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ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA
Sumário
MODULO 1................................................................................................................... 3
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL ............. 3
PRINCÍPIOS INERENTES A ESTRUTURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .. 4
DIFERENCIAÇÃO DAS ESTRUTURAS INTERNAS E SUAS CARACTERÍSTICAS . 6
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................ 8
PODERES ADMINISTRATIVOS ............................................................................. 10
PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR .................................................... 19
MODULO 2................................................................................................................. 22
ORÇAMENTO PÚBLICO ........................................................................................ 22
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ........................................................................... 26
RECEITA PÚBLICA ................................................................................................ 31
DESPESA PÚBLICA ............................................................................................... 35
SUPRIMENTO DE FUNDOS .................................................................................. 38
RESTOS A PAGAR................................................................................................. 40
MODULO 1

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL

A Administração Pública se apresentar como o poder do Estado de


coordenar, ou seja, é por ela que o Estado faz valer a sua autoridade de legislar
e tributar, fiscalizar e regulamentar. De acordo com a doutrina, a Administração
Pública pode ser diferentemente conceituada a depender do prisma a qual se é
analisada. Do ponto de vista material ou funcional, a palavra administração se
referirá a atividade ou função administrativa realizada pelos seus entes públicos.

Já, em seu sentido orgânico ou formal, a mesma será conceituada como


sendo um conjunto de diretrizes e princípios estabelecidos em lei, para guiar as
atividades administrativas, organizar os serviços prestados pelas entidades e
órgãos e orientar seus agentes públicos.

O principal objetivo da máquina administrativa é a proteção dos


interesses da coletividade, resguardando sua soberania em face do direito
privado, como também o atendimento dos fins do próprio Estado. A mesma
também se faz presente nas quatro esferas do governo, sendo elas, a federal,
estadual, municipal e distrital.

PRINCÍPIOS INERENTES A ESTRUTURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA

Está prevista em nossa Constituição em seu art. 37, caput, que a


Administração Pública, seja ela direta ou indireta, deverá observar e obedecer
aos princípios previstos em seu corpo:

''Art. 37. A administração pública direta e


indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte (...). ''

De forma breve, os princípios podem ser conceituados da seguinte


maneira:

• Princípio da legalidade: Considerado o fundamento mais


importante para a manutenção do Estado Democrático, por
ele, a Administração só poderá fazer aquilo que autorizado
previamente em lei.

• Princípio da impessoalidade: A Administração deve atuar de


forma que atenda de modo geral, ou seja, a todos, mesmo que
esse possam ser um conjunto de pessoas especificas, como,
por exemplo, a comunidade portadora de deficiências.

• Princípio da moralidade: Por ele, a Administração deve


administrar de forma idônea, moral, respeitando as leis.

• Princípio da publicidade: As atividades administrativas


devem ser transparentes, pois a publicidade, além de ser
requisito de eficácia para os atos administrativos, também é o
meio pelo qual se faz seu controle.

• Princípio da eficiência: o administrador deverá escolher


sempre os melhores meios e as entidades devem sempre se
organizar adequadamente para assim assegurar o melhor
resultado possível.

Porém, segundo o doutrinador Carvalho (2017, p. 159), existe alguns


princípios que são intrínsecos e que por isso, deverão estar sempre presentes
para nortear a organização administrativa, sendo eles:

• O princípio do planejamento: Por ele, toda atividade


administrativa deve obedecer a um planejamento que tenha
por objetivo promover o desenvolvimento econômico-social e
manter a segurança nacional.

• Princípio de coordenação: Este define que a atividade


administrativa deve se organizar hierarquicamente a fim de
evitar desperdícios de recursos ou desvio de função.

• Princípio da descentralização administrativa: É a


transferência da prestação de alguns serviços a outros entes
federativos ou pessoas jurídicas especializadas com o intuito
de obter maior eficiência na realização destes.

• Princípio da delegação de competência: Ocorre quando a


competência administrativa dos agentes e delegada a outros
dentro da mesma estrutura hierárquica.

• Princípio do controle: Por ele, todos os níveis de governo


terão o poder de controlar as atividades administrativas,
aplicando a correta execução e observando corretamente as
suas normas.
DIFERENCIAÇÃO DAS ESTRUTURAS INTERNAS E SUAS
CARACTERÍSTICAS

A Administração Pública possui dois tipos diferentes de estruturas, a


direta e a indireta.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

A administração direta é caracterizada por ser um conjunto de órgãos,


que em regra são desprovidos de personalidade jurídica, porém possuem
capacidade administrativa, política e financeira. As exceções a essa norma são,
a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. Esses órgãos atuam
diretamente pelo Estado, como se esse o fosse.

Dentro da administração direta existe institutos conhecidos como


centralização, desconcentração e descentralização que são meios pelo qual a
administração outorga ou delega alguns de seus serviços para que assim
possam ser realizados de forma mais eficiente. Esses se conceituam da seguinte
forma:

• A centralização ocorrerá quando a atividade for exercida


diretamente pelas entidades estatais já mencionadas.

• A desconcentração ocorre quando a competência para


exercer a atividade administrativa é passada para órgãos que
compõem a administração direta.

• A descentralização ocorre quando a atividade administrativa


é transferida para outra entidade, pública ou privada, que não
compõem a administração direta.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Diferentemente a administração direta, a formação da administração


indireta é feita pela presença de pessoas jurídicas e não mais de órgãos. Essas
pessoas jurídicas são as entidades citadas na descentralização, ou seja, são as
pessoas de direito, público ou privado, que receberam a transferência de
titularidade e execução dos serviços naturais a administração direta.

INTEGRANTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

A administração pública indireta possui seis diferentes tipos de pessoas


jurídicas que lhe auxiliam na prestação de serviços, sendo essas: Autarquias,
Fundações, Agências reguladoras e Executivas, Empresas Públicas e
Sociedade de Economia Mista.

AUTARQUIAS

Autarquias conceituam-se como pessoas jurídicas pertencentes ao


direito público que tem por função exercer atividades típicas da Administração
Pública, como, por exemplo, saúde, segurança, entre outros. Seu conceito está
previsto no art. 5°, I, do Decreto-lei n. 200/67:

TIPOS DE AUTARQUIA

De acordo com o doutrinador Mazza (2019, p.201,202), as autarquias


podem ser identificadas em seis diferentes tipos:

• Autarquias administrativas: São as consideradas autarquias


comuns por possuírem regime jurídico ordinário.

• Autarquias especiais: Se diferenciam das administrativas por


possuírem maior autonomia.

• Autarquias corporativas: São as entidades responsáveis


pela fiscalização e controle de certas profissões, como, por
exemplo, a OAB.

• Autarquias fundacionais: Também conhecidas como


fundações públicas, serão criadas quando houver afetação do
patrimônio público.

• Autarquias territoriais: São setores geográficos dirigido pela


União, conhecidos também como territórios federais.
• Autarquias contratuais: São assim chamadas associações
públicas que se originaram de um consórcio entre entes
federativos.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O gestor público deve ficar atento a alguns fundamentos que norteiam o bom
desempenho de sua atividade no setor público. Os cinco princípios básicos da
Administração Pública estão presentes no artigo 37 da Constituição Federal de
1988 e condicionam o padrão que as organizações administrativas devem
seguir.

