De acordo com Simonetti (2004, p. 15), a psicologia hospitalar constitui um
“Campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento”. A psicologia hospitalar lida com os aspectos psicológicos associados a qualquer doença, não se limitando apenas às doenças psicogênicas. Dessa forma, entende-se que este campo de atuação do profissional de psicologia compreende o desenvolvimento do trabalho a partir da expressão subjetiva do indivíduo com relação a uma doença, levando em consideração os sentimentos, desejos, comportamentos e os pensamentos do sujeito (SIMONETTI, 2004). Os fatores psicológicos ligados ao adoecimento se traduzem de diversas maneiras que podem favorecer o agravamento, a manutenção, o resultado ou a causa da doença. A indivíduo adoentado enfrenta a perda de sua saúde, autonomia, de seu tempo, de sua fonte de renda. Todas essas perdas provocadas por seu estado de adoecimento, provoca consequências deveras aversivas, se tornando um fator agravante da doença. O estado de saúde debilitado pode ser mantido pelo paciente, pois existem ganhos secundários. A atenção da equipe de atendimento e até mesmo por parte dos familiares, por exemplo, compõe uma consequência favorável para a manutenção do adoecimento (SIMONETTI, 2004). Ainda segundo Simonetti Além de considerar essas pessoas individualmente a psicologia hospitalar também se ocupa das relações entre elas, constituindo-se em uma verdadeira psicologia de ligação, com função de facilitar os relacionamentos entre pacientes, familiares e médicos (2004, p. 18).
A psicologia hospitalar seria um conjunto de saberes profissionais, educativos
e científicos de diversas outras áreas da psicologia voltado para o atendimento ao paciente hospitalizado. O psicólogo hospitalar reúne as competências, conhecimentos e técnicas para aplica-las no contexto hospitalar com vistas à melhor condução da assistência ao paciente (RODRÍGUEZ-MARÍN, 2003 apud BORNHOLDT; CASTRO, 2004). 2. Quais são os objetivos do psicólogo dentro da área de atuação? O objetivo principal psicólogo atuando na área hospitalar refere-se à minimização do sofrimento decorrente da hospitalização, do tratamento e da patologia do paciente. O trabalho para alcançar esse objetivo perpassa por outros objetivos mais específicos como assistir não somente o paciente, mas também a família e a equipe de saúde, realizar grupos operativos com a equipe de enfermagem, realizar triagem, etc. (ANGERAMI-CAMON, 1994; LAZZARETTI, 2007). A psicologia hospitalar oferece a escuta ao sujeito acometido por uma doença, permitindo com que fale sobre sua doença, da vida ou da morte, de si. Sendo assim, o objetivo do psicólogo na instituição hospitalar é justamente dar atenção a expressão da subjetividade do adoentado, auxiliando na promoção de uma elaboração simbólica do adoecimento e acompanhando o paciente durante a experiência de estar hospitalizado (SIMONETTI, 2004). 3. Como é desenvolvido o trabalho do psicólogo nessa área? O psicólogo hospitalar atua em instituições de saúde, prestando serviços de nível secundário e terciário de atenção à saúde. Presta assistência ao paciente, aos familiares e a equipe de saúde responsável pelo paciente. Desenvolve atividades em diferentes níveis de atendimento, sendo uma de suas principais funções a avaliação e o acompanhamento do paciente que estão ou estarão realizando algum procedimento médico (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2007). Considerando Lima (1994) citado por Romano (1999), existem três níveis fundamentais para a atuação do profissional no contexto hospitalar: a) psicopedagógico; b) psicoprofilático; c) psicoterápico. No entanto, essa separação não ocorre na realidade, tendo um efeito mais didático, haja vista que tais níveis fundamentais se sobrepõem durante as atividades nos hospitais. (ROMANO, 1999). O suporte psicológico oferecido pelo psicólogo hospitalar se caracteriza justamente pela utilização da informação, orientação, encaminhamentos, discernimentos do que se configura como uma certa doença e o que é apenas um estigma da doença, assim como o entendimento dos mecanismos que emergem diante de uma situação de sofrimento. Essa atitude se faz presente durante todo o desenvolvimento do trabalho do profissional de psicologia nas instituições hospitalares (GASPAR, p. 89, 2011).