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Economia Política – exame de Recurso – 07/02/22

Economia – estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor da forma
mais eficiente possível e os distribuem entre pessoas. A utilização destes recursos deve ser feita tendo em atenção
a sustentabilidade das gerações futuras e as suas legitimas expectativas.

C.O. – Custo de Oportunidade – valor da melhor alternativa possível recusada.

Taxa de juro – custo de pedir dinheiro emprestado hoje para pagar daqui a um determinado período de tempo.

Economia da vida – Escolha do casamento (monogâmico), divórcio, capital humano (educação) e fertilidade, escolha
de comportamentos aditivos (drogas, tabaco)

Isto é MICRO Economia – escolha dos agentes individuais

(produtor, consumidor)

MACRO Economia – escolhas dos agregados de um país

A necessidade de escolha advém da escassez os recursos são finitos então pretende-se minimizar os
desperdícios.

FPP – Fronteira de Possibilidades de Produção – é o limite máximo de produção alcançável usando da maneira mais
eficiente todos os recursos para uma dada tecnologia, isto é, em que não há desperdícios.
Eficiência – utilização dos recursos de modo a produzir o máximo possível com a tecnologia existente (evitando
desperdício) tamanho do “bolo económico”
Equidade – modo e processo como se divide o rendimento na sociedade repartição do “bolo”

o Para se obter mais equidade (distribuição mais justa – igual – do rendimento), a eficiência piora (bolo a
repartir encolhe) em termos estáticos, isto é, no mesmo momento de tempo.

Evolução da distribuição do rendimento per capita no mundo em 1970:

Evolução da distribuição do rendimento per capita no mundo em 2000:


As três questões fundamentais do problema económico

o O quê?
• Vinho, cereais, vestuário, calçado, o que produzir na área de regadio do Alqueva?
o Como?
• Com mais trabalhadores ou mais máquinas?
• A eletricidade vem de centrais a gás natural, geradores eólicos ou painéis solares?
• O sistema económico faz a afetação dos recursos para gerar os bem finais através dos preços,
que são: i) índice de escassez, ii) veículo de informação e iii) sistema de incentivos – é o meio
mais eficiente porque é impessoal e informa todos os agentes que se interessam por um dado
bem ou serviço.
o Para quem?
• O sistema económico funciona como mecanismo de incentivos, procedendo também à repartição
de rendimento.
• Salários – para pagar trabalho
• Rendas – para pagar terras/ativos imobiliários
• Juros – para pagar capital financeiro
• Lucros – para remunerar os detentores do capital das empresas

Economia Positiva – proposições sobre economia que se podem resolver apelando à realidade dos factos

Ex: “O novo OE vai investir 93M€ nas polícias que representa uma subida de 46% face a 2007”

Economia Normativa – proposições sobre como deveria ser e/ou que refletem conjuntos de valores (normas) dos
agentes em causa. Envolve preceitos éticos e normas de equidade.

Ex: “Segurança é prioridade no OE de 2008” (a definição de segurança depende dos valores morais e sociais de cada
um)
Racionalidade – os agentes escolhem de acordo com a melhor alternativa possível, de uma forma consistente. Poderá
haver lugar para erros de expectativa, mas não há erros sistemáticos.
Otimização – os agentes económicos comportam-se sob certas hipóteses de modo a maximizar:

• Consumidor: a sua utilidade (ie bem-estar e felicidade)


• Produtor: O lucro da empresa

Isto a um nível micro – mais próximo de cada agente

A um nível macro – do país, em que agregamos todos os agentes

Mercado é o lugar (pode ser virtual) descentralizado onde se encontram os compradores e os vendedores para
realizarem as suas trocas daqui sai um preço e quantidade em equilíbrio.
Equilíbrio – resulta da interação entre procura e oferta, combinando as intenções de ambos os agentes.

Falácias, armadilhas e instrumentos de raciocínio económico.


F1) Post hoc ergo propter hoc – “depois de, logo por causa de”

Estabelecer um nexo de causalidade A B só porque B ocorreu depois de A

F2) Falácia da Composição – Tomar a parte pelo todo.


Sinédoque – só porque se verifica em parte do grupo, não é necessariamente assim para todo o grupo.

F3) Hipótese Ceteris paribus – em latim “tudo o resto constante”

Para fazer a análise económica, altera-se apenas uma variável de cada vez, mantendo todas as outras constantes.
Se estiver tudo a mudar ao mesmo tempo não se consegue perceber o que causou o quê.

