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Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Centro Tecnológico – CTC


Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica – DEEL
Curso Superior em Engenharia Eletrônica

Banco de Dados para Tratamentos de


Eletroquimioterapia

Florianópolis
2019
Alan Douglas Campagnaro

Banco de Dados para Tratamentos de


Eletroquimioterapia

Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido


para o Curso de Engenharia Eletrônica da
Universidade Federal de Santa Catarina. Ori-
entadora: Profa. Dra.Daniela Ota Hisayasu
Suzuki, Área de concentração: Engenharia
Biomédica.

Florianópolis
2019
Aos meus pais e irmã, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu
chegasse até esta etapa de minha vida.
Agradecimentos

Agradeço à Universidade Federal de Santa Catarina, por ter me acolhido durante


todo esse período de graduação. À minha orientadora, Professora Dra. Daniela Ota Hisayasu
Suzuki, pelo apoio, confiança, conselhos e pela oportunidade de realizar este trabalho. Aos
meus pais e irmã, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
“Don’t compare yourself with other people;
compare yourself with who you were yesterday“
(Jordan Peterson)
Resumo
A eletroquimioterapia é uma abordagem terapêutica que busca aumentar a permeabilização
celular através da aplicação de campos elétricos de curta duração e alta intensidade. Até
o momento, sua principal aplicação tem sido o tratamento de cânceres. No Brasil, em
particular, a eletroquimioterapia vem sendo utilizada na medicina oncológica veterinária.

É importante armazenar informações sobre esses tratamentos, dados sobre espécie, raça,
tipo de tumor, abordagem utilizada e resultados obtidos. Desenvolveu-se então uma base
de dados, com o objetivo de registrar esses tratamentos e criar um histórico que possa ser
acessado posteriormente por profissionais da área.

O acesso ao banco de dados se faz através de um website no qual usuários credenciados


podem registrar informações e também consultar dados de tratamentos antigos, tudo de
forma rápida e fácil. O sistema foi desenvolvido utilizando-se as linguagens de programação
PHP, Javascript, SQL, HTML e CSS. A base de dados utilizada foi a MariaDB que foi
criada contendo as tabelas necessárias. As páginas foram desenvolvidas e o resultado foi
hospedado em um servidor online, acessível através do domínio <www.veteridata.com.br>.

Palavras-chaves: câncer. veterinária. eletroquimioterapia. eletroporação. base de dados.


Abstract
Electrochemotherapy is a therapeutic approach that seeks to increase cell permeabilization
through the application of short duration and high-intensity electric fields. So far, its main
application has been cancer treatment. In Brazil, in particular, electrochemotherapy has
been used in veterinary cancer medicine.

It is important to store information about these treatments, data related to the species,
race, tumor type, medical approach and obtained results. A database was developed
in order to record this information and create a history that can be later accessed by
professionals in the field.

Access to the database is done through a website where approved users can register
information and also search for data from old treatments, all quickly and easily. The
system was developed using the programming languages PHP, Javascript, SQL, HTML
and CSS. The database used was MariaDB, it was created alongside the tables needed for
the project. The webpages were developed and hosted at an online server, which can be
accessed through the URL <www.veteridata.com.br>.

Key-words: cancer. veterinary. electrochemotherapy. electroporation. data base.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Estrutura de Colunas da Tabela de Cadastros . . . . . . . . . . . . . . 18


Figura 2 – Login (Computador) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 3 – Busca (Computador) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 4 – Cadastro (Computador) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 5 – Tela de Resultados da Busca (Computador) . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 6 – Login (Smartphone) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 7 – Busca (Smartphone) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 8 – Cadastro (Smartphone) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 9 – Cadastro (Smartphone) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 10 – Resultados (Smartphone) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 11 – Resultados (Smartphone) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Lista de abreviaturas e siglas

INCA Instituto Nacional do Câncer

EQT Eletroquimioterapia

ESOPE European Standard Operating Procedures of Electrochemotherapy

SGDB Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados

API Application Program Interface

HTML Hypertext Markup Language

CSS Cascating Style Sheets

SQL Structured Query Language

BLOB Binary Large Object

PHP Hypertext Preprocessor (Personal Home Page)

