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Descomplicando a Biomecânica: Anatomia Funcional aplicada à Corrida

O estudo da biomecânica visa analisar as forças a produção de


movimento humano e todas as variáveis impostas pelos diferentes
vetores de força e movimentos. A anatomia funcional é o estudo do
movimento produzido pelos músculos ou grupo musculares (cadeias
musculares, cadeias de movimento, sistemas cinéticos funcionais,
enfim com você quiser chamar).

A importância de analisar a biomecânica e anatomia funcional


durante a corrida, para entender o funcionamento fisiológico, ou seja,
para desvendar a origem das disfunções de movimento, padrões de
movimento que poderão gerar uma lesão ou sobrecarga e
compreender como podemos ter uma corrida mais eficiente.

A principal ideia desse ebook é trazer conteúdos que poderão


ser aplicados e evidenciados pelos profissionais de saúde e atletas sem
a utilização de equipamentos sofisticados, mas trazer a sua
aplicabilidade de forma simples, durante a execução da avaliação dos
movimentos, prescrição de exercícios educativos e correções do
padrão movimento.
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Qual diferença entre caminhar e correr?

A característica principal da marcha humana é a economia de


energia que permite que humanos possam caminhar longas distâncias
com um gasto energético muito eficiente, isso se dá principalmente
por manter seu Centro de gravidade alinhado com o centro de massa
do corpo. Outra característica relacionado a diferença entre andar e
correr será a entrada do calcanhar que em uma marcha fisiológica
(andar) o apoio inicial do pé na região do osso calcâneo (calcanhar) e
depois no restante do pé sempre na caminhada um dos pés está
tocando o solo, diferentemente na corrida que sua principal
característica será um momento que os 2 pés estão flutuando.
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A corrida de forma mais fisiológica despende de um valor


maior de gasto energético, a principal particularidade da corrida e
avançar o centro de gravidade a frente do centro de massa do corpo e
possui uma fase área, ou seja, o corredor permanece alguns
centésimos de segundo sem tocar nenhum dos pés no solo e utiliza o
corpo como um sistema de mola que conserva energia elástica através
dos tendões e estruturas elásticas dos músculos e libera para
impulsionar o corpo para frente.

Corrida Caminhada
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Vamos entender a marcha humana

Fases de marcha

Ciclo da marcha
Apoio Balanço

CICLO DO MOVIMENTO

A marcha está dividida em 2 fases, elas incluem uma fase de apoio que
dura 60% em média e balanço 40% do tempo que está estimado em
aproximadamente 1 segundo entre as duas fases.

Esse ciclo inicia quando o membro inferior que está sendo analisado
toca o solo e dura até tocar novamente o solo. Isso também é chamado
de um passo.

Ocorrem 8 principais eventos na fase da marcha que são:


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1) Apoio inicial: O momento em que o membro que está sendo


analisado toca o solo e é geralmente caracterizado por um
contato no calcanhar.

2) Resposta do apoio com calcanhar: Imediatamente após o


contato inicial, os músculos extensores do joelho (quadríceps)
e os músculos dorsiflexores do tornozelo contraem de forma
excêntrica para absorver a força à medida que o joelho se
dobra e todo o pé entra em contato com o solo.
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3) Apoio médio: O corpo progride diretamente sobre o membro


que está sendo analisado, realizando a descarga de peso.

4) Apoio terminal: Uma queda controlada ocorre quando o


quadril se move em extensão e o tornozelo atinge a
dorsiflexão máxima.
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5) Pré balanço: o apoio do calcanhar sai do chão e os dedos dos pés


realizam extensão, o que inicial o mecanismo propulsão na marcha.

6️) Balanço Inicial: O momento em que o pé perde o contato com o


solo e onde vemos a flexão máxima do joelho (60 graus) no ciclo da
marcha.
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7) Balanço médio: A perna oscila sob o corpo e avança através de uma


contração concêntrica dos flexores do quadril.