O método científico da Economia (não tem experimentação).

1) Observação de dados Epistemologia – ramo da


2) Construção de hipótese filosofia que estuda o método
científico das diversas áreas do
3) Construção do modelo estatístico saber.
4) Teste do modelo de acordo com os factos

5) Infirmação ou rejeição dos modelos Ética – ramo da filosofia que


6) Manutenção ou alteração de paradigmas estuda o sentido da vida e da sua
realização.
7) Ciência Normal ou Revolução Científica

Será a economia uma engenharia social ou uma ética social?

Ambas – uma engenharia social constrói modelos quantitativos e a ética preocupa-se com a distribuição do
rendimento e do seu sentido.
Circuito da atividade económica a 2 setores:

Circuito da atividade económica a 4 setores:


O Paradoxo do Valor.

Água barata vs. Diamantes caros.

Água – tem um custo (€) baixo porque é abundante e com um valor elevado (essencial à vida)

Diamantes – custo elevado porque são raros e não são essenciais à vida.

(Adam Smith, John M. Keynes, Schumpter e Friedman)

Microeconomia

Estudo das atividades económicas individuais e interações dos indivíduos, agregados familiares, empresas e outros
grupos a um nível subnacional.

Macroeconomia

Estudo de como as atividades económicas em conjunto criam um ambiente nacional e global.

ou

Condições económicas a um nível agregado, tais como a taxa de desemprego e inflação, que criam o ambiente em
que os agentes económicos individuais tomam as suas decisões
Taxa de desemprego em
Portugal
Crescimento do nível de vida
8,3% em setembro de 2007
Melhoria da dieta das pessoas, habitação, cuidados médicos, educação, (1ª vez que ultrapassou
condições laborais, transportes, comunicações, entretenimento que pode Espanha em 20 anos)
levar a ter uma vida mais longa, saudável e frutuosa e que dá mais
Média Zona Euro – 6,9% de
oportunidades para atingir objetivos que dão mais sentido a essa mesma
desemprego.
vida.

Para haver uma melhoria do nível de vida é necessário que haja Crescimento
Económico (necessário, mas não suficiente), que diz respeito ao aumento da produção de um país ou região.

Fig.1 Produção Global Mundial, 1960-2003, Triliões de dólares americanos 1995


Análise da figura 1:

Agregado: É a soma das produções de todos os países (macro)

Crescimento: a produção mundial quadruplicou de 1960 a 2003.

Para que o crescimento seja sustentável e acelerado, é necessário que haja desenvolvimento Económico e para que
isso aconteça é necessário que a produtividade do trabalho aumente.

Desenvolvimento Económico – Processo de saída de uma situação de pobreza e de privação para uma situação de
maior produção e abundância através de investimentos e mudanças na organização do trabalho.

Produtividade do trabalho – nível de produção que pode ser obtido por trabalhador

Objetivos macroeconómicos – Nível de vida


O aumento da Produção global é necessário, mas não é suficiente.

Quando a população aumenta mais que a produção Solução: Produção per capita.

Fig. 2 Produção Global Mundial per capita, 1960-2003, Milhares de dólares americanos 1995

Análise da figura 2:

Agregado: É a soma das produções de todos os países, mas a dividir pela população

Crescimento: A produção per capita mundial duplicou de 1960 a 2003 (2,2)

Ciclo Económico

São as flutuações alternadas e recorrentes da atividade económica entre expansões e recessões.

Recessão – definição técnica – dois trimestres consecutivos em que há quebra da produção.


Ciclo económico-estilizado

Ciclo económico-real

Fig. 3 PIB real EUA, 1800-2003, Triliões Dólares Americanos 2000

Ciclo Económico-real (Portugal)


Estabilidade e Segurança

Figura 3 – PIB EUA real, 1800-2003, Triliões de dólares Americanos 1995

Análise da Figura 3

PIB – é a soma das produções de todos os agentes dentro de um determinado espaço territorial

Noção Real ou Noção P constantes?

Preços correntes (Valor de Produção = V)

Como será P constantes?

Eliminar inflação avaliar a produção a preços de um mesmo período.

Ainda a Análise da Figura 3

Noção Real ou Noção P constantes?