IP Internet Protocol

DNS Domain Name System

HTTP The Hypertext Transfer Protocol

HTTPS The Hypertext Transfer Protocol Secure

SSL Secure Sockets Layer


Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 O QUE É CÂNCER? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2 ELETROPORAÇÃO E ELETROQUIMIOTERAPIA . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 MOTIVAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.4 OBJETIVO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 OBJETIVO ESPECíFICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 FERRAMENTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 BASE DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3 LINGUAGENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3.1 HTML e CSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.2 Javascript . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.3 PHP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.4 SQL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4.1 Pesquisa e Instalação de Ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4.2 Criação do Banco de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4.3 Criação do Website . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4.4 Hospedagem do Website . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.5 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.1 ACESSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 TELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.3 TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
12

1 Introdução

1.1 O que é Câncer?


Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum
o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapi-
damente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a
formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo (FERLAY;
PARKIN; STELIAROVA-FOUCHER, 2010).
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo.
Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas.
Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são
chamados sarcomas.
No ano de 2018, dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) estimam o
surgimento de 18.1 milhões de casos de câncer ao redor do mundo, resultando em 9.6
milhões de mortes. Um em cada 5 homens e uma em cada 6 mulheres desenvolvem câncer
ao longo da vida, sendo que um em 8 homens e uma em 11 mulheres morrem da doença
(ORGANIZATION, 2018).
No Brasil, o câncer é um grave problema de saúde pública, tanto em relação ao
controle de casos registrados como atividades de prevenção, situação sócio-econômica
e desigualdades regionais, além de ser considerada a segunda causa de morte no país.
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), no ano de 2018 foram estimados 582.290
casos novos de câncer, sendo 300.140 em homens e 282.450 em mulheres (INCA, 2019).
A oncologia veterinária é uma especialidade que estuda as enfermidades neoplá-
sicas em animais. Está em constante inovação e tem demonstrado novas possibilidades
de protocolos voltados à terapêuticas antitumorais. Esses tratamentos diferem entre si
quanto ao tempo de tratamento, eficácia, efeitos colaterais, reestabelecimento do paciente,
segurança e tantas outras questões que são relevantes ao médico veterinário na hora de
escolher qual a melhor opção para seu paciente (SILVEIRA et al., 2010).
Atualmente a incidência de neoplasias em cães tem aumentado consideravelmente.
Cuidados como nutrição equilibrada, vacinação e visitas frequentes ao veterinário têm
proporcionado melhor qualidade de vida aos cães, porém favorecem o aumento da incidência
de doenças relacionadas à idade, como ocorre com as neoplasias (PAOLONI; KHANNA,
2007). Dentre os cães que alcançam dois anos de idade, acredita-se que 1 em cada 4 morre
de câncer e que certas raças superam esta estimativa em termos de incidência de doença
neoplásica e mortalidade (WITHROW, 2007) (PAOLONI; KHANNA, 2007) (OLSON,
Capítulo 1. Introdução 13

2007). A neoplasia mamária é frequentemente diagnosticada em cães representando 70%


de todos os casos de neoplasias (MERLO et al., 2008). O câncer mamário acomete com
maior frequência fêmeas entre 9 e 12 anos de idade e as raças nas quais se observa maior
incidência além dos animais sem raça definida são: Poodle, Pastor Alemão e Cocker Spaniel.
Estima-se que o risco desta neoplasia ser maligna é de 41% a 53% e, dentre esses, cerca de
50% são carcinomas (WITHROW, 2007).

