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Introdução

Um problema é um transtorno ou um inconveniente que surge num determinado âmbito da vida e que se
deve resolver para regressar à normalidade. Os problemas, por conseguinte, são dificuldades ou barreiras que
surgem no caminho para uma meta.

Ambiental, quanto a si, é um adjetivo que designa aquilo que está relacionado com o ambiente (o entorno
físico, económico ou de outro tipo). Também se pode entender o ambiente como sendo a atmosfera ou a
natureza em geral.

Os problemas ambientais, por conseguinte, são contrariedades ou perturbações que se produzem no entorno
natural. Pode-se tratar do efeito de uma contaminação, como um derrame de petróleo no oceano ou a
emanação de gases tóxicos na atmosfera.
O ser humano é o responsável dos problemas ambientais. Quando o transtorno ocorre por ação da natureza,
fala-se de desastre natural (como a erupção de um vulcão).

A falha na central nuclear de Chernobyl que teve lugar em 1986 é um claro exemplo de como a atividade
humana pode provocar graves problemas ambientais. A explosão nesta central nuclear soltou para o
ambiente grandes quantidades de óxido de európio, brometo de boro, dióxido de urânio e outras substâncias
tóxicas que provocaram centenas de milhares de afetados.

O crescimento do buraco na camada do ozono devido às emissões poluidoras de diversas indústrias é outro
exemplo de problema ambiental. Este orifício faz com que a camada de ozono não filtre os raios ultravioletas
que procedem do Sol, provocando um incremento no risco de alterações genéticas e cancro de pele nos seres
humanos.

Mas além da poluição do ar, existem muitos outros problemas ambientais que afetam os animais, o homem e
todo o meio ambiente, tais como:

– O desmatamento: florestas sendo destruídas e acabando com o habitat natural, afetando drasticamente a
biodiversidade, mas causando ainda um enorme desequilibro ambiental, uma vez que essas florestas são
também importantes para evitar que o carbono esteja na atmosfera e nos oceanos;

– Extinção de espécies: caça ilegal e desmatamento estão entre as principais causas da extinção de muitas
espécies de animais pelo mundo, causando também um desequilíbrio no meio ambiente. Barcos de pesca
acabando com populações inteiras de animais aquáticos e animais selvagens sendo caçados até a extinção a
fim de suprir as necessidades do homem sem controle, como as crenças de que chifres der rinocerontes tem
propriedades medicinais e, devido a isso, esses animais são caçados e mortos;

– Superpopulação: o crescimento populacional acelerado afeta os recursos naturais, ou seja, daqui a alguns
anos faltarão elementos essenciais como água e alimento para muitas pessoas;

– Degradação do solo: com o solo danificado, a vida na terra será também comprometia, já que é da terra que
provém o sustendo do homem. E existem muitas coisas que tem feito com que o solo sofra, tais como a
exploração excessiva pela agricultura sem que haja um descanso, para pastagens, a compactação do solo,
erosão, entre outras. Anualmente, uma grande parcela do solo agrícola é degradado.
Todos esses problemas acima representam uma enorme ameaça para a vida no planeta Terra e, logo, devem
ser discutidos.

Impactos da atividade humana

Podem ocorrer em duas escalas: local, que é quando a presença de poluentes ou qualquer tipo de substância
tóxica afetam um determinado local, ou seja, um ponto específico, como por exemplo um vazamento de gás
tóxico de uma empresa; já na escala global as interferências humanas afetam o planeta como um todo, por
exemplo, a destruição da camada de ozônio.

Devido à constante evolução da indústria, aumento populacional e consequentemente aumenta na emissão de


poluentes na atmosfera, rios e solo, há um impacto muito negativo no meio ambiente, contribuindo para as
alterações no clima, destruição de ecossistemas, extinção de espécies de animais e causando desastres
ambientais de proporções grandiosas, como por exemplo, vazamentos de petróleo de navios petroleiros nos
oceanos, ou mesmo o recente desastre que ocorreu na cidade de Mariana em Minas Gerais, com o
rompimento da barragem que destruiu uma cidade, matando milhares de animais, destruindo a flora e tirando
a vida de centenas de pessoas, além do fato de contaminar rios, nascentes e carregar lama tóxica até o
oceano.

Neste âmbito, a química ambiental e os profissionais que atuam nesse segmento da química atuam na gestão
de medidas e busca contínua por soluções e alternativas para proteção ambiental, minimizando os danos
causados pelas atividades humanas no meio ambiente. Os profissionais que atuam nessa área possuem um
vasto campo de atuação, podendo atuar em indústrias químicas e de transformação em geral, laboratórios,
órgãos governamentais, consultorias, mineradoras, petrolíferas, indústrias sucroalcooeiras, etc., prevenindo e
minimizando danos ambientais.

Esses profissionais atuam realizando trabalhos voltados para melhoria dos processos, tratamento de resíduos,
tratamento de efluentes, controle e redução de emissão de gases nocivos à atmosfera, monitoramento
ambiental, organização e gestão ambiental, elaboração de medidas corretivas em casos de acidentes
ambientais, medidas corretivas a fim de respeitar legislações vigentes, e principalmente, este profissional
deve conhecer todos os processos da empresa em que atua, a fim de saber as consequências que esses
processos podem ter com relação ao meio ambiente, facilitando que possa planejar e implementar medidas
corretivas para regularizar os processos.
Referências:

http://sites.unicentro.br/wp/petfisica/files/2011/08/Usinas_Nucleares_Lucas.pdf

https://docente.ifrn.edu.br/samueloliveira/disciplinas/quimicaambiental/apostilas-e-outros-materiais/livro-de-
quimica-ambiental

http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/introd.pdf

http://www.ufjf.br/baccan/files/2012/11/Aula-1-Introdu%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-Qu%C3%ADmica-
Ambiental-out_2015.pdf

Problemas Ambientais Globais

HOME GEOGRAFIA MEIO AMBIENTE PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS

Alguns problemas ambientais adquirem uma dimensão global, tais como o Efeito Estufa, a destruição da
Camada de Ozônio e a ocorrência das Chuvas Ácidas.

Alguns problemas ambientais atingem a escala global

Alguns problemas ambientais atingem a escala global

Um dos principais problemas colocados no contexto moderno do desenvolvimento das sociedades são as
questões relacionadas com o meio ambiente. Em sua maioria, esses fenômenos têm grande parte de sua
existência creditada às ações antrópicas, tais como a poluição e o desmatamento, provocando graves
problemas naturais e prejudicando a vida animal e a constituição social.

Algumas dessas questões atingem todo o planeta e são temas recorrentes em todas as abordagens pertinentes
à preservação do meio ambiente. Trata-se de problemas ambientais globais, dos quais podemos citar o efeito
estufa, as chuvas ácidas e a destruição da camada de ozônio. Juntos, esses fenômenos podem ocasionar a
intensificação do Aquecimento Global e provocar sérios danos às sociedades e à natureza.

Destruição da Camada de Ozônio


Apesar de não ser consenso em toda a comunidade científica, a destruição da Camada de Ozônio é colocada
como um dos principais problemas da atualidade. A afirmação é a de que existe uma camada composta pelo
elemento Ozônio (O3) na estratosfera terrestre, de forma que a emissão de gases poluentes estaria destruindo
essa camada, cuja função é proteger a superfície terrestre dos Raios Ultravioletas emitidos pelo sol.

Aumento do Efeito Estufa

O efeito estufa é um fenômeno natural de conservação do calor na Terra. Quando os raios solares atingem a
superfície terrestre, eles são em parte absorvidos e em parte refletidos para a atmosfera que reflete
novamente esses raios para a superfície. Esse fenômeno recebe esse nome por ser semelhante à ação de uma
estufa de vidro, quando o calor entra com facilidade, mas tem dificuldade em se dispersar.

O principal problema é que a ação humana sobre o espaço natural e geográfico vem contribuindo para a
intensificação desse fenômeno, o que estaria contribuindo para a elevação das temperaturas do planeta. A
emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera contribui para que os raios solares não se dispersem para fora
da atmosfera, retendo toda a sua energia em nosso ambiente, fato que se agrava com o processo de
desmatamento, uma vez que a vegetação tem a função de absorver parte desse calor.

Efeito estufa

GEOGRAFIA

Efeito estufa é um fenômeno natural essencial para a existência de vida na Terra. No entanto, atividades
humanas têm agravado esse fenômeno, provocando inúmeros problemas ambientais.

O agravamento do efeito estufa é provocado pela emissão de gases provenientes, principalmente, da ação
humana.

O agravamento do efeito estufa é provocado pela emissão de gases provenientes, principalmente, da ação
humana.