Preços constantes (Valor de Produção = V)

Eliminar o efeito da variação dos preços na avaliação da produção

A macroeconomia procura que a economia tenha uma trajetória de crescimento suave, sem grandes
oscilações, porque isso pode acarretar problemas de desemprego ou o acumular de desequilíbrios que
podem terminar em graves crises no futuro.

Sustentabilidade

Financeira serão as atividades financeiras de um país sustentáveis no futuro? Ou estará o país a incorrer num
nível de endividamento que compromete as gerações vindouras?
Social serão as atividades económicas sustentáveis do ponto de vista social? Os níveis de desigualdade de uma
sociedade são sustentáveis? Será a educação fornecida aos indivíduos de uma sociedade suficiente para contribuir
para uma economia estável, sustentável e socialmente justa?

Ambiental serão as atividades económicas sustentáveis do ponto de vista ambiental? Estará o ambiente a ser
preservado de modo a garantir a qualidade de vida (e a própria vida) às gerações futuras.

Instrumentos de análise

Investigação empírica (análise de gráficos)

Observação e registo de fenómenos específicos

Análise de time series – séries temporais (ex.: gráfico do PIB de Portugal)


Análise dos dados de inflação e desemprego para EUA (1863-69)

Análise de Séries Temporais


Trata-se de uma análise cronológica, ie, ano após ano para a mesma variável

Figura 2.1. – Evolução da taxa de desemprego de 1963-69 EUA


Figura 2.2. – A taxa de inflação de 1963-69 EUA

Se fizermos um gráfico que relaciona as duas variáveis para cada ano:

Eixo horizontal = taxa de desemprego Haverá uma relação


Eixo vertical = taxa de inflação estável entre as variáveis?

Figura 2.3. Relação empírica entre inflação e desemprego nos EUA, 1963-69
A linha que foi ajustada traduz uma relação “inversa” entre inflação e desemprego.
Isto significa

▪ Para a inflação diminuir, o desemprego deve aumentar.

ou

▪ Para o desemprego diminuir, a inflação deve aumentar.

Ou seja Aparentemente, as variáveis relacionam-se em sentido inverso.

Quando uma sobe a outra desce e vice-versa Esta relação é conhecida por Curva de Philips.

Relação direta ou positiva Quando as variáveis se movem no mesmo sentido

Relação Inversa ou Negativa Quando as variáveis se movem em sentidos opostos

Curva de Philips

Relação inversa entre a inflação e o desemprego

Verdadeira para os EUA – 1963-69

Figura 2.4. A relação empírica entre a inflação e o desemprego nos EUA, 1963-83
É estável? Não.

É instável porque não há um padrão claramente definido como entre 1963-69.

Conclusão: trade-off entre inflação e desemprego válido só para um curto horizonte temporal nos EUA.

Curva de Philips: regularidade empírica que foi transformada em teoria.

Conceitos e instrumentos úteis.

1. Instrumentos de análise

Investigação teórica

Análise baseada em pensamento abstrato. Ex.: construíram-se modelos que procuravam replicar a curva de Philips.

1.2. Investigação histórica

Recorrer aos acontecimentos históricos – o estudo de acontecimentos passados para contextualizar o que aconteceu
em dados momentos. Ex.: guerra de 1914-18; grande depressão de 1929-32; IIª Guerra Mundial de 1939-45; acordos de
Bretton Woods de 1947; crise petrolífera de 1973 e de 1979/80.

Trade-offs

( = contrabalançar)

O que se ganha de um lado abdica-se do outro.

Vimos isso na noção de Custo de Oportunidade, que dependia da escassez e que levava à Fronteira de Possibilidades
de Produção.

2. O papel dos mercados.

2.1. O significado dos mercados.

Mercado (1ª significado) – um local físico (pode ser virtual) onde se espera encontrar vendedores e compradores para
um determinado bem e/ou serviço.

Instituições – é o modo como se estruturam as interações entre os indivíduos e os grupos, através de ligações formais
e/ou informais como hábitos, costumes e leis.

Mercado (2º significado) – uma instituição que faz a ligação entre compradores e vendedores, coordenando e
estruturando as suas ações e interações.

“O mercado” (3º significado) – uma frase que muitas vezes os indivíduos usam para significar uma situação de troca
pura, ou um sistema global de trocas.

2.2. O modelo neoclássico básico

Já vimos o fluxo circular do rendimento a 2 e 4 setores.

Ênfase no facto de o mercado resolver o problema económico atendendo às questões “o quê?”, “como?” e “para
quem?”.
2.3. Vantagens dos mercados.

