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Guilherme Alves

MODELAGEM EDUCACIONAL PARA SISTEMAS DE


APRENDIZAGEM MÓVEL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Instituto Federal de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo
em Sistemas para Internet.

Área de Concentração: Informática na Educação

Orientador: Prof. Dr. Nemésio Freitas Duarte


Filho

São João da Boa Vista


2016
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que
citada a fonte.

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento


da Informação do Serviço de Biblioteca – IFSP

A474m Alves, Guilherme


Modelagem educacional para sistemas de aprendizagem móvel/
Guilherme Alves; orientador: Nemésio Freitas Duarte Filho. -- São João
da Boa Vista: [s.n], 2016.
87 p..: il.

Trabalho de Conclusão (Tecnologia em Sistemas para Internet) –


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, São
João da Boa Vista, 2016.

1. Informática na educação. 2. Aprendizagem móvel. 3. Dispositivos


móveis. 4. Computação móvel. 5. Tecnologia educacional. I. Duarte
Filho, Nemésio Freitas. II. Título.

CDD 371.334
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais, Maria Aparecida Elidio e Victor

Antonio Alves, pelo apoio e incentivo incondicional nos momentos difíceis

de estresse e cansaço, me fortalecendo sempre.

Agradeço também ao Prof. Dr. Nemésio Freitas Duarte Filho, pela

orientação, empenho e confiança na elaboração deste trabalho, questionando

e criticando sempre quando preciso.

Ao Instituto Federal de São João da Boa Vista, pela oportunidade em fazer o

curso, proporcionando um ambiente e ensino de qualidade.

E por fim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a minha

formação, o meu muito obrigado.


RESUMO

ALVES, Guilherme. (2016). Modelagem Educacional para Sistemas de Aprendizagem


Móvel. Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto Federal de São Paulo, São João da Boa
Vista, 2016.

A utilização de sistemas computacionais, em conjunto com a computação ubíqua para auxiliar


no ensino e a aprendizagem, têm contribuído para instituir uma nova modalidade de ensino,
qualificada como aprendizagem móvel ou mobile learning. Ambientes para a aprendizagem
móvel apresentam-se como uma grande alternativa para fortalecer o ensino e a aprendizagem
virtual. Nestas circunstâncias, a aprendizagem móvel vem sendo aplicada em diversas áreas
do conhecimento, flexibilizando assim o processo de adquirir conhecimento. Entretanto, ainda
que este ambiente de aprendizagem traga muitos benefícios e facilidades em relação ao ensino
e aprendizado, também apresenta problemas e desafios de estruturação do conhecimento, que
precisam ser investigados. Deste modo, este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma
modelagem educacional para sistemas de aprendizagem móvel. A modelagem educacional foi
desenvolvida seguindo a abordagem AIM-CID (Abordagem Integrada de Modelagem -
Conceitual, Instrucional e Didática), porém adaptando a para sistemas de aprendizagem
móvel. A fim de verificar a eficiência da modelagem, foi realizado o desenvolvimento de um
aplicativo para a aprendizagem móvel com foco no sistema solar. Então um experimento
utilizando a técnica ThinkAloud, a qual consiste em estimular os participantes a verbalizarem
a sua experiência com a aplicação, foi efetuado para testar a usabilidade do ambiente de
ensino com usuários comuns.

Palavras-chave: aprendizagem móvel; modelagem educacional; Mobile AIM-CID; Sistema


Solar.
ABSTRACT

ALVES, Guilherme. (2016). Educational Modeling for Mobile Learning Systems. Course
Conclusion Project – Instituto Federal de São Paulo, São João da Boa Vista, 2016.

The use of computer systems, together with ubiquitous computing to aid teaching and
learning, have contributed to the establishment of a new modality of education, qualified as
mobile learning or mobile learning. Mobile learning environments present themselves as a
great alternative to strengthen teaching and virtual learning. In these circumstances, mobile
learning has been applied in several areas of knowledge, thus making the process of acquiring
knowledge more flexible. However, although this learning environment brings many benefits
and facilities in relation to teaching and learning, it also presents knowledge structuring
problems and challenges that need to be investigated. In this way, this project presents the
development of an educational modeling for mobile learning systems. Educational modeling
was developed following the IMA-CID approach (Integrated Modeling Approach -
Conceptual, Instructional and Didactic), but adapting it to mobile learning systems. In order to
verify the efficiency of the modeling, the development of a mobile learning application
focusing on the solar system was carried out, and then an experiment using the ThinkAloud
technique, which is to stimulate the participants to verbalize their experience with the
application, was performed to test the usability of the teaching environment with ordinary
users.

Keywords: mobile learning; educational modeling; Mobile IMA-CID; Solar System.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Principal mudança entre e-learning e m-learning ............................. 22


Figura 2 - Abordagem Integrada de Modelagem de Conteúdos Educacionais
(AIM-CID)....................................................................................... 27
Figura 3 - Funcionamento do PhoneGap Build ................................................ 30
Figura 4 - Tipos de pesquisas científicas ........................................................ 32
Figura 5 - Mapa mental características e requisitos modelagem educacional . 37
Figura 6 - Mobile AIM-CID ................................................................................ 38
Figura 7 - Exemplo de analogia....................................................................... 39
Figura 8 - Tela usando recurso gráfico para auxiliar na aprendizagem ........... 40
Figura 9 – Exemplo de tela sobrecarregada com texto .................................... 40
Figura 10 – Exemplo de aplicação de questionários ........................................ 41
Figura 11 – Exemplo de layout contendo vídeo ............................................... 42
Figura 12 – Exemplo de tela escondendo informações complementares com
botão “Saiba mais” ......................................................................... 43
Figura 13 – Modelo de equilíbrio de cargas cognitivas .................................... 44
Figura 14 – Exemplo de linkagem interna no ambiente de aprendizagem
móvel ............................................................................................. 44
Figura 15 - Sequência de apresentação de informações ................................. 46
Figura 16 - Layouts com diferentes formas de organizar o conteúdo
educacional.................................................................................... 47
Figura 17 - Tela inicial do aplicativo com o menu principal .............................. 49
Figura 18 - Analogia utilizada no aplicativo ...................................................... 50
Figura 19 - Utilização de um mapa conceitual no aplicativo ............................. 51
Figura 20 - Utilização de um infográfico no aplicativo ...................................... 52
Figura 21 - Utilização de uma foto no aplicativo ............................................... 52
Figura 22 - Exemplo de página com número de palavras e imagens
limitados......................................................................................... 53
Figura 23 - Módulo finalizado e chamada para entrar no quiz ......................... 54
Figura 24 – Curso finalizado e chamada para quizzes finais ........................... 54
Figura 25 - Quiz aguardando a resposta e quiz respondido ............................. 55
Figura 26 - Vídeo sendo utilizado como uma informação complementar ......... 56
Figura 27 - Botão saiba mais e tela com o conteúdo complementar ................ 57
Figura 28 - Menu sumário com todos os módulos do curso ............................. 58
Figura 29 - Referencias como linkagem externa .............................................. 59
Figura 30 - Linkagens externas durante o texto destacadas em vermelho ....... 60
Figura 31 - Módulo 1 onde foi realizado a introdução ao sistema solar ............ 61
Figura 32 - Módulo 5 onde é realizado um resumo dos módulos ..................... 62
Figura 33 - Sequência de atividades do módulo 3 ............................................ 63
Figura 34 - Sequência de imagem-texto-texto .................................................. 64
Figura 35 - Layout de texto-imagem ................................................................. 65
Figura 36 - Layout de imagem-imagem ............................................................ 65
Figura 37 – Layout de texto-texto ..................................................................... 66
Figura 38 - Gráfico de algumas questões de usabilidade ................................. 68
Figura 39 - Gráfico com os erros e acertos dos participantes no quiz do
módulo 2 ........................................................................................ 69
Figura 40 - Gráficos de algumas questões referentes ao conteúdo
educacional .................................................................................... 70
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Requisitos de Modelagem de Conteúdos X Perspectivas de


Desenvolvimento de Módulos ........................................................ 25
Quadro 2 - Perspectivas e Requisitos para Modelagem de Conteúdos
Educacionais ................................................................................. 27
Quadro 3 - Resultados prelimires da pesquisa................................................. 36
Quadro 4 - Critérios de inclusão e exclusão ..................................................... 36
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................17

1.1 Contextualização................................................................................................................... 17

1.2 Motivação ............................................................................................................................. 18

1.3 Objetivos ............................................................................................................................... 18

1.4 Organização do trabalho ....................................................................................................... 19

2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................21

2.1 Mobile Learning ................................................................................................................... 21

2.2 Problemas e limitações na modelagem educacional para m-learning .................................. 23

2.3 Aplicação da Aprendizagem Móvel ..................................................................................... 23

2.4 AIM-CID (Abordagem Integrada de Modelagem – Conceitual, Instrucional e Didática) .... 24

2.4.1 Requisitos para Modelagem de Conteúdos Educacionais .................................................. 25

2.4.2 Modelo Conceitual ............................................................................................................. 28

2.4.3 Modelo Instrucional ........................................................................................................... 28

2.4.4 Modelo Didático ................................................................................................................ 29

2.5 PhoneGap.............................................................................................................................. 29

3 METODOLOGIA ........................................................................................................31

3.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................................................... 31

3.2 Procedimentos Metodológicos.............................................................................................. 33

3.2.1 Preparação e Elaboração da Pesquisa ................................................................................ 33

3.2.2 Análise e Resultados Preliminares ..................................................................................... 34

3.2.3 Validação e Resultados Finais ........................................................................................... 34

3.2.4 Publicação dos Resultados ................................................................................................. 34

4 MODELAGEM EDUCACIONAL ................................................................................35

4.1 Revisão Sistemática .............................................................................................................. 35

4.2 Mobile AIM-CID .................................................................................................................. 37


4.2.1 Modelo Conceitual ............................................................................................................. 38

4.2.1.1 Analogias ...................................................................................................................... 39

4.2.1.2 Recursos Gráficos ......................................................................................................... 39

4.2.1.3 Limitar Palavras e Imagens ........................................................................................... 39

4.2.2 Modelo Instrucional ........................................................................................................... 40

4.2.2.1 Exercícios/Quizzes ........................................................................................................ 41

4.2.2.2 Vídeos Curtos................................................................................................................ 41

4.2.2.3 Esconder Informações Complementares ....................................................................... 42

4.2.2.4 Linkagem Externa/Interna............................................................................................. 44

4.2.3 Modelo Didático................................................................................................................. 45

4.2.3.1 Organização Lógica do Conteúdo ................................................................................. 45

