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BIE-212: Ecologia

Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental

Forrageamento e defesa
Programa

Introdução
Módulo I: Organismos
Forrageamento & Mecanismos de defesa
Reprodução: seleção sexual e cuidado parental
Condições e recursos
Módulo II: Populações
Módulo III: Comunidades
Módulo IV: Ecossistemas
Roteiro da aula

• Introdução
• Forrageamento
1. Etapas do forrageamento
2. Forrageamento ótimo
• Estratégias de defesa
1. Defesas primárias
2. Defesas secundárias
• Resumo da aula
Introdução

Definição
• Forrageamento em seu sentido mais amplo é a procura por
alimento

• Em ecologia comportamental, forrageamento refere-se as


interações entre predadores e suas presas (que podem ser tanto
animais quanto plantas)
Etapas do forrageamento

GASTO DE GANHO DE
ENERGIA ENERGIA
Procura da presa
Procura Procura
passiva ativa

Baixo gasto Alto gasto


energético energético
Procura da presa

O que determina a seleção da presa durante a procura?

1. A disponibilidade da presa no ambiente


(indivííduos capturados/h)

0,8
Taxa de predação

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3
(indiv

0,2

0,1

0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50
Densidade da presa (indiví
(indivíduos/m3)
Procura da presa

Predação prudente

Que efeito terá na abundância da população dos anos


seguintes remover uma fêmea da população?

• Evidentemente, o efeito depende da idade da fêmea


• O efeito da remoção de uma fêmea será tanto maior
quanto maior for sua fecundidade futura
• Um predador “prudente”, portanto, deveria procurar os
grupos etários da população presa que têm menor
fecundidade futura, obtendo assim proteína a troco de um
mínimo de efeito negativo na taxa de crescimento da presa
Procura da presa

?
Fêmea com ovos Fêmea sem ovos
Massa = 89 g Massa = 62 g

10 larvas 6 larvas
Procura da presa

O mito do predador prudente


Conusmo pelo predador

Tempo
Procura da presa

O que determina a seleção da presa durante a procura?

2. A capacidade do predador
detectar a presa
Consumo pelo predador

Detecção da presa
Procura da presa

Presa sobre Presa sobre


substrato substrato
1,0
conspícuo críptico
Ìndice de detecção

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0
1 2 3 4 5 6 7 9 10
Tentativas sucessivas
Procura da presa

O que determina a seleção da presa durante a procura?

3. A experiência do predador
Consumo pelo predador

Familiaridade com a presa


Procura da presa

Formação da imagem de busca

% de ataques corretos

Sequência de apresentação
Procura da presa

O que determina a seleção da presa durante a procura?

4. O quanto a presa se move


no ambiente
Consumo pelo predador

Machos se deslocam em
busca de fêmeas durante a
estação de acasalamento

Mobilidade da presa
Encontro/captura da presa

Ao encontrar uma presa o predador pode:

Atacá-la Rejeitá-la

FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR A DECISÃO:

• Palatabilidade da presa
• Periculosidade da presa
• Relação tamanho da presa/tamanho do predador
Encontro/captura da presa

O que determina se predador deve ou não atacar a presa?

1. A palatabilidade da presa 2. Periculosidade da presa


Encontro/captura da presa

O que determina se predador deve ou não atacar a presa?

1. A palatabilidade da presa 2. Periculosidade da presa


Consumo pelo predador

Consumo pelo predador

Palatabilidade da presa Periculosidade da presa


Encontro/captura da presa

3. Tamanho do predador em relação à presa

ção

ético
manipulaç
Sucesso de captura

Tempo de manipula

energé
Retorno energ
Tamanho da presa / tamanho do predador
Encontro/captura da presa
Consumo x disponibilidade

Na dieta

Frequência
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Tamanho do marisco (cm)

Na natureza

Frequência

1,0 1,5 2,0 2,5 3,0


Tamanho do marisco (cm)
Forrageamento ótimo

Teoria do forrageamento ótimo:


