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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES

IMOBILIÁRIAS
ECONOMIA EM NEGÓCIOS
Olá cursistas!

Bem-vindos e bem-vindas ao curso Técnico em Transações Imobiliárias,


organizado pela equipe técnica do CETEG.
Por meio do estudo do material disponibilizado, atividades no Ambiente Virtual
de Aprendizagem e prática dos exercícios, buscaremos oferecer ao cursista
ferramentas para uma formação profissional de qualidade

Bom trabalho!

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

O CETEG como centro de desenvolvimento tecnológico, na área de educação, através


de um trabalho sério, realizado nos últimos anos no campo da formação continuada
para profissionais da educação, fortalece e amplia o seu programa de cursos,
instituindo, em Goiás o curso Técnico em Transações Imobiliárias (TTI).
Este curso tem como objetivo formar profissionais competentes para atuar no mercado
imobiliário realizando atividades como: captação, vistoria, corretagem de imóveis,
condução do processo documental, prestação de consultoria e também o serviço de pós
venda em condições de qualidade e tempo de resposta.
Nossa preocupação em atender as demandas profissionais do mercado imobiliário se
reflete no cuidado em oferecer um curso aprovado pelo Conselho Estadual de
Educação de Goiás por meio da Resolução CEE/CEP nº 54, de 17 de agosto de
2012 – dispõe sobre o curso de Habilitação Técnica de Nível Médio em Transações
Imobiliárias, na modalidade de Educação Distância – EaD - na modalidade:
semipresencial e Portaria do COFECI n. 081/2012.
O curso é oferecido na modalidade semipresencial, utilizando-se da plataforma Moodle
ou Material Apostilado, mediado por professores formadores/tutores renomados. Além
dos momentos presenciais, serão oferecidos no ambiente virtual: fórum de
apresentação, fórum de noticias, slide com conteúdos pertinentes ao curso em questão,
links de reportagens direcionadas, sistematização da aprendizagem.
Com uma carga horária de 1200h, o curso de TTI oferecido pelo CETEG, tem como
prioridade a qualificação e capacitação de um profissional completo e com total
conhecimento na área de Imóveis do nosso estado.
Um diferencial oferecido pelo CETEG é a realização de todo processo de estudo e
avaliações aqui mesmo em nossa sede em Goiânia.

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ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES A DISTÂNCIA

Prezado (a) Cursista,


O CETEG preparou esta orientação para conduzir a execução das atividades que serão
realizadas a distância, propostas no AVA – ambiente virtual de aprendizagem, do curso
escolhido por você, para aperfeiçoar sua atuação profissional com o apoio da equipe do
CETEG.

A concepção de avaliação utilizada pelo CETEG está fundamentada nas concepções de


avaliação para educação a distância de teóricos que atualmente pesquisam sobre a
modalidade, conforme segue:

“A avaliação aborda tanto as avaliações presenciais como a participação do aluno nas


atividades virtuais. Desta forma, percebe-se a avaliação em EAD como um processo
contínuo. A avaliação da participação virtual dos alunos é realizada através da
participação dos mesmos em atividades no ambiente virtual de aprendizagem e/ou no
material disponibilizado.”

Para obter sucesso na finalização de seus estudos pelo CETEG é importante seguir
alguns passos:
1- Participe das atividades presenciais obrigatórias, elas serão o início da discussão
das disciplinas;
2- Leia com atenção todo o material recebido bem como o material disponível no
AVA;
3- Realize as atividades propostas pelo seu tutor no AVA;
4- Para acessar o AVA siga os passos do manual do MOODLE;
5- Utilize seu login e sua senha de acesso que serão encaminhados para seu email
pelo seu tutor;
6- Durante todo o período do curso você terá à sua disposição tutores para auxiliá-
lo, neste curso a profissional indicada é Missaela Lima, seu email:
cetegtutoria@gmail.com
Telefone: (62) 3095-2095
7- O cursista será avaliado ao final do curso, mediante participação nas atividades
propostas e avaliação presencial final, exigindo-se média mínima: 6,0 (seis),
frequência mínima de 75% que será acompanhada via relatórios da plataforma,
atividades a distância e avaliação presencial.

BOM CURSO E CONTE CONOSCO EM SEU PROCESSO DE FORMAÇÃO,


ESTAMOS À DISPOSIÇÃO!

Equipe do CETEG

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ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE AVALIAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM
TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

AOS CURSISTAS

O CETEG adota uma política de avaliação baseada nos princípios da legislação


pertinente no Brasil e em Goiás.

