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MATERIAL DE ESTUDO DOMICILIAR

3° ANO DO ENSINO MÉDIO - 2° BIMESTRE


NOME: ____________________________________________________ TURMA: ________

ORIENTAÇÕES:

CARO (A) ESTUDANTE,

VOCÊ ESTÁ RECEBENDO HOJE O SEU MATERIAL DE ESTUDOS DO 2º BIMESTRE. ATENÇÃO:

I - SEU MATERIAL É COMPOSTO POR UMA APOSTILA DE CADA DISCIPLINA, DIVIDIDO EM


AULAS, COM CONTEÚDO E ATIVIDADES NO FINAL DE CADA AULA.
II – OS EXERCÍCIOS DEVERÃO SER COPIADOS E RESPONDIDOS (OU SEJA, PERGUNTA E
RESPOSTA) EM FOLHAS SEPARADAS (FOLHAS DE PAPEL OFÍCIO, PAPEL ALMAÇO, FOLHAS DE
CADERNO OU FICHÁRIO);
III – EM TODAS AS FOLHAS É NECESSÁRIO COLOCAR NOME E TURMA, PARA QUE SEU
PROFESSOR POSSA IDENTIFICÁ-LO;
IV – UTILIZE UMA FOLHA PARA CADA DISCIPLINA, POIS CADA PROFESSOR LEVARÁ O
MATERIAL DE SUA DISCIPLINA PARA CORREÇÃO;
V – NA DEVOLUÇÃO, VOCÊ DEVERÁ ENTREGAR SOMENTE AS ATIVIDADES FEITAS NAS FOLHAS
DE ALMAÇO OU CADERNO. AS APOSTILAS DEVERÃO FICAR COM VOCÊ;
VI – FIQUE ATENTO A DATA DE ENTREGA DAS ATIVIDADES, POIS O SEU PROFESSOR VIRÁ
BUSCAR NA ESCOLA PARA CORREÇÃO.
VII – ENTREGUE AS ATIVIDADES BEM-ORGANIZADAS PARA QUE NÃO HAJA NENHUM
PROBLEMA NA CORREÇÃO.
CIEP BRIZOLÃO 156 ALBERT SABIN
3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

MATEMÁTICA

 Princípio multiplicativo

Se um acontecimento é resultado da ocorrência de dois eventos sucessivos e


independentes, A e B, e o números de maneiras para ocorrer o evento A é igual a n, e o
número de maneiras para ocorrer o evento B é igual a p, então o número de maneiras de
ocorrer o acontecimento A e B é igual a n x p.
Na verdade, o princípio multiplicativo ocorre através de um encadeamento de eventos (ou
acontecimentos), onde há o produto do número de possibilidades do primeiro evento pelo
segundo evento e assim por diante.
O princípio multiplicativo não se aplica somente a dois eventos (ou acontecimentos), mas
também a qualquer quantidade natural, maior que 1.

Exemplos resolvidos:
1)Ana tem 2 calças, uma preta e uma branca, e 4 blusas, uma amarela, uma azul, uma
verde e uma vermelha. De quantas maneiras diferentes ela pode se vestir?

Solução:
Aplicando o princípio multiplicativo, vamos considerar duas etapas:
(escolha de uma calça): 2 possibilidades.
(escolha pelo uma blusa): 4 possibilidades
Assim, temos: 2 . 4 = 8
Logo, Ana tem 8 maneiras diferentes de se arrumar.

2) Três alunos chegam atrasados a uma palestra. No auditório, há 7 cadeiras desocupadas.


De quantas maneiras eles podem ocupar essas cadeiras?

Solução:
Vamos considerar que a ocupação das cadeiras ocorra em três etapas:
E1 (escolha de uma cadeira pelo 1° aluno): 7 possibilidades
E2 (escolha pelo 2° aluno após ter ocorrido E1): 6 possibilidades
E3 (escolha pelo 3° aluno após terem ocorrido E1 e E2): 5 possibilidades
Pelo princípio multiplicativo, temos 7 ∙ 6 ∙ 5 = 210
Logo, são 210 maneiras diferentes.

ATIVIDADES:
1)De quantas maneiras diferentes pode-se vestir uma pessoa que tenha 5 camisas, 3
calças, 2 pares de meia e 2 pares de sapatos?

2)Usando somente os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, quantos números de 2 algarismos


distintos podemos formar?

3)Existem 6 estradas ligando as cidades A e B; existem 4 estradas ligando as cidades B e


C; existem 3 estradas ligando as cidades C e D. De quantas maneiras é possível dirigir de
A até D?

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Ano 2021
 Princípio Aditivo

Se o número de maneiras de ocorrer o evento A é igual a n e o número de maneiras de


ocorrer o evento B é igual a p, sendo que A e B não têm elementos em comum, então o
número de maneiras de ocorrer o evento ou A ou B é igual a n + p.
O princípio aditivo é aplicado nos casos em que os eventos são interligados pelo conectivo
ou, característico de eventos mutuamente exclusivos.
O princípio aditivo não se aplica somente a dois eventos (ou acontecimentos), mas também
a qualquer quantidade natural, maior que 1.

Exemplo resolvido:
1)João recebe uma quantia e terá que optar em ir a um parque de diversões para brincar
em um dos 8 brinquedos existentes ou assistir um dos 3 filmes em cartaz. De quantas
maneiras diferentes João poderá se divertir?

Solução:
Vamos considerar que a ocupação das cadeiras ocorra em duas etapas:
E1 (escolha de um tipo de brinquedo): 8 possibilidades
E2 (escolha de um filme em cartaz): 3 possibilidades
Aplicando o princípio aditivo:
E1 ou E2, temos: 8 + 3 = 11
Logo, João poderá se divertir de 11 maneiras diferentes

ATIVIDADES:
1)A superfície de um sólido é constituída de apenas vinte faces triangulares, trinta faces
quadrangulares e doze faces pentagonais. Quantas são as faces da superfície deste
sólido?

2) A cantina do Colégio A possui 2 tipos de sucos e 3 tipos de refrigerantes. De quantas


maneiras uma pessoa pode adquirir apenas um tipo de bebida?

3) Quantos são os números inteiros entre 1 e 20 que são múltiplos de 3 ou múltiplos de 7?

 Permutação Simples

Permutar significa trocar a ordem dos elementos que formam um todo com a finalidade de
obter uma nova configuração. Dado um conjunto de n elementos, chama-se permutação
simples dos n elementos qualquer agrupamento ordenado (sequência) desses n
elementos.
Indica-se por Pn o número de permutações simples de n elementos.
O número de permutações simples de n elementos é dado por:
Pn = n ∙ (n – 1) ∙ (n – 2) ∙ (n – 3) ∙ ... ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1, ou Pn = n!
Observação:
● O fatorial de 0 (0!) é 1, ou seja, 0! = 1.
● Não existe fatorial para números negativos.

Exemplos resolvidos:
1)De quantas maneiras diferentes cinco pessoas podem fazer uma fila para entrar em um
determinado local ?

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Resolução:
Suponha que a s pessoas sejam A, B, C, D e E. Para organizá-las pode-se imaginar as
permutações delas, uma vez que não há restrição.

Fazendo-se P5, temos: P5 = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120


Logo, há 120 maneiras de fazer uma fila para entrar no ônibus.

2) Quantos anagramas têm a palavra RITO?

Resolução:
A quantidade de anagramas é igual à quantidade de permutações da palavra dada(RITO).
Assim, temos: P4 = 4! = 4 . 3 . 2 . 1 = 24
Logo, a palavra RITO tem 24 anagramas.

ATIVIDADES:
1)Quantos são os anagramas da palavra PERDÃO?

2) De quantas maneiras uma família de 5 pessoas pode se sentar em um banco de 5


lugares para tirar uma foto?

3) Quantos são os anagramas da palavra AMOR?

 Permutação com repetição

O número de permutações de n elementos dos quais α é de um tipo, β é de outro e γ é de


outro, com α + β + γ = n, é dado por:

α,β,γ 𝑛!
𝑃𝑛 = α , β e γ representam o número de vezes que certo elemento se repete.
α! β! γ!

Exemplo resolvido:
1)Quantos são os anagramas da palavra ARARA?

Resolução:
Nesse caso, há 3 letras A, 2 letras R e um total de 5 letras.
Portanto, α = 3 e β = 2. Logo:
5! 5.4.3!
𝑃53,2 = = = 10
3! 2! 3! 2!

ATIVIDADES:
1)Quantos são os anagramas da palavra ABÓBORA?

2) Quantos são os anagramas da palavra BISCOITO?

3) Quantos são os anagramas da palavra ARARAQUARA?

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 Arranjos simples

Temos um Arranjo quando os agrupamentos conseguidos ficam diferentes ao se inverter a


posição dos seus elementos (a ordem que os elementos ocupam dentro do grupo tem
importância).
Perceba que, se quisermos formar centenas de algarismos distintos, utilizando apenas os
5 primeiros números ímpares (1; 3. 5;7; 9) teremos as seguintes centenas:135; 137;139;
153, 157, e assim sucessivamente.
Se invertermos a posição dos elementos de qualquer uma destas centenas conseguiremos
outra centena diferente: 135 ≠ 351. Temos então um ARRANJO de 5 números (1; 3;5;7;9)
em grupos de três (centenas).
Representando o número total de arranjos de n elementos tomados p a p (taxa p) por
An,p , teremos a seguinte fórmula:

Resolvendo o problema das centenas temos: A5,3 = 5!/(5-3)!


A5,3 = 5!/2! A5,3 = 5.4.3.2!/2! A5,3 = 5.4.3 = 60
Logo, utilizando apenas os cinco primeiros números impares, podemos formar 60 centenas
de algarismos diferentes.

ATIVIDADES:
1)As finalistas do concurso Miss Universo, são Miss Brasil, Miss Japão, Miss Venezuela,
Miss Itália e Miss França. De quantas formas os juizes poderão escolher o primeiro, o
segundo e terceiro lugar neste concurso?

2)João, André, William, Pedro, Roberto, Fabiano, Fábio e José estão apostando corrida.
Quantos são os possíveis resultados para os três primeiros colocados?

3)Em uma turma, dez alunos se candidataram para representante e vice


representante. Eles serão escolhidos através do voto individual e direto de cada aluno
da turma. Vamos determinar de quantas maneiras distintas essa escolha pode ser feita.

 Combinação Simples

Dado um conjunto de n elementos, chama-se combinação simples dos n elementos,


tomados p a p, qualquer agrupamento não ordenado (subconjunto) de p elementos
escolhidos entre os n possíveis.
Indica-se por Cn,p ou o número de combinações simples de n elementos tomados p a p,
com p ≤ n.

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Exemplos resolvidos:
1)Um fabricante de sorvetes possui à disposição, 7 variedades de frutas tropicais do
nordeste brasileiro e pretende misturá-las, duas a duas, na fabricação de sorvetes. Quantos
serão os tipos de sorvete disponíveis?

Resolução:
Veja que as combinações dos sabores constituem um mesmo tipo de sorvete, pois não há
distinção pela ordem da escolha das frutas utilizadas. Aqui você tem um caso de
combinação simples que será resolvido através do cálculo de C7,2:

Logo, serão disponíveis 21 tipos de sorvetes.

2)Em uma sala com 20 alunos, quantas comissões de 2 alunos podemos formar?

Resolução:

ATIVIDADES:
1)Lucas vai realizar uma viagem neste fim de semana e quer escolher quatro entre 10
camisetas de malha que possui. De quantos modos distintos ele pode escolher as
camisetas?

2)Dentre um grupo de 7 pessoas, de quantas formas podemos montar uma equipe de 3


pessoas para realizar uma tarefa?

3) De quantas maneiras diferentes um técnico pode escalar seu time de basquete tendo à
sua disposição 12 atletas que jogam em qualquer posição?

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 Introdução à Probabilidade

Em condições normais, podemos prever o resultado de um experimento. Este tipo de


experimento é chamado de determinístico. Porém, o experimento, cujo resultado não pode
ser previsto, é chamado aleatório.
Na teoria das probabilidades procuramos quantificar numericamente a chance de que um
Experimento Aleatório ocorra desde que obedeça a determinadas condições. Criada, a
partir dos jogos de azar, essa teoria desenvolveu-se nos últimos três séculos e é a base
sobre a qual se assenta a teoria estatística, instrumento importante nos mais variados
campos de atividade humana.
Assim, denomina-se experimento aleatório qualquer experimento cujo resultado depende
exclusivamente do acaso. São experimentos aleatórios:
● Lançamento de uma moeda;
● Lançamento de dois dados;
● Extração de uma carta de Copas de um baralho.