8) Balanço final: O joelho se estende totalmente no final da fase de


balanço, enquanto o indivíduo se prepara para entrar em contato com
o solo novamente para a próxima fase de apoio.
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Entendendo a corrida

Fases da Corrida

Fases da corrida

Contato inicial (Aterrisagem)

Quando o atleta inicia o contato do pé com o solo, podem ser em 3


categorias:

Retro pé (calcanhar) / Mediopé / Ante pé.

Apoio médio (Midstance)

A fase de apoio exigirá uma força de desaceleração do membro


inferior utilizando a dorsiflexão do tornozelo, flexão de joelho e
quadril.
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Apoio final

O atleta irá se impulsionar a frente utilizando principalmente a


propulsão do ante pé, extensão do joelho e quadril.

Fase aérea

Essa fase caracteriza se por ocorrer quando não há nenhum contato


dos pés com o solo, a transição entre contato inicial e final da fase do
apoio final, normalmente durante a corrida dura em torno de 0,4
segundos.

Autor: Run Physics (Marcelo Jacob)


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Biomecânica funcional do Pé e tornozelo na corrida

Os pés e tornozelos são regiões chaves para uma aterrissagem


ideal e impulsão na corrida. As principais características é a capacidade
de manter a estabilidade e ao mesmo tempo ser flexível para absorver
os impactos, para isso os pés são divididos em 3 regiões principais:
Retro pé, mediopé e ante pé. Essa divisão é muito importante para a
análise da aterrissagem e a distribuição de carga durante a corrida.
Pesquisas apoiam que 80 % da população de corredores amadores tem
uma abordagem inicial, ou seja, o primeiro contato com o solo com o
calcanhar e o restante com médio pé e o ante pé. Os corredores de
elite de longa distância em sua grande maioria possuem uma
abordagem de contato inicial com o mediopé e ante pé, os corredores
velocistas de pista por possuírem a fase área da corrida na maior parte
da prova tocam somente o ante pé.

Retro pé Mediopé Ante pé


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Ossos que formam cada região:

Retro pé: Calcâneo e tálus.

Mediopé: Navicular, cubóide e 3 Cuniformes.

Ante pé: Metatarsos e falanges.


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A importância dos arcos do pé

Maléolo medial

Tuberosidade navicular

Cabeça 1 metatarso

Os arcos dos pés são estruturas fundamentais para ter uma


corrida eficiente, suas principais funções será distribuir a carga de
impacto durante o momento da aterrissagem redistribuindo as forças
é utilizando o sistema de mola. Após essa absorção e distribuição das
forças utiliza a energia elástica através das estruturas compostas por
tecidos conjuntivas como aponeuroses, fáscias e ligamentos
juntamente com estruturas ativas musculares para impulsionar o
corpo no momento da corrida. Esse mecanismo está melhor detalhado
no capítulo sobre Energia elástica.

Arco elevado > 150graus


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Arco Médio = 130 ou – 150 graus

Arco baixo = < 130 graus

Fonte: McPoil TG & Cornwall MW. Prediction of dynamic foot posture


during running using the longitudinal arch angle. J Am Podiatr Med
Assoc. 2007;97:102-7.

A importância de entender a movimentação dos ossos do pé e


os movimentos milimétricos que ocorrem nas articulações
mostra a complexidade e a engenhosidade dessa estrutura e
sua importância para a qualidade do movimento de todo o
corpo e principalmente durante a corrida que exige uma força
aplicada sobre essa estrutura explicado no capítulo de física da
corrida que poderá chegar de 2 a 3 vezes o peso corporal.

Tálus desliza posterior


Dorsiflexão E realiza um rolamento
anterior durante
dorsiflexão.
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O movimento de
Plantiflexão plantiflexão, o osso
tálus desliza anterior e
realiza um rolamento
posterior.
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Abdução/Adução

Comportamento
artrocinemático

Dorsiflexão/Plantiflexão
Comportamento
P artrocinemático

Visão 3D
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Rotação externa
Supinação

-Inversão+ adução+
dorsiflexão

Elevação arco Inversão retro


pé 3D

Eversão retro Pronação



-Eversão+ Abdução+
Dorsiflexão
Abaixamento
arco 3D
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O movimento de pronação e supinação na realidade é um movimento


que se caracteriza pela soma de 3 planos, ou seja, um movimento
tridimensional formado por 3 movimentos.