São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.


Vamos conhecer um pouco mais sobre o que cada um representa?

1. Legalidade
Significa que a administração pública está sujeita aos princípios legais, ou
seja, as leis ou normas administrativas contidas na Constituição. Neste caso, só
é possível fazer o que a lei autoriza.
Quando a administração pública se ou desvia-se afasta da legalidade, ela
é exposta à responsabilidade civil e criminal, conforme o caso. Desta forma, a lei
acaba distribuindo responsabilidades aos gestores.
Trazendo essa lógica para o cotidiano, um administrador público em um
processo de licitação, por exemplo, deverá proceder de maneira já estabelecida
e em hipótese nenhuma de forma diferente.

2. Impessoalidade
Aborda tanto a atuação impessoal, que objetiva a satisfação do interesse
coletivo, quanto a própria administração pública. Este princípio impõe ao gestor
público que só pratique o ato para o seu objetivo legal, vedando qualquer prática
de ato administrativo sem interesse público ou vantagem para a gestão.
Podemos citar como exemplo de violação do princípio da impessoalidade,
a exaltação do trabalho de um secretário de obras na inauguração de uma obra.

3. Moralidade
Trata de obedecer não somente a lei jurídica, mas também a lei ética da
própria instituição, ou seja, o administrador público precisa seguir alguns
padrões éticos. Portanto, a moralidade administrativa junto à sua legalidade e
adequação aos demais princípios, possuem pressupostos que, quando não
seguidos, tornam a atividade pública ilegítima.
Sendo assim, o gestor público que agir de forma contrária descumprirá a
moralidade como também o princípio de legalidade. Na política, um exemplo
prático disto é a nomeação de parentes em cargos comissionados.

4. Publicidade
Diz respeito à divulgação oficial do ato para conhecimento público. O princípio
da publicidade é um requisito da eficácia e da moralidade. Sendo assim, todo
ato administrativo deverá ser publicado, com exceção dos que possuem sigilo
nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou de interesse
superior da Administração, conforme previstos na lei.
Um tipo de informação que não pode ser divulgada é dado pessoais de
servidores, por exemplo.

5. Eficiência
Este princípio exige que a atividade administrativa seja exercida de
maneira perfeita, com rendimento funcional. A eficiência exige resultados
positivos para o serviço público e um atendimento satisfatório, em tempo
razoável.

Conhecer os princípios que norteiam a Gestão Pública é essencial para


pôr em prática uma administração pública íntegra, efetiva, transparente e mais
próxima da sociedade. No entanto, isso não é tudo! Após estar fundamentado
nos pilares estabelecidos anteriormente, o gestor também precisa ficar atento às
novas tecnologias e procedimentos que facilitarão cada vez mais a sua gestão
de forma segura.
PODERES ADMINISTRATIVOS

Os poderes Administrativos são aqueles da administração pública para


consecução de seus interesses através disso visando o bem comum da
coletividade, dentre eles estão os poderes vinculados, discricionários,
hierárquico, disciplinar, regulamentar, poder de polícia e a polícia sanitária.

Distinção de Poderes Administrativos e Poderes políticos

Para bem compreender os poderes administrativos é de fundamental


importância, fazer a distinção de poderes administrativos e poderes políticos.
Ambos são considerados como instrumentos de trabalho que se adequam as
tarefas dos meios administrativos.

Os poderes administrativos tem fundamento com a administração que


expõem suas diferenças no que toca sobre exigências do serviço público,
juntamente com a coletividade. Com essa diversidade classifica-se com a
liberdade da administração a prática de seus próprios atos em poder vinculado
e discricionário; que os mesmos visem o ordenamento da administração ou
punição que a ela seja vinculada ao poder hierárquico e disciplinar com finalidade
normativa sobre o poder de regulamentar visando objetivos de direitos
individuais com poder de polícia.

Esse são poderes inerentes as atividades estatais compostas pela


União, Estados, Distrito Federal e Municípios, contendo limites sobre suas
competências.

De forma destacada vejamos as formas de poderes administrativos.

3. Poder vinculado

Também chamado de poder regrado, é o Direito Positivo que confere


Administração Pública com finalidade de atos de própria competência impondo
os elementos e requisitos para sua formalização. Ele significa dizer que o agente
público fica a preso ao que diz a lei, sendo assim o administrador tem o mínimo
sobre a liberdade de ação, em caso que desobedeça a lei o ato é considerado
nulo.

Impõe ao agente público que observe atentamente o princípio da


legalidade no que deve ser atendidos os requisitos que formem expressos na lei.

4. Poder Discricionário

Esse é o poder que concede a Administração, na forma de modo implícito


ou explícito a prática de atos administrativos com liberdade de escolha sobe
oportunidade, conteúdo e conveniência. A discricionariedade somente recorre
de atribuição da lei, em casos que sejam utilizados conceitos indeterminados só
poderão reconhecer a discricionariedade quando a lei autorizar.

Não se deve confundir discricionariedade com arbítrio; no primeiro caso


significa a liberdade de ação administrativa dentro dos limites da lei, em que é
autorizado, legal e válido; no segundo caso significa a ação que é contrária a lei,
ela é sempre e legitima e invalida.

Daí vê que a discricionariedade ela é sempre relativa e parcial, no que


toca a competência, a forma e a finalidade do ato em que sempre segue os
modos da lei.

5. Poder Hierárquico

O executivo dispõe as funções de seus órgãos, no que ordena e rever as


atuações dos agentes, assim estabelecendo relações de subordinação no
quadro pessoal dos servidores.

Não deve confundir o poder hierárquico com poder disciplinar, a hierarquia


subordina-se no meio de vários órgãos e dos agentes do executivo com
distribuição de função de cada ente. Assim não há hierarquia no poder judiciário
e legislativo são privativos de função executiva.
O objetivo do poder hierárquico é ordenar, coordenar, corrigir e controlar
os atos administrativos internos da Administração. O objetivo de ordenar é
repartir e escalar funções de atividade da Administração entre os agentes do
Poder de seu cargo; coordena as funções para obter funcionamento dos serviços
de cada órgão; corrige os erros administrativos pela prática de atos inferiores; e
coordena as funções no sentido de manter o funcionamento dos serviços dos
cargos do órgão.

No poder hierárquico surgem faculdades implícitas para o superior na


função de dar ordens e fiscalizar o cumprimento de órgão, delegar e avocar
atribuições e rever os atos dos inferiores. A faculdade de dar ordens significa o
dever de determinar os atos ou conduta em caso concreto; fiscalizar é o ato de
vigiar, para manter os padrões legais de cada atividade administrativa; avocar é
chamar as funções atribuídas a um ente subordinado; e rever os atos de
inferiores que é apreciar os atos em todos os aspectos desde a competência até
a forma.

Há uma divergência entre subordinação e vinculação administrativa que


não se devem ser confundidas, a subordinação admite os meios de controle do
superior sobre o inferior e decorre do poder hierárquico; a vinculação decorre do
poder de supervisão sobre a entidade que é vinculada.