4.2.3.2 Sequência de Atividades ............................................................................................... 45

4.2.3.3 Sequência de Imagem-Texto-Texto .............................................................................. 46

4.2.3.4 Padronizar Layout ......................................................................................................... 46

5 ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 48

5.1 Público-alvo .......................................................................................................................... 49

5.2 Mapeamento de Características ............................................................................................ 49

5.2.1 Modelo Conceitual ............................................................................................................. 50

5.2.1.1 Analogias ...................................................................................................................... 50

5.2.1.2 Recursos Gráficos ......................................................................................................... 50

5.2.1.3 Limitar Palavras e Imagens ........................................................................................... 52

5.2.2 Modelo Instrucional ........................................................................................................... 53

5.2.2.1 Exercícios/Quizzes ........................................................................................................ 53

5.2.2.2 Vídeos Curtos................................................................................................................ 55

5.2.2.3 Esconder Informações Complementares ....................................................................... 56

5.2.2.4 Linkagem Externa/Interna............................................................................................. 57

5.2.3 Modelo Didático................................................................................................................. 60

5.2.3.1 Organização Lógica do Conteúdo ................................................................................. 60


5.2.3.2 Sequência de Atividades ............................................................................................... 62

5.2.3.3 Sequência de Imagem-Texto-Texto .............................................................................. 63

5.2.3.4 Padronizar Layout ......................................................................................................... 64

5.3 Execução do ThinkAloud ...................................................................................................... 66

6 CONCLUSÕES ...........................................................................................................73

6.1 Discussões sobre o Mobile AIM-CID ................................................................................... 73

6.2 Contribuições do Trabalho ................................................................................................... 74

6.3 Trabalhos Futuros ................................................................................................................. 74

6.4 Publicações ........................................................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ................................................................................................................77

APÊNDICE A...................................................................................................................83
Capítulo

17

1 Introdução

Neste capítulo apresenta-se uma visão geral do presente trabalho de conclusão de


curso, destacando o cenário no qual a pesquisa está inserida, assim como as principais
motivações, justificativas e objetivos do trabalho.

1.1 Contextualização

Atualmente o uso de tecnologias para auxiliar no processo de adquirir conhecimento


tem sido cada vez mais frequente, gerando assim a busca pela estruturação do conhecimento
de forma acessível e agradavél, por meio da utilização de ambientes educacionais virtuais
(OLIVEIRA et al, 2008).
Desta forma, com o advento da tecnologia da informação e comunicação, surgem
novas formas educativas, como a aprendizagem móvel. Entretanto, para que estes meios
sejam realmente educativos, é necessário que eles estejam interligados a um mesmo
propósito, e além disso que tenham como objetivo a construção de uma ação educativa
(AMARAL; GARBIN, 2008).
A aprendizagem móvel implica na utilização de tecnologias móveis, de forma única
ou em conjunto com outras tecnologias de informação e comunicação, com a finalidade de
proporcionar a aprendizagem a qualquer momento e em qualquer lugar. A aprendizagem pode
acontecer de diversas maneiras, os usuários podem acessar conteúdos educacionais por meio
de aparelhos móveis, conectar-se com outros usuários, ou até mesmo criar seus próprios
conteúdos, e principalmente tudo isso estando dentro ou fora da sala de aula (UNESCO,
2013).
Entretanto, apesar das diversas vantagens da utilização da aprendizagem móvel no
ensino, como a flexibilidade de tempo e espaço, devido a falta de um modelo educacional
padrão, os ambientes de aprendizagem compartilham em sua grande maioria de problemas de
estruturação do conhecimento, já que a tarefa de modelar o conteúdo educacional fica toda
como responsabilidade do autor do curso, sem ter como apoio qualquer tipo de suporte ou
diretivas e atividades sistemáticas que auxiliem no desenvolvimento (BEZERRA, 2008).
18

1.2 Motivação

Atualmente os sistemas e ambientes de aprendizagem têm apresentando uma crescente


importância, tendo um papel fundamental no ensino e treinamento, sendo relevantes não
apenas no ambiente acadêmico, mas também no meio industrial (KEEGAN, 2005;
KINSHUK, et al. 2003).
Esses sistemas, juntamente com o advento e desenvolvimento da computação ubíqua,
vêm proporcionando um novo modelo de aprendizagem, o aprendizado móvel (m-learning).
Este novo modelo proporciona uma maior motivação e interação entre os aprendizes e
instrutores, podendo eles contribuir, participar e acessar o sistema de ensino através de
dispositivos móveis, tais como celulares, i-pods, laptops, tablets, rádio, tv, entre outros, a
qualquer momento e em qualquer lugar (KUKULSKA-HULME; TRAXLER, 2005).
Muitos destes sistemas e aplicativos educacionais móveis estão sendo desenvolvidos e
elaborados para apoiar o aluno no ensino e no entendimento de temas específicos da
computação e de outras áreas correlacionadas. Este apoio educacional proporciona maior
motivação e interatividade para os aprendizes, garantindo maior flexibilidade no ensino
(KINSHUK, et al. 2003; KUKULSKA-HULME; TRAXLER, 2005). Entretanto utilizar estes
dispositivos para exibir um conteúdo na forma estática, é desprezar toda capacidade destes
aparelhos para a educação móvel.
Desta forma, devido à falta de uma modelagem padrão para os desenvolvedores
seguirem, interfaces sobrecarregadas e pouco intuitivas são encontradas em aplicações m-
learning, prejudicando o aprendizado e até mesmo causando desinteresse do usuário. Neste
cenário, verifica-se uma necessidade e oportunidade para a elaboração de uma modelagem
educacional para auxiliar no desenvolvimento de aplicações de aprendizagem móvel,
definindo boas práticas para a apresentação de conteúdos didáticos.
Dentro deste contexto, este projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma
modelagem educacional para a aprendizagem móvel, adaptando-se a abordagem AIM-CID
proposta por Barbosa (2004).

1.3 Objetivos

Devido à ausência de uma modelagem educacional especifica para ambientes de


aprendizagem móvel, o principal objetivo desta pesquisa é desenvolver um modelo
19

educacional voltado especialmente para ambientes de aprendizagem móvel, adaptando a


abordagem AIM-CID.
Para atingir o objetivo geral da pesquisa, alguns objetivos específicos são
considerados ao longo deste trabalho, entre eles:

 Desenvolver um modelo educacional para a aprendizagem móvel, definindo boas


práticas para a apresentação de conteúdos didáticos para m-learning;
 Utilizar a abordagem AIM-CID para adequar uma modelagem educacional específica
para aprendizagem móvel;
 Utilizar a modelagem educacional para o desenvolvimento de uma aplicação m-
learning;
 Avaliar a modelagem implementada na aplicação, a fim de identificar elementos
importantes e observar pontos de melhoria.

1.4 Organização do trabalho

Neste capítulo foi exposta uma visão geral do trabalho, ressaltando o contexto no qual
o trabalho está inserido, as motivações principais assim como os objetivos desejados. O
restante do trabalho encontra-se organizado como se segue.
No capítulo 2 são apresentados conceitos referentes à aprendizagem móvel, além de
apontar alguns problemas e limitações, de uma modelagem educacional para este tipo de
ambiente de aprendizado. Neste capítulo também são apresentadas aplicações da
aprendizagem móvel, além de expostos os conceitos do AIM-CID e da plataforma de
desenvolvimento híbrido PhoneGap. No capítulo 3 são apresentados os processos
metodológicos para atingir os objetivos do trabalho. No capítulo 4 é definida uma modelagem
educacional denominada Mobile AIM-CID, com suas características e requisitos que
especificam os três modelos genéricos para a apresentação de conteúdo. No capítulo 5 é
apresentado um estudo de caso em que foi implementado uma aplicação m-learning com base
na modelagem proposta, juntamente com o seu processo de avaliação utilizando a técnica do
ThinkAloud. Por fim, o capítulo 6 traz as conclusões finais, juntamente com possíveis
trabalhos futuros.
Capítulo

21

2 Pesquisa Bibliográfica

Neste capítulo é apresentada uma revisão das principais pesquisas realizadas pela
comunidade científica, sob as quais este trabalho está fundamentado. Na sessão 2.1 são
apresentadas algumas definições referentes ao Mobile Learning, além de expostos alguns
benefícios e limitações de sua utilização. Problemas e limitações de uma modelagem
educacional para m-learning são apresentados na sessão 2.2. Casos de sucesso da aplicação da
aprendizagem móvel são expostos na sessão 2.3. Na sessão 2.4 é apresentada uma visão geral
dos conceitos do AIM-CID. Por fim, na sessão 2.5 é apresentada a ferramenta PhoneGap para
o desenvolvimento de aplicativos multiplataforma.

2.1 Mobile Learning

Definir m-learning ou mobile learning não é uma tarefa fácil de modo que os
investigadores da área cheguem a um senso comum. Devido a isso trata-se de um conceito
emergente que ainda está em fase de desenvolvimento (TRAXLER, 2009; WOODILL, 2011).
Para Kinshuk et al. (2003) aprendizagem móvel (mobile learning) pode ser definida
como a capacidade de utilizar dispositivos móveis para acessar recursos educacionais. Já para
Keegan (2006), o conceito de m-learning está restrito apenas a dispositivos móveis que
caibam em uma bolsa de uma senhora ou no bolso de um cavalheiro.
Portanto o usuário não deve estar restrito a um espaço físico para acessar estes
ambientes de aprendizagem (KUKULSKA-HULME; TRAXLER, 2006), já que em uma
sociedade que está em constante movimento, as aprendizagens ocorrem em múltiplos
contextos (WALKER, 2007).
De acordo com Consolo e Silva (2008), mobile learning pode também ser visto como
o desenvolvimento do e-learning, ou aprendizagem por meios eletrônicos. Desta forma, pode
se destacar que a principal mudança de paradigma do m-learning para o e-learning é a forma
como esses ambientes de aprendizagem podem ser acessados por seus usuários, assim como
ilustra a Figura 1. O e-learning permite o acesso aos conteúdos educacionais, basicamente por
meio de redes de computadores, já no m-learning a interação entre conteúdos educacionais
22

acontece integralmente por meio de dispositivos móveis utilizando a rede sem fio (SACCOL;
SCHLEMMER; BARBOSA; 2011).

