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Estudo de Casos
1- Introdução
Um bom estudo de casos como ferramenta ativa de ensino deve
contemplar características como ser construtivista (aprendizagem significativa),
com aprendizagem colaborativa (em grupo), interdisciplinar (integrado – avaliar
a situação em sua totalidade), contextualizado (realidade), reflexivo (ética e
valores), crítico, investigativo (aprender a aprender), humanista (social),
motivador (emoção) e desafiador. Contudo, não é uma tarefa fácil selecionar
um caso que contemple todos estas peculiaridades, mas sempre é mais
produtivo do ponto de vista de ensino procurar o caso mais adequado possível.
O primeiro passo após selecionar o caso, é elaborar o planejamento dos
objetivos da aprendizagem que devem ser orientados pela Taxonomia de
Bloom. O estudo de casos sempre permite trabalhar com níveis de raciocínio
mais elevados como análise, interpretação, comparação, discussão,
elaboração de hipóteses de solução e tomadas de decisão. Além do domínio
cognitivo, também permite trabalhar os domínios psicomotor e socioafetivo
possibilitando cuidar da formação integral do estudante nos seus aspectos
técnicos, pessoais e sociais. Outro item que deve ser ressaltado durante o
planejamento do ensino envolve privilegiar situações de aprendizagem que
compreendam discussão, aprender fazendo e ensinar os outros, pois são
nestas ferramentas de aprendizagem onde estão as maiores taxas de
retenção.
Para a melhor compreensão desta ferramenta de ensino e
homogeneizar alguns conceitos, é preciso diferenciar relato de caso, discussão
de caso e estudo de caso:
Relato de Caso: disponível em revistas científicas e aborda temas
específicos. Em geral, não estimula discussões, pois está limitado a assuntos
focados, com baixa interdisciplinaridade, geralmente expositivos e com
conclusões manifestas. Não permite ao estudante visualizar o todo para a
tomada de decisão.
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Por exemplo: suponha que você.... O que faria? Questões deste tipo
geralmente fornecem indicações do conhecimento dos estudantes a cerca do
tema abordado.
2 - Questões “advogado do diabo”
Desafia-se o estudante a considerar a possibilidade oposta. Por exemplo: A
quem afirme que ..... O que você (o grupo) poderia dizer a esse respeito?
Questões deste tipo estimulam o estudante a manifestar sua opinião.
3 - Questões sobre “situações ideais”
Solicita-se ao estudante que descreva uma situação ideal. Por exemplo: Qual
você acredita ser a forma (o procedimento) ideal para? Estas questões são
muito úteis para avaliação do nível cognitivo.
4 - Questões interpretativas
Você poderia afirmar que a ....... Estas questões se constituem numa tentativa
de confirmar a interpretação do que foi dito pelos estudantes.
Outros exemplos de perguntas que exigem menor grau de raciocínio
também podem estimular a discussão como: Poderia me contar um pouco mais
a respeito? Qual a causa, no seu entender? Qual a sua ideia em relação a este
ponto? Em outros momentos quando o estudante responde “não sei”, mas na
verdade não se dispõe a pensar, pode-se usar de perguntas como “Entendo
que este é um problema que geralmente não preocupa as pessoas, mas
gostaria que me falasse um pouco mais a respeito.” Contudo, estas são
estratégias para manter um ambiente agradável e prazeroso dentro de sala de
aula, mas o professor não deve esquecer que todo este processo faz parte de
um modelo de avaliação e o estudante está sendo pontuado por suas práticas.
5 – Planejamento e avaliação
A primeira etapa para quem vai trabalhar com estudo de casos é o
treinamento docente. É necessário aprofundar no domínio da técnica de ensino
para alcançar os melhores resultados na aprendizagem.
Outro ponto importante é o planejamento dos objetivos de
aprendizagem. O professor deverá ter o controle da sequência dos objetivos
alcançados de acordo com o escalonamento dos níveis de raciocínio. É
necessário que o estudante conheça, compreenda, interprete, analise,
compare, discuta, elabore proposta de solução, tome decisões e reflita sobre
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Critérios: (A) ATENDE = 10 - dez; (P) ATENDE PARCIALMENTE = 5 - cinco; (N) NÃO ATENDE = 0 - zero
Pontualidade e Assiduidade Comprometimento e Participação Comunicação Trabalho Colaborativo Conduta, Postura, Ética e Valores
TURMA FAR.XXXXX A (ATENDE) / P (PARCIALMENTE) / A (ATENDE) / P (PARCIALMENTE) / A (ATENDE) / P (PARCIALMENTE) / A (ATENDE) / P (PARCIALMENTE) / A (ATENDE) / P (PARCIALMENTE) /
N (NÃO ATENDE) N (NÃO ATENDE) N (NÃO ATENDE) N (NÃO ATENDE) N (NÃO ATENDE)
Nome Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data Data
Pontualidade e assiduidade: Avaliar frequência, horário de entrada, saídas intermitentes, retorno do intervalo, saída antecipada etc.
Comprometimento e participação: Avaliar participação em sala, prazo de entregas das tarefas, envolvimento com a aula, pró-atividade em sala de aula etc.
Comunicação: Avaliar comunicação oral, comunicação adequada com paciente, saber ouvir e aceitar as ideias dos colegas, relacionamento interpessoal etc.
Trabalho colaborativo: Avaliar trabalho em equipe, receptividade e aceitação de ideías de colegas, gerenciamento de conflitos, práticas colaborativas etc.
Conduta, postura, ética e valores: Avaliar respeito, conduta e postura, ética, valores etc.
Avaliação Socioafetiva: Capacidade de reconhecer e lidar com sentimentos (amor, ódio, medo, dor, culpa, perda, inveja, ciúme, insegurança etc) do paciente e de si próprio; capacidade de ouvir,
observar, utilizar linguagem adequada em cada situação; respeito (valores, cultura, religião…), postura, atitudes, ética, assiduidade, pontualidade, comprometimento, participação, relacionamento
interpessoal, comunicação adequada, outros.
6 - Considerações Finais
O estudo de casos é uma das técnicas de ensino ativas que apresenta
maior interdisciplinaridade, contemplando a visão de formação de profissional
generalista, crítico e reflexivo, pois permite analisar a situação de maneira
integral. Quando planejado adequadamente, estimula o estudante usar o
cérebro total durante a aprendizagem, favorecendo ao estudante alcançar
níveis máximos de raciocínio de acordo com a Taxonomia de Bloom, além de
substanciar a formação psicomotora e socioafetiva.
Além de provocar a participação ativa dos estudantes, também estimula a
capacidade de aprender a aprender. Mas, para tal, é necessário definir
princípios e regras a serem observados ao longo de todo o processo de
aprendizagem. Alguns fatores que favorecem o uso do estudo de casos como
ferramenta ativa de ensino como planejamento detalhado, discussão da
metodologia com os estudantes (Taxonomia de Bloom, objetivos, cronograma
de ações, critérios de avaliação etc.), elaboração das questões motivadoras de
discussão, a concepção da matriz curricular num modelo híbrido de ensino, o
preparo do professor e a fundamentação na metodologia científica.
Bibliografia Consultada
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