Obs.:
a) Os experimentos podem ser repetidos em grande número de vezes em igualdade de
condições.
b) Embora não se possa predizer o resultado individual, conhecemos os possíveis
resultados.
Daí, podemos concluir que Espaço Amostral (E) é o conjunto de todos os possíveis
resultados de um experimento.
Se você considerar o experimento aleatório lançamento de um dado perfeito, terá como
espaço aleatório as faces do dado, ou seja, S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
O evento ( ou acontecimento) de um espaço amostral é indicado por qualquer subconjunto
do espaço amostral.
Considerando o experimento aleatório, lançamento de um dado perfeito, é possível afirmar
que o evento “ocorrência de face par” pode ser indicado por A = { 2, 4, 6}.
Para obtermos a probabilidade de uma evento, consideramos o espaço amostral S, finito e
não-vazio e A um desses eventos e a probabilidade de ocorrência do evento A, por:

De maneira informal, é possível interpretar a razão acima como: "a probabilidade de


ocorrer um evento é obtida pelo quociente (divisão) entre o número de casos
favoráveis e o número de casos possíveis”.

Exemplos resolvidos:
1)No lançamento de um dado, determinar a probabilidade de se obter uma face voltada
para cima menor que 4.

Solução:
Sendo E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, portanto n(E) = 6.
Obter uma face voltada para cima menor que 4: A = {1, 2, 3}, logo n(A) = 3.

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2)No lançamento de dois dados, qual é a probabilidade de se obter, nas faces voltadas
para cima, a soma dos pontos igual a 7?

Solução:

Obter soma dos pontos das faces voltadas para cima igual a 7:
A = {(1, 6), (2, 5), (3, 4), (4, 3), (5, 2), (6, 1)} = n(A) = 6

3)Suponha que um casal queira ter dois filhos. Cada um dos filhos poderá ser do sexo
masculino (M) ou do sexo feminino (F). Sabendo que a chance de nascer um filho do sexo
masculino é igual à de nascer um filho do sexo feminino, independentemente do sexo dos
filhos anteriores, qual é a chance de esse casal gerar dois filhos do sexo feminino (F, F)?

Solução:
Inicialmente, vamos indicar o espaço amostral E:
E = {MM, FM, MF, FF} → n(E) = 4
Agora, vamos indicar o evento A, gerar dois filhos do sexo feminino.

A = {FF} → n(A) = 1

Logo,

ATIVIDADES:
1)No lançamento de um dado, qual a probabilidade de se obter um número não-inferior
a 5?

2)No lançamento de dois dados, calcule a probabilidade de se obter soma igual a 5?

3)No lançamento de um dado, qual a probabilidade de se obter um número inferior a 5?

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
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DISCIPLINA: BIOLOGIA

AULA 1 - A AÇÃO DO HOMEM E OS IMPACTOS CAUSADOS AO AMBIENTE

Nesta aula iremos conhecer os impactos causados ao ambiente pela ação humana. O
Homem, desde o seu surgimento na Terra, desenvolveu técnicas que lhe possibilitaram ocupar
e modificar a natureza. Os impactos gerados por suas ações sofreram um grande aumento se
considerarmos o crescimento demográfico da população, o desenvolvimento industrial e
tecnológico dentro de um modelo econômico capitalista e o aumento do desejo de consumo.
Se pensarmos que todos esses elementos juntos elevam o nível de emissão de poluentes,
podemos concluir que, caso não haja nenhuma intervenção nesse processo, o planeta está
colocado sob sérias ameaças, tais como: aumento da temperatura global, danos à camada
de ozônio, poluição atmosférica, das águas e do solo. Todas essas ameaças apresentam um
risco ao ambiente e por consequência à saúde humana.
A poluição atmosférica pode estar presente em locais muito distantes de sua fonte de
emissão (que podem ser indústrias, trânsito veicular, queimadas, pedreiras, etc.), dispersadas
pelas correntes de ar. Assim, podemos imaginar que mesmo em locais muito distantes, sem a
presença constante do homem (ou sua ausência), a natureza está sendo alterada.
O grande desafio da humanidade, no século XXI, é modificar o antigo conceito
desenvolvimentista de progresso, isto é, de aumento da qualidade de vida, sem levar em conta
os limites da capacidade de suporte do ambiente em que a espécie humana se insere. Neste
contexto, é importante refletir sobre o impacto que cada um de nós causa sobre o ambiente,
quanto aos recursos que utilizamos e à destinação do lixo que produzimos. Desta forma, será
possível amenizar o impacto que causamos sobre o ambiente e garantir um local habitável para
as gerações futuras, pois o homem não será capaz de destruir a natureza, mas sim tornar o
ambiente incapaz de sustentar a vida humana. A natureza sempre encontra uma forma de se
recompor... O que devemos pensar é se essas alterações ambientais, após a sua recomposição,
serão capazes de sustentar a vida humana!

CONTAMINAÇÃO x POLUIÇÃO AMBIENTAL

Contaminação é a alteração das condições naturais que compõem aquele ambiente.


Por exemplo, um rio que recebe uma pequena carga de esgoto clandestino de uma casa
construída em sua margem. Essa pequena quantidade de esgoto modifica as condições naturais
daquele rio, pois não existiam aqueles materiais na água. Porém as modificações são suportáveis
para os serem que habitam naqueles rios, e com o tempo o rio irá sozinho se limpar. Por outro
lado, quando a carga de esgoto lançado supera a capacidade do rio se autolimpar, dizemos que
ele está poluído. A capacidade de autolimpeza (voltar ao estado normal) que um compartimento
ambiental possui é chamada de resiliência.
Pela legislação ambiental brasileira, um compartimento ambiental, seja ele o ar, o solo
ou a água, é definido como poluído quando os níveis de alguma substância lançada nele superam
os padrões de valores estipulados pelo Conselho Nacional do Ambiente (Conama).
O Brasil possui um grande volume de legislação ambiental aplicada ao licenciamento
de atividades poluidoras e a preservação dos recursos naturais em suas esferas administrativas,
normativas e operacionais. Entre a legislação vigente, podemos destacar: Constituição Federal
de 1988 (art. 225); Código Florestal Brasileiro; Lei Federal nº 6.938 de 1981; Lei nº 9605 de 1998
(Lei de Crimes Ambientais); Lei 9.985 de 2000 (SNUC); Resolução Conama nº 01/86 (EIA-RIMA);
Resolução Conama nº 237/97 (Licenciamento Ambiental); Resolução Conama nº303/2002
(APPs) e Resolução Conama nº369/2006. Além das Leis Estaduais, Instruções, Normas
Técnicas e Diretrizes do INEA e Resoluções da Comissão Estadual de Controle Ambiental
(CECA).

ATIVIDADES – Aula 1

Questão 1. Leia o texto a seguir e dê o que se pede.


Vazamentos contaminam solo e águas subterrâneas em Bertioga/SP
Vazamentos em 2 (dois) postos de combustíveis na Riviera de São Lourenço, em
Bertioga, no litoral paulista (92 km a sudeste de São Paulo), acabaram por contaminar solo e
águas subterrâneas da região, segundo a Cetesb. Um deles é o autoposto Riviera de São

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Lourenço, que está localizado dentro do condomínio. O outro, chamado autoposto Praia de São
Lourenço, fica na entrada do local.
Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Minérios e Derivados de
Petróleo no Estado de São Paulo, César Augusto Guimarães Pereira, há risco para a população,
já que os lençóis freáticos contaminados teriam se encontrado. A distância entre os dois postos
é de cerca de um quilômetro. "Como aquela região é de restinga, o lençol freático aflora com
muita chuva ou mudança de maré. E aflora com benzeno e etil-benzeno (substâncias tóxicas
presentes no combustível). A Cetesb (agência ambiental paulista) deveria ter chamado a
Vigilância Sanitária para fazer uma avaliação".
De acordo com o gerente regional da Cetesb, Paulo Sérgio Fonseca, a extensão da
contaminação e seus riscos só são determinados a partir de investigação detalhada realizada
pelo próprio estabelecimento. "O que temos visto, na prática, é que a contaminação fica restrita
à área do posto ou um pouco mais", afirmou. A Cetesb informou que o autoposto Riviera de São
Lourenço já apresentou o relatório e vem monitorando os dados da contaminação. "É uma área
contaminada, mas controlada. Só correm risco os funcionários que manipulam os poços de
monitoramento", disse o engenheiro César Eduardo Padovan Valente. Já o posto que fica na
entrada do condomínio está realizando as obras de adaptação. Ele está realizando a troca dos
tanques e deverá também apresentar a investigação detalhada apontando os riscos de
contaminação. Segundo o engenheiro Paulo Velzi, da Sobloco, que implanta o loteamento da
Riviera de São Lourenço, não há risco para a população. Ele afirmou que a água do condomínio
é captada no rio Itapanhaú, a seis quilômetros do local contaminado, e tratada em uma estação
interna antes de ser distribuída. "Não há qualquer possibilidade de contaminação." Segundo a
Cetesb, há 1.596 áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Deste total, 1.164 são postos de
combustível. A detecção do problema só foi feita a partir da resolução Conama 273/2000, que
estabeleceu a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para postos. Os estabelecimentos
estão se adaptando às novas exigências, entre elas trocar os tanques com mais de 15 anos de
uso.
Fonte: Adaptado do Estudo de Caso “Vazamentos contaminam solo e águas subterrâneas em
Bertioga/SP”, utilizado no Curso Técnico de Vigilância em Saúde/EPSJV/Fiocruz.

Responda:
A) Você considera que no problema relatado no texto anterior houve uma contaminação?
Justifique.
B) Qual (is) o(s) possível (is) contaminante(s) ambiental (is) presente(s) no combustível?
C) Qual(is) o(s) possível(is) e mais provável(is) compartimento(s) ambiental(is) impactado(s)
pelo(s) contaminante(s)?
D) Qual a fonte primária da contaminação?

Questão 2. Na lista abaixo, seguem alguns impactos ambientais causados nos ecossistemas
pelo homem:
I. Destruição da biodiversidade.
II. Erosão e empobrecimento dos solos.
III. Enchentes e assoreamento dos rios.
IV. Desertificação.
V. Proliferação de pragas e doenças.
Marque a opção que melhor representa os impactos consequentes do desmatamento:
(A) Apenas I.
(B) Apenas V.
(C) Apenas III, IV e V.
(D) Apenas I, II, III e V.
(E) I, II, III, IV e V.

Questão 3. Como é chamado o fenômeno desencadeado pelo aumento dos nutrientes no


ambiente aquático que leva à redução dos níveis de oxigênio e à morte de várias espécies?
(A) Magnificação trófica.
(B) Decomposição aquática.
(C) Eutrofização.
(D) Maré vermelha.
(E) Chuva ácida.

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AULA 2 - EFEITOS DA POLUIÇÃO À SAÚDE HUMANA

Nesta aula discutiremos como as alterações no ambiente pela ação humana podem
influenciar na saúde da população.
A contaminação ou poluição dos compartimentos ambientais (água, ar e solo), pode
se dar através de elementos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, vermes, etc.),
químicos, ou radioativos.
Um bom exemplo de contaminação por radiação aconteceu em setembro de 1987. O
desastre fez centenas de vítimas, todas contaminadas através de radiações emitidas por uma
única cápsula que continha césio-137, encontrada em sucata de uma máquina de raios-x,
deixada em um ferro velho na cidade de Goiânia, no estado de Goiás. Esse foi o maior acidente
radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
As substâncias químicas também apresentam um importante papel no cenário atual das
contaminações ambientais. O termo substância química (no inglês: chemical) é muito geral, e
é usado para designar os compostos básicos de toda a matéria viva ou não, que constitui o
universo. Eles podem ser encontrados dispersos no ambiente no estado sólido, líquido ou
gasoso.
Vale ressaltar que nem todas as substâncias são tóxicas; não existe nenhuma que não
o seja. A dose (quanto maior a dose, maior é o efeito) e a via de exposição (respiratória, oral
ou absorção dérmica) pela qual elas são introduzidas no organismo determinam que uma
substância seja ou não prejudicial ao organismo. A toxicologia é responsável pela identificação
e quantificação dos riscos à saúde do homem e do meio ambiente, decorrentes da exposição
principalmente aos produtos químicos, levando em consideração os aspectos de saúde pública
envolvidos na contaminação das águas, solo, ar, bem como de alimentos.
Nem todas as pessoas apresentam a mesma susceptibilidade à intoxicação por
substâncias químicas. O termo susceptibilidade está relacionado às condições internas do
indivíduo que torna mais fácil o seu adoecimento pela exposição a uma substância, logo,
podemos pensar que existem populações que são mais susceptíveis (frágeis) que outras, como
por exemplo: crianças, idosos, gestantes, portadores de doenças crônicas e pessoas
imunodeprimidas.
Algumas substâncias, como o mercúrio, por exemplo, podem sofrer um processo
conhecido como biomagnificação, ou seja, podem se acumular ao longo da cadeia alimentar.
Aquele indivíduo que estiver mais distante na cadeia estará consumindo um alimento com maior
concentração da substância do que o que está no início da cadeia (Figura 1).