6. Poder Disciplinar

Tem a função de punir as infrações dos servidores e das demais pessoas


que disciplinam órgão e outros serviços da Administração.

É visto que o poder disciplinar se correlaciona o poder hierárquico, mas


há diferenças entre eles; no poder hierárquico a Administração Pública distribui
as funções executivas; já no poder disciplina controla o desempenho das funções
e as condutas dos servidores. A característica do poder disciplinar é que ela não
está vinculada a definição da lei sobre a sanção ou infração funcional.
7. Poder Regulamentar

O poder regulamentar tem a função de dispor os Chefes de Executivo a


explicar a lei para que possa ser executada de forma correta. Esse poder é
inerente ao Chefe do Executivo previsto no Art. 84, IV, CF.

Sobre o poder de chefiar sobre Administração também está o poder de


regulamentar a lei e suprir, quando o Executivo expedir o regulamento autônomo
ou a execução da lei, ele não deve invadir as reservas legais que são as matérias
disciplinadas por lei que afetam garantias e direitos individuais.

Regulamentar significa o ato administrativo em modo geral e também normativo


que é feito pelo Chefe do Executivo em forma de decreto para explicar a
aplicação da lei.

8. Poder de Polícia

Também conhecido como poder de polícia administrativa em que a


Administração Pública sobre ações que possam afetar a coletividade sua
competência é de policiar de que dispõe do poder de regular a matéria ficando
sujeitos a regulamentação de policiamento da União, sobre os interesses da
região compete a polícia estadual, e os interesses locais pertencem ao
policiamento do município.

8.1 Conceito

É o poder que a Administração Pública tem para dar condições e restringir


o uso e o gozo dos bens para beneficiar a coletividade e o Estado, o poder da
polícia é uma forma de reduzir os abusos do direito individual. Com isso cabe
demostrar as diferenças da polícia administrativa, entre a polícia judiciária e de
manutenção da ordem pública, pois a polícia administrativa versa sobre os bens,
direitos e atividade, já as demais atuam sobre as pessoas como Polícias Civis
ou Militares.
8.2 Razão e Fundamento

Para o poder de polícia a razão é o interesse social e o fundamental está


ligado a supremacia geral sobre todas as pessoas como também é ligado aos
bens e atividade, que revela os mandamentos constitucionais com interesses
ligados a opor restrições sobre direitos individuais em favor da coletividade. O
regime de liberdade pública assegura o uso normal dos direitos individuais e não
admite abuso desse direito; apenas admite limitações e pedem condições de
bem estar de modo geral.

8.3 Objetivo e finalidade.

O poder de polícia administrativa tem como seu objetivo buscar o bem, o


direito e a atividade individual que ofereça risco a sociedade ou a segurança da
nação; com isso exige a regulamentação, o controle e a contenção que voltado
pelo Poder Público. Nos casos que houver conduta de empresas ou pessoas
que pratique repercussões que prejudique a comunidade ou o Estado cabe ao
poder de polícia, seja ele preventivo ou repressivo salientar que ninguém adquire
direito que seja contra o interesse público.

Sua finalidade é proteger o interesse público em sentido amplo junto a ele


tem destaque o interesse da comunidade, os valores matérias e o patrimônio
moral e espiritual do povo expresso no regime político adotado na constituição
vigente na ordem jurídica.

8.4 Extensão e limite

O poder de polícia abrange a proteção a moral e os bons costumes, desde


a preservação da saúde pública até o controle de publicações, incluindo também
segurança nos transportes e segurança nacional.
Os limites do poder da polícia administrativa são marcado pelo interesse
social sobre conciliação dos direitos fundamentais previstos na constituição, Art.
5º.

8.5 Atributos

Os atributos específicos e peculiares ligados ao poder de polícia são três,


discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.

8.5.1 Discricionariedade

É a livre escolha da Administração em da conveniência de exercer o poder


da polícia e da aplicar sanções para fins de interesse público. O ato de polícia
discricionário passara a ser vinculado quando a norma estabelecer forma de
realização. A discricionariedade é a liberdade de agir seguindo os limites que
forem determinados pela lei.

8.5.2 Autoexecutoriedade

É o direito de decidir ou executar decisão pelos próprios meios sem que


o judiciário possa intervir. Assim a Administração impõe medidas e sanções de
polícia administrativas para conter atividades antissocial. O princípio da
autoexecutividade autoriza pratica de polícia administrativa pela Administração
sem que o judiciário possa intervir.

8.5.3 Coercibilidade

É a imposição das medidas que são adotadas pela Administração que


constitui atributos ao poder de polícia. Na coercibilidade não há ato de polícia
facultativo, pois todos eles admitem a coerção estatal para poder torna-los
efetivos sendo independente de autorização judicial. É atributo da coercibilidade
sobre o ato de polícia usar a força física nos casos que houver infração do
devedor, e não é legalizado a violência em caso desproporcional a resistência;
nos casos que isso vier acontecer será caracterizado como abuso de poder.

8.6 Meios de atuação

A polícia administrativa atua de maneira preventiva agindo com padrões


de ordens e proibições com normas que limitam condutas de quem utilizam bens
com intenção de prejudicar a coletividade.

Para controle de limitações administrativas o Poder Público edita leis


fixando condições para uso do exercício das atividades como o alvará que é a
licença para a prática de um ato ou atividade que venha ser exercida. Há dois
casos de alvará, ele pode ser definitivo ou precário: no caso definitivo ele expede
um direito de edificação, más deve seguir as exigências edilícias, já no modo
precário é concedida a liberdade desde que não haja impedimento. O alvará
definitivo é uma licença e o precário é uma autorização.

O poder de polícia atua como forma de fiscalizar as atividades e controlar


a Administração.

8.7 Sanções

O poder de polícia seria considerado ineficaz se não fosse aparelhado de


sanções nos casos que houvesse desobediência a ordem de autoridade
competente. As sanções tem como elemento de intimidação a multa a interdição
de continuar exercendo a atividade, o fechamento do estabelecimento, a
demolição da construção entre outros que venha a impedir a moral a saúde e a
segurança pública. Essas sanções surgem do princípio de executoriedade e são
impostos pela própria Administração em competividade com as normas do
interesse público. As sanções do poder de polícia são aplicadas as condutas
individuais que não sejam consideradas crime. A Lei 9.873 de 23-11-1999 em
esfera federal determina em cinco anos a ação de pena da Administração
Pública sobre o exercício do poder de polícia que tem por objetivo buscar as
infrações corridas da data que praticou o ato.
8.8 Condições e validade

Essa Condições e validades são as mesma que se referem ao ato


administrativo, a competência, a finalidade e a forma que são as condições de
eficácia do ato administrativo que pertence ao poder de polícia; a
proporcionalidade constitui requisitos para a validade do ato de polícia, o ato
cometido e a sanção a ser aplicada; a legalidade dos meios é o requisito de
validade do ato de polícia.

