Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Durante a primeira parte do século XX, a física sofreu uma revolução que acabou por influenciar todas as
outras ciências. Esta revolução teve início na mecânica, parte da física que estuda as forças e seus efeitos
sobre o movimento dos objectos.
Embora uma comparação superficial entre a mecânica clássica e a mecânica quântica mostre poucas
semelhanças, quando se aplica a mecânica quântica a objectos grandes, suas relações matemáticas podem
ser simplificadas e reduzidas às da mecânica clássica. Assim sendo, a mecânica clássica pode ser
considerada como uma versão simplificada da mecânica quântica, que é perfeitamente adequada para a
explicação e previsão do movimento de objectos grandes. Entretanto, para objectos pequenos como os
electrões, a simplificação falha.
Nenhum instrumento pode "sentir" ou "ver" um electrão sem influenciar intensamente o seu movimento.
O princípio da incerteza pode ser assim interpretado: quanto mais de perto tentarmos olhar uma partícula
diminuta, tanto mais difusa se toma a visão da mesma. O problema não é tão importante para objectos
comparativamente maiores como fragmentos de rochas, bolas de beisebol ou partículas de pó. Nestes
casos, a incerteza de Heisenberg associada a cada medida é desprezível em relação à grandeza da própria
medida. Para um electrão, entretanto, somos forçados a concluir que qualquer retrato físico ou qualquer
modelo mental da estrutura electrónica do átomo não poderá precisa e simultaneamente (1) localizar o
electrão e (2) descrever o seu movimento. Em outras palavras, devemos ter esperanças de encontrar um
modelo fisicamente concreto do átomo, que descreva exactamente qual a posição e como é o movimento
do electrão.
Mecânica ondulatória
A teoria correntemente aceita, que explica o comportamento dos electrões nos átomos, é a chamada
mecânica ondulatória ou mecânica quântica, que tem suas raízes numa hipótese formulada por Louis De
Broglie, em 1924. De Broglie sugeriu que se a luz pode-se comportar em certas circunstâncias como se
fosse composta de partículas, talvez as partículas, algumas vezes, exibam propriedades que, normalmente,
nós associamos às ondas. Vejamos como o argumento de De Broglie se originou. Einstein havia
demonstrado que a energia equivalente, E, de uma partícula de massa m é igual a:
E mc 2
Onde c é a velocidade da luz. Assim, podemos dizer que um fotão, cuja energia é E, tem massa efectiva
igual a m. Max Planck mostrara, também, que a energia de um fotão é dada pela:
Comentários Adicionais
A princípio, a noção de que uma partícula como o electrão tivesse propriedades de uma onda não foi
muito bem aceita. Muitos cientistas foram inteiramente céticos e quiseram evidências experimentais que
sustentassem (ou desmentissem) o que era comparável a uma fantasia de De Broglie.
A sustentação para a hipótese de De Broglie foi obtida por dois grupos de físicos: C. Davisson e L. H.
Germer nos Estados Unidos e G. P. Thomson (o filho de J. J. Thomson) e A. Reid na Escócia. Os dois
grupos demonstraram que é possível conseguira difracção dos electrões. Uma propriedade que só pode
ser explicada pelo movimento ondulatório. Se a luz passar através de uma pequena fenda cuja abertura
seja aproximadamente igual ao comprimento da onda da luz, a fenda comporta-se como se fosse uma
fonte de luz muito pequena, espalhando luz em todas as direcções.
Este fenómeno e chamado difracção. Se duas dessas fendas são colocadas uma ao lado da outra, cada uma
comporta-se como uma fonte de luz separada. A difracção também é observada em certas partículas,
incluindo electrões, protões e neutrões. Uma vez que a difracção só pode ser explicada como uma pro-
priedade das ondas, isto confirma a natureza ondulatória da matéria. A razão por que a natureza
ondulatória da matéria não foi descoberta mais cedo deve-se ao fato de que os objectos suficientemente
grandes para serem vistos, tanto a olho nu como com auxílio de um microscópio, como projécteis e bolas
de beisebol, possuem tanta massa que seus comprimentos de onda são também muito curtos para ser
observados.