Figura 1 - Principal mudança entre e-learning e m-learning


Fonte: Saccol, Schlemmer, Barbosa (2011)

O mobile learning pode oferecer diversas vantagens tanto para as instituições de


ensino, onde os baixos custos de oferta desta modalidade favorecem o seu uso, como para os
usuários, já que com este ensino existe uma flexibilidade no acesso aos materiais educacionais
(RACHID; ISHITANI, 2012). Além disso, os dispositivos móveis trazem o benefício de os
usuários poderem acessar a internet, ferramentas de colaboração, aplicações específicas de
aprendizagem, redes sociais, e ferramentas de colaboração (DUARTE FILHO e BARBOSA,
2012).
No entanto, embora esta modalidade de ensino tenha diversos benefícios, ela também
apresenta algumas limitações em sua utilização e construção, como por exemplo: poder de
processamento reduzido; tela de tamanho variável; energia limitada (pois está sujeito a uso de
baterias); comunicação com taxas de transmissão menores se comparado a redes fixas;
adaptação a aspectos de usabilidade; carência de padrões arquiteturais; ausência de padrões
com requisitos próprios para as aplicações educacionais (NESTEL et al, 2010). Além do mais
devido à falta de uma modelagem educacional específica para aprendizagem móvel, interfaces
sobrecarregadas e pouco intuitivas são encontradas em aplicações m-learning, prejudicando
assim o aprendizado e até mesmo causando o desinteresse por parte do usuário.
23

2.2 Problemas e limitações na modelagem educacional para m-learning

Existem alguns problemas e limitações ao se definir uma modelagem educacional para


m-learning, como a adaptação do conteúdo a diferentes tamanhos de tela. Está relacionada à
sequência de informações de maneira que não sobrecarregue a interface da aplicação, já que
esta ordem pode influenciar diretamente no processo de adquirir conhecimento (WANG et al.,
2012).
Carga cognitiva refere-se ao processo de aprendizagem que exige demanda na
memória de curto prazo do aprendiz. Varias informações na tela como textos, imagens ou
conteúdos multimídia, podem gerar sobrecarga cognitiva, ou seja, excesso de demanda da
memória de curto prazo, que por consequência pode causar a desorientação, e até mesmo
desinteresse por parte do usuário (MAYER, 2001).
Há também falta de uma padronização, como templates, definindo um modelo de
como o conteúdo deverá ser apresentado no ambiente de aprendizagem. Além da definição de
layouts para facilitar a interação do usuário com a aplicação, levando em consideração
fundamentos de Interface Humano Computador (IHC), de forma que garanta a usabilidade do
ambiente de aprendizagem.
Entretanto um dos principais problemas em se tentar definir uma modelagem
educacional mobile learning, é a dificuldade em se determinar uma regra geral que se adapte a
diferentes conteúdos educacionais, independentemente do objeto de estudo, resultando assim
em uma aprendizagem eficiente.

2.3 Aplicação da Aprendizagem Móvel

Atualmente, a aprendizagem móvel pode ser considerada uma iniciativa benéfica ao


contexto educacional, com inúmeros projetos e estudos de casos ao redor do mundo. A
aprendizagem móvel já é um fato concreto, diversos estudantes e professores utilizam
dispositivos móveis para conversar, acessar atividades e conteúdos educacionais, compartilhar
informações com outros estudantes, conseguir ajuda de colegas e orientadores, e proporcionar
a comunicação produtiva (UNESCO, 2013).
Em 2009, foi lançada a plataforma Nokia Life, que leva informações e oportunidades
educacionais a mais de 90 milhões de pessoas na Índia, China, Indonésia e Nigéria. Os
usuários do serviço podem optar por quais conteúdos de aprendizagem gostariam de obter em
24

seu celular, entre diversas opções, abrangendo tópicos nas áreas de educação, saúde,
agricultura e empreendedorismo (UNESCO, 2009).
O programa Ecosystems Mobile Outdoor Blended Immersion Learning Environment
(EcoMOBILE) possibilita que estudantes do ensino médio conheçam mais sobre o ecosistema
de uma lagoa. Em uma excursão escolar, os alunos utilizaram seus dispositivos móveis para
investigar as áreas ao redor de determinadas lagoas, na América do Norte. Ao se aproximarem
de certos locais, eles recebem perguntas e recursos, estimulando os a coletar dados para
aprofundar suas explorações. Esse programa interativo tornou-se possível com a utilização da
integração da tecnologia global positioning system (GPS) aos dispositivos móveis, alterando
drasticamente a relação entre os alunos e o meio ambiente que estão estudando, e estimulando
a colaboração, a pesquisa direta e o alto grau de reflexão (ECOLEARN, 2015).
O Projeto Alfabetização Móvel da UNESCO utilizou celulares para complementar e
auxiliar um curso de alfabetização tradicional presencial, ofertado a 250 meninas adolescentes
em área remotas do Paquistão, que possui taxa de alfabetização de homens adultos de 69%, e
de mulheres apenas 40%. Como a única forma de comunicação com os estudantes era através
dos telefones celulares, os instrutores enviavam mensagens de texto às suas alunas, alertando
da necessidade de praticar a escrita ou orientando que relessem trechos de uma manual. Além
disso, os instrutores também faziam perguntas para as alunas, que respondiam por mensagens
de texto. Estas atividades tinham o objetivo de reforçar as habilidades de alfabetização que as
meninas haviam adquirido no decorrer de um curso presencial. Antes do projeto da UNESCO,
apenas 28% das alunas que completavam o curso de alfabetização recebiam nota máxima. No
entanto, após a instauração do projeto no curso, mais de 60% delas obtiveram a nota máxima.
Devido ao excelente resultado obtido pelo projeto, ele será ampliado, podendo atender mais
de 2,5 mil alunas (REVISTAPONTOCOM, 2015).

2.4 AIM-CID (Abordagem Integrada de Modelagem – Conceitual,


Instrucional e Didática)

Nesta sessão são apresentados os conceitos relacionados ao AIM-CID, desenvolvido


por Barbosa e Maldonado (2004), que será a base de apoio para a elaboração da modelagem
educacional para os sistemas de aprendizagem móvel propostos neste trabalho.
25

2.4.1 Requisitos para Modelagem de Conteúdos Educacionais

A elaboração de modelos para a apresentação de conteúdos educacionais necessita de


uma sequência de características relacionadas à atividade de modelagem, incluindo desde a
definição de aspectos específicos do domínio de conhecimento, passando pela delimitação de
atividades práticas e técnicas para avaliar o desempenho do usuário com a aplicação, e
inclusive a definição de uma estrutura pedagógica para a apresentação do conteúdo
educacional. Perante aos diversos requisitos e fatores a serem levados em consideração,
cenários e premissas para modelagem tornam-se primordiais (BARBOSA; MALDONADO,
2004).
No Quadro 1 são apresentados requisitos para modelagem de conteúdo, relacionando-
os com as perspectivas de desenvolvimento de módulos educacionais. É importante notar que,
apesar da maioria dos requisitos identificados destacarem a estruturação e o reuso do
conhecimento, as perspectivas de evolução e transferência, devido a estarem relacionadas, da
mesma forma podem ser beneficiadas (BARBOSA; MALDONADO, 2004).

Requisitos de Modelagem Perspectivas de Desenvolvimento


Taxonomia de Conceitos Estruturação
Composição de Conceitos Estruturação
Relacionamentos Específicos Estruturação
Decomposição Hierárquica Estruturação, Reuso
Diferenciação entre Categorias do Estruturação, Evolução, Transferência,
Conhecimento Reuso
Ordem Pedagógica Estruturação, Reuso
Contextos de Aprendizado Estruturação, Reuso
História Estruturação, Reuso
Propagação de Eventos Evolução, Reuso
Quadro 1 - Requisitos de Modelagem de Conteúdos X Perspectivas de Desenvolvimento de
Módulos
Fonte: Barbosa, Maldonado (2004)

Os requisitos de modelagem propostos por Barbosa e Maldonado (2004) são


brevemente caracterizados a seguir:
 Taxonomia de Conceitos estabelece uma estrutura conceitual e hierárquica, em que
pode ser utilizada como fundamento para a elaboração e organização dos conteúdos
importantes ao conhecimento.
 Composição de Conceitos estabelece relacionamentos de composição, tendo em vista
que alguns conceitos são mais fáceis de ser compreendidos quando analisados por
partes.
26

 Relacionamentos Específicos são fundamentais para apresentação de conceitos,


proporcionando a fácil leitura e compreensão, já que a utilização de relacionamentos
específicos, sem uma semântica pré-determinada, faz com que os modelos elaborados
sejam flexíveis na representação do domínio do conhecimento.
 Decomposição Hierárquica possibilita criar grupos de conceitos agrupados por
módulos, permitindo assim que o conhecimento seja estudado em partes, contribuindo
assim para o processo de adquirir conhecimento.
 Diferenciação entre Categorias do Conhecimento possibilita a melhor compreensão do
objeto de estudo, facilita identificar elementos passíveis de evolução, proporciona o
auxílio para a elaboração de contextos de aprendizado, e permite que ferramentas
educacionais sejam apresentadas durante a modelagem.
 Ordem Pedagógica, a sequência em que o conteúdo educacional é apresentado é
fundamental, pois é necessário estabelecer uma relação de pré-requisitos entre as
informações de maneira lógica.
 Contextos de Aprendizado possibilita que aprendizes com perfis e objetivos diferentes
tenham acesso ao mesmo conteúdo educacional por intermédio de perspectivas de
ensino e treinamento distintos.
 História possibilita com que o aprendiz armazene os caminhos percorridos por ele
durante o uso do material, recuperando assim contextos de aprendizado anteriormente
visitados.
 Propagação de Eventos é necessário possuir um sincronismo na utilização de vários
tipos de conteúdo multimídia, para que não haja impactos negativos no desempenho
dos aprendizes.

Perspectivas de modelagem também foram detectadas e analisadas, a fim de


caracterizar os modelos para a apresentação dos conteúdos educacionais, confira a seguir
(BARBOSA; MALDONADO, 2004):
 Perspectiva Conceitual, que aborda particularmente a modelagem de conceitos
importantes para o domínio de conhecimento e da maneira com que os conceitos se
relacionam neste domínio;
 Perspectiva Instrucional, que trata a modelagem de conteúdos adicionais em elementos
complementares referente ao domínio;
27

 Perspectiva Didática, encarregada por relacionar os objetos anteriormente modelados,


determinando uma ordem para apresentação entre eles.

O Quadro 2 demonstra a associação entre as perspectivas de modelagem definidas e os


requisitos propostos.