Mecânica muscular do pé

O funcionamento muscular do pé e tornozelo são complementares,


pois os movimento são sincronizados para realizar uma função
específica de estabilidade , controle do movimento e força
principalmente no momento da propulsão da corrida.

Compartimento lateral

Fibulares longo e curto

Os músculos fibulares longo e curto tem sua origem na região da fíbula


e externa da perna, sua principal ação juntamente com a
integralização do gastrocnêmio( Panturrilha) manter a estabilidade
proprioceptiva do pé.

Pois as inserções do fibular longo será na base do primeiro metatarso,


fibular curto na base do quinto metatarso. Essa configuração permite
a estabilidade principalmente no movimento de ficar na ponta dos pés.
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Compartimento medial

M.Tibial posterior/ Flexor comum dos dedos /Flexor comum do hálux

O músculo tibial posterior com principal característica valoriza


o arco plantar, pois sua inserção na região do médio pé realizando a
congruência entre navicular, cuboíde e 3 cuneiformes. Quando a
musculatura tibial não está a tendência do arco plantar de realizar uma
pronação excessiva.

Os músculos flexores terão uma ação primordial na


estabilidade principalmente quando o retropé (calcâneo) entra em
valgo ou pronação.
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Compartimento anterior

Tibial anterior/ Extensor longo e curto do hálux / Fibular terceiro

Os músculos do compartimento anterior realizam em cadeia


aberta( sem apoio no solo) a dorsiflexão e supinação , mas quando
colocado em cadeia fechada com apoio do solo equilibra o tornozelo
juntamente com os outros músculos do outros compartimentos
realizam o equilíbrio dinâmico do pé e tornozelo.
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Músculos intrínsecos do pé

Sistemas estabilizadores do pé

Os músculos intrínsecos apresentam desvantagem mecânica


para a produção de grandes movimentos articulares. Suas posições
anatômicas e alinhamentos sugerem a ativação reflexa para a
informação sensorial. A ação de cada grupo muscular do pé dorsal e
plantar irá ser influenciado pelas ações juntamente com os
movimentos corporais, e o trabalho dos arcos plantares passam por
uma avaliação da musculatura intrínseca do pé, pois está o ponto
chave para correções de movimentos globais.

Qual a importância da Anatomia do pé para corredores?

O pé é formado por um conjunto de ossos que formam 3 arcos


principais 2 longitudinais e um transversal.

O retro pé na região posterior constituída pelo tálus e calcâneo


são estruturas primordialmente estabilizadoras.

O mediopé formado pelos ossos navicular, cuboide, e 3 cuneiformes


são estruturas que necessitam mobilidade para dar continuidade para
a caminhada e corrida, primordialmente rítmicas.

O ante pé metatarsos e falanges durante a corrida pela ação das


tensões dos arcos irão ditar a dinâmica da propulsão.
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Raio interno (propulsão)


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Raio externo (recepção)

Tríceps sural

A região posterior da tíbia e da fíbula está a inserção da musculatura


do tríceps sural (panturrilha) que está relacionado com o joelho pela
inserção dos músculos gastrocnêmicos e o músculo sóleo com sua
inserção na tíbia e fíbula.

A ação chave desses músculos estão ligados principalmente a marcha


e corrida, sua atuação na estabilidade do joelho é imprescindível para
uma qualidade do movimento. A inserção do tríceps sural na junção
do tendão calcâneo trabalha no momento da aterrisagem no solo
durante a corrida utilizando a energia elástica acumulada pela
absorção do impacto pelos elementos passivos característicos do
tendão e realizando a propulsão como um sistema de mola.
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Os músculos gastrocnêmicos terão suas ações juntamente ao joelho


principalmente no auxílio da estabilidade protegendo o ligamento
cruzado anterior o seu funcionamento está alinhado aos músculos
isquiosurais (posteriores de coxa) auxiliando na estabilidade global do
joelho.
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Biomecânica funcional do joelho na corrida

