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Maputo
2022
Agostinho Firmino Magaia
Maputo
2022
Índice
1. Introdução....................................................................................................................................4
3. Metodologia ................................................................................................................................6
5. Conclusão...................................................................................................................................15
6. Referências bibliográficas..........................................................................................................16
1. Introdução
Existem vários modelos de localização em abordagem de tipo macro e que combinam teorias de
geógrafos econômicos. Muitas destas teorias são baseadas na consideração de custos e distâncias.
Economistas do século XIX abordaram o tema, como será visto seguidamente, através de um
breve resumo de cada uma destas teorias.
Neste período, a preocupação com a maximização de lucros como fundamento para a escolha da
localização ótima deve ser salientada. Sendo que os fatores locacionais eram classificados em
três grupos, levando em conta apenas o lado dos custos: de transporte, de transferência (com base
na distância) e outros custos de produção.
Assim, destaca-se que a localização de uma indústria pode ser influenciada pelo mercado ou pela
proximidade da origem das matérias-primas, clientes, dependendo da soma minimizada dos
custos de acumulação e de distribuição. Em alguns casos, uma localização entre o mercado e a
origem das matérias-primas pode levar a custos mais baixos.
2. Objectivos
2.1.Objectivo geral
Neste presente trabalho usei a técnica documental que abrange a pesquisa documental e a
pesquisa bibliográfica. Esta técnica fundamentou-se no levantamento de documentos oficiais e
toda a bibliografia disponível, em forma de livros, revistas e publicações, que versam sobre o
objecto de estudo (Lakatos e Marconi, 2003:49). Esta técnica foi imprescindível para o
desenvolvimento do trabalho, visto que, houve a necessidade de recorrer á literatura já existente
que aborda sobre a matéria inerente.
percebe-se que a questão da localização de actividades industriais pode ser abordada no quadro
do planeamento do uso do solo, no qual se afigura como básico um modelo de localização que
integre os pontos de vista (critérios) dos empresários e do ordenamento do território; pode ser
abordada de forma autónoma como problema de objectivo único ou contemporaneamente com a
localização de outros usos, configurando neste caso um problema multi objectivo; pode ser
abordada com base num único critério ou com base em vários critérios, assumindo-se neste caso
como um problema de análise multicritério de dados os indícios de falta de profundidade e rigor
na abordagem da questão da localização industrial ( Smith, D. 1971)
Esta caracterização preliminar do problema revela motivações e áreas de trabalho potencialmente
vastas, pelo que é importante proceder à sua delimitação e, por consequência, à fixação dos
objectivos da dissertação. Assim, a área que se pretende estudar centra-se essencialmente na
modelação da avaliação da aptidão do solo para uso industrial, numa perspectiva de análise
multicritério ( Smith, D. 1971)
A localização industrial pode ser entendida a partir de três momentos básicos que correspondem,
grosso modo, aos três paradigmas da ciência geográfica.
No âmbito da Geografia industrial, esses momentos podem ser sintetizados em três abordagens
que na verdade são os três fios condutores. ( PRECEDO LEDO, A.; VILLARINO PÉREZ 1992 )
Por sua vez, a geografia quantitativa resgata as idéias da economia espacial clássica e utiliza
amplamente os princípios neoclássicos da economia e as teorias de localização.
A preocupação com uma análise geográfica do sistema industrial também é abordado no segundo
momento do desenvolvimento da aula na tentativa de estabelecer uma visão territorial integrada.
Mais recentemente, a geografi a industrial é trabalhada numa perspectiva crítica, associada às
inovações tecnológicas e à confi guração de novos espaços industriais ( PRECEDO LEDO, A.;
VILLARINO PÉREZ 1998 )
Como a própria expressão já indica os fatores indiretos não estão em relação direta com o
processo produtivo, mas aportam economias de escala e de aglomeração que acabam induzindo a
localização industrial. Os principais fatores indiretos são:
Nos sistemas locais dois critérios são recorrentes entre os geógrafos para classificar os
assentamentos industriais: a localização dispersa e a localização concentrada.
Por sua vez, a concentração industrial forma mais comum dos assentamentos industriais que
respondem pela força das economias de escala e de aglomeração urbana, pode ser simples,
composta ou formar o que o geógrafo francês Jean Chardonnet definiu como complexos
industriais.
