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Indíce
Introdução...............................................................................................................................2

2. Contextualização................................................................................................................3

2.1. Internet no Ensino do Português.....................................................................................3

2.1.2. A Internet.....................................................................................................................3

2.1.3. A integração da Internet na prática letiva.....................................................................5

2.1.4. A Internet e as suas ferramentas comunicacionais mais importantes...........................7

2.3. As TIC nas escolas.......................................................................................................10

2.4. O papel do professor de português na seleção e integração de recursos online............11

2.5. Os benefícios das TIC no processo ensino-aprendizagem............................................12

2.5.1. O uso da internet para enriquecer as aulas de Língua Portuguesa.............................13

2.5.2. Vantagens do uso de Tecnologia em Sala de Aula.....................................................14

2.5.3. Desvantagens do uso de Tecnologia em Sala de Aula...............................................17

2.5.4. Os principais desafios do uso das TICs na educação................................................18

2.5.5. O papel das TICs na educação em Moçambique........................................................20

2.5.6. Desafios das tecnologias de informação em Moçambique.........................................20

2.5.7. Desafios em outras áreas............................................................................................22

3. Conclusão......................................................................................................................24

4. Refrerencias Bibliograficas...........................................................................................25
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Introdução
Este trabalho foi desenvolvido no sentido de que as novas tecnologias sejam vistas como
mais uma ferramenta de auxilio ao processo de educação, como dinamizadora do processo de
ensino e como instigadoras para a melhoria da aprendizagem. Para tanto, adota-se como
objetivo geral: Refletir sobre o uso das novas tecnologias para a melhoria dos processos de
ensino e de aprendizagem. Visto que a simples utilização de um ou outro equipamento
tecnológico não pressupõe um trabalho educativo pedagógico.

Atualmente são outras as maneiras de compreender, de perceber, de sentir e de aprender, em


que a afetividade, as relações, a imaginação e os valores não podem deixar de ser
considerados. Na sociedade da informação aprende-se a reaprender, a conhecer, a comunicar-
nos, a ensinar, a interagir, a integrar o humano e o tecnológico, a integrar o individual, o
grupal e o social.

Enfim, as tecnologias de informação e/ou comunicação possibilitam ao individuo ter acesso a


milhares de informações e complexidades de contextos tanto próximos como distantes de sua
realidade que, num processo educativo, pode servir como elemento de aprendizagem, como
espaço de socialização, gerando saberes e conhecimentos científicos. Portanto, a internet deve
ser utilizada como uma ferramenta de auxilio na aquisição da leitura e da escrita, ferramenta
esta que a escola e o professor devem introduzir na vida escolar do aluno, visto que faz parte
do cotidiano dos mesmos, cabe então a escola e ao professor democratizar e orientar os
alunos no uso da internet de modo a conduzi-los ao processo de construção do conhecimento,
possibilitando ao professor ser mediador, isto é, acompanhar e sugerir atividades, ajudar a
solucionar dúvidas e estimular a busca de um novo saber.

O objetivo Geral deste trabalho é investigar como as tecnologias de informação e


comunicação (TICs) podem ser e devem ser inseridas no cotidiano do ambiente escolar.
Quanto aos objetivos especifivos é de analisar se no contexto escolar o uso das tecnologias da
informação e comunicação apoia o processo de ensino-aprendizagem colaborativo, essa
perspectiva da educação encontra-se ancorada na antropologia freiriana, visto que os
educandos são concebidos como sujeitos ativos e responsáveis pela sua própria
aprendizagem.
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2. Contextualização
A importância das tics na didáctica de português
Vivemos tempos de mudança! A sociedade de hoje desenvolve-se a um ritmo descomedido,
intrincado e absorvente de tal modo que os cidadãos são confrontados com novos problemas
e desafios para os quais necessitam de estar preparados. A escola, porque alicerce duma
sociedade, sofre também estas mudanças, que se concretizam em atitudes diferentes dos
aprendentes face à educação, propostas pedagógicas em constante mutação, reestruturações
da escola enquanto instituição e, por fim, as mudanças que advêm da evolução das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e que justificam este estudo.

Os recursos disponibilizados aos jovens, e à sociedade em geral, pelas TIC tem vindo a
provocar sobressaltos dentro das escolas que colocam aos professores desafios constantes em
como lidar eficazmente com estas inovações, de modo a proporcionar melhores
aprendizagens, porque é a eles, profissionais do ensino, muitas vezes esquecidos, sobre quem
recai a difícil responsabilidade de fazer face a estes desafios, formando cidadãos para a
Sociedade do Conhecimento.

As tecnologias de informação e comunicação, antes chamadas de informática, sistemas de


informação (SI), tecnologia de informação (TI), progridem, atualmente, de modo vertiginoso
e espetacular. “O importante nesta sociedade não é a tecnologia em si, mas as possibilidades
de interação que elas proporcionam através de uma cultura digital” (Lisbôa, 2010, p.1).

Inevitavelmente, esta introdução de novos suportes de comunicação provocou e continua a


provocar, nas escolas, alterações processuais nas formas de ensinar e nos processos de
aprender, relembremos o ensino assistido por computador de Skinner e o projeto Logo de
Papert. Textos, imagens e sons patentes nas ferramentas da web 2.0 com possibilidades de
edição e de interação são já inquestionavelmente uma mais-valia para o processo de ensino
aprendizagem, conquanto o deslumbramento e emoção que estes novos recursos apresentam
aos alunos, parecendo-nos óbvio o seu encaminhamento para a sala de aula de português, cuja
aprendizagem é sempre difícil, morosa, e por vezes monótona.
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2.1. Internet no Ensino do Português

2.1.2. A Internet
A Internet, como salienta Castells “não é apenas uma tecnologia: é o instrumento tecnológico
e a forma organizativa que distribui o poder da informação, a geração de conhecimentos e a
capacidade de ligar-se em rede em qualquer âmbito da actividade humana” (2004b,
p.311).Esta rede de redes à escala mundial, permite que milhões de computadores estejam
interligados. Desta forma é difundido o acesso à informação, partilha e transferência de
dados. No início, a Internet era vista como unicamente fonte de informação. Nos dias de hoje,
tornou-se o principal meio de partilha de informação e de comunicação, apresentando-se
ainda como uma tecnologia social, onde milhões de utilizadores interagem, criando novas
formas de organização social e novas formas sociabilidade.

O surgimento da Internet como meio livre de comunicação e de interação deu o seu


contributo na aproximação dos indivíduos, uma vez que a informação partilhada, circula em
tempo real, provocando consequentemente muitas mudanças sociais que são defendidas por
alguns autores e criticadas por outros.