O joelho é uma estrutura que trabalha durante a corrida


prioritariamente sobre compressão das forças da gravidade e peso
corporal, os principais desafios impostos a essa estrutura será ter uma
estabilidade para manter a carga imposta (explicado no capítulo sobre
física da corrida) que poderá ser até 2x o peso corporal e ter uma
mobilidade principalmente em terrenos acidentados como em corrida
de montanha e de aventura que impõe exigências adaptativas aos ao
corpo.

O papel do joelho durante a corrida é gerenciar


principalmente a absorção do impacto e dissipar a energia
gerada, controle das rotações do joelho com auxílio
principalmente de quadril e tornozelo. Quando o quadril não
consegue estabilizar e controlar o movimento da corrida e
imposto uma sobrecarga no joelho que podem gerar lesões
degenerativas do menisco principalmente em valgo dinâmico do
joelho (quando a patela entra em rotação interna).

Todos esses desafios são alcançados por estruturas que


realizam o encaixe entre a articulação do fêmur e a tíbia que são os
meniscos, sua principal função
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-Lubrificação das superfícies articulares (Parte do menisco e


lubrificado pelo líquido sinovial).

-Estabilidade do joelho (Aumenta as superfícies de contato entre


Côndilo femoral com a tíbia).

-Transmissão de carga

-Propriocepção (Direcionar os movimentos fisiológicos do


joelho).
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Patela e seu papel na corrida

A patela tem a função de transmitir as forças pelo tendão


patelar e todas as musculaturas inseridas na patela, para
melhorar o braço de alavanca dos músculos, ela funciona como
uma polia para redistribuir e controlar as forças imposta no
controle do movimento do joelho. A sua relação com o quadril
nos últimos anos com estudos de Ressonância magnética
dinâmica mudou a forma como a biomecânica observa o
movimento da patela. Uma compensação mecânica a
lateralizarão da patela, esse fenômeno por muito tempo
atribuído pela insuficiência ou desequilíbrio principalmente dos
músculos do quadríceps sendo que o músculo vasto medial
oblíquo o músculo para ser priorizado que estão diretamente
relacionados com a patela, mas estudos mostram que a patela
permanece na mesma posição o que faz a rotação interna por
insuficiência de força ou controle será o fêmur, esse fenômeno
é chamado valgo dinâmico. (Esse fato será abordado no capítulo
sobre lesões na corrida.)
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Mecânica muscular do Joelho

A maioria dos músculos que realizam a movimentação do


joelho durante a corrida tem uma relação direta com o quadril, a
principal função dos músculos do joelho na corrida e promover
durante a fase de amortecimento uma força excêntrica, ou seja, uma
desaceleração do movimento vertical e uma preparação para
propulsão através da energia acumulada pelo grupo muscular
quadríceps.

Os músculos posteriores de coxa que são (m.


semimembranoso, m. semitendinoso, m. bíceps femoral cabeça curta
e m. bíceps femoral cabeça longa), sua inserção muscular na região
pélvica tuberosidade isquiática cria uma ligação direta e dependente
do joelho com o quadril. Essa característica de ser bi articular cruzam
2 articulações quadril e joelho, a sua ação muscular irá ter movimentos
diferentes dependendo da articulação que estiver estabilizada, por
exemplo, se o quadril estiver estabilizado sua principal função será
flexionar o joelho, se o joelho estiver estabilizado com contato no solo
seu papel principal será estender o quadril levando o membro inferior
para trás. Mas a verdadeira vocação dos músculos posteriores será
estabilizar a ação dos glúteos durante o movimento de extensão como
fosse para aumentar o braço de alavanca melhorando a potência dos
glúteos e sua ação no membro inferior.
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Esses são os 2 principais grupos que terá sua principal


influência no joelho, outros grupos musculares como aos adutores e
os abdutores terão sua principal função na pelve e quadril.

