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Objetivo da matéria

Nossa matéria tem como objetivo


revelar o plano da redenção que esteve
ocultado no Antigo testamento, e como
símbolos e eventos apontam para
Jesus. Com isso, podemos afirmar que
o antigo testamento é o ‘protótipo’, a
‘sombra’ do novo testamento.
Fazer com que os alunos entendam a
total ligação do antigo com o novo
testamento. Podemos perceber Jesus
em todo o AT, através de símbolos,
pactos, cerimoniais e alianças.

INTRODUÇÃO
Sabemos que o antigo testamento é
composto de 39 livros que foram
considerados inspirados por Deus,
fazendo assim parte do cânon (regra
de ação). O AT foi escrito
originalmente em hebraico e algumas
partes em aramaico.

1- DIVISÃO DO ANTIGO
TESTAMENTO

1.1. Divisão da septuaginta


Como muitas pessoas entendiam a
língua grega, 70 estudiosos se
reuniram em Alexandria, no Egito (282
a.c) para fazer a tradução da bíblia
hebraica para a língua grega.
1.2. Divisão da Bíblia Hebraica
Sucessivamente toda a bíblia hebraica
foi traduzida. Com certeza o
pentateuco e os salmos foram
traduzidos em Alexandria, mas
quanto os demais livros não é
possível saber com exatidão. Precisa
dizer que não foi feita uma obra
completa em grego, como se faz hoje
com os nossos livros, mas nasceu aos
poucos e para completar-se
provavelmente levou 200 anos. Por
isso hoje não temos fisicamente um
livro manuscrito elaborado antes de
cristo que seja a setenta.
1.3. Divisão da Bíblia Católica
O conteúdo da bíblia católica e
protestante são basicamente os
mesmos, com a diferença de que os
protestantes, à época da reforma,
excluíram da bíblia sagrada 7 (sete)
livros que sempre fizeram parte da
escritura sagrada, os quais constam até
hoje da bíblia católica. Esses livros são:
Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2
Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e
Baruc. Há ainda trechos dos livros de
Ester e de Daniel que constam na bíblia
católica e não na bíblia usada pelos
protestantes.
1.4. Cânon Bíblico
É a lista de textos (ou "livros")
religiosos que uma determinada
comunidade aceita como sendo
inspirados por Deus e
autoritativos. A palavra "cânone"
vem do termo grego κανών ("régua"
ou "vara de medir"). Os cristãos
foram os primeiros a utilizar o termo
para fazer referência às suas
escrituras.

2- SINOPSE DO ANTIGO
TESTAMENTO
2.1.Pentateuco
Pentateuco é chamado o conjunto
dos cinco primeiros livros da bíblia.
Estes cinco livros também são
chamados de “a lei” ou “torá”. Os livros
que compõe o pentateuco são: gênesis,
êxodo, levítico, números e
deuteronômio.
De maneira genérica a lei aponta
para o antigo testamento. Contudo, a
“tora” está baseada em cima do
pentateuco, os cincos primeiros
livros da Bíblia, escrito por Moisés.
Para o judeu, representa o código de
conduta civil, ética e religiosa.
A palavra pentateuco vem do grego
pentateuchos, que significa “livro de
cinco volumes”. Esses cinco primeiros
livros do Antigo Testamento
possuem uma importância muito
grande. Eles fornecem a base de todo
o restante do conteúdo bíblico.
O escritor do pentateuco é
amplamente aceito pelos estudiosos
que foi Moisés, que escreveu esses
cinco livros. Moisés é citado com
importante ênfase sobre a autoria e
mencionado em alguns textos sua
importância como líder do povo e
escritor: Ex 24:3-7; Dt 31:24-26.
A mensagem do pentateuco é
constituída de história e lei. Ele possui
uma estrutura unificada. Da mesma
forma que os livros são individuais
eles possuem uma narrativa
uniforme e continuada, dando
sequência aos fatos históricos da
criação até o tempo de Moisés.
Gênesis
Primeiro livro da bíblia gênesis
registra a criação do
mundo(cosmos). Esse livro possui
características peculiares bem como:
um relato único da criação que não é
visto em nenhum outro lugar da bíblia,
a aliança que Deus faz a Abrão ao qual
teria como descendência o povo de
Israel e o relato de José como
governador do Egito, terra próspera
mas que graças a mão de Deus, foi
possível sair de um tempo de crise,
usando a José como interprete de
sonhos entre outras situações.
Ao longo dos 50 capítulos, podemos
entender a história e os
acontecimentos na criação do mundo,
como tudo se originou. Deus, após criar
os céus e a terra, cria o homem à sua
própria imagem. Além disso, em
gênesis acompanhamos também a
origem do povo de israel. Portanto, em
gênesis podemos conhecer a história
da criação do mundo por Deus, a
origem da humanidade juntamente
com a origem do pecado e seus
ensinamentos ao povo de israel.
Êxodo
Segundo livro da bíblia. Em êxodo nos
é apresentada a história de Moisés e o
relato da saída dos israelitas do Egito
em busca da terra prometida.
Liderados por Moisés, o povo deixa
para trás uma vida de escravidão,
O livro de êxodo nos mostra
importantes acontecimentos, desde a
vida de Moisés, a saída do povo do
Egito em busca da terra prometida, a
aliança de Deus com os israelitas e a
instituição dos dez mandamentos.
Levítico
Terceiro livro da bíblia, a palavra
“levítico” é uma referência aos levitas,
os primeiros sacerdotes judaicos,
responsáveis por exercer a função
sacerdotal para o seu povo. Nesse livro,
que é direcionado ao povo de
Israel, encontramos passagens
voltadas aos sacerdotes.
Acompanhamos também os
acontecimentos desde o fim da
construção do tabernáculo até a saída
do povo do monte Sinai.
Portanto, o livro de Levítico é
composto de diversas informações
sobre o início dos sacerdotes, as
ofertas e sacrifícios que o povo deveria
realizar, as leis de pureza e impureza e
o código de santidade. Além dessas
orientações, o livro também traz
incentivos de uma boa postura e
convívio entre as pessoas.
Números
Quarto livro da bíblia, o livro de
números se inicia com os israelitas
recebendo de Deus suas leis e
renovando sua aliança com ele, que
passa a habitar entre o povo no
tabernáculo. O livro recebeu este nome
devido as duas contagens que foram
realizados do povo de Israel; a
primeira ocorreu após a saída do Egito
e a segunda antes de entrarem na terra
prometida.
Neste livro, acompanhamos os
acontecimentos durante a caminhada
em direção a terra prometida,
mostrando as experiências da primeira
e segunda geração de israelitas. E
também, as ações de Deus diante da
rebeldia do povo de Israel e sua
proteção e bondade perante a nova
geração de israelitas que vão em
direção a Canaã.
Deuteronômio
A união da para deutero (segundo)e
nômio (lei) formam a palavra
deuteronómion no grego que significa
“segunda lei” , que constitui o quinto
livro da Bíblia, no livro de
deuteronômio acompanhamos os
discursos de Moisés aos israelitas
nas planícies de Moabe, antes de
entrarem na terra prometida,
lembrando-os das leis e do poder de
Deus.
Portanto, no livro de deuteronômio
entendemos, através dos discursos de
Moisés, a importância da obediência a
Deus e de suas leis, das bençãos e
advertências que ele pode conceder.