“Os organismos são moldados pela seleção natural para
consumir o máximo de energia gastando o mínimo possível”

1. Procura da presa Minimização do


2. Encontro da presa gasto energético
em cada uma
3. Captura/subjugação da presa dessas etapas

Maximização do
4. Consumo da presa
ganho energético

Maximização do
saldo energético
Decisões econômicas

1. Procura da presa = p

2. Encontro da presa
Manipulação = m
3. Captura/subjugação da presa

4. Energia adquirida com a presa = Ec

Benefício líquido = Ec - (Ep + Em)

Vale a pena investir na presa?

Benefício líquido > 0


SIM
Benefício líquido ≤ 0
NÃO
Decisões econômicas

1. Quando o tempo de manipulação das presas é


curto ( m), mas o tempo de procura é alto ( p), o
predador deve :

( X ) Generalista ( ) Especialista

Exemplo: aves insetívoras


• O tempo de procura por insetos é
alto, mas a captura e subjugação
são muito rápidas
• Em geral, essas aves não
discriminam as presas e se
alimentam de uma ampla variedade
de insetos
Decisões econômicas

2. Quando o tempo de manipulação das presas é


longo ( m), mas o tempo de procura é baixo ( p),
o predador deve :

( ) Generalista ( X ) Especialista

Exemplo: grandes carnívoros


• O tempo de procura, em geral,
é curto, mas o investimento em
perseguição e subjugação é
muito alto
• Os indivíduos se especializam
em capturar presas velhas ou
doentes
Decisões econômicas

3. Em ambientes improdutivos os predadores devem ser:

( X ) Generalista ( ) Especialista p

4. Em ambientes produtivos os predadores devem ser:

( ) Generalista ( X ) Especialista p
Decisões econômicas

Minimizar tempo Minimizar tempo


de procura de manipulação
FORRAGEIO

Maximizar ganho
energético

+ + +

DEFESA CONTRA PRODUÇÃO DE OBTENÇÃO DE


PREDADORES GAMETAS PARCEIROS

Maior número de descendentes


Mecanismos de defesa
Tipos de defesa

• DEFESAS PRIMÁRIAS

- São aquelas exibidas pela presa durante todo o


tempo, independentemente da presença de um
predador

• DEFESAS SECUNDÁRIAS

- São aquelas exibidas pela presa somente após o


contato direto ou indireto com um predador
Tipos de defesa

ATAQUE DO
PREDADOR

DEFESAS DEFESAS
PRIMÁRIAS SECUNDÁRIAS

FUNÇÃO: diminuir as FUNÇÃO: aumentar as


chances de encontro da chances de uma presa
presa com potenciais sobreviver a um encontro
predadores com um potencial predador

• CAMUFLAGEM • TANATOSE
• APOSEMATISMO • FUGA
• MIMETISMO • COMPORTAMENTO DEIMÁTICO
• RETALIAÇÃO
Defesas primárias

• CAMUFLAGEM
- É a semelhança (em termos de forma, cor e/ou
textura) de um animal palatável com alguma parte
do seu ambiente de modo que os predadores têm
dificuldade em detectá-lo como presa
- O comportamento de animais que se camuflam
deve ser ajustado para que a estratégia funcione
EU NÃO ESTOU AQUI!
EU NÃO ESTOU AQUI!
Defesas primárias

• APOSEMATISMO

- É a correlação entre um sinal


conspícuo e impalatabilidade
da presa

- Para o aposematismo ser


vantajoso o predador precisa
provar algumas presas e
aprender a evitar no futuro
indivíduos com aparência
semelhante
Defesas primárias

Borboleta monarca

Aversão
aprendida
Defesas primárias

- Outra possibilidade é que o predador tenha uma aversão


inata ao sinal conspícuo

Aversão
inata
NÃO OUSE ME ATACAR!
NÃO OUSE ME ATACAR!
Defesas primárias

• MIMETISMO

O mimetismo batesiano é definido como a


semelhança entre uma espécie palatável
e/ou inofensiva (MÍMICO) com uma espécie
impalatável e/ou ofensiva (MODELO) de
modo que uma terceira espécie
(PREDADOR) é enganada pela similaridade
e evita atacar o mímico

Henry Walter Bates


1825 - 1892
Defesas primárias

Aversão
ao mímico
EU SOU OUTRO BICHO!