A interatividade, a comunicação interpessoal e uma maior motivação para a abordagem de


temas interculturais são, usualmente, salientados como os aspetos positivos destas mudanças;
contrariamente, a informação pouco fiável; a falta de atualização de muitos sites; a perda de
tempo, devido à desorientação, na procura de informação; o predomínio da escrita face a
oralidade e mesmo uma certa desigualdade de oportunidades no acesso à informação, em
termos económico-sociais são apontados como os seus aspetos negativos.

O aparecimento e utilização da Internet gerou dois espaços diferentes– o espaço real e o


espaço virtual, característica própria da sociedade em rede. A coexistência destas formas de
relacionamento – a presencial e a virtual – é uma das grandes mudanças que se fica a dever à
Internet, no sentido de acumulação e não de substituição de uma pela outra. (Cardoso et al.
2005).

O grande objetivo da educação é o desenvolvimento do jovem em todas as facetas da sua


personalidade, físicas intelectuais e morais, perspetivando a sua plena integração na
sociedade.

 É claro que a educação a nível escolar se constitui como um direito do ser humano e os
conhecimentos, que vamos adquirindo e transmitindo ao longo de gerações, procuram não
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só esse desenvolvimento escolar, como também o pessoal e o social, para que possam,
mais tarde, seguir um caminho digno e construir uma vida com base no sonho de cada
um, transformando positivamente a sociedade.
 É por este motivo que a escola não pode estar afastada da sociedade de informação em
que hoje vivemos, tendo a responsabilidade de fomentar nos alunos a curiosidade para
procurar informação, selecioná-la e utilizá-la de uma forma crítica e pertinente para cada
um. Quer sejamos mais pessimistas ou otimistas, a Internet tornou-se, gradualmente,
numa imensa fonte de informação importante para o desenvolvimento de competências
linguísticas entre outras, com a possibilidade de qualquer aluno acompanhar hora a hora
assuntos e temas de outra cultura e língua que sejam alvos do seu estudo.

A qualidade das práticas letivas passou a estar influenciada pela Internet. Ela influi na
atividade do professor para além da sala de aula. O mediador não necessita mais de preparar
as suas aulas no isolamento tradicional de uma secretária, há novos horizontes por descobrir,
deixando de estar isolado. A troca e partilha de conhecimentos, ideias, planos de aula,
materiais, projetos à escala local, nacional ou internacional constitui um meio de atualização
de conhecimentos permanente e de formação contínua. Deste modo é importante frisar que é
na interação entre pessoas, nas partilhas de saberes e nos auxílios cruzados, que se
conseguem maiores oportunidades de aprendizagem.

Através do recurso à rede, todas estas oportunidades de aprendizagem são partilhadas


proporcionando um maior envolvimento, por parte dos alunos, nas tarefas propostas em
contexto de sala de aula. Estas boas práticas demandam que o professor utilize novas
ferramentas de ensino.

Segundo Eça (1998), o aluno deve ser o centro da aprendizagem e esta deve ocupar-se do
lado prático das coisas e incentivar o trabalho individual e de grupo porque estimula as
capacidades de crítica e de autocrítica.

Hoje em dia já são poucos os ramos de atividade que têm sucesso sem recorrerem à utilização
de tecnologias. O computador e a internet como ferramentas de trabalho e lazer integram a
vida diária das gerações mais novas, e por isso, a escola deve não só permitir o acesso
facilitado às Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, como também fomentar ela
própria esse acesso, fornecendo meios e recursos aos alunos, para obterem uma informação
digital atual e permanente da sociedade com que se relacionam e coabitam.
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2.1.3. A integração da Internet na prática letiva


Através do recurso à rede, emergem novos recursos como imagens, textos, vídeos e sons, em
diversas línguas que podem ser usados no processo de ensino e aprendizagem e que devem
tornar-se prática corrente pois permitem imensas oportunidades de aprendizagem,
proporcionando um maior envolvimento, por parte dos alunos, nas tarefas propostas em
contexto de sala de aula.

Os computadores e o acesso à Internet têm cada vez mais importância na escola, cabendo ao
professor a tarefa de utilizar novas ferramentas no ensino, de forma promover o sucesso
escolar dos alunos, tão almejado por todos e cuja consequência social é a aprendizagem ao
longo da vida, fator essencial para o êxito no trabalho e para o desenvolvimento social.

Como a Internet coloca à disposição dos utilizadores uma grande quantidade e variedade de
informação, é possível encontrar muitos sites dirigidos para públicos específicos (professores,
alunos, formadores e outros educadores) e relevantes para o processo de ensino
aprendizagem. No modelo tradicional, a aprendizagem baseava-se na memorização, onde o
aluno era um sujeito passivo na receção de informações e o ensino reduzia-se à transmissão
de conhecimentos. O processo de ensino-aprendizagem a que atualmente um aluno deve estar
sujeito, pauta-se por um modelo construtivista, na clássica formulação da pedagogia de John
Dewey, learning by doing, isto é, aprender fazendo. Como a maior parte da informação se
encontra on-line, do que realmente se necessita é de habilidade para decidir o que queremos
procurar, saber pesquisar, saber processar e saber como utilizar a informação na
concretização da tarefa. O aluno é ele próprio o construtor das suas próprias estruturas
mentais.

Para Moreira (2000), o movimento construtivista dá preferência a uma pedagogia centrada no


aluno, habilitando-o na obtenção, resumo e representação da informação, mas também
apelando à sua criação e partilha. Para o construtivismo, o controlo do processo de
aprendizagem tem de estar nas mãos do aprendiz e não nas do professor. A este compete um
papel não menos determinante, um papel que não tende a reduzir-se, mas sim a diversificar-
se; compete-lhe, atendendo a que ele deixa de ser o veículo de transmissão da informação,
orientar o aluno, estimular a interação em grupo, promover a discussão entre os alunos como
forma de os ajudar a clarificar e a aprofundar o seu próprio conhecimento, propor as
mudanças necessárias, pesquisar e fornecer fontes de informação, aspirando sempre a
motivação e os interesses dos alunos.
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Segundo Moreira (2000), a apropriação da informação e a construção do conhecimento pelos


alunos são facilitadas através da Internet, mas impõe-se aos educadores uma reflexão e
reavaliação das atuais práticas pedagógicas, especificamente nas aulas de língua portuguesa,
objetivo ao qual pretendemos responde no final deste trabalho.