Sistema coletivista (GOSPLAN antiga URSS) – 50 000 metas para objetivos de produção e milhões de detalhes de
preços e quantidades.

Mercado – descentralizado, eficiente e incentivador (renumera melhor)

2.4. Pré-condições institucionais dos mercados

Os mercados requerem a existência de instituições individualistas, relacionadas com a propriedade privada e de


tomada de decisão, instituições sociais baseadas na confiança, que constituem a infraestrutura para o fluxo de bens
e informação e a moeda como meio de troca.

1) Instituições individualistas = Propriedade privada – posse de bens e outros ativos por atores não
governamentais
2) Instituições de confiança social = Confiança – instituição de base das normas sociais e de relações formais

Contrato implícito: acordo informal que estabelece os termos de troca baseados nas “discussões” verbais, nas normas
comuns, tradições e expectativas.
Contrato explícito: um meio formal, usualmente escrito (gravações, telecomunicações, energia), de acordo entre as
diferentes partes especificando os termos da troca e que prevê o uso do sistema legal como meio de implementação.
3) Infraestrutura física = Os equipamentos, os edifícios, as linhas de comunicação físicas, estradas, ferrovias
e todas as infraestruturas que estabelecem as fundações da atividade económica.
4) Moeda como meio de troca = A moeda é definida pelas funções i) unidade de conta, ii) meio de pagamento e
iii) meio de reserva de valor.

Limitações dos mercados

Os sistemas económicos não podem basear-se somente nos mercados livres para organizar a atividade económica,
devido a fatores como os bens públicos, externalidades, custos de transação, poder de mercado, questões de
informação e expectativas, bem como as preocupações com as necessidades humanas e equidade.

A) Bens públicos – bens para os quais:

1) O consumo de um bem ou serviço por um agente não diminui o consumo por outro agente [não há rivalidade
no consumo];
2) É difícil excluir alguém desse mesmo consumo [impossibilidade de exclusão]

Uma vez que o mercado não funciona ou não funciona bem, então faz sentido que seja o Estado a fornecer esses bens
e eles sejam pagos pelos impostos.

B) Externalidades – efeitos colaterais ou consequências induzidas por certas atividades que afetam as pessoas, ou
entidades tais como o ambiente, que não são tidas em conta pelos atores envolvidos diretamente na atividade que
gerou a externalidade.

Podem ser positivas ou negativas

Programas Poluição
de vacinação

C) Custos de transação – os custos de proceder à organização da atividade económica: crédito à habitação (limitação
das comissões de resgate antecipado); privatização de notários; desburocratizar licenciamentos; etc.)
D) Informação e Expectativas – uma das funções do Estado é garantir a informação e transparência dos mercados por
forma a que os agentes económicos possam tomar as melhores decisões.
Exemplos de intervenção no sentido de melhorar a informação e transparência dos mercados:

• Custos com manutenção de contas bancárias (portal do cliente bancário);


• Comparador de tarifários de eletricidade e gás;
• Comparador dos tarifários de telemóveis;
• Placards com os preços dos combustíveis nas autoestradas;
• Preços dos combustíveis online: Direção Geral da Energia.

Oferta e Procura

1. Mercado e macroeconomia

1.1. Clássicos e keynesianos

Clássicos – tendem a acreditar que os mercados funcionam de um modo eficiente e perfeito Estado não deve
intervir.

Keynesianos – tendem a acreditar que há rigidez no funcionamento dos preços e das quantidades de mercado

Estado deve intervir

1.2. Um caso particular de mercado

Mercado perfeitamente competitivo um mercado que tem uma infinidade de compradores e de vendedores, em
que o bem é homogéneo (ie idêntico), existe livre entrada no mercado e informação perfeita.

Mercado spot um mercado para entrega imediata dos bens e/ou serviços.

Mercado a prazo os termos da troca são acertados no presente, mas a troca acontece no futuro.

2. A teoria da oferta

2.1. A curva e a função oferta


Curva da oferta – descreve a quantidade que cada produtor está disposto a produzir por um
dado preço, (coeteris paribus).

Tem declive positivo, o que significa que cada produtor exige um acréscimo de preço por cada
unidade adicional a colocar no mercado.

Curva da oferta de apartamentos (EUA)


2. A teoria da oferta

2.1. A curva da oferta


Alteração da quantidade oferecida – movimento ao longo da curva da oferta em consequência
da alteração do preço do respetivo produto.

