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CAUSAS
Infecção viral
o Coxsackie vírus B;
o Coxsackie vírus A;
o HIV.
Infecção bacteriana por Staphylococcus ou Streptococcus (1 – 2%)
o Em geral, após cirurgia cardíaca ou por contiguidade de focos
mediastinais.
Infecção pelo bacilo da tuberculose (4%)
o Em raio X de tórax, o pericárdio é calcificado.
Pericardite actínica (pós radioterapia)
o Depende da dose e do tempo de exposição.
Pós infarto (epistenocárdica)
o Ocorre entre o primeiro e o décimo dia após o infarto;
o Interação necrose epicárdica com pericárdio;
o Relacionada a infarto IAM extenso transmural.
Síndrome de Dressler
o Pós infarto, acontece entre a primeira e a sexta semana do IAM;
o Quadro de pleuropericardite;
o Pode estar acompanhada de febre baixa;
o Pode ocorrer reação autoimune.
Neoplasias (7%). Pode ser:
o Tumores primários
São raros no coração, pois as células do coração param de se
multiplicar muito cedo no nosso desenvolvimento.
o Metástases pericárdicas
Pulmão;
Mama;
Linfoma;
Trato gastrointestinal;
Sarcomas / melanomas.
Insuficiência renal crônica com uremia;
Medicamentos
o Procainamida;
o Hidralazina (usado na IC);
o Metildopa (anti HAS usado na gestação);
o Minoxidil.
Afecções metabólicas
o Insuficiência renal;
o Hipotireoidismo / mixedema;
o Doença de Addison;
o Cetoacidose diabética.
Doenças autoimunes (3 a 5%)
o LES (lúpus);
o Artrite reumatoide;
o Espondilite anquilosante;
o Esclerose sistêmica;
o Poliarterite nodosa;
o Síndrome de Reiter.
FISIOPATOLOGIA
SINAIS E SINTOMAS
Pródomo viral
o Febre, mialgia, infecção de vias aéreas superiores.
Dor torácica atípica
o Pontada;
o Pode irradiar para o trapézio (não é frequente, geralmente é bem
localizada);
o Piora com a tosse, decúbito dorsal e inspiração profunda (pleurítica);
o Melhora em ortostatismo e inclinação para frente.
EXAME FÍSICO
EXAMES COMPLEMENTARES
Eletrocardiograma
o Alterado na maioria dos casos (80%);
o Estágio 1 – fase precoce
Elevação difusa do segmento ST (no máximo 5mm) e com
concavidade para cima ou normal;
Infradesnivelamento do segmento PR (após a onda P, antes de
QRS) em todas as derivações, exceto em aVR
(supradesnivelamento do PR).
o Estágio 2 – dias
Normalização do segmento PR com achatamento da onda T.
o Estágio 3 – dias
Inversão gradual da onda T, apresentando-se negativa;
Esse estágio não pode ser visto em alguns pacientes.
o Estágio 4 – dias a semanas
Normalização de todo o ECG;
Pacientes que evoluem para pericardite crônica podem manter
um padrão eletrocardiográfico com ondas T negativas.
Raio X do tórax
o É normal na maioria dos casos;
o Pode aparecer uma linha radiopaca no lugar do pericárdio, significando
que há calcificação do pericárdio (pericardite por tuberculose).
Ecocardiograma
o É normal na maioria dos casos;
o Se houver derrame pericárdico, reforça o diagnóstico, mas sua ausência
não exclui diagnóstico de pericardite.
Exames laboratoriais (analises clínicas)
o Leucocitose;
o PCR e VHS elevados;
o Enzimas cardíacas (CKMB e troponina).
TRATAMENTO CLÍNICO
DERRAME PERICÁRDICO
Aspectos gerais
o A abordagem depende do estado hemodinâmico e da necessidade (ou
não) de descobrir a etiologia.
Na grande maioria dos casos, a presença do derrame pericárdico é um achado
de exame. Em quais pacientes eu só observo?
o Derrames pericárdicos pequenos;
o Sem repercussão hemodinâmica;
o Sem inflamação associada;
o Sem doença sistêmica associada.
As manifestações clínicas dependem da velocidade de formação do derrame:
quanto mais rápida, mais sintomática é (alterações hemodinâmicas, tosse, etc);
Em grandes derrames, em que foram crescendo aos poucos, o raio X apresenta
o coração em moringa;
Eletrocardiograma
o Em derrames volumosos, o ECG apresenta alternância elétrica e baixa
amplitude de QRS;
o A amplitude do QRS varia entre um batimento e outro pois o coração
fica dançando (swing heart).
Indicações para punção
o Sinais e sintomas de tamponamento cardíaco;
o Suspeita de tuberculose associada;
o Suspeita de neoplasia;
o Suspeita de pericardite bacteriana (derrame purulento);
o HIV positivo;
o Suspeita de etiologia com tratamento específico.
Análise do líquido pericárdico
o Pesquisar elementos relacionados à bioquímica
Proteína e DHL do líquido pericárdico para comparar com
proteína sérica e DHL sérico;
Sugere exsudato
Proteína do líquido > 3g/dL;
Proteína líquido / soro > 0,5;
DHL líquido > 200mg/dL;
DHL líquido / soro > 0,6.
o Pesquisar celularidade;
o Pesquisar glicose (pensando em infecções bacterianas);
o Pesquisar ADA (pensando em tuberculose);
o Marcadores tumorais (CEA, AFP, CA 19-9, CA 125);
o Culturas;
o Pesquisa de material genético viral (PCR viral).
Biópsia do pericárdio
o Pouco indicada. Realizada em casos de:
Pericardite persistente;
Piora progressiva;
Pacientes sem diagnóstico.
o Só pode ser realizada em pacientes estáveis com auxílio da
videotoracoscopia.
TAMPONAMENTO CARDÍACO
O tamponamento ocorre quando o volume do líquido pericárdico restringe o
enchimento das câmaras cardíacas. No ecocardiograma, vemos um
colabamento das câmaras direitas. Com isso, há menos enchimento diastólico e
queda do débito cardíaco
o enche menos VD - enche menos VE, logo menor DC ;
o aumenta pressão no VD – VD colapse – queda débito cardíaco.
O achado clínico mais clássico é a tríade de Beck
o Estase jugular (colabamento VD – não drena sangue corretamente –
estase jugular);
o Abafamento das bulhas (hipofonese das bulhas);
o Hipotensão arterial (demonstração do estado hemodinâmico).
Achado propedêutico
o Pulso paradoxal (queda de 10mmHg da pressão arterial sistólica durante
uma inspiração).
Achados no ecocardiograma que sugerem tamponamento
o Colapso do átrio direito;
o Colapso diastólico do ventrículo direito
Ao contrário do VE, ele lida muito bem com volume e muito mal
com pressão.
o Variação respiratória dos fluxos transvalvares mitral, aórtico e
tricuspídeo.
Tratamento: pericardiocentese
o Acesso subxifoide;
o Com agulha, realiza uma punção direcionando para o ombro esquerdo
com um ângulo de 30˚ com a pele;
o Com um fio guia, coloca cateter pigtail para realização de uma
drenagem lenta (não pode ser rápida). Assim, aos poucos vai
restabelecendo as câmaras direitas (elas vão perdendo a pressão e
voltam a receber a pré-carga);
o Todo o procedimento é guiado pelo ECO;
o Complicações (1,5%):
Perfuração do miocárdio;
Embolia;
Pneumotórax;
Perfuração de vísceras abdominais.