Biomecânica da pelve e quadril durante a corrida

A região da pelve e quadril são fundamentais para os


corredores obterem uma corrida eficiente, pois o funcionamento
dessa estrutura determina algumas questões importantíssimas como
dissipar a força de impacto gerada pela corrida naturalmente, a pelve
e quadril precisão ser extremamente móveis, ou seja, ter uma
mobilidade para dissipar essas energias impostas e controle motor
para gerenciar os movimentos utilizando os músculos com o “time”
correto e força, já que os músculos que estão inseridos nessa região
estão entre os mais fortes do corpo como o M. Glúteo máximo.

A pelve também conhecida como bacia durante a corrida terá


que funcionar integrado ao tronco, pensando no ponto de vista da
física para a resultante do movimento ser o deslocamento anterior o
corpo precisará realizar um movimento rotacional produzido pela
perna a frente durante o contato do solo e contrabalanceado pelo
tronco e membros superiores, esse movimento rotacional forma a
dinâmica da corrida.
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A integração da pelve com a região do quadril é formada por


um circuito de forças que equilibram se. O peso corporal é distribuído
da região da coluna lombar para o osso sacro e para os ossos ilíacos
pela região sacrilíaca, existe uma complexidade dos movimentos dessa
região principalmente da região sacrilíaca pois qualquer alteração de
milímetros por falta de movimento ou algum bloqueio do movimento
poderá desencadear uma compensação na região e repercutir em
outras regiões a distância alterando os movimentos durante a corrida,
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podendo gerar padrões de movimentos e sobrecargas articulares e


musculares. A região do púbis está relacionada com a região sacrilíaca
pelo osso ilíaco que repercute diretamente sobre a região do púbis,
que poderá gerar compensação dos movimentos sobrecargas na
região e nos músculos que se inserem na região como os abdominais
principalmente o reto abdominal e os músculos adutores.

O fêmur possui uma integração com a região da pelve pelo


acoplamento da região do acetábulo com a cabeça do fêmur, esse tipo
de articulação é conhecido como bola e soquete, a biomecânica e
funções musculares dessa região são minuciosas pelas principais
inserções musculares que correspondem as principais funções e
integração durante a corrida.
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Os principais músculos que atuam no movimento do complexo


da pelve / quadril são os músculos glúteos sendo o glúteo máximo um
dos motores principais da corrida e glúteo médio com seu papel de
estabilizador e controle da rotação interna do fêmur, cada fase da
marcha exige que cada grupo muscular seja ele extensor, flexor,
rotador interno, rotador externo, abdutor ou adutor terá um papel
importante no equilíbrio dinâmico da corrida. Um aspecto importante
da anatomia funcional e observar um músculo na sua verdadeira
vocação, pois dependendo do ponto fixo os músculos podem mudar
sua ação em relação ao movimento, exemplo disso é o músculo
piriforme que possui uma ação de rotador externo quando está em
flexão e rotador interno quando está em extensão, tudo depende do
ponto de vista de análise.
Descomplicando a Biomecânica: Anatomia Funcional aplicada à Corrida

O corpo de forma geral não contrai um músculo de maneira


isolada, mas funciona em forma de circuitos musculares, no qual tem
várias denominações por exemplo cadeias musculares, cadeias
funcionais, circuitos funcionais entre outros..., mas o intuito dessa e-
book foi simplificar esses circuitos e sua importância para a corrida.

O atleta de corrida e o profissional de saúde precisa conhecer


e entender a capacidade e complexidade do corpo em um simples
movimento de salto, caminhar e correr, as conexões geradas entre o
sistema nervoso central e os sistemas corporais e utilizar de maneira
inteligente essas conexões para de forma natural utilizar exercícios e
correções de movimentos oriunda da nossa vivência, podemos até
citar a Inteligência dos movimentos, a corrida é a utilização máxima da
capacidade de uma eficiência locomotora econômica do ponto de vista
energético e utilização máxima da nossa capacidade de integrar
sistema nervoso e todos os princípios fisiológicos que permeiam esse
ato natural do ser humano.

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