 Sendo a conceção construtivista a que melhor se adapta e que mais proveito tira das
tecnologias de informação e comunicação, as escolas têm a possibilidade de partilhar
ideias, recursos e informações de uma forma mais ativa. A Internet poderá facilitar assim
às escolas a capacidade de desenvolver recursos para a comunidade, disponibilizar aos
alunos e encarregados de educação os trabalhos de casa, várias outras atividades e diversa
informação relevante.
 Outra das possibilidades que a Internet proporciona é o desenvolvimento de projetos
educativos com alunos de diferentes culturas, raças, religiões e até nacionalidades,
contribuindo para uma cultura em que se respeite a diversidade e permitindo uma
aprendizagem participativa, ativa e dinâmica.

Nesta ótica, a Internet permite que toda a comunidade escolar se conecte numa perspetiva de
cooperação, fazendo da Escola um local privilegiado de construção de novos saberes. No
entanto, Bolt e Crawford (2000) referem que os usos da Internet e a tecnologia educativa
possuem uma eficiência que dependem da eficiência dos professores que com elas trabalham.

Podemos depreender que não basta que a Internet seja usada na Escola como ferramenta de
apoio no processo de ensino aprendizagem, é necessário, para uma eficácia do mesmo, que os
professores que trabalham com estas ferramentas sejam eficientes.

2.1.4. A Internet e as suas ferramentas comunicacionais mais importantes


As ferramentas comunicacionais da Internet mais relevantes para o ensino do português,
enquanto língua materna, são sem dúvida o IRC (chats), o correio eletrónico (e-mail) e os
blogs. Em seguida, apresentaremos algumas considerações sobre cada um deles.

 Chats

Uma das mais populares ferramentas da Internet, é usada, tanto por adultos como por crianças
para conversar, os chats, oriundo do inglês to chat, que significa “conversar de forma
informal ou familiar”. (Souza, 2005), exige que todos os interlocutores estejam on-line. Esta
ferramenta designa-se por IRC (Internet Relay Chat) e, para se conversar com pessoas num
chat, é necessária a instalação de um software cliente, através do qual se pode ligar a um
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servidor de IRC e, mais tarde, aceder a salas (chats) existentes ou criar novas salas de
conversação. Os chats são divertidos e atrativos, pois permitem fazer amizades, conversar
com todo um grupo em que vários indivíduos podem estar no outro lado do planeta e tudo
isto acontece em tempo real. Em contexto educativo, os chats são ótimos para a discussão de
assuntos e planeamento de trabalhos, para os quais a interação síncrona é importante, e, por
possuir este carácter de interação em tempo real, não são raras as vezes em que o encontro de
alunos, que estão separados fisicamente e que planeiam realizar trabalhos em conjunto,
recorrem ao chat.

 Correio eletrónico

A expressão inglesa e-mail (electronic mail) significa correio eletrónico. O correio eletrónico
é uma aplicação que foi descoberta quase por acaso e se generalizou rapidamente a partir de
1970, alterando a forma das pessoas comunicarem por escrito entre si, substituindo, em boa
parte, o correio tradicional.

A sua descoberta remonta à Arpanet que foi criada para os seus utilizadores estabelecerem a
comunicação entre os seus centros de informação, os supercomputadores de que dispunham,
contudo, ao perceberem que tinham uma capacidade de processamento informático maior do
que necessitavam, procuraram encontrar outras aplicações. Com esta intenção, trocaram
várias mensagens entre si, apercebendo-se então que tinham criado o correio eletrónico. A
possibilidade de anexar ficheiros às mensagens que se pretende enviar (textos, imagens, sons,
vídeos) em qualquer parte do mundo, a qualquer hora e em apenas alguns segundos fez do
correio eletrónico uma ferramenta quase indispensável no nosso quotidiano. O seu
funcionamento muito simples: através de um programa de e-mail, o emissor escreve uma
mensagem que depois de enviada é transformada pelo modem em sinal analógico e
transportada por via telefónica. Chegando ao fornecedor de serviços do remetente, ela é
enviada (no caso de reconhecer o endereço do e-mail) ao fornecedor de serviços do
destinatário, onde o modem do computador descodifica previamente os dados, para que a
mensagem possa ser transcrita sob a forma de texto, ficando guardada na sua caixa de correio
até que o destinatário se ligue à Internet e possa, por fim, lê-la (Marcelo, 2001). Outra das
vantagens do e-mail é poder ser enviado para um ou vários destinatários ao mesmo tempo.
No processo de ensino-aprendizagem, ao permitir a comunicação de grupos de alunos, o e-
mail torna-se uma ferramenta básica em qualquer projeto colaborativo, podendo os grupos
partilhar tarefas, textos, informações e atividades.
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 Blogs

O uso de blogs pessoais, hoje em dia, tem vindo a difundir-se em proporções inimagináveis,
sendo um dos meios preferidos para a comunicação interpessoal. A palavra blog vem da
redução de weblog e permite a publicação de páginas na web sem a necessidade de um
conhecimento de linguagem html o que por si só é já uma vantagem. Apresenta-se como um
diário on-line em que são publicados textos elaborados pelo autor, que se constitui também
como administrador, ou por diferentes visitantes, que ficam disponíveis por ordem
cronológica, com a vantagem que possibilita um espaço para comentários dos leitores. É
facilmente constatável que os blogs têm sido utilizados para diferentes finalidades, desde as
estritamente pessoais até as profissionais, como até a Educação, impondo-se dessa forma pela
sua atualidade.

Quando pretendemos iniciar um blog, começamos por escolher um site que possibilite o
serviço de publicação na web. Normalmente é um serviço gratuito, não exigindo nenhum tipo
de conhecimento técnico especializado e que oferece recursos para escrever tal como um
editor de texto. Após criar o blog pode criar-se e editar-se o post (cada um dos textos
inseridos num blog).

Lévy (2001) considera que estão emergir novas maneiras de pensar e de conviver a partir do
mundo das telecomunicações e da informática. Como pode a escola ignorar tão grande
manancial de informação em qualquer língua, sobre qualquer conteúdo à distância de um
clic? O blog torna-se portanto uma importante ferramenta que pode ser explorada
potencialmente na área educacional, cabendo ao professor dominar as novas tecnologias de
informação e comunicação, refletindo sobre suas possibilidades, propor atividades e
estratégias diferenciadas na sua utilização.

O uso educacional de um blog pode ser entendido, duplamente, como um recurso


pedagógico ou como uma estratégia pedagógica. Na utilização de blogs como recurso, este
funciona meramente como um depósito de informações, enquanto que, como estratégia, os
blogs abrem espaço para os comentários e exposição das ideias dos alunos, onde os alunos
assumem um papel ativo e o professor recetivo.