Vimos que um dos resultados significativos da teoria atómica de Bohr foi a introdução de números
quânticos inteiros. Se considerarmos o electrão movendo-se como uma onda em torno do núcleo,
constataremos que o aparecimento desses números inteiros ocorre de um modo muito natural. Para
vermos como isto pode ocorrer, consideremos primeiramente algumas ondas simples — como as que
ocorrem em uma corda de violão. Quando tocamos uma corda, ela move-se para cima e para baixo na
parte central, mas as suas extremidades permanecem imóveis, conforme mostrado na Fig. 2a.
Figura 2: Vibração de uma corda de violão, (a) puxando se uma corda livre. (b) um harmónico é
produzido tocando se brevemente a corda no se ponto médio, no mesmo instante em que esta for puxada.
(c) um harmónico de ordem superior.
Nas extremidades, a altura da onda sua amplitude é zero. Esses pontos de amplitude zero são chamados
nós e qualquer onda que possua nós, seja em uma corda de violão ou não, é chamada de uma onda esta-
cionária. Examinando-se as ondas na Fig. 2 vemos que há certas restrições quanto aos comprimentos de
Um tipo semelhante de situação existe nos átomos porque as ondas materiais dos electrões são, também,
ondas estacionárias. As formas das ondas materiais são muito diferentes daquelas que ocorrem numa
corda de violão, uma vez que, evidentemente, o átomo é tridimensional e as condições que restringem as
posições dos nós são também muito diferentes. Contudo, as restrições que determinam quais as ondas
electrónicas que podem existir dão origem, de forma bastante natural, aos números quânticos inteiros.
Entretanto, nas três dimensões existem três números quânticos, em vez de apenas um.
Em 1926, Erwin Schrodinger (1887-1961) aplicou a matemática para investigar as ondas estacionárias no
átomo de hidrogénio e abriu um campo de estudo chamado mecânica ondulatória ou mecânica quântica.
A matemática utilizada aqui é bastante avançada, de forma que a evitaremos e olharemos apenas para os
resultados da teoria. Schròdinger resolveu, matematicamente, uma equação chamada de equação de onda.
Ele obteve um conjunto de funções matemáticas chamadas funções de onda (geralmente representadas
pela letra grega psi, ψ) que descrevem as formas e as energias das ondas electrónicas. Cada uma dessas
diferentes possíveis ondas é chamada de um orbital (para distinguir das órbitas de Bohr). Cada orbital em
um átomo possui uma energia característica e é visto como uma descrição da região em torno do núcleo
onde se espera poder encontrar o electrão. As funções de onda que descrevem os orbitais são
caracterizadas pelos valores dos três números quânticos (conforme sugerimos anteriormente).
De acordo com a mecânica quântica, os vários níveis de energia no átomo são compostos de um ou mais
orbitais; nos átomos que contêm mais de um electrão, a distribuição destes em torno do núcleo é
determinada pelo número e pela espécie de níveis de energia que estão ocupados. Portanto, a fim de
investigar a maneira pela qual os electrões estão arrumados no espaço, devemos, primeiro, examinar os
níveis de energia no átomo. Isto se faz através de uma discussão dos números quânticos.
Orbitais
Devido à dificuldade de se prever a posição exacta de um electrão na eletrosfera, o cientista Erwin
Schrödinger (1926) foi levado a calcular a região onde haveria maior probabilidade de se encontrar o
electrão. Essa região do espaço foi denominada orbital. Os orbitais correspondem aos estados individuais
que podem ser ocupados por um electrão em um átomo. (A escolha desta palavra é algumas vezes
imprópria, porque a palavra orbital é derivada da palavra órbita usada por Bohr, mas não tem este
significado.) Por ora, é conveniente imaginar um orbital simplesmente como um nível de energia, a
palavra também corresponde à região do espaço de maior manifestação electrónica. Cada orbital no
átomo acomoda no máximo dois electrões e, quando dois electrões ocupam o mesmo orbital, são ditos
emparelhados.
Os números quânticos
Os Números quânticos se definem como códigos matemáticos associados à quantidade de energia do
electrão. Através desses números podemos caracterizar um átomo. O endereço de uma pessoa que recebe
cartas, normalmente, está caracterizado pelos correios por quatro “números”: Província, cidade, rua e
número da casa. Do mesmo modo, cada um dos electrões de um átomo distingue-se dos demais mediante
quatro números, os chamados números quânticos.