9. Polícia Sanitária

9.1 Campo de Atuação

A polícia sanitária dispõe de ampla adoção de norma e medidas especifica


que refere ao estado de perigo, seja ele presente ou futuro que possam causar
ameaça a segurança ou saúde da comunidade. No sistema constitucional a
saúde e a assistência pública fica sujeito a regulamentação federal, estadual e
municipal por ser de interesse de entidades estatais. Na tocante a polícia
sanitária, a União criou a lei 11.445 de 05-01-2007 que estabelece as diretrizes
ligadas ao saneamento básico.

9.2 Normas gerais de defesa e proteção da saúde

São as regras federais que podem ser impostas pela União ou Distrito
Federal aos Estados-membros e aos Municípios que possibilite a ação
conjugada as entidades estatais em prol da salubridade pública. A União ao
editar normas pode impor medidas de higiene e métodos de prevenção como
também a redução de métodos de insalubridade e demais atividade relacionadas
a higiene e segurança da população.

9.2.1 Agência nacional de vigilância sanitária


Sua finalidade é proteger a saúde da população com controle sanitário da
produção e comercialização de produtos precisos de vigilância sanitária. A
agência de vigilância possui poderes normativos na área técnica com
conhecimento sobre a matéria.

9.2.2 Agência nacional de saúde suplementar

Foi criada pela Lei 9.961 de 28-01-2000 com função de controlar e


fiscalizar atividades de assistência à saúde, cabe também fiscalizar os aspectos
sanitários relativos ao serviço médico e hospitalar nos âmbitos da saúde
complementar.

9.2.3 Códigos sanitários estaduais

São de competência dos Estados-membros e devem atender as regras


impostas pela união que se refere ao âmbito da saúde. O código sanitário impõe
medidas de atuação para os agentes sanitários com fiscalização e punição a
quem for infrator.

9.2.4 Regulamentos sanitários municipais

Tem como objetivo controlar as edificações particulares de gênero


alimentício destinado para o consumo local. Nesse controle de edificação deve
ser impostas as condições de construir visando segurança e higiene. Para bom
desenvolvimento das edificações de passa por uma aprovação em projeto de
seção que compete a Prefeitura na ocupação do prédio deve haver vistoria e
liberação de alvará. Cabe ao Município a polícia sanitária fiscalizar carnes, frutas
e verduras que são oferecidas nas feiras livres das localidades.

9.3 Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC)

Tem como objetivo planejar coordenar as ações da defesa civil em


território nacional prevendo transferir recursos para ações de socorro, e também
na reconstrução de áreas que foram atingidas por desastres, a defesa civil em
sentido amplo é o conjunto de ação preventiva que é destinada a minimizar
impactos a população e restabelecer a normalidade social.

PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR

O ordenamento jurídico confere a administração pública prerrogativas,


que são indispensáveis para atingir o fim específico da administração pública
que é a satisfação do interesse público.

Essa prerrogativa são os poderes do administrador público, na qual a lei


impõe limites estabelecendo assim deveres e poderes.

1. Deveres do administrador público.


São deveres do administrador público de acordo com a doutrina:

1. Poder-dever de agir: o poder administrativo conferido a administração


para atingir o fim público representa um dever de agir e uma obrigação do
administrador público de atuar em benefício da coletividade e seus
indivíduos. E tal poder é irrenunciável (e devem ser executados pelo
titular) e obrigatório.
2. Dever de eficiência: é a necessidade de tornar a atuação do
administrador público mais célere, coordenado e eficiente, ou seja, é o
dever de boa administração.
3. Dever de probidade: exige que a atuação do administrador público seja
em consonância com os princípios da moralidade e honestidade
administrativa sob pena de serem aplicadas sanções administrativas,
penais e política (art. 37, §4º da CF).
4. Dever de prestar contas: Constitui um dever inerente do administrador
público a prestação de contas referente à gestão dos bens e interesses
da coletividade.

1. Poderes do administrador público.


Os poderes constituem o instrumento que é utilizado pela
administração pública para cumprir as suas finalidades. São os principais
poderes administrativos:

1. Poder vinculado: é o poder que tem a Administração Pública para praticar


certos atos em que é mínima ou inexistente sua liberdade de atuação.
2. Poder discricionário: é aquele em que a administração pública possui
uma razoável liberdade de atuação, agindo de acordo com liberdade de
escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.
3. Poder hierárquico: caracteriza-se pela existência de grau de
subordinação entre os diversos órgãos e agentes do Executivo. Há a
distribuição de funções de seus órgãos, que ordena e rever a atuação de
seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os servidores
públicos de seu quadro de pessoal.
4. Poder regulamentar: é aquele conferido aos Chefes dos Poderes
Executivos (Presidente, Governadores e Prefeitos) para expedir decretos
e regulamentos. E decorre de competência diretamente constitucional
(art. 84 da CF).
5. Poder disciplinar: está diretamente relacionado ao com o poder
hierárquico, e é a faculdade que a Administração Pública possui de punir
as infrações funcionais de seus servidores w demais pessoas sujeitas à
disciplina dos órgãos e serviços da Administração.

Poderes segundo: • •

Liberdade de atuação Poder vinculado Sem margem de liberdade (adstrito às

Poder regras- ato regrado)


discricionário
Tem margem de liberdade(opção),
(conveniência e oportunidade)
Ordenamento da AP Poder Atuação subordinada(interno),
hierárquico (escalonamento e ordenação)

Poder Faculdade punitiva



disciplinar
Capacidade de explicitar a lei
Poder
regulamentar

Contenção de direitos Poder de polícia Limitação ao direito individual. (interesse


individuais público)

Poder de Polícia.

É um instrumento que a administração utiliza para proteger e promover o


interesse público.

Possui como fundamento legal o art. 78 do Código Tributário Nacional, e


também se apoia no princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o
Privado.

Os atos praticados no exercício do poder de polícia podem ser:


preventivos (é ato normativo/ abstrato que se destina a impedir danos ao
interesse público); repressivo (é aquele que visa cessar o dano ao interesse
público) e finalizatório (é ato material/concreto que se destinam a impedir o dano
ao interesse público).

Possui como fim a proteção à coletividade, e objeto tudo que possa causar
risco. Sua competência está diretamente relacionada a atividade típica do estado
o poder de polícia e só pode ser exercida pela administração pública direta ou
autarquia.
MODULO 2

ORÇAMENTO PÚBLICO

As leis orçamentárias têm papel fundamental no planejamento e


investimentos em educação, saúde, assistência social, segurança, transporte,
infraestrutura, desenvolvimento, inovação, tecnologia e manutenção de todas as
atividades do Estado.

O orçamento público tem a função de demonstrar as ações do governo,


além de possibilitar a fiscalização e o controle sobre as finanças públicas. Um
plano orçamentário anual deve ser muito bem pensado e articulado para não
acarretar em sistemas sucateados, gerando danos por falta de investimentos a
longo prazo que, a depender do regime, podem se tornar irreversíveis para o
país.

O planejamento das ações do Governo, seja na manutenção de suas


atividades ou na execução de seus projetos, se materializa através do
orçamento, que é um instrumento por meio do qual o governo estima as receitas
que irá arrecadar e fixa os gastos que espera realizar durante o ano. De maneira
geral, as receitas são obtidas por meio de impostos, taxas, contribuições e outros
mecanismos fixados pela União, Estados e Municípios.