Perspectivas de Modelagem Requisitos de Modelagem


Conceitual Taxonomia de Conceitos
Composição de Conceitos Relacionamentos
Específicos Decomposição Hierárquica
Instrucional Diferenciação entre Categorias do
Conhecimento
Didática Ordem Pedagógica
Contextos de Aprendizado
História
Propagação de Eventos
Quadro 2 - Perspectivas e Requisitos para Modelagem de Conteúdos Educacionais
Fonte: Barbosa, Maldonado (2004)

Com as perspectivas e requisitos de ensino estabelecidos, foi definida a abordagem


AIM-CID, determinando um conjunto de modelos genéricos para a apresentação de conteúdos
educacionais. Cada modelo trata características diversas da atividade de modelagem. A Figura
2 resume as principais características da abordagem AIM-CID.

Figura 2 - Abordagem Integrada de Modelagem de Conteúdos Educacionais (AIM-CID)


Fonte: Barbosa, Maldonado (2004)
28

A abordagem proposta foi fundamentada utilizando a técnica de Mapas Conceituais e


no modelo HMBS (Hyperdocument Model Based on Statecharts), o qual consiste em um
modelo para a caracterização da estrutura e da semântica navegacional de hiperdocumentos,
proposta por Harel (1987).

2.4.2 Modelo Conceitual

O modelo conceitual é uma descrição em alto-nível do objeto de estudo. Sua


elaboração consiste na exposição dos conceitos principais para o entendimento do assunto e a
caracterização da maneira como eles se relacionam (BARBOSA; MALDONADO, 2004).
Os conceitos e seus relacionamentos devem ser estruturados e apresentados de
maneira organizada no modelo, tendo em vista a facilidade do entendimento do objeto de
estudo. Existem várias formas de se estruturar o conteúdo, como por: hierarquia, linearidade,
e rede (grafo). No contexto educacional, o foco principal fica com a estruturação hierárquica
do conteúdo (BARBOSA; MALDONADO, 2004).

2.4.3 Modelo Instrucional

O modelo instrucional tem como foco principal definir informações adicionais e


elementos complementares, relacionando-os aos conceitos previamente identificados. Sua
elaboração constitui em duas fases relacionadas, sendo o refinamento do modelo conceitual e
a determinação dos elementos complementares. Na primeira fase, com os conceitos
apresentados no modelo conceitual, informações complementares relacionadas ao objeto de
estudo são identificadas e especificadas no modelo instrucional, essas informações são
chamadas pelo termo de item de informação (BARBOSA; MALDONADO, 2004).
Na segunda fase, devem-se definir os elementos instrucionais que serão utilizados
como complemento aos itens de informação, tendo em vista melhorar o processo de adquirir
conhecimento. Três categorias foram definidas para separar os elementos instrucionais: (1)
elementos explanatórios – são as informações adicionais utilizadas para caracterização de um
item de informação, podendo elas ser, exemplos, dicas, sugestões, referências, entre outros;
(2) elementos exploratórios – possibilitam que o aprendiz percorra pelo domínio treinando
com os itens de informação relacionados, como exercícios guiados, simulações, hands-on de
ferramentas; e (3) elementos de avaliação – possibilita avaliar o quanto o aprendiz foi capaz
29

de entender o objeto de estudo, podendo ser avaliações diagnósticas, formativas ou somativas,


na forma de questões objetivas e/ou subjetivas (BARBOSA; MALDONADO, 2004).

2.4.4 Modelo Didático

O modelo didático é responsável por criar as relações de precedência (pré-requisitos) e


relacionamentos didáticos, caracterizando ordens de apresentação entre os objetos definidos
no modelo instrucional. A utilização de índices, roteiros e visitas guiadas, é aconselhada para
a estruturação do acesso. Além do mais, a identificação de relacionamentos comportamentais
pode apoiar na determinação de contextos dinâmicos de aprendizado (BARBOSA;
MALDONADO, 2004).
Deve-se destacar que a partir de um modelo instrucional, é possível derivar vários
modelos didáticos, consolidando diferentes formas para utilização e disponibilização do
mesmo conteúdo educacional.

2.5 PhoneGap

O desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis pode não uma tarefa muito
simples, já que cada plataforma exige o conhecimento de frameworks, ferramentas e
linguagens específicas de cada sistema operacional, além de também demandar mais tempo e
dinheiro, caso seja necessário disponibilizar o aplicativo em diferentes plataformas
(CAMPOS, 2015).
Devido a estas dificuldades sugiram frameworks para o desenvolvimento de
aplicativos multiplataforma, o que pode ser muito interessante já que o tempo de
desenvolvimento de um aplicativo em cada uma das plataformas mobile é reduzido. O
PhoneGap é uma destas ferramentas que permite o desenvolvimento de aplicativos
multiplataforma, de código aberto, que possibilita construção de aplicativos utilizando os
princípios do desenvolvimento web, desta forma utilizando HTML, CSS e JavaScript para a
elaboração de suas aplicações (PHONEGAP, 2012).
Aplicativos desenvolvidos com o PhoneGap são apontados como híbridos, o que
significa que, são instalados nativamente em dispositivos móveis, no entanto construídos com
tecnologia web. O aplicativo roda como se estivesse no navegador do dispositivo,
renderizando o HTML, porém sem possuir a barra de ferramentas do navegador
(PHONEGAP, 2012).
30

O PhoneGap ainda possui uma API (Application Programming Interface) que através
do JavaScript permite a elaboração de aplicativos mais complexos, utilizando vários recursos
disponíveis nos dispositivos móveis, como acelerômetro, câmera, geolocalização, e banco de
dados.
A Figura 3 apresenta o funcionamento do desenvolvimento na plataforma PhoneGap,
onde o projeto com os arquivos HTML, CSS, e JavaScript são compilados no PhoneGap
Build, gerando assim um aplicativo nativo para as plataformas: Android, iOS, Windows
Phone, BlackBerry OS, Symbian, webOS, Bada, Tizen, FireFox OS, e Ubuntu Touch.

Figura 3 - Funcionamento do PhoneGap Build


Fonte: MobilePortland (2011)

Desta forma, o desenvolvimento híbrido de aplicativos utilizando o PhoneGap, traz


diversas vantagens, como a capacidade de execução de um único código em diferentes
plataformas, o que não é possível no desenvolvido nativo, já que cada plataforma utiliza uma
linguagem de programação diferente. Devido à utilização do mesmo código para diversas
plataformas, o desenvolvimento híbrido possui o custo e o tempo para elaboração reduzido ao
se comparar com o desenvolvimento nativo. Além disso, como a criação de aplicações
híbridas é feita utilizando linguagens web, não é necessário conhecer a linguagem nativa de
cada plataforma que se deseja disponibilizar o aplicativo (AMBROS, 2013).
Capítulo

31

3 Metodologia

Ao se iniciar uma pesquisa científica, a primeira etapa que se deve levar em


consideração é a delimitação do método científico e do tipo da pesquisa, de acordo com
Vergara (2004): “o método é um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento”, isto é, o
método de pesquisa guia o pesquisador na elaboração de seu trabalho. Este capítulo descreve
e classifica o tipo de pesquisa utilizada, além de expor os processos metodológicos, que vão
desde a idealização do projeto e revisão bibliográfica, até os procedimentos relacionados à
proposição, aplicação e validação da modelagem educacional.
Com este capítulo espera-se que seja possível que outros pesquisadores da área
possam compreender o método de pesquisa utilizado, além de poder reproduzir em futuros
trabalhos os procedimentos aqui praticados.

3.1 Tipo de Pesquisa

Segundo Jung (2004), Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa científica pode ser
classificada em quatro dimensões, sendo elas:
 quanto à sua natureza;
 quanto aos seus objetivos;
 quanto aos procedimentos;
 e quanto ao local de realização.
32

A Figura 4 exemplifica esta classificação dos tipos de pesquisa.

Figura 4 - Tipos de pesquisas científicas


Fonte: Jung (2004)

Wohlin et al. (2000), defini uma classificação que aborda quatro métodos importantes
de pesquisa, especialmente no detalhamento do método empírico, por esse ser bastante
adequado a pesquisas da área de engenharia de software.
Os quatro métodos são descritos a seguir:
 Método científico: a realidade é observada, e um modelo é construído para retratá-la;
 Método de engenharia: a evolução das soluções atuais são propostas posteriormente
a terem sido estudadas;
 Método empírico: um modelo é proposto e evoluído por meio de estudos empíricos
(pesquisa qualitativa e quantitativa);
 Método analítico: uma teoria formal é proposta e em seguida relacionada com as
observações empíricas.
Esta pesquisa classifica-se como qualitativa, de natureza tecnológica, com objetivos do
tipo exploratórios/descritivos, utilizando procedimentos de estudo de caso e fundamentando
seus materiais e métodos em pesquisas bibliográficas e documental.
33

3.2 Procedimentos Metodológicos

Conforme os princípios identificados por Wohlin et al. (2000), esta pesquisa pode ser
classificada como qualitativa, já que baseia-se no julgamento humano, procurando definir
uma modelagem educacional para sistemas de aprendizagem móvel.
Baseando se em Jung (2004), este trabalho pode ser considerado de natureza
tecnológica, pois visa adaptar os conhecimentos do AIM-CID para a elaboração de uma nova
modelagem educacional, específica para a aprendizagem móvel.
Referente aos objetivos, do tipo exploratório (GIL, 1991) e descritivo (JUNG, 2004),
já que propõe o desenvolvimento de um modelo educacional, definindo boas práticas para a
apresentação de conteúdos didáticos para m-learning.
O trabalho utiliza procedimentos de estudo de caso (JUNG, 2004), já que permite
estudar a modelagem educacional proposta dentro de um contexto local e real,
proporcionando assim a determinação de limites mais facilmente, auxiliando sua validação e
avaliação.
As abordagens teóricas são baseadas em revisões bibliográficas e pesquisas
documentais, tendo em vista o estudo de livros de vários autores, periódicos, revistas e outras
publicações relacionadas ao tema proposto, levando sempre em consideração a confiabilidade
da origem e a relevância das informações.
O processo metodológico seguido neste trabalho foi divido em três fases, sendo elas:

1. Preparação e Elaboração da Pesquisa;


2. Análise e Resultados Preliminares;
3. Validação e Resultados Finais;
4. Publicação dos Resultados.

A descrição e caracterização de cada fase são listadas nas subseções a seguir.

3.2.1 Preparação e Elaboração da Pesquisa

A pesquisa foi iniciada com a realização de uma Revisão Sistemática para ajudar a
investigar e sintetizar os aspectos relacionados às características e requisitos para a
modelagem de conteúdos educacionais em ambientes de aprendizagem móvel.
34

3.2.2 Análise e Resultados Preliminares

Após ter disponível todo o material necessário, foi realizado um estudo das
características e requisitos para a modelagem educacional em sistemas de aprendizagem
móvel, visando elaborar uma síntese das principais características encontradas, levando em
consideração os requisitos para uma modelagem educacional eficiente. Assim como é
definido na abordagem AIM-CID:

A construção de modelos para a representação dos conteúdos requer que vários


fatores sejam considerados, envolvendo desde a determinação de aspectos
específicos do domínio de conhecimento, passando pela definição de atividades
práticas e mecanismos para avaliação do aprendiz, até o estabelecimento de uma
ordem pedagógica para a apresentação das informações modeladas (BARBOSA;
MALDONADO, 2004, p. 2).

