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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 50º VRA DO TRABALHO DE

JOÃO PESSOA – PB.

Processo nº 98.765

FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA, já qualificada nos autos do


processo em epígrafe. Por seu procurador conforme procuração em anexo, vem à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 847 da CLT e art. 343 do
CPC, oferecer

CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

Nos termos da Reclamação Trabalhista ajuizada por ESTELA já qualificada


nos autos do processo, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A reclamante requer a aplicação da penalidade criminal cominada no art. 49 da


CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido a infração prevista no
referido diploma legal.

Conforme ao rt. 114 da CF. a justiça do Trabalho não tem competência


criminal, em seu inciso IX apenas possibilita a discussão de outros assuntos quando
relacionados com o trabalho. Além disso, a súmula 62 do STJ dita que a competência
será da justiça Estadual.

Diante do exposto, requer seja acolhida a presente preliminar para declarar a


incompetência da justiça do trabalho para a análise de questão criminal extinguindo-se
o feito sem resolução de mérito, art. 485, IX do CPC.
DA PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL

A reclamante afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o


plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento
autorizando a subtração mensal.

Porém, em momento algum apresenta pedido correspondente a tal alegação


razão pela qual deve ser reconhecida a inépcia da petição inicial, nos termos do art.
330, caput e § 1º, I do CPC.

Assim, requer que seja acolhida a prejudicial de prescrição, extinguindo-se o


feito quanto as parcelas anteriores a 27/02/2013, em resolução de mérito, nos termos
do art. 487, II do CPC.

DA ADICIONAL DE PENOSIDADE

A reclamante alega que no exercício da sua atividade, era constantemente


furada pelos espinhos das flores que manipulava, e em razão disso requer o
pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário base.

Ocorre que, o adicional da penosidade não foi regulamentado, embora previsto


no art. 7º, XXIII da CF, assim, deve ser julgado improcedente o pedido da reclamante.

DAS HORAS EXTRAS

A reclamante requer o pagamento de horas extras com adição de 50%,


explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h,
com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem
intervalo.

Porém, a jornada da reclamante não ultrapassa o limite estabelecido no art. 7º,


XXIII da CF, e art. 58 da CLT, pois não labora além de 8 diárias ou 44 horas semanais.

Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.


DO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS-MULTA DO ART. 477º

A reclamante requer o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT, porque o


valor das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a
comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada extrapolando o prazo
legal.

Contudo, o pagamento foi feito 20 dias após ao viso prévio, e por essa razão,
dentro do prazo legal, estabelecido no art. 477, § 6º da CLT, pois prazo de 10 dias
para pagamento é contado apenas do término do contrato, e isso somente acontece
após o fim do aviso prévio.

Assim, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

DO DESCONTO DO PLANO DE SAÚDE

A reclamante afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o


plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento
autorizando a subtração mensal.

Ocorre que, conforme documento em anexo, assinado pela empregada, houve


autorização para o desconto do plano de saúde.

Assim, cabia a reclamante apontar eventual vício no seu consentimento,


conforme o art. 818, I da CLT, bem como súmula 342 do TST e OJ 160 da SDI – 1 do
TST.

Diante disso, requer seja julgado improcedente o pedido da reclamante.

DA RECONVENÇÃO – DANO CAUSADO PELA EMPREGADA

A sociedade empresária informou que, assim que foi cientificada do aviso


prévio, Estela teve uma reação violenta, agitando e dizendo-se injustiçada com a
atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada
precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de
saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Estela começou a correr, pegou
uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a
quebrar uma das vidraças.

Em razão disso, a reclamada apresenta reconvenção, com fundamento no art.


343 do CPC, já que o dano causado é doloso. Ademais, trata-se de ato ilícito que gera
dever de reparar, conforme art. 186 e art. 927 do CC.

Diante do exposto, requer a condenação da reclamante ao pagamento para a


reclamada no valor de R$300,00 (trezentos reais), referente a troca do vidro atingido,
conforme nota fiscal em anexo.

DOS PEDIDOS DA CONTESTAÇÃO

Diante do exposto requer:

a) Seja acolhida a preliminar de incompetência absoluta, bem como a preliminar


de inépcia, pelas razões apresentadas,
b) Seja acolhida a prejudicial de prescrição, com a extinção do feito com a
resolução de mérito quanto aos pedidos anteriores a 27/02/2013;
c) Sejam, no mérito, julgados improcedentes os pedidos da reclamante;
d) A condenação da reclamante em honorários de sucumbência.

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas.

DOS PEDIDOS DA RECONVENÇÃO

Diante do exposto requer:

A) A procedência da reconvenção, para que a reclamante seja condenada ao


pagamento de R$300,00 (trezentos reais) para a reclamada;
B) A intimação da reclamante para responder aos termos de reconvenção
querendo;
C) A condenação da reclamante, ora reconvinda, ao pagamento de honorários de
sucumbência;

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas.

Dá-se a reconvenção o valor de R$300,00.


Nestes termos, pede deferimento.
Local, data.

Advogado
OAB

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