O orçamento público é elaborado cíclica e seguindo uma periodicidade


prevista em lei e na Constituição Federal de 1988, assim ela é obrigatória a todos
os níveis de governo. O ciclo orçamentário é um processo com fases que devem
ser cumpridas como parte do processo orçamentário que envolve: discussão,
elaboração, aprovação, execução, avaliação e julgamento do orçamento. É
responsabilidade do Poder Executivo a elaboração dos projetos de lei que regem
o ciclo orçamentário: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA).

Fases de definição e aprovação do Orçamento Público

O ciclo orçamentário se inicia a cada quatro anos com o planejamento de


médio a longo prazo através do Plano Plurianual e, ao longo desse tempo,
desenvolvem-se anualmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Orçamentária Anual para operacionalizar, no curto prazo, a estratégia da PPA.
Este ciclo se encerra quando o Poder Legislativo realiza o julgamento das
prestações de contas do Poder Executivo.

O Plano Plurianual (PPA) estabelece quais serão os investimentos da


administração pública em cada área de atuação, define as estratégias, diretrizes
e metas da administração para um período de quatro anos. O PPA é sempre
monitorado e passa por revisões e melhorias anualmente para se adequar às
expectativas do ano seguinte. Assim, anualmente o PPA serve como base para
a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária
Anual (LOA), que são planos de ação do governo a curto prazo.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), prevista no art. 165 § 2º da CF,


anualmente define as metas e prioridades do governo para o próximo ano. É a
lei que estabelece as regras para a formulação da LOA e alcance das metas e
desenvolvimento das ações previstas no PPA.Sua principal finalidade é orientar
a elaboração dos orçamentos fiscal e da seguridade social e de investimento do
Poder Público. Além disso, a LDO pode indicar alterações na legislação tributária
e, também, na política salarial.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) está prevista no art. 165, § 5º da CF. Ela
autoriza o Executivo a aplicar os recursos arrecadados na manutenção das
atividades da administração pública, fazer investimentos e pagar os credores. A
LOA funciona como um direcionamento para os gastos e despesas do Governo
e indica o orçamento disponível para o ano seguinte. Além disso, ela demonstra
a prioridade dos gastos e investidos em áreas estratégicas para alcançar os
resultados esperados pelo Governo no PPA.

Gastos mínimos e Orçamento Participativo

A Constituição Federal de 1988 determina gastos mínimos para as áreas


de saúde e educação, que são consideradas prioritárias para o país. Para a
saúde, devem ser destinados, no mínimo, 13,2% das despesas. Já para a
educação, o mínimo estabelecido é de 18% da arrecadação de impostos. É
importante ressaltar que para as outras áreas, como segurança e assistência,
não há um mínimo constitucional.

Outro ponto de destaque do orçamento público é que ele também pode


ser elaborado com a participação direta da população Através do Orçamento
Participativo, que acontece mais comumente na esfera municipal, os cidadãos
discutem as prioridades de serviços e investimentos municipais, e votam nas
propostas através de fóruns e audiências públicas. Só depois desta discussão,
o projeto mais votado entra na respectiva lei orçamentária do Município.
Negociações em torno do Orçamento Público

Apesar da elaboração das proposições referentes ao orçamento público


ser uma prerrogativa do Executivo Federal, para a composição desta proposta
são reunidos os orçamentos dos demais poderes. Os poderes Legislativo e
Judiciário elaboram em separado os seus respectivos orçamentos e os
encaminham ao Poder Executivo, para que, junto ao seu próprio orçamento,
possam ser inseridos e unificados em um sistema de informação da Secretaria
de Orçamento, do Ministério da Economia. Com base nesses dados é que a
Secretaria de Orçamento elabora a proposta de Lei Orçamentária, que deve ser
assinada pelo Presidente da República e em seguida encaminhada ao Poder
Legislativo.

Justamente por determinar como se dá a composição dos gastos públicos


de maneira ampla, ou seja, no âmbito dos três Poderes da República, as leis
orçamentárias, mesmo tendo que, obrigatoriamente, ser elaboradas pelo
Executivo, não estão alheias a negociações e debates em torno do seu arranjo.
Como dito anteriormente, as informações dos outros Poderes também constam
no escopo da legislação, por isso, tanto o Legislativo quanto o Judiciário também
opinam e negociam com o Executivo para que este faça concessões nas
propostas de orçamento que serão encaminhadas para a votação no Congresso
Nacional.

É importante enfatizar as negociações que ocorrem, principalmente com


o Poder Legislativo, pois a destinação de recursos pode afetar diretamente a
governabilidade do Presidente da República. Ao recepcionar as leis
orçamentárias, o Congresso Nacional designa um relator para elaborar um
parecer sobre as discussões em torno da composição da proposta orçamentária
enviada pelo Presidente da República. Compõem esse parecer as reivindicações
dos parlamentares a respeito da destinação das verbas federais. Os
parlamentares, por terem compromissos com suas bases eleitorais em seus
respectivos Estados, enviam ao Poder Executivo emendas ao orçamento
visando o cumprimento destes compromissos.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

1. Princípio da Unidade

O princípio da unidade surgiu como inovação à Constituição de 88. Ou


seja, antes de 1988 os orçamentos eram separados.

Esse princípio ressalta que o orçamento deve ser uno. Isto é, apenas um
orçamento para cada ente federativo. Não devendo, portanto, elaborar um
orçamento para cada Poder.

Nesse ínterim, tem-se um caixa único e uma única contabilidade para


cada ente federado.

Segundo a Constituição Federal de 88, o orçamento anual compreenderá


obrigatoriamente as despesas e receitas relativas a todos os Poderes, órgãos,
fundos, tanto da administração Direta quanto da Indireta, excluídas apenas as
entidades que não recebam subvenções ou transferências à conta do
orçamento.

2. Princípio da Totalidade

O princípio da totalidade surge como resposta aos problemas em que o


Princípio da Unidade não estava sendo respeitado.

Nesse sentido, coube à doutrina reconceituar o P. da Unidade de forma


que abrangesse também essas novas situações. Surge, então, o princípio da
totalidade, que possibilitava a coexistência de múltiplos orçamentos que,
entretanto, devem sofrer consolidação, de forma a permitir uma visão geral do
conjunto das finanças públicas.

Dessa forma, o orçamento público será integrado pelos:

Orçamento Fiscal;
Orçamento de Investimento das estatais; e

Orçamentos da Seguridade Social.

Segundo a Lei 4.320, que estabelece as normas gerais do Direito


Financeiro, a LOA conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a
evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo,
obedecidos os princípios de:

• Unidade
• Universalidade
• Anualidade

Além disso, a LOA compreenderá todas as receitas, inclusive as


operações de crédito autorizadas em lei.

3. Princípio da Anualidade

O princípio da anualidade dispõe que o orçamento deve ser elaborado e


autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano.
Entretanto, temos uma importante exceção à anualidade:

Créditos ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS autorizados nos últimos 4


meses do exercício, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício subsequente.

4. Princípio da Exclusividade

Segundo o Princípio da Exclusividade, a Lei Orçamentária deverá conter


apenas matéria orçamentária ou financeira. Em outras palavras, a lei
orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura
de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei.
Assim, o princípio da exclusividade visa evitar a cauda orçamentária.

