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CONCEITOS DE GESTÃO APLICADOS À BOVINOCULTURA LEITEIRA

Jhennifer Leticia Costa1; Cláudia Josefina Dorigan2; Adriano Luis Simonato3; Kleber Sartório4

Área Temática: Produção animal, vegetal e agroindustrial

RESUMO
A bovinocultura de leite é uma atividade pecuária de grande importância para o Agronegócio
brasileiro. Entretanto, verifica-se que muitas propriedades que se dedicam a atividade não
possuem um planejamento e nem fazem o controle zootécnico de forma correta, o que
inviabiliza o controle dos custos da atividade. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi
fazer uma busca na literatura para identificar o planejamento correto da atividade, bem como a
melhor forma de se obter os dados zootécnicos. Diante disso, foi identificado que o plano de
negócios é uma alternativa segura para se fazer o planejamento e acompanhamento da atividade
e que existem programas que permitem fazer o acompanhamento das atividades na propriedade,
o que possibilita calcular a viabilidade de forma correta.
Palavras-chave: vaca leiteira; índices zootécnicos; controle leiteiro; plano de negócios;
produção de leite.

ABSTRACT
Milk cattle farming is a cattle activity of great importance for the Brazilian Agribusiness.
However, it is verified that many properties that are dedicated to the activity do not have a
planning and do not do the zootechnical control in a correct way, which makes it impossible to
control the costs of the activity. Thus, the objective of the present study was to search the
literature to identify the correct planning of the activity, as well as the best way to obtain the
zootechnical data. In view of this, it was identified that the business plan is a safe alternative
for planning and monitoring the activity and that there are programs that allow the monitoring
of activities at the property, which makes it possible to calculate viability correctly.
Keywords: dairy cow; zootechnical indices; dairy control; business plan; milk production.

1 INTRODUÇÃO

A bovinocultura leiteira é uma atividade de grande relevância no Brasil, que predomina,


principalmente, em pequenas propriedades rurais e envolve um contingente significativo de
produtores (KLAUCK et al. 2010). Em 2017, no Brasil eram 1,17 milhões de propriedades que
produziam leite (IBGE, 2018).
Para Nogueira Netto e Gomes (2007), a pecuária leiteira, no Brasil, é de grande
importância e caracteriza-se por ser grande geradora de emprego, renda e atributos, além do
leite e seus derivados representarem umas das principais fontes de proteína e cálcio na dieta da
população brasileira.
Nas últimas décadas, a atividade leiteira brasileira evoluiu de forma contínua, resultando
no crescimento consistente da produção, que colocou o país como um dos principais do setor
no mundo (ROCHA e CARVALHO, 2018).
Embora com números expressivos, nota-se uma produtividade média por vaca inferior a
3 litros, que é considerada baixa quando comparada a países como os Estados Unidos onde esse
mesmo índice em 2017 atingiu os 9,9 L por vaca (ZOCCAL, 2018).

1
Faculdade de Tecnologia de São José do Rio Preto-FATEC; e-mail: jhennifercosta48@gmail.com.
2
Faculdade de Tecnologia de São José do Rio Preto-FATEC; e-mail: claudia@fatecriopreto.edu.br.
3
Faculdade de Tecnologia de São José do Rio Preto-FATEC; e-mail: alsimonato@fatecriopreto.edu.br.
4
Faculdade de Tecnologia de São José do Rio Preto-FATEC; e-mail: ksartorio@uol.com.br.

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Para Lopes et al. (2018), a atividade leiteira brasileira tem índices zootécnicos,
econômicos e de produtividade muito baixos, tornando a atividade pouco atrativa.
Diante desse aspecto, é fundamental que sejam analisados quais são os pontos de
estrangulamento que estão levando a esses índices, para que eles podem ser melhorados.
Para Zoccal (2018), o planejamento da atividade leiteira é um instrumento essencial na
busca da eficiência e indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável.
A visão empresarial, a revolução digital, o advento das novas gerações de produtores
rurais e a adoção de boas práticas agropecuárias modernizaram sobremaneira a gestão, elevando
os ganhos, equilibrando os riscos e tratando corretamente as questões legais de ordem
trabalhista, fiscal e ambiental (GOMES et al., 2017).
Para Jorge e Machado (2010), o setor da pecuária é, indiscutivelmente, um dos que mais
sofreu transformações nos modelos de gestão da produção nos últimos anos no que diz respeito
à inserção de novas tecnologias, embora essas mudanças tenham chegado mais tardiamente
quando comparados a outros setores econômicos e produtivos.
Diante desses aspectos, é fundamental analisar os pontos principais do processo de
planejamento, implantação e acompanhamento de uma bovinocultura leiteira.
Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi apresentar a utilização dos conceitos da
gestão na bovinocultura de leite, baseada numa revisão de literatura.