Posteriormente a sintetização das características e requisitos encontrados, foi realizado


um estudo da abordagem AIM-CID, com ênfase na compreensão das particularidades dos três
modelos genéricos para a apresentação de conteúdos educacionais. Por fim, foi definida uma
nova modelagem educacional, distribuindo as características e requisitos sintetizados
anteriormente, para cada modelo genérico do AIM-CID.

3.2.3 Validação e Resultados Finais

Após definido uma modelagem educacional para a aprendizagem móvel, o modelo foi
implementado em uma aplicação m-learning, e então avaliado por especialistas da área a fim
de validar a modelagem proposta. Utilizando a técnica ThinkAloud também foi realizado um
teste de usabilidade com usuários comuns, a qual consiste em estimular os participantes a
verbalizar sua experiência com a aplicação.

3.2.4 Publicação dos Resultados

Finalizado o processo de validação e análise dos resultados finais, foram sintetizados


em um artigo científico todos os resultados obtidos até o momento, a seguir este artigo foi
submetido à revista RENOTE (Revista Novas Tecnologias na Educação) que possui nota
Qualis B3, cujo foco é trabalhos desenvolvidos na área da informática na educação.
Atualmente este artigo encontra-se em processo de avaliação.
Capítulo

35

4 Modelagem Educacional

Neste capítulo são apresentados os resultados da revisão sistemática e uma


modelagem educacional para sistemas de aprendizagem móvel denominada Mobile AIM-CID.

4.1 Revisão Sistemática

Em suma, Revisão Sistemática é uma metodologia utilizada para realizar revisões


bibliográficas de forma organizada, possibilitando avaliar e interpretar todos os trabalhos
relevantes disponíveis sobre um determinado assunto. As Revisões Sistemáticas têm o
objetivo de apresentar uma avaliação justa de um tema de pesquisa, proporcionando maior
fundamentação teórica e confiabilidade científica (KITCHENHAM, 2004).
Para a realização da Revisão Sistemática foram definidos os seguintes critérios para a
seleção das fontes de busca e strings de busca. Fontes de busca foram escolhidas levando em
consideração o impacto e a abrangência na área da computação e educação. A partir dos
critérios analisados, foram escolhidas como fontes de pesquisa: IEEE Xplore, ACM Digital
Library, Springer Link, Science Direct, Scopus Web of Science, Comissão Especial de
Informática na Educação (CEIE) e RENOTE (Revista Novas Tecnologias na Educação).
Na etapa seguinte, o processo de construção da string de busca exige atenção, já que
sua definição está ligada diretamente aos objetivos, escopo e resultados da pesquisa. Antes da
definição da string de busca, testes foram realizados nas próprias bases de dados, utilizando
alguns sinônimos definidos nas palavras-chaves, verificando a forma e a quantidade de
resultados obtidos. Tendo como base os testes realizados, a string genérica utilizada nas
fontes de pesquisa foi definida da seguinte forma:

(“m-learning” OR “mobile learning”) AND (“educational model” OR “educational


modeling” OR “didactic model” OR “modelling content” OR “authoring content” OR
“content authoring”)
36

A partir das buscas realizadas, 73 documentos foram retornados. Após a análise,


foram selecionados 64 trabalhos, os quais estavam integralmente disponíveis para leitura. O
Quadro 3 mostra os resultados preliminares da pesquisa.

Base de Dados Resultado


IEEE Xplore 30
ACM Digital Lybrary 7
Springer Link 4
Science Direct 16
Scopus 0
Web of Science 2
Comissão Especial de Informática na 4
Educação (CEIE)
RENOTE (Revista Novas Tecnologias na 1
Educação)
Resultado Final 64
Quadro 3 - Resultados prelimires da pesquisa
Fonte: Elaborada pelo autor

Após a leitura dos resumos dos 64 estudos primários e a aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão definidos no Quadro 4, o número de trabalhos foi reduzido para 11.

Critérios de Inclusão (CI) Critérios de Exclusão (CE)


Estudos primários que definam, aplicam ou Estudos primários que evidenciam
analisam modelos educacionais específico características para uma modelagem
para o contexto da aprendizagem móvel educacional mobile, porém sem
embasamento teórico ou pratico

Estudos primários em relação às Estudos primários que analisam somente


características e requisitos para uma requisitos de hardware para uma modelagem
modelagem educacional em sistemas mobile em sistemas mobile

Estudos primários que estejam ligados aos Estudos primários que estejam em idiomas
requisitos educacionais para a aprendizagem diferentes do inglês e português, dificultando
móvel em Português e em Inglês a coleta e a identificação de informações
Textos na íntegra Estudos primários que não estejam
disponíveis para download na base de dados,
pois para uma análise eficiente todo o
documento deve ser lido
Quadro 4 - Critérios de inclusão e exclusão
Fonte: Elaborada pelo autor
37

Os 11 estudos foram lidos e analisados visando identificar características e requisitos


importantes para uma modelagem educacional em ambientes de aprendizagem móvel, os
quais foram sintetizados e apresentados na seção a seguir.

4.2 Mobile AIM-CID

O Mobile AIM-CID foi confeccionado por meio dos fundamentos definidos no AIM-
CID, propondo assim três modelos genéricos para apresentação de conteúdos educacionais,
juntamente com características e requisitos vinculados a elementos de uma modelagem
educacional mobile.
A Figura 5 apresenta um mapa mental no qual estão relacionadas todas as
características e requisitos para uma modelagem educacional mobile, identificadas por meio
da revisão sistemática.

Figura 5 - Mapa mental características e requisitos modelagem educacional


Fonte: Elaborada pelo autor
38

A Figura 6 apresenta as características e requisitos, relacionando as com o modelo


conceitual, instrucional e didático, formando assim a modelagem educacional Mobile AIM-
CID.

Figura 6 - Mobile AIM-CID


Fonte: Elaborada pelo autor

Confira abaixo a definição dos modelos genéricos conceitual, instrucional e didático,


com suas respectivas características e requisitos para a modelagem.

4.2.1 Modelo Conceitual

Neste modelo é realizada uma descrição em alto-nível do objeto de estudo,


apresentando os principais conceitos para o entendimento do assunto. Podendo utilizar a
relação de semelhança entre coisas ou fatos, mapas conceituais ou diagramas, tendo em vista
sempre uma descrição simples e direta, de forma a contribuir com o processo de adquirir
conhecimento. A seguir são apresentadas características e requisitos que auxiliam na
construção do modelo conceitual na modelagem Mobile AIM-CID.
39

4.2.1.1 Analogias

O uso de analogias para exemplificar um conteúdo educacional é primordial, pois


comparações de situações problema com o objeto de estudo facilitam o entendimento. Deste
modo contribui-se para uma aprendizagem móvel eficiente. Como por exemplo, relacionar o
objeto de estudo com situações de nosso cotidiano, fazendo uma analogia entre eles. A Figura
7 ilustra uma analogia utilizada para explicar funcionamento dos músculos.

Figura 7 - Exemplo de analogia


Fonte: Pinto (1999)

4.2.1.2 Recursos Gráficos

O uso de recursos gráficos como: esquemas, fórmulas, infográficos, mapas conceituais


e diagramas, é essencial para uma aprendizagem móvel eficiente, já que permitem estudar,
através de informações visuais, desta forma facilitando a memorização (BATISTA, BEHAR,
PASSERINO, 2012). A Figura 8 exemplifica uma tela que utiliza uma imagem como recurso
para auxiliar na aprendizagem.

4.2.1.3 Limitar Palavras e Imagens

Limitar o número de palavras por tela é fundamental para evitar sobrecarregar uma
página com muito texto, o que acaba desmotivando o usuário a continuar utilizando a
aplicação. Além do número de palavras, é de extrema importância também limitar o número
40

de imagens para evitar o excesso de informações visuais. Além disso, deve-se padronizar o
tamanho das imagens, e de preferência estipulando a largura dela em porcentagem, para que
assim a imagem se adéque a diferentes tamanhos de telas. A Figura 9 exemplifica uma tela
com excesso de texto.

Figura 8 - Tela usando recurso gráfico para


Figura 9 – Exemplo de tela sobrecarregada
auxiliar na aprendizagem
com texto
Fonte: Duarte Filho, et al. (2015)
Fonte: Elaborada pelo autor

4.2.2 Modelo Instrucional

Neste modelo são definidas as informações complementares a cerca do objeto de


estudo, a fim de organizá-las de forma que não atrapalhem o entendimento do conceito
principal. Desta forma, podem-se fornecer como recursos adicionais, atividades que permitam
aos usuários testarem o conhecimento adquirido, além de utilizar recursos multimídia, como
vídeos ou animações para auxiliar no entendimento do assunto. Todas estas informações
complementares devem estar ocultas para que apenas quando o aluno sentir necessidade, ele
acesse este conteúdo, impedindo assim de sobrecarregar o usuário com excesso de
informação. A seguir são apresentadas características e requisitos que contribuem na
elaboração do modelo instrucional na modelagem Mobile AIM-CID.
41

4.2.2.1 Exercícios/Quizzes

É fundamental que o usuário treine seus conhecimentos adquiridos durante a atividade


de m-learning, para isso exercícios/quizzes de múltipla escolha, verdadeiro ou falso, são
necessários para ajudar a fixar o conhecimento. Além disto, ao final dos exercícios deve se
exibir as respostas das perguntas, devidamente justificadas (BATISTA, BEHAR,
PASSERINO, 2012). A Figura 10 exemplifica uma tela com a aplicação de um questionário
ao usuário.