MODELOS MÍMICOS
EU SOU OUTRO BICHO!
EU SOU OUTRO BICHO!
PENSE RÁPIDO!

NÃO ESTOU AQUI!


NÃO ESTAMOS AQUI!

SOU OUTRA PESSOA!


Defesas primárias

• MIMETISMO

O mimetismo mülleriano é definido como a


semelhança mútua entre duas ou mais
espécies impalatáveis (ambas MODELOS),
tendo como resultado a intensificação da
resposta de recusa por parte dos
predadores

Fritz Müller
1878
SOMOS TODAS TERRÍVEIS!
Defesas secundárias

• TANATOSE

- Alguns animais respondem ao ataque de um


predador fingindo-se de mortos, um comportamento
conhecido como tanatose (do deus grego da morte
Thanatos)
Defesas secundárias

• FUGA

- Corresponde à evasão da presa do local de


encontro com um potencial predador
FUI!!!
Defesas secundárias

• COMPORTAMENTO DEIMÁTICO

- É a tentativa de assustar ou intimidar um


potencial predador
SURPRESA!!!

Tempo de % de
bicada bicadas
SURPRESA!!!
NEM PENSE NISSO!!!
Defesas secundárias

• RETALIAÇÃO

- Diante do ataque de um predador, alguns animais


exibem comportamentos agressivos que visam
injuriar o predador e deter o ataque

- Pode envolver estruturas morfológicas, tais como


espinhos, chifres e dentes, ou substâncias químicas
liberadas mediante um ataque do predador
NÃO MEXA COMIGO!
NÃO MEXA COMIGO!
NÃO MEXA COMIGO!
Defesas em plantas

• O arsenal de defesa em plantas inclui:


- Defesas morfológicas, como folhas coreáceas,
espinhos, pêlos urticantes
- Defesas químicas, na forma de compostos tóxicos ou
de baixa digestibilidade produzidos pelas plantas
- Defesas biológicas, que são associações com outros
organismos que provém

Impedir ou minimizar o
ataque de herbívoros
NÃO ME TOQUE!
NÃO ME COMA!
EU TENHO GUARDA-COSTAS

Cecropia e
suas parceiras
EU TENHO GUARDA-COSTAS

Domáceas, nectários extra-florais e


homópteros
Resumo da aula

Minimizar tempo Minimizar tempo


de procura de manipulação
FORRAGEIO

Maximizar ganho
energético

+ + +

DEFESA CONTRA PRODUÇÃO DE OBTENÇÃO DE


PREDADORES GAMETAS PARCEIROS

Maior número de descendentes


Resumo da aula

ATAQUE DO
PREDADOR

DEFESAS DEFESAS
PRIMÁRIAS SECUNDÁRIAS

FUNÇÃO: diminuir as FUNÇÃO: aumentar as


chances de encontro da chances de uma presa
presa com potenciais sobreviver a um encontro
predadores com um potencial predador

• CAMUFLAGEM • TANATOSE
• APOSEMATISMO • FUGA
• MIMETISMO • COMPORTAMENTO DEIMÁTICO
• RETALIAÇÃO
Resumo da aula

Tipo de defesa Conseqüência


da presa para o predador
CAMUFLAGEM
Aumentam o
1a MIMETISMO tempo de
procura (p)
APOSEMATISMO

TANATOSE
FUGA Aumentam o
2a COMPORTAMENTO tempo de
DEIMÁTICO manipulação (m)

RETALIAÇÃO

Benefício líquido = Ec - (Ep + Em)

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