2 METODOLOGIA

Para atender aos objetivos propostos para esse trabalho, foi realizada uma pesquisa de
caráter exploratório descritivo, baseada em revisão bibliográfica. O propósito foi o de esclarecer
conceitos relevantes sobre a utilização da gestão na pecuária leiteira.
De acordo com Fernandes e Gomes (2003), não se pode negar a importância da pesquisa
bibliográfica no processo de investigação, pois ela representa o primeiro passo para o acesso ao
conhecimento científico.
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos,
páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica,
que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém
pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos
prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (Fonseca, 2002, apud
GERHARDT e SILVEIRA, 2009).
No presente trabalho, inicialmente, foi realizado uma busca na literatura para entender o
processo de avaliação da viabilidade da atividade, por meio da elaboração de um plano de
negócios. Posteriormente, foram estudadas, as formas de implantação e monitoramento das
atividades na propriedade.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Bovinocultura de leite no Brasil:

O leite está entre os seis produtos mais importantes da agropecuária brasileira. Nesse
contexto, o Agronegócio do Leite e seus derivados desempenham um papel relevante no
suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população (CARVALHO et
al. 2002).
De acordo com Telles et al. (2017), a pecuária leiteira é uma importante geradora de renda
e empregos no campo, principalmente em propriedades de produção familiar.

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Além da importância econômica, o leite é um alimento de natural com grande valor
nutritivo e maior concentração de cálcio, que é essencial para a formação e manutenção dos
ossos (CARVALHO et al. 2002).
De acordo com a Scott Consultoria (2018), em 2017 o número de vacas ordenhadas no
Brasil foi de aproximadamente 12 milhões de cabeças e a produção total de leite foi de 35,1
bilhões de litros de leite, que coloca nosso país em 4º. lugar no ranking mundial de produção.
No ano de 2018, os laticínios sob serviço de inspeção sanitária captaram 24,45 bilhões de
litros, um acréscimo de 0,5% em relação a 2017 (CNA, 2019).
Diversos fatores são relacionados com o fraco desempenho da pecuária leiteira nacional,
entre eles destacam-se: a baixa rentabilidade obtida na atividade; acesso escasso a informações;
baixa escolaridade dos criadores; ausência de inovações tecnológicas; cadeia produtiva
deficitária e plantéis com pequeno ou mesmo ausente valor zootécnico (GONÇALVES NETO,
2012).

3.2 Gestão na bovinocultura de leite

O ambiente econômico encontra-se em constante evolução, o que, consequentemente,


modifica a forma de gerenciar os negócios, o que é válido também, para o setor da produção
animal. Nesse contexto, no Brasil, desde o início dos anos 1990 ocorreram alterações
significativas, especificamente na área de produção de leite, cujo preço deixou de sofrer um
controle estatal, o que vigorava desde a década de 1950, e passou a ser fixado livremente
(CYRNE, 2015).
Uma nova realidade na atividade leiteira tem surgido com a conscientização dos
produtores da necessidade de administrarem eficientemente a atividade, tornando-a mais
competitiva e buscando maior rentabilidade (SILVEIRA et al. 2011).
De acordo com Silva et al. (2018), o desenvolvimento de tecnologias é uma das principais
formas de ampliar a produtividade da pecuária leiteira, entretanto requer-se analisar
economicamente o impacto de tal tecnologia.
A globalização trouxe, como uma das suas consequências, a exigência de profissionalizar
a gestão das propriedades rurais, familiares ou não, como meio para melhorar a competitividade
numa atividade que, por muito tempo, foi de subsistência (CYRNE, 2015).
Uma boa gestão faz com que os produtores rurais tenham condições de desenvolver o
setor agropecuário, e as ferramentas de gestão podem auxiliar nesta tarefa, contribuindo com
melhorias em suas condições socioeconômicas, decisões estratégicas e avanços na atividade
produtiva (FARIAS et al., 2013).
A saúde financeira das propriedades leiteiras está intrinsecamente ligada ao binômio
custo-receita. O principal componente da receita é o valor do litro de leite, que é definido pelo
mercado. Assim, cabe ao produtor conhecer e gerenciar o custo de produção para garantir a
viabilidade da atividade (BARRETO, 2018).
Para Moraes et al. (2016), para que o produtor atinja maior eficiência e rentabilidade
produtiva, é necessário elevar o nível de gerenciamento zootécnico e econômico de sua
atividade leiteira por meio de um melhor controle do manejo, sanidade, genética e registro de
despesas e receitas.
É importante definir indicadores que possam ser utilizados como parâmetros para medir
o desenvolvimento econômico, social e ambiental de propriedades rurais (CYRNE, 2015).
Para Viana e Ferras (2007), o modelo de gestão das propriedades rurais, principalmente
familiares, é motivo de preocupação em virtude da prevalência da falta de controles, da carência
da inserção da tecnologia da informação, bem como devido ao estilo de administração adotado
pelos produtores rurais que tomam suas decisões sem o apoio de sistemas de gestão adequados.