2.2. Deslocamentos da oferta.

Choque sobre a oferta que afeta a curva como um todo, ie, desloca-a – afeta as condições de produção como um todo.

Exemplo de uma alteração (choque) da oferta no próximo gráfico – entram no mercado mais dois produtores. Assim,
para cada preço, vão haver mais duas habitações fornecida:

Figura 4.2. Um deslocamento da oferta (expansão)

.
Síntese de fatores que deslocam a curva da oferta:

• Aumento (diminuição) dos custos de produção (salários, energia, etc.). Fatores que deslocam a curva da
oferta paralelamente para cima (baixo);
• Alteração do número de produtores no mercado. Deslocação para a direita (esquerda) com o aumento (a
diminuição).
• Inovação tecnológica. Desloca a curva da oferta para baixo e para a direita.

Figura 4.3. Um choque negativo sobre a oferta.

3. A teoria da procura.

3.1. A curva da procura.

Dá-nos o preço que cada consumidor está disposto a pagar por uma determinada quantidade de um determinado bem
ou serviço (coeteris paribus)

A curva da procura tem declive negativo, o que significa que cada consumidor está disposto a pagar um montante
inferior por cada unidade adicional do bem (ou serviço) a consumir. Isto decorre do facto que cada unidade adicional
de consumo gera um acréscimo de satisfação cada vez menor, ou seja, a satisfação é decrescente, logo o preço a
pagar também deverá ser menor.

3.2. A curva e a função procura.

Quadro 4.2. Curva da procura de apartamentos nos EUA


Figura 4.4. A curva da procura para apartamentos EUA

(ainda sobre a 3/3.1.)

Alteração da quantidade procurada – movimento ao longo da curva da procura em resultado da alteração do preço
do produto em questão.

3.2. Alterações de posicionamento da curva da procura.

Choque sobre a procura que afeta a curva como um todo, ie, desloca-a. Isto afeta as condições de consumo como um
todo.

Exemplo de choque sobre a procura: entram no mercado + 4 consumidores com as mesmas preferências e rendimento.
Assim, a cada nível de preço, vão haver + 4 habitações procuradas. Ou, em vez disso, o rendimento de cada consumidor
aumentava. (gráfico:)
Figura 4.5. Uma deslocação da procura (aumento)
Figura 4.6. Um decréscimo da Procura (contração)

Síntese de fatores que provocam deslocações da curva da procura para a direita (esquerda):

• Aumento (diminuição) do número de consumidores;


• Aumento (diminuição) do nível de rendimento;
• Subida (descida) de preço de um bem substituto;
• Diminuição (aumento) de preço de um bem complementar;
• Alteração dos gostos de preferências favorável (desfavorável).

Capítulo 4: Oferta e Procura

4. A teoria do ajustamento de mercado

4.1. Excesso de oferta, de procura e equilíbrio.


Excesso de oferta – quando para um dado preço, a quantidade oferecida é superior à quantidade
procurada, tendendo-se a acumular stocks do bem preço desce.

Excesso de procura – quando para um dado preço, a quantidade procurada é superior à


quantidade oferecida, tendendo-se o bem a esgotar-se preço sobe.

Equilíbrio – preço para o qual a quantidade oferecida é exatamente igual à quantidade


procurada, ie, a quantidade de equilíbrio.

Figura 4.7. Excesso de oferta, excesso de procura e equilíbrio.


4.2. Deslocamentos das curvas

Quando as curvas se deslocam, o equilíbrio altera-se.

Figura 4.8. Ajustamento de mercado a uma expansão da oferta

Figura 4.9. Ajustamento de mercado a uma expansão da procura

Quadro 4.3. Sumário dos efeitos das deslocações da oferta e procura.


4.3. Elasticidades

Elasticidade da procura (preço) – variação percentual na quantidade procurada a dividir pela variação percentual do
preço.

Elasticidade da oferta – variação percentual na quantidade oferecida a dividir pela variação percentual do preço.

(a) Procura relativamente elástica (a) Procura relativamente elástica

Figura 4.10. Elasticidade da procura.

Elasticidade preço – procura

Elasticidade rendimento

• Existem outras elasticidades como a elasticidade rendimento, que mede a variação percentual da procura
quando o rendimento varia 1%.