Figura 1: Biomagnificação ao longo dos diferentes níveis tróficos de uma cadeia


alimentar gerado através da poluição por mercúrio, em ambientes aquáticos.
Fonte: http://questoesbiologicas.blogspot.com.br/2012/11/biologia-uefs.html

Os efeitos a saúde da população devido aos impactos ambientais, podem depender de


vários fatores, como a composição do contaminante ou poluente, a dose exposta, a via de
exposição e a susceptibilidade do indivíduo, entre outros. Vamos então ver alguns desses efeitos,
considerando a exposição aos mais comuns poluentes encontrados em diferentes
compartimentos ambientais.

Poluentes atmosféricos: São substâncias lançadas no ar por fontes fixas de emissão (indústria,
queima de biomassa) ou móveis (automóveis, aviões, etc.), que sofrem influência de ventos e do
seu lugar de emissão (topografia do local, altura da fonte de emissão, etc.).

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Quadro 1: Principais poluentes atmosféricos, sua origem e efeitos à saúde.

Poluentes Origem Efeitos

Monóxido de Combustão do carvão, petróleo, e Alta afinidade pela hemoglobina,


seus derivados (utilização de gás formação de carboxihemoglobina,
Carbono
para cozinha e aquecimento efeitos clínicos cardiovasculares e
(CO) doméstico). Processos de produção comportamentais.
de aço.

Material Indústria de cimento, prospecção de Irritação e inflamação crônica do


particulado minas, combustão do carvão. epitélio respiratório (>110ug/m3 em
(MP) 24h).

Óxidos de Fumaça de cigarro, combustão de Irritação e inflamação do epitélio


enxofre (SOx) carvão, petróleo e madeira. respiratório (SO2>250ug/m3).
Chuvas ácidas

Ozônio (O3) Reação do O2 com os NOx e Inflamação com alterações na


Hidrocarbonetos (mediada pela luz permeabilidade pulmonar e do trato
solar). respiratório (> 100 ug/m3 em 8h)

Poluentes do solo: O descarte inadequado de lixo ou a falta de esgotamento sanitário adequado


são os grandes responsáveis pelo impacto neste compartimento ambiental em áreas urbanas.
Outros grandes responsáveis são os agrotóxicos, que de acordo com sua composição química
podem causar hiperirritabilidade, tremores, insônia, ansiedade, fraqueza muscular e neoplasias
de estômago, fígado e intestino. Não podemos esquecer ainda dos metais pesados como
chumbo, mercúrio, cromo e cádmio. Esses metais podem levar desde quadros de distúrbios
gastrointestinais, náuseas e vômitos, até anemias, distúrbios renais e neuromusculares.

Poluentes da água: A presença de microrganismos patogênicos como vírus, bactérias e


parasitas elevam o risco de infestação e de infecção dos indivíduos que se banham ou consomem
essa água, podendo levar a quadros de hepatites, rotavirose, diarreia, cólera, febre tifoide,
micoses, esquistossomose, etc. Podemos encontrar quadros de intoxicação por agrotóxicos
(pela contaminação do lençol freático), metais pesados e nitritos (provenientes de fertilizantes
agrícolas).

ATIVIDADES – Aula 2
Questão 1. O esquema a seguir representa o processo de biomagnificação ao longo dos
diferentes níveis tróficos de uma cadeia alimentar, gerado através da poluição por mercúrio, em
ambientes aquáticos. Considerando as informações pertinentes a esse tipo de impacto
ambiental, é correto afirmar que:

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(A) A contaminação por mercúrio afeta mais intensamente os organismos dos níveis iniciais das
cadeias alimentares.
(B) Os decompositores são os únicos organismos livres da contaminação por mercúrio devido
ao papel de recicladores que desempenham nas cadeias alimentares.
(C) Através de relações alimentares, o mercúrio é transferido para outros níveis tróficos e, por
não ser degradado pelos organismos, acumulam-se principalmente nos níveis mais afastados
dos produtores.
(D) O processo de biomagnificação ocorre pela transferência do MeHg acumulado no primeiro
nível trófico para os consumidores, sendo que, quanto mais curta a cadeia trófica, maior será a
concentração acumulada pelo consumidor.
(E) Por produzir o seu componente orgânico, os seres fotoautótrofos estão isentos da
contaminação por mercúrio e, por isso, não servem como veículos de propagação desse
poluente para outros níveis tróficos das cadeias alimentares.

Questão 2. O poluente atmosférico que se liga permanentemente às moléculas de hemoglobina


impossibilitando-as de transportar oxigênio às células é o:
(A) ozônio
(B) hidrocarbonato
(C) dióxido de enxofre
(D) dióxido de carbono
(E) monóxido de carbono

Questão 3. O cólera é uma doença infecciosa aguda, caracterizada por febre, vômito e diarreia.
O agente causador é a bactéria Vibrio cholerae, que é principalmente transmitida pela:
(A) picada do mosquito Aedes aegypti.
(B) contaminação fecal da água e dos alimentos.
(C) ingestão de carnes mal cozidas, com cistos.
(D) pele, através do contato com as larvas.
(E) inspiração dos esporos que atingem os pulmões.

Questão 4. A maior parte dos rios que deságuam na Baía de Guanabara apresenta elevada
carga de poluição, em função de grande densidade populacional existente na sua bacia
contribuinte. No entanto, a carga de poluição pode variar, já que esta depende da proporção
existente entre a quantidade de poluentes e a vazão do rio que a recebe. A diferença na
qualidade de água do Rio São João de Meriti (extremamente poluído) e do rio Guapimirim (pouco
poluído) – ambos desaguando na Baía de Guanabara – ilustra esta questão.
Neste sentido, considerando-se:
I. A vazão do rio,
II. A quantidade de poluentes que este recebe,
III. A poluição do rio,
constata-se que:
(A) Se I aumenta e II é constante, III tende a diminuir.
(B) Se II reduz e I aumenta, III tende a aumentar.
(C) Se I diminui e II é constante, III tende a diminuir.
(D) Se I e II aumentam, III tende a diminuir.
(E) Se I e II diminuem, III tende a aumentar.

Questão 5. Analise as alternativas a seguir e marque aquela que melhor indica a definição de
água poluída:
(A) Água poluída é aquela que possui alterações em suas características químicas e físicas, tais
como mudanças no cheiro, cor e sabor.
(B) Água poluída é aquela capaz de causar doenças em quem a ingere.
(C) Água poluída é aquela que apresenta organismos vivos, tais como vermes e protozoários.
(D) Água poluída é aquela que se apresenta imprópria para o consumo humano, apesar de não
ter alterações em suas características químicas e físicas.
(E) Água poluída é aquela que apresenta grande quantidade de solo dissolvido.

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AULA 3 - O CICLO DA MATÉRIA

Nesta aula vamos aprender como ocorre a circulação natural da matéria entre os seres
vivos e o planeta.
Com a morte dos organismos ou a perda de partes de seu corpo, a matéria orgânica é
degradada, e os átomos que a constituíram retornam ao ambiente, onde poderão ser
incorporados por outros seres vivos. Uma vez que os átomos dos diversos elementos químicos
que faziam parte de seres vivos voltam ao ambiente não-vivo, fala-se em ciclos biogeoquímicos
(do grego bios, vida, e geo, Terra), para se ressaltar o fato de que os elementos químicos circulam
entre os seres vivos (biosfera) e o planeta (atmosfera, hidrosfera e litosfera). Ou seja, os ciclos
biogeoquímicos representam a movimentação natural de elementos químicos no ecossistema
entre os seres vivos e o ambiente.
O fato de o nosso planeta ser um sistema dinâmico, respondendo ao pressuposto de
Lavoisier (na natureza nada se perde, tudo se transforma), o movimento e a estocagem da
matéria afeta todos os processos físicos, químicos e biológicos, propiciando a ciclagem de macro
e micro nutrientes.
Se não houvesse esse reaproveitamento dos componentes da matéria dos cadáveres,
átomos de alguns dos elementos químicos fundamentais para a constituição de novos seres
vivos poderiam se esgotar. Considerando esse aspecto, a vida está continuamente sendo
recriada a partir dos mesmos átomos.
Nos ciclos biogeoquímicos, ou também chamados ciclos da matéria, a atividade dos
decompositores é fundamental, pois eles degradam os restos de animais, fezes e vegetais e
devolvem ao solo, a água e ao ar os materiais que constituem esses restos e que poderão ser
utilizados novamente.
Entre os principais ciclos destacam-se: o do átomo da molécula de água (ou ciclo
hidrológico), do carbono, do nitrogênio, do oxigênio, do fósforo, do hidrogênio e do fósforo. Iremos
discutir os quatro primeiro ciclos.

CICLO DA ÁGUA: É a contínua circulação da água sobre o nosso planeta. Confira a seguir as
etapas desse processo, vital para a existência. Este ciclo pode ser considerado sob dois
aspectos, o pequeno ciclo, ou ciclo curto, e o grande ciclo, ou ciclo longo (Figura 2).

Figura 2: Ciclo hidrológico


Fonte:http://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/o_ciclo_da_agua_%E2%80%93_o_cicl
o_do_carbono/

Pequeno ciclo: ocorre pela lenta evaporação da água dos mares, rios, lagos e lagoas,
formando nuvens. Estas se condensam, voltando a superfície na forma de chuva, granizo ou
neve.
Grande ciclo: a água passa pelo corpo dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. A
água é retirada do solo através das raízes das plantas sendo utilizada para a fotossíntese ou
passada para outros animais através da cadeia alimentar. A água volta à atmosfera através da
respiração, transpiração, fezes e urina.

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CICLO DO CARBONO: Essencial para a vida, o elemento químico carbono está presente na
estrutura de todas as moléculas orgânicas. O carbono encontra-se primariamente disponível para
a vida na atmosfera, em forma de gás carbônico, ou nos ambientes aquáticos, na forma de
carbonatos.
O seu ciclo se inicia a partir do momento em que os seres produtores absorvem o gás
carbônico da atmosfera e o utilizam na fotossíntese (ou quimiossíntese no caso de alguns
organismos) incorporando-o às suas moléculas. Então, o carbono passa para o próximo nível
trófico, quando os animais herbívoros (consumidores primários) ingerem as plantas e absorvem
parte do carbono incorporado na forma de açúcares. Dizemos “parte” porque uma parcela do
carbono fotossintetizado pelas plantas será absorvida pelos organismos decompositores, ou
ainda, devolvida diretamente à atmosfera como no caso de uma queimada. Ao ser ingerido pelos
animais herbívoros o carbono será devolvido à atmosfera através da respiração ou, também,
através da decomposição desses organismos.
Com o aumento dos processos industriais e o aumento da queima de combustíveis
fósseis, como o carvão, a gasolina e o diesel, tem aumentado de forma vertiginosa o lançamento
de dióxido de carbono na atmosfera (Figura 3), tornando deletério um fenômeno essencial para
a vida na terra: o Efeito Estufa.

Figura 3: O ciclo do carbono


Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia29.php

CICLO DO NITROGÊNIO: O nitrogênio é um elemento químico que participa da


construção de ácidos nucleicos, proteínas e clorofilas, podemos observar desta forma a
importância de se estudar esse ciclo.
Apesar das moléculas de nitrogênio (N2) comporem aproximadamente 79% de
nossa atmosfera, poucos são os organismos capazes de assimilá-lo nessa forma. Apenas
certas bactérias e algas cianofíceas podem retirá-lo do ar na forma de N2 e incorporá-lo
às suas moléculas orgânicas.
Contudo, a maioria dos organismos não consegue reter e aproveitar o nitrogênio
na forma molecular, obtendo esse nutriente na forma de íons amônio (NH 4+), bem como
íons nitrato (NO3-).
Algumas bactérias nitrificantes na superfície do solo realizam a conversão do
nitrogênio, transformam a amônia em nitratos, disponibilizando esse elemento
diretamente às plantas e indiretamente aos animais, através das relações tróficas:
produtor e consumidor.

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Outras bactérias também fixadoras de nitrogênio gasoso, ao invés de viverem
livres no solo, vivem no interior dos nódulos formados em raízes de plantas leguminosas,
como a soja e o feijão, uma interação harmônica interespecífica chamada de mutualismo.
Ao fixarem o nitrogênio do ar, essas bactérias fornecem parte dele às plantas.
A devolução do nitrogênio à atmosfera, na forma de N 2, é feita graças à ação de
outras bactérias, chamadas desnitrificantes. Elas podem transformar os nitratos do solo
em N2, que voltam à atmosfera, fechando o ciclo.