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O efeito estufa é um fenômeno natural de extrema importância para a existência de vida na Terra. É
responsável por manter as temperaturas médias globais, evitando que haja grande amplitude térmica e
possibilitando o desenvolvimento dos seres vivos.
Esse fenômeno, no entanto, tem sido agravado pela ação antrópica, que tem elevado as emissões de gases de
efeito estufa à atmosfera, provocando alterações climáticas em todo o planeta. Essa grande concentração de
gases dificulta que o calor seja devolvido ao espaço, aumentando, consequentemente, as temperaturas do
planeta.

Leia também: Importância dos protetores solares

Como funciona o efeito estufa?

Funcionamento do efeito estufa

Em decorrência da grande concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, a energia solar refletida pela
superfície encontra dificuldades para dispersar-se no espaço, ficando aprisionada.

O Sol emite calor à Terra. Parte desse calor é absorvida pela superfície terrestre e pelos oceanos, outra parte
é devolvida ao espaço. Contudo, uma parcela da radiação solar irradiada pela superfície fica retida na
atmosfera em decorrência da presença de gases de efeito estufa, que impedem que esse calor seja devolvido
totalmente ao espaço. Dessa forma, mantém-se o equilíbrio energético e evitam-se grandes amplitudes
térmicas.

Para exemplificar melhor, imagine um carro estacionado em um dia bastante ensolarado. Os raios solares
atravessam os vidros e aquecem o interior do veículo. O calor tende a ser devolvido para fora do carro,
saindo pelo vidro, contudo encontra dificuldades. Assim, parte do calor fica retido no interior do carro,
mantendo-o aquecido.

Fazendo uma analogia, os gases de efeito estufa presentes na atmosfera funcionam como o vidro do carro,
permitindo a entrada da radiação solar e dificultando que toda ela seja devolvida ao espaço.

Gases de efeito estufa

Existem quatro principais gases de efeito estufa. São eles:

Dióxido de carbono
É o gás de maior abundância na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis é uma das principais atividades
responsáveis por emitir esse gás. Desde a era industrial, a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera
aumentou, aproximadamente, 35%.

Gás metano

É o segundo gás que mais contribui para o aumento das temperaturas globais, com poder 21 vezes maior que
o dióxido de carbono. Aproximadamente 60% da emissão de metano provém de ações humanas ligadas a
aterros sanitários e lixões. Além disso, é eliminado por meio da digestão de ruminantes.

Óxido nitroso

Pode ser emitido à atmosfera por meio de bactérias no solo ou no oceano. Atividades agrícolas, como uso de
fertilizantes nitrogenados, também são fontes desse gás. O óxido nitroso pode colaborar cerca de 298 vezes
mais que o dióxido de carbono para o aumento das temperaturas.

Gases fluoretados

Os gases fluoretados são produzidos pelo homem a fim de atender às necessidades industriais. São exemplos
desses gases: hidrofluorcarbonetos, usados em sistemas de aquecimento e refrigeração; hexafluoreto de
enxofre, usado na indústria eletrônica; perfluorcarbono, emitido na produção de alumínio; e os
clorofluorcarbonos (CFCs), responsáveis pela destruição da camada de ozônio.

Vapor d'água

Bastante presente na atmosfera, é responsável por mais da metade do efeito estufa. O vapor d'água capta o
calor irradiado pela superfície terrestre, distribuindo-o para todas as direções e aquecendo a superfície.

Mapa Mental: Efeito Estufa

Mapa Mental: Efeito Estufa

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Causas do efeito estufa

Nas últimas décadas, houve um aumento considerável da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera
terrestre, intensificando o efeito estufa.

A alta concentração desses gases está relacionada, principalmente, às atividades industriais, realizadas,
muitas vezes, por meio da queima de combustíveis fósseis. Além disso, o crescimento da produção agrícola,
do desmatamento e do uso dos transportes também são responsáveis pela intensificação da emissão de gases.

Efeito estufa e aquecimento global

O aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera tem provocado mudanças irreversíveis na
dinâmica climática do planeta. De acordo com dados do Painel Intergovernamental para as Mudanças
Climáticas, a temperatura da Terra aumentou cerca de 0,85ºC nos continentes e 0,55ºC nos oceanos em um
período de cem anos.

Quanto mais gases de efeito estufa são emitidos à atmosfera, mais o calor irradiado encontra dificuldades
para dispersar-se no espaço, provocando o aumento anormal das temperaturas e reafirmando a teoria do
aquecimento global.

Leia também: Acordos climáticos e aquecimento global

É importante dizer, no entanto, que a relação entre efeito estufa e aquecimento global não é unânime entre os
estudiosos e as pessoas em geral. Parte da população e da comunidade científica não acredita que o aumento
dos gases tem provocado a elevação das temperaturas, argumentando que o aquecimento elevado é apenas
uma fase de variação da dinâmica climática da Terra.

Emissão de gases de efeito estufa e aquecimento global

As indústrias são as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa à atmosfera, causando o
aquecimento global.
Consequências do efeito estufa

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, são consequências do efeito estufa:

1. Derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar.

2. Agravamento da segurança alimentar, prejudicando as colheitas e a pesca.

3. Extinção de espécies e danos a diversos ecossistemas.

4. Perdas de terras em decorrência do aumento do nível do mar, provocando também ondas migratórias.

5. Escassez de água em algumas regiões.

6. Inundações nas latitudes do norte e no Pacífico Equatorial.

Leia também: Sete desastres ecológicos causados pelo homem

7. Riscos de conflitos em decorrência da escassez de recursos naturais.

8. Problemas de saúde provocados pelo aumento do calor.

9. Previsão de aumento da temperatura em 2ºC até 2100, comparado ao período pré-industrial (1850 a 1900).

Derretimento das calotas polares

O derretimento das calotas polares e o consequente aumento do nível do mar são consequências do efeito
estufa.
Como evitar o efeito estufa?

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, entre os anos de 2010 e 2050, a emissão
de gases de efeito estufa deve ser reduzida de 40% a 70%. Para isso, os países devem estabelecer metas de
redução da emissão desses gases.

Uma das possibilidades, que já é realidade em alguns países, é o uso de fontes alternativas de energia,
renováveis e limpas, substituindo o uso de combustíveis fósseis. Além disso, ações cotidianas podem
colaborar para conter o efeito estufa, por exemplo:

→ Reduzir a utilização de transportes em pequenos trajetos.

→ Optar pelo uso de bicicletas ou de transporte coletivo.

→ Usar produtos biodegradáveis.

→ Incentivar a coleta seletiva.

Veja também: Materiais não recicláveis

Por Rafaela Sousa

Graduada em Geografia

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rafaela. "Efeito estufa"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/efeito-estufa.htm. Acesso em 28 de agosto de 2021.
Aquecimento Global

O Aquecimento Global corresponde a uma série de problemas ambientais que tendem a agravar as condições
climáticas em escala mundial.

O aquecimento global, em algumas previsões, pode provocar graves problemas socioambientais

O aquecimento global, em algumas previsões, pode provocar graves problemas socioambientais

O aquecimento global pode ser definido como o processo de elevação média das temperaturas da Terra ao
longo do tempo. Segundo a maioria dos estudos científicos e dos relatórios de painéis climáticos, sua
ocorrência estaria sendo acelerada pelas atividades humanas, provocando problemas atmosféricos e no nível
dos oceanos, graças ao derretimento das calotas polares.

O principal órgão responsável pela divulgação de dados e informações sobre o Aquecimento Global é o
Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), um órgão ligado à Organização das Nações Unidas
(ONU). Segundo o IPCC, o século XX foi o mais quente dos últimos tempos, com um crescimento médio de
0,7ºC das temperaturas de todo o globo terrestre. A estimativa, segundo o mesmo órgão, é que as
temperaturas continuem elevando-se ao longo do século XXI caso ações de contenção do problema não
sejam adotadas em larga escala.

O IPCC trabalha basicamente com dois cenários: um otimista e outro pessimista. No primeiro, considerando
que o ser humano consiga diminuir a emissão de poluentes na atmosfera e contenha ações de desmatamento,
as temperaturas elevar-se-iam em 1ºC até 2100. No segundo cenário, as temperaturas poderiam elevar-se de
1,8 até 4ºC durante esse mesmo período, o que comprometeria boa parte das atividades humanas.

Em um relatório de grande repercussão, publicado em março de 2014, o IPCC afirma que o aquecimento
global seria muito grave e irreversível, provocando a elevação dos oceanos, perdas agrícolas, entre outras
inúmeras catástrofes geradas pelas alterações no clima e na disposição dos elementos e recursos naturais.

Causas do Aquecimento Global

A principal entre as causas do aquecimento global, segundo boa parte dos especialistas, seria a intensificação
do efeito estufa, um fenômeno natural responsável pela manutenção do calor na superfície terrestre, mas que
estaria sendo intensificado de forma a causar prejuízos. Com isso, a emissão dos chamados gases-estufa seria
o principal problema em questão.