Como já mencionado, são exceções ao P. da Exclusividade:

Autorização para abertura de créditos SUPLEMENTARES e contratações de


operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.

Relembrando que o gênero créditos adicionais possui três espécies:

• Suplementares;
• Especiais; e
• Extraordinários.

Pelo princípio da exclusividade, a LOA poderá autorizar a abertura de


créditos adicionais suplementares, porém não é permitida a autorização para os
créditos adicionais especiais e extraordinários.

Assim, o princípio da exclusividade tem o objetivo de limitar o conteúdo


da Lei Orçamentária, impedindo que nela se inclua normas pertencentes a outros
campos jurídicos, como forma de se tirar proveito de um processo legislativo
mais rápido. Por outro lado, as exceções ao princípio possibilitam uma pequena
margem de flexibilidade ao Poder Executivo para a realização de alterações
orçamentárias.

5. Princípio do Equilíbrio

De acordo com o princípio do equilíbrio, o montante da despesa


autorizada em cada exercício não poderá ser superior ao total de receitas
estimadas para o mesmo período.

Ou seja, visa evitar o déficit fiscal.

Dessa forma, de acordo com o Princípio do Equilíbrio é vedado a


realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de
capital, ressalvadas as autorizadas mediantes créditos SUPLEMENTARES ou
ESPECIAIS com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por
maioria absoluta.
Isto é, o endividamento só pode ser admitido para a realização de
investimento ou abatimento da dívida.

6. Princípio da Especialização ou Princípio da Discriminação

O sexto, entre os 10 principais princípios orçamentários, é o princípio da


Especialização.

Segundo esse princípio, as receitas e as despesas devem aparecer de


forma discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, as
origens dos recursos e sua aplicação.

Tem-se como objetivo facilitar o controle, inibir concessões genéricas de


despesas, gerando, por conseguinte, mais segurança ao contribuinte.

Além do mais, é vedado que a lei orçamentária consigne dotações globais


para atender indiferentemente as despesas.

Sengo a Lei 4320 diz, a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo,


por elementos.

Contudo, para toda regra tem-se uma exceção:

Os Programas Especiais de Trabalho que, por sua natureza, não possam


cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa
poderão ser custeadas por dotações GLOBAIS, classificadas como Despesas
de Capital.

7. Princípio do Orçamento Bruto

O princípio do orçamento bruto surge juntamente com o P. da


Universalidade, visando ao mesmo objetivo.

Isto é, todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no


orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. Visa a
impedir, portanto, a inclusão de valores líquidos.
Dessa forma, todas as receitas e despesas constarão na LOA pelos seus
valores totais, vedadas quaisquer deduções.

8. Princípio da Universalidade

De acordo com o princípio da universalidade, um dos principais princípios


orçamentários, o orçamento deverá conter TODAS das receitas e TODAS as
despesas.

Sendo assim, o princípio da universalidade é indispensável para o


controle parlamentar, pois possibilita:

Conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia


autorização para respectiva arrecadação e realização;

Impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de


despesa sem prévia autorização legislativa;

Conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo,


a fim de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-
las.

Ademais, a Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e


despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de
trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e
anualidade.

9. Princípio da não vinculação do produto dos impostos

O art. 167, IV da Constituição consagra o assim chamado Princípio da


Não-Afetação, proibindo a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa.

Adendo: não confunda tributo com imposto. Imposto é espécie do gênero


tributo.

Todavia, veja as exceções, ou seja, ocasiões em que se é possível


vincular a receita dos impostos.
• Repartição do produto da arrecadação dos impostos;
• Destinação dos impostos para ensino e saúde;
• Manutenção das atividades da Adm. Tributária;
• Prestação de Garantias às operações de crédito por antecipação de
receita;
• Prestações de garantia e contragarantia à União, pelos Estados e
Municípios;
• Pagamento de débitos com a União, pelos Estados e Municípios;
• Destinação das receitas aos fundos constitucionais.

10. Princípio da Unidade de Tesouraria

Por fim, mas não menos importante, temos o princípio da unidade da tesouraria,
também um dos principais princípios orçamentários.

Esse princípio estabelece que o recolhimento de todas as receitas far-se-á em


estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais. (todas as receitas em uma conta
única.)

As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central; as


dos Estados, DF e Municípios e dos órgãos e entidades do Poder Público e das
Empresas por ele controladas, serão depositadas em instituições financeiras
oficiais, salvo os casos previstos em lei.

RECEITA PÚBLICA

A receita pública é a entrada de dinheiro nos cofres públicos de forma


definitiva, incondicional e que acresça um elemento positivo no patrimônio do
Estado. É, portanto, espécie do gênero entrada, por possuir características que
lhe são peculiares.
Atenção! A Lei nº 4.320/64 ao adotar a classificação econômica, adota o
termo receita pública em sua acepção mais ampla, ou seja, abarcando todo e
qualquer ingresso ou entrada nos cofres públicos. Assim sendo, considera
como receitas públicas verbas provenientes de venda de bens ou obtenção de
empréstimos, que seriam meros movimentos de caixa sob a ótica de uma
classificação jurídica. Todavia, para fins de prova, em havendo expressa alusão
a referida lei, normalmente o gabarito adota o conceito econômico de receita.
Desta definição de receita pública, inúmeras classificações poderão
surgir, a depender do elemento discriminador eleito.
As diversas classificações de receitas públicas podem ser resumidas no
quadro abaixo:

Possíveis classificações de receita pública


Elemento discriminador Tipos de classificação
a) Originárias
Quanto à origem da receita b) Derivadas
c) Transferidas
a) Receitas correntes
Quanto ao motivo da percepção da receita
b) Receitas de capital
a) Ordinárias
Quanto à periodicidade de sua percepção
b) Extraordinárias
a) Orçamentárias
Quanto à previsão orçamentária
b) Extraorçamentárias
a) Primárias
Por identificador de Resultado Primário
b) Financeiras

1. Orçamentárias

São orçamentárias as receitas que estiverem previstas no orçamento de


modo que serão consideradas quando da fixação das despesas públicas. O
administrador público poderá contar com elas para fazer frente às despesas
públicas em que incorrerá o ente, posto que tais receitas são incorporadas ao
patrimônio público (não são passíveis de restituição).
A arrecadação das receitas orçamentárias carece de autorização
legislativa e a realização desta receita se vinculará a execução do orçamento.

Como exemplo de receitas orçamentárias podemos citar a receita advinda


dos tributos, da exploração do patrimônio do Estado, dos recursos provenientes
do desenvolvimento bem sucedido de atividade econômico pelo Poder Público,
etc.

2. Extraorçamentárias

São extraorçamentárias as receitas que não fazem parte do orçamento de


modo que não serão consideradas quando da fixação das despesas públicas.
São receitas públicas apenas na acepção mais ampla do termo, uma vez que
não poderá o administrador público contar com elas para custear despesas
públicas previstas na peça orçamentária. O único motivo que justifica sua
inserção no conceito de receita, malgrado não se incorporem ao patrimônio
público, é que como adentram nos cofres públicos deverão ser precedidas de
lançamento.