A fim de formar profissionais de qualidade o Centro de Ensino Tecnológico de


Goiás adotará o critério de Avaliação Contínua, onde o aluno será avaliado
qualitativamente e quantitativamente com conceitos resultantes dos seguintes
instrumentos de Avaliação:

- Participação ativa nas atividades presenciais, com questionamentos e


complementação em debates levantados;
- Avaliações Quantitativas e Qualitativas;
- Trabalhos de pesquisas bibliográficas;
- Trabalhos e avaliações práticos em Laboratórios;
- Apresentação de relatórios;
- Auto-avaliação.

No curso Técnico em Transações Imobiliárias constituirão itens para a somatória


final do componente curricular:

Atividade Tipo Pontuação


Participação na atividade Atividade obrigatória 2,0
presencial
Realização das atividades Atividade obrigatória 3,0
iniciais no AVA (fóruns,
leituras e demais atividades)
Leituras Complementares Atividade Facultativa 1,0 (bônus)
Avaliação Presencial* Atividade obrigatória (ver 5,0
cronograma)
Total 10,0

*A avaliação presencial é uma atividade elaborada pelo professor da disciplina baseada


na aula presencial e no material disponibilizado. É parte componente da avaliação total
da disciplina. Será destinado, um dia para esta atividade, (constará no cronograma da
turma). Caso não seja justificada a ausência, o aluno ficará sujeito às taxas de
remarcação de prova, disponíveis na secretaria do CETEG.

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Programa de Disciplina

CURSO: TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

DISCIPLINA: ECONOMIA EM NEGÓCIOS

DOCENTE: Márcio Dourado Rocha

EMENTA:
Apresentar noções de Economia, bem como sua aplicabilidade no ambiente de
negócios. Como ferramenta para as discussões serão apresentados, dentro do contexto
empresarial, questões de introdução à economia e microeconomia, bem como suas
interações e aplicações
.
OBJETIVOS

Compreender e analisar criticamente as questões econômicas que


interferem diretamente no ambiente de negócios.
Identificar e analisar os principais conceitos da macroeconomia e
microeconomia.

CONTEÚDO

Introdução à economia
Demanda, oferta e equilíbrio de mercado
Elasticidades
Produção
Estruturas de Mercado.

METODOLOGIA

Para ministrar os referidos conteúdos, adotarei as seguintes metodologias:


Aula expositiva dialogada,
Análise e interpretação textual,

AVALIAÇÃO

A avaliação é um elemento fundamental no processo de aquisição do conhecimento,


pois permite verificar e acompanhar o processo de ensino-aprendizagem do aluno. Para
que ocorra com êxito deverá ser contínua e obedecer alguns critérios como:
Envolvimento e participação nos temas propostos;
Resolução de exercícios práticos;
Realização de avaliação escrita com questões objetivas e subjetivas.

BIBLIOGRAFIAS:

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ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 17.ed. São Paulo: Atlas, 1997.

VASCONCELLOS, Marco Sandoval e BENEVIDES, Diva (orgs.), Manual de Economia


dos Professores USP, 4a ed. Saraiva , 2003.

VASCONCELLOS, Marco Sandoval, Economia, Micro e Macro, Atlas, 2002.

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Texto – Aula Presencial

: A CIÊNCIA "ECONOMIA"

1. DEFINIÇÕES:

Nesta aula serão apresentadas definições de ECONOMIA, propondo destacar seu


conteúdo enquanto ciência, sua relação com as demais ciências (política, história,
geografia, matemática e estatística); seu objeto; métodos de investigação e a
identificação dos problemas econômicos básicos.

1.1. PRIMEIRAS DEFINIÇÕES:

A primeira definição de economia foi utilizada por ARISTÓTOLES (384 a.C.),


considerado o primeiro analista econômico. A Economia era a Ciência da administração
da comunidade doméstica, a ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição.
Sua própria etimologia nos oferece uma reflexão: OIKONOMIA, de OIKOS = CASA e
NOMOS = LEI.

Com as mudanças no curso da história, as questões econômicas vão paulatinamente


assumindo importância, principalmente no período pós-renascentista e com o
desenvolvimento de novos Estados-Nações (França, Alemanha, Inglaterra, Portugal e
posteriormente a descoberta da América). Dois fatores podem ser destacados desta
nova fase: o alargamento das dimensões do mundo econômico e à consolidação da
figura política do Estado-Nação. Neste sentido a ECONOMIA passa a ter nova
definição: "seria um ramo do conhecimento essencialmente voltado para melhorar a
administração do Estado, sob o objetivo central de promover seu fortalecimento.
Portanto, atendia aos objetivos políticos do Estado.

