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Estaca executada por meio da cravação no terreno de um tubo de ponta fechada, por
meio da bucha, e execução de uma base alargada, que é obtida introduzindo-se no
terreno certa quantidade de material granular por meio de golpes de um pilão.
Para a execução das estacas tipo Franki é necessário um bate-estaca, cujas
características estão descritas na Tabela 1, tubos para revestimento do furo e pilões,
cujas principais características estão descritas na Tabela 2.
Tabela 1 - Características dos bate-estacas (Hachich et al., 1998)
Tabela 3 - Cargas usuais e máximas para estacas tipo Franki (Hachich et al., 1998)
Tipo de fundação profunda executada por perfuração com trado, conforme mostrado
na Figura 3, e posterior concretagem in loco, normalmente com diâmetro variando entre
15 e 25 cm e comprimento de até 6,0 m. As estacas tipo broca são normalmente
empregadas para pequenas cargas, conforme pode ser observado na Tabela 4, pelas
limitações que envolvem o seu processo de execução.
Desvantagens:
Concreto feito a mão (baixa qualidade).
Material de escavação mistura com o concreto.
Só pode ser executada em solos coesivos.
Só pode ser executada acima do N.A.
Vantagens:
Elimina transporte de equipamento.
Facilidade de execução.
Baixo Custo.
2.1.3. Estaca tipo Strauss
Estaca executada por perfuração através de piteira, com uso parcial ou total
derevestimento recuperável e posterior concretagem in loco.
A execução requer um equipamento constituído de um tripé de madeira ou de aço,
um guincho acoplado a um motor (combustão ou elétrico), uma sonda de percussão
munida de válvula em sua extremidade inferior, para a retirada de terra, um soquete com
aproximadamente 300 kg, tubulação de aço com elementos de 2 a 3 metros de
comprimento, rosqueáveis entre si, um guincho manual para retirada da tubulação, além
de roldanas, cabos de aço e ferramentas. Entre a Figura 4 e a Figura 6 são mostrados os
equipamentos utilizados para a execução das estacas do tipo Strauss.
Figura 7 – Estaca tipo Strauss com defeitos de concretagem (Hachich et al., 1998)
Tabela 5 – Cargas usuais e máximas para estacas tipo Strauss (Hachich et al., 1998)
Este tipo de estaca é executado a partir de uma escavação prévia feita no terreno por
um trado helicoidal mecânico onde, posteriormente, é feita a concretagem in loco. Pelas
características do processo executivo pode-se observar que este tipo de estaca é
encontra-se no grupo de estacas que não provocam descolamento do solo durante a sua
execução.
O equipamento para execução deste tipo de estaca compreende basicamente um trado
helicoidal mecânico, conforme mostrado na Figura 8. Em geral o diâmetro das
perfuratrizes varia de 0,2 m a 1,7 m, podendo-se executar estacas com profundidades
variando de 6,0 a 10m, conforme o comprimento do trado utilizado.
A execução das estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal consiste
basicamente nas seguintes etapas:
Instalação, nivelamento e posicionamento do trado onde será executada a estaca;
Perfuração do solo com a haste helicoidal até a cota desejada;
Remoção da haste, sem girar, fazendo-a girar no sentido contrário ao da
perfuração, a cada 2,0 m, para auxiliar a remoção do solo aderido a haste;
Apiloamento do furo com soquete de concreto fabricado na própria obra;
Concretagem do furo, empregando-se um funil, com comprimento igual a 5,0
vezes o diâmetro interno do furo, até um diâmetro acima da cota de arrasamento;
Vibração do concreto nos 2,0 m superiores da estaca;
Colocação da armadura de ligação, ficando 50 cm acima da cota de arrasamento.
Figura 8 – Equipamento para execução das estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal
Tipo de fundação profunda constituída por concreto moldado in loco, executada por
meio de trado contínuo e injeção de concreto, sob pressão controlada, através da haste
central do trado simultaneamente a sua retirada do terreno. A Figura 9 mostra o
equipamento empregado para execução das estacas do tipo hélice contínua.