As concentrações industriais também podem ser vistas como espontâneas, como os eixos
industriais, ou planejadas como os eixos de desenvolvimento industrial.
A tabela a seguir vai resumir sobre as formas de localização das indústrias e essa forma de
localização das indústrias esta concentrada em duas formas: Espontânea e planejada
Vale ressaltar que uma das noções mais frutíferas no campo da geografia industria corresponde
aos famosos complexos industriais de Chardonnet.
Para esse geógrafo francês, nem toda concentração industrial se constitui num complexo. Para
ser assim considerado, são necessários quatro componentes:
a) Determinadas dimensões no número e tamanho dos estabelecimentos industriais, no valor da
produção e no volume de capital investido e na mão-de-obra empregada
b) Diversificação industrial;
c) Relação de dependência entre as principais indústrias
d) Todas as indústrias devem estar localizadas num espaço restrito;
A actividade industrial não esta distribuída uniformemente sobre a superfície terrestre, pois
existem áreas de maior concentração industrial que contrastam com espaços onde não existe
actividade industrial. Este facto deve-se à conjugação de factores de ordem físico-natural e
socioeconômica. Assim, diversos são os factores que concorrem para a localização das unidades
industriais, nomeadamente: matérias-primas, energia, agua, mão-de-obra, mercado consumidor,
transporte e vias de comunicação. O capital, a inércia geográfica, solidariedade técnica, o espaço,
o ambiente e a acção do estado.
Factores físico-naturais
Para que a localização de uma fabrica seja óptima, é necessário que vá originar a maximização
de lucros por minimização de investimentos. Nesta perspectiva, dá-se ênfase à conjugação total
dos factores responsáveis pela localização espacial da indústria, embora haja um que mais se
destaque.
Matérias-primas
Fontes energéticas
É inquestionável o papel que as fontes energéticas exercem para a localização das indústrias.
Contudo, a energia a utilizar depende essencialmente da sua rentabilidade, da sua abundancia e
do tipo de indústria.
As indústrias pioneiras localizavam-se junto às bacias carboníferas de carvão, junto aos cursos de
água para aproveitar a energia hidráulica e próxima das florestas para explorar a lenha e carvão.
Estas indústrias tinham que forçosamente localizar-se junto às suas fontes. Dai que durante
muito tempo o carvão mineral (especialmente a hulha) tornou-se o "pão da indústria" quer como
combustível, quer como redutor na produção de ferro e aço. Mas com o decorrer do tempo,
embora estas fontes energéticas exercessem um papel preponderante na localização das
indústrias, constata-se que este condicionalismo tem perdido pouco apouco a sua função, visto
que com a descoberta de novas fontes energéticas-petróleo, gás natural e electricidade –
facilmente transportáveis a longas distancias, veio libertar as indústrias dos imperativos de
localização.
Este facto é explicado porque o petróleo e o gas natural prestam-se bem a serem transportados
por oleodutos e gasodutos de grande extensão – por milhares de quilômetros que ligam poços de
extração às refinarias ou aos portos de embarque. Por isso, a indústria está pouco condicionada
por este factor.
Quanto á electricidade, importa frisar que esta é uma forma de energia facilmente transportável,
dai que a dependência locativa da indústria relativamente às zonas de obtenção de energia
eléctrica seja relativamente pequena.
Água
A água é um fator técnico de localização industrial simultaneamente antigo e moderno. Nesta
visão, a água é usada na indústria como matéria-prima (indústria química e de refrigerantes),
para a lavagem ou limpeza dos escritórios e instalações, diluição, no resfriamento de maquinarias
(caldeiras e centrais termoeléctricas), etc. Todas as indústrias necessitam de água, uma maior que
outas. As que consomem maior quantidade de água são as indústrias químicas, siderurgias, têxtil
e a de pasta de papel. Estas indústrias têm, pois, por necessidade de se localizarem em locais
onde exista água em abundancia, como por exemplo, nas margens dos grandes rios.