Figura 10 – Exemplo de aplicação de questionários


Fonte: Duarte Filho, et al. (2015)

4.2.2.2 Vídeos Curtos

Fazer o uso de pequenos vídeos/animações para exemplificar um objeto de


aprendizagem ajuda a tornar o ensino mais dinâmico e menos maçante. Porém deve se utilizar
com moderação, pois de acordo com Mayer (2001), recursos multimídia utilizam vários
canais de percepção ao mesmo tempo, o que pode gerar sobrecarga cognitiva e
consequentemente prejudicar a aprendizagem e até mesmo causar o desinteresse por parte do
usuário. A Figura 11 ilustra um layout contendo um vídeo.
42

Figura 11 – Exemplo de layout contendo vídeo


Fonte: Elaborada pelo autor

4.2.2.3 Esconder Informações Complementares

Esconder informações complementares é fundamental para evitar sobrecarregar o


usuário com excesso de informações, desta forma, apenas se o usuário achar necessário irá
visualizar as informações adicionais. A Figura 12 ilustra uma tela que oculta informações
complementares, que ao clicar no botão “Saiba mais” o conteúdo é exibido.
43

Figura 12 – Exemplo de tela escondendo informações complementares com botão “Saiba


mais”
Fonte: Duarte Filho, et al. (2015)

De acordo com Mayer (2001), para evitar o desperdício de recursos mentais, deve-se
levar em consideração três tipos de carga cognitiva ao elaborar um material educacional.
Sendo elas: Carga cognitiva intrínseca (causada pelo nível de complexidade do objeto de
estudo), Carga cognitiva relevante (causada pelas atividades de ensino que auxiliam na
aprendizagem), Carga cognitiva irrelevante (causada por excesso de informações
desnecessárias ou sem importância para o entendimento principal do objeto de estudo).
Desta forma, para se obter uma aprendizagem eficiente, deve-se diminuir a carga
cognitiva irrelevante (informações complementares), aumentar a carga cognitiva relevante
(atividades que ajudam na aprendizagem), e administrar a carga cognitiva intrínseca
(complexidade do assunto) (MAYER, 2001), fazendo com que assim as cargas cognitivas
entrem em equilíbrio. A Figura 13 sintetiza o que deve ser feito para se conquistar uma
aprendizagem eficiente.
44

Figura 13 – Modelo de equilíbrio de cargas cognitivas


Fonte: Santos, Tarouco (2007)

4.2.2.4 Linkagem Externa/Interna

Utilizar links que fazem referência a um conteúdo interno agiliza o processo de


encontrar as informações dentro da aplicação. Caso o usuário sentir necessidade de
informações complementares ao conteúdo apresentado, ele poderá utilizar as linkagens
externas que levam a sites contendo informações mais completas, acerca do assunto estudado.
Como por exemplo, links para tópicos dentro da aplicação, ou links para as fontes de
informações apresentadas.
A Figura 14 exemplifica uma linkagem interna contendo todas as aulas disponíveis no
curso.

Figura 14 – Exemplo de linkagem interna no ambiente de aprendizagem móvel


Fonte: Duarte Filho, et al. (2015)
45

4.2.3 Modelo Didático

Neste modelo será definida a ordem de apresentação entre os objetos especificados no


modelo instrucional, desta forma criando a relação de precedência. Desta forma, deve-se
organizar o conteúdo educacional de maneira lógica, contendo uma introdução ao objeto de
estudo, o desenvolvimento e por fim a conclusão. Além disto, é necessário estruturar a
apresentação do conteúdo de forma que facilite o entendimento e ainda não sobrecarregue o
aluno. Como forma de organizar a apresentação em aplicações m-learning, tem de se criar
padrões de layout, para a exibição de conteúdos didáticos, deste modo contribuindo para
uma aprendizagem móvel mais eficiente.
A seguir são apresentadas características e requisitos que contribuem para a
elaboração do modelo didático na modelagem Mobile AIM-CID

4.2.3.1 Organização Lógica do Conteúdo

O conteúdo educacional deve estar organizado de maneira lógica, apresentando


inicialmente uma introdução, a seguir o desenvolvimento, e por fim uma conclusão. Como
por exemplo, estruturar o conteúdo com uma breve contextualização histórica, apresentando
“quem?”, “quando?”, “como?”, “onde?”, “o que?”, e “por quê?”, para realizar a introdução, a
seguir apresentar o objeto de estudo propriamente dito, explicando os procedimentos, como
utilizar, exemplos de como fazer, expor os resultados, e mostrar aplicações em nosso
cotidiano, realizando desta forma o desenvolvimento do conteúdo a ser estudado. Por fim,
realizar a sintetização do conteúdo visto para ajudar na fixação do conhecimento, desta forma
realizando a conclusão (BATISTA, BEHAR, PASSERINO, 2012).

4.2.3.2 Sequência de Atividades

Zabala (1998, p.18) propõe que as sequências didáticas são “[...] um conjunto de
atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos
educacionais, que têm um princípio e um fim conhecido tanto pelos professores como pelos
alunos”.
46

4.2.3.3 Sequência de Imagem-Texto-Texto

De acordo com uma pesquisa realizada por Wang et al. (2012), a sequência de
informação em uma aplicação m-learning pode influenciar diretamente no processo de
adquirir conhecimento, além de também afetar a carga cognitiva gerada por ele. Desta forma,
o estudo concluiu que a sequência de “imagem-texto-texto” é mais indicada para uma
aprendizagem mais eficiente, já que gera menos carga cognitiva. Como por exemplo, iniciar a
apresentação do conteúdo educacional com uma imagem, e a seguir o texto que explique ou
exemplifique a imagem.
Na Figura 15 pode-se observar os três tipos de sequência de informações que foram
analisadas neste estudo, sendo elas: P-T-T (Picture - Text - Text), T-P-T (Text - Picture -
Text), e T-T-P (Text - Text - Picture).

Figura 15 - Sequência de apresentação de informações


Fonte: Wang et al. (2012)

4.2.3.4 Padronização do Layout

Utilizar um layout padrão de como o conteúdo educacional será apresentado em uma


aplicação m-learning é de extrema importância, pois colabora com a organização do conteúdo
na aplicação, que por consequência aflige diretamente na aprendizagem móvel. A Figura 16
exemplifica telas onde são apresentados conteúdos em forma de texto-imagem, imagem-
imagem, e texto-texto, que podem ser utilizadas como padronização de layouts para a
apresentação de conteúdo.
47

Figura 16 - Layouts com diferentes formas de organizar o conteúdo educacional


Fonte: Elaborada pelo autor

Embora seja importante a validação teórica por de meio de revisões sistemáticas,


estudos, e trabalhos relacionados, ainda é necessária uma validação prática utilizando esta
modelagem. Dentro deste contexto, foi construído um sistema para aprendizagem móvel que
será descrito e apresentado no próximo capítulo.
Capítulo

48

5 Estudo de Caso

Neste capítulo é apresentado um estudo de caso onde aplicou-se todas as


características e requisitos da modelagem Mobile AIM-CID em um aplicativo para a
aprendizagem móvel, elaborado utilizando a plataforma de desenvolvimento de aplicativos
móveis PhoneGap.
O tema adotado para ilustrar uma aplicação utilizando a modelagem proposta foi o
“Sistema Solar”, onde são apresentadas suas principais particularidades e curiosidades como:
origem, componentes, planetas e outros astros que juntos, constituem o Sistema Solar. Além
disso, permite ao usuário praticar o conteúdo visto em curso.
Este tema foi selecionado devido ao alto número de informações educacionais e
recursos gráficos disponíveis em livros e portais educacionais. Além de ser de grande
utilidade para alunos do ensino fundamental que estão estudando astronomia em matérias de
ciências e geografia e até mesmo para alunos do ensino médio que estudam o espaço sideral
em física.
A Figura 17 mostra a tela inicial do aplicativo, onde se encontra o menu principal,
com as opções para iniciar o curso, visualizar as referências utilizadas para a elaboração do
curso, e também um item para permitir que o usuário conheça um pouco sobre o aplicativo.
49

Figura 17 - Tela inicial do aplicativo com o menu principal


Fonte: Elaborada pelo autor

5.1 Público-alvo

O tema desta aplicação tem como público alvo, alunos do ensino fundamental que
estudam astronomia em matérias de ciências e geografia, alunos do ensino médio que estudam
o espaço sideral em física, além de pessoas interessadas na área do estudo dos corpos celestes
que compõem o nosso Sistema Solar.

5.2 Mapeamento de Características

Nesta sessão é apresentado um mapeamento das características e requisitos da


modelagem Mobile AIM-CID que foram implementadas no aplicativo para aprendizagem
móvel.
50

5.2.1 Modelo Conceitual

5.2.1.1 Analogias

A utilização de analogias em conteúdos educacionais é muito importante, já que


facilitam o entendimento ao realizar a comparação do objeto de estudo com outro elemento.
No aplicativo utilizou-se uma analogia ao comparar uma estrada, com o cinturão de asteróides
existente entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter. Veja a Figura 18 onde esta analogia
está destacada dentro do bloco vermelho.

Figura 18 - Analogia utilizada no aplicativo


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.1.2 Recursos Gráficos

A utilização de recursos gráficos é essencial para a aprendizagem, já que possibilitam


estudar por meio de informações visuais, o que torna mais fácil a memorização. No aplicativo
utilizaram-se várias imagens, esquemas, infográficos, e mapas conceituais, que contribuem
para o aprendizado do aluno. Na Figura 19 é apresentado um mapa conceitual utilizado no
51

aplicativo, onde são sintetizados os principais conceitos do Sistema Solar, desta forma
servindo como uma revisão de todo o conteúdo do curso.

Figura 19 - Utilização de um mapa conceitual no aplicativo


Fonte: Elaborada pelo autor

Na Figura 20 é apresentado um infográfico utilizado como uma informação


complementar sobre o planeta Terra, onde são apresentados conceitos dos movimentos de
rotação e translação, eclipse solar e lunar, como são formadas as estações do ano, além de
mostrar as camadas internas do planeta. Na Figura 21 é mostrada uma foto de Saturno,
permitindo que o aluno facilmente memorize a principal característica deste planeta, seus
anéis.
52

Figura 20 - Utilização de um infográfico no Figura 21 - Utilização de uma foto no


aplicativo aplicativo
Fonte: Elaborada pelo autor Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.1.3 Limitar Palavras e Imagens

Limitar o número de palavras por página é de extrema importância para evitar


sobrecarregar as páginas com excesso de informação, o que acaba desmotivando o aluno a
continuar utilizando a aplicação. Desta forma, neste aplicativo limitou-se de 60 a 80 palavras
por página. Este número foi escolhido por não criar uma barra de rolagem muito grande.
Limitar o número de imagens também é fundamental para evitar o excesso de
informações visuais, desta forma, neste aplicativo limitou-se em no máximo uma imagem por
página. Além de padronizar o tamanho de todas as imagens em 90% da largura da tela,
fazendo com que assim estes recursos gráficos se adéquem a diferentes tamanhos de tela.
A Figura 22 exemplifica uma página que contém 62 palavras e uma imagem para a
definição do movimento de rotação.
53

Figura 22 - Exemplo de página com número de palavras e imagens limitados


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.2 Modelo Instrucional

5.2.2.1 Exercícios/Quizzes

Permitir com que o aluno treine os conhecimentos adquiridos durante a utilização do


aplicativo é primordial, até mesmo para contribuir com a fixação do conteúdo visto durante a
aprendizagem móvel. Desta forma, no aplicativo é possível treinar com exercícios/quizzes de
múltipla escolha e verdadeiro ou falso, a cada módulo finalizado. Possibilitando assim, com
que o usuário pratique de forma independe, cada capítulo do curso concluído, já que estas
atividades contêm apenas questões especificas ao tema estudado naquele módulo.
Além disto, ainda é possível ao final do curso, realizar uma série de exercícios/quizzes
contendo todo o conteúdo visto durante o curso.
54

A Figura 23 marca o final de um módulo, e convida o usuário a praticar o conteúdo


deste módulo em um quis, e a Figura 24 marca o final do curso, e convida o usuário a praticar
todo o conteúdo estudado nos módulos.