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Correa et al. (2018) escreveu que o controle de custos na pecuária leiteira é uma das
atividades mais negligenciadas, seja por falta de conhecimento ou dificuldade de entendimento
específico por parte dos produtores e profissionais envolvidos na cadeia leiteira.
De acordo com Lopes et al. (2018), o uso das ferramentas de gestão se torna útil dentro
da propriedade, atuando na identificação do problema, e ordenando-os conforme sua gravidade,
urgência e tendência a piorar, para que possam ser solucionados. Portanto, a aplicação desses
instrumentos poderá abrir caminhos para construção de um plano estratégico de gestão, a partir
de metodologias de diagnóstico organizacional e sistema de administração, além de contribuir
para a capacitação de recursos humanos em administração de empreendimentos rurais.
Para alocação de custos serão consideradas as características próprias do ambiente
agropecuário, como as condições climáticas e o período de maturação dos investimentos que
ditados pela natureza condicionam a produção agropecuária, como as mudanças de categorias
no rebanho com mais precocidade. A maioria dos pequenos produtores ou produtores
familiares, normalmente não têm possibilidade financeira de contratar um profissional
administrativo; faz-se necessário, portanto, a elaboração de um sistema de fácil aplicação e
manuseio, além de ser flexível para se calcular o custeio de qualquer produto ou criação
explorados na propriedade (BATALHA et al., 2005).

3.3 Elaboração do plano de negócios

Essa elaboração é o passo inicial para o estabelecimento do gerenciamento da


propriedade, sendo de grande importância. Pode ser feita para propriedades que estão iniciando
a atividade e também para outras que estão em processo de melhoria. Ela descreve a viabilidade
do negócio que se pretende atuar.
Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um
negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo
os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no
papel, ao invés de cometê-los no mercado (ROSA, 2007), ou seja, permite que seja feito um
planejamento efetivo.
Com o planejamento, o produtor tem seus objetivos mais claros e pode coordenar melhor
os esforços para atingir esses objetivos (GONSALVES NETO, 2012).
De acordo com ROSA (2007), um plano de negócios deve ter os seguintes tópicos:
sumário executivo, análise de mercado, plano de marketing, plano operacional, plano
financeiro, construção de cenários, avaliação estratégica, avaliação final do plano de negócios.
Se o plano de negócios evidenciar que a atividade não é viável, a ideia da implantação
deverá ser descartada ou deve-se buscar outras alternativas para torná-la viável. Por outro lado,
se o plano mostrar a viabilidade da atividade proposta, esta poderá ser implantada.
Implantação e monitoramento das atividades na propriedade:
Para a implantação da atividade é importante que sejam seguidos os passos descritos no
plano de negócios, tendo em vista que foi esta a forma viável. Além disso, é indicado o
acompanhamento de um profissional competente no assunto.
Realizar de forma idônea o inventário da propriedade é um dos passos fundamentais desse
processo.
De acordo com Aguiar e Resende (2010), os registros dos itens patrimoniais componentes
ao negócio agropecuário servirão para fins gerenciais quando forem utilizados na determinação
do valor do negócio, na sua rentabilidade em um determinado período e são necessários para
prover o empresário de informações que o auxiliarão na tomada de decisão.
A coleta de dados, quando a propriedade já está implantada, ocorre no próprio local e os
dados coletados são tabulados em planilhas eletrônicas ou manuais. Atualmente, existem
programas de computador e até mesmo aplicativos de celular que auxiliam esse trabalho.