Ambiente
Algumas indústrias são altamente poluidoras e, por isso, perigosas para a saúde das populações
que vivem nas suas imediações, visto que estas indústrias provocam poluição sonora, do solo,
atmosférica e hídrica que impedem assim o desenvolvimento das espécies floro-faunísticas e,
principalmente, perigam a saúde humana. Assim sendo, alguns governos decretam leis que
estimulam a sum migração para locais muito distantes dos aglomerados populacionais,
especialmente das cidades, com vista a permitir uma boa saúde publica e salvaguarda do meio
ambiente.
Espaço
Este fator é actualmente um dos mais importantes na localização das indústrias. A expansão
continua desta conduz inevitavelmente à falta de espaços nos terrenos anteriormente adquiridos.
Por outro lado, o preço elevado dos terrenos e as restrições à industrialização urbana tornam mais
cômodo e rentável vender o terreno ocupado pela antiga indústria e construir fabricas novas em
espaços mais desafogados. Por exemplo, a implantação de uma unidade industrial ou um
complexo industrial tem de ter atenção a natureza do material litológico e a geomorfologia, isto
é, o tipo de rocha e solos predominantes, a disposição orográfica e a menor ou maior dimensão
do terreno. Isto porque existem indústrias que, pelas suas características, necessitam de um
espaço maior, não só para ocupa-lo com infra-estruturas, mas porque também precisam de um
espaço amplo para as operações de manuseamento de cargas, tanto de matéria-prima como do
produto final, feito por camiões e outras maquinarias.
Nesta perspectiva, as indústrias migram para a periferia porque no meio rural o custo do espaço é
mais barato. No meio rural evitam-se, também, as dificuldades do transito rodoviário
(congestionamento) que frequentemente acontecem nas cidades que dificultam o fluxo de
mercadorias.
Factores socioeconômicos
Capital
A criação e o funcionamento de uma indústria moderna exige avultados investimentos, tanto para
a aquisição de equipamento ( maquinaria), meios de transportes, compra de terreno, pagamento
de mão-de-obra, impostos, publicidade, marketing, etc. Assim sendo, constata-se que, a pear
disso, o capital exerce hoje uma fraca influencia na localização industrial dado a influencia,
eficiência e rapidez das comunicações e o desenvolvimento da informática que permite maiores
transações, de valores, ou seja, de operações bancarias. A sua influencia é decisiva apenas ao
nível da distribuição mundial da indústria. Só para elucidar, os países do terceiro mundo
possuem fraco desenvolvimento industrial devido principalmente à insuficiência de capitais, pelo
que as poucas indústrias ai existentes são controladas pelos detentores do capital (multinacionais)
dos países desenvolvidos e industrializados.
Mão-de-obra qualificada
A mão-de-obra é um fator essencial, pois alguns cargos necessitam de pessoal mais qualificado.
Quando isto não ocorre, a empresa passa a adotar o bom senso e não o conhecimento técnico, como
deveria ser. Além disso, para funcionamento da indústria, são necessários funcionários de nível
superior, nas áreas de gerência, logística, química, nutrição, marketing, entre outras, e de nível
secundário, para manuseio de equipamentos e atendimento ao consumidor, Marietto (1990).
Mercado consumidor
O poder de atracção que as cidades exercem sobre as indústrias não se resume apenas à oferta de
mão-de-obra, pois estas constituem também vastos mercados de consumo, pelo que são para elas
atraídas muitas indústrias ligeiras, como as do vestuário, produtos alimentares, refrigerantes,
artigos eléctricos, artes gráficas, etc.
Assim como a indústria procura sempre maximizar o lucro com o menor investimento de capital,
o mercado é um dos primeiros aspectos a ter em consideração, sob o risco de ver o seu maior
objectivo comprometido. Desse modo, existem indústrias que devem-se localizar junto ao
mercado por causa da dinâmica das necessidades dos seus consumidores. Como por exemplo, a
indústria de confeicção de vestuários e as indústrias de artigos de luxo, no caso concreto de joias,
que devem acompanhar de perto os estilos de vida dos consumidores.
Nesta perspectiva, importa sublinhar que a atracção das indústrias pelo mercado consumidor é
também impelida pelo custo dos transportes e natureza do produto, isto é, no caso do produto
final ser de difícil ou frágil transporte, a indústria devera localizar-se próximo do lugar do
consumo. Temos por exemplo as indústrias alimentares de frutas e refrigerantes, electrônica,
estre outras.