2.2. A Web 2.0

A World Wide Web que significa rede de alcance mundial, também conhecida como Web e
WWW, é um sistema de documentos em hipermédia que são interligados e executados na
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internet. Normalmente confundidas, Internet e Web, Terceiro (1997) clarifica que Internet
não é sinónimo de World Wide Web, mas a união de uma grande quantidade de hipertexto
através da Net. A WWW reúne duas tecnologias, a hipermédia e a Net.

Hipermédia é quando juntamos hipertexto com multimédia. Entendamos então a Web como
uma colossal mediateca de recursos disponíveis quase sempre gratuitos a todos quanto
possuam um computador com acesso à internet.

2.3. As TIC nas escolas


Não há muito tempo atrás a carta, o jornal, a revista, o livro, apresentavam-se como os mass
media por excelência e permitiam a comunicação através da linguagem verbal escrita. A
máquina fotográfica era o instrumento obrigatório quando queríamos captar imagens e para a
linguagem sonora usávamos o rádio e o telefone. O termo genérico audiovisual refere-se, pela
primeira vez, a uma forma de comunicação que combina som e imagem, grande inovação na
altura e se concretiza primeiro com o cinema ainda no século XIX e mais tarde com a
televisão, já no século XX. Hoje, a tecnologia digital possibilita a produção de textos, os
hipertextos, que permitem a articulação da escrita, da oralidade, do som e da imagem tudo no
mesmo suporte que demonstram como hoje comunicamos e, enquanto o fazemos, vamos
simultaneamente modificando os nossos modos de ver, de ler e de aprender.

A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), designação que engloba o conjunto de


procedimentos, métodos e equipamentos para processar informação e comunicar, que
surgiram no contexto da Revolução Informática desenvolvidos gradualmente desde a segunda
metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 90 do século XX, entraram no nosso
dia-a-dia e dominam todos os discursos das mais variadas áreas do saber ou atividades
económicas da nossa sociedade. Considera-se que o advento destas novas tecnologias e a
forma como foram utilizadas pela sociedade possibilitaram o surgimento da Sociedade do
conhecimento e da Informação, expressão de uso corrente para identificar o novo tempo
civilizacional e tecnológico, em que se vivem já há alguns anos penetrantes e aceleradas
transformações sociais e tecnológicas, que nos afetam no modo como nos relacionamos,
como trabalhamos, como ocupamos os tempos de lazer e como aprendemos.

A importância desta tecnologia é de tal ordem, que o seu uso ou propriedades estão presentes
em processos normalizados de recolha, tratamento, avaliação, análise e difusão de dados.

Num estudo pedido pelo Ministério da Educação para conhecer a utilização das TIC
em contexto educativo pelos professores de todos os níveis de ensino, exceto o superior,
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Paiva (2002) apresenta algumas conclusões: os professores usam as TIC sobretudo para
preparar as aulas (processador de texto e a Internet) em detrimento da interação com os
alunos em sala de aula; os professores reconhecem que o uso das TIC exige novas
competências e revelam desconhecimento das vantagens pedagógicas das TIC no contexto
educativo.

Numa análise mais detalhada da produção académica em torno das questões que envolvem
esta relação, é possível dizer que esses estudos apresentam uma tendência predominante na
inserção das tecnologias no ensino escolar: privilegiou-se o seu aspeto lúdico, de modo a
modernizar as práticas escolares, suavizando os dissabores do laborioso trabalho didático
exigido pelo ensino formal.

Propor a inserção de tecnologias na escola apenas como recursos, alimentando a esperança de


que elas possam tornar as instituições de ensino mais contemporâneas e as aulas mais lúdicas,
deixa por si só de lado muitas questões que nos parecem fundamentais na crise que a escola
enfrenta e acaba por abrir espaço para que as práticas pedagógicas continuem as mesmas.
Para que o potencial das TIC possa ser aproveitado é necessário concretizar abordagens
pedagógicas baseadas não só na interação entre professor-aluno, como e essencialmente entre
aluno-aluno, desenvolvendo-se assim o trabalho colaborativo como estratégia primordial.

2.4. O papel do professor de português na seleção e integração de recursos online


O que ensina hoje um professor de português?

 Sempre se ensinou e aprendeu, em ambientes sociais, em casa, na rua, porém definiu- se


que à escola compete, através do ensino formal, EDUCAR o indivíduo, fazê-lo portador
de um currículo explícito, quando ele é já possuidor de um currículo oculto e informal. A
escola é portanto o espaço da socialização, co- responsável pela mudança que ocorre em
cada indivíduo, porque ela é uma instituição criada pela ação do homem num contexto
social e histórico, logo sujeita à transformação.
 Atualmente a evolução muito rápida de grandes acontecimentos tem mudado o quotidiano
das pessoas e alterado os seus hábitos e costumes, estamos na era digital com a
disseminação eufórica das Tecnologias em que tudo está conectado e o processo de
globalização avança de forma desenfreada. O mundo inteiro rege-se pela mudança e
inovação ao serviço da maior produtividade e o contexto educativo deve acompanhar esta
sociedade em constante evolução que através de discursos empolgantes sobre a escola a
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integram em projetos de competitividade económica. É claro que a nossa escola de hoje,


tecnologicamente do passado, é incapaz de responder aos desafios da sociedade.

No perfil do professor haverá uma metamorfose: de um professor que guarda conhecimento


e o transmite, tem de emergir um profissional que, neste momento, está ainda sujeito a
alguma indefinição, mas que certamente é mais exigente, trabalhoso e sobrevindo de
responsabilidade (Meirinhos e Osório, 2011).

O professor de português terá portanto de continuar a trabalhar a oralidade, a leitura, a escrita,


o conhecimento explícito da língua, a literatura e cidadania, mas numa cultura de tarefas
múltiplas, onde já imperam os nativos digitais (Prensky, 2001).

2.5. Os benefícios das TIC no processo ensino-aprendizagem


As tecnologias de informação e comunicação colocam informação à disposição de todos, mas
é à Escola que cabe a missão de transformar essa informação em conhecimento porque nem
todos os cidadãos têm acesso ou sabem explorar as ferramentas dos dispositivos tecnológicos.

De acordo com Silva (2003), o uso de computadores cresce rapidamente no mundo,


aumentando a rede de usuários e impondo modos de aprendizagem, atualização e trabalho
que não eram conhecidos até poucos anos atrás.

Desde a organização da parte burocrática, financeira e administrativa das organizações de


ensino, as TICs permeiam todo o processo educacional, atuando de maneira positiva também
na atividade final, o ensino.