Os gases-estufa mais conhecidos são o dióxido de carbono e o gás metano. Além desses, citam-se o óxido
nitroso, o hexafluoreto de enxofre, o CFC (clorofluorcarboneto) e os PFC (perfluorcarbonetos). Essa
listagem foi estabelecida pelo Protocolo de Kyoto, e sua presença na atmosfera estaria sendo intensificada
por práticas humanas, como a emissão de poluentes pelas indústrias, pelos veículos, pela queima de
combustíveis fósseis e até pela pecuária.

O CO2 (dióxido de carbono) seria o grande vilão do aquecimento global

Outra causa para o aquecimento global seria o desmatamento das florestas, que teriam a função de amenizar
as temperaturas através do controle da umidade. Anteriormente, acreditava-se que elas também teriam a
função de absorver o dióxido de carbono e emitir oxigênio para a atmosfera, no entanto, o oxigênio
produzido é utilizado pela própria vegetação, que também emite dióxido de carbono na decomposição de
suas matérias orgânicas.

As algas e fitoplânctons presentes nos oceanos são quem, de fato, contribuem para a diminuição de dióxido
de carbono e a emissão de oxigênio na atmosfera. Por esse motivo, a poluição dos mares e oceanos pode ser,
assim, apontada como mais uma causa do aquecimento global.

Consequências do Aquecimento Global

Entre as consequências do aquecimento global, temos as transformações estruturais e sociais do planeta


provocadas pelo aumento das temperaturas, das quais podemos enumerar:

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- aumento das temperaturas dos oceanos e derretimento das calotas polares;

- eventuais inundações de áreas costeiras e cidades litorâneas, em função da elevação do nível dos oceanos;
- aumento da insolação e radiação solar, em virtude do aumento do buraco da Camada de Ozônio;

- intensificação de catástrofes climáticas, tais como furacões e tornados, secas, chuvas irregulares, entre
outros fenômenos meteorológicos de difícil controle e previsão;

- extinção de espécies, em razão das condições ambientais adversas para a maioria delas.

Como combater o aquecimento global?

A primeira grande atitude, segundo apontamentos oficiais e científicos, para combater o aquecimento global
seria a escolha de fontes renováveis e não poluentes de energia, diminuindo ou até abandonado a utilização
de combustíveis fósseis, tais como o gás natural, o carvão mineral e, principalmente, o petróleo. Por parte
das indústrias, a diminuição das emissões de poluentes na atmosfera também é uma ação necessária.

Outra forma de combater o aquecimento global seria diminuir a produção de lixo, através da conscientização
social e do estímulo de medida de reciclagem, pois a diminuição na produção de lixo diminuiria também a
poluição e a emissão de gás metano, muito comum em áreas de aterros sanitários.

Soma-se a essas medidas a preservação da vegetação, tanto dos grandes biomas e domínios morfoclimáticos,
tais como a Amazônia, como o cultivo de áreas verdes no espaço agrário e urbano. Assim, as consequências
do efeito estufa na sociedade seriam atenuadas.

As posições céticas quanto ao aquecimento global

Há, no meio científico, um grande debate sobre a existência e as possíveis causas do aquecimento global, de
forma que a sua ocorrência não estaria totalmente provada e nem seria consenso por parte dos especialistas
nas áreas que estudam o comportamento da atmosfera.

Existem grupos que afirmam que o aquecimento global seria um evento natural, que não seria influenciado
pelas ações humanas e que, tampouco, seria gravemente sentido em um período curto de tempo. Outras
posições afirmam até mesmo que o aquecimento global não existe, utilizando-se de dados que comprovam
que o ozônio da atmosfera não está diminuindo, que o dióxido de carbono não seria danoso ao clima e que as
geleiras estariam, na verdade, expandindo-se, e não diminuindo.

Para alguns analistas, as calotas polares no sul e no norte estariam expandindo-se

Essas posições mais céticas consideram que as posições sobre o Aquecimento Global teriam um caráter mais
político do que verdadeiramente científico e acusam o IPCC de distorcer dados ou apresentar informações
equivocadas sobre o funcionamento do meio ambiente e da atmosfera. Tais cientistas não consideram o
painel da ONU como uma fonte confiável para estudos sobre o tema.

Divergências à parte, é importante considerar que o aquecimento global não é a única consequência das
agressões ao meio ambiente. Diante disso, mesmo os críticos ao aquecimento global admitem a importância
de conservar os recursos naturais e, principalmente, os elementos da bio

Efeito Estufa e Aquecimento Global

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Home Química Ambiental Efeito Estufa e Aquecimento Global

De acordo com cientistas, a relação entre efeito estufa e o aquecimento global seria pelo crescente
lançamento de gases-estufa na atmosfera em atividades humanas.

Vários cientistas alertam que o aquecimento global levará ao derretimento das geleiras e calotas
polaresVários cientistas alertam que o aquecimento global levará ao derretimento das geleiras e calotas
polares
O efeito estufa é um fenômeno natural realizado por gases presentes na atmosfera terrestre. Esse fenômeno é
assim chamado porque seu processo é semelhante ao que ocorre em uma estufa usada para cultivar plantas
em locais frios.

As estufas são geralmente câmaras fechadas feitas de vidro que permitem a entrada de luz e calor
provenientes dos raios solares, mas dificultam a sua saída. Assim, o calor fica retido dentro delas, aquecendo
o ambiente e tornando o clima propício para o cultivo de determinadas plantas.

Exemplo de estufa usada para cultivar plantas

Exemplo de estufa usada para cultivar


plantas

Algo similar ocorre na Terra. Nosso planeta recebe os raios solares, mas aproximadamente 30% deles não
conseguem atravessar a atmosfera, sendo refletidos de volta para o espaço. Os outros 70% atravessam a
atmosfera e atingem a superfície terrestre. Parte dessa radiação é absorvida pela superfície e outra parte é
refletida na forma de radiação infravermelha, um tipo de radiação invisível para nós que também é
denominada radiação térmica, pois é emitida por materiais aquecidos.

Ao chegar à atmosfera, essa radiação infravermelha que foi refletida não volta direto para o espaço porque
existem alguns gases — os gases-estufa — que são capazes de absorver parte dessa radiação. A outra parte
retorna normalmente para o espaço.

Esquema que mostra como ocorre o efeito estufa na atmosfera terrestre

Esquema que mostra como ocorre o efeito estufa na atmosfera terrestre

Assim, graças ao efeito estufa, a temperatura média da Terra permanece em 15ºC, o nosso planeta é mantido
aquecido e não há grandes variações de temperatura entre o dia e a noite. Isso permite a manutenção da vida.

Então, se o efeito estufa em si é algo bom, por que as pessoas o mencionam como um problema ambiental?

A questão é que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) apontou que a Terra encontra-
se em um ciclo acentuado e crescente de elevação da sua temperatura média, que é o chamado aquecimento
global. Os cientistas que apresentaram esse relatório afirmam que as principais causas do aquecimento global
são fatores antropogênicos, ou seja, decorrentes de atividades humanas.

Conforme falaremos mais adiante, esse assunto gera polêmica e controvérsias no meio científico. Mas
geralmente se aponta o dióxido de carbono (CO2), mais conhecido como gás carbônico, como o grande vilão
do efeito estufa e causador do aquecimento global.

A concentração normal na atmosfera do dióxido de carbono, que é um gás-estufa, é de aproximadamente


0,035%, sendo resultante de processos naturais, como a respiração e erupções vulcânicas. Porém, com o
advento da Revolução Industrial, a queima de combustíveis fósseis, como o carvão e os derivados do
petróleo, aumentou muito, o que resultou no lançamento de mais gás carbônico para a atmosfera. Acredita-se
que esse aumento da concentração do CO2 na atmosfera levou à intensificação do efeito estufa, o que
resultou no aquecimento global.

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Emissão de gás carbônico por queima de combustÃveis fósseis em indústrias

Emissão de gás carbônico por queima de combustíveis fósseis em indústrias

Mas existem outros gases que também são apontados como responsáveis pelo aquecimento global. O
segundo maior responsável é o metano (CH4), que pode ser proveniente de depósitos ou de processos de
extração dos combustíveis fósseis, da decomposição anaeróbica de substâncias orgânicas, bem como da
pecuária, pois os animais ruminantes liberam metano por meio da produção de flatulência e eructação.

A digestão do gado emite metano para a atmosfera

A digestão do gado emite metano para a atmosfera

Outros gases-estufa são: óxido nitroso (N2O), ozônio (O3), CFCs (clorofluorcarbonetos) e HCFCs
(hidroclorofluorcarbonetos). O vapor de água também é capaz de absorver parte da radiação infravermelha.

Os cientistas que acreditam nessa tese como causa do aquecimento global alertam que as mudanças na
temperatura média do planeta podem causar consequências sérias. Entre elas, a principal é que os efeitos
serão sentidos com maior intensidade em lugares de altas altitudes, levando, assim, ao derretimento de
geleiras e calotas polares.