As quatro primeiras letras encontram sua origem no espectro atómico dos metais alcalinos (do lítio ao
césio). Nestes espectros, quatro séries de linhas foram observadas e designadas por séries sharp, principal,
diffuse e fundamental, daí as letras s, p, d e f. Para l = 4, 5, 6 e assim por diante, simplesmente
prosseguimos a ordem alfabética. Para os nossos propósitos, todavia, estaremos interessados apenas nas
subcamadas s, p, d e f, uma vez que estas são as únicas que são ocupadas por electrões nos átomos em seu
estado fundamental (estado de mais baixa energia).
Para descrever uma subcamada dentro de uma dada camada, escrevemos o valor de n para a camada
seguido pela letra de designação da subcamada. Por exemplo, a subcamada s da segunda camada (n = 2, l
= 0) seria chamada subcamada 2s. Da mesma maneira, a subcamada p da segunda camada (n = 2, l = 1)
seria a subcamada 2p.
As energias destas camadas, subcamadas e orbitais, nos átomos com mais de um electrão, são talvez mais
bem ilustradas pela Fig. 2. Existem vários aspectos sobre este diagrama que merecem ser observados.
Primeiro, vemos que as energias das subcamadas aumentam com o aumento do valor do número quântico
principal, n. Assim, a camada K, com n =1, situa-se na mais baixa energia; acima desta está a camada L,
com n =21 (composta das subcamadas 2s e 2p); mais alta ainda encontra-se a camada M (n = 3) e assim
por diante.
Também notamos que, à medida que n se torna maior, o espaçamento entre as camadas sucessivas fica
menor, como é ilustrado à direita da Fig.2. Em virtude deste estreitamento na separação da energia,
começamos a observar a superposição entre as subcamadas da terceira camada em diante. A subcamada
4s, por exemplo, situa-se, em energia, abaixo da subcamada 3d. Essa superposição é ainda mais pro-
nunciada nas camadas mais altas, onde a subcamada 5s situa-se abaixo da 4d, a 6s e 4f, abaixo da 5d e a
7s e 5f, abaixo da 6d.
Na Fig. 2, indicou-se cada orbital por meio de um traço. Cada subcamada s é mostrada como um traço
simples, para enfatizar que é composta de um só orbital. De modo semelhante, as subcamadas p foram
representadas por três traços, as subcamadas d, por cinco traços e as subcamadas f, por sete traços.
Observe que os orbitais de uma mesma subcamada possuem uma mesma energia. Isto se aplica aos
átomos isolados, mas não aos átomos em compostos químicos.
Daí a afirmação, conhecida como princípio da exclusão de Pauli: Um orbital comporta no máximo dois
electrões, com spins contrários. Desse modo, a atracção magnética entre os dois electrões contrabalança a
repulsão eléctrica entre eles. Ospin é identificado pelo chamado número quântico de spin (Ms ou s), cujos
valores são + 1/2 e - 1/2. Normalmente, a representação dos electrões nos orbitais é feita por meio de uma
seta:
Paramagnetismo
Em uma terminologia química, dois electrões com spins em direcções opostas no mesmo orbital são ditos
emparelhados. (Dois electrões em um átomo podem ter spins paralelos, isto é, na mesma direcção, mas
somente se estes electrões estiverem em orbitais diferentes.) Por causa do efeito magnético produzido
pela presença de um electrão desemparelhado em um átomo, uma substância que contém um ou mais
electrões desemparelhados é fracamente atraída em um campo magnético (em direcção a um íman). Este
comportamento é chamado paramagnetismo e, pelo uso de grandes imãs, medidas precisas do efeito
podem ser realizadas. Os resultados podem ser utilizados na determinação do número de electrões
desemparelhados na substância.
Para indicar que a subcamada 1s é ocupada por um electrão, usamos um índice superior (neste caso, 1), na
sua designação. Assim, denotamos a configuração de electrões do hidrogénio sob a forma 1s1.
Prosseguindo nesta discussão, também será necessário assinalar os spins dos electrões. Um método fre-
quentemente empregado consiste em simbolizar um electrão com o seu spin em determinada direcção por
uma flecha apontando para cima,↑, e um electrão com spin oposto, por meio de uma flecha apontando
para baixo,↓. Para indicar a distribuição dos electrões entre os orbitais do átomo, colocam-se, então as
flechas sobre barras ____ ou quadrados que simbolizam os orbitais. O hidrogénio, por exemplo, é
Esta forma de representação da configuração electrónica é usualmente chamada diagrama orbital. Para
obter a configuração electrónica dos outros elementos da tabela periódica, imaginemos que somos
capazes de passar de um átomo para o seguinte adicionando um protão e mais os neutrões necessários ao
núcleo, seguido por um electrão, que colocamos no mais baixo nível de energia disponível. À medida que
formos acompanhando esta discussão, deveremos observar tanto a tabela periódica (Fig. 4), como o
diagrama de níveis de energia. O hidrogénio é o elemento mais simples, consistindo, exactamente, de um
único protão e um electrão. O elemento seguinte, de número atómico 2, é o hélio. Neste caso, devemos
considerar dois electrões e, como o orbital 1s pode acomodar ambos, a estrutura electrónica do hélio é 1s2
e seu diagrama orbital é:
Os dois elementos que se seguem ao He são Li e Be, que têm três e quatro electrões, respectivamente. Em
cada um deles, os dois primeiros electrões entram na subcamada 1s e, uma vez que não mais que dois
electrões podem ocupar uma subcamada s, o electrão ou electrões restantes devem ocupar a subcamada 2s.
As configurações electrónicas do Li e Be são, então, Li, 1s22sl e Be, 1s22s2, que podemos representar
assim:
Centralizamos, aqui, nossa atenção na estrutura electrónica da camada mais externa, a camada de valência
(a camada com n mais alto) que, nas reacções químicas, é a responsável pelas trocas químicas. Os
electrões nas camadas abaixo da camada mais externa são chamados cerne de electrões. Neste exemplo, a
subcamada completa mais interna 1s é chamada cerne de hélio. Frequentemente, será de grande utilidade
considerarmos apenas os electrões que se encontram na parte externa do cerne de electrões que
corresponde à configuração electrónica de um dos gases nobres.
No berílio, que tem quatro electrões, a subcamada 2s está completa. O quinto electrão do boro (Z = 5),
então, deve entrar na próxima subcamada mais baixa disponível, que é a 2p. Isto dá ao boro a
configuração 1s22s22p1. Da mesma forma, o quinto e sexto electrões do carbono devem entrar na
subcamada 2p, assim, representamos o carbono por 1s22s22p2 . Todavia, se examinarmos a distribuição
dos electrões sobre os vários orbitais, deveremos fazer uma escolha, os electrões podem ser arrumados
segundo as três maneiras seguintes:
Os dois últimos electrões podem estar emparelhados no mesmo orbital, emparelhados em orbitais
diferentes ou desemparelhados (arrumados de tal maneira que seus spins estejam na mesma direcção).
Ocorre que resultados experimentais mostram que o último diagrama dá a configuração electrónica de
menor energia.
A regra de Hund resume esta evidência experimental: electrões, ao entrarem em uma subcamada
contendo mais do que um orbital, serão espalhados sobre os orbitais disponíveis com seus spins na
mesma direcção. Para o nitrogénio (Z = 7), a configuração electrónica será, portanto, escrita como
1s22s22p3 e o diagrama orbital do seu estado fundamental será.
O que foi feito? Apenas o seguinte: percorremos as diagonais, no sentido indicado, colocando o número
máximo de electrões permitido em cada subnível, até inteirar os 26 electrões que o ferro possui. De fato,
veja que, no último orbital atingido (3d), nós colocamos apenas seis electrões, com os quais completamos
a soma 26 electrões, e não 10 electrões, que é o máximo que um subnível d pode comportar. Essa é a
distribuição dos electrões num átomo de ferro considerado em seu estado normal ou estado fundamental.
Para indicar, de modo abreviado, essa distribuição electrónica, escrevemos:
Mais especificamente, é o quadrado da função de onda, ψ2, que é tomado para descrever esta
probabilidade. Com base neste conceito examinemos a distribuição de probabilidade (a maneira como a
probabilidade varia através do volume de um átomo) para o único electrão no orbital 1s do átomo de
hidrogénio. Um gráfico de ψ2 como uma função da distância ao núcleo, r, é mostrado na Fig. 5. Podemos
ver que as regiões nas quais a probabilidade de observar o electrão é maior situam-se junto ao núcleo e
que a probabilidade decresce a medida que nos afastamos do núcleo, aproximando-se gradualmente de
zero quando r tende ao infinito.