3. Livros históricos
Os livros históricos do Antigo
Testamento: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2
Samuel, 1 e 2 reis, 1 e 2 crônicas,
Esdras, Neemias e Ester. Todos esses
livros fazem parte da categoria de
livros históricos, pois possuem
características de cunho e narrativa
histórica.
Os livros históricos do Antigo
Testamento registram a história do
povo de Israel desde a conquista da
terra prometida sob a liderança de
Josué, até a restauração de Jerusalém
após o cativeiro babilônico.
Isso significa que a narrativa dos
livros históricos compreende um
período de centenas de anos. Nesse
espaço de tempo, os livros históricos
também relatam o início da monarquia
em Israel com o reino unificado, depois
o reino dividido, e as quedas do reino
do norte e do reino do sul diante dos
impérios assírio e babilônico
respectivamente.
Mas no geral, cada um dos livros
históricos registra acontecimentos
importantes para a unidade da
narrativa bíblica. Os livros históricos
são fundamentais para o correto
entendimento acerca do
relacionamento de Deus com o povo
da aliança. Além disso, a mensagem
dos livros históricos aponta
diretamente para a vinda do messias
como o verdadeiro filho de Davi no
qual se cumprem todas as esperanças
acerca de um reino perfeito, eterno e
glorioso.
4. Livros Poéticos
Os livros poéticos e sapienciais do
Antigo Testamento são: Jó, Salmos,
Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
5. Os Livros da Sabedoria
Salomão é reconhecidamente um
homem sábio, e o maior de sua época.
Mas não foi o único de seu tempo.
Houve outros que o precederam, e
também outros que o sucederam. Os
sábios daquele tempo tinham maior
preocupação com a vida prática do que
com a sabedoria filosófica.
Interessavam-se profundamente com
a ética e a aplicação correta desta à
vida humana. Interessavam-se pelo
chão da vida. Eram filósofos de
conversa, tal como uma mulher do lar
e um homem do campo. Aqueles sábios
procuravam aplicar o conhecimento e
a sabedoria não apenas para que o
homem pudesse viver melhor, mas sim
para que o homem tivesse uma
perspectiva norteadora em termos de
perseguir um ideal.
Se compararmos o sábio com um
profeta e com um sacerdote,
veremos que possuem abordagens
distintas para os mesmos fenômenos.
Por exemplo: em relação ao pecado,
o sacerdote diria que é uma
profanação. O profeta diria que é um
pecado. E o sábio diria que é uma
loucura. Portanto, o sábio analisava os
fatos em uma perspectiva moral com
vistas às consequências dos atos, que
podiam resultar em felicidade ou
desgraça. São três os livros sapienciais:
Jó, provérbios e Eclesiastes.
6. Profetas Maiores
Profetas maiores e profetas
menores são os livros dos profetas
bíblicos organizados em duas
categorias de acordo com o volume
de seu conteúdo. Portanto, a
nomenclatura “profetas maiores” e
“profetas menores” é apenas uma
forma de classificação.
É importante entender isto para que se
saiba que a designação como “maior”
ou “menor”, se refere ao tamanho da
obra literária produzida pelo profeta, e
não a importância de seu ministério.
Tanto os profetas que produziram um
texto maior como os que produziram
um texto menor, ou até mesmo os
profetas que não produziram texto
algum, todos eles foram igualmente
importantes e cumpriram o propósito
de Deus através de seus ministérios.
Os profetas que produziram literatura
(os maiores e os menores) são
geralmente chamados de “profetas
escritores”. Já os profetas que não
produziram textos que compõe o
cânon bíblico são geralmente
chamados de “profetas oradores”.
Entre os profetas oradores podemos
citar como exemplo Elias e Eliseu.

➢Cinco livros do Antigo Testamento


formam o conjunto dos profetas
maiores. Esses livros foram escritos por
quatro profetas. São eles: Isaías,
Jeremias, Ezequiel e Daniel. Por isso
estes quatro profetas são denominados
profetas maiores.

7. Profetas Menores

São doze os livros que formam o


conjunto dos profetas menores. Então
os profetas menores são: Oseias, Joel,
amos, Obadias, Jonas, Miqueias,
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias, Malaquias.
Dentre os profetas menores, Oseias,
Jonas e Joel são citados
nominalmente no novo testamento.
Os profetas maiores e os profetas
menores foram usados por Deus no
processo de produção das escrituras.
Por isso a mensagem deles é
extremamente relevante para a igreja
de cristo.
3 - COMO DEUS SE REVELAVA
NO ANTIGO TESTAMENTO
Deus se revela de diversas formas
no Antigo Testamento. Muitas dessas
formas precisam e necessitam ser
entendidas de uma forma completa,
pois muitas heresias e até mesmo
doutrinas, são criadas pelo não
compreensão da maneira como Deus
se relacionava com o homem.
Veremos nesse estudo, algumas
formas que Deus se revela aos homens:
pactos, sacrifícios, sistema de alianças
e sistema sacerdotal.