Figura 24 – Curso finalizado e chamada


Figura 23 - Módulo finalizado e chamada para quizzes finais
para entrar no quiz Fonte: Elaborada pelo autor
Fonte: Elaborada pelo autor

A Figura 25 mostra um dos quizzes, onde observa-se o feedback obtido ao responder o


quis, permitindo que o usuário visualize as questões que acertou ou errou a resposta, e até
mesmo permite que o usuário altere a reposta de perguntas que errou.
55

Figura 25 - Quiz aguardando a resposta e quiz respondido


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.2.2 Vídeos Curtos

A utilização de vídeos curtos torna a aprendizagem mais dinâmica e menos cansativa,


desta forma, fazer o uso de pequenos vídeos/animações contribui para um melhor
aprendizado, além de também utilizar das capacidades multimídia dos dispositivos móveis.
No aplicativo os vídeos foram importados do YouTube para tornar a aplicação menor, desta
forma, ocupando menos memória no dispositivo do usuário. A Figura 26 mostra um vídeo
sendo utilizado como uma informação complementar, já que ele não é necessário para o
entendimento principal do objeto de estudo.
56

Figura 26 - Vídeo sendo utilizado como uma informação complementar


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.2.3 Esconder Informações Complementares

Ocultar informações que não são essenciais para o entendimento principal do objetivo
de estudo, é fundamental, já que desta forma evita-se sobrecarregar o usuário com excesso de
conteúdos complementares. De modo que, apenas quando o usuário achar necessário, ele
acessará estas informações adicionais. No aplicativo estas informações complementares foram
escondidas em botões “Saiba mais”, desta maneira quando o usuário clicar neste botão este
conteúdo será exibido em uma nova janela. A Figura 27 mostra uma página do curso com este
botão, e ao lado a janela com o conteúdo complementar aberto.
57

Figura 27 - Botão saiba mais e tela com o conteúdo complementar


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.2.4 Linkagem Externa/Interna

A utilização de links que referenciam um conteúdo interno é de extrema importância,


já que agiliza o processo de encontrar as informações dentro da aplicação. No aplicativo a
linkagem interna foi realizada no menu sumário, onde está organizado todos os módulos do
curso. Desta forma, quando um item no menu sumário é acionado, sua página correspondente
será aberta. A Figura 28 mostra o menu sumário aberto, onde observa-se alguns itens e
subitens do módulo 1 e 2 do curso.
58

Figura 28 - Menu sumário com todos os módulos do curso


Fonte: Elaborada pelo autor

Links que referenciam um conteúdo externo podem ser utilizados para permitir que o
usuário acesse informações mais completas acerca do assunto estudado, além de também
possibilitar o usuário checar as fontes de informação do conteúdo apresentado. A Figura 29
mostra uma linkagem externa onde são listadas as referencias que foram utilizadas para a
elaboração do curso, e então ao usuário clicar é aberto o navegador do dispositivo móvel com
o site utilizado como referência.
59

Figura 29 - Referencias como linkagem externa


Fonte: Elaborada pelo autor

Na Figura 30 podem-se observar algumas linkagens externas (destacadas em


vermelho) durante o texto, que ao usuário clicar, é aberto o navegador do dispositivo móvel
contendo o site com mais informações sobre aquele assunto.
60

Figura 30 - Linkagens externas durante o texto destacadas em vermelho


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.3 Modelo Didático

5.2.3.1 Organização Lógica do Conteúdo

A fim de organizar melhor o conteúdo educacional a ser apresentado, deve-se


inicialmente realizar uma introdução ao objeto de estudo, expondo a origem, contextualização
história, e os conceitos básicos. No aplicativo, o módulo 1 foi inteiramente dedicado a realizar
esta introdução, definindo o conceito básico do que é o sistema solar, e em seguida
apresentando quando e como originou-se o sistema solar. Na Figura 31 podem-se observar as
duas páginas onde foi realizada a introdução.
61

Figura 31 - Módulo 1 onde foi realizado a introdução ao sistema solar


Fonte: Elaborada pelo autor

No aplicativo o desenvolvimento foi realizado do módulo 2 ao 4. No módulo 2 é


apresentado os componentes do sistema solar, no módulo 3 é apresentado os planetas do
sistema solar, e no módulo 4 é apresentado outros astros do sistema solar.
A conclusão do curso foi realizada nos módulos 5 e 6. No módulo 5 é realizado um
resumo dos principais conceitos abordados no curso. Para tornar este resumo mais atrativo,
foi utilizado um mapa conceitual como recurso gráfico para sintetizar os principais elementos
do sistema solar. A Figura 32 mostra o módulo 5 apresentando o resumo dos módulos.
62

Figura 32 - Módulo 5 onde é realizado um resumo dos módulos


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.3.2 Sequência de Atividades

A cada início de módulo, é apresentada uma pequena introdução ao tema, e a seguir


são expostos os conceitos dos elementos pertencentes a este módulo. Desta forma tornando
cada módulo independente dos demais, com uma introdução, desenvolvimento e conclusão.
No aplicativo a sequência de atividade foi estruturada de forma a permitir que o usuário treine
os conhecimentos adquiridos a cada módulo finalizado, por meio de quizzes/exercícios
específicos ao módulo. Desta maneira, possibilitando o usuário a praticar os conceitos de cada
módulo separadamente. A Figura 33 destaca no sumário do curso, como é realizada a
sequência de atividades do módulo 3.
63

Figura 33 - Sequência de atividades do módulo 3


Fonte: Elaborada pelo autor

Além disso, a sequência de atividades do curso é concluída com uma síntese de todos
os módulos, e também quizzes/exercícios para estimular o usuário a praticar todos módulos
estudados.

5.2.3.3 Sequência de Imagem-Texto-Texto

A sequência da apresentação de informações “imagem-texto-texto” é mais indicada


para uma aprendizagem eficiente, já que gera menos carga cognitiva, contribuindo assim para
a memorização do conteúdo estudado. No aplicativo utilizou-se esta sequência de
apresentação, durante todo o módulo 3 referente os planetas do sistema solar. Assim como se
pode observar na Figura 34, onde inicialmente temos a foto do planeta, e em seguida o texto
com suas características.
64

Figura 34 - Sequência de imagem-texto-texto


Fonte: Elaborada pelo autor

5.2.3.4 Padronizar Layout

Padronizar layouts para a apresentação de conteúdo é fundamental, já que contribui


com a organização das informações, e desta forma torna a experiência do usuário com a
aplicação muito melhor, o que acaba afetando diretamente na aprendizagem do aluno.
As Figuras 35, 36 e 37 comparam os protótipos de tela propostos, com o resultado
final no aplicativo, perceba que as telas seguem uma padronização em relação ao título, texto
e imagem, onde os títulos são destacados em negrito e com uma fonte maior, em relação à
fonte do texto, além de também padronizar o tamanho das legendas das imagens. Todas estas
características de tipo e tamanho de fontes foram adotadas em todas as páginas do curso,
visando justamente padronizar o layout.
65

Figura 35 - Layout de texto-imagem


Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 36 - Layout de imagem-imagem


Fonte: Elaborada pelo autor
66

Figura 37 – Layout de texto-texto


Fonte: Elaborada pelo autor

5.3 Execução do ThinkAloud

ThinkAloud consiste em uma técnica utilizada para realizar testes de usabilidade,


fundamenta-se em estimular o usuário a verbalizar a sua experiência com a aplicação, desta
forma, expressando o que está a pensar a respeito de suas ações realizadas no aplicativo
(CARVALHO, 2002).
A avaliação do aplicativo com o usuário é de extrema importância, já que deste modo,
será possível verificar a eficácia da modelagem Mobile AIM-CID em um sistema de
aprendizagem móvel.
Para esta análise, definiu-se um roteiro de tarefas para que o usuário realize no
aplicativo, e então ao final destas tarefas, o usuário responderá o questionário disponível no
Apêndice A, que foi aplicado online por meio do Google Forms1.

1
Formulário online: https://goo.gl/forms/w6mgwHglz3FfT6Kf2
67

O roteiro de tarefas para a realização do teste foi:


1. Navegar entre os módulos utilizando o menu sumário.
2. Completar um módulo do curso, passando por todas as páginas.
3. Acessar conteúdos complementares clicando em botões “Saiba mais”.
4. Responder o quiz referente ao módulo estudado.
5. Abrir os detalhes de uma imagem, e a seguir fazer zoom.

Os testes foram realizados utilizando dispositivos móveis Android de 4,7” e 5,5”. Os


testes foram realizados individualmente com a participação de três usuários regulares
(graduandos) e um especialista (professor). A partir destes testes, foi possível detectar alguns
problemas/limitações no aplicativo, como por exemplo:

 Usuários regulares comentaram sobre colocar um ícone nas imagens para identificar a
possibilidade de dar zoom, para que desta forma, usuários com menos experiência em
sistemas mobile, possam encontrar esta funcionalidade mais facilmente;
 Especialista e usuários indagaram a falta da funcionalidade em configurar o tamanho
das fontes dos textos no aplicativo, o que tornará o conteúdo mais acessível a pessoas
com diferentes graus de visão;
 O especialista questionou a falta de acessibilidade aos usuários deficientes visuais,
sugerindo a integração do aplicativo com um leitor de tela;
 O especialista sugeriu a utilização de GIFs animados para tornar o conteúdo mais
dinâmico, e também à inserção de um jogo educacional sobre o tema, para aumentar a
interatividade do aplicativo.