Acção do estado
Alguns Estados intervêm na distribuição geográfica das suas indústrias. Assim, estes
descongestionam as indústrias das regiões densamente industrializadas para regiões deprimidas,
com vista a reduzir os desiquilíbrios econômicos existentes e reduzir o desemprego, as migrações
pendulares e o êxodo rural, etc. Para isso, os governos tem tomado uma serie de medidas que
estimulam a implantação de unidades industriais em regiões rurais ou naquelas em que ha menor
desenvolvimento socioeconômico e industrial, por meio de isenções fiscais, ou então, redução
das taxas de impostos em determinados de tempo em detrimento das regiões fortemente
industrializadas. E criam ainda infraestruturas de modo a atrair os empresários.
Paralelamente a esta visão, por questões estratégicas, alguns países desenvolvidos expandem as
suas indústrias (multinacionais) para todo o mundo para evitar que o seu parque industrial seja
eventualmente destruído por possíveis conflitos militares.
A inércia Geográfica
A distribuição geográfica de muitas indústrias actuais tem a sua explicação no passado, pois a
sobrevivência de uma área industrial antiga reside em muitos casos na inercia geográfica, ou
seja, na resistência ao declínio quando desaparecem as vantagens locativas iniciais. Uma área
pode ter-se tornado um centro industrial importante graças à existência de matérias-primas, de
recursos energéticos ou outros factores. Desaparecidos ou esgotados tais factores, o ideal seria
pensar-se que o centro industrial seria abandonado e que consequentemente desapareceria.
Todavia, este pode resistir ao declínio e manter-se.
As razoes que explicam a inercia geográfica baseiam-se em dois aspectos: primeiro, deve-se a
mobilidade do equipamento (edifícios e maquinarias) que é normalmente, de grande durabilidade
e que representa um maior investimento. Dai que os proprietários das empresas procurem mantê-
las em actividade naquele mesmo espaço, pois torna-se economicamente mais fácil expandir a
infra-estrutura industrial já existente ou mesmo reconverte-la, do que construir novas fabricas em
regiões diferentes. Segundo porque a existência duma forca de trabalho qualificada e a
solidariedade técnica, desenvolvimento de meios de transportes e comunicações, a fanma de
certa reputação, a presença de vantagens comparativas no que respeita a facilidades
socioeconômicas, compensam em grande parte as desvantagens surgidas, mantendo assim as
indústrias naqueles locais iniciais.
Solidariedade técnica
Assim, verifica-se que a aglomeração das diversas indústrias, mesmo independentes, faz baixar
os custos das infra-estruturas de suporte que as servem, pela sua utilização comum. Por exemplo,
o Parque Industrial da Matola, na província de Maputo, tornou-se numa área de muitas
indústrias, pese embora o facto de sr uma região com inicial função industrial e residencial. Na
zona de Beluluane-Matola Rio, onde esta instalada a Fabrica de Alumínio de Moçambique
(Mozal) é notória a influencia da solidariedade técnica e tem-se verificado uma tendência
crescente de surgimento de muitas indústrias e empresas diversificadas em seu redor, como
resultado das condições socioeconômicas e técnicas criadas inicialmente pela Mozal.
Separada em duas fases distintas a “Teoria Clássica da Localização” que apresenta como
principal característica a busca pela minimização dos custos e maximização das receitas e a
“Teoria Contemporânea da Localização” que valoriza as inovações, a flexibilidade, a
competitividade do setor, o investimento em Pesquisa & Desenvolvimento e a busca pela mão de
obra qualificada.
A “Teoria Clássica da Localização” possui como principais precursores Alfred Weber, Von
Thünen, Launhardt, Harold Hotelling e Losch e na “Teoria Contemporânea da Localização”
destacam-se para Castelles, Aydalot, Keeble e Perrin.
Weber (1909) criou o modelo seminal da teoria de localização. A questão fundamental colocada
por Weber (apud CLEMENTE e HIGACHI, 2000), era saber até que ponto a localização das
indústrias pode ser explicada por fatores específicos e até que ponto é possível a introdução de
fatores gerais.