2 powerpoints de exercícios –
https://www.moodle.uevora.pt/2122/pluginfile.php/27703/mod_resource/content/3/aula_9-
exercicios%20oferta%20procura_2020-2021%20c-%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20grafica.pdf
https://www.moodle.uevora.pt/2122/pluginfile.php/27704/mod_resource/content/4/exercicios%20elasticidades-
2021.pdf

A medição Macroeconómica: a abordagem corrente

Macroeconomia – é o estudo do comportamento da economia como um todo. Examina o nível global do produto, do
emprego e dos preços de um país.

Microeconomia – estuda as escolhas e comportamentos dos agentes económicos individuais e a organização dos
mercados.

A medição macroeconómica: a abordagem corrente

Nascimento da Macroeconomia – Os anos 30 do século XX marcaram o despertar da macroeconomia fundada por John
Maynard Keynes (1883-1946), ao tentar compreender o mecanismo económico que originou a grande depressão e o
desemprego.

Produto Interno Bruto (PIB) – é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzido num país (dentro do
seu território económico) durante um ano.

Produto Interno Bruto Potencial – Representa a quantidade máxima que a economia pode produzir, admitindo que
todos os recursos estão a ser utilizados e mantendo uma razoável estabilidade de preços.

PIB efetivo e produto potencial em Portugal

A medição macroeconómica: a abordagem corrente

Produto Interno Bruto (PIB) Nominal – é medido a preços correntes (Pn*Qn)

Produto Interno Bruto (PIB) real – é medido a preços constantes ou invariáveis (P0*Qn)

Variável Fluxo – grandeza económica medida num determinado intervalo de tempo. Exemplos: PIB, salário mensal.

Variável Stock – grandeza económica medida num determinado ponto do tempo, resultando, normalmente, de um
processo cumulativo.

Amortização – Redução do valor de um ativo.


O cálculo do PIB através das diferentes óticas:

Método dos Produtos Finais: ótica da utilização e ótica da despesa.

Método do Valor Acrescentado: ótica de produção e ótica do rendimento.

Cálculo do PIB – Método dos Produtos Finais:

i) Ótica da utilização:
PIB = somatório do valor dos produtos finais de todas as empresas.
ii) Ótica da despesa:
PIB = C + I + G + X – M
C = consumo privado; I = Investimento; G = Consumo público; X = Exportações; M = Importações

Cálculo do PIB – Método do Valor Acrescentado:

i) Ótica da produção:
(corresponde ao somatório do VAB de todas as empresas instaladas no território económico de
Portugal)
PIB = VAB = (VTP-CI)
VTP – valor total dos bens e serviços produzidos;
CI – consumos intermédios: valor total dos bens e serviços consumidos na realização da produção
ii) Ótica do rendimento:
PIB = w + j + r + Lt + A + (Ti - Z) onde:
W – Salário bruto (incluindo IRS e contribuições para a segurança social)
r – Rendas
j – Juros
Lt – lucros totais antes de IRC, quer seja distribuídas ou não aos acionistas
A – Amortizações
Ti – Impostos indiretos
Z – Subsídios à produção e à importação
Conceito do Produto Líquido: o produto líquido de um país obtém-se descontando o valor das amortizações, ie, a
depreciação do stock de capital.

PL = PB – A

Intervenção do Estado e cálculo do produto

O Estado intervém lançando impostos e concedendo subsídios, o que vai alterar a valorização da produção.

• Impostos: impostos diretos (Td) + impostos indiretos (Ti);


Os impostos diretos incidem sobre os rendimentos das famílias (tdf) + e das empresas (Tde);
Os impostos indiretos incidem sobre a utilização do rendimento (ex.: iva, impostos sobre tabaco, álcool, etc).
• Subsídios à produção e à importação (Z): Estes subsídios incidem sobre os produtos de origem interna ou
importada.
• Subsídios: baixam o preço final (ex.: viagens de avião para residentes na Madeira e nos Açores, passes
sociais, etc.)
• Impostos indiretos: aumentam os preços do produto final (iva, impostos sobre produtos petrolíferos, etc.)
Os impostos indiretos líquidos (Ti - Z) permitem estabelecer a diferença entre produto a custo de fatores e o produto
a preços de mercado: o produto antes da aplicação dos impostos líquidos (Ti-Z) chama-se produto a custos de fatores
(PIBcf) – é o PIB valorizado pelos custos com remuneração dos fatores produtivos (trabalho, terra e capital):

O PIBcf = VABcf

[Último slide – 15/29 – Aulas 11 (cont.) e 12]

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