O Poder Público adquire tais receitas extraorçamentárias em atenção a


futura despesa extraorçamentária, o que em termos contábeis seria um passivo
exigível. Assim, tais entradas já possuem destino certo, de modo a inviabilizar
seu aproveitamento no custeio de outras despesas (inclusive aquelas previstas
no orçamento). De acordo com a classificação de Aliomar Baleeiro, são meros
movimentos de caixa.

Desta feita, a arrecadação das receitas extraorçamentárias prescinde de


autorização legislativa e a realização desta receita não se vinculará a execução
do orçamento.

São exemplos de receitas extraorçamentárias os recursos financeiros que


adentram nos cofres públicos a título de fiança, caução, depósitos para garantia,
etc. Atenção, contudo, para alguns casos peculiares:
a) Retenção na fonte: será considerada receita extraorçamentária se a retenção
for realizada pelo ente que não ficará com os recursos para si. Se se tratar de
retenção de tributo cuja arrecadação pertencer ao mesmo ente que a efetuou,
como por exemplo o imposto de renda retido na fonte pelo Estado, DF ou
Município, na forma dos artigos 157, I e 158, I da Constituição, será considerada
receita orçamentária;

b) Operação de Crédito X Operação de Crédito por Antecipação da Receita


Orçamentária:

a. A operação de crédito é o compromisso financeiro assumido pelo ente público


em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição
financiada de bens, etc., devendo o ente apontar de onde sairão os recursos que
custearão esta nova despesa e tem como finalidade atender ao desequilíbrio
orçamentário ou financiar investimentos. Será considerada receita orçamentária
e, portanto, depende de autorização legislativa.

b. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender


insuficiência de caixa durante o exercício financeiro, devendo ser liquidada, com
juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano,
sendo proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não
integralmente resgatada, além de outros requisitos previstos na Lei de
Responsabilidade Fiscal, podendo o ente dar em garantia a receita dos impostos
de sua competência tributária. Será considerada receita extraorçamentária e,
portanto, independe de autorização legislativa.

Cuidado! Nada impede que receitas extraorçamentárias se convertam em


receitas orçamentárias. É o caso da caução dada em garantia no bojo de
contrato administrativo e que, em razão de eventual inadimplência do particular,
será perdida em favor do Poder Público. O valor depositado passará a integrar
o patrimônio, passando a fazer parte do orçamento.
DESPESA PÚBLICA

Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes


públicos a fim de saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei especial,
visando à realização e ao funcionamento dos serviços públicos. A despesa faz
parte do orçamento e corresponde às autorizações para gastos com as várias
atribuições governamentais (JUND, 2008).

Despesa pública também pode ser definida como o conjunto de gastos


realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos (despesas
correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos
(despesas de capital).

As despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder legislativo,


através do ato administrativo chamado orçamento público. Exceção são as
chamadas despesas extra orçamentarias.

Classificações das despesas públicas

Existem algumas classificações das despesas públicas:

Quanto à natureza

Despesas orçamentárias: correspondem ao desembolso de recursos que


não possuem correspondência com ingressos anteriores, fixados na lei
orçamentária e que serão utilizados para pagamento dos gastos públicos (JUND,
2008). Em outras palavras, são fixadas e especificadas na lei do orçamento e/ou
na lei de créditos adicionais. A classificação por categoria econômica em
despesas correntes e de capital, que será vista adiante, faz parte das despesas
orçamentárias, isto é, daquelas que fazem parte do orçamento.

Despesas extra orçamentárias: saída de recursos transitórios


anteriormente obtidos sob a forma de receitas-extra-orçamentárias. Exemplo:
restituição de depósitos, restituição de cauções, pagamento de restos a pagar,
resgate de operações de crédito por Antecipação da Receita Orçamentária
(ARO), entre outros. Estas despesas não precisam de autorização orçamentária
para se efetivarem, pois não pertencem ao órgão público, mas caracterizam-se
por um serem uma devolução de recursos financeiros pertencentes a terceiros.

Quanto à categoria econômica

Despesas Correntes

Despesas de custeio: dotações destinadas à manutenção de serviços


anteriormente criados, inclusive para atender a obras de conservação e
adaptação de bens imóveis (Art. 12, Lei 4.320). Jund (2008) complementa com
mais exemplos: pagamento de serviços terceiros, pagamento de pessoal e
encargos, aquisição de material de consumo, entre outras.

Transferências correntes: dotações para despesas as quais não


corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras
entidades de direito público ou privado. Exemplos: tranferências de assistência
e previdência social, pagamento de salário-família, juros da dívida pública.

Despesas de capital

Investimentos: dotações para o planejamento e a execução de obras,


inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à
realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho,
aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou
aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou
financeiro (Art. 12, § 4º, Lei 4.320)).

Inversões financeiras: Conforme Art. 12, § 5º, Lei 4.320, são as dotações
destinadas para:

I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II – aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou entidades de


qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a
objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de
seguros.

Transferências de capital: dotações para investimentos ou inversões


financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar,
independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo
essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da
Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para
amortização da dívida pública.

Quanto à afetação patrimonial

Despesa efetiva: reduzem a situação líquida patrimonial (SLP) do Estado,


provocando um fato contábil modificativo diminutivo. Exemplos: pessoal e
encargos; juros e encargos da dívida interna e externa; outras despesas
correntes, salvo aquelas de material de consumo para estoque.

Despesa não efetiva (ou por mudança patrimonial): não provocam alteração na
Situação Líquida Patrimonial (SLP) do Estado. Exemplo: investimentos,
inversões financeiras, amortização da dívida interna e externa, outras despesas
de capital, salvo aquelas destinadas a auxílios e contribuições de capital bem
como os investimentos em bens de uso comum do povo; despesa corrente para
formação de estoque de material de consumo.

Quanto à regularidade

Ordinárias: destinadas à manutenção contínua dos serviços públicos. Se


repetem em todos os exercícios.

Extraordinárias: de caráter esporádico ou excepcional, provocadas por


circunstâncias especiais e inconstantes. Não aparecem todos os anos nas
dotações orçamentarias.
Quanto à competência Institucional

A competência institucional da despesa pública pode ser Federal,


Estadual ou Municipal.

• Federal: competência da União. Atende demandas de dispositivo


constitucional, leis ou contratos.
• Estadual: competência dos Estados.
• Municipal: competência dos Municípios.

SUPRIMENTO DE FUNDOS

A Administração Pública necessita, em determinadas situações, utilizar


sistemática especial para realizar despesas que, por sua natureza ou urgência,
não possam aguardar o processamento normal da execução orçamentária.

Neste sentido,os artigos 68 e 69 da Lei no 4.320/1964 regulamentam o


que a legislação denomina de “regime de adiantamento”.

No Governo Federal, o Decreto-Lei no 200/1967, no artigo 74, § 3o, dispôs


sobre a excepcionalidade desse tipo de despesa e denominou o regime de
adiantamento de “Suprimentos de Fundos”.