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Gonsalves Neto (2012) descreve os passos apresentados a seguir como sendo os
fundamentais para esse diagnóstico:
a) Identificação da propriedade;
b) Estrutura física: terra e usos (benfeitorias e instalações), máquinas, equipamentos,
motores e utensílios;
c) Dimensionamento e evolução do rebanho, ficha de cadastro de estoque;
d) Receita no último ano com a venda de leite.
e) Levantamento de índices zootécnicos e econômicos e metas do produtor;
f) Levantamento dos custos: custo fixo; custo variável; custo total; custo operacional de
produção; custo operacional efetivo; custo operacional total
g) Indicadores de eficiência econômica: margem bruta, margem líquida e resultado (lucro
ou prejuízo);
h) Mão de obra/Treinamento;
i) Registro e controle realizado até a data do diagnóstico;
j) Forma de gerenciamento da propriedade;
k) Origem dos recursos financeiros (atuais e futuros);
l) Tecnologia aplicada até a data do diagnóstico.
Após a implantação, o monitoramento das atividades deve ser feito com base no
planejamento operacional, instituído inicialmente.
De acordo com Gonsalves Neto (2012), os procedimentos operacionais indicam o que
monitorar, quem deve monitorar e com que frequência deve ser monitorado.
De modo geral, o monitoramento é realizado para os índices zootécnicos e econômicos.
Entretanto, nesse trabalho foi feito somente o levantamento para o controle zootécnico.

3.4 Controle zootécnico do rebanho

O controle zootécnico é uma técnica de gerenciamento utilizada na propriedade leiteira,


em que o produtor faz anotações sobre a vida produtiva (controle leiteiro) e reprodutiva
(controle reprodutivo) de cada animal da propriedade. Os indicadores de desempenho
zootécnico obtidos são fundamentais para a tomada de decisões do produtor de leite, visando à
eficiência e produtividade da atividade leiteira (CARNEIRO JUNIOR e ANDRADE, 2008).
Para realização de um controle zootécnico é necessário que a propriedade tenha uma boa
escrituração zootécnica unida a um bom sistema de gerenciamento de dados, que não precisa
ser necessariamente um software. Organização é o ponto chave do controle zootécnico. Para
essa organização, o indicado é o uso de fichas padronizadas e individuais para cada animal.
Além disso, são necessários funcionários empenhados, comprometidos e devidamente treinados
para com a atividade (CRUZ, 2016).
De acordo com Carneiro Junior e Andrade (2008), um bom controle zootécnico deve ser
realizado em quatro passos básicos:
1º passo: identificar os animais; 2º passo: fichar todos os animais (Nome do produtor e
da propriedade, localização da propriedade, nome e número do animal, corda pelagem e idade;
Dados reprodutivos do animal; Controle leiteiro da vaca); 3º passo: realizar as anotações
necessárias; 4º passo: calcular os indicadores de desempenho zootécnico.
Os indicadores zootécnicos podem ser classificados em produtivos e reprodutivos e, de
acordo com Ferreira e Miranda (2007), os principais utilizados no Brasil são: Índices
produtivos: Porcentagem de vacas em lactação, Duração da lactação, Persistência da lactação,
Produção de leite por vaca ordenhada, Produção por lactação, Período seco. Índices
reprodutivos: Porcentagem de prenhez, Taxa de natalidade, Intervalo de partos, Período de
serviço, Eficiência reprodutiva, Percentagem de prenhez ao primeiro serviço. Taxa de

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concepção, Taxa de gestação, Idade ao primeiro parto, Taxa de abortos e natimortos, Taxa de
descarte.
A escrituração zootécnica pode ser feita de forma manual ou informatizada, por meio de
softwares de gerenciamento e aplicativos para celulares.
Na escrituração manual, o produtor utiliza fichas individuais para o registro do
desempenho de cada animal e fichas coletivas para o controle das práticas de manejo, tais como
coberturas, partos etc. Estas fichas são armazenadas em arquivos físicos na propriedade. Na
escrituração informatizada, as fichas estão contidas em programas específicos de computador.
Os benefícios da escrituração informatizada são grandes, pois além de permitir maior controle,
detalhe e integração da informação, esta informação é disponibilizada de forma mais fácil e
rápida ao usuário (EMBRAPA, 2005).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos, verificou-se que é possível a aplicabilidade das
ferramentas de gestão em propriedades rurais, visando à correção de pontos falhos e,
consequentemente, o aumento da rentabilidade. O uso destas se torna muito útil, pois atuam
desde o diagnóstico do problema, ordenando os pontos fracos conforme sua gravidade, urgência
e tendência de piorar, sendo capaz de auxiliar na realização de um planejamento contendo plano
de ação e metas a serem cumpridas no curto e longo prazo.
Percebeu-se, com essa pesquisa, que é possível identificar os pontos fortes da propriedade,
no intuito de transformá-los em oportunidades de ganhos econômicos e zootécnicos. O Plano
de Negócios pode ser utilizado como uma ferramenta segura no momento de se fazer o
planejamento da atividade.
O controle zootécnico da propriedade deve ser feito de forma pormenorizada e pode ser feito
tanto manualmente como por meio de programas de computador e aplicativos.

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