1.2. DEFINIÇÕES CLÁSSICAS

A partir do século XVII, a ECONOMIA passa a ingressar em sua fase científica, os


princípios fundamentais da economia foram reformulados por pensadores econômicos.
As principais obras publicadas foram

a) 1758 - FRANÇOIS QUESNAY (Francês), o Tableau Economique (Quadro


Econômico), tendo como fundamento que toda riqueza se extraía da natureza e a
agricultura seria a única atividade geradora de excedentes. A vida econômica
obedecia a leis naturais que deveriam ser respeitadas pelos governantes, como o
direito à propriedade e a liberdade de ação segundo os interesses individuais de
cada pessoa.
b) 1776 - ADAM SMITH (escocês), A Riqueza das Nações: Investigação sobre sua
Natureza e suas Causas, que segundo o autor haveria uma "mão - invisível"
responsável pela regulação da economia.
Essas duas obras representaram o passo inicial para que os pensadores econômicos
dedicassem suas atenções aos estudos sobre a descoberta, análise dos princípios,

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teorias e leis que pudessem ser estabelecidas para os três compartimentos da atividade
econômica: FORMAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO das riquezas. As definições da
ECONOMIA fundamentaram-se nessa chamada trilogia teórica (formação, distribuição e
consumo), os principais representantes foram: MALTHUS, LAW, STUART MILL,
QUESNAY, CANTILLON, DAVID RICARDO E JEAN BAPTISTE SAY.

1.3. DEFINIÇÕES CONTEMPORÂNEAS:

As definições baseadas na trilogia teórica prevaleceram até as últimas décadas do


século XIX, quando o teórico ALFREDO MARSHAL, em seu livro publicado em 1890
"Princípios de Economia", propôs uma nova definição: a ECONOMIA é a ciência que
examina a parte da atividade individual e social essencialmente consagrada a
atingir e utilizar as condições da escassez das nações, produzindo bens e
serviços a fim de atender as ilimitadas necessidades das pessoas".
A definição de Marshall constitui uma divisória entre as definições clássicas e
contemporâneas; os clássicos não se ocupavam com as causas e conseqüências das
depressões, escassez e atraso econômico, já os contemporâneos atribuíam à
ECONOMIA a análise das causas das prosperidades e recessão, examinando os
problemas decorrentes da escassez em face às ilimitadas necessidades humanas e a
investigação das condições necessárias para universalização do bem-estar dos povos.
O autor LIONEL ROBBINS, em sua obra em 1932, "Ensaios, Natureza e Significado da
Ciência Econômica", incorporou definitivamente à nova definição da ECONOMIA o
problema da e escassez, uma vez considerada as necessidades ilimitadas das pessoas.
Definiu ECONOMIA: "como sendo a ciência que estuda as formas do
comportamento humano, resultante da relação existente entre as ilimitadas
necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos
alternativos".
O autor PAUL SAMUELSON, definiu assim ECONOMIA: "é a ciência que se
preocupa com o estudo das leis econômicas indicadoras do caminho que deve
ser seguido para que seja mantida em nível elevado a produtividade, melhorando
o padrão de vida das populações e empregados corretamente os recursos
escassos".
A ECONOMIA passa a ser considerada a "Ciência da Escassez, e os teóricos
contemporâneos observaram que, o atendimento a quaisquer objetivos de bem-estar e
universalização do desenvolvimento econômico, dependeria, essencialmente, da melhor
administração dos recursos escassos. Portanto, é o estudo da escassez e dos
problemas dela decorrentes.
Na evolução das definições pode-se observar que a trilogia clássica (formação,
distribuição e consumo das riquezas) foi contemporaneamente substituída pela
dicotomia: recursos escassos e necessidades ilimitadas.

1.4. CONCEPÇÕES E DEFINIÇÕES SOBRE CIÊNCIA ECONÔMICA

O marco inicial da etapa científica da Teoria Econômica coincidiu com os grandes


avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas, nos séculos XVIII e XIX. Nesse
notável período da evolução do conhecimento humano, a Economia construiu seu
núcleo científico, estabeleceu sua área de ação e delimitou suas fronteiras com outras
ciências sociais. A construção de seu núcleo científico fundamentou-se no enunciado de
um apreciável volume leis econômicas, desenvolvidas a partir das concepções