Sob seu ponto de vista, os fatores específicos - economias de custo que podem ser auferidas por
um número reduzido de indústrias, e gerais - economias de custo que podem ser auferidas por
qualquer tipo de indústria, podendo esta última ser classificada quanto à escala geográfica em
que atuam:
a) fatores regionais;
Os fatores regionais - são capazes de explicar a escolha locacional entre regiões (custo de
transporte e custo de produção). Os fatores técnico-locacionais - capazes de explicar a
concentração ou dispersão da indústria em certa região; economia e deseconomia de escala,
economia e deseconomia de localização, além da economia e deseconomia de urbanização.
Conforme o Escritório Etene (s.d.) os “fatores regionais” são causas primárias que influem sobre
a distribuição espacial das indústrias, enquanto os fatores “técnico-locacionais” podem ser
encarados como causas secundárias e, por isso, influem, principalmente sobre uma redistribuição
espacial das indústrias.
Clemente e Higachi (2000), destacam dois fatores (gerais) regionais identificados por Weber
(1909): transporte e mão-de-obra, e desenvolve análise comparativa dos custos desses dois
fatores para obter a localização mínima de custo. Esta análise parte dos seguintes pressupostos:
Já para Polese (1998, p.87), as economias de localização são ganhos de produtividade específicos
de uma indústria ou de um conjunto de empresas relacionadas que são imputáveis à sua
localização. É sabido que as economias de localização, como qualquer vantagem produtiva,
raramente são eternas ou imutáveis. Em qualquer indústria, a natureza exata das economias de
localização depende, antes de mais nada, do nível de desenvolvimento de tecnologia, mas
também de fatores que podem modificar as vantagens comparativas de diversas localizações. Já
as economias de urbanização são aquelas economias externas de que se beneficiam as indústrias
pelo simples fato de estarem localizadas na cidade x. Estas economias são internas à região
urbana, mas externas ás empresas ou indústrias que delas beneficiam. O seu peso varia, em
principio, em função da dimensão da cidade. Para Manzagol (1985) as economias de escala, que
também são dependentes da combinação custos fixos/custos variáveis, vinculam-se inicialmente
à divisão do trabalho, à especialização da mão-de-obra ligada à produção.
A sua análise baseava-se em três suposições gerais: as localizações das fontes de matérias-primas
são dadas e conhecidas; a posição e o tamanho dos centros de consumo são dados e conhecidos;
a mão-de-obra pode ser encontrada em oferta ilimitada a uma taxa de salário determinada, em
várias localizações dadas e fixas. Há outras suposições como: concorrência perfeita, coeficientes
fixos de produção e a minimização de custos.
Diante dessas suposições, Weber (1909) teve seu modelo qualificado de "técnico", em oposição
ao "econômico". Dois pontos de sua teoria devem ser destacados: a importância concedida ao
custo de transporte, tendo em vista que os demais fatores são considerados em função da
localização, que leva à minimização desse custo, enfatizando esse último ponto; e a demanda já
determinada e independente da localização da firma. Diante disso, a localização ótima para
Weber (1909) é aquela que proporciona o menor custo de produção possível, sendo o fator
transporte o aspecto primordial desses custos.
Dessa maneira, tanto para Weber, o local ideal era aquele que proporcionasse menor custo
em transportes – da matéria-prima para as fábricas e dos produtos finais para o mercado. A
localização fazia referência à disponibilidade geográfica das matérias-primas, aquelas que
apresentassem um melhor acesso às mesmas teriam poucos problemas na localização das
unidades.
Já as características de processamento, estavam relacionadas com o aumento, manutenção ou
diminuição em peso do que antes era processado. Caso diminuísse, a melhor localização seria
aquela próxima da origem das matérias-primas, pois o custo com o transporte das mercadorias
finais seria menor devido ao menor peso do produto final. Da mesma forma, se o processamento
resultasse em bens finais pesados, a localização das unidades seria melhor próxima aos clientes
finais. Entretanto, se o peso não se modificasse, tanto a localização próxima das matérias-primas
quanto a localização próxima dos clientes finais seria equivalente.