1.2 Eletroporação e Eletroquimioterapia


A eletroporação é um fenômeno físico que induz a criação de poros na membrana
celular decorrente da aplicação de campos elétricos de alta intensidade e curta duração. O
aumento da permeabilidade causado pelo campo pode ser utilizado em aplicações médicas
(YARMUSH et al., 2014). Esse é um fenômeno caracterizado de acordo com o seu efeito,
que pode ser reversível (RE) ou irreversível (IRE). Enquanto a eletroporação reversível é
utilizada para garantir uma permeabilização temporária (de forma que a membrana volte
para o seu estado inicial após a aplicação do pulso), a eletroporação irreversível causa uma
mudança molecular tão intensa na membrana, que esta não se recupera mais, causando a
morte celular (IVORRA, 2009).
É nesse contexto que a eletroquimioterapia (EQT) se torna relevante, uma vez que
ela utiliza o mecanismo de eletroporação reversível com a finalidade de facilitar o transporte
de quimioterápicos para o interior de células tumorais. Dessa forma, em comparação
com o quimioterapia comum, a citotoxicidade da Bleomicina aumenta em milhares de
vezes (MIR et al., 1991).O protocolo da EQT é definido pelo ESOPE (European Standard
Operating Procedures of Electrochemotherapy). A eletroquimioterapia é frequentemente
utilizada em tratamentos de câncer cutâneos e subcutâneos em clínicas na Europa (I et al.,
2014) enquanto que, no Brasil, em clínicas veterinárias (SUZUKI et al., 2015) (SUZUKI;
MARQUES; RANGEL, 2015) (SUZUKI et al., 2017).
A eficácia da EQT está diretamente relacionada com a distribuição do campo
elétrico aplicado no tumor, portanto é necessário garantir que toda a área do tumor seja
eletroporada, caso contrário, nem todas as células podem morrer e o câncer pode reincidir.
A efetividade da eletroquimioterapia em humanos vem sendo apresentada nos
tratamentos com tipos diferentes de tumores (e.g., mastocitomas, sarcomas, entre outros)
(MALI et al., 2013).
No Brasil, a eletroquimioterapia está sendo aplicada na área veterinária (SUZUKI
et al., 2015). Os pacientes (em geral, cães) apresentam grandes variações de espessura
da epiderme e derme. Desta forma, pode haver alterações na efetividade do tratamento.
Um estudo qualitativo, com a finalidade de comparar a utilização de placas paralelas
ou eletrodos agulha foi feito através do tratamento de tumores cutâneos para analisar a
Capítulo 1. Introdução 14

robustez da eletroquimioterapia (NEVES et al., 2014).

1.3 Motivação
Com a evolução dos estudos sobre eletroporação e o crescimento da utilização
de tratamentos por eletroquimioterapia na oncologia veterinária surge a necessidade de
criar-se um local para registro desses procedimentos.

1.4 Objetivo Geral


Implementar um sistema que possibilite de forma rápida e simples a inserção e
armazenamento de dados provenientes de tratamentos de EQT. Esses dados poderão então
ser consultados por profissionais da área que baseando-se em um histórico de tratamentos
semelhantes serão capazes de prever possíveis problemas, encontrar soluções e tomar
decisões adequadas.

1.5 Objetivo Específico

• Criar uma interface gráfica com JavaScript, HTML e CSS.

• Criar um banco de dados SQL utilizando MariaDB para armazenamento de dados.

• Criar uma lógica de servidor utilizando PHP para inserção e leitura de dados no
Banco de Dados.

• Implementar sistema de login com senha para restringir o acesso à somente pessoas
autorizadas.

• Criar a interface de forma responsiva, para que seja utilizável em telas de dispositivos
móveis.
15

2 Métodos

2.1 Ferramentas
O website foi inicialmente hospedado localmente. Isso foi possível através da ferra-
menta open-source XAMPP (apachefriends.org). Um pacote para desenvolvimento que
contém o servidor web Apache (httpd.apache.org), a base de dados MariaDB (mari-
adb.org) e interpretadores para as linguagens PHP (Hypertext Preprocessor, php.net) e
Pearl (pearl.org). A ferramenta para administração de banco de dados phpMyAdmin
(phpmyadmin.net) também está inclusa no pacote.
As páginas foram todas criadas a partir do zero em um editor de texto, para este
projeto optou-se pelo Brackets (brackets.io), por possuir várias funcionalidades e facilidades
voltadas à desenvolvedores web, como a possibilidade de exibir o progresso em tempo real
no navegador Google Chrome (google.com/chrome).

2.2 Base de Dados


O SGDB (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados) escolhido foi o MariaDB,
uma ramificação do mais conhecido MySQL (mysql.com), base de dados relacional de
livre acesso adquirida pela Oracle Corporation, amplamente utilizado ao redor do mundo
para diversas aplicações por empresas como HP, Nokia, Sony, Lufthansa e NASA. O
banco de dados cumpre todas as especificações necessárias que garantem a segurança das
informações, garantindo a confiabilidade do serviço.
O modelo relacional significa que os dados são armazenados na forma de tabelas,
relacionando linhas e colunas, com cada tabela possuindo uma chave primária única,
identificando cada nova entrada.
O MariaDB foi lançado em 2009, funciona da mesma maneira que o MySQL, sendo
mantido atualizado conforme sua última versão, possuindo todos os mesmos comandos,
interfaces, bibliotecas e APIs (Application Program Interface). O projeto foi criado pelos
próprios fundadores do MySQL, após a aquisição da Oracle.

2.3 Linguagens
O desenvolvimento do trabalho exigiu o conhecimento de diversas linguagens de
programação, as quais serão brevemente citadas aqui, juntamente com a explicação da
função de cada uma no sistema.
Capítulo 2. Métodos 16

2.3.1 HTML e CSS


A interface com o usuário é feita através de páginas em um website, construídas a
partir das linguagens de HTML (Hypertext Markup Language, html.com) e CSS (Cascading
Style Sheets, w3.org/Style/CSS). Estas não são consideradas linguagens de programação.
O HTML é considerado uma linguagem de marcação, enquanto o CSS uma linguagem de
folha de estilos.
HTML é responsável pelo conteúdo da página, como texto, imagens, campos e
botões. CSS descreve a apresentação da página, layout, posição de elementos, cores, tipo e
tamanho de fonte.

2.3.2 Javascript
Um website pode ser interativo e responder às ações do usuário com mudanças na
página, isso é possível através da criação de scripts.
Javascript (javascript.com) é uma linguagem de programação interpretada pelo
navegador. Sua função neste sistema é tornar as páginas dinâmicas. Por exemplo, na tela
de cadastro de animais, o número de campos exibidos para o preenchimento depende do
número de sessões de EQT realizadas, definido pelo usuário anteriormente, ou seja, uma
entrada de informação interfere na exibição da página.

2.3.3 PHP
Sistemas online podem ser separados em duas partes, quanto ao seu desenvolvimento,
front-end e back-end, que não necessariamente são feitos pelo mesmo profissional.
As linguagens citadas até o momento descrevem a parte do website que o usuário é
capaz de ver, a interface do cliente. Para dar instruções ao lado do servidor utilizou-se o
PHP, linguagem de programação interpretada pelo servidor.
A comunicação com o servidor é essencial pois é nele que se encontra o banco de
dados. O PHP cria a conexão com o banco, extrai os dados e encerra a conexção.

2.3.4 SQL
A comunicação direta com o banco de dados é feita através da linguagem SQL
(Structured Query Language). Essa linguagem de alto nível permite inserir, editar, excluir,
filtrar e buscar dados no banco.
De acordo com a ANSI (American National Standards Institute), SQL é a linguagem
padrão para sistemas de gerenciamento de bases de dados relacionais, como Oracle
(oracle.com), Mysql, MariaDB, PostgreSQL (postgresql.org).
Capítulo 2. Métodos 17

2.4 Processo de Desenvolvimento


2.4.1 Pesquisa e Instalação de Ferramentas
Previamente ao início do projeto, pesquisou-se sobre maneiras de como desenvolvê-lo.
Foi necessário estudar as linguagens de programação envolvidas e encontrar as ferramentas
adequadas para a elaboração do trabalho.
Como material de estudo foram utilizados cursos da Udemy (udemy.com), canais
do Youtube (youtube.com) e websites educacionais como "w3schools.com".

2.4.2 Criação do Banco de Dados


Utilizando a ferramenta phpMyAdmin, criou-se uma nova base de dados chamada
"dadosveterinarios". Dentro desta base foram criadas duas tabelas, a principal, chamada de
"cadastrodeanimais"que armazena os dados cadastrados pelo usuário. A tabela contém 41
colunas, sendo a primeira um número de identificação único, definido como chave primária
auto incrementável. O restante das colunas será preenchido com informações do animal,
recebendo texto, dado de tipo varchar (contém letras, números e caracteres especiais), ou
imagem, dado do tipo BLOB. A estrutura de colunas pode ser observada na figura 1.
Uma segunda tabela foi criada, chamada “logininfo”, contendo informações do
usuário. Para acessar o sistema será necessário efetuar login, as informações inseridas pelo
usuário serão comparadas com os dados desta tabela para autorizar ou não a entrada no
sistema.