Figura 9 – Equipamento para execução das estacas do tipo hélice contínua
Tabela 6 - Cargas nominais para estacas do tipo hélice contínua (Geosonda, 2006)
Segundo Hachich et al., (1998), para a escolha do tipo de estaca a ser utilizada em
uma determinada obra devem ser observados os seguintes aspectos:
a) Esforços nas fundações, procurando-se distinguir:
o Nível de cargas nos pilares;
o Outros esforços (tração e flexão).
b) Características do subsolo:
o Argilas muito moles dificultam a execução de estacas de concreto moldadas in
loco;
o Solos muito resistentes são difíceis de serem atravessados por estacas
prémoldadas executadas por cravação;
o Solos com matacões dificultam a execução de qualquer tipo de estaca;
o Solos com nível de água elevado dificultam a execução de estacas de concreto
moldadas in loco;
o Aterros executados sobre camadas de solo mole, ainda em adensamento, fazem
com que seja desenvolvido atrito negativo nas estacas executadas nesta camada;
c) Características da obra:
o Acesso de equipamentos em terrenos acidentados;
o Limitação de altura para instalação do equipamento;
o Obras muito distantes dos grandes centros, oneram o custo dos equipamentos;
d) Características de construções vizinham:
o Tipo e profundidade das fundações;
o Existência de subsolos;
o Sensibilidade a vibrações;
o Danos já existente;
3. Fundações por tubulações
Tubulões são fundações profundas, de grande porte, com seção circular e que
apresentam a base alargada para que ocorra a transmissão da carga do pilar através de
uma pressão compatível com as características do terreno de apoio. São tratadas como
estacas escavadas moldadas “in loco”.
A escolha do tipo de tubulão pode ser feita levando-se em conta o tipo de solo a ser
penetrado, a posição do nível de água, o custo e o prazo disponível para a execução das
fundações. Os tipos mais comuns de fundações profundas em tubulões são os tubulões a
céu aberto, Figura 18, e os tubulões sob ar comprimido.
Os tubulões a céu aberto podem ser executados com escavação manual ou mecânica
de um poço até que seja encontrado terreno firme de boa qualidade, onde será feito o
alargamento da base objetivando-se a distribuição das cargas de maneira uniforme no
terreno de apoio. (JÚNIOR, 2007)
Mesmo necessitando de mão-de-obra especializada o tubulão pode ser considerado
uma solução interessante no que se refere ao aspecto econômico, uma vez que a
escavação é extremamente barata e o preenchimento é feito com concreto simples (sem
armação e sem formas) com baixo consumo de cimento.
Mas essas escavações podem sofrer reajustes quando o material escavado for
composto de argila e silte de consistência rija a dura ou mesmo se existirem pedregulhos
e/ou matacões no subsolo. Outro fator que pode fazer com que haja reajuste no preço de
escavação é a ocorrência de água no subsolo.
Essa fundação é uma escolha técnica muito boa, porque possibilita a verificação “in
loco” do solo de apoio e das dimensões finais da escavação do fuste e da base. Mas é
importante considerar a viabilidade executiva desse tipo de fundação, com relação a
desbarrancamentos, excesso de água, gases e matacões de grande porte que podem
inviabilizar sua execução.
Os tubulões a céu aberto são normalmente executados acima do lençol freático, pois
a escavação manual da base, ou mesmo do fuste, não pode ser realizada abaixo do nível
da água. Embora possa ser feito o rebaixamento do lençol freático com a utilização de
bombas, conforme Figura 19, problemas como o volume de água a esgotar e as forças
de percolação prejudiciais à estabilidade das paredes podem ocorrer. Nesse caso, deve-
se tomar cuidado especial, pois a escavação é sempre perigosa. Esses tubulões podem
ser de três tipos:
Sem contenção lateral: não utilizam nenhum escoramento lateral e, portanto o
fuste e, em especial, a base, somente podem ser executados em solos que apresentam
um mínimo de coesão capaz de garantir a estabilidade da escavação;
Com contenção lateral parcial: estas contenções parciais têm da ordem de 2m e o
solo é escorado antes de prosseguir a escavação. Estes revestimentos são geralmente
recuperados.
Com contenção lateral contínua: pode ser empregado revestimento metálico os
quais são recuperados à medida que o concreto é lançado para o interior da escavação.
Figura 19 - Imagem do esgotamento de água do tubulão a céu aberto utilizando bombas. Fonte: Notas de aula
disciplina TEC I, UFMG, 2008..
Figura 20- Detalhe da confecção do tubulão a ar comprimido. Fonte: ALONSO, 1993, p. 44.