É fato que as TICs colaboram com a gestão educacional para melhorar a qualidade do ensino,
pois munem o professor de ferramentas que potencializam sua capacidade de ensinar.

Assim, pode-se dizer que as TICs na educação:

 proporcionam a personalização do ensino e acompanhamento individualizado;


 promovem a autonomia do estudante, deixando o processo de aprendizagem muito mais
ativo;
 incentivam o trabalho em equipe através de atividades colaborativas e interativas;
 deixam as aulas e o aprendizado mais dinâmico;
 auxiliam os educadores e coordenadores a gerenciar tarefas burocráticas, tornando o seu
trabalho mais prático e eficiente;
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 permitem que o aprendizado ocorra de maneira contextual e situada, visto que a


instrução pode ocorrer em qualquer lugar e momento;
 contribuem para o acesso universal à educação.Para Moran (2007) as tecnologias não
substituíram os professores, mas irão permitir que várias tarefas e funções dos mesmos
possam ser transformadas.

Nesse sentido, os PCN de Língua Portuguesa (1998), deixa claro que um dos benefícios
trazidos pelo uso das TIC, neste caso, o uso da internet no processo ensino/aprendizagem é
poder destinar os textos produzidos a leitores reais, ou ainda interagir com outros colegas,
ampliando as possibilidades de interlocução por meio da escrita e permitindo acesso online
ao conhecimento enciclopédico acumulado pela humanidade.

Não há como negar, em pleno século XXI, que o uso das novas tecnologias no processo de
ensino-aprendizagem trouxe e continua trazendo inúmeros benefícios. Alguns destes
benefícios são os inúmeros textos disponíveis na rede que podem ser utilizados por qualquer
professor e até mesmo pelos alunos que até então eram resumidos aos textos de livros
didáticos desatualizados e descontextualizados.

Com o acesso à internet direcionado para o ensino-aprendizagem, o professor pode ensinar


seu aluno a ser crítico com as leituras que faz através desta ferramenta. Há que destacar que
estes benefícios não se restringem somente ao ensino de Língua Portuguesa, mas em todas as
áreas da educação. Pelo fato de a internet ser o maior interesse dos alunos atualmente, os
benefícios que ela traz para o ensino e para a aprendizagem são inegáveis.

O professor que decidir por utilizar esta tecnologia em suas aulas, com certeza promoverá
uma maior interação entre ele e os alunos e entre a disciplina e os discentes. Pois trazendo
para dentro da sala de aula o objeto de motivação dos jovens, a aprendizagem tende a ser
facilitada e prazerosa, misturando diversão e educação. Porém vale ressaltar que as novas
tecnologias por si só, e ainda que se possa apoiar nessas ferramentas, não é nelas que reside o
processo de ensino e aprendizagem, ainda que possa ser encontrada como são utilizadas.

Portanto, as TIC estão disponíveis para ajudar os professores a proporcionar aulas mais
significativas, contextualizadas e criativas. No entanto, é necessário estar receptivo a elas,
para assim poder fazer um bom uso dessas ferramentas em favor do ensino/aprendizagem de
língua materna.
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2.5.1. O uso da internet para enriquecer as aulas de Língua Portuguesa


 Para melhorar as aulas, o professor procuroa inovar com exercícios diferentes, podendo
aprimorar os conhecimentos e fazer trabalhos de pesquisas e atividades das mais variadas.
 O professor busca contemplar os interesses dos alunos através de suas perspectivas,
pesquisas de assuntos diversos e a criação de seminários sobre determinados assuntos
específicos.

Conforme os PCN, a finalidade do ensino de Língua Portuguesa é a expansão das


possibilidades do uso da linguagem. Para Cortês (2009.) as habilidades de falar, escutar, ler e
escrever quando desenvolvidas devem auxiliar ao indivíduo a possibilidade de interagir em
diferentes ambientes sociais, possibilitando o êxito em sua forma de se comunicar. Portanto,
quando os alunos refletem sobre o uso da língua por meio de textos disponíveis na web, eles
estão expandindo as possibilidades de uso da linguagem, pois estando em contato com
gêneros digitais e textuais distintos eles compreendem que existem inúmeras formas de usar a
língua, que ela não é estável, e sim variável conforme o gênero em que se encontra.

E importante frisar que o professor que busca a inovação tem hoje um aluno bem mais
presente e interessado.

Como utilizar as tecnologias para desenvolver competências em Língua Portuguesa?

Para poderem desenvolver essas competências nas crianças, considera-se necessário que os
professores:

 Utilizem instrumentos de referência e materiais on-line para a planificação das suas aulas;
 Integrem hipertextos nas actividades a propor;
 Acompanhem as crianças nos seus processos de pesquisa, construindo itinerários de
pesquisa;
 Seleccionem sítios informáticos destinados a crianças, em função de projectos
pedagógicos;
 Construam actividades pedagógicas adequadas ao desenvolvimento das cinco
competências referidas no Currículo Nacional, servindo-se dos recursos disponibilizados
pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

2.5.2. Vantagens do uso de Tecnologia em Sala de Aula


As vantagens da tecnologia no ensino são muitas:
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1. Personalização do Ensino

As tecnologias digitais viabilizam a personalização do ensino em larga escala, munindo o


professor com ferramentas e dados para tais ações. Assim, o professor pode acompanhar o
desempenho de cada aluno de forma individualizada, ainda que não esteja o tempo todo ao
lado dele observando.

Com isso, é possível identificar as dificuldades encontradas pelo estudante em determinado


assunto ou habilidade, para que estas sejam enfrentadas. Com esse olhar mais assertivo sobre
o desempenho de cada aluno, o aprendizado da turma pode ser muito mais produtivo e
eficiente.

Do mesmo modo, com essa personalização viabilizada pelo uso de tecnologia em sala de
aula, o professor pode criar atividades de ensino que levem em conta o interesse de cada
aluno.

2. Flexibilidade de horário e geográfica

Quando se fala em Educação a Distância (EaD), a questão da flexibilidade de horários e


geográfica é sempre uma das primeiras características que vem à mente.

Seja na modalidade EaD, ou no formato de Ensino Híbrido, o uso das tecnologias permite a
realização de atividades assíncronas, as quais o aluno pode acessar no horário de sua
preferência (assistir aulas gravadas, por exemplo).

Pode-se afirmar que o uso da tecnologia em sala de aula rompe a barreira espaço/tempo,
afinal, a comunicação e possibilidade de acesso às plataformas tecnológicas se expande para
todos os lugares, ultrapassando os muros da escola.

Isso traz uma mudança no paradigma da aprendizagem, pois ela já não mais se limita à sala
de aula e à presença física do professor.

3. Otimização da comunicação com os pais

O bilhete anotado na agenda do aluno dá lugar à mensagem trocada diretamente com os pais,
via aplicativo de mensagens instantâneas. A comunicação acontece em tempo real,
diminuindo o risco de desencontros e perda de informações importantes.

Agora, com o uso das tecnologias digitais pelos professores na realização do ofício, o aluno
já não precisa necessariamente ser mediador das comunicações entre pais e professores. Essa
16

comunicação se dá de forma direta, aproximando os pais do processo educacional (o que é


muito bom para o aluno!).

Vale alertar sobre a necessidade do uso correto dessas ferramentas, inclusive no que se refere
à educação digital dos próprios alunos e professores.

4. Universalização do acesso à informação

No passado, o professor era o único detentor do conhecimento. Hoje, as informações estão à


disposição de qualquer pessoa com acesso à internet, passíveis de serem transformadas em
conhecimento.

Quando o professor chega em sala de aula para transmitir seu conhecimento, não raras vezes,
os alunos já possuem alguma informação a respeito do assunto. Isso enriquece o processo de
ensino-aprendizagem.

Ao utilizar tecnologia em sala de aula, ampliando as fontes de informação, o professor torna


o processo de ensino mais democrático e abrangente, vez que não se limita às informações
das quais ele próprio tem conhecimento.

5. Facilitação das atividades

Ir a uma biblioteca, abrir um extenso e pesado livro e procurar pelo conteúdo parece algo
muito distante da realidade de hoje. E de fato é.

A geração atual de alunos é nativa digital, já nasceu com acesso a internet e antes mesmo de
aprender a escrever, aprendem a buscar o que precisam saber nos mecanismos de busca
online via comando de voz.

Basta alguns poucos cliques e pronto. Tudo o que se precisa saber está ali, diante dos nossos
olhos, organizado por ordem de relevância.

Isso permite que o professor inove nas atividades, aumente a complexidade das pesquisas,
estimulando o senso crítico dos alunos e aprofundando o conhecimento.

Solicitar uma pesquisa sobre o significado de determinada coisa, não faz sentido na realidade
atual. O professor deve ir além do significado das palavras, fazendo com que o aluno
aprenda, por exemplo, a identificar as boas fontes de informação disponíveis na internet e
formular hipóteses fazendo uso do raciocínio crítico.

6. Aulas mais dinâmicas e atraentes


17

A utilização de recursos audiovisuais, gamificação e outras estratégias de ensino tornam as


aulas mais interessantes para os alunos. Afinal, fora do momento de aula, é em busca de tais
artifícios que eles vão.

Trazer a tecnologia para a sala de aula aproxima o processo de ensino-aprendizagem das


demais áreas e aspectos da vida do aluno, atraindo sua atenção e despertando o interesse pela
aquisição do conhecimento abordado.

Experimente utilizar tecnologias em sala de aula e depois nos conte aqui nos comentários se
os seus alunos ficaram ou não mais focados na aula. Experimente você mesmo!

7. Estimula o autodidatismo

Aprender algo por conta própria é uma das habilidades mais importantes nos tempos atuais.
A internet, principal fonte de disseminação da cultura maker, estimula as pessoas a colocarem
a mão na massa.

Aprender a tocar um instrumento, a fazer um objeto artesanal, a pintar, dançar ou qualquer


outra coisa ficou muito mais fácil com a internet. Além disso, esse canal de comunicação
estimula a busca por informação, dando asas ao autodidatismo.

Professores que adotam metodologias como a sala de aula invertida, incentivam o


desenvolvimento dessa habilidade em seus alunos, preparando-os para o que o futuro reserva.

2.5.3. Desvantagens do uso de Tecnologia em Sala de Aula


O uso de tecnologia em sala de aula é, sem dúvidas, benéfico para o ensino, mas também
pode causar alguns obstáculos.

1. Distração dos alunos

O maior e principal obstáculo imposto pelo uso de tecnologia na sala de aula é o problema da
distração dos alunos.

A atenção é um recurso que tem se tornado cada vez mais escasso na Era Digital. Por isso, é
muito importante levar isso em conta no momento de formular as atividades que utilizarão a
tecnologia, a fim de evitar a distração dos alunos.

É muito fácil perder o foco dos estudos com as inúmeras atrações que estão a um clique de
distância na internet. Assim, o professor pode adotar medidas como bloquear sites (por meio
de softwares especializados) e redes sociais em horário de aula.
18

De igual modo, é importante educar os alunos para que eles saibam separar os momentos de
entretenimento e estudo com a mesma ferramenta.

Além disso, apostar em atividades e conteúdos realmente interessantes para os estudantes é


uma forma de evitar que eles se distraiam tão facilmente.

2. Qualidade das informações

Na internet, qualquer informação pode ser publicada, independentemente da sua veracidade e


validade. Assim, a qualidade das informações com as quais os alunos têm contato é um
obstáculo para os professores.

Isso porque o aluno pode ter acesso a uma informação inverídica e aprender um conteúdo
errado. Ao chegar na aula, o professor ensina de forma diferente e esse desencontro pode
confundir o aluno e, até mesmo, fazer ele questionar o conhecimento do professor.

Para lidar com situações desse tipo, o professor precisa estimular no aluno o pensamento
crítico e ensiná-lo a buscar informações em fontes confiáveis, tornando-se uma espécie de
curador de conteúdos para o aluno.

3. Superficialidade de conteúdos

Se antes o acesso às informações era muito mais difícil, por outro lado, as fontes de
informação eram muito mais densas e aprofundadas.

Os conteúdos disponíveis na internet, em sua maioria, são superficiais. Especialmente pelo


estilo de leitura da nova geração, que preferem conteúdos rápidos e objetivos.

Neste contexto, a leitura de artigos científicos, por exemplo, deu lugar à leitura de artigos de
blogs, como este que você está lendo, os quais possuem uma linguagem muito mais fácil e
formato livre.

Quando o aluno quiser mesmo dominar um conteúdo, é preciso que procure por fontes mais
profundas e, de preferência, científicas, com embasamento teórico e baseado em fontes
confiáveis.

2.5.4. Os principais desafios do uso das TICs na educação


Tanto na educação presencial como no ensino a distância, as tecnologias de informação e
comunicação potencializam o processo de construção do conhecimento.
19

No entanto, não basta apenas implementar ferramentas tecnológicas em sala de aula. É


preciso realizar uma verdadeira transformação digital e cultural na instituição.