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mecanicistas, organicistas e posteriormente humanas, através das quais os economistas
procuraram interpretar os principais fenômenos da atividade econômica.
Os economistas do grupo Organicista pretendiam que o organismo econômico se
comportasse como um órgão vivo. Os problemas de natureza econômica eram expostos
numa terminologia retirada da Biologia, tais como "órgão", "função", circulação, "fluxos",
"fisiologia", etc. A concepção Organicista da Economia se faz presente em vários textos
históricos, por exemplo: "as partes principais da Economia Social são relacionadas
com os órgãos dos quais a sociedade se serve para a criação, a distribuição e o
consumo dos bens, do mesmo modo como as partes principais da fisiologia do
homem são os órgãos que se relacionam com a nutrição, o crescimento e o
desenvolvimento do corpo humano".1
Já os mecanicistas pretendiam que as leis da economia se comportassem como
determinadas leis da Física e a terminologia usada era: "estática", "dinâmica",
"aceleração", rotação", "fluidez", "força", etc. Os textos referentes são: "A Economia
deveria se ocupar dos resultados produzidos por uma combinação de forças e
esses resultados deveriam ser descobertos com o auxilio da natureza mecânica
das atividades individuais."22
Todavia, as concepções Organicista e mecanicista, hoje, foram ultrapassadas pela
concepção humana da Economia, a qual coloca no plano superior os móveis
psicológicos da atividade humana. A Economia repousa sobre os atos humanos e é por
excelência uma ciência social. Apesar da tendência atual ser a de se obter resultados
cada vez mais precisos para os fenômenos econômicos, é quase que impossível se
fazer análises puramente frias e numéricas, isolando as complexas reações do homem
no contexto das atividades econômicas.
Felizmente, porém, o economista não precisa dar respostas com aproximação de muitas
casas decimais, pelo contrário, se apenas conseguir determinar o sentido geral de
causas e efeitos já terá dado um formidável passo avante.
Após todos esses enfoques a respeito da concepção da economia sua melhor definição
foi dada pelo economista americano Paul Samuelson: "Economia é uma ciência
social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos
e fins competitivos." Para complementar pode-se lembrar das palavras do Professor
Antônio Delfim Netto: "Economia é a arte de pensar". Apesar de especificado seu objeto,
a Economia relaciona-se com as demais áreas do conhecimento humano. A seguir
discutiremos a inter-relação da Economia com as demais ciências. Veremos que a
Economia é uma ciência social, ou seja, poderemos afirmar que ela não tem como agir
sozinha, depende das outras ciências sociais como, a Geografia, História, Direito,
Política, Sociologia matemática, Estatística, para a solução dos problemas.

2. OBJETO DA ECONOMIA:

Seguindo o curso das definições, o OBJETO DA ECONOMIA, também evoluiu


historicamente, desde as primeiras escolas econômicas do século XVIII até os dias
atuais, analisaremos a seguir essa evolução:

1
Texto de Jean B. Say - Século XVIII.
2 Texto de Hermann H. Gossen - século XIX:

10
Para ADAM SMITH, em seu livro "A Riqueza das Nações", esclarece que o OBJETO
da economia era o de empreender pesquisa sobre a natureza e as origens das
riquezas das nações, dizia respeito à formação das riquezas;
Para DAVID RICARDO, o OBJETO da economia dizia respeito ao terreno das
investigações sobre a repartição da riqueza, ou seja, sua distribuição;
Para KEYNES, em seu livro "A Teoria Geral" de 1936, o OBJETO da economia
deveria centralizar na pesquisa das forças que governam o volume da produção e do
emprego em seu conjunto , estava analisando o plano da produção, através da
análise das flutuações da atividade econômica, por isso a economia deveria
primordialmente preocupar-se em corrigir os desajustes e desequilíbrios.
O OBJETO central da Economia Contemporânea mantém-se ligado à dicotomia
entre recursos escassos e necessidades ilimitadas.

Após a 2ª Guerra Mundial o OBJETO da economia passa a ser estabelecido pelo


exame das condições necessárias à promoção do desenvolvimento econômico das
nações. Na ECONOMIA MODERNA o objetivo é promover simultaneamente o
progresso e a satisfação de produção de seus frutos, ou seja, desenvolvimento e
repartição.

EVOLUÇÃO DO SIGNIFICADO DO OBJETO DA ECONOMIA


TEÓRICOS SÉCULO XVIII TEÓRICOS SÉCULO XIX MODERNOS
ECONOMISTAS
Formação da Riqueza Repartição da Riqueza Objeto Duplo:
Estudo das flutuações
da atividade econômica
e da promoção do
desenvolvimento;
Investigação sobre a
repartição da riqueza

2.1 . OBJETO DA CIÊNCIA ECONÔMICA. A LEI DA ESCASSEZ

"Os recursos são limitados e as necessidades humanas são ilimitadas."


Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física - a lei da escassez, isto
é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos disponíveis a cada
sociedade.
Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os desejos humanos
pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que uma quantidade excessiva
de certo bem fosse de fato produzida. Nem importaria que os recursos disponíveis,
trabalho, terra e capital (este deve ser entendido como máquinas, edifícios, matérias-
primas, etc.), fossem combinados irracionalmente para a produção de bens. Não
havendo o problema da escassez, não faz sentido se falar em desperdício ou em uso
irracional dos recursos e na realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um
perdido e, pronto, um carro apareceria de graça.
Na realidade, ocorre que a escassez de recursos disponíveis acaba por gerar a
escassez dos bens - chamados "bens econômicos". Por exemplo: as jazidas de

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minério de ferro são abundantes, porém, o minério pré-usinável, as chapas de aço e
finalmente o automóvel são bens econômicos escassos. Logo, o conceito de escassez
econômica deve ser entendido como a situação gerada pela razão de se produzir bens
com recursos limitados, a fim de satisfazer as ilimitadas necessidades humanas.
Todavia, somente existirá escassez se houver uma procura para a aquisição do bem.
Por exemplo: o hino nacional na cabeça de um alfinete é um bem raro, mas não é
escasso porque não existe uma procura para aquisição.
Poder-se-ia perguntar: porque são os bens procurados (desejados)? A resposta é
relativamente simples: um bem é procurado porque é útil. Por UTILIDADE entende-se
"a capacidade que tem um bem de satisfazer uma necessidade humana.".
Desta última definição resta-nos conceituar o que são bem e necessidade humana.
BEM é tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Eles podem ser:
MATERIAIS - pois se pode atribuir-lhes características física de peso, forma, dimensão,
etc. Por exemplo: automóvel, moeda, borracha, relógio, etc.; IMATERIAIS - são os de
caráter abstrato, tais como: a aula ministrada, a hospedagem prestada, a vigilância do
guarda-noturno, etc. (em geral todos os serviços prestados são bens imateriais, ou seja,
se acabam quase que simultaneamente à sua produção).
O conceito de necessidade humana é concreto, neutro e subjetivo, porém, para não se
omitir da questão, definir-se á "NECESSIDADE HUMANA" como qualquer manifestação
de desejo que envolva a escolha de um bem econômico capaz de contribuir para a
sobrevivência ou para a realização social do indivíduo. Assim sendo, ao economista
interessa a existência das necessidades humanas a serem satisfeitas com bens
econômicos, e não a validade filosófica das necessidades.
Para se perceber a dificuldade da questão, é melhor exemplificar: para os muitos
pobres, a carne seca pode ser uma necessidade e não o ser para os mais ricos; para os
pobres um carro pode não ser uma necessidade, porém, para os da classe média já o é;
para os ricos a construção de uma mansão pode ser uma necessidade, ao passo que
pode não o ser para os de renda média.
O fato concreto é que no mundo de hoje todos pensam que desejam e "necessitam" de
geladeiras, esgotos, carros, televisão, rádios, educação, cinemas, livros, roupas,
cigarros, relógio, etc. As ilimitadas necessidades já se expandem para fora da esfera
biológica da sobrevivência. Poder-se-ia pensar que o suprimento dos bens destinados a
atender às necessidades biológicas das sociedades modernas seja um problema
solucionado com ele também o problema da escassez. Todavia, numa contra-
argumentação dois problemas surgem: o primeiro é que essas necessidades renovam-
se dia a dia e exigem contínuo suprimento dos bens a atendê-las; segundo é a
constante criação de novos desejos, e necessidades, motivadas pela perspectiva que se
abre a todos os povos, de sempre aumentarem o padrão de vida. Da noção biológica,
devemos evidentemente passar à noção psicológica da necessidade, observando que a
saturação das necessidades, e, sobretudo dos desejos humanos, está muito longe de
ser alcançada, mesmo nas economias altamente desenvolvida de nossa época.
Consequentemente, também o problema de escassez se renova.
Uma vez explicado o sentido econômico de escassez e necessidade, torna-se fácil
entender que "ECONOMIA é a ciência social que ocupa da administração dos
recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos", ou "ECOPNOMIA é
o estudo da organização social, através da qual os homens satisfazem suas
necessidades de bens e serviços escassos". As definições trazem de forma
explícita que o objeto da Ciência Econômica é o estudo da escassez e que ela se
classifica entre as Ciências Sociais.

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3. PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS

Nas bases de qualquer comunidade se encontra sempre a seguinte tríade de problemas


econômicos básicos:

O QUE e QUANTO produzir? - Isto significa quais os produtos deverão ser produzidos
(carros, cigarros, café, roupa, etc.) e em que quantidades deverão ser colocadas à
disposição dos consumidores.