Diante do exposto, pode-se assim conceituar Suprimento de Fundos


como a entrega de numerário a servidor, sempre precedido de empenho prévio
na dotação própria da despesa a realizar, e que, a critério do ordenador de
despesas e sob sua inteira responsabilidade, constitui gasto público que não
pode se subordinar ao processo normal de execução da despesa.

Entende-se por processo normal de execução da despesa aquele em que


os recursos públicos somente são aplicados após o cumprimento, entre outros,
dos seguintes procedimentos:

a) formalização de processo licitatório;


b) obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração;

c) celebração de contrato, se for o caso;

d) emissão de empenho em nome do credor;

e) entrega do bem ou prestação do serviço por parte do credor;

f) liquidação; e

g) pagamento via ordem bancária com as devidas retenções tributárias.

No Governo Federal, a movimentação de suprimento de fundos deverá


ocorrer por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF. O
Decreto no 6.370/2008 trouxe várias novidades com relação ao processo de
suprimento de fundos, com destaque à proibição de utilização das contas
bancárias de suprimento de fundos, as denominadas contas tipo “B”.

O referido Decreto altera o texto dos artigos 45 e 47 do Decreto no


93.872/1986, que define os casos específicos de utilização por suprimento de
fundos.

A partir daí, nasce o artigo 45-A no Decreto no 93.872/1986, que trata da


vedação quanto à abertura de contas bancárias destinadas à movimentação de
suprimento de fundos.

No entanto, o Decreto no 6.467, de 30 de maio de 2008 novamente


permitiu a utilização de contas bancárias destinadas à movimentação de
suprimento de fundos, as chamadas contas tipo “B”, para os seguintes órgãos:

i) órgãos do Poder Legislativo;

ii) órgãos do Poder Judiciário;

iii) Ministério Público da União; e

iv) Comandos Militares.


Outros normativos, como a Instrução Normativa da Secretaria do Tesouro
Nacional no 04, de 30 de agosto de 2004, garantem o Cartão de Pagamento do
Governo Federal – CPGF como principal ferramenta de movimentação financeira
no tocante à realização de despesas de suprimento de fundos.

RESTOS A PAGAR

Restos a pagar são as despesas orçamentárias empenhadas pela


Administração Pública na vigência do exercício financeiro corrente e que não
foram pagas até 31 de dezembro deste mesmo exercício.

A licitação é feita com o objetivo da Administração Pública poder realizar


contratações. Com o encerramento da licitação, tem início a Ata ou o Contrato
Administrativo, celebrados entre o licitante vencedor e o Órgão ou Entidade da
Administração Pública.

O Órgão ou Entidade, que realizaram a licitação, a partir daí darão início


à compra de materiais, à contratação de serviços ou à execução de obras, que
sejam objetos do Contrato celebrado por meio da licitação realizada.

Os pedidos de compras e contratações se dão por meio do Empenho, que


é o primeiro estágio da execução orçamentária. Uma vez emitido o empenho, o
desembolso financeiro passa a ser obrigação da Administração Pública,
contanto que o fornecedor do material ou prestador dos serviços atenda a todos
os requisitos legais de autorização ou habilitação de pagamento.

A execução orçamentária consiste na realização das despesas públicas


previstas na LOA – Lei Orçamentária Anual, que estima as receitas e programa
as despesas para cada ano de acordo com as prioridades e as regras
estabelecidas pelo Governo. Nenhuma despesa pode ser executada sem estar
prevista na LOA, por isso tamanha é a sua importância e tal é a sua relação com
as licitações que serão realizadas no decorrer do ano. Importante mencionarmos
que o Sistema Orçamentário Brasileiro também é composto pelo PPA – Plano
Plurianual e pela LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem cada um
a sua respectiva LOA, e a execução das despesas deve ser feita de acordo com
a lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Executar o orçamento é, portanto, papel da Administração Pública seja na


esfera Federal, Estadual, Distrital ou Municipal, e para isso, deve-se seguir os
estágios da despesa pública: Empenho, Liquidação e Pagamento.

O empenho é o primeiro estágio da despesa, sendo o ato emanado de


autoridade competente, que cria para a Administração Pública a obrigação de
pagamento, pendente ou não, de implemento de condição. Como mencionado,
é com a emissão da Nota de Empenho que o Órgão licitante realiza os pedidos
de materiais, dá início à contratação de serviços ou à execução das obras. Uma
vez recebida a Nota de empenho pelo licitante, ora contratado, o prazo para o
início da entrega de bens ou prestação do serviço começa a correr.

A liquidação é o segundo estágio da despesa pública e consiste na


comprovação de que o fornecedor cumpriu todas as obrigações do empenho. A
finalidade é reconhecer ou apurar a origem e o objeto do que se deve pagar, a
importância exata a ser paga e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação.
É na liquidação que se verifica a entrega do material ou a prestação do serviço,
a respectiva Nota Fiscal (fatura ou documento semelhante), o reconhecimento
da despesa, além do direito adquirido pelo credor, com base nos títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.

É a partir da liquidação que começa a contar o prazo para pagamento do


fornecedor previsto no Edital de licitação, que segundo a lei nº 8.666/93, art. 40,
inciso XIV, alínea a, será em até 30 dias. É comum alguns órgãos licitantes
publicarem Editais com um prazo inferior para pagamento: 10, 15, 20 e até 28
dias.

O pagamento é o terceiro estágio da despesa pública e resulta na extinção


da obrigação, após o respectivo ateste, e entrega do valor correspondente ao
fornecedor em conta bancária já informada durante a licitação. Normalmente, o
pagamento é efetuado por tesouraria.

Via de regra, a execução orçamentária deve ser concluída durante o


exercício financeiro vigente, ou seja, no mesmo exercício em que se empenha,
o respectivo pagamento deverá ser efetuado, até o dia 31 de dezembro.

Quando o pagamento deixa de ser efetuado no próprio exercício


financeiro, procede-se, então, à inscrição da dívida em restos a pagar. Os restos
a pagar se classificam em restos a pagar processados e restos a pagar não
processados.

Restos a pagar processados são aqueles que no momento da inscrição


a despesa já estava empenhada e liquidada. Enquanto que os restos a pagar
não processados se referem à despesa que já estava empenhada, mas não
havia sido liquidada ainda, até o dia 31 de dezembro.

É proibida a inscrição de restos a pagar sem que haja suficiente


disponibilidade de caixa assegurada para este fim, ou seja, caso uma despesa
seja inscrita em restos a pagar, o Agente Público deverá justificá-la para que no
respectivo pagamento fique demonstrado que o correspondente valor se refere
à obrigação assumida no exercício financeiro anterior, sem que se tenha
comprometido o caixa do exercício financeiro seguinte para tanto.

Por fim, caso a Administração Pública não tenha recursos ou tempo


hábil para quitar as obrigações contratuais ao final do exercício financeiro,
deverá inscrever as despesas em aberto em restos a pagar, justificá-las,
submetê-las à análise de Órgão ou autoridade superior para a conferência da
justificativa e fazer previsões orçamentárias para que o valor seja pago no
exercício seguinte, situação que em alguns casos pode gerar atraso no
pagamento de alguns empenhos por parte da Administração durante o começo
do ano.

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