Entretanto com estes testes também foi possível identificar pontos positivos em
relação à usabilidade do aplicativo, já que todos os participantes classificaram a navegação no
aplicativo, como uma atividade fácil e intuitiva, além de apresentar uma interface com cores
agradáveis. A Figura 38 mostra gráficos de algumas questões (Apêndice A) que os
participantes responderam, referente à usabilidade do aplicativo.
68

Figura 38 - Gráfico de algumas questões de usabilidade


Fonte: Elaborada pelo autor

Os participantes também elogiaram a responsividade, adaptando-se a diferentes


tamanhos de telas, além de poder executar o aplicativo com o dispositivo móvel na horizontal
ou vertical. Também elogiaram a organização dos módulos do curso a partir do menu
sumário, que facilita a navegação entre os conteúdos educacionais, permitindo que o usuário
desloque de um módulo para o outro sem precisar passar por todas as páginas.
Todos os participantes afirmaram que conseguiram aprender algo com a execução dos
testes, isto fica evidente ao analisar os erros e acertos que cada usuário teve ao responder o
quiz. A Figura 39 mostra os erros e acertos de cada participante no quiz do módulo 2,
referente os componentes do sistema solar.
69

Figura 39 - Gráfico com os erros e acertos dos participantes no quiz do módulo 2


Fonte: Elaborada pelo autor

Em relação ao conteúdo educacional, os participantes consideraram as informações


como suficientes, sem possuir excesso de informações irrelevantes para o entendimento
principal do objeto de estudo, isto se deve ao fato de escondermos as informações
complementares em botões “saiba mais”, o que permite que o usuário estude o conteúdo
principal, e apenas visualize as informações adicionais quando sentir necessidade. A Figura
40 mostra gráficos de algumas questões que os participantes responderam referente ao
conteúdo educacional do aplicativo.
70

Figura 40 - Gráficos de algumas questões referentes ao conteúdo educacional


Fonte: Elaborada pelo autor

A aplicação do ThinkAloud nos proporcionou resultados bastante significativos, frente


a satisfação do usuário com o aplicativo, no entanto vale ressaltar que ao longo desta
execução do ThinkAloud houve algumas limitações em relação ao curto tempo de execução, e
ao número reduzido de participantes no teste. Devido a isso, como trabalhos futuros em
relação ao ThinkAloud, deverá ser aplicado com mais usuários professores, porém com um
planejamento e questionário diferente. Além de também utilizar o aplicativo em dispositivos
com tela maior, como tablets, já que este experimento apenas utilizou smartphones.
Com a aplicação destes testes de usabilidade foi possível notar que as animações
realizadas pelo aplicativo ao escolher algum item no menu sumário, elas acontecem travando
71

um pouco ao realizar a transição da página atual, para a página do item selecionado, o que
pode ocasionar a sensação de que o aplicativo está pesado.
Em relação ao AIM-CID é importante ressaltar que a sua utilização contribuiu para a
elaboração de um ambiente de aprendizagem, que atendeu as necessidades preliminares dos
usuários, entretanto deve-se destacar que a sua utilização em um primeiro momento é bastante
trabalhosa, já que é necessário compreender a fundamentação teórica de sua abordagem, e
juntamente, seus modelos genéricos para apresentação de conteúdos educacionais.
Capítulo

73

6 Conclusões

Neste capítulo serão apresentadas as conclusões finais do trabalho realizado,


destacando as principais contribuições em função da concepção da modelagem educacional
Mobile AIM-CID, bem como a proposta para possíveis trabalhos futuros.

6.1 Discussões sobre o Mobile AIM-CID

Este trabalho apresentou a elaboração de uma modelagem educacional específica para


ambientes de aprendizagem móvel, denominada Mobile AIM-CID. A modelagem proposta
baseou-se nos fundamentos do AIM-CID criado por Barbosa e Maldonado (2004), desta
forma, seguindo os três modelos genéricos para a apresentação de conteúdos educacionais:
modelo conceitual, instrucional e didático.
Definiu-se também um conjunto de características e requisitos para uma modelagem
educacional m-learning eficiente, e então analisou se as particularidades de cada modelo
genérico, para que fossem distribuídos as características e requisitos entre estes modelos,
deste modo, surgindo à modelagem Mobile AIM-CID.
A construção de uma aplicação para aprendizagem móvel seguindo a modelagem
proposta neste trabalho mostrou, pelos resultados obtidos através da avaliação de usuários
regulares e especialistas da área, que a modelagem conseguiu atingir o objetivo de ensinar de
forma eficiente o tema escolhido para ilustrar a aplicação. Deste modo, evidenciando as
vantagens de se utilizar uma modelagem específica, ao se estruturar uma aplicação para
aprendizagem móvel.
O Mobile AIM-CID tem a finalidade de ser utilizado por professores e pesquisadores
da área, que irão desenvolver materiais didáticos frente a aplicações para aprendizagem
móvel. Esta modelagem ainda é uma iniciativa preliminar, mas com objetivos futuros espera-
se concretizar e adicionar novas informações, realizar novos experimentos, visando suprir a
necessidade de uma modelagem educacional específica para dispositivos móveis.
74

6.2 Contribuições do Trabalho

Podem-se destacar como principais contribuições deste trabalho:

 Levantamento bibliográfico de diversas características e requisitos para uma


modelagem educacional para ambientes de aprendizagem móvel eficientes;
 Proposta de um conjunto de características e requisitos para uma modelagem
educacional m-learning eficiente. O conjunto foi divido entre os modelos genéricos
para a apresentação de conteúdos educacionais, dentro da modelagem Mobile AIM-
CID;
 Definição de uma modelagem educacional própria para ambientes de aprendizagem
móvel. A avaliação da modelagem por meio da sua utilização em um aplicativo
mostrou se eficiente, podendo assim ser utilizada para a elaboração de cursos em
ambientes de aprendizagem móvel;
 O estudo de caso deste trabalho gerou um aplicativo para aprendizagem móvel sobre o
sistema solar, que poderá ser utilizado por pessoas que queiram aprender mais sobre
este assunto.

6.3 Trabalhos Futuros

Visando dar continuidade às atividades de pesquisa conduzidas no decorrer deste


trabalho, podem-se destacar como ponto de partida para trabalhos futuros:

 Aplicação de um novo experimento ThinkAloud com mais professores;


 A inclusão de aspectos para a acessibilidade na modelagem Mobile AIM-CID, para
que desta forma, o conteúdo educacional possa atingir públicos com algum tipo de
deficiência;
 A integração do aplicativo desenvolvido no estudo de caso, com um leitor de tela para
que o mesmo se torne acessível a usuários com deficiência visual;
 A inserção da funcionalidade no aplicativo desenvolvido no estudo de caso, para
permitir a configuração do tamanho das fontes dos textos, para que assim o conteúdo
se adapte a usuários com diferentes graus de visão;
75

 A inclusão de mais conteúdos interativos no aplicativo, como por exemplo, jogos e


GIFs animados, para tornar a aprendizagem mais dinâmica.
 O desenvolvimento de outros ambientes de aprendizagem móvel baseados na
modelagem Mobile AIM-CID, como forma de melhorar e evoluir a modelagem
proposta.

6.4 Publicações

Ao final deste trabalho foi realizado e confeccionado um artigo intitulado


“Contribuição ao Estabelecimento de uma Modelagem Educacional para o Contexto da
Aprendizagem Móvel”, autores: Alves, G.; Duarte Filho, N. F, submetido à revista RENOTE -
Revista Novas Tecnologias na Educação, seu status atual ainda está em processo de
avaliação.
Outro artigo ao final de uma nova experimentação utilizando a técnica ThinkAloud
com professores, será confeccionado e submetido a um congresso vinculado ao ensino e
aprendizagem com bases tecnológicas.
77

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ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Tradução Ernani F. da F. Rosa. Porto
Alegre, ARTMED, 1998.
83

Apêndice A

Questionário para avaliação do aplicativo

Este questionário tem como finalidade, avaliar o aplicativo construído com base na
modelagem educacional Mobile AIM-CID, evidenciando as perspectivas do usuário em
relação à aplicação para a aprendizagem móvel.

Informações Gerais
 Siga atentamente as instruções do avaliador.
 O tempo previsto para a avaliação é em torno de 20 a 30 minutos.
 Seja objetivo e imparcial quanto às respostas.
 As informações dos entrevistados não serão divulgadas, preservando sua opinião.

Questionário
* Questões obrigatórias

Perfil do usuário
Sexo: *

( ) Masculino

( ) Feminino

Sua idade é: *

( ) menos de 18 anos

( ) entre 18 a 40 anos

( ) mais de 40 anos
84

Sua escolaridade é: *

( ) Sem escolaridade

( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino Médio incompleto

( ) Ensino Médio completo

( ) Ensino Superior incompleto

( ) Ensino Superior completo

Experiências anteriores
Qual a sua familiaridade com sistemas mobile? *

( ) Nenhuma

( ) Baixo

( ) Médio

( ) Alto

Você já havia utilizado algum aplicativo para aprendizagem móvel anteriormente? *

( ) Sim

( ) Não

Usabilidade do aplicativo
A navegação neste aplicativo é uma atividade? *

( ) Fácil

( ) Médio

( ) Difícil
85

Achou a utilização do aplicativo intuitiva? *

( ) Sim

( ) Não

Qual é o grau de dificuldade que sentiu ao localizar os módulos do curso dentro do aplicativo?
*

( ) Alto

( ) Médio

( ) Baixo

( ) Nenhum

A interface contém o mínimo de itens necessários para sua utilização? *

( ) Sim

( ) Não

A velocidade deste aplicativo é? *

( ) Lento

( ) Normal

( ) Rápido

Você achou o aplicativo pesado? *

( ) Sim

( ) Não

As cores utilizadas na interface são agradáveis? *

( ) Sim

( ) Não
86

Conteúdo do aplicativo
Este conteúdo apresenta erros ortográficos ou gramaticais? *

( ) Sim

( ) Não

Os termos utilizados neste aplicativo são? *

( ) Confuso

( ) Claro

Com este aplicativo você conseguiu aprender algo? *

( ) Sim

( ) Não

O que você achou do conteúdo educacional? *

( ) Possui excesso de informações

( ) Informações suficientes

( ) Faltam informações relevantes

O aplicativo possui interatividade com o usuário? *

( ) Sim

( ) Não

O aplicativo permite você treinar os conceitos aprendidos? *

( ) Sim

( ) Não

O que você achou do tamanho das fontes utilizadas nos títulos, textos, e legendas? *

( ) Muito pequena
87

( ) Tamanho ideal

( ) Muito grande

Sugestões
Você tem alguma sugestão sobre este aplicativo?

Se sim escreva abaixo:

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