2.4.3 Criação do Website


Após a geração do banco de dados, necessita-se implementar uma maneira fácil
de interagir com ele. Inicia-se o processo de desenvolvimento da interface, na forma de
um website responsivo, que adapta seu layout ao tamanho da tela do usuário, que pode
acessar de um computador ou dispositivo móvel.
A estrutura do site consiste de arquivos com extensão .html ou .php, sendo o
primeiro para páginas com conteúdo estático e o segundo para páginas que de alguma
forma se comunicam com o servidor. O arquivo nomeado “index.html” ou “index.php” é o
primeiro a ser buscado pelo servidor no momento do acesso, este contém a primeira página
a ser exibida.
Em um editor de texto, através de código HTML se inserem os elementos na
tela, blocos de texto, campos a serem preenchidos, tabelas e imagens. Cada elemento
criado possui uma identificação, id para um elemento individual, ou classe, para múltiplos
elementos semelhantes. Em um documento separado, com extensão .css, listam-se todos os
Capítulo 2. Métodos 18

Figura 1 – Estrutura de Colunas da Tabela de Cadastros

Fonte: Próprio Autor

ids, classes e definem-se diversos atributos a cada um. Os atributos contêm informações
sobre tamanho, posição, fonte, cor, visibilidade, tudo o que for necessário para a exibição
do elemento. Em um website responsivo, parâmetros como tamanho e posição nunca
devem ser explicitados em valores absolutos, como pixels, e sim em valores relativos, como
porcentagens da dimensão da tela.
Para transmitir informações entre páginas, ou acessar o banco de dados, escrevem-se
linhas de código em PHP. Valores preenchidos em um campo pelo usuário são alocados
em variáveis e através de determinados métodos (funções), podem ser chamados em outra
parte do site. O conteúdo dessas variáveis também pode ser inserido em um comando
SQL que poderá realizar uma busca, inserir ou excluir uma informação da base de dados.
Este comando pode gerar uma resposta exibindo dados ou alguma mensagem desejada na
forma de texto, tabelas ou imagens.
Capítulo 2. Métodos 19

2.4.4 Hospedagem do Website


Todas as etapas anteriores foram feitas localmente, utilizando o servidor Apache. O
próximo passo é tornar o website disponível ao público, para isso é preciso hospedá-lo em
um servidor online. Escolhido o provedor, este deve fornecer o nome e IP do servidor, assim
como as credenciais para o acesso. Faz-se então o upload de todos os arquivos, códigos,
imagens, seguindo a mesma estrutura de diretórios já existente.
A base de dados também é inicialmente criada localmente, portanto seu conteúdo
deve ser exportado, na forma de um arquivo com extensão .sql. O provedor escolhido deve
oferecer uma ferramenta de administração de banco de dados, comumente phpMyAdmin,
a mesma que já estava sendo utilizada. Cria-se então, a base de dados no servidor, assim
como um novo usuário. Associa-se o usuário à base de dados, e concedem-se as permissões
necessárias. Feito isso, importa-se o arquivo .sql gerado anteriormente e uma réplica da
base de dados passa a existir no servidor.
Até este ponto, o website pode somente ser acessado a partir de um endereço de
IP, o que não é nada prático. Soluciona-se este problema nomeando o domínio. Adquire-se
então um nome de domínio, em nosso caso veteridada.com.br, este domínio deve ser
renovado e readquirido anualmente. Servidores DNS ao redor do mundo levam cerca de
24h para sincronizar e associar o endereço de IP ao nome escolhido.
Por fim, em uma etapa não essencial, mas importante, adiciona-se um certificado
SSL ao website. Transformando o protocolo HTTP em HTTPS, que dita a forma com
que a troca de dados entre cliente e servidor é feita. Para HTTP, os dados trafegam em
plaintext, ou seja, texto na sua forma original que pode ser lido por qualquer interceptador.
Já o protocolo HTTPS, trabalha com criptografia dos dados, que trafegam na forma de
ciphertext e somente decifrado por meio de uma chave, compartilhada entre o servidor
e o cliente. O certificado SSL é muitas vezes fornecido pelo provedor e leva cerca de
algumas horas para ser ativado. Finalizadas essas etapas, o website está funcional, com
boa segurança e disponível ao público.

