Comite ALAPINI ILE BASIL Cientifico do Nono Volume DIDI, OMG OSUNMUYIWA ia Colecao da UNESCO OMO ASIPA BOROGUN ELESE KAN GONGO Historia Geral da Africa KETU NILE (HG4) UNESCO/Sabader —_ KOSIKU NILE Brasil), 21-24 novensbro DIDI OMO OSUNMUYIWA 2013). Disponivel OKO JUANITA OKIN LOBINRIN em:

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