COMO produzir? - Isto é, por quem serão os bens e serviços produzidos, com que
recursos e de que maneira ou processo técnico.

PARA QUEM produzir? - Ou seja, para quem se destina a produção, fatalmente para
os que têm renda.

É muito fácil entender que: QUAIS, QUANTO, COMO e PARA QUEM produzir não
seriam problemas se os recursos utilizáveis fossem ilimitados. Todavia, na realidade
existem ilimitadas necessidades e limitados recursos disponíveis e técnicas de
fabricação. Baseada nessas restrições, a Economia deve optar dentre os bens a serem
produzidos e os processos técnicos capazes de transformar os recursos em produção.

3.1. A TRÍADE DOS PROBLEMAS CENTRAIS: O QUE E QUANTO, COMO E PARA


QUEM PRODUZIR

Dentro desta linha de análise, observamos então que todas as sociedades sempre se
defrontaram, além dos dilemas básicos, com uma tríade de problemas fundamentais,
que se inter-relacionam nos níveis econômico, tecnológico e social.

A questão econômica só será plenamente solucionada se houver eficiência tecnológica


convenientemente dosada, completando-se através de eficiente sistema distributivo. A
solução da questão tecnológica somente alcançará sua plenitude se as opções
econômicas e sociais se revelarem lógicas e pertinentes. Como registra Shackle, a
eficiência técnica pressupõe a eficiência econômica; nenhum método de produção pode
atingir seu mais alto grau de eficiência econômica se não alcançar, para determinada
combinação de quantidades de produção, seu mais elevado grau de eficiência técnica.
De igual forma, a questão social, intimamente ligada aos problemas do bem-estar, só
será também satisfatoriamente solucionada quando integrada à solução das questões
econômicas e tecnológicas.

Na Tabela 7.1 resumimos, a partir de seus níveis de referência, os esquemas básicos de


solução aplicáveis à tríade dos problemas econômicos fundamentais. Como aí se
observa, a solução do problema o que e quanto produzir (ECONÔMICO) implica a
adoção de lógicas opções, situadas necessariamente sobre as fronteiras de produção
econômica. As unidades de produção instaladas no sistema somente deverão dedicar-
se à produção de chá, amendoim, revistas, lã, medicamentos, eletrodomésticos (ou
quem por ela esteja decidindo) julgar que esses bens, nas quantidades que estão sendo
produzidos, são os que atendem mais adequadamente às necessidades e desejos
existentes. Caso contrário, como a finalidade essencial do aparelho produtivo da

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economia é atender, em escala ótima, as prioridades sociais manifestadas, se esses
bens não satisfizerem plenamente às aspirações coletivas, outras opções deverão ser
adotadas, até que as unidades de produção realmente se ajustem às escalas ideais de
preferência.

De outro lado, a solução da questão como produzir (TECNOLÓGICO) implica a


obtenção de máxima eficiência na combinação e na alocação dos recursos disponíveis.
Como os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas, os estoques de fatores
produtivos devem ser combinados com vistas à realização de níveis ótimos de
produção. As técnicas de produção empregadas devem conduzir à máxima relação
entre a produção total obtida e a quantidade empregada de recursos. Se a combinação
e a alocação dos recursos mobilizados não conduzem aos máximos níveis possíveis,
então novos métodos de produção deverão ser praticados, para que não se
desperdicem as potencialidades existentes.

Por fim, a solução da questão para quem produzir (SOCIAL) implica a obtenção de
eficiência distributiva. Aqui não se trata de alcançar as fronteiras de produção, mas sim
as do bem-estar social e individual. Maximizar o produto é, sem dúvida, uma importante
meta, mas distribuí-lo satisfatoriamente entre os que participam do processo produtivo é
também um objeto de importância fundamental. Defrontam-se, assim, os sistemas
econômicos constituídos não apenas com os problemas relacionados à otimização das
opções de produção e de emprego dos recursos, mas ainda com os decorrentes da
atribuição, aos proprietários dos recursos mobilizados, de parcelas justas e compatíveis
com as contribuições individuais.

TABELA 6.1
NÍVEIS DE REFERÊNCIA E ESQUEMA DE SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS
ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
1. O QUE E QUANTO ECONÔMICO Adoção de opções lógicas,
PRODUZIR que satisfaçam plenamente
às necessidades e aos
desejos da coletividade.
Pressupõe que as fronteiras
de produção sejam
atingidas.
2. COMO PRODUZIR TECNOLÓGICO Obtenção de eficiência
produtiva. Pressupõe
eficiente combinação, ótima
alocação dos recursos e
maximização dos níveis de
produção pela plena
mobilização dos fatores
disponíveis.
3. PARA QUEM SOCIAL Obtenção da eficiência
distributiva. Pressupõe que
as fronteiras do bem-estar
individual e social sejam
alcançadas.

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Essas considerações indicam que a constituição de um Sistema Econômico Ideal, capaz
de harmonizar a solução dos três problemas econômicos centrais, talvez represente o
objeto-síntese da organização econômica das nações. Como indicamos na Figura 7.1,
os três problemas econômicos fundamentais encontram-se fortemente inter-
relacionados, de tal sorte que - conseguindo compatibilizar as soluções envolvidas - um
sistema ideal deveria obter elevada eficiência produtiva, combinada com apreciável
eficiência distributiva. A primeira seria alcançada através de corretas opções
econômicas e tecnológicas; a Segunda, através de correta repartição da produção
elaborada.

Em tal sentido, a solução integrada dos problemas envolvidos deverá ser conduzida ao
seu ponto máximo, de tal forma que se eleve à mais alta expressão possível a área
representada pelo intercruzamento dos três círculos da figura em referência. Numa
situação extrema, se houvesse perfeita harmonização e compatibilização no
encaminhamento dos três problemas fundamentais, os três círculos ficariam justapostos
e a área de intercruzamento alcançaria sua mais alta expressão.

FIGURA 6.1
INTER-RELAÇIONAMENTO DA TRÍADE DOS PROBLEMAS ECONÔMICOS
CENTRAIS

O QUE E
COMO
QUANTO
PRODUZI
PRODUZIR
Adoção de opções que R
satisfaçam plenamente Combinação
às necessidades eficiente e
coletivas. ótima locação
dos recursos

PARA QUEM
PRODUZIR
Correta repartição da
produção obtida com
vista à justiça
A constituição de um
distributiva sistema econômico
ideal implica a
gradativa ampliação
desta área do
cruzamento.

Numa outra situação extrema - naturalmente desaconselhável sob todos os aspectos -


se não houvesse qualquer harmonização no encaminhamento e na solução dos três
problemas fundamentais, cada um dos três círculos estaria afastados dos outros dois. A
total falta de intercruzamento evidenciaria, nesse caso, um sistema incapaz de

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harmonizar a solução dos três problemas econômicos fundamentais - em seus níveis
econômicos, tecnológicos e sociais.

Essa esquematização sugere que, se fosse possível medir o grau de perfeição de um


sistema econômico, certamente a medição seria feita através de elementos que
possibilitassem a correta delimitação da área de intercruzamento dos três círculos -
quanto maior ela se apresentar, maior o grau de perfeição do sistema. Inversamente,
quanto mais os círculos estiverem afastados entre si, menor a área de inter-cruzamento
e menor o grau de perfeição correspondente.

Evidentemente, a harmonização dos três problemas fundamentais não é fácil de ser


alcançada. Ela constitui a própria razão de ser da Análise Econômica. Cada um dos três
problemas básicos é de difícil solução, uma vez que resumem objetivos econômicos,
tecnológicos e sociais nem sempre plenamente alcançados, mesmo isoladamente. Há
sistemas que talvez tenham conseguido, sobretudo em períodos de plena mobilização,,
elevadíssimos graus de eficiência econômica e tecnológica. Outros talvez se tenham
aproximado da execução de programas distributivos aparentemente justos. Mas,
certamente serão menos comuns os exemplos de sistemas que tenham conseguido no
passado ou que consigam nos dias atuais uma satisfatória combinação da necessidade
eficiência tecnico-produtiva com a reclamada justiça distributiva.

4. 2. AS OPÇÕES TECNOLÓGICAS. CONCEITOS DE CURVA DE


TRANSFORMAÇÃO E CUSTO DE OPORTUNIDADE

A análise conjunta da escassez dos recursos e das ilimitadas necessidades humanas


conduz à conclusão de que a Economia é uma ciência ligada a problemas de escolha.
Com a limitação do total de recursos capazes de produzir diferentes mercadorias impõe-
se uma escolha para a produção entre mercadorias relativamente escassas.