3.1. Pactos
Nos tempos bíblicos, um pacto era
um contrato ou acordo formal. Por
meio de uma série de pactos, que
correspondiam a promessas solenes,
Deus aos poucos revelou como seu
propósito a respeito do libertador
prometido no Éden se cumpriria. O
pacto feito com Abraão indicava que o
prometido viria por meio da
linhagem de Abraão. Pactos
posteriores forneceriam mais
esclarecimentos sobre quem seria esse
prometido. O pacto que Deus faz com
Abraão abençoa todos nós até hoje,
pois somos descentes de Abraão pela
fé. Romanos 4.
Deus fez um pacto com Noé Gn 9, essa
foi a primeira vez que Deus
estabeleceu sua aliança com o homem.
Ao longo da Bíblia a palavra aliança
aparece quase quatrocentas vezes, o
mais interessante é que somente no
texto de Gn 9. 8-17, a palavra “acordo”,
ou “concerto”, “aliança” (de acordo
com as traduções) aparece sete
vezes (cf. 9,11,12,13,15,16,17). Isso
tem um significado muito grande
porque o número sete na bíblia revela
a perfeição de Deus. Portanto, Deus
não fez uma aliança qualquer com o
homem, mas uma aliança perfeita para
perdurar por toda a eternidade. Em
outras palavras, a intenção de Deus é
preservar a sua criação.
Após Deus dar algumas ordenanças a
Noé, ele estabelece o pacto da graça
que estava selando com o ser humano,
a fim de preservar a raça humana e
toda sua criação. Ao longo da história
da redenção percebe-se Deus fazendo
várias alianças com o ser humano. Em
gênesis 9 é a primeira vez que isso
acontece.
O valor dessas alianças estabelecidas
entre Deus e o ser humano, começando
com Noé, não depende do homem, mas
de Deus em usar sua misericórdia e
graça para com o seu povo.
Os pactos que Deus fez com Abraão e
Noé, são os principais, pois demonstra
a graça de Deus, desde o Antigo
Testamento para com a humanidade.
3.2. Sacrifícios
Os sacrifícios no Antigo Testamento
eram um ato indispensável do culto,
devido à tamanha importância que
tinham. Geralmente quando falamos
em sacrifício no antigo testamento,
logo, consideramos a imolação de um
animal em oferta a Deus pelos pecados
do povo. Porém, para os hebreus, essa
era apenas uma das muitas maneiras
possíveis do sacrifício.
No Antigo Testamento podemos
perceber que também eram feitas
ofertas de alimentos, bebidas e
incenso. Além disso, nem todos os
sacrifícios eram de expiação pelos
pecados. Havia sacrifícios de gratidão
(ação de graças), de reconciliação
com Deus ou purificação. Os
sacrifícios no Antigo Testamento
eram oferecidos no tabernáculo
móvel, mediados pelos sacerdotes.
Depois, quando o templo foi
construído em Jerusalém, todos os
sacrifícios passaram a ser realizados
ali.
Também podemos classificar os
sacrifícios em categorias ou tipos, onde
um dos principais era o holocausto. Já
no Novo Testamento, aprendemos que
Jesus Cristo, mediante a sua morte na
cruz, se ofereceu em sacrifício vivo de
forma definitiva. Isto significa que ele
fez a oferta do seu próprio corpo uma
vez por todas pelos nossos pecados,
não sendo mais necessário qualquer
tipo de sacrifício como os sacrifícios do
Antigo Testamento.
3.3 Consagração
Holocausto: era um tipo de sacrifício
onde o elemento oferecido era
totalmente consumido pelo fogo. No
templo de Jerusalém, os holocaustos
eram oferecidos duas vezes ao dia (de
manhã e à tarde). Algo interessante é
que as pessoas podiam oferecer um
holocausto como sacrifício privado,
por intermédio dos sacerdotes. Eram
utilizados bezerros, carneiros ou
aves sem defeito. A escolha do animal
era feita de acordo com a situação
econômica do ofertante.

Oferta de manjares: Era um sacrifício


onde uma porção de alimento era
queimada como oferta a Deus, e o resto
do alimento era dado ao sacerdote do
templo. No caso de uma pessoa muito
pobre, a oferta de manjares podia
substituir o sacrifício animal pelo
pecado. Eram utilizados grãos (trigo e
cevada), flor de farinha, incenso, pão
cozido (sem fermento), sal. O fermento
e o mel eram proibidos.
3.4. Comunhão
Pacífico: este sacrifício também era
conhecido como oferta de comunhão.
Era um sacrifício que primeiro era
oferecido ao senhor e depois era
distribuído ao ofertante e sua família.
O sacrifício pacífico servia como um
tipo de “alimento da aliança”, pois
simbolizava a união entre Deus e o seu
povo. Era utilizado qualquer animal do
gado sem defeito e pães.
3.5. Expiação
Expiação pelo pecado: era uma
oferta especial por diversos pecados
praticados contra o próximo e contra
Deus. Nestes casos, era preciso ser
oferecido um carneiro sem defeito
como sacrifício, além de uma
restituição em espécie, à qual se
acrescentava uma quinta parte do que
fora defraudado, para a pessoa
ofendida. Esse sacrifício tinha como
finalidade restabelecer o
relacionamento com Deus, que havia
sido comprometido pelas faltas
praticadas ou por algum estado de
impureza. Eram utilizados novilho,
bode, cabra, ovelha, dois pombinhos e
a décima parte de um efa de flor de
farinha. Como em outros tipos de
sacrifícios, a escolha da oferta também
dependia da situação econômica do
ofertante.
Expiação pela culpa: Este sacrifício é
muito semelhante ao anterior, sendo,
na verdade, até difícil determinarmos
com exatidão em que se
diferenciavam. Algumas
características nos ajudam nessa
tarefa, como o fato de sempre o
elemento de sacrifício ser
obrigatoriamente um carneiro
(Levítico 5:15-18). Além disto, se a
fraude cometida contra o próximo ou
contra Deus podia ser estimada em
uma quantia de dinheiro, era
acrescentada então a obrigação de
pagar tal dívida na íntegra, acrescida
de uma quinta parte.
3.6. Sistema Sacerdoral
O propósito eterno de Deus exigiu que
ele canalizasse toda a humanidade
para Jesus Cristo “para em todas as
cousas [Cristo] ter a primazia"
(Colossenses 1:18). Por um lado, a lei
foi designada para convencer o homem
do pecado e mostrar-lhe a necessidade
de eliminar o seu pecado, porém essa
lei foi divinamente projetada para não
conseguir providenciar tudo o que o
homem realmente necessitava. A
sabedoria de Deus sabia que isso faria
o homem ansiar por um sistema
melhor.
Debaixo da lei mosaica, o povo ficava
distanciado de Deus pelos sacerdotes,
os quais ficavam entre Deus e o
homem. O sacerdote era um mediador
que ensinava a lei, mas principalmente
oficiava os cultos religiosos dos
israelitas. Os sacerdotes só podiam vir
da tribo de Levi. No entanto, o simples
fato de alguém ser levita não fazia dele
um sacerdote. Para atuar como
sacerdote, era necessário o chamado
de Deus. "ninguém, pois, toma esta
honra para si mesmo, senão quando
chamado por Deus, como aconteceu
com Arão" (Hebreus 5:4). Então, ser
sacerdote era uma honra especial, e os
que desempenhavam essa função eram
diretamente chamados por Deus.
Embora os demais levitas
desempenhassem trabalhos
importantes na vida religiosa de Israel,
não eram sacerdotes.
Em segundo lugar, os sacerdotes da
ordem levítica eram consagrados ou
separados por Deus para esse trabalho
especial (Êxodo 28:1-4). Isso significa
que eram santos, não devendo ser
considerados comuns. Deus até
mesmo mandou que usassem "vestes
santas" quando estivessem ocupados
com as funções sacerdotais, e, antes de
servirem a Deus no santuário, tinham
de fazer purificação cerimonial,
ofertas, unção e aspersão do sangue.
Mas ainda havia uma grande
deficiência no uso desses homens para
oferecer sacrifícios a favor da nação
israelita (veja Hebreus 8:7-8). A
deficiência era esta: os próprios
sacerdotes eram pecadores. Na
verdade, eles só podiam exercer as
suas funções sacerdotais após sete dias
completos de purificação cerimonial,
durante os quais a "expiação" era
feita por causa do pecado deles.
Outro sério problema era que os
sacrifícios que ofereciam pelo povo
não podiam eliminar o pecado:
"porque é impossível que o sangue de
touros e de bodes remova pecados"
(Hebreus 10:4). Debaixo do sistema
transitório da lei, Deus aceitava
sacrifícios de animais como
substituto do único sacrifício que
poderia realmente eliminar o pecado a
vida do filho de Deus, que não tinha
pecado.
4 – PROFECIAS
4.1. A Queda do Homem
Existem inúmeras referências
sobre Jesus no Antigo Testamento,
de modo que certamente podemos
dizer que todo o Antigo Testamento
testifica de Cristo. Logo nos primeiros
capítulos de Gênesis, após a queda do
homem, encontramos a promessa
sobre aquele que esmagaria a serpente
(Gênesis 3:15).
4.2. Pacto abraônico

Depois, quando Deus fez um pacto com


o patriarca Abraão prometendo
bênçãos sobre sua descendência, tal
pacto e promessa estavam
diretamente ligados à vinda e a obra
redentora do messias. Ele é o grande
descendente de Abraão, pelo qual
todas as nações são abençoadas
(Gênesis 12:3; 18:18; 22:18; cf. Gálatas
3:18).
Sacrifício de Isaque
Até quando o mesmo Abraão recebeu a
ordem para sacrificar seu filho Isaque
no monte Moriá, Deus proveu um
cordeiro para substituir o menino; e
claro, aquele cordeiro era um símbolo
de cristo (Gn 22).
4.3. A páscoa

Mais tarde, quando Deus enviou as dez


pragas sobre o Egito para que seu povo
fosse libertado, Moisés recebeu
instruções da parte de Deus para a
celebração da páscoa (Êxodo 12); e sob
a luz do novo testamento,
entendemos que a páscoa apontava
para o próprio cristo, nosso cordeiro
pascal, o cordeiro que tira o pecado do
mundo (João 1:29; 1 Cor 5:7).
4.4. Profeta Isaias
Na verdade, todo o Antigo
Testamento, seja por promessas,
pactos, repreensões ou mesmo
símbolos, aponta para o Messias
prometido. O Antigo Testamento fala
sobre aquele que haveria de cumprir o
maravilhoso plano de redenção.
Certamente a passagem do Antigo
Testamento mais conhecida acerca de
Jesus é Isaías 53, onde o profeta Isaías
profetiza acerca de Jesus.O próprio
Isaías também profetizou que o
messias, o Emanuel, nasceria de uma
virgem. Ele ainda disse que seu nome
seria “maravilhoso, conselheiro, Deus
forte, pai da eternidade, príncipe da
paz” (Isaías 7:14; 9:6).

5 – SÍMBOLOS


Símbolo é uma figura, marca ou sinal
que representa ou substitui outra
coisa. Lembremos que o tipo
representa um elemento futuro, mas o
símbolo não está preso à ideia de
tempo. Em um dado momento na
história, o tipo tem seu cumprimento,
ou seja, aquilo que ele representava no
AT já se cumpriu no NT. Por exemplo,
o tabernáculo no deserto representava
a Cristo, era tipo de Cristo. Nenhum
outro tabernáculo lembrava ou falava
de Cristo. Agora quando dizemos que
um leão representa a Cristo, qualquer
leão pode significar isto, pois são as
características do leão que são
mencionadas e não os aspectos
proféticos.
- Elementos reais -
Tipos e tipificações

T
i
p
o
s
O tipo é uma classe de metáfora que
consiste em acontecimentos, pessoas
ou objetos que designam fatos
semelhantes, pessoas ou objetos no
porvir. A interpretação tipológica
apoia a analogia entre os dois
testamentos e estas figuras são
numerosas e chamam-se nas
escrituras sombra dos bens futuros.
É importante destacar que os tipos de
Cristo na Bíblia não são seres humanos
perfeitos. Deus não escreveu a bíblia
para enaltecer o homem, mas para
enaltecer a Cristo.

➢ Serpente de metal
Levantada no deserto tipo da
crucificação do filho do homem (JO
3.14).
➢Jonas
Tipo da morte e ressurreição de Cristo
(Mt 12.40).
Cordeiro pascoal
Como o tipo do redentor (Rm 5.14; 1
CO 5.7).
Adão
Considerado por Paulo como tipo de
Cristo (Rm 5.14).
I
s
r
a
e
l
Como o tipo da comunidade cristã (1
Cor 10.6).
Abel
A oferta de sangue de Abel agradou a
Deus. Uma figura da morte de Cristo na
cruz por nós (Gn 4.1-17; Hb 11.4).

Noé
Noé é uma figura de Cristo. Ele era um
homem "justo" e andou com Deus Gn
6.8-22.
Noé na arca, passando pelas águas, é
uma das figuras da salvação em Cristo.
Gn 6.14-22; Mt 12.40 e Mt 24.37-39.
Abraão e Isaque
Tipo de o Deus Pai indo com seu filho
até a cruz. O Senhor Jesus se entregou
como um sacrifício perfeito a Deus. Gn
22.2; Hb 9.26; 10.12.

6- TIPOLOGIA

A tipologia é um tipo especial de


simbolismo. Todos os tipos são
representações de algo ainda futuro.
Mas especificamente, um tipo nas
escrituras. Uma pessoa ou coisa no
antigo testamento que prenuncia uma
pessoa ou coisa no novo testamento.

Exemplo= o dilúvio nos dias de Noé (


Gn 6 e 7), é usado como um tipo de
batismo em 1Pe20:21.
Quando dizemos que alguém é um tipo
de Cristo, estamos dizendo que uma
pessoa no Antigo Testamento se
comporta de uma maneira que
corresponde ao caráter ou ações de
Jesus no Novo Testamento.
Declarações bíblicas quanto a natureza
ou tipo:
Sombra ( Cl 2:16-17); modelo, exemplo
( Hb 8:4-5);sinal ( Mt 12:39), parábola
ou alegoria ( Hb 9:9), tipo (Rm 5:14)
Exemplos de tipo= Adão representa
o 1º homem, Jesus representa o 2º
homem (Rm 6) Cordeiro e Cristo/
páscoa - Ex 12, 1 Co 5:7
Circuncisão- Tipo da verdadeira marca
no coração (Col 2:11) Sacrifício= tipo de
Cristo, perfeito e eterno (Hb 9:26)
A nuvem cobria o tabernáculo que
aponta Deus morando em nós. Hoje a
nuvem que cobria e dirigia o povo
quando se movimentava, representa a
palavra de Deus, habitando em nós e
nos guiando e dirigindo.
Pela Palavra= Sl
119:105, pelo
Espírito=Jo 16:13-
15

Conclusão - Vamos encontrar diversos


tipos no antigo testamento, que
apontam sempre algo maior e
permanente revelado no Novo
Testamento ( Hb 10:1)

7 - APLICANDO O
ANTIGO
TESTAMENTO
Introdução:

Para aplicarmos o Antigo


Testamento na vida da igreja
precisaremos fazer algumas
distinções importantes.
7.1. Graça x lei
Esse assunto será tratado na matéria "
graça de Deus “, mas entendo ser
importante falarmos aqui
introdutoriamente.
7.2. Como foi instituída a lei.
A lei foi instituída no Antigo
Testamento, onde Deus fez uma
aliança com seu povo através de
Moisés.

Vejamos as referências:
Êxodo 19: 3-6 " subiu Moisés a Deus, e
do monte do Senhor o chamou e lhe
disse: assim falarás à casa de Jacó e
anunciarás aos filhos de Israel: tendes
visto o que fiz aos egípcios, como vos
levei sobre asas de águia e vos cheguei
a mim. Agora, pois, se diligentemente
ouvirdes a minha voz e guardardes a
minha aliança, então, sereis a minha
propriedade peculiar dentre todos os
povos; porque toda a terra é minha;
voz me sereis reino de sacerdotes e
nação santa. São estas as palavras que
falarás aos filhos de Israel".
A instituição dos 10 mandamentos:
Êxodo 20: 1-17 " então, falou Deus
todas estas palavras: eu sou o Senhor,
teu Deus, que te tirei da terra do Egito,
da casa da servidão. Não farás para ti
imagem de escultura, nem semelhança
alguma do que há em cima nos céus,
nem embaixo na terra, nem águas
debaixo da terra. Não às adorarás, nem
lhes darás culto; porque eu sou o
Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que
visito a iniquidade dos pais nos filhos
até à terceira a quarta geração
daqueles que me aborrecem e faço
misericórdia até mil gerações daqueles
que me amam e guardam os meus
mandamentos. Não tomarás o nome do
Senhor, teu Deus, em vão, porque o
senhor não terá por inocente o que
tomar o seu nome em vão. Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar. Seis
dias trabalharás e farás toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do senhor,
teu Deus; não farás nenhum trabalho,
nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha,
nem o teu servo, nem a tua serva, nem
o teu animal, nem o forasteiro das tuas
portas para dentro; porque, em seis
dias fez o enhor os céus e a terra, o mar
e tudo que neles há e, ao sétimo dia,
descansou; por isso, o Senhor
abençoou o dia de sábado e o
santificou. Honra o teu pai e a tua mãe,
para que se prolonguem os teus dias na
terra que o Senhor, teu Deus, te dá. Não
matarás. Não adulterarás. Não
furtarás. Não dirás falso testemunho
contra o teu próximo. Não cobiçarás a
casa do teu próximo. Não cobiçarás a
mulher do teu próximo, nem o seu
servo, nem a sua serva, nem o seu boi,
nem o seu jumento, nem coisa alguma
que pertence ao seu próximo."
Ordens expressas:
Êxodo 20. 22-26 " então, disse o Senhor
à Moisés: assim dirás aos filhos de
Israel: viste que dos céus eu vos falei.
Não fareis deuses de prata ao lado de
mim, nem deuses de ouro fareis para
vós outros. Um altar de terra farás, e
sobre ele sacrificará os teus
holocaustos, as tuas ofertas pacíficas,
as tuas ovelhas e os teus bois; em todo
lugar onde eu fizer celebrar a memória
do meu nome, virei a ti e te abençoarei.
Se me levantares um altar de pedras,
não o farás de pedras lavradas; pois, se
sobre ele manejar a tua ferramenta,
profaná-lo-ás. Nenhum subirás por
degrau ao meu altar, para que a tua
nudez não seja ali exposta."

As leis foram estabelecidas para firmar


uma aliança de Deus com seu povo.
Para fins didáticos podemos dividi-las
em:
- Leis morais
- Leis civis
- Leis religiosas (leis cerimoniais)
Vamos tratar apenas das leis
cerimoniais.

As mesmas tinham a função de regular


o ministério do santuário (tabernáculo
e posteriormente o templo).
Elas normatizavam o serviço dos
sacerdotes, como procederem os
sacrifícios, a preparação e as
proibições.
A maior parte dessas informações está
descrito no livro de levítico.

Curiosidade: No judaísmo além dessas


613 ordenanças da torá escrita, ainda
as leis do talmud, que são preceitos
religiosos e jurídicos transmitidos
através da tradição oral, e que
posteriormente foram escritos
(séculos III-IV DC)
Não podemos negar a importância da
"torá" e suas leis, nem tão pouco de sua
aplicação na vida do povo de israel.
Podemos enxergar Deus agindo na
construção de seu projeto eterno.
O que precisamos ter claro é que esse
foi um período transitório, portanto
para nós cristãos baseados em uma
Nova Aliança, o Antigo Testamento é
um espelho, uma sombra, um
protótipo do perfeito, cristo Jesus.
" Porque a lei foi dada por intermédio
de Moisés; a graça e a verdade vieram
por meio de Jesus Cristo."
7.3. De que forma devo olhar o Antigo
Testamento? Com os óculos do Novo
Testamento. Isso significa dizer: pelos
óculos da graça.

8 - ISMAEL X ISAQUE
Gálatas 4:21-31 " Dizei-me vós, que
quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis
a lei? Pois está escrito que Abrão teve
dois filhos, um da mulher escrava e o
outro da livre. Mas o da escrava nasceu
segunda carne; mediante a promessa.
Estas coisas são alegóricas; porque
estas mulheres são duas alianças;
uma, na verdade, se refere ao monte
Sinai, o que gera para escravidão;
está é Agar.
Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e
corresponde à Jerusalém atual, que
está em escravidão com seus filhos.
Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a
qual é nossa mãe; porque está escrito:
alegra-te, ó estéril, que não dás luz,
exulta e clama, tu que não estás de
parto; porque são mais numerosos os
filhos da abandonada que os da que
tem marido. Vós, porém, irmãos, os
filhos da promessa, como Isaque.
Como, porém, outrora, o que nasceu o
segundo carne perseguiu a que nasceu
segundo o espírito, assim também
agora.
Contudo, que diz a escritura? Lança
fora a escrava e seu filho, porque de
modo algum o filho da escrava será
herdeiro com o filho da livre. E, assim,
irmãos, somos filhos não dá escrava, e
sim da livre."
Obras ou graça.

" que, pois, diremos ter alcançado


Abraão, nosso pai segundo a carne?
Porque, se Abraão foi justificado por
obras, tem de que se gloriar, porém
não diante de Deus. Pois que diz a
escritura? Abraão creu em Deus, e isso
lhe foi imputado para justiça.
Ora, ao que trabalha, o salário não é
considerado como favor, e sim como
dívida. Mas, ao que não trabalha,
porém crê naquele que justifica ao
ímpio, a sua fé lhe é atribuída como
justiça." Romanos 4.1-4
Em aulas anteriores dissemos que
pactos eram irrevogáveis, quando
Deus fez um pacto/aliança com
Abraão, ele estava se comprometendo
em ser a origem da bênção em sua vida
e de sua descendência. Deus nunca
exigiu de Abraão obras, mas fé. (isso
não significa que as obras não sejam
importantes, elas só não são a origem,
mas consequência)
Aqui é importante fazermos uma
distinção, entre " obras da lei" e " obras
da fé ". Obras da lei, vão exigir
sacrifícios e muito esforço humano.
Obras da fé, é fruto de uma conversão
genuína à cristo, como consequência às
obras na vida dessa nova criatura se
manifestam.

Vejamos a diferença do filho da


promessa e do filho do esforço:
Gênesis 15. 1-6 " depois destes
acontecimentos, veio a palavra do
Senhor a Abrão, numa visão, e disse:
não temas, Abrão, eu sou o teu escudo,
e teu galardão será sobremodo grande.
Respondeu Abrão: senhor Deus, que
me haverás de dar, se continuo sem
filhos, o herdeiro da minha casa é o
damasceno Eliezer? Disse mais
Abrão: a mim não me concedeste
descendência, e um servo nascido na
minha casa será o meu herdeiro.
A isto respondeu logo o Senhor
dizendo: não será esse o teu herdeiro;
mas aquele que será gerado de ti será
o teu herdeiro. Então conduziu-o até
fora, e disse: olha para os céus e conta
as estrelas, se é que o podes. E disse:
será assim a tua posteridade. Ele creu
no Senhor, e isso lhe foi imputado para
justiça".
Tudo está preparado para a promessa
se manifestar, só que o homem decide
intervir. Vejamos: Gênesis 16:1-4 "ora,
Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava
filhos; tendo, porém, uma serva
egípcia, por nome Agar, disse Sarai a
Abrão: eis que o Senhor me tem
impedido de dar à luz a filhos; toma,
pois, a minha serva e assim me
edificarei com filhos por meio dela. E
Abraão anuiu ao conselho de Sarai.
Então, Sarai, mulher de Abraão, tomou
a Agar, egípcia, sua serva, e deu- a por
mulher a Abrão, seu marido, depois de
ter ele habitado por dez anos na terra
de Canaã. Ele a possuiu, e ela
concebeu. Vendo ela que havia
concebido, foi a sua senhora por ela
desprezada."
Gn16:15-16
" Agar deu à luz a um filho; e Abrão, a
seu filho que lhe dera Agar, chamou-
lhe Ismael. Era Abrão de 86 anos,
quando Agar deu à luz a Ismael."
O maior erro de Sarai, foi querer fazer
do seu jeito, baseada na força,
sabedoria e incredulidade. Ela pensou:
- Sou velha
- Sou estéril
- Estou desonrando meu marido

Ela se deixou vencer pelo sentimento e


não perseverou em fé.
Lembre-se: a promessa é irrevogável.
Deus começa a preparar o caminho
para concretizar a promessa.

Vejamos: Gênesis 17.1á 7


" Quando atingiu Abraão a idade de
noventa e nove anos, apareceu-lhe o
Senhor e disse-lhe: eu sou o Deus todo
poderoso; anda na minha presença e sê
perfeito. Farei uma aliança entre mim
e ti e te multiplicarei
extraordinariamente. Prostrou-se
Abrão, rosto em terra, e Deus lhe falou:
quanto a mim, será contigo a minha
aliança; serás pai de numerosas
nações. Abrão já não será o teu nome, e
sim Abraão; porque por pai de
numerosas nações te constitui. Far-te-
ei fecundo extraordinariamente, de ti
farei nações, e reis procederão de ti.
Estabelecerei a minha aliança entre
mim e ti e a tua descendência no
decurso das suas gerações, aliança
perpétua, para ser o teu Deus e da tua
descendência."
Gênesis 18.10 – 15
" Disse um deles: certamente voltarei a
ti, daqui a um ano; tua mulher, dará luz
a um filho. Riu- se, pois Sara no seu
íntimo, dizendo consigo mesma:
depois de velha, e velho também, o
meu Senhor, terei ainda prazer? Acaso,
para o Senhor há coisa
demasiadamente difícil? Daqui a um
ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti,
e Sarai terá um filho.
Então, Sarai , receosa, o negou,
dizendo: não me ri. Ele, porém, disse:
não é assim, é certo que riste. "
Deus cumpriu o que prometeu.
Gênesis 21: 1-3 " Visitou o Senhor a
Sarai , como lhe dissera, e o Senhor
cumpriu o que ele havia prometido.
Sara concebeu e deu à luz a um filho.
Abraão na sua velhice, no tempo
determinado, que Deus lhe falará. Ao
filho que lhe nasceu, que Sara lhe dera
à luz, pôs Abraão o nome de Isaque".
Gênesis 21: 5-8 " tinha Abraão cem
anos, quando lhe nasceu Isaque, seu
filho. E disse sara: Deus me deu
motivo de riso; e todo aquele que
ouvir isso vai rir juntamente comigo.
E acrescentou: quem teria dito a
Abraão que sara amamentaria um
filho? Pois na sua velhice lhe dei um
filho. Isaque cresceu e foi desmamado.
Nesse dia em que o menino foi
desmamado, deu Abraão grande
banquete."

As Consequências chegaram.
Gênesis 21:9-12 " Vendo Sara que o
filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera
à luz a Abraão, caçoava de Isaque,
disse a Abraão: rejeita essa escrava
e seu filho; porque o filho dessa
escrava não será herdeiro com
Isaque, meu filho. Pareceu isso mui
penoso aos olhos de Abraão, por
causa de seu filho. Disse, porém, Deus
a Abraão: não te parece isso mal por
causa do moço e por causa da tua
serva; atente a Sarah em tudo o que ela
te disser; por que por Isaque será
chamada a tua descendência."
Quando li esses textos, fiquei
impactado e porque não dizer
indignado. Na minha visão humana,
isso é crueldade. Abraão também não
entende.
Depois às coisas ficam mais difíceis de
se compreender, pois, Deus legitima a
atitude de sara. Ufa! Que coisa!
- O que representa Agar e seu filho
Ismael?
Agar tipifica o velho pacto, a lei, a
escravidão. Quem olha pro AT e se
baseia doutrinariamente, vive na
escravidão dos sacrifícios e esforços
meramente humanos. Se nos
enxergamos exatamente como
descreve o profeta Isaías 64.6, " mas
todos nós somos como o imundo, e
todas as nossas justiças, como trapo da
imundícia; todos nós murchando como
a folha, e as nossas iniquidades, como
um vento, nos arrebatam. "
Significa que vivemos no modelo da lei
e nada conhecemos da graça.
Ismael é gerado segundo a carne, ele é
filho da interferência humana e não da
promessa. Somos a geração de Isaque.
Somos filhos da promessa, livres de
todo jugo e de tudo que exige de nós
aquilo que nunca poderemos
humanamente dar.
Gálatas 5.1-6 "Vós, porém, irmãos,
sóis filhos da promessa, como
Isaque. Como, porém, outrora, o que
nasceu segundo a carne perseguia ao
que nasceu segundo o espírito, assim
também agora. Contudo, que diz a
escritura? Lança fora a escrava e seu
filho, porque de modo algum o filho da
escrava será herdeiro com filho da
livre. E, assim, irmãos, somos filhos
não dá escrava e sim da livre."
Quando o texto no Antigo Testamento
manda lançar fora o filho da escrava,
podemos estranhar, mas quando
lemos à luz do texto acima verificamos
que ele não está tratando do drama
daquela família específica mas está
falando de uma nova dispensação, de
uma Nova Aliança, de uma nova
maneira de viver a fé.
Isso significava não mais viver
confiando a carne, mas no Espírito.
Rm 8. 9-11 " Vós, porém, não estais na
carne, mas no Espírito, se, de fato, o
Espírito de Deus habita em vós. E, se
alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele. Se, porém, Cristo
está em vós, o corpo, na verdade, está
morto por causa do pecado, mas o
espírito é vida, por causa da justiça. Se
habita em vós o espírito daquele que
ressuscitou a Jesus dentre os mortos,
esse mesmo que ressuscitou a cristo
Jesus dentre os mortos, vivificará
também o vosso corpo mortal, por
meio do seu Espírito, que em vós
habita."