Esse derretimento, por sua vez, provocaria o aumento do nível dos oceanos, o que levaria a inundações em
cidades litorâneas, mudanças no clima, propagação de doenças tropicais e prejuízos para a agricultura e secas
em outras regiões da Terra.

Cientistas apontam que o derretimento de geleiras nos polos é consequência do aquecimento global

Cientistas apontam que o derretimento de geleiras nos polos é consequência do aquecimento global

Por isso, no ano de 1992, houve na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como ECO-92 ou Rio-92. Nessa conferência, Brasil e
outros 154 países assinaram um documento (Convenção sobre Mudanças Climáticas) comprometendo-se a
diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

O aprofundamento da Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou na elaboração do Protocolo de Kyoto


de 1997, assinado na cidade japonesa de Kyoto. Por meio dele foram implantadas metas de redução de gases,
algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012.

Mas conforme mencionado, existem alguns cientistas que se autodenominam céticos, pois não acreditam que
o aquecimento global seja causado pelas atividades humanas e afirmam que as projeções do IPPC são
irrealísticas. Veja mais sobre isso no texto: Críticas ao aquecimento global.
Vidro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta página cita fontes, mas estas não cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserir referências. Conteúdo não
verificável poderá ser removido.—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico) (Agosto de 2019)

Fachada de prédio com janelas de vidro.

Em ciência dos materiais o vidro é uma substância sólida e amorfa, que apresenta temperatura de transição
vítrea[1]. No dia a dia o termo se refere a um material cerâmico transparente geralmente obtido com o
resfriamento de uma massa líquida à base de sílica.

Em sua forma pura, o vidro é um óxido metálico transparente, de elevada dureza, essencialmente inerte e
biologicamente inativo, que pode ser fabricado com superfícies muito lisas e impermeáveis. Estas
propriedades desejáveis conduzem a um grande número de aplicações. No entanto, o vidro geralmente é
frágil, quebra-se com facilidade. O vidro comum se obtém por fusão em torno de 1.250 °C de dióxido de
silício, (SiO2), carbonato de sódio (Na2CO3) e carbonato de cálcio (CaCO3).

Índice

1 História

1.1 Em Portugal
2 Estrutura microscópica

3 Sólido versus líquido

4 Vidro e o meio ambiente

5 Composição

6 Fabricação

7 Tipos de vidros

8 Principais características

9 Vantagens

10 Desvantagens

11 Ver também

12 Referências

13 Ligações externas

História

Os povos que disputam a primazia da invenção do vidro são os egípcios e os fenícios. Segundo a
Enciclopédia Trópico:

"Os fenícios contam que ao voltarem à pátria, do Egito, pararam às margens do Rio Belus, e pousaram sacos
que traziam às costas, que estavam cheios de natrão (carbonato de sódio natural, que eles usavam para tingir
lã). Acenderam o fogo com lenha, e empregaram os pedaços mais grossos de natrão para neles apoiar os
vasos onde deviam cozer animais caçados. Comeram e deitaram-se, adormeceram e deixaram o fogo aceso.
Quando acordaram, em lugar das pedras de natrão encontraram blocos brilhantes e transparentes, que
pareciam enormes pedras preciosas. Um deles, o sábio Zelu, chefe da caravana, percebeu que sob os blocos
de natrão, a areia também desaparecera. Os fogos foram reacesos, e durante a tarde, uma esteira de liquido
rubro e fumegante escorreu das cinzas. Antes que a areia incandescente se solidificasse, Zelu plasmou, com
uma faca aquele líquido e com ele formou uma empola tão maravilhosa que arrancou gritos de espanto dos
mercadores fenícios. O vidro estava descoberto."

Esta é uma das versões, um tanto lendária. Mas, notícias mais verossímeis, relatam que o vidro surgiu pelo
menos 4.000 anos a.C.. Julga-se entretanto que os egípcios começaram a soprar o vidro em 1.400 a.C.,
dedicando-se, acima de tudo, a produção de pequenos objetos artísticos e decorativos, muitas vezes eram
confundidos com belas pedras preciosas. Sua decomposição é de 4000 anos. A cada 1000 kg de vidro leva-se
1300 kg de areia.
Em Portugal

Taça de vidro.

Foi só no século XVIII que se estabeleceu em Portugal a indústria vidreira — na Marinha Grande — e ainda
hoje esta existe. Anteriormente, há notícia, desde o século XV, da existência de alguns produtores artesanais
de vidro. É conhecido o labor do vidreiro Guilherme, que trabalhou no Mosteiro da Batalha. O vidro era
obtido através da incineração de produtos naturais com carbonato de sódio (erva-maçaroca). Houve diversos
fornos para a produção vidreira em Portugal, mas a passagem de uma produção artesanal, muito limitada,
para a produção industrial foi lenta. Uma fábrica existente em Coina veio a ser transferida para a Marinha
Grande, em consequência da falta de combustível. Estava-se no reinado de D. João V. A proximidade do
Pinhal de Leiria, teria aconselhado a transferência da antiga Real Fábrica de Coina. Depois, o Marquês de
Pombal concedeu um subsídio para o reapetrechamento desta fábrica vidreira na Marinha Grande.

Em 1748 estabeleceu-se na Marinha Grande John Beare, dedicando-se ali à indústria vidreira. A abundância
de matérias primas e de carburante aconselhavam o fomento dessa indústria naquela região. Em 1769 o
inglês Guilherme Stephens beneficiou de importante protecção do Marquês de Pombal e estabeleceu-se na
mesma localidade: subsídios, aproveitamento gratuito das lenhas do pinhal do Rei, isenções, etc. A Real
Fábrica de Vidros da Marinha Grande desenvolveu-se a ponto de ser Portugal, a seguir à Inglaterra, o
primeiro país a fabricar o cristal.

Actualmente, o Palácio Nacional da Ajuda, possui uma valiosa colecção encomendada aos irmãos Stephens,
adquirida na altura pelo rei D. Luís I e pela sua mulher, a rainha Dª. Maria Pia.

Estrutura microscópica

A estrutura amorfa de sílica vítrea (SiO2) em duas dimensões. Não existe ordem de longo alcance, porém a
ordem de curto alcance respeita o arranjo tetaédrico do oxigênio (O) ao redor do silício (Si).

A definição padrão de vidro (ou sólido vítreo) é um sólido formado por uma rápida têmpera.[2] Porém, o
termo vidro é utilizado de uma forma mais ampla, caracterizando qualquer material de estrutura cristalina
amorfa e que possua um estado de temperatura de transição vítrea.[3]

O vídro é um sólido amorfo. Mesmo que em escala atômica a estrutura do vidro compartilhe características
da estrutura de um líquido resfriado, ele apresenta todas as propriedades mecânicas de um sólido.[4] Como
em outros sólidos amorfos, a estrutura cristalina de um material vítreo não apresenta estrutura cristalina de
longa ordem que normalmente é observada em sólidos cristalinos. Devido à restrições de ligações químicas,
vidros possuem uma alta quantiade de estrutura cristalina de curta ordem.[5]

Sólido versus líquido

Existem controvérsias quanto aos mecanismos de caracterização do vidro na transição do estado líquido para
o sólido. Em meados da década de 1980 R.C. Plumb propôs que os vidros de antigas catedrais eram mais
grossos na base, pois teriam escoado com o tempo[6]. Essa ideia perdura até os dias de hoje, muito embora já
tenha sido provada matematicamente falsa. Edgar D. Zanotto em 1998 publicou artigo na revista American
Association of Physics, com um cálculo a partir da seguinte equação:

τ=η/G

em que τ é o tempo de relaxação, η é viscosidade (Pa·s) e G o Módulo de cisalhamento (Pa). Em 1999, foi
publicada uma revisão do cálculo tomando como base o valor de viscosidade de equilíbrio do vidro na
temperatura ambiente. O novo resultado foi de 10²³ anos [7], ou seja, mais de 2 nonilhões , sendo assim
impossível qualquer escoamento perceptível nos poucos milhares de anos de uma catedral.

Vidro e o meio ambiente

Ainda não se pode determinar o tempo que o vidro fica exposto no meio ambiente sem se degradar.

O vidro é um material cujo tempo de degradação no meio ambiente é indeterminado, no entanto, é totalmente
reciclável. Além disso, do ponto de visto energético e ambiental, o consumo e produção do material se
mostraram mais vantajosos que o PET, se atendida a condição de reciclagem do produto a partir de um valor
crítico, estimado em 80%.[8][9]

Composição

São basicamente compostos por areia, calcário, barrilha, alumina, corantes e descorantes. As matérias primas
que compõem o vidro são os vitrificantes, fundentes e estabilizantes.

Os vitrificantes são usados para dar maior característica à massa do vidro e são compostos de anidrido sílico,
anidrido bórico e anidrido fosfórico.
Os fundentes possuem a finalidade de facilitar a fusão da massa silícea, e são compostos de óxido de sódio e
óxido de potássio.

Os estabilizantes têm a função de impedir que o vidro composto de silício e álcalis seja solúvel, e são: óxido
de cálcio, óxido de magnésio e óxido de zinco.

A sílica, matéria prima essencial, apresenta-se sob a forma de areia; de pedra cinzenta; e encontra-se no leito
dos rios e das pedreiras.

O óxido de alumínio é um componente de quase todos os tipos de vidro. Certos componentes dos
medicamentos ou de soluções nutritivas podem incorporar o alumínio do vidro e causar intoxicação. [10][11]

Depois da extração das pedras, da areia e moenda do quartzo, procede-se a lavagem a fim de eliminar-se as
substâncias argilosas e orgânicas; depois o material é posto em panelões de matéria refratária, para ser
fundido.

A mistura vitrificável alcança o estado líquido a uma temperatura de cerca de 1.300°C e, quando fundem as
substâncias não solúveis surgem à tona e são retiradas. Depois da afinação, a massa é deixada para o
processo de repouso, de assentamento, até baixar a 800°C, para ser talhada.

Fabricação

Fabricação de peças em vidro usando moldagem por sopro.

A fabricação é feita no interior de um forno, onde se encontram os panelões. Quando o material está quase
fundido, o operário imerge um canudo de ferro e retira-o rapidamente, após dar-lhe umas voltas trazendo na
sua extremidade uma bola de matéria incandescente.

Agora, a bola incandescente deve ser transformada numa empola. O operário gira-a de todos os lados sobre
uma placa de ferro chamada marma. A bola vai se avolumando até assumir forma desejada pelo vidreiro.

Finalmente a peça vai para a seção de resfriamento gradativo, e assim ficará pronta para ser usada.
Tipos de vidros

Obsidiana: vidro formado naturalmente.

Vidro para embalagens - garrafas, potes, frascos e outros vasilhames fabricados em vidro comum nas cores
branca, âmbar e verde;

Vidros para a construção civil - Vidro plano - vidros planos lisos, vidros cristais, vidros impressos, vidros
refletivos, vidros anti-reflexo, vidros temperados, vidros laminados, vidros aramados, vidros coloridos,
vidros serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados a partir do vidro comum;

Vidros domésticos - tigelas, travessas, copos, pratos, panelas e produtos domésticos fabricados em diversos
tipos de vidro;

Fibras de vidro - mantas, tecidos, fios e outros produtos para aplicações de reforço ou de isolamento;

Vidros técnicos - lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, tubos de TV, vidros para laboratório
(principalmente o vidro borossilicato), para ampolas, para garrafas térmicas, vidros oftálmicos e isoladores
elétricos;

Vidro temperado - aquecimento entre 700° e 750° através de um forno e resfriamento com choque térmico,
normalmente a ar, causando aumento da resistência por compactação das camadas superficiais. O aumento
da resistência mecânica chega a 87%. O vidro após o processo de têmpera não poderá ser submetido a
lapidação de suas bordas, recortes e furos.

Vidro laminado - composto por lâminas plásticas e de vidro. É utilizado em para-brisas de automóveis,
claraboias e vitrines.

Vidros comuns decorados ou beneficiados - São os vidros lapidados, bisotados, jateados, tonalizados,
acidados, laqueados e pintados, utilizados na fabricação de tampos de mesas, prateleiras, aparadores, bases e
porta-retratos. Nas espessuras de 2 mm a 25 mm (já se fabricam vidros planos de até 50 mm, para fins
especiais em construção civil).

Vidro Colorido - Para o vidro ficar colorido é necessário a adição de alguns matérias antes da fundição por
exemplo: para ficar na cor vermelho cadino e selênio, já o beje é necessário ter uma mistura de enxofre,
resina vegetal e grafite.[12]

Vitrocerâmica - obtido submetendo o vidro comum a temperaturas elevadas (500°C-1000°C) o que provoca
a sua cristalização. Possui maior resistência.

O vidro é um material que fascina o homem. Esse fato ocorre, por conta da sua sofisticação, beleza e
transparência. Quando descoberto, há aproximadamente seis mil anos atrás, o vidro era considerado um
artigo de luxo e, quem detinha o conhecimento de manuseá-lo, era vigiado e proibido de sair da cidade em
que morava, para que não compartilhasse com ninguém como era realizada a fabricação deste material e as
possíveis aplicações dele.

Os últimos 40 anos foram cruciais para o estudo sobre o vidro e de seu processamento, realizando um salto
gigantesco na história para esse material tecnológico. Atualmente, os materiais vítreos dominam o mercado,
os encontramos na indústria, na ciência, em casa, onde o mesmo contém distintas finalidades: Podem filtrar,
transmitir ou bloquear radiações, ser a prova de balas, suportar elevadas temperaturas, dentre outras.

Definição

O vidro é um sólido não cristalino e amorfo, ou seja, ele é caracterizado por apresentar uma estrutura
desordenada, onde os átomos constituintes nele estão dispostos tridimensionalmente de forma aleatória, não
contendo uma estrutura ordenada a longa distância. Os vidros silicatos são os mais comuns. Formados por
um átomo de Silício (Si) ligado a quatro átomos de Oxigênio (O), se dispondo espacialmente em um formato
tetraédrico, que quando ligado com outros tetraedros de sílica, formam uma rede tridimensional.

Quartzo em sua forma cristalizada e Vidro de sílica

Diferente de outros materiais, o vidro não passa subitamente do estado sólido para o líquido, já que ao invés
de se fundir totalmente, o material apenas passa por um amolecimento gradativo e uma diminuição da sua
viscosidade (propriedade física que caracteriza a resistência de um material para escoar), de acordo com o
acréscimo da temperatura. Logo, essa classe de materiais não apresenta um ponto de fusão específico, mas
sim contêm uma região no seu aquecimento que todas as suas propriedades se modificam, conhecida como
transição vítrea, explicitada na figura abaixo.

Antes da Temperatura de transição vítrea TG (do inglês Glass Transition), o movimento translacional dos
átomos constituintes no material respeita uma escala de tempo humana muito lenta, fazendo com que não
haja nessa região de temperatura a cristalização do vidro, mesmo que o aquecimento seja realizado em
longos períodos, sendo assim a estrutura nessa região se encontra “congelada”. Após a TG, os átomos que
compõe o material têm um grau de liberdade de realizarem movimento e se transladarem, podendo ocorrer à
cristalização do vidro, variando o tempo necessário segundo o tipo ou composição do vidro utilizado.

Comparação das curvas de resfriamento de um vidro e de um material cristalino

Comparação das curvas de resfriamento de um vidro e de um material cristalino


Mas como o vidro é feito?

A obtenção do vidro é resultado da fusão de matérias primas, seguida de um controlado resfriamento, por
isso a formação deste material é vista como uma questão cinética, por depender estritamente do tempo. Na
Figura acima, pode-se ver que há várias maneiras de resfriamento de um líquido, porém, para a obtenção do
vidro, o líquido deve ser resfriado rapidamente, para que seus átomos não consigam obter um tempo
necessário de se ordenarem e formarem um material cristalino.

A formação do vidro é toda pautada na etapa de resfriamento, em que a taxa de tal fase é imprescindível no
processo, já que a velocidade varia de acordo com a composição de cada vidro. Um utilizado em janelas, por
exemplo, não necessita que seu resfriamento seja feito de forma rápida, já um vidro metálico, necessita que
seu resfriamento seja feito de forma veloz, chegando a uma velocidade de até 106 Km/s.

Principais tipos

SÍLICA VÍTREA:

A sílica vítrea é obtida a partir do aquecimento da areia de sílica ou cristais de quartzo, até uma temperatura
de 1725 °C, sendo um processo muito lento, por conta da rede tridimensional que o material tem. O vidro
obtido por tal material é muito viscoso e, por ter um baixo coeficiente de expansão é ideal para ser utilizado
em janelas de veículos espaciais, espelhos astronômicos, na produção de fibras óticas e aplicações que
requerem de um produto com resistência a choques térmicos e estabilidade dimensional.

SILICATOS ALCALINOS:

Para reduzir a excessiva viscosidade do vidro de sílica, acrescentam-se óxidos alcalinos na composição do
mesmo, para que ajam como modificadores de rede, “amolecendo” a estrutura original do vidro formado. Na
temperatura de 550 °C os carbonatos introduzidos, interagem com a Sílica, onde através dessa interação se
obtêm uma reação que resulta em um líquido silicoso, que ao ser resfriado forma-se um vidro. Como a
adição de alcalinos diminui a resistência química do material, o mesmo é utilizado para adesivos, produtos
de limpeza e películas protetoras.

VIDROS SODO-CÁLCICOS:
Para reduzir a solubilidade (propriedade do material de se dissolver ou não em uma substância) e manter a
baixa temperatura de fusão dos vidros de silicatos alcalinos, acrescentam-se ao invés de óxidos alcalinos,
fluxos estabilizantes (óxido de Cálcio em conjunto com o óxido de Magnésio, por exemplo), que resultam
nos chamados vidros sodo-cálcicos.

A composição desse vidro é bem controlada, já que o exagerado uso de Cálcio pode resultar na cristalização
do material e o pouco uso do mesmo, pode acarretar em uma baixa durabilidade química do material. Esse
vidro é frequentemente utilizado em garrafas, frascos, potes, janelas e em tubos de lâmpadas.

VIDROS AO CHUMBO:

Dependendo da composição base do vidro, quando se é adicionado o óxido de Chumbo, o mesmo pode agir
como modificador ou formador de rede. Logo, os vidros alcalinos ao Chumbo tem uma vasta aplicação,
podendo ser encontrado em artigos fino de mesa (taças e copos), peças de arte, funil de tubo de televisão e
em produtos óticos, por possuir propriedades como, resistividade elétrica (o quanto o material se opõe à
passagem de uma corrente elétrica), elevado índice de refração (brilho) e capacidade de absorção de raios X.

VIDROS BOROSSILICATOS:

O óxido de Boro se transforma em vidro quando resfriado em temperaturas acima de 460 °C, temperatura do
seu ponto de fusão. Tal óxido é frequentemente utilizado na indústria vítrea para substituir os óxidos
alcalinos, pois o mesmo aumenta a resistência ao choque térmico (capacidade de resistir a uma grande
variação de temperatura) do material e o deixa resistente a ataques químicos. Esse tipo vidro é empregado
principalmente em produtos que podem entrar em contato com altas temperaturas e em equipamentos
laboratoriais.

VIDROS ALUMINO-BOROSSILICATO:

Com a adição da Alumina em um vidro silicato alcalino, o mesmo se torna mais viscoso em temperaturas
elevadas, logo isso possibilita que este vidro possa ser aquecido a altas temperatura sem sofrerem
deformações, quando comparado aos vidros sodo-cálcicos e borossilicatos. A aplicação desse material é bem
diversa, já que podem ser utilizados em tubos de combustão, em fibras de reforço, vidros de alta resistência
química e em vitro-cerâmicas (obtidos a partir da cristalização controlada dos vidros).
Diferença entre o vidro normal, laminado e temperado

Além da variação de composição e acréscimo de óxidos distintos, as realizações de tratamentos específicos


no vidro também podem acarretar no aperfeiçoamento de algumas propriedades do material. O vidro
temperado, por exemplo, é fabricado a partir do convencional, mas passa por um tratamento térmico
diferente, denominado como têmpera. Tal tratamento tem como finalidade estabelecer tensões elevadas de
compressão em pontos superficiais do vidro e correspondentes a altas tensões de tração no centro.

Comparado ao vidro convencional, o vidro temperado tem uma elevada resistência mecânica a grandes
impactos (cinco vezes maior), além de conseguir suportar variações de temperatura de até 227 °C. O vidro
normal, quando quebrado, se fragmenta em grandes pedaços, que muitas vezes são pontiagudos e cortantes.
Diferente do vidro convencional, o temperado se fragmenta em pequenos pedaços, com formatos
arredondados e menos cortantes, garantindo, mesmo que significativamente, a segurança do usuário. Esse
categoria é encontrada em fachadas, portas, janelas, boxes de banheiro, em mesas e em diversos outros
produtos.

Outro tipo de vidro vinculado no mercado é o vidro laminado, que é resultado da junção de duas – ou mais –
placas de vidro, que são unidas por uma película de plástico conhecida como Polivinil Butiral (PVB) ou
resina. O vidro laminado é mais resistente aos impactos do que os outros tipos de vidro e quando quebrado,
os fragmentos permanecem colados na película, evitando que o usuário seja cortado. Além disso, por conter
a película de PVB na sua fabricação, o vidro laminado é capaz de filtrar cerca de 99,6% dos raios
ultravioletas, que é responsável pela descoloração de móveis, tecidos e por causar câncer de pele, sendo
capaz também de absorver ondas sonoras, reduzindo os ruídos externos do ambiente em que está. Esse tipo
de vidro é encontrado nos para-brisas dos carros, escadas, fachadas, passarelas, janelas e entre outros.

Reciclagem do Vidro

A reciclagem do vidro é um processo sustentável de extrema importância para o meio ambiente. Tal processo
pode ser realizado indefinidas vezes e pode apresentar um desperdício nulo do material no processo,
impactando diretamente na redução da utilização de energia, na conservação de recursos naturais e na
economia, através da geração de empregos. Além disso, o processo de reciclagem contém cinco etapas:

1ª Etapa: Separação. Nesta etapa o vidro passa por uma seleção, sendo separados em distintos grupos que são
diferenciados pelo tipo do vidro (ondulados, lisos, utilizados em janelas, em copos, garrafas, etc.), pela sua
cor (verde, translúcido, âmbar, azul, etc.) e pela sua espessura, possibilitando que o produto final, contenha
as mesmas características que seu produto oriundo.
2ª Etapa: Lavagem. Os grupos formados na etapa de separação passam por uma lavagem, para que todas as
impurezas saiam do material e não contamine o novo vidro que será formado.

3ª Etapa: Trituração. Nesta etapa acontece a trituração em micro pedaços, para facilitar a obtenção do vidro
fundido na etapa de queima do material.

4ª Etapa: Queima. O material é levado ao forno, separadamente e, são submetidos a uma temperatura acima
de 1300 °C, para a obtenção do vidro fundido.

5ª Etapa: Modelagem. Essa é a etapa final da reciclagem, onde o material fundido pode tomar diferentes
formas e ter diversas aplicações. Com os moldes, o mesmo pode assumir a forma de uma garrafa, de uma
taça, de um enfeite e entre outros produtos, podendo ser novamente comercializado.

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Materiais da América Latina.

O vidro é um material bastante usado em nosso cotidiano. Sua utilização inclui recipientes de remédios,
garrafas de cervejas e refrigerantes, mesas, janelas, espelhos, copos, pratos, objetos de arte e decoração e os
mais diversos, sem os quais não vivemos sem. Mas como o vidro é fabricado? Do que ele é feito? Como é
possível que ele fique em formatos tão variados e belos?

Bem, o método clássico e mais utilizado atualmente para a produção do vidro é chamado de
fusão/resfriamento. Resumidamente, as matérias-primas são misturadas, levadas ao aquecimento em
temperaturas elevadíssimas, o que causa a sua fusão (derretimento), moldadas no formato desejado e, depois,
resfriadas.

A principal matéria-prima do vidro é a sílica ou dióxido de silício (SiO2 ), que está presente na areia. Mas
nas fábricas costuma-se utilizar outra forma cristalina do dióxido de silício, que é o quartzo, mostrado a
seguir:
O quartzo é uma forma cristalina do dióxido de silício

O quartzo é uma forma cristalina do dióxido de silício

Os outros dois componentes que formam o vidro são a barrilha ou soda (carbonato de sódio - Na2CO3) e o
calcário (carbonato de cálcio - CaCO3). Esses três materiais são triturados, transformados em pó e, depois,
misturados na proporção adequada, formando o que é chamado de mistura vitrificável. Essa mistura é levada
para o forno, a uma temperatura de cerca de 1500ºC.

barrilha + calcário + areia → vidro comum + gás carbônico

Na2CO3 + CaCO3 + SiO2 → silicatos de sódio e cálcio + gás carbônico

x Na2CO3 + y CaCO3 + z SiO2 → (Na2O)x . (CaCO)y . (SiO2)z + (x + y) CO2

Com a fundição, forma-se uma espécie de massa pastosa com uma viscosidade próxima à do mel, que é
formada pelos silicatos de sódio e cálcio.

Na fabricação artesanal, o artesão, com bastante habilidade, coleta a quantidade de vidro líquido que
necessita com uma ferramenta chamada cana de vidreiro e começa a realizar a sua modelagem através de um
molde. Conforme as imagens a seguir mostram, a parte oca ou a parte de dentro de jarras ou garrafas de
vidro, por exemplo, é feita quando o artesão assopra dentro do molde com a cana de vidreiro, que é um tubo
oco, semelhante a um cano fino.

Podem ser usados também maçaricos para manter certas partes da peça na temperatura certa para realizar a
modelagem, pois, depois de resfriado, não é possível mais moldar o vidro.

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Etapas de fabricação de vidro de modo artesanal

Etapas de fabricação de vidro de modo artesanal


Com base nesse processo, podemos definir o vidro como um produto inorgânico fundido que atinge por
resfriamento uma condição rígida, sem que ocorra cristalização.