Os principais desafios do uso das TICs na educação e como aproveitar todos os seus
benefícios no dia a dia acadêmico:

1. Acompanhar os avanços do setor

A tecnologia está se modificando a todo momento. Dessa forma, algumas ferramentas podem
perder sua relevância rapidamente. Invista em tecnologias que ofereçam capacidade de
adaptação e inovação, como é o caso das bibliotecas digitais, que renovam seu acervo e
funcionalidades com frequência.

2. Manter os alunos engajados

Conquistar o interesse dos alunos é o desafio de boa parte dos professores, visto que o
engajamento é essencial para um bom aproveitamento da aula e assimilação do conteúdo
aprendido. Portanto, é possível utilizar a tecnologia como aliada nesse quesito, já que ela
facilita o processo de aprendizado e é valorizada pelos alunos.

3. Inovar no ato de lecionar

Em um cenário em que a tecnologia está presente na rotina acadêmica de diversas instituições


de ensino, é primordial que os professores busquem alternativas inovadoras para conectar os
alunos ao conhecimento.

A era digital formou novos professores, que atuam como verdadeiros mentores, oferecendo
ao aluno mais autonomia e criatividade em seu próprio aprendizado. Dessa forma, é
necessário que os professores tenham domínio dessas tecnologias, a fim de aproveitar todo o
seu potencial em sala de aula.

4. Oferecer infraestrutura adequada

De nada adianta estar atualizado com as principais tendências tecnológicas do ensino,


preparar o corpo docente para essas mudanças e não oferecer uma estrutura propícia para a
inovação.

O investimento em tecnologia sempre oferece retornos positivos, que incluem o aumento da


produtividade e satisfação de alunos e professores.

5. Escolher ferramentas tecnológicas estratégicas


20

A escolha das ferramentas tecnológicas também possui um grande peso na transformação


digital da instituição. Existem inúmeras soluções disponíveis no mercado, mas nem todas
estão adequadas à realidade institucional.

Plataformas digitais, como a Minha Biblioteca, são exemplos de tecnologias que integram
tecnologia e educação, que podem ser adaptadas ao interesse e objetivo da instituição.

A Minha Biblioteca oferece mais de 7 mil títulos acadêmicos das mais diversas áreas de
conhecimento. E o melhor: a plataforma possui diversas ferramentas que facilitam os estudos,
como marca páginas, anotações, busca dinâmica, leitura em voz alta, entre outros. Tudo isso
é feito e acessado por meio de qualquer dispositivo com acesso à internet.

Não há dúvida de que a tecnologia veio para contribuir com o aprendizado. No entanto, ainda
é necessária uma postura mais ativa por parte de professores, dos gestores educacionais e
comunidade científica em geral, sobre a utilização das TICs na educação.

2.5.5. O papel das TICs na educação em Moçambique


A utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC), no sistema educativo deve
visar um horizonte de actuação dos professores que não se limita à simples melhoria da
eficácia do ensino tradicional ou à mera utilização tecnológica escolar, através dos meios
informáticos. As Tecnologias de Informação e Comunicação têm um papel profundo na
educação. Elas proporcionam:

 Novos objectivo para a educação que emergem uma sociedade de informação e da


necessidade de exercer uma cidadania participativa, crítica e interveniente;
 Com novas concepções acerca da natureza dos saberes, valorizando o trabalho
cooperativo;
 Novas vivências e práticas escolares, através do desenvolvimento de interfaces entre
escolas e instituições, tais como bibliotecas, museus, associações de apoio à juventude,
entre outros;
 Novas investigações científicas em desenvolvimento no ensino superior, entre outros.

2.5.6. Desafios das tecnologias de informação em Moçambique


 Na área de Educação

A tecnologia da informação está cada vez mais presente em nossa sociedade. É muito
comum que pessoas usem seus smartphones, tablets e notebooks para manter-se informadas e
conectadas com o mundo. Estamos na sociedade da informação.
21

a) Formação dos professores

Um elemento essencial da reforma educacional é uma formação de professores que articule a


introdução das TIC no currículo e a revisão das práticas de ensino, com a finalidade de ajudar
os professores no desenvolvimento das habilidades necessárias para lidar com a gestão de
novos ambientes de aprendizagem.

“Há um equívoco em muitos dos actuais debates sobre formação dos professores, entendida
só como formação técnica. Para a sustentabilidade de um projecto, interessa-nos desenvolver
novas práticas didácticas com a média, e não só competências técnicas”. (PISCHETOLA,
2012)

É preciso ter em mente que os professores inseridos em programas de formação não podem
simplesmente vivenciar processos acríticos de utilização da tecnologia, o que acarretaria na
introdução e utilização indiscriminada de tecnológicas nas salas de aula sem intencionalidade
pedagógica.

b) Falta do domínio no uso das TICs

A incorporação das TIC no contexto escolar exige dos professores e alunos não só
conhecimento técnico de como manusear os aparatos tecnológicos, exige além de tudo
assimilar e incorporar uma nova cultura de aprendizagem, pois mediante a tantas informações
disponíveis é necessário capacitar os alunos a seleccionar, significar e dar sentido a essas
informações, a fim de que os mesmos possam construir seu próprio conhecimento

Deste modo, os professores e alunos não só necessitam aprender a manejar instrumentos


tecnológicos. Para os professores é essencial que reconheçam a importância do uso das TIC’s
e disponibilizem as tecnologias aos alunos a fim de que facilite o acesso ao conhecimento
científico.

c) A falta de condições e tempo

É destacar que, além das deficiências na formação de professores para o uso das TIC, ainda
existem obstáculos como as precárias condições da sala de aula relativas à conectividade com
a internet e a insuficiência do suporte técnico. As autoras apontam que mais um desafio do
educador é encontrar tempo suficiente para se actualizar, acessar informações, ser activo e
conhecedor das tecnologias que surgem a todo momento. Barros (2016), na mesma direcção
22

dessa ideia, afirma que o professor encontra-se preso a um sistema no qual falta tempo para
inovar, aprender, estudar e experimentar coisas novas.

“Quanto ao uso limitado do computador na prática pedagógica, os docentes em suas falas


assinalaram que os factores estão relacionados à falta de tempo para planejar as actividades, à
grade curricular por disciplina e à ausência de um professor orientador em informática.
Também apontam o número limitado de computadores nos laboratórios em relação ao
número de alunos por turma como alguns dos aspectos que limitam a inserção das TIC nas
actividades diárias com os alunos”.

Diante de tais relatos, Peixoto & Carvalho (2014) sinalizam que é fácil perceber que o
professor e o aluno se deparam com grandes dificuldades para a inserção das TIC em suas
práticas.