Ao decidir "o que" deverá ser produzido e "como", o sistema econômico terá realmente
decidido como alocar ou distribuir os recursos disponíveis entre os milhares de
diferentes possíveis linhas de produção. Quanta terra destinar-se-á ao cultivo do café?
Quanto à pastagem? Quantas fábricas para a produção de camisas? Quantas ao
automóvel? Analisar todos esses problemas simultaneamente é por demais complicado.
Para simplificar, suponha-se que somente dois bens econômicos deverão ser
produzidos: camisas e carros. Haverá sempre uma quantidade máxima de carros
(camisas) produzida anualmente, quando todos os recursos forem destinados à sua
produção e nada à produção de camisas (carros). A quantidade exata depende da
quantidade e da qualidade dos recursos produtivos existentes na Economia e do nível
tecnológico com que sejam combinados. Evidentemente, fora das quantidades máximas
existem infinitas possibilidades de combinações intermediárias entre carros e camisas a
serem produzidos.
Analisaremos a tabela abaixo:

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TABELA 6.2
BENS QUANTIDADE Possibilidades Intermediárias Quantidade
MÁXIMA DE Máxima de
CARROS camisas
A B C D E F
Carros(milhares) 150 140 120 90 70 0
0 10 20 30 40 50
Pode-se representar tal tabela conforme gráfico abaixo:

Camisas
(milhões)

F E Curva da
50 - Transformação
D da Produção
40 -

30 - C
20 -
B
10 -
A
0
50 100 150 computadores (milhares)

Unindo-se os pontos tem-se a chamada "curva das possibilidades de produção" ou


curva de transformação, na medida em que se passa do ponto A para B, de B para C e
assim por diante, até F, em que se estará transformando carros em camisas. È óbvio
que a transformação não é física, mas sim transferindo-se recursos de um processo de
produção para outro.

A curva de transformação representa um importante fato: "Uma economia em pleno


emprego precisa sempre, ao produzir um bem, desistir de produzir um tanto de outro
bem".

Aparece aqui a chance de se definir um dos conceitos mais importantes da Economia:


"O Custo Oportunidade".

Tome-se o exemplo das camisas e dos carros. Devido à limitação de recursos, os


pontos de maior produção aparecem sobre a curva de transformação (A;B;:::F). Assim
sendo, para a fabricação de carros - A - estar-se-ia sacrificando toda a produção de
camisas. Logo, o custo de oportunidade corresponde exatamente ao sacrifício do que se
deixou de produzir, ou, em outras palavras, o custo ou a perda do que não foi escolhido
e não o ganho do que foi escolhido.

Da mesma forma, se estivesse em B (carros = 140, camisas = 10) e passasse a C


(carros = 120, camisas = 20), o custo de oportunidade seria o sacrifício de se deixar de
produzir 20 mil carros. De uma forma geral ele "é o sacrifício de se transferir os
recursos de uma atividade para outra."
Todo aluno tem seu custo de oportunidade, que é o sacrifício de se estar estudando no

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curso de Administração, Economia, Processamento de Dados, etc. em vez de estar
trabalhando e recebendo um salário.

Sumarizando: as condições básicas para a existência do custo de oportunidade


são:
recursos limitados;
pleno emprego dos recursos.

O Que acontecerá se houver desemprego geral de fatores: homens desocupados, terras


inativas, fábricas ociosas? Para esse caso, os pontos de possibilidade de produção não
se encontrarão sobre a curva de transformação, mas sim em algum lugar dentro da área
limitada pela curva e pelos eixos coordenados.

Por exemplo, poderá ser o ponto dentro da área, conforme o gráfico abaixo:

50

40

30

20
15
10

0
50 100 150

A produção em P significa 100mil carros e 15 milhões de camisas. Poder-se-ia mover


para o ponto C apenas pondo os recursos ociosos a trabalhar, aumentando a produção
de carros e camisas a um só tempo. O custo oportunidade para o ponto P é zero,
porque não há sacrifício algum para se produzir mais ambos os bens.

Razão da curva de transformação ser decrescente se deve ao fato de os recursos


disponíveis serem limitados. O formato da curva mostra que se decresce a taxas
crescentes, isto significa que a substituição entre quantidade dos dois bens se torna
cada vez mais difícil.

Isto quer dizer que, na medida em que está consumindo (produzindo) pouco de um bem,
o sacrifício de se consumir (produzir) menos ainda é muito grande. Por exemplo,
passando de B para C, ganham-se 10 milhões de camisas e sacrificam-se 20 mil carros.
Agora, se passar de D para E, ganham-se 10 milhões de camisas, porém, sacrificam-se
40 mil carros.

Este fenômeno dos custos crescentes surge na medida em que se transferem recursos

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adequados e eficientes de uma atividade para outra, onde eles se apresentam
ineficientes e inadequados. Assim, se insistir somente na produção de camisas, tem-se
que recorrer aos soldadores de chapas de aço para passarem a pregar mangas de
camisas, ainda que muitos poucos consigam fazê-lo.

Essa é a razão de se esperar a vigência da lei dos custos crescentes, ou dos


rendimentos decrescentes.

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