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que Deus criou o mundo em 6 dias e descansou no sétimo, você não totalmente errado.
Entretanto, antes mesmo de os homens escrevem o Livro Sagrado, outras civilizações já
adotavam o período semanal contando com 7 dias.
Acredita-se que foram os babilônios que começaram essa divisão do tempo por volta do
ano 600 a.C., mas não se sabe exatamente os motivos para isso. Eles viviam na
Mesopotâmia, o berço de nossa civilização, no lugar onde hoje se encontra o Iraque, e
provavelmente dividiam o tempo com base nos 7 “planetas” visíveis a olho nu: Sol,
Lua, Marte, Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno.
Uma das origens dos nomes dos dias da semana também era de acordo com a
proximidade imaginada para os "planetas"
Cada semana era baseada nas fases da Lua, que tinha um ciclo completo arredondado
para 28 dias. Hoje sabemos que isso dura pouco mais de 29 dias, mas na época eles não
tinham essa compreensão, tanto que aconteciam certos problemas na contagem: por
volta do século 5 a.C., os babilônios chegavam a ter três semanas com 7 dias, seguidas
de uma semana com 8 ou 9 dias, para ajeitar o próprio calendário.
Na Roma antiga, a semana tinha 8 dias, sendo que o oitavo era conhecido como o dia de
fazer compras. Só que essa divisão não era bem clara e acabava que esse dia poderia
variar e não ter o mesmo intervalo de tempo entre uma semana e outra. Aos poucos,
esse modelo semanal foi entrando em desuso, pois os romanos preferiam a semana com
7 dias. Durante algum tempo, os dois sistemas funcionaram simultaneamente, gerando
muitos conflitos.
3 curiosidades aleatórias
1. Para os judeus, a contagem dos dias era um pouco diferente, e o descanso semanal
acontecia no sábado, que no hebraico era chamado de “Sabbath”, palavra derivada de
“shabbath”, que significa “dia de descanso”.
2. Em 1793, a França abandonou a ideia de uma semana com 7 dias e estipulou um
novo calendário que contava com 10 dias. Essa mudança durou 9 anos e teve fim
quando a Igreja Católica Romana voltou a se estabelecer no país.
3. A União Soviética também tentou mudar a contagem do número de dias da semana,
em 1929. Nessa época, as semanas se alternavam tendo 5 e 6 dias. Esse esquema durou
11 anos e chegou ao fim em 1940.
Já deve ter reparado que só na Língua Portuguesa os dias da semana
terminam em "feira". O que talvez não saiba é que, originalmente,
cada dia era dedicado a um astro e a um deus, e que isso é ainda hoje
evidente na maioria das línguas europeias… mas não na nossa.
Nas outras línguas latinas, os nomes dos dias da semana derivam directamente
dos nomes dos astros do sistema solar, que correspondem também aos deuses
do panteão romano, com excepção do Sol e da Lua, que procedem
de Solis e Luna, personificações pouco conhecidas destes astros, que equivalem
a Helios e Selene do panteão grego.
Dies Solis (latim) Dies Lunae (latim) Dies Martis (latim) Dies Mercurii Dies Jovi (latim) D
(latim)
Dimanche Lunes (espanhol) Martes (espanhol) Jueves (espanhol)
(francês) Miércoles
Lunedi (italiano) Martedi (italiano) (espanhol) Jeudi (francês)
Domenica
(italiano) Lundi (francês) Mardi (francês) Mercoledì Giovedi (italiano) Vene
(italiano)
Domingo Ven
(espanho) Mercredi (francês)
Sábado, nas línguas românicas, vem de “Sabbath”, o dia de descanso dos judeus.
Domingo, nas várias formas linguísticas que assumiu, vem da designação
eclesiástica entretanto dada a este dia, “Dies Dominicus” - dia do Senhor - por
ser o dia de descanso dos cristãos, de acordo com a Bíblia que afirma que Deus
descansou ao 7º dia, após criar o Mundo.
Até ao século 6 d.C., no território que viria a ser Portugal - o que só aconteceu
em 1143 - os dias da semana eram igualmente nomeados de acordo com os
deuses que os romanos cultuavam.
Foi Martinho de Dume, um bispo de Braga, que considerando indigno que bons
cristãos continuassem a nomear os dias de semana de acordo com os deuses
“pagãos”, resolveu criar nomes especiais para os dias da Semana Santa, que
antecedem a Páscoa, em que de acordo com a Bíblia, os cristãos deveriam
descansar. "Feira" vem de feria, que significa “dia de descanso”.
Cabe a cada um de nós recordar a origem das palavras que utilizamos, para não
deixar que se percam estes significados que o tempo ocultou, que revelam
conexões etimológicas e culturais transversais, reforçando a ideia de que tudo
está ligado na sua origem.