Em outras palavras, podemos esperar encontrar o electrão no átomo de hidrogénio quase que em
qualquer parte, mas durante a maior parte do tempo ele encontra-se muito próximo ao núcleo,
efectivamente circulando-o numa nuvem de carga electrónica (de fato, os termos nuvem electrónica e
nuvem de carga são frequentemente usados nas descrições de uma distribuição electrónica). O electrão
passa a maior parte do tempo nas regiões onde a probabilidade de acha-lo e alta e onde a concentração de
carga, que chama-mos densidade electrónica, é grande. Nas outras regiões a carga é esparsa e a densidade
electrónica é pequena.
Existem várias maneiras de se indicar a distribuição de carga em um orbital. Uma delas e fazer um gráfico
de ψ2, como foi feito anteriormente. Outra maneira, em duas dimensões, é ilustrar a nuvem de carga,
como mostra a Fig. 6, onde as áreas escuras representam regiões de alta densidade electrónica. Orbitais s
de energia mais alta diferem, em alguns aspectos, do orbital 1s. A Fig. 7 Compara a maneira como a
densidade electrónica varia para os orbitais 1s, 2s e 3s. Notemos que, no orbital 2s, a medida que nos
afastamos do núcleo, a densidade de electrão cai a zero e depois aumenta outra vez, antes de decrescer
gradualmente uma vez mais. Já vimos anteriormente que os locais onde a amplitude ou intensidade de
uma onda cai a zero são chamados nós. Assim, a onda electrónica para um electrão em um orbital 2s
possui um nó da mesma forma que as ondas na corda de um violão.
Na Fig. 7 Vemos que o orbital 2s possui um nó e o orbital 3s possui dois. A despeito destas diferenças,
todos os orbitais s tem uma importante propriedade em comum. Se traçarmos uma superfície na qual a
probabilidade de encontrar o electrão e constante, a superfície terá a forma de uma esfera. Todos os
orbitais s tem uma "forma" esférica. A principal diferença e que, a medida que caminhamos para valores
mais elevados de n, a esfera, dentro da qual encontramos a maior parte da densidade de electrão (por
exemplo, 90%), torna-se maior. Em outras palavras, o tamanho da nuvem de carga torna-se maior com o
aumento do número quântico principal, não apenas para os orbitais s, mas, também, para os orbitais p, d e
f. Isto significa que os electrões em orbitais de maior n estarão a uma distância media maior do núcleo e
que o átomo torna-se maior a medida que seus subníveis de maior energia tornam-se ocupados.
A "forma" característica da nuvem electrónica de um orbital 2p esta ilustrada na Fig. 8. Vemos que, para
um orbital 2p, a densidade electrónica não e distribuída segundo uma simetria esférica em torno do núcleo,
como em um orbital s. Ao contrário, ela está concentrada em determinadas regiões ao longo de uma linha
Figura 8: a forma de um orbital 2p. (a) Uma representação da nuvem de carga mostra que a densidade
electrónica está concentrada em duas regiões situadas em lados opostos do núcleo. (b) representação
gráfica de um orbital p.
Orbitais p de energia mais alta contem nós, da mesma forma que os orbitais s de energia mais alta. Uma
secção transversal de um orbital 3p é representada na Fig. 9. A despeito destas diferenças, existe uma
concentração de densidade electrónica ao longo de certas direcções específicas em todos os orbitais p.
Consequente, todos os orbitais p tem propriedades direccionais definidas. Como veremos, isto nos
permite compreender por que as moléculas têm as formas que apresentam. Por estarmos interessados
apenas nas propriedades direccionais dos orbitais, representaremos todos os orbitais s como esferas e
todos os orbitais p como um par de lobos em forma de halteres, orientando-se em sentidos opostos em
relação ao núcleo.
Um subnível p é composto de três orbitais p, cada um tendo a mesma "forma". Eles diferem um do outro
apenas nas direcções nas quais suas densidades electrónicas estão concentradas. Estas direcções formam
ângulos rectos umas com as outras, como e mostrado na Fig. 29. Em virtude de os orbitais p poderem ser
traçados num sistema de eixos xyz, identificaremos os orbitais pela notação px, py e pz. Já vimos que os
orbitais s e p diferem na "forma" de suas nuvens electrónicas. Orbitais dos subníveis d e f também tem
"formas" características: todavia, eles são consideravelmente mais complicados que os orbitais p. Os
orbitais d desempenham um importante papel na química dos elementos de transição. As formas dos orbi-
tais f são muito complexas e, uma vez que são necessárias apenas para discutir a química dos elementos
de transição interna, não pretendemos descreve-las.