O modelo de Weber tem recebido a atenção de economistas desde a sua divulgação, seja para
aperfeiçoá-lo ou criticá-lo. Entre as demais obras do século XX, que seguiram Weber, está a de
Andreas Predöhl, na década de 20, que também considerou a demanda dada e concentrada em
um ponto, destacando a busca da minimização de custos como princípio orientador da escolha de
localização. Esse autor aperfeiçoou a obra de Weber, e sua principal contribuição está no
desenvolvimento com um enfoque neoclássico para os problemas locacionais. Para Predöhl
(apud Azzoni, 1982, p.20), “a substituição de insumos está relacionada com mudanças
locacionais, e o problema de localização é tratado de acordo com a teoria neoclássica da
produção”.
Essa mesma linha de tratamento da questão recebeu contribuições significativas de Walter Isard
(1956), Leon Moses (1958), William Alonso (1967), Miller e Jensen (1978), entre outros.
Quanto à procura da localização de mínimo custo de transporte em situações mais complexas do
que aquela configurada no triângulo locacional, tem recebido a atenção de estudiosos,
principalmente daqueles mais ligados à programação matemática e à pesquisa operacional,
seguindo o trabalho de Kuhn e Kuenne (1962), pioneiro nessa área. Na mesma abordagem
econômica, surgiu Palander (1936), que aperfeiçoou a abordagem de Weber, possibilitando a
análise de situações mais realistas quanto aos custos de transportes (AZZONI, 1982).
No final dos anos 60, surgiu a chamada Teoria Contemporânea da Localização Industrial, tendo
como defensor, que mais se destacava, Manuel Castells.
Segundo Castells (1999), a facilidade de comunicação entre as empresas de todo o globo vem
proporcionando um modelo de localização cuja característica concentra-se na divisão espacial
internacional do trabalho.
Segundo Montgomery & Porter (1998), as indústrias vêm concentrando-se em localidades que
apresentam vantagens competitivas por possuírem como característica a qualidade do
ambiente para execução de elevados níveis de produtividade para uma área específica de
atuação.
De acordo com Perrin (1986 apud AMARAL FILHO, 2001), hoje em dia, do ponto de vista
estratégico, a competitividade é muito importante para a sustentabilidade do desenvolvimento
endógeno. A realidade atual mudou, e a competitividade que antes pertencia somente ao mundo
das empresas, passa agora a pertencer ao mundo das regiões também.
Ao demonstrar que o fator polarizante não é o tipo de atividade industrial, e sim a sua capacidade
de evoluir, a sua complexidade e a natureza das tecnologias que incorpora, Perrin
(1983 apud MATOS, 2000) acabou contribuindo para a teoria da polarização, afirmando que as
atividades quaternárias (serviços especializados, investigação, gestão de empresas) podem gerar
polarizações duráveis, enquanto as atividades de fabricação são o oposto das de transformação
(indústria do aço) capazes de criar uma polarização real.
5. Conclusão
CONCLUSÃO
Apos várias consultas bibliográficas, conclui que, a localização de uma indústria é normalmente
uma decisão racional, sendo adotada após uma apreciação das vantagens relativas de diferentes
localizações para as finalidades do negócio. A localização é uma das primeiras decisões do
estabelecimento de uma indústria, sendo ainda mais importante pelo fato de ser bastante difícil
retroceder se a escolha vier a gerar insatisfação.
O presente estudo teve como objetivo principal avaliar as teorias sobre a localização industrial
verificando sua adaptabilidade nas questões industriais, identificando os fatores que
influenciaram, diretamente, na escolha de localização de uma indústria.
Neste sentido, ressalta-se o fato de vários geógrafos e economistas terem estudado e escrito sobre
a localização e o processo de desenvolvimento industrial ou agrário. Destacam-se principalmente
as contribuições de Von Thünen, Alfred Weber, August Lösch e Walter Isard, denominadas de
Teorias Clássicas de Localização, uma vez que, estes foram os primeiros autores a se
preocuparem com o problema da distribuição espacial industrial, tendo fixado as bases das
análises subsequentes.
.
6. Referências bibliográficas
CAVALCANTE, Luiz Ricardo Mattos Teixeira. Produção teórica em economia regional: Uma
proposta de sistematização. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, Vol. 2, No 1, p.
14-15, 2008.
PINTO, James V. Launhardt and Location Theory: Rediscovery of a neglected book. Journal of
Regional Science, Vol. 17, No 1, p. 19-22, 1977.