Como as dimensões da base do tubulão são maiores que a do fuste, esta fundação
trabalha por ponta, ou seja, toda a carga é absorvida pela base alargada do tubulão, de
maneira que a carga resistida pelo fuste é desprezada.
Segundo o Hachich et al (1998) as vantagens das fundações do tipo tubulões podem
ser listadas a seguir:
Os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os de bate-
estacas e outros equipamentos, aspecto este muito importante para pequenas obras, nas
quais este item representa uma parcela significativa dos custos totais;
O processo construtivo produz vibrações e ruídos de muito baixa intensidade, o
que é muito importante para obras urbanas próximas a edifícios;
Os engenheiros de fundações podem observar e classificar o solo retirado
durante a escavação e compará-lo às condições de subsolo previstas no projeto;
O diâmetro e o comprimento dos tubulões podem ser modificados durante a
escavação para compensar condições de subsolo diferentes das previstas;
As escavações podem atravessar solos com pedras e matacões, especialmente
para grandes diâmetros, sendo possível até penetrar em vários tipos de rocha;
Regra geral é possível apoiar cada pilar em fuste único, em lugar de diversas
estacas, eliminando a necessidade de bloco de coroamento.
Os tubulões são construídos para transferir ao solo cargas verticais de compressão ou
tração e cargas horizontais.
O dimensionamento do tubulão baseia-se na determinação dos valores da
profundidade, diâmetro do fuste e diâmetro da base, feito por tentativas de modo que
seja o mais econômico possível.
TEMA II
1. Obras marítimas
No momento em que o homem começou a explorar o mundo em seu redor e tomou
contacto com os mares e rios, sonhou ir cada vez mais longe e conquistar novos
territórios por necessidades de sobrevivência ou poder civilizacional. Criou
embarcações primitivas, cavadas em troncos retirados à floresta virgem e aprendeu a
beneficiar das condições que a natureza lhe proporcionava: marés, correntes e ventos.
Depois de dominadas as condições de navegação, estudou as formas mais seguras de
acostagem e de desembarque de pessoas e mercadorias. Surgem, assim, as primeiras
concepções de estruturas acostáveis, que estimularam uma emergente economia
mercantil. De facto, o mais notável resultado deste tipo de economia foi a expansão
marítima que o levou a percorrer e conhecer todos os mares do planeta.
Actualmente, ao falar de engenharia portuária ficamos envolvidos em tudo o que se
refere ao planeamento, estudo, projecto e construção de, por exemplo:
Canais de navegação em portos;
Estruturas “offshore” relativamente bem protegidas de ventos e ondas;
Sistemas de apoio à aproximação de navios a um porto;
Estruturas que facilitem a atracação de navios, transferência de passageiros e a
movimentação e armazenamento de mercadorias;
Estruturas de protecção como quebramares e molhes;
Edifícios para as autoridades portuárias, alfândegas, transferência de passageiros
e bens da terra para os navios;
Portos de recreio;
Infraestruturas de abastecimento a navios, nomeadamente electricidade, água,
combustíveis e serviços de manutenção.
Assim, e dada a sua natureza singular, algumas destas matérias serão estudadas de
forma resumida, ficando-se mesmo em alguns casos pela sua mera enunciação, visto
que cada uma só por si justificaria um trabalho específico, incidindo o estudo,
principalmente nos processos construtivos e acções a seguir nas obras marítimas e
portuárias mais relevantes.
2. Tipos de portos
Portos Lacustres - são os que estão localizados em contato com lagos e com o
mar através de canais de navegação;
Figura 21 - Soluções de cais contínuo em paramento fechado (b) e paramento aberto (c) [3].
A Figura. 21, apresenta uma solução em cais contínuo, com um lado acostável, em
opções de paramento fechado e de paramento aberto. No corte representado à esquerda,
observa-se uma solução na qual o terrapleno de retaguarda é contido por uma cortina.
Este tipo de obra é também denominado "cais com plataforma de alívio", já que a
plataforma protege a cortina contra os impulsos. No da direita, pode-se observar a
solução equivalente em paramento aberto, na qual o terreno se apresenta em talude, sob
a plataforma.
Figura 22 - Solução do tipo ponte-cais [3].