➢ Escravos ou livres
Quando falamos que a lei foi
estabelecida no Antigo Testamento e
que não tem mais validade no novo
testamento, não estamos falando que
viveremos sem normas ou como
achamos melhor, o que estamos
falando é que cristo inaugurou a lei do
amor. Talvez alguém diga: então posso
fazer o que eu quiser, pois já que a lei é
a do amor, sempre serei perdoado. É
verdade! Na realidade você já foi
perdoado na cruz.
O que precisa ficar claro, é que se você
manipula isso para manter uma vida
na prática do pecado, duas coisas
podem estar acontecendo em sua vida,
ou você não nasceu de novo ou você é
um cristão carnal/ um menino na fé.
Veja o que a bíblia diz: " a lei santa, e o
mandamento santo, justo e bom."
Romanos 7 12, O problema é que o
ser humano é incapaz de obedecer o
tempo todo. No Antigo Testamento a
benção estava atrelada a obediência
e a maldição a desobediência.
(Deuteronômio 28.)
Na lei o homem descobre suas
fraquezas, mas não tem o suporte
para ser livre.

Vejamos o que as primeiras leis


diziam: (Êx 20. 2- 17; Dt 5. 6-21)

- Não tenham outros Deuses além de


mim.
- Não faça para ti imagem de escultura.
- Não use o nome do Senhor teu Deus
em vão.
- Lembra-te do dia do sábado para o
santificar.
- Honra teu pai e tua mãe.
- Não mate.
- Não adultere.
- Não furte.
- Não dê falso testemunho contra teu
próximo.
- Não cobice.

Os primeiros quatro mandamentos,


dizem respeito às nossas
responsabilidades para com Deus,
enquanto os últimos seis, tratam de
nossas responsabilidades para com o
nosso próximo.
Perguntaram a Jesus qual dos
mandamentos era maior. Jesus
respondeu : amarás a Deus e ao teu
próximo (Mt. 22.37-40)

O problema nunca esteve no valor da


lei, mas na incapacidade do ser humano
de cumpri- la. Vejamos o que diz o Novo
Testamento: Mt. 23. 1-5 “então, falou
Jesus as multidões e aos seus
discípulos: na cadeira de Moisés, se
assentaram os escribas e os fariseus.
Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles
vos disserem, porém não os imiteis nas
suas obras ., porque dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e os põem sobre
os ombros dos homens, entretanto
eles mesmos nem com o dedo
querem move-los. Praticam, porém ,
todas as suas obras com o fim de serem
vistos dos homens, pois alargam os
seus filacterios e alongam as suas
franjas
Precisamos estar atentos para
perceber que os benefícios domésticos
e civis da lei no antigo testamento tem
como o seu principal objetivo apontar
e direcionar suas vidas para Jesus.
Jesus não veio para destruir a lei, mas
para cumpri-la. ( Mt. 5.7 ).
8.1. A lei foi o (aio) Gl 3. 24

Aio era uma espécie de escravo


responsável pela educação da criança,
principalmente para apontar e castigar
o mau comportamento, também
protegia as crianças da influência de
estranhos.
Semelhante ao aio a lei apontou, e
puniu a desobediência, e separou
Israel dos gentios. A lei foi um
pedagogo. Gálatas 3.19,21-25.
"Por que, então, a lei foi dada? Foi dada
paralelamente a promessa para
mostrar o povo seus pecados. Mas a lei
foi designada para durar somente até a
vinda do filho que havia sido
prometido.

Há um conflito então entre a lei de


Deus e as promessas de Deus?

Absolutamente Não! Se a lei pudesse


nos dar uma vida nova, nós
poderíamos ter sido feitos justos
diante de Deus obedecendo- a . Mas as
escrituras declaram que todos nós
somos prisioneiros do pecado, para
que recebamos o cumprimento da
promessa de liberdade que Deus fez
somente crendo em Jesus Cristo. Antes
de o caminho da fé em cristo está
disponível para nós, fomos colocados
sob a guarda da lei. Fomos mantidos
sobre custódia preventiva, por assim
dizer, até que o caminho da fé fosse
revelado. Deixe-me dizer de uma
forma diferente. A lei era a nossa
guardiã até cristo vir; ela nos protegia
para que pudéssemos ser feitos justos
diante de Deus através da fé. E agora
que o caminho da fé veio, não
precisamos mais da lei como nossa
guardiã."
Vejamos a função da lei no Antigo
Testamento:
- A lei foi dada para mostrar ao povo
seus pecados. Vs19.
- A lei era temporária e designada
durar somente até a vinda do filho
que havia sido prometido, Jesus. Vs19
- A lei não podia nos dar uma vida
nova. Vs21
- Sem cristo toda a humanidade é
prisioneira do pecado.vs22
- A lei era nossa tutora para nos
conduzir a cristo, para que
pudéssemos ser justificados pela fé.
Vs24
- A lei era uma guardiã ( algum tipo
de custódia preventiva) até que o
povo tivesse oportunidade de ser feito
justo diante de Deus através da fé.
Vs23-24
- Agora o caminho da fé já veio, não
precisamos mais da lei como nossa
guardiã. Vs25
- A lei nunca fora dada para nos
salvar, mas para nos mostrar que
precisávamos dê salvação.
- A lei nunca fora dada para nos
fazer justos, mas para nos mostrar
que éramos injustos.
- A lei nunca fora dada para nos
justificar, mas para nos mostrar que
precisávamos de justificação.
A lei apenas revela que somos sem o
suporte da graça inaptos para
obedecermos.

Chegamos à conclusão, que o Antigo


Testamento com suas alianças,
sacrifícios, cerimônias, leis,
estruturas, profecias e símbolos
sempre apontaram para Jesus.
Portanto, o Antigo Testamento não
pode ser visto como uma carta
doutrinária para igreja cristã. Isso
não tira sua importância na
construção da nossa fé, só nos faz
olhar o antigo testamento a luz do
novo testamento.
" A lei produz medo e ira; a graça
produz esperança e misericórdia"
Martin Luther

" A lei me diz o quão torto estou. A graça


vem para endireitar-me."
-D.l. Moody.

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