No entanto, a demanda de vidro é muito grande para esse método artesanal de fabricação. Por isso, nas
indústrias, o método de produção sofre algumas variações. Entre elas, adicionam-se à mistura vitrificável
cacos de vidro, que é um processo de reciclagem de vidro utilizado.

Aí sim é que essa mistura vai para o forno de fusão. Conforme você pode verificar na reação mostrada mais
acima, há uma liberação de gás carbônico (CO2) para que não se formem bolhas no vidro. Essa mistura é
levada para as máquinas de conformação, que realizam a sua moldagem em grande escala. O resfriamento do
vidro precisa ser de forma gradual de acordo com o artigo que está sendo produzido.

Depois de rígido, o vidro passa por mais uma etapa de tratamento térmico, na qual fornos o reaquecem (etapa
de recozimento), mas, depois, ele é novamente resfriado.

O vidro feito assim fica transparente. Para a produção de vidro colorido, é necessária a adição de alguns
compostos à mistura vitrificável antes do processo de produção. Para obter o vidro vermelho, por exemplo,
adicionam-se selênio e cádmio; para o vidro verde, cromo; para adquirir a cor azul, chumbo; e para obter o
âmbar, usa-se uma mistura de enxofre, resina vegetal e grafite.

Garrafas feitas com vidros coloridos

Garrafas feitas com vidros coloridos

Dependendo do tipo de vidro que se deseja obter, são adicionadas outras substâncias que lhe conferem
propriedades superiores. Veja três exemplos: cristal, alta sílica e borosilicato.

O cristal é um tipo de vidro especial que recebe a adição de, pelo menos, 24% de chumbo, por isso, ele é
chamado de silicato de chumbo. Esse material é usado na fabricação de taças, jogos de utensílios de mesas e
em peças artísticas, bem como na fabricação de intrumentos ópticos, como lentes e prismas, tubos de TV,
anteparos para blindagem de radiação gama e como vidro para solda. O cristal possui a vantagem de ser
lapidado mais facilmente, o que inclui gravações e polimento.
Existe também outro tipo de vidro que é bastante resistente ao calor e ao ataque de substâncias químicas, a
alta sílica. No entanto, a sua produção apresenta um inconveniente: sua fusão só ocorre em temperaturas de
cerca de 2000 ºC. Esse vidro é formado por altos teores de sílica (cerca de 96%) e é utilizado em
equipamentos especiais de laboratório. Porém, a maioria das vidrarias de laboratório, como pipetas, buretas,
dessecadores, béqueres, etc., é formada por um tipo de vidro denominado borossilicato.
O que são materiais cerâmicos?

A ocorrência mais antiga da palavra “cerâmica” relaciona-se com o termo grego “keramus”, que significa
“feito de argila queimada”. As cerâmicas geralmente são obtidas a partir de tratamentos em altas
temperaturas , mas nem todas são feitas de argila.

As cerâmicas são, na verdade, materiais naturais ou sintéticos preparados à base de óxidos e/ou não óxidos
ligados por ligações de caráter misto (iônico-covalente) e subdividem-se em alguns grupos: cerâmicas
tradicionais, vidros, abrasivos, cimentos e cerâmicas avançadas.

Triaxial das Cerâmicas

As cerâmicas são compostas de diversas matérias primas, que estão dividas em 3 grandes classes.

Silicatos: Componente responsável pela estabilidade das massas cerâmicas, apresenta principalmente Silício
e Oxigênio. Alguns dos minerais representantes são quartzo, cristobalita e tridimita;

Argilominerais: São silicatos de alumínio hidratados, sendo a caulinita (Al2Si2O5(OH)4) o principal


representante. Confere plasticidade;

Feldspatos: Possuem menor ponto de fusão, atuando como fundentes. São modificações da sílica obtidas
através da substituição de Si por Al e com a presença de metais alcalinos. Ortoclásio, Albita e Anortita são
minerais dessa classe.

A estrutura cristalina dos materiais cerâmicos costuma ser bem mais complexa do que se comparada a dos
metais. A natureza iônica das ligações faz com que os íons (cátions dos metais e ânions dos não-metais)
componham a estrutura cristalina ao invés dos átomos.

Propriedades das Cerâmicas

A formulação e as condições de processamento das massas cerâmicas são etapas cuidadosas e complexas que
irão definir as propriedades do material, e consequentemente, sua aplicação. As propriedades que colocam as
cerâmicas em posição de destaque em diversas aplicações são a dureza elevada, estabilidade funcional em
altas temperaturas e sua resistência química e à compressão.

Desempenho Mecânico

A alta dureza confere aos materiais cerâmicos grande utilidade em processos de corte e abrasão, mas também
é responsável pelo efeito conhecido como fratura frágil . Quando submetidos a altas cargas de tração (em
temperatura ambiente), esses materiais fraturam rapidamente, isso acontece pois as peças não acomodam as
possíveis deformações plásticas e não é possível parar a propagação de defeitos na estrutura uma vez que
elas começam.

Gráfico Tensão x Deformação

Comparação entre comportamento Tensão x Deformação de materiais frágeis e de materiais dúcteis Fonte:
Materials Science and Engineering – Callister, William D.

Outros fatores que podem comprometer a resistência mecânica do material estão associados a defeitos na
microestrutura do material, como: a formação de poros e de grãos muito grandes durante o processamento,
ou mesmo, fendas superficiais originadas no acabamento da peça. Nesse caso, os poros e defeitos agem
como concentradores de tensão e ajudam a propagar as trincas.

Quando submetidas à compressão, não há amplificação das tensões, o que permite que as cerâmicas
apresentem um bom desempenho nessa situação, sendo até dez vezes superior se comparado ao desempenho
sobre tração.

Essas características impedem que as cerâmicas sejam ensaiadas sobre tração, já que a própria força das
garras do equipamento que prendem o corpo de prova é suficiente para levar à fratura do material. Por conta
disso, o jeito mais utilizado para medir sua resistência é através de um ensaio de flexão, no qual o corpo de
prova é apoiado em dois pontos e uma carga é aplicada entre os apoios.

Ensaio de Flexão em Cerâmicas

O Ensaio de Flexão é muito utilizado em materiais frágeis, como as cerâmicas. Fonte: The Science and
Engineering of Materials – Askeland, Donald R.

Quando esses materiais são expostos a tensões dinâmicas e flutuantes (eixos, barras de ligação,
engrenagens), a falha pode acontecer após ciclos de tensões repetidos em tensões inferiores a tensões
estáticas suportáveis, a qual chamamos de falha por fadiga . Apesar da falha por fadiga ser pouco comum em
materiais cerâmicos, é necessário a escolha de cerâmicas mais tenazes para suportar as tensões cíclicas, em
por exemplo, rotores de turbina.
A densidade das cerâmicas também é uma característica vantajosa para esses materiais, já que permitem uma
redução de massa em peças e equipamentos. A presença de poros é um fator para possibilitar a leveza das
cerâmicas..

Propriedades Eletrônicas e Estabilidade Química

Devido a natureza da ligação desses materiais (majoritariamente iônicas), as cerâmicas normalmente são
bons isolantes térmicos e elétricos . Isso ocorre pois os elétrons estão ligados ao núcleo fortemente, e não
podem ser facilmente conduzidos. Apesar disso, em condições especiais esses materiais podem apresentar
caráter semicondutor , condutor e até mesmo supercondutor.

Quando se fala de propriedades óticas, a maioria das cerâmicas, assim como os metais, são opacas. Porém,
de acordo com o processamento, é possível obter cerâmicas translúcidas e transparentes.

Propriedades óticas das cerâmicas

Alumina (Al2O3) monocristalina (safira), policristalina não porosa e policristalina com 5% de porosidade.
Transparente, translúcida e opaca, respectivamente. Fonte: Materials Science and Engineering – Callister,
William D.

Os vidros também se destacam em aplicações que exigem transparência, mas no caso deles, essa propriedade
está associada à sua estrutura amorfa e desordenada, que não impede a passagem da luz, como acontece em
cerâmicas cristalinas.

No quesito resistência à corrosão, as cerâmicas se destacam por sua inércia química, já que são formadas por
compostos óxidos entre elementos metálicos e não metálicos – como se já estivessem corroídos. Essa
propriedade permite com que vidros sejam utilizados para armazenar líquidos e reagentes. As cerâmicas
refratárias são empregadas para a produção de metais, que envolve altas temperaturas. Sua resistência ao
ataque de metais e sais é essencial nesse processo.

Aplicações das Cerâmicas

Devido às suas boas propriedades, as cerâmicas possuem uma enorme gama de aplicações. As cerâmicas
tradicionais são as mais comuns e incluem as terracotas (argilas), abrasivos, faianças, faianças sanitárias e
porcelanas. Juntamente com os vidros (ou vitro-cerâmicas ) e os cimentos , essas cerâmicas têm aplicação
recorrente na construção civil, uma vez que é responsável pela fabricação de tijolos, cimentos, vidros, lajes,
telhas, pisos, azulejos e outros materiais essenciais para esse setor.
Conheça mais sobre os VIDROS em nosso texto específico para eles!!