Dentre eles é possível destacar o tempo para se dedicar aos estudos e o acesso aos recursos
tecnológicos. São notórias as fragilidades vivenciadas pelos professores assim como pelos
próprios estudantes para a efectivação de uma formação continuada. O tempo e as condições
para a realização dos cursos são aspectos que se articulam às formas específicas como estes
cursos funcionam e são organizados. Nesta perspectiva, é importante considerar a articulação
entre as condições de que os professores dispõem para a formação, as características dos
cursos e também o contexto mais amplo no qual se inserem as práticas e experiências
formativas.

d) O multilinguismo

Um outro desafio na área das TICs está ligado aos estudantes cuja língua materna é diferente
da língua oficial de instrução tendo menos probabilidade de ter computadores e conexões à
Internet em casa do que os estudantes que usam a língua padrão.

Também há menos material disponível para eles on-line em seu próprio idioma, colocando-os
em desvantagem em comparação com a maioria dos colegas que informações, preparam
palestras e documentos e se comunicam mais usando as TICs. No entanto, as ferramentas de
TIC também podem ajudar a melhorar as habilidades dos estudantes de línguas não oficiais
especialmente na aprendizagem do idioma oficial da instrução por meio de recursos como
reconhecimento automático de fala, disponibilidade de materiais audiovisuais autênticos.

2.5.7. Desafios em outras áreas


Governo electrónico
23

Foi criado pelo Decreto nº 61/2017 a 06 de Novembro e ajustadas as suas atribuições


previstas pela Lei nº 3/2017 de 09 de Janeiro, o Instituto Nacional de Governo Electrónico,
abreviadamente designado por INAGE iniciou suas actividades com a missão principal de
prestar serviços de Governo Electrónico. Tem como principal missão a promoção a contínua
modernização administrativa do Estado como base de melhor servir o cidadão.

O INAGE tem como funções coordenar a implementação de actividades realizadas no


domínio das tecnologias de informação e comunicação, em sinergia com outras entidades
públicas, privadas e da sociedade civil, gerir a plataforma comum de comunicação de dados e
de interoperabilidade de sistema de Governo Electrónico, de alto débito, fiável, segura e
eficiente; implementar e gerir os Centros de Dados do Governo e os respectivos serviços,
promover a inovação e modernização do Estado no âmbito da Reforma da Administração
Pública.

Neste cenário, o governo tem um grande desafio para a digitalização dos arquivos tomando
em conta que o seu publica alvo enfrenta dificuldades desde o manuseamento ate a
disponibilidade de deuses meios de comunicação. É o caso do INSS que já implementou o
sistema de pagamento via electrónico mas na realidade muitas entidades simplesmente se
adestraram e não fazem o uso, outras por falta de pessoas que possam facultarem o uso,
outras por falta de meios.
24

3. Conclusão
A inserção das TICs no cotidiano escolar estimula o desenvolvimento do pensamento critico,
criativo e a aprendizagem cooperativa, uma vez que torna possível a realização de atividades
interativas. Sem esquecer que também pode ajudar o estudante a desafiar regras, descobrir
novos padrões de relações, improvisar e até adicionar novos detalhes a outros trabalhos
tornando-os assim inovados e diferenciados.

As tecnologias proporcionam que cidadãos construam seus saberes a partir de comunicação e


interações com um mundo de pluralidades, no qual não há limites geográficos, culturais e a
troca de conhecimentos e experiências é constante.

Dessa forma as tecnologias de informação e comunicação funcionam como molas


propulsoras e recursos dinâmicos de educação, a medida que quando bem utilizadas pelos
educadores e educandos permitem intensificar a melhoria das práticas pedagógicas
desenvolvidas em sala de aula e fora dela.

Na sociedade atual em que estamos vivendo, na qual por muitas vezes a máquina substitui o
trabalho humano, cabe ao homem à tarefa de ser criativo, ter boas ideias. E na era da
informação e comunicação é indispensável que as pessoas saibam e consigam identificar o
que há de essencial.

É preciso compreender que a ferramenta tecnológica não é ponto fundamental no processo de


ensino e aprendizagem, mas um dispositivo que proporciona a mediação entre educador,
25

educando e saberes escolares, assim é necessário que se supere o velho modelo pedagógico é
preciso ir além de incorporar o novo (tecnologia) ao velho. Diante disso, temos que entender
que, a inserção das TICS no ambiente educacional, depende primeiramente da formação do
professor em uma perspectiva que procure desenvolver uma proposta que permita
transformar o processo de ensino em algo dinâmico e desafiador com o suporte das
tecnologias.

As TICs quando articuladas a uma prática formativa que leva em conta os saberes trazidos
pelo aluno, associando aos conhecimentos escolares se tornam essenciais para a construção
dos saberes. Além disso, favorece aprendizagens e desenvolvimentos, além de proporcionar
melhor domínio na área da comunicação, pois como Lévy (1999) ressalta as redes de
computadores permitem as pessoas construírem e partilharem conhecimentos, tornando-os
seres democráticos que aprendem a valorizar a competências individuais.

4. Refrerências Bibliograficas
FERREIRO, E, (2000). Cultura Escrita e Educação. Porto Alegre: Art Méd.

BARROS, OLÍMPIO, et al ( 2016). A inserção das novas tecnologias na formação de


professores. Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico. n0 3.

FARIA, P. (2008). Integração Curricular das Tecnologias Educativas no Ensino da


Língua Portuguesa: um blogue para desenvolver a leitura e a escrita, novembro, Revista
EFT: http://eft.educom.pt

LISBOA, E, COUTINHO, C.P. Redes sociais e currículo: uma reflexão sobre o potencial
educativo do orkut. 2010. Disponível em http://hdl.handle.net/1822/11062>. Acesso em 02
set. 2018.

MORAN, J. M, et all (2007). Novas tecnologias e mediações pedagógicas. 13. ed. São
Paulo: Papirus.

MOREIRA, A. & LEAL, A. (2006). Utilização de Conteúdos Digitais nas Escolas.


Ministério da Educação - Equipa de Missão Computadores, Redes, e Internet na Escola.

LÉVY, Pierre. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.


26

PEIXOTO & CARVALHO (2014). Formação para o uso de tecnologias: denúncias,


demandas e esquecimentos nos depoimentos de professores da rede pública. Educativa.
V. 17, n. 2.

PISCHETOLA, M. Formação de professores para a promoção de projectos de inclusão


digital sustentáveis. Linhas. V. 13, n. 2, 2012. Decreto nº 61/2017 a 06 de Novembro.

VALENTE, J. A (1996). Informática na educação: do livro ao software. v. 2.


Florianópolis: ENDIPE.

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