Ainda em plataforma contínua, temos obras do tipo ponte-cais, com dois lados
acostáveis. O esquema estrutural baseia-se, nestes casos, em geral, numa plataforma
apoiada em estacas. Além disso, podem existir cais auxiliares para pequenas
embarcações de apoio, tais como, rebocadores ou lanchas de amarração dos navios.
Essas instalações estão indicadas na Figura. 21 por um cais contínuo, em cortina
ancorada, perpendicular ao cais principal.
Esta solução, com dois lados acostáveis, apresenta maior rendimento operacional em
relação à solução com apenas um lado acostável. A sua adopção depende, contudo, de
uma série de condições suplementares, tais como, condições topográficas e batimétricas
do fundo da bacia, desempenho dos equipamentos, etc.
As soluções em cais contínuo são, evidentemente, mais ajustáveis a tipos de
equipamento de carga e descarga de navios do tipo móvel, isto é, que se desloca ao
longo da frente acostável.
Uma variante estrutural de solução para os cais do tipo contínuo que, muitas vezes
pode manifestar apreciáveis vantagens económicas, é constituída pelo cais de cortina
ancorada, com fundações independentes para suportar o equipamento móvel de carga e
descarga.
Figura 23 - Cais de cortina ancorada [3].
Estes terminais são constituídos por diversos elementos e plataformas isoladas, cada
qual desempenhando uma função específica.
A plataforma de carga ou descarga, apresenta-se recuada em relação à linha de
acostagem sendo protegida por estacas de protecção contra o possível choque dos
navios, e encontra-se ligada ao terrapleno por uma ponte de acesso que conduz as
tubagens e permite, em geral, também o tráfego de veículos.
As plataformas de acostagem possibilitam a amarração dos navios e estão
apetrechadas com defensas elásticas de grande capacidade de absorção de choques. A
amarração dos navios e sua fixação para fins operacionais é feita aos duques d’alba de
amarração.
Estas soluções construtivas, em geral são as mais indicadas, uma vez que reduzem
consideravelmente o vulto das obras em relação às soluções em estruturas contínuas. A
sua adopção, no entanto, depende do tipo de equipamento e da possibilidade de
demarcar nitidamente as funções dos vários elementos estruturais.
Quando se trata de terminais de graneis sólidos, com meios de carga e descarga
isolados, adopta-se também um terminal constituído por elementos discretos. Nesse tipo
de terminais, os carregadores deslocam-se sobre estruturas isoladas, lançando a carga
nos porões dos navios. As plataformas de transferência servem para a trasladação da
carga a granel, através de um transportador de esteiras rolantes, para as lanças dos
carregadores. O terminal é complementado pelos duques d’alba de amarração e de
atracação.
5. Obras de proteção
A localização mais interessante das obras atrás referidas será, certamente, numa
bacia “fechada”, sem necessidade de obras de protecção.
No caso de tal não ser possível, como ocorre nos terminais em mar aberto, são
previstas obras especiais de protecção, tais como molhes em enrocamento ou diques
reflectores das ondas. Em caso de fortes correntes marítimas ou de maré, podem ser
necessários diques ou molhes de protecção contra as correntes. As diferentes
possibilidades de concepção de obras acostáveis e de protecção são extremamente
variadas e dependem de muitos factores, como a morfologia das costas, a direcção das
ondas e dos ventos, etc.
No caso do cais acostável ser implantado numa linha de costa sensivelmente
rectilínea podemos garantir a sua protecção contra a acção das ondas, por uma linha de
molhes, formando um segmento trapezoidal (Fig. 27).
Caso seja viável conceber uma solução típica de um terminal do tipo “offshore” no
qual um posto de atracação é protegido por um molhe em “L” (Fig. 26) o acesso à linha
de costa é assegurado por uma longa ponte de acesso, podendo esta assumir
configurações diversas.
A Fig. 28 apresenta uma solução dita "estuarina" ou construída em canal aberto
desde a linha da costa. Esta solução é muitas vezes adoptada em zonas de estuários em
que os trabalhos de dragagem são complementares a um delta ou bacia fluvial pré-
existente.
Figura 28 - Esquema de um porto em zona “estuarina” [3].
De referir, que o Porto de Leixões, alvo deste estudo, apresenta alguma diversidade
quanto ao tipo de estruturas de protecção portuárias e acostáveis.