A figura 4 apresenta um esquema mostrando com mais detalhes cada etapa do


ciclo do nitrogênio:

Figura 4: O ciclo do nitrogênio


Fonte: Biologia – Cesar e Sezar, Editora Saraiva

CICLO DO OXIGÊNIO: Este ciclo consiste na passagem de átomos de oxigênio de compostos


inorgânicos no ambiente para substâncias orgânicas dos seres vivos, e vice-versa. Trata-se de
um ciclo complexo, pois o oxigênio (O) é utilizado e liberado pelos seres vivos na forma de
substâncias diversas, como gás carbônico (CO2), gás oxigênio (O2) e água (H2O). O principal
reservatório de oxigênio para os seres vivos é a atmosfera, onde esse elemento se encontra na
forma de gás oxigênio e gás carbônico.

O O2 pode ser consumido da atmosfera através das seguintes vias: atividade respiratória
dos seres vivos em geral; combustão; degradação, principalmente pela ação de raios ultravioleta,
com formação de gás ozônio (O3) e combinação com metais do solo (principalmente o ferro),
formando óxidos metálicos. Seu contínuo reabastecimento é promovido pela fotossíntese,
principalmente por meio do fitoplâncton marinho.

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O ciclo o oxigênio está apresentado de forma resumida na figura 5:

Figura 5: O ciclo do oxigênio


Fonte: http://www.pauloferraz.com.br/trab_ciclo_biogeo.htm

ATIVIDADES – Aula 3

Questão 1. Sobre o ciclo hidrológico ou ciclo da água, é correto afirmar que:


(A) o ciclo hidrológico não sofre a ação da irradiação solar.
(B) a infiltração da água precipitada é maior nas rochas pouco porosas e impermeáveis.
(C) a biosfera não tem relação com o movimento das águas do ciclo.
(D) as águas que atingem os lençóis subterrâneos não integram o movimento do ciclo
hidrológico.
(E) o vapor d’água na atmosfera é oriundo da evaporação e da transpiração, podendo cair sob a
forma de chuvas.

Questão 2. As fontes primárias dos elementos carbono e nitrogênio que compõem as moléculas
dos seres vivos são, respectivamente, o gás carbônico e o gás nitrogênio.
Que organismos são capazes de fixar esses elementos?

Questão 3. O esquema a seguir representa um dos ciclos biogeoquímicos que ocorrem nos
ecossistemas:

Nesse esquema, os espaços I e II podem ser substituídos de forma correta e respectivamente


por:
(A) oxigênio e consumidores primários.
(B) água e consumidores primários.
(C) dióxido de carbono e produtores.
(D) oxigênio e produtores.
(E) dióxido de carbono e consumidores primários.

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

FÍSICA

Aula 1:

CARGA ELÉTRICA

Todo corpo é formado por prótons, elétrons e nêutrons. Quando um corpo não possui a mesma
quantidade de prótons e elétrons, dizemos que o corpo está eletrizado (ou carregado eletricamente).
Caso o corpo possua a mesma quantidade de prótons e elétrons, dizemos que o corpo está neutro.
A carga elétrica de um corpo é calculada da seguinte maneira:

𝑄 = 𝑛𝑒
Q_ Carga elétrica (medida em Coulomb – C)
n_ número de elétrons em excesso (ou em falta)
e_ carga de um único elétron, também chamada de carga elementar.

𝑒 = 1,6 𝑥 10 𝐶
 Caso o corpo possua mais elétrons do que prótons, o corpo estará carregado negativamente.
 Caso o corpo possua menos elétrons do que prótons, o corpo estará carregado positivamente.

Existem três processos de eletrização: eletrização por atrito, eletrização por contato e
eletrização por indução.

Eletrização por atrito: Dois corpos, inicialmente neutros, de materiais diferentes são atritados. Durante
o atrito, um corpo recebe elétrons e o outro corpo perde elétrons. Após o atrito, um corpo estará
carregado negativamente e o outro corpo estará carregado positivamente. Os dois corpos terão cargas
de mesmo valor, mas de sinais opostos.

Eletrização por contato: Dois ou mais corpos são encostados. Durante o contato, os elétrons irão
distribuir-se de maneira uniforme ao longo dos corpos. Após o contato, os corpos ficarão com a mesma
carga elétrica.

Eletrização por indução: Um corpo carregado é colocado próximo de um corpo neutro.

Através de um fio terra conectado ao corpo neutro, os elétrons podem “entrar” ou “sair” do corpo
neutro.

Quando o fio terra for removido, os dois corpos ficarão carregados com cargas de sinais opostos.

Em todo processo de eletrização só ocorre fluxo de elétrons.

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ATIVIDADES

1_ Duas esferas idênticas de alumínio estão eletrizadas com cargas elétricas Q1 = – 3nC e Q2 = +
7nC. Feito um contato entre elas, qual foi a carga resultante em cada uma delas?

2_ (FCC – BA) Considere duas esferas metálicas idênticas. A carga elétrica de uma é Q e a da outra
é -2Q. Colocando-se as duas esferas em contato, a carga elétrica da esfera que estava, no início,
carregada positivamente fica igual a:

a) 3Q/2 b) Q/2 c) -Q/2 d) -3Q/2 e) -Q/4

3_ (UNIRIO) Três esferas idênticas, muito leves, estão penduradas por fios perfeitamente isolantes,
em um ambiente seco, conforme mostra a figura. Em determinado instante, a esfera A (QA = 20 μC)
toca a esfera B (QB = - 2 μC); após alguns instantes, afasta-se e toca na esfera C (Qc = - 6 μC),
retornando à posição inicial.

Após os contatos descritos, as cargas das esferas A, B e C são, respectivamente, iguais a (em
μC):

a) QA = 1,5 QB = 9,0 QC = 1,5 b) QA = 1,5 QB = 11 QC = 9,0


c) QA = 2,0 QB = -2,0 QC = -6,0 d) QA = 9,0 QB = 9,0 QC = 9,0
e) QA = 9,0 QB = 9,0 QC = 1,5

4_ (UFF) Três esferas condutoras idênticas I, II e III têm, respectivamente, as seguintes cargas
elétricas: 4q, - 2q e 3q. A esfera I é colocada em contato com a esfera II e, logo em seguida, é
encostada à esfera III. Pode-se afirmar que a carga final da esfera I será:

(A) q (B) 2q (C) 3q (D) 4q (E) 5q

5_ (CESESP-PE) Sabe-se que a carga do elétron vale -1,6. 10-19 C. Considere um bastão de vidro
que foi atritado e perdeu elétrons, ficando positivamente carregado com a carga de 5,0 . 10-6 . Conclui-
se que o número de elétrons retirados do bastão foi de aproximadamente:

a) 1,6. 1016 b) 3,1 . 1011 c) 2,5 . 1010 d) 3,1 . 1013 e) 1,6 . 1015

Aula 2:

CORRENTE ELÉTRICA

É o movimento ordenado de elétrons num fio condutor.


A corrente elétrica é calculada da seguinte maneira:

∆𝑄
𝑖=
∆𝑡
i_ Corrente elétrica (medida em Ampère – A)
∆𝑄 _ Carga elétrica (medida em Coulomb – C)
∆𝑡 _ intervalo de tempo (medido em segundo – s)
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A corrente elétrica é provocada por uma tensão (d.d.p.). Essa tensão é gerada a partir de uma
fonte de energia (tomada, pilha, bateria, etc.).

Exemplo 1: Uma carga de 60 C passa por um fio condutor em 5 s. Calcule a corrente elétrica que
passa por esse fio.

∆𝑄 = 60𝐶 ∆ 𝑖 = 12𝐴
𝑖=

∆𝑡 = 5𝑠
𝑖 =? 𝑖=
Exemplo 2: Por um fio condutor passam 8.1021 elétrons em 4 s. Determine a corrente elétrica que
passa por esse fio.

𝑛 = 8. 10 𝑄 = 12,8. 10 𝐶 𝑖=
, .
𝑒 = 1,6. 10 𝐶 ∆𝑡 = 4𝑠
∆ 𝑖 = 3,2. 10 𝐴
𝑄 = 𝑛. 𝑒 𝑖=

𝑄 = 8. 10 𝑥1,6. 10

CIRCUITO ELÉTRICO

Um circuito elétrico é formado por fios condutores, fontes de tensão e resistores.

A corrente elétrica parte do polo positivo da fonte, percorre o circuito e chega ao polo negativo
da fonte.
A equação que relaciona tensão, resistência e corrente elétrica é a Lei de Ohm.

𝑉 = 𝑅𝑖
V_ Tensão (medida em Volt – V)
R_ Resistor (medido em Ohm - )
i_ Corrente elétrica (medida em Ampère – A)

Exemplo: Determine a tensão necessária para fazer passar uma corrente elétrica de 6 A por um
resistor de 10 Ω.

𝑖 = 6𝐴 𝑉 = 𝑅𝑖
𝑅 = 10Ω 𝑉 = 10𝑥6
𝑉 =? 𝑉 = 60𝑉

EXERCÍCIO

Qual a corrente elétrica que passa por um resistor de 12 Ω ligado numa fonte de 60 V?

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ATIVIDADES

1_ (Unitau-SP) Uma esfera metálica tem carga elétrica negativa de valor igual a 3,2 . 10-4 C. Sendo
a carga do elétron igual a 1,6 10-19 C, pode-se concluir que a esfera contém:

a) 2 . 1015 elétrons
b) 200 elétrons
c) um excesso de 2. 1015 elétrons
d) 2 . 1010 elétrons
e) um excesso de 2 . 1010 elétrons

2_ (CESESP-PE) Sabe-se que a carga do elétron vale -1,6. 10-19 C. Considere um bastão de vidro
que foi atritado e perdeu elétrons, ficando positivamente carregado com a carga de 5,0 . 10-6 . Conclui-
se que o número de elétrons retirados do bastão foi de aproximadamente:

a) 1,6. 1016 b) 3,1 . 1011 c) 2,5 . 1010 d) 3,1 . 1013 e) 1,6 . 1015

3_ Pela secção reta de um condutor de eletricidade passam 4,8 C a cada minuto. Nesse condutor, a
intensidade da corrente elétrica, em ampères, é igual a:

a) 0,08 b) 0,20 c) 5,00 d) 7,20 e) 120

4_ (UCS-RS) Pela seção reta de um condutor de cobre passam 320 coulombs de carga elétrica em
20 segundos. A intensidade de corrente elétrica no condutor vale:

(A) 5 A (B) 8 A (C) 10 A (D) 16 A (E) 20 A

5_ (Uneb-BA) Um resistor ôhmico, quando submetido a uma ddp de 40 V, é atravessado por uma
corrente elétrica de intensidade 20 A. Quando a corrente que o atravessa for igual a 4 A, a ddp, em
volts, nos seus terminais será:

(A) 8 (B) 12 (C) 16 (D) 20 (E) 30

Aula 3:

CIRCUITO EM SÉRIE

É um circuito formado por resistores posicionados sobre o mesmo fio.

É possível substituir todos os resistores por um único resistor (resistência equivalente).

𝑅 =𝑅 +𝑅 +𝑅
Req_ Resistência equivalente (medida em Ohm - Ω)

Em um circuito em série, a corrente elétrica que passa em cada um dos resistores é a mesma.

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CIRCUITO EM PARALELO

É um circuito formado por resistores posicionados em fios diferentes.

A resistência equivalente de um circuito em paralelo é calculada da seguinte maneira:

= + +

Em um circuito em paralelo, a tensão em cada um dos resistores é a mesma.

Exemplo: Calcule a corrente elétrica que passa pelos circuitos abaixo:

a) 𝑅 =𝑅 +𝑅 +𝑅 +𝑅 + 𝑉 = 𝑅𝑖
𝑅 100 = 25𝑖
𝑅 =2+6+3+9+5 𝑖=
𝑅 = 25Ω 𝑖 = 4𝐴

b) = + + 𝑉 = 𝑅𝑖
60 = 2𝑖
= + + 𝑖=
= 𝑖 = 30𝐴
𝑖 = = = 15𝐴
=
𝑖 = = = 10𝐴
=
𝑖 = = = 5𝐴
𝑅 = 2Ω

c) = + 𝑅 = 8Ω
𝑅 =𝑅 +𝑅 +𝑅
= + 𝑅 = 5+8+7
= 𝑅 = 20Ω
𝑉 = 𝑅𝑖
= 100 = 20𝑖
= 𝑖=
𝑖 = 5𝐴

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MACETE: 𝑅 =
𝑅 = 𝑅 =
𝑅 = 8Ω

ATIVIDADES

1_ Calcule a corrente elétrica que passa pelos circuitos abaixo:

a) b)

c)

2_ (CEDERJ / 2006) No circuito esquematizado na figura, o voltímetro e o amperímetro são ideais.