Já as cerâmicas refratárias, são caracterizadas por sua estabilidade funcional em faixas de temperatura entre
500 e 1500ºC. O setor que mais demanda refratários atualmente é a indústria de ferro e aço – que utiliza
aproximadamente 70% de todo refratário produzido empregando esses materiais nos revestimentos dos
fornos que operam em temperaturas muito elevadas. Para essa aplicação, é necessário que o material
aplicado na parte mais interna do forno seja denso e tenha uma baixa porosidade, já que estará diretamente
em contato com os produtos que serão produzidos. Na parte mais externa do revestimento, é esperado do
material uma alta porosidade e baixa condutividade térmica, garantindo que o calor do forno não seja
transferido para o lado exterior, evitando possíveis perdas energéticas e acidentes de trabalho.

Fundição e uso de cerâmicas

Cerâmicas Refratárias são empregadas na produção de metais. Foto por Kateryna Babaieva – Pexels

Cerâmicas Avançadas

As cerâmicas avançadas , por sua vez, possuem longa vida útil e podem desempenhar funções elétricas,
magnéticas, ópticas, térmicas, químicas, mecânicas, biológicas e nucleares (blindagem de reatores
nucleares). Para tanto, essas cerâmicas são produzidas com a mais moderna e alta tecnologia, a partir de
compostos químicos de elevada pureza e processos de produção controlados. Dessa forma, suas propriedades
auxiliam o desenvolvimento tecnológico de diversos setores.

Biocerâmicas

Um exemplo bastante atual é o uso de cerâmicas avançadas nos segmentos bioquímico e biomédico: as
chamadas biocerâmicas são utilizados na substituição de ossos e devem apresentar propriedades físicas e
biológicas compatíveis com os tecidos vivos hospedeiros, facilitando a resposta do corpo aos mesmos. As
biocerâmicas ainda podem se dividir em duas subclasses: bioinertes e bioativas.
Os materiais bioinertes apresentam uma resposta interfacial mínima, apesar de não serem rejeitadas pelo
tecido hospedeiro, também não se ligam efetivamente a este. A zirconita (ZrO2) , alumina (α-Al2O3) e
dióxido de titânio (TiO2) são exemplos de cerâmicas bioinertes. Por outro lado, as biocerâmicas bioativas
como a hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2] e os biovidros são capazes de induzir uma atividade biológica
específica.

Indústria Aeroespacial

Apesar do volume de produção industrial de cerâmicas avançadas para o setor aeroespacial não ser tão
expressivo como em outros setores, essas cerâmicas representam um grande avanço tecnológico e podem ser
utilizadas em aeronaves, mísseis, naves espaciais e satélites. Para isso, esses materiais devem cumprir
requisitos específicos que podem variar de acordo com a aplicação, como baixa densidade, alta resistência
mecânica, alta resistência ao desgaste e ao choque térmico. No mais, é essencial que esses materiais resistam
e mantenham suas propriedades em condições operacionais extremas.

Processamento e Conformação de Materiais Cerâmicos

Os vidros e vitrocerâmicas são conformados em altas temperaturas, nas quais a viscosidade é menor,
facilitando o trabalho da peça. As principais técnicas de conformação dos vidros são:

Prensagem: utilizada para fabricação de peças com paredes grossas, como louças. O fluido é pressionado
sobre um molde de ferro fundido.

Sopro: Ideal para jarras, garrafas e lâmpadas. A injeção de ar força o vidro a se conformar de acordo com as
paredes do molde.

Estiramento: Realizado para peças com uma seção transversal constante, como chapas, barras e tubos.

Cerâmicas à base de argila são fabricadas a partir de dois principais métodos: Conformação hidroplástica e
Fundição em suspensão. Tijolos, blocos, pisos, azulejos são geralmente fabricados através da primeira opção,
que se assemelha à extrusão dos metais, onde a massa cerâmica é forçada através de uma matriz.

Formas mais complexas, como louças sanitárias e objetos de arte são fabricados através da fundição em
suspensão. Esse método consiste em derramar a massa em um molde poroso (comumente feito de gesso),
que com o tempo, absorverá a água.

Fundição em Suspensão em Cerâmicas

Esquema ilustrando as etapas da fundição em suspensão na fabricação de cerâmicas


Como já citado, o controle desses processos é essencial para a produção de peças com propriedades
adequadas. Porém, após a conformação, as cerâmicas ainda precisam passar por uma secagem ou cozimento.
A principal função dessa etapa é retirar o líquido utilizado para dar plasticidade à massa cerâmica,
aumentando a massa específica e as propriedades mecânicas. Tempo, temperatura e outros parâmetros
precisam ser controlados para que a contração da peça não gere defeitos que possam prejudicar o
desempenho do material.

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Engenharia de Materiais no nosso blog!

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Cerâmica

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)

Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

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Sempre abrir.

Muito popular e presente em nosso cotidiano, e há muito tempo, é comum que não prestemos atenção a
aspectos químicos ou históricos da cerâmica. Significando argila queimada, a cerâmica é produto final de
produção de artefatos a partir da argila como matéria prima. Tratam-se de materiais de natureza inorgânica,
sólida e não metálica, submetidos a altas temperaturas de manufatura. Quimicamente, apresenta geralmente
constituição de óxidos metálicos, podendo conter também misturas iônicas.
Sem maiores detalhes, se pode classificar a cerâmica em dois grandes grupos, a cerâmica tradicional e a
cerâmica de natureza avançada:

CERÂMICA TRADICIONAL: é aquela utilizada em revestimentos diversos, que vão desde azulejos até
vasos para cultivo. Tijolos também são produzidos a partir desta cerâmica, assim como qualquer outro objeto
que não requer uma maior sofisticação.

CERÂMICA AVANÇADA: são materiais de engenharia, obtidos a partir de uma matéria prima mais
purificada, que pode ser a mesma que dá origem à cerâmica tradicional, mas está em um estado maior de
pureza. Utiliza-se esse tipo de cerâmica, por exemplo, em tijolos refratários para churrasqueiras e alguns
fornos.

Quanto a seu aspecto histórica, a cerâmica está entre os materiais manufaturados mais antigos que se tem
notícia, datando de mais de 20.000 anos a.C., onde peças foram encontradas por arqueólogos na
Checoslováquia. Também na região do Japão foram encontradas importantes peças muito antigas, as quais
serviram para se conhecer a matéria prima utilizada na época para a fabricação de diversos instrumentos e
utensílios. Nas culturas babilônicas e assírias também se encontram objetos elaborados a partir da argila
cozida, em texturas de alto brilho, o que era conseguido a partir de óxidos metálicos, conforme ainda é
utilizado hoje em dia. Na região brasileira já foram encontradas peças aproximadamente com essa data, em
solo Amazônico, em formas mais rudimentares.

ceramicaA aplicação da argila para o fabrico de objetos desde tempos remotos não se deve ao acaso. Sua
capacidade de ser misturada à água, sob determinadas proporções, e então ser moldada e endurecida pelo
aquecimento fez com que pudesse ser utilizada para diversos fins, desde a armazenagem de sólidos e
líquidos, em um passado distante, até o seu trabalho mais elaborado, como se observa hoje em dia, em
diversos objetos de decoração.

A indústria da cerâmica, após a Segunda Guerra Mundial, se desenvolveu com grande avidez, de modo que
os preços dos objetos baixaram, tornando possível a utilização deste material por uma maior parcela da
população. Novas tecnologias surgiram, e matérias primas de mais fácil obtenção fazem hoje da cerâmica um
dos objetos manufaturados a partir fonte natural mais presentes em nossas vidas.

Há uma publicação especializada, a partir de uma associação, a respeito do tema, conforme pode ser visto:
“A Revista Cerâmica, órgão oficial da Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) publica contribuições
originais de interesse na área de cerâmica, compreendendo arte cerâmica, abrasivos, biocerâmicas, cerâmicas
avançadas, cerâmica branca, cerâmica de mesa, cerâmica eletroeletrônica, cerâmica estrutural, cerâmica
magnética, cerâmica nuclear, cerâmica óptica, cerâmica química, cerâmica termomecânica, cerâmica
vermelha, cimento, compósitos de matriz cerâmica, materiais refratários, materiais de revestimento,
matérias-primas, vidrados, vidros e vitrocerâmicas, análise microestrutural, ciência básica, instrumentação,
processos de fabricação, síntese de pós, técnicas de caracterização etc”1.

Referências:

1. http://www.abceram.org.br/site/

http://www.anfacer.org.br/site/default.aspx?idConteudo=157&n=Hist%C3%B3ria-da-Cer%C3%A2mica

Texto originalmente publicado em http

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