2.5 Funcionamento do Sistema


Nesta sessão, será detalhado o funcionamento do sistema, sem a necessidade da
exibição dos códigos. No momento do acesso, o servidor busca o arquivo nomeado index.php,
este contém a primeira página a ser exibida. No veteridata.com.br o conteúdo deste arquivo
é um teste, se o login já foi efetuado e aprovado, redireciona-se para a página principal,
caso contrário, para a tela de login.
Na tela de login, figura 2, observa-se o logotipo do sistema, seguido de dois campos,
para inserção de nome de usuário e senha, com um botão de confirmação logo abaixo.
Capítulo 2. Métodos 20

Preenchidos os campos e pressionado o botão chama-se novamente a página index.php,


que cria a conexão com o banco de dados e envia um comando SQL buscando pelo nome
de usuário. Se o nome de usuário não existe, retorna-se a tela de login, com a mensagem
“usuário inexistente”. Caso exista o usuário, comparam-se as senhas, não correspondendo
os valores, retorna-se tela de login, exibe-se a mensagem “senha incorreta”. Por fim, se as
informações estão todas corretas, redireciona-se à página principal.
A página principal, figura 3, consiste de uma barra navegação no topo, com as
opções sair, que retorna a sessão de login, e cadastro, que redireciona à página de cadastro,
que será detalhada mais adiante. Também na página principal encontra-se novamente o
logotipo seguido de dois campos, busca por nome do animal e busca por nome do médico
veterinário, um botão de confirmação existe abaixo. Apenas uma das opções de busca
necessita ser preenchida, porém podem-se utilizar as duas para filtrar um animal específico
tratado por um profissional específico.
Ao selecionar o botão de busca, invoca-se a página de resultados 5. Realiza-se
novamente a conexão com o banco de dados, enviando um comando SQL, buscando na
coluna referente à entrada inserida, um dado com o mesmo nome. Não encontrado nenhum
dado, retorna-se a mensagem “0 resultados encontrados”. Existindo resultados válidos,
selecionam-se todas as linhas compatíveis com a busca e imprimem-se na tela, na forma de
tabelas verticais, com duas colunas, a da esquerda com o tipo de informação e a da direita
com o seu valor, podendo ser texto, número, data ou imagem. Imagens podem ser clicadas
para exibição em tela cheia. Na sequência de cada tabela de resultados, há um botão com
a opção excluir, que abre uma janela de confirmação. A barra de navegação da página
principal está presente também na tela de resultados, desta vez com a opção de voltar.
A tela de cadastro, figura 4, já mencionada anteriormente, é formada por uma
sequência de campos referentes aos dados a serem inseridos no banco. Alguns campos
possuem preenchimento obrigatório, outros são opcionais. Em um deles escolhe-se o número
de sessões já realizadas, a partir desse número, geram-se automaticamente novos espaços
para preenchimento. Ao fim da página encontra-se um botão de confirmação do cadastro.
Este confere se os dados obrigatórios foram informados, se sim, chama-se um novo script,
para adicionar as informações à base. O script abre a conexão, e envia um comando
para inserir os valores em suas correspondentes posições na tabela de dados. Completado
o processo, retorna-se a tela de cadastro e exibe-se a mensagem “cadastro efetuado”.
Utiliza-se a barra de navegação para retornar à página principal.
21

3 Resultados e Discussões

3.1 Acesso
O resultado final do trabalho pode ser acessado por meio de qualquer dispositivo
que possua um navegador e conexão com a internet, através do endereço <http://www.
veteridata.com.br>.
Atualmente, para garantir segurança dos dados dados, a única maneira de se
adicionar um usuário é solicitar diretamente ao desenvolvedor. No momento esta é a única
maneira de confirmar se a pessoa é realmente um profissional da área. Ao ser aprovado,
recebe-se um login e uma senha e pode-se utilizar o sistema de forma livre.

3.2 Telas
O tamanho dos elementos da interface varia de acordo com o tamanho da tela
do dispositivo, mantendo o texto sempre em um tamanho legível. As figuras 2, 3, 4 e 5
mostram o sistema visto através de uma tela de computador.
Como o website foi construído de forma responsiva, ao ser acessado em um disposi-
tivo de tela menor, como um celular por exemplo, os elementos da interface se reorganizam
para manter a usabilidade, conforme observa-se nas figuras 6, 7, 8, 9, 10 e 11.

Figura 2 – Login (Computador)

Fonte: Próprio Autor


Capítulo 3. Resultados e Discussões 22

Figura 3 – Busca (Computador)

Fonte: Próprio Autor

Figura 4 – Cadastro (Computador)

Fonte: Próprio Autor


Capítulo 3. Resultados e Discussões 23

Figura 5 – Tela de Resultados da Busca (Computador)

Fonte: Próprio Autor


Capítulo 3. Resultados e Discussões 24

Figura 6 – Login (Smartphone) Figura 7 – Busca (Smartphone)

Fonte: Próprio Autor Fonte: Próprio Autor

Figura 8 – Cadastro (Smartphone) Figura 9 – Cadastro (Smartphone)

Fonte: Próprio Autor Fonte: Próprio Autor


Capítulo 3. Resultados e Discussões 25

Figura 10 – Resultados (Smartphone) Figura 11 – Resultados (Smartphone)

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3.3 Trabalhos Futuros


O resultado final do projeto é um sistema funcional, que atende aos objetivos
especificados, porém há grande margem para melhorias.
Implementações futuras deve promover a diferenciação de tipos de usuários, com
distintos níveis de permissões. Usuários básicos poderão acessar o sistema e apenas realizar
consultas e cadastros, um segundo nível de permissões permitirá além disso, excluir dados
e exportar a base de dados completa na forma de um arquivo de Excel (microsoft.com),
no formato ".csv".
Outra mudança necessária, para uso em grande escala, seria uma forma automática
de aceitar e validar novos usuários. No momento a única forma de se obter credenciais é
solicitar diretamente ao desenvolvedor.
O sistema atual é acessível em dispositivos móveis por meio do navegador, essa
forma de acesso apesar de funcional não é a mais adequada. O ideal seria a forma de
aplicativo, o que proporciona um série de vantagens, como melhor performance e mais
fácil acesso a funções do dispositivo, como câmera, GPS e exibição de notificações.
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4 Conclusão

O intuito do projeto foi a criação de um sistema para registro de informações


referentes a tratamentos por EQT. Esses dados provavelmente já haviam vindo sendo
armazenados localmente porém este projeto possibilita além do armazenamento, a inte-
gração de todas essas informações. Registros feitos por um usuário estão imediatamente
disponíveis aos outros, contribuindo com toda a comunidade. Ao distribuir essas informa-
ções na internet, devem-se tomar cuidados quanto a segurança dos dados, devido a isso
restringe-se o acesso por meio de senha.
A forma escolhida de acesso ao banco de dados foi um website devido à possibilidade
de alcance à grandes audiências. O mesmo sistema pode ser acessado independente de
sistema operacional, ou dispositivo, diferente de como ocorre com aplicativos, que são
específicos a uma plataforma.
Um dos focos do desenvolvimento desse sistema foi na praticidade de uso. Nos
dias atuais dispositivos móveis são extremamente populares e em muitas situações vem
substituindo o uso de computadores convencionais. Em 2018, 58% das visitas a web foram
feitas através de dispositivos móveis o que contabiliza 42% de todo o tempo passado online
(ENGE, 2019). Por esses motivos criou-se um sistema acessível pelo celular, ou qualquer
outro dispositivo que contenha um navegador, assim como conexão com a internet. A
interface se molda ao tamanho da tela do usuário, mantendo o texto em tamanho legível e
toda a funcionalidade de navegação independente da forma de acesso.
O resultado do trabalho atende aos objetivos propostos, é possível em questão
de minutos, utilizando um smartphone, efetuar um cadastro preenchendo as informações
necessárias e fazendo upload de imagens armazenadas no aparelho. Feita a confirmação,
qualquer outro usuário, independente de onde esteja, pode buscar e ver essas informações.
Esta era a meta inicial do projeto, durante seu desenvolvimento surgiram ideias de
aprimoramentos que podem ser implementadas no futuro. O sistema atual apresenta-se
em sua forma básica, porem completamente funcional.
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Referências

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