O voltímetro indica 36 V.

a) Calcule a indicação do amperímetro.

b) Calcule a potência dissipada no resistor de 6 Ω.

3_ (CEDERJ / 2007) No trecho de circuito esquematizado na figura a seguir, a resistência equivalente


entre A e B vale:

(A) 4 Ω (B) 10 Ω (C) 11 Ω (D) 16 Ω (E) 17 Ω


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Aula 4:

POTÊNCIA ELÉTRICA

A existência de tensão, corrente elétrica e resistência em um circuito elétrico leva a geração de


potência elétrica. Todo equipamento elétrico dissipa uma potência elétrica.
A potência elétrica pode ser calculada de três maneiras:

𝑃 = 𝑉𝑖
𝑃 = 𝑅𝑖
𝑉
𝑃=
𝑅
P_ Potência (medida em Watt – W)
V_ Tensão (medida em Volt – V)
R_ Resistência (medida em Ohm - Ω)
i_ Corrente elétrica (medida em Ampère – A)

Exemplo 1: Calcule a potência dissipada por um resistor de 6 Ω que é percorrido por uma corrente
elétrica de 3 A.

𝑅 = 6Ω 𝑃 = 𝑅𝑖 𝑃 = 6𝑥9
𝑖 = 3𝐴 𝑃 = 6 . (3) 𝑃 = 54𝑊
𝑃 =?

Exemplo 2: Uma fonte de 110 V fornece energia para um resistor de 10 Ω. Determine a potência
elétrica dissipada por esse resistor.

𝑉 = 110𝑉 𝑃= 𝑃=
𝑅 = 10Ω 𝑃 = 1210𝑊
𝑃 =? 𝑃=

Exemplo 3: Uma corrente elétrica de 20 A percorre um circuito que é alimentado por uma fonte de 60
V. Determine a potência elétrica dissipada por esse circuito.

𝑉 = 60𝑉 𝑃 =? 𝑃 = 60𝑥20
𝑖 = 20𝐴 𝑃 = 𝑉. 𝑖 𝑃 = 1200𝑊

ATIVIDADES

1_ Um chuveiro elétrico é percorrido por uma corrente de 30 A e tem uma potência de 5400 W. Qual
é o valor da resistência desse chuveiro?

2_ (CEDERJ / 2003) Uma lâmpada de filamento possui a especificação 3,0 W – 6,0 V.

a) Determine o valor da resistência elétrica do filamento.

b) Uma pessoa, equivocadamente, utiliza essa lâmpada em uma lanterna, submetendo-a a uma ddp
de 3,0 V. Determine para essa situação a potência dissipada pela lâmpada.

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3_ (UERJ) Um ventilador dissipa uma potência de 30 W, quando ligado a uma rede elétrica que fornece
uma tensão de 120 V. A corrente estabelecida nesse aparelho tem valor igual a:

(A) 150 mA (B) 250 mA (C) 350 mA (D) 450 mA

4_ Suponha que no circuito esquematizado abaixo a potência nominal da lâmpada seja de 100 W, a
do chuveiro 4.400 W e a da geladeira de 330 W. Todos estão ligados e submetidos à ddp residencial
de 110 V, conforme indicado. Pede-se calcular:

a) A corrente que atravessa cada aparelho

b) o valor mínimo do fusível para que não queime.

5_ (UFF) Um motorista acende os dois faróis (F1 e F2) e as quatro lanternas (L1, L2, L3 e L4) de um
automóvel com o motor desligado. Todos os elementos estão ligados à bateria de 12 V, conforme
ilustra o esquema a seguir.

Os valores nominais de potência e ddp das lâmpadas são, para os faróis, respectivamente, 40
W e 12 V e para as lanternas, 6,0 W e 12 V. Nessa situação, determine:

a) a intensidade da corrente total que atravessa a bateria.

b) as intensidades das correntes que passam no farol F1 e na lanterna L1 .

c) a resistência do farol F1 .

Aula 5:

ENERGIA ELÉTRICA

É a relação entre a potência dissipada por um equipamento elétrico e o tempo de uso do


equipamento.

𝐸 = 𝑃. 𝑡
E_ Energia elétrica (geralmente é medida em Watt-hora – Wh)
P_ Potência (medida em Watt – W)
t_ tempo (geralmente é medido em hora – h)

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Exemplo: Calcule o consumo e o custo mensal de energia gasto em um chuveiro elétrico de 5.400 W,
sabendo que ele é utilizado uma hora e meia por dia. Dado: o custo de 1 KWh é R$ 0,60.

𝑃 = 5400𝑊 𝐸 = 8100𝑊ℎ em 1 dia


𝑡 = 1,5ℎ 𝐸 = 8100𝑥30 = 243000𝑊ℎ em 1 mês
𝐸 =? 243000 ∶ 1000 = 243𝐾𝑊ℎ
𝐸 = 𝑃. 𝑡 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 = 243𝑥0,60 = 𝑅$ 145,80
𝐸 = 5400𝑥1,5

ATIVIDADES

1_ Um rapaz, enquanto tomava seu banho quente, notou na plaquinha do chuveiro elétrico as
seguintes especificações: 220 V - 3960 W.

a) Que intensidade de corrente elétrica atravessou a resistência do chuveiro, enquanto esteve ligado?

b) Qual foi o consumo de energia, em KWh, se o banho do rapaz durou 20 minutos?

2_ (ENEM) Podemos estimar o consumo de energia elétrica de uma casa considerando as principais
fontes desse consumo. Pense na situação em que apenas os aparelhos que constam da tabela abaixo
fossem utilizados diariamente, segundo os tempos definidos.

Aparelho Potência (KW) Tempo de uso diário (horas)


Ar condicionado 1,5 8
Chuveiro elétrico 3,3 1/3
Freezer 0,2 10
Geladeira 0,35 10
Lâmpadas 0,10 6

Supondo que o mês tenha 30 dias e que o custo de 1KWh é de R$ 0,40, o consumo de energia
elétrica mensal dessa casa, é de aproximadamente:

(a) R$135. (b) R$165. (c) R$190. (d) R$210. (e) R$230.

3_ Quando ligado a uma tensão de 100 V, um aquecedor elétrico recebe uma potência elétrica de
1800 W. Calcule:

a) a intensidade da corrente elétrica no aquecedor;

b) a energia elétrica recebida pelo aquecedor, em 1 h de funcionamento, em kWh.

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo- 2º bimestre / 2021

QUÍMICA

EQUILÍBRIO QUÍMICO- INTRODUÇÃO

Tomemos a seguinte reação reversível:

aA + bB ⇌ cC + dD

A dupla seta nos indica que há duas reações:

- uma que ocorre, da esquerda para direita com velocidade v1.


- outra que ocorre, da direita para a esquerda com velocidade v2.

Coloquemos em contato os reagentes A e B, indicando-se a reação.

No instante inicial, o nosso sistema químico só possui dois componentes: A e B. Logo,


no instante inicial, as concentrações molares de A e B são máximas e as concentrações
molares de C e D são nulas; a velocidade V1 é máxima e a velocidade V2 é nula.

Porém, a medida que a reação progride, as concentrações dos reagentes A e B vão


diminuindo e as concentrações dos produtos C e D vão aumentando. Logo, a medida
que reação progride, a velocidade V1 vai diminuindo e a velocidade V2 vai aumentando.

Mas, como V1 decresce e V2 cresce, haverá um determinado instante em que V1 e V2 se


igualarão (V1=V2). Quando isto acontecer, diremos que o sistema atingiu o equilíbrio.

Resumindo:

a) No equilíbrio, a reação química se dá nos dois sentidos com iguais velocidades


(V1=V2).
b) O equilíbrio químico é dinâmico e não estático, porque:

V1 = V2 ≠ 0

Porém, embora o equilíbrio químico seja dinâmico, tudo se passa como se reação
estivesse “parada” porque as velocidades como são iguais e de sentidos contrários, se
compensam.

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CONSTANTE DE EQUILIBRIO

Um sistema químico em equilíbrio é bem caracterizado, é bem definido por meio de


uma constante de equilíbrio (K).

Essa constante de equilíbrio pode ser expressa em função das:

- Concentrações molares (mol/l) dos componentes do sistema em equilíbrio. Nesse caso


a constante de equilíbrio é representada por Kc.

- Pressões parciais (atm) dos componentes do sistema em equilíbrio. Nesse caso a


constante de equilíbrio é representada por Kp.

Estudemos detalhadamente essas constantes de equilíbrio.

1) Constante de equilíbrio Kc.

Tomemos a seguinte reação reversível:

aA + bB ⇌ cC + dD

Apliquemos a lei de Guldberg-Waage para a reação direta de velocidade V1 e para


reação inversa V2.

a- Reação Direta

aA + bB → cC + dD V1 = K1 [A]a [B]b

reagentes produtos

b- Reação inversa

aA + bB ← cC + dD V2 = K2 [C]c [D]d

produtos reagentes

Porém, quando o sistema atingir o equilíbrio: v1 = v2 e nós podemos afirmar que no


equilíbrio:

K1 [A]a [B]b = K2 [C]c [D]d então, K1/ K2 = [C]c [D]d / [A]a [B]b

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K1 e K2 são constantes e o quociente de duas constantes é uma outra constante, a qual
chamaremos Kc.

Logo, vem Kc = [C]c [D]d / [A]a [B]b

Kc = constante de equilíbrio em função das concentrações molares dos componentes em


equilíbrio

[A] = Concentração molar de A (mol/l), no equilibrio;


[B] = Concentração molar de B (mol/l), no equilibrio;
[C] = Concentração molar de C (mol/l), no equilibrio;
[D] = Concentração molar de D (mol/l), no equilibrio.

- Resumindo:

aA + bB ⇌ cC + dD Kc = [C]c [D]d / [A]a [B]b

1º membro 2º membro

Constante de equilíbrio (Kc) de um sistema químico é a relação entre o produto das


concentrações molares das substâncias localizadas no 2º membro e o produto das
concentrações molares das substancias localizadas no 1º membro da equação química,
estando cada concentração molar elevada a um expoente igual ao coeficiente da
substância na equação química.

Lembre: Kc = 2º membro/ 1º membro

- Exemplos :

a) N2 + 3H2 ⇌ 2NH3 Kc = [NH3]2 / [N2] [H2]3

b) CH3COOH (l) + C2H5OH (l) ⇌ CH3COOC2H5 (l) + H2O (l)

Kc = [CH3COOC2H5] [H2O] / [CH3COOH] [C2H5OH]

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Obs.1: A constante de equilíbrio Kc pode ter unidade ou não, dependendo do sistema
químico.

a) N2 + 3H2 ⇌ 2NH3

Kc = [NH3]2 / [N2] [H2]3

Unidade de Kc = (mol/l)2 / (mol/l) (mol/l)3 = (mol/l)-2

b) H2 + I2 ⇌ 2HI

Kc = [HI]2 / [H2] [I2]

Unidade de Kc = (mol/l)2 / (mol/l) (mol/l) = admensional

Obs.2: Para um determinado sistema químico, o valor do Kc depende exclusivamente


da temperatura, isto é, a cada temperatura corresponde um valor para o Kc.

EXERCÍCIOS

1- A constante de equilíbrio Kc para a reação:

CO + Cl2 ⇌ COCl2 , a 400 ºC, é 1200. Sabendo-se que para um sistema particular, as
concentrações de Cl2 e CO no equilíbrio são de 0,05 mol/l e 0,06 mol/l,
respectivamente, calcule a concentração de COCl2 no equilibrio.

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2- Calcule a constante de equilíbrio Kc para a reação:

N2 + 3H2 ⇌ 2NH3 a 700°C ,

Sabendo-se que nesta temperatura existem em equilíbrio 1,02 mol/l de N2, 1,6
mol/l de H2 e 0,1 mol/l de NH3.

3- Num balão de 10 litros e a 27°C, há:

1 mol de A , 4 mols de B e 2 mols de C, em equilíbrio,segundo a equação:

2A ⇌ B + 2C, calcule:

a) O valor de constante de equilibrio Kc.


b) O valor de constante de equilibrio Kp.

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ELETROQUÍMICA

• O Zn adicionado ao HCl produz a reação espontânea


Zn(s) + 2H+(aq) → Zn2+(aq) + H2(g).

• O número de oxidação do Zn aumentou de 0 para 2+.

• O número de oxidação do H reduziu de 1+ para 0.

• O Zn é oxidado a Zn2+ enquanto o H+ é reduzido a H2.

• O H+ faz com que o Zn seja oxidado e é o agente de oxidação.

• O Zn faz com que o H+ seja reduzido e é o agente de redução.

• Observe que o agente de redução é oxidado e o agente de oxidação é


reduzido.

• É uma reação de TRANSFERÊNCIA DE ELÉTRONS


NOX x Carga formal x Carga parcial real (ex.: HCl e HCN)

• Lei da conservação de massa: a quantidade de cada elemento


presente no início da reação deve estar presente no final.

• Conservação da carga: os elétrons não são perdidos em uma reação


química.
Semi-reações

• As semi-reações são um meio conveniente de separar reações de


oxidação e de redução.

Exemplo:
Semi-reação de Redução: Sn2+(aq) → Sn4+(aq) +2e-
Semi-reação de Oxidação: 2Fe3+(aq) + 2e- → 2Fe2+(aq)
Sn2+(aq) + 2Fe3+(aq) → Sn4+(aq) + 2Fe3+(aq)

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• A energia liberada em uma reação de oxi-redução espontânea é
usada para executar trabalho elétrico.

• Céluas voltaicas ou galvânicas são aparelhos nos quais a


transferência de elétrons ocorre através de um circuito externo.

• As células voltaicas (ou PILHAS) são ESPONTÂNEAS.

• Exemplo: uma fita de Zn é colocada em uma solução de CuSO4, o


Cu é depositado no Zn e o Zn dissolve-se formando Zn2+.

• “Regras” para células voltaicas:


1. No anodo os elétrons são produtos (oxidação).
2. No catodo os elétrons são reagentes (redução).
3. Os elétrons não podem nadar.

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Visão molecular dos processos do eletrodo

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EXERCÍCIOS

1- a) Determinar o potencial padrão de uma célula formada por eletrodos de Cu e


Cd, onde os eletrólitos são sais de Cu2+ e Cd2+.

b) Indicar o eletrodo positivo, o anodo e o metal que se reduz.

Dados: Cu+2 + 2e- → Cu E° = + 0,337 V


Cd+2 + 2e- → Cd E° = - 0,403 V

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2- Uma pilha tem como eletrólito uma solução de KOH; um dos eletrodos é
coberto com NiO2 hidratado e o outro com Cd metálico, finamente dividido. As
semi reações que ocorrem na descarga espontânea da pilha são:

Eletrodo de Cd: Cd + 2OH- → Cd(OH)2 + 2e-

Eletrodo de Ni: NiO2 + 2H2O + 2e- → Ni(OH)2 + 2 OH-

Pergunta-se :

a) Qual eletrodo é o anodo ?


b) Tendo a pilha uma f.e.m. de 1,30 V e sendo o potencial de redução do eletrodo
de – 0,81 V, qual é o potencial de redução do eletrodo de Ni ?

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Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

EDUCAÇÃO FÍSICA

Aula 1 - VÍCIOS POSTURAIS Qualquer doença que comprometa a coluna


vertebral pode colocar em risco todas as
Os Vícios posturais são proporcionados por estruturas e funções descritas. Na prática, os
hábitos até muito comuns no nosso cotidiano, principais problemas da coluna vertebral são os
como o de sentar-se de forma relaxada, de deitar- degenerativos (desgastes) dos discos e
se de qualquer maneira ou até mesmo de articulações da coluna. Com o passar dos anos, o
caminhar de forma desalinhada. Todas essas efeito da má postura, ganho de peso corporal,
circunstâncias podem trazer malefícios para a levantar e carregar pesos e a falta de
saúde como um todo, por ocasionarem condicionamento físico podem desencadear
desequilíbrios no sistema musculoesquelético, problemas na coluna.
em todas as articulações do nosso corpo. A O conhecimento da anatomia da coluna, como
postura incorreta e desalinhada pode trazer ela funciona, a importância de uma postura
consequências como dores na coluna, dores nas correta e de técnicas adequadas para a realização
solas dos pés, além de cansaço, problemas na de esforços ou de levantar pesos, pode prevenir
circulação e tendinites. Quando não se toma e proteger a coluna de lesões.
cuidado na posição correta ao sentar-se, seja em O reforço muscular, através de exercícios
casa, na escola, faculdade ou no trabalho em adequados e condicionamento físico, também
frente ao computador, podem acontecer o são úteis na prevenção de desgastes e lesões
desenvolvimento dos chamados desvios ou tanto no trabalho quanto fora dele.
vícios posturais. A coluna vertebral é uma haste firme e flexível,
Quando é preciso permanecer por longos constituída de elementos individuais unidos
períodos na mesma posição, seja sentado ou em entre si por articulações, conectados por fortes
pé, a coluna recebe grande sobrecarga de peso, ligamentos e suportados dinamicamente por uma
influenciado pela gravidade ou por cargas poderosa massa musculotendinosa.
externas, podendo ser prejudicada, aí é que se
instalam os vícios posturais, tais vícios são 2. ASPECTOS GERAIS
grandes responsáveis pelo afastamento de A coluna vertebral é uma série de ossos
profissionais de seus trabalhos. individuais – as vértebras – que ao serem
articulados constituem o
1. POSTURA CORPORAL – COLUNA eixo central esquelético
VERTEBRAL do corpo. A coluna
A inteligência, a capacidade de deslocamento e a vertebral é flexível
movimentação, executando tarefas com porque as vértebras são
precisão, entre outros aspectos, é o que móveis, mas a sua
diferencia o ser humano de outros seres vivos. estabilidade depende
Com exceção da visão, nem mesmo os outros principalmente dos
sentidos como o olfato e a audição são tão músculos e ligamentos.
importantes para uma vida saudável como a A coluna vertebral, sob
motricidade da coluna e membros. o ponto de vista de engenharia, é de uma
A coluna vertebral suporta o peso do corpo, constituição perfeita. Imaginem a coluna de um
contém e protege a medula espinhal que conduz prédio que tivesse que suportar toda a estrutura e
todos os estímulos nervosos do cérebro para os ao mesmo tempo tivesse que movimentar esse
membros superiores, tronco e membros prédio. Seria "impossível". Mas a coluna faz
inferiores, permitindo e controlando todas as isso.
funções musculoesqueléticas, viscerais do Constituição óssea - A coluna é formada de 33
abdômen e estrutural do tórax (pulmão e ossos que são chamadas vértebras.
coração).

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Aula 2 – REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral do adulto apresenta 4 regiões:


1. Região cervical (pescoço), com 7 vértebras;
2. Região torácica ou dorsal, com 12;
3. Região lombar, com 5;
4. Região sacrococcigeana formada pelo sacro, com 5 vértebras que se fundiram num só osso; e a
região do cóccix, com 3 ou 4 vértebras, que também se fundiram em um só osso.
As vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção inferior até o sacro, tornando-se a partir
daí sucessivamente menores. A coluna é responsável pela proteção da Medula Espinhal. Esta estrutura
(medula) é de vital importância no organismo humano, pois todo o comando do Sistema Nervoso
depende da integridade medular, que está contido dentro do canal vertebral.

1. Cervical: constitui o esqueleto axial do pescoço e


suporte da cabeça.

2. Torácica: suporta a cavidade torácica.

3. Lombar: suporta a cavidade abdominal e permite


mobilidade entre a parte torácica do tronco e a
pelve.

4. Sacral: une a coluna vertebral à cintura pélvica.

Coccígea: é uma estrutura rudimentar em


5.
humanos, mas possui função no suporte do
assoalho pélvico.
_______________________________________________________________________________________

Como já vimos, a coluna é um eixo central do ▪ PRINCIPAIS PROBLEMAS


corpo humano, portanto ela apresenta uma série POSTURAIS
de curvaturas conforme a nossa postura, por isso,
quanto mais errado a postura, mais deformidades Além das regiões a coluna
ocorrerão na coluna, podendo ocasionar sérias vertebral possui 3 tipos de
lesões, como a hérnia de disco, osteófitos (bico curvaturas: a lordose,
de papagaio), escoliose, hiperlordose, a cifose e a escoliose (essa
hipercifose etc. última não é natural).
A maioria destes desvios da A lordose é presente na
coluna causa pinçamento de coluna cervical e na
nervos que partem de dentro coluna lombar e a cifose é
da coluna. O mais famoso presente na coluna
deles é o nervo ciático torácica. A presença dessas duas curvas é
(popularmente chamada de NORMAL nesses níveis ao lado, elas ajudam a
dor ciática). centralizar a cabeça sobre o corpo,
Diversos fatores podem interferir para o proporcionando um equilíbrio para andar na
desenvolvimento destas lombalgias (dores na posição ereta. Fazendo parte das curvaturas
lombar), tais como: dormir em posição errada, normais da coluna. Apenas em casos em que a
carregar objetos de forma incorreta, posturas lordose e a cifose aparecem em grau aumentado
inadequadas, movimentos bruscos, entre outros.

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é que são consideradas anormais e devem ser ▪ HIPERLORDOSE
investigadas. Definição
O aumento acentuado (anormal) do grau da A hiperlordose é
cifose e da lordose são denominados de: um aumento
• Hipercifose; exagerado nas
• Hiperlordose; curvaturas
• A Escoliose é sempre uma curva anormal. cervical e/ou
lombar.
▪ ESCOLIOSE
Definição
É uma deformidade
Principais causas:
vertebral muito
- Flacidez muscular;
comum. É como uma
- Obesidade;
curvatura lateral da
- Gravidez.
coluna (vista de
frente/costas), que se
Aula 3 – DICAS PARA UMA POSTURA
caracteriza por
SAUDÁVEL
profundas alterações
estruturais.
A escoliose pode ser POSTURA AO ANDAR
classificada como:
√ X
• Idiopática:
CERTO ERRADO
Causa
desconhecida; A má postura ao
andar é a causa de
• Congênita: Má
muitas dores.
formação da
Procure andar o
coluna
mais ereto
vertebral;
possível, sempre
• Paralítica:
olhando acima da
Devido algum
linha do horizonte.
tipo de
Um bom treino é
paralisia;
andar em casa com
• Postural: Frequente em adolescentes, curvas um livro sobre a
leves, não estruturadas. cabeça.
▪ HIPERCIFOSE POSTURA AO LEVANTAR PESOS
Definição √ CERTO X ERRADO A
A hipercifose é uma maneira
acentuada curvatura correta para
torácica, deixando a levantar pesos
pessoa com aspecto e volumes
de corcunda. exige a flexão
Principais causas: dos joelhos e
- Má postura; aproximação
- Condicionamento do objeto junto
físico insuficiente. ao corpo,
agachando-se
sem inclinar o
corpo para frente.

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√ CERTO X ERRADO
Contraindo a musculatura abdominal, com a com a inclinação
coluna ereta force os músculos das coxas e do tronco para
pernas para elevar o peso. Utilizando as frente. Os alunos
articulações dos quadris, joelhos e tornozelos, que transportam a
pode-se atenuar a pressão e esforços sobre as mochila através de
delicadas articulações da coluna vertebral. Se o alças e rodinhas
objeto é muito pesado para ser elevado com devem variar o
segurança ou se você não consegue se posicionar lado que carregam
corretamente, solicite auxílio de outra pessoa. as mochilas, ora
no lado direito ora
POSTURA SENTADO no lado esquerdo.
Isso ajuda a evitar
√ CERTO X ERRADO um “vício” postural inadequado. No caso de
sacola cheia, tentar dividir o peso em duas
sacolas e levar uma em cada lado, distribuindo
melhor o peso.
Compreender que o nosso corpo e a nossa mente
recebem influências no nosso dia a dia é de
fundamental importância para entendermos os
cuidados que devemos ter com eles.

Quando sentado, procure manter sua coluna CUIDADOS BÁSICOS PARA


bem-posicionada utilizando uma cadeira que VOCÊ TER UMA COLUNA
ofereça suporte à sua curvatura lombar (lordose). VERTEBRAL SAUDÁVEL!!!

POSTURA DEITADO 1) Evite assistir televisão deitado.


Sua postura necessita de suporte quando você 2) Evite ficar muito tempo com a cabeça baixa como
está deitada. ao passar roupa, fazer tricô e nos casos de leitura
Procure utilizar colchão firme e manter os prolongada.
3) Evite flexionar (dobrar) a coluna para pegar objetos
joelhos dobrados ou peso no chão. Procure sempre se agachar (dobrar
(fletidos) para os joelhos).
preservação do 4) Evitar ou reduzir o excesso de peso (obesidade).
balanço e equilíbrio 5) Procure sentar-se de maneira correta, evite sofá
da coluna. Um muito macio e cadeira e sem encosto ou banquinho.
6) Procure fazer períodos de intervalo no uso do
colchão muito macio computador.
permite o corpo 7) Caminhe com a coluna reta, olhando para frente.
afundar causando 8) Pratique atividade física (como a caminhada)
torções à coluna. regularmente.
Quando se está deitado de barriga para cima 9) Procure adaptar os móveis de sua casa e do trabalho
de acordo com a sua altura (por exemplo a pia da
(decúbito dorsal), o posicionamento de uma cozinha, o tanque de lavar roupa, a mesa ou
almofada ou travesseiro sob os joelhos também escrivaninha).
é útil para manutenção do posicionamento 10) Evite carregar peso somente de um lado.
correto e relaxamento da musculatura das costas. 11) Evite dormir de bruços (de barriga para baixo –
decúbito ventral).
12) Evite fazer musculação sem uma orientação
POSTURA AO LEVAR UMA MOCHILA OU adequada.
SACOLA 13) Evite usar sapato de salto muito alto.
No transporte das mochilas no ombro, tome 14) Evite se virar bruscamente para olhar atrás de
cuidado para não compensar o peso da mochila você.

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pescoço de texto”. A típica posição ao digitar ou
Aula 4 - LER – LESÃO POR ESFORÇO simplesmente de olhar para o smartphones é de
REPETITIVO flexão extrema do pescoço, quando há um
Também chamada de DORT (Distúrbio prolongamento nesta postura durante o dia impõe
Osteomuscular Relacionado ao trabalho), LTC muita tensão a ele. O problema é que quanto mais o
pescoço é flexionado, mais peso é aplicado na coluna
(Lesão por Trauma Cumulativo), AMERT
cervical.
(Afecções Musculares Relacionadas ao Se a pessoa usar o celular de 2 a 3 horas por dia, isso
Trabalho) ou Síndrome dos Movimentos implica muita tensão nos discos intervertebrais
Repetitivos, LER é causada por mecanismos de cervicais, nos músculos extensores e nos ligamentos
agressão, que vão desde esforços repetidos posteriores. A simples sustentação do celular um
continuamente ou que exigem muita força na sua pouco mais alto e olhar para baixo sem abaixar a
execução, até vibração, postura inadequada e cabeça reduz significativamente a tensão no pescoço.
estresse. Em curto prazo, esse vício de postura provoca dores
Antes de tudo, é preciso entender o que é e a musculares. Porém, o excesso de tempo nessa mesma
causa essa doença ocupacional. A rotina de posição, por dia e a longo prazo pode acelerar
trabalho muitas vezes nos obriga a realizar os processos degenerativos, gerando em alguns casos,
hérnias de discos precoce, por exemplo. No entanto,
mesmos movimentos de forma contínua e
o uso consciente dos smartphones com o
recorrente. Digitar, dirigir, fazer crochê, tocar direcionamento correto, tanto para as atividades
piano, praticar esportes, realizar atividades propostas quanto para a “direção do aparelho” na
domésticas ou qualquer outra que sobrecarregue altura dos olhos são pontos fundamentais para o
o sistema musculoesquelético pode resultar em equilíbrio da saúde física e mental de uma sociedade
LER - Lesão por Esforço Repetitivo. tecnológica.
Tal associação de terminologias fez com que a
condição fosse entendida apenas como uma
doença ocupacional, e que existem profissionais
expostos a maior risco: pessoas que trabalham
com computadores, em linhas de montagem e de
produção ou operam britadeiras, assim como
digitadores, músicos, esportistas, pessoas que
fazem trabalhos manuais, por exemplo tricô e
crochê.
O diagnóstico é basicamente clínico. O mais
importante é determinar a causa dos sintomas
para eleger o tratamento adequado.
Tanto os vícios posturais como o LER, se não
tratados, podem causar desvios irreversíveis nos
nossos sistemas musculo esquelético, em uma ou
em várias das nossas articulações.

SÍNDROME DO
“PESCOÇO DE
TEXTO”
É preciso ficar atento a
postura prolongada
com o uso de aparelhos
celulares pois há
grandes chances de
provocar alterações
musculoesqueléticas,
levando a conhecida e
comum “Síndrome do

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Os primeiros socorros são técnicas iniciais de
atendimento a vítimas de qualquer natureza com
o objetivo de minimizar, estancar, imobilizar ou
reverter sinistros relacionados à saúde e
integridade física dessas pessoas. Essas técnicas
envolvem desde procedimentos padrão de
atendimento, seguindo protocolos
internacionais, passando pela higiene e
segurança não somente da vítima, mas também
de quem presta o socorro, até o momento de
saber o limite de atuação do socorrista e o
transporte da vítima até a instituição de saúde
mais próxima. Na internet é possível encontrar
algumas cartilhas, sites e cursos à distância que
podem orientar interessados sobre como
proceder para socorrer vítimas nos acidentes
mais comuns.
Antes de qualquer procedimento de primeiro
socorro, é importante que o socorrista tenha em
mente a necessidade de alguns critérios para a
prestação do atendimento:
• Manter a calma;
• Afastar os curiosos;
• Garantir que serviço de emergência seja
chamado: o Bombeiro ou SAMU.
TELEFONES ÚTEIS:
→ SAMU: 192
→ BOMBEIROS: 193
Socorro de Urgência
Como já foi dito, primeiros socorros é um auxílio
provisório e imediato, geralmente no local do
acidente, dado à vítima e são procedimentos
imprescindíveis para a manutenção da vida. É
realizado por pessoas comuns até a chegada de
atendimento médico especializado.
OBJETIVO: manter as funções vitais.
AULA 5 - PRIMEIROS SOCORROS
▪ O que o socorrista deve aprender:
Ter noção básica de primeiros socorros, é de • O que deve procurar;
fundamental importância, pois saber prestar os • O que deve fazer;
primeiros atendimentos a incapacitado pode • Como deve fazer.
significar a diferença entre a vida e a morte ou
O QUE DEVO FAZER PRIMEIRO?
ainda evitar uma sequela mais grave ou
1) Manter a calma e acalmar a vítima. Evitar o
amputação que incapacite a vítima. Enquanto
isso não, há diversas formas de aprender a salvar pânico;
vidas mesmo não sendo um médico, enfermeiro 2) Garantir a segurança: atender a vítima em
ou técnico da área da Saúde: seja por meio de local seguro (removê-la do local se houver
cartilhas, manuais, treinamentos, vídeos na risco de explosão, desabamento ou
internet ou cursos online. incêndio);
✓ O que são Primeiros Socorros 3) Pedir socorro;
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4) Controlar a situação: ser rápido, mas não 1) Vias aéreas e coluna vertebral;
precipitado; 2) Respiração;
5) Verificar a situação da vítima: sinais vitais e 3) Circulação, controle da hemorragia e do
os sintomas (se houver condições solicitar choque;
ajuda de alguém do mesmo sexo da vítima); 4) Nível de consciência, fraturas;
6) Realizar algumas ações com a vítima: 5) Exposição da vítima e queimaduras.
• Falar de modo claro e objetivo; AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: em seguida é
• Manter sua atenção voltada para vítima preciso verificar a extensão dos ferimentos, a
quando estiver interrogando-a; quantidade de sangue perdido, as fraturas e as
• Aguardar resposta da vítima e não outras lesões, indicando os procedimentos
‘atropelar’ com muitas perguntas; adequados para cada caso, de acordo com as
• Explicar o procedimento antes de prioridades, cuidando sempre da manutenção
executá-lo; dos sinais vitais. Lembrar que as lesões aparentes
• Responder honestamente as perguntas nem sempre são as mais graves!
que a vítima fizer.
7) Sempre que possível usar luvas descartáveis Avaliar a vítima:
e dispositivos boca-máscara, improvisando • Verificar nível de
se necessário, para proteção contra doenças
consciência
de transmissão respiratória e por sangue.

Aula 6 – VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES


GERAIS DA VÍTIMA
 SINAIS X SINTOMAS
SINAIS: tudo o que se observa ao examinar a • Verificar se respira:
vítima. – Ver – Sentir – Ouvir
SINTOMAS: é o que a vítima informa sobre si
mesma.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
Avaliar o estado de consciência da
vítima;
Verificar se as suas pupilas estão
dilatadas; • Checar pulsação:
Observar se há pulsação; através da artéria
Observar se as vias aéreas e respiratórias carótida em adultos
estão desobstruídas; ou artéria braquial em
Observar a temperatura do corpo; crianças
Não movimentar a vítima, a menos que o
lugar onde ela esteja ofereça perigo a ela
ou a você enquanto socorrista;
Verifique a cor e a umidade da pele. Pele
arroxeada (cianose) pode indicar
exposição ao frio, estado de choque,
parada cardíaca ou morte. A palidez
indica hemorragia, exposição ao frio ou
parada cardiorrespiratória.

CUIDADOS ESPECIAIS COM A VÍTIMA


AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: o exame deverá ser
feito rigorosamente nessa sequência:

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• Verificar • Envolver com firmeza o local afetado com
hemorragias, ataduras.
fraturas e outras Em certos casos no esporte, quando ocorrem
lesões – Inspeção lesões musculares, pode haver inflamação,
e Palpação contraturas ou ainda uma distensão. Recomenda-
se procurar um médico caso a dor continue por
mais de 3 dias.
➔ É muito importante salientar que algumas pessoas 2. Luxação e entorse
não estão preparadas para realizar os primeiros São lesões que ocorrem nas articulações.
socorros e, portanto, o ideal é que deixe outra
pessoa realizar os procedimentos adequados e
LUXAÇÃO é o deslocamento de um ou mais
auxiliar de outra maneira, como, buscando ossos de sua posição normal na articulação.
socorro. ENTORSE é a torção da articulação com ruptura
total ou parcial dos ligamentos. Em ambos os
Aula 7 – PRIMEIROS SOCORROS PARA casos há dor intensa no local e incapacidade de
ACIDENTES NO ESPORTE mover a articulação.
Os primeiros socorros no esporte estão Nestes casos, devemos imobilizar a articulação
relacionados principalmente com as lesões afetada e aplicar gelo no local. Nunca tente
musculares, ferimentos e fraturas. Saber como recolocar a articulação no lugar, para isso
agir nestas situações e o que fazer para que o aguarde o socorro especializado.
quadro não se agrave, pois em quadros de 3. Ferimentos
fraturas por exemplo, um movimento Os ferimentos de pele são um dos mais comuns
desnecessário pode piorar o grau da lesão no no esporte, e são divididos em dois tipos: os
osso. ferimentos de pele fechada e os ferimentos de
Outra situação recorrente durante a prática de pele aberta.
esportes é o aparecimento de cãibras, que são Nos ferimentos de pele fechada a cor da pele
contrações involuntárias dos músculos, que muda para um vermelho que em algumas horas
podem ocorrer nas pernas, braços ou pés. As pode escurecer para manchas arroxeadas. Nestes
cãibras podem acontecer por desidratação ou casos indica-se:
fadiga muscular por exemplo, mas são • Aplicar compressas frias sobre o local por 15
facilmente tratadas com alongamento e repouso. minutos, duas vezes ao dia;
1. Lesão muscular • Imobilizar a região afetada.
Os primeiros socorros para lesão muscular no Já em casos de lesões de pele aberta, recomenda-
esporte ajudam a diminuir a dor e auxiliar que a se mais cuidado, pois há risco de infecções
pessoa não necessite de se afastar da prática por devido ao rompimento da pele e sangramentos.
muito tempo. No entanto a lesão muscular é Nestes casos deve-se:
dividida por categorias, como os estiramentos, Lavar o ferimento e a pele em volta com água e
contusões, luxações, torção e entorse. Todas sabão;
estas lesões danificam o músculo em alguma • Colocar no ferimento, e em volta, uma solução
intensidade e, em certos casos, é necessário que antisséptica ou o curativo. Aplicar uma gaze ou
um médico avalie o grau da lesão, mas na compressa esterilizada ou band-aid até a ferida
maioria dos casos a recuperação não é demorada cicatrizar. Se o ferimento continuar doendo,
e não deixa sequelas. inchando ou estiver muito quente deve-se
Os primeiros socorros na lesão muscular consultar um médico. Em caso de perfuração
incluem: com caneta, pedaço de ferro, madeira ou
• Sentar ou deitar a pessoa; qualquer outro objeto, não se deve retirá-los,
• Colocar a parte lesionada na posição mais devido ao risco de sangramento.
confortável. Se for uma perna ou um braço, 4. Fraturas
pode-se levantar o membro; Uma fratura é uma quebra ou rachadura em um
• Aplicar uma compressa fria na lesão por, no osso, podendo ser aberta, quando a pele é
máximo, 15 minutos; rasgada, ou interna, quando o osso se quebra,

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mas a pele não se rasga. Este tipo de acidente ✓ Fratura na Coluna Vertebral:
provoca dor, inchaço, movimento anormal, A vítima mal transportada com fratura de coluna
instabilidade do membro ou até deformidade, vertebral pode sofrer lesões na medula espinhal,
por isso, não se deve pegar na vítima e é muito podendo desenvolver sequelas como paralisias.
importante esperar pela ambulância para que a Se a lesão for na cervical há perigo de morte. Por
vítima receba cuidado médico o mais rápido isso deve-se manter a vítima imóvel, deitada de
possível. costas, com apoios no pescoço e na coluna até a
Alguns sinais que ajudam a identificar uma chegada do socorro médico. Nunca se deve virar
fratura são: ou sentar uma pessoa com suspeita de fratura na
• Dor intensa localizada; coluna. Um indicativo desse tipo de fratura é a
• Perda total da mobilidade no membro; incapacidade de mexer braços e/ou pernas.
• Presença de deformação na pele da região; Aula 8 - LIMITES E POSSIBILIDADES FÍSICAS
• Exposição do osso através da pele;
• Mudança da coloração da pele. A postura ativa e consciente em relação as
Caso exista suspeita de fratura recomenda-se: atividades físicas, está relacionada a um estilo de
• Chamar imediatamente uma ambulância, vida saudável e livre de excessos.
ligando para o 192; Sendo assim, para que o indivíduo se comporte
• Não fazer qualquer pressão sobre a área da de tal forma, é preciso que haja cuidados com a
fratura; alimentação, que se evite o exagero e sempre
• Em caso de fratura aberta, lavar com soro deve haver a existência da prática de uma
fisiológico; atividade física regular, orientada por um
• Não fazer movimentos desnecessários no profissional.
membro; Mas, se por um lado praticar atividade física faz
• Imobilizar a parte fraturada enquanto se espera bem para saúde, por outro lado, o excesso acaba
pela ambulância. colocando o próprio corpo em risco. Esse
Normalmente o tratamento para fraturas, sendo excesso de atividade física pode desencadear a
abertas ou fechadas é feito por imobilização total Síndrome da Fadiga Crônica, também conhecida
do membro fraturado. O período de tratamento é por Síndrome do Overtraining.
longo, sendo que em alguns casos pode chegar Por isso, escute os sinais que seu corpo lhe dará
até 90 dias. e não abuse dos seus limites.
✓ Fraturas fechadas: ✓ Respeite os limites físicos
Quando o osso quebra não rompendo a pele. Identificar a dor e a fadiga auxilia cada um a
Pode haver ou não o deslocamento do osso ou dosar o esforço num nível compatível com seu
ainda ser uma fratura cominutiva (quando o osso condicionamento.
se quebra em vários pedaços). Todo mundo que faz ou já fez atividade física
Sintomas: dor no local excessiva, edema, sabe que a dor e a fadiga são duas sensações
dificuldade de movimentos, sensação de atrito normais. Elas funcionam como um alarme do
no local e posição anormal da região atingida. organismo, informando que nosso corpo está
✓ Fraturas abertas (expostas): operando em sua capacidade máxima e precisa
Quando o osso quebrado rompe a pele. de uma folga.
Mantenha o membro na posição que foi Ignorar esse alerta biológico pode ser bastante
encontrado e improvise talas, protegendo o perigoso e acabar levando a uma lesão séria, que
ferimento com pano limpo. pode demorar meses para ser curada.
Remoção da vítima: A vítima só deverá ser O estudo dessa área tem como objetivo permitir
removida se o local em que estiver oferecer risco a cada aluno gerenciar suas atividades corporais
a sua vida ou a do socorrista. Neste caso, a vítima de maneira autônoma, escolhendo as mais
deve ser removida o mais rapidamente possível, saudáveis, e perceber o organismo como uma
mas sem movimentar muito, para não correr o estrutura integrada – que ganha força com os
risco de agravar as lesões já existentes, devendo estímulos corretos, que pode se lesionar quando
ser feita com todo cuidado possível.

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a atividade não é adequada e que precisa se nutrir nutricionais para tornar as práticas corporais
para funcionar a contento. mais seguras e saudáveis.
✓ Observar o próprio corpo para ajudar a ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
entender o tema
Vale lembrar que dor e fadiga não são a mesma 1. (Aula1) O que são vícios posturais?
coisa. A fadiga não chega a ser um problema 2. (Aula1) Qual a função da coluna vertebral?
sério, mas é preciso respeitá-la e interromper o 3. (Aula1) O que precisamos saber para prevenir
exercício. A fadiga pode ser aguda, no caso de e proteger a coluna de lesões?
um exercício com intensidade maior do que o 4. (Aula2) O que é escoliose? De que forma ela é
indivíduo está acostumado, ou crônica, quando a classificada?
sensação de cansaço é frequente, causada por 5. (Aula2) O que é hipercifose? Quais as
principais causas?
treinamento em excesso, anemia ou problemas 6. (Aula2) o que é hiperlordose? Quais as
respiratórios. Vale mostrar também que avançar principais causas?
esse sinal pode ser bem dolorido: uma 7. (Aula2) Quais as regiões da coluna vertebral?
consequência imediata da fadiga em excesso são 8. (Aula3) Que cuidados devemos ter ao levar
as temidas cãibras (movimentos de contração uma mochila ou sacola?
musculares involuntários) fortíssimas, que doem 9. (Aula3) Cite 8 cuidados que você julga serem os
bem mais do que as corriqueiras. mais importantes para manter uma coluna
"Sem dor, sem ganho": Você provavelmente já vertebral saudável:
escutou ou leu essa frase em algum lugar. Mas 10. (Aula3) Como proceder caso o objeto a ser
será que devemos mesmo seguir esse lema, elevado for muito pesado ou se você não
literalmente?! consegue se posicionar corretamente?
11. (Aula4) O que significa LER?
Já com a dor, é preciso ter mais atenção. Como 12. (Aula4) Defina Síndrome do Pescoço de Texto:
alerta, ela mostra que existe um processo 13. (Aula4) Como prevenir a Síndrome do Pescoço
fisiológico não natural do organismo. Ela de Texto?
também é dividida em dois tipos, a do dia 14. (Aula5) Qual a importância de se ter noções de
seguinte e a dor intermitente. A primeira, mais primeiros socorros?
comum, ocorre depois de trabalhar um grupo de 15. (Aula5) Antes de qualquer procedimento de
músculos não acostumados ao exercício ou primeiros socorros, o que é necessário o
exigidos em excesso. Ela é resultado de uma socorrista ter em mente? Quais critérios deve
pequena inflamação na musculatura e de micro seguir?
rupturas nas células musculares. Mas, se 16. (Aula5) Quais os telefones da SAMU e do
continuamos nos exercitando regularmente, a Bombeiros?
17. (Aula6) Diferencie sinais de sintomas:
dor passa, pois a musculatura se fortalece e se
18. (Aula6) Quais exames devem ser feitos numa
acostuma ao esforço. avaliação primária?
Apesar disso, é preciso desmistificar a ideia de 19. (Aula6) Cite 3 procedimentos básicos nos
que, se uma pessoa não sentir dor, não está primeiros socorros:
ganhando força na malhação. Por pensarem 20. (Aula7) Cite os sinais que ajudam a identificar
assim, muitas vezes se exagera na intensidade e uma fratura:
na frequência da atividade física. É exatamente 21. (Aula7) O que não se deve fazer com uma
aí que surgem os casos mais sérios, como as pessoa com suspeita de fratura na coluna?
lesões musculares, segundo os especialistas. 22. O que é entorse?
Faz parte desse quadro a dor intermitente, aquela 23. (Aula8) Cite 3 exemplos que estamos

que demora a passar. Quando isso ocorre, a ultrapassando os nossos limites, durante a
prática de atividades físicas:
musculatura foi lesionada e é necessário procurar 24. (Aula8) Diferencie fadiga e dor:
um médico. Sua orientação é importante para 25. (Aula8) O que o excesso de exercício físico
evitar esse tipo de problema: além da explicação pode acarretar?
fisiológica propriamente dita, vale incentivar o 26. (Aula8) Cite uma consequência imediata da
debate sobre rotinas de exercícios e hábitos fadiga em excesso:

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 1º bimestre / 2021

LÍNGUA ESPANHOLA

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Ano 2021
Ejercícios:
1) El berro es verde. Traduzca la palabra destacada.
a) agrião b) brincadeira c) grito d) pepino
2) Según el contexto de cada frase, intente descobrir el verdadero significado de las palabras
en destaque.
a) Mi nombre es Julio y mi apellido es Ramires. (_______________)
b) Es un cachorro de gata. (_______________)
c) Quiero un vaso de agua. (_______________)
d) ¡Qué perfume exquisito! (_______________)
3) ¿Cómo son las palabras en negrita en portugués?
El contador trabaja en una oficina.
Necesito una escoba para barrer.
a) oficina – escova.
b) escritório – escova.
c) oficina – vassoura.
d) escritório – vassoura.

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Ano 2021
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Ano 2021
PRACTICANDO
Com base no vídeo que você assistiu, responda:
1) Qual a diferença entre compreensão textual e interpretação textual?
______________________________________________________________________
2) O que se deve analisar antes da leitura do texto?
______________________________________________________________________
3) Quais as características de um texto literário?
______________________________________________________________________

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Ano 2021
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Ano 2021
PRACTICANDO
1) Qual o seu objetivo profissional?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2) Quais são as suas qualificações profissionais?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
3) Crie o seu próprio curriculum vitae baseado nas dicas dadas anteriormente?

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PRACTICANDO

3.

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

LÍNGUA PORTUGUESA
Revisão de ACENTUAÇÃO GRÁFICA
O acento gráfico é apenas um sinal de escrita e não deve ser confundido com o acento tônico. O acento tônico tem
maior intensidade de voz apresentada por uma sílaba quando pronunciamos determinadas palavras.
Monossílabos tônicos e átonos
As palavras de apenas uma sílaba também podem ser pronunciadas com maior ou menor intensidade de voz:
Estou com um nó na garganta desde ontem.
Recebi um telefone pedindo para eu aguardar no parque.
As palavras destacadas apresentam apenas uma sílaba: são monossílabos. Comparando nó e no é possível perceber que
nó é mais forte do que no. A primeira é um monossílabo tônico, já a segunda é um monossílabo átono.
Para identificar se um monossílabo é tônico ou átono, é preciso pronunciá-lo numa frase. Mesmo sem o acento, se a
pronuncia for mais forte, é tônico, se for mais fraca, átono.
Classificação das palavras quanto à posição do acento tônico
Em relação ao acento tônico, é possível observar que o mesmo pode recair na última, na penúltima ou na antepenúltima
sílaba.
ca-quí
es-té-ril
ló-gi-ca
Estando o acento tônico na última sílaba, a palavra é chamada de oxítona; se o acento incide na penúltima sílaba, a
palavra é paroxítona, se recai na antepenúltima sílaba, a palavra é proparoxítona.
Hiatos, ditongos e tritongos
A sequência de fonemas vocálicos numa palavra dá-se o nome de encontro vocálico. Este pode ser hiato, ditongo ou tritongo.
 Hiato = é a sequência de vogal com vogal em sílabas separadas: po-e-ta; sa-ú-de; ca-í-da.
 Ditongo = é a sequência de vogal com semivogal (decrescente) ou semivogal com vogal (crescente) na mesma sílaba:
vai-da-de; can-tei, ár-duo.
 Tritongo = é a sequência de semivogal com vogal e outra semivogal na mesma sílaba: em-xa-guei; i-guais; a-guou
Os hiatos e os ditongos são importantes para o estudo da acentuação gráfica.
Regras de acentuação
Monossílabos tônicos
Acentuam-se graficamente os terminados por:
 -a(s) → chá(s), má(s)
 -e(s) → pé(s), vê(s)
 -o(s) → só(s), pôs
Logo, não se acentuam monossílabos tônicos como: tu, nus, quis, noz, vez, par...
Vale lembrar que:
 Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento: Exemplos: réis, véu, dói.
 No caso dos verbos monossilábicos terminados em “-ê”, em que a terceira pessoa do plural termina em “-eem”, forma
verbal que antes era acentuada, agora, por conta do novo acordo ortográfico não leva acento.
Assim: Ele vê - Eles veem
Ele crê – Eles creem
Ele lê – Eles leem
 No entanto, isso não ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, uma vez que a terceira pessoa termina
em “-êm”, permanecendo acentuada. Logo: Ele tem – Eles têm
Ela vem – Elas vêm
Oxítonas
Levam acento todas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)” e “em(ens)”, seguidas ou não de “s”.
cajá – até – jiló – armazém – parabéns
Sendo assim, não se acentuam oxítonos como: saci(s), tatu(s), talvez, tambor e etc.
Paroxítonas
São acentuados graficamente todos os paroxítonos, exceto os terminados por –a(s), -e(s), -o(s) (desde que não formem ditongos), -
am, -em e ens:
útil, caráter, pólen, tórax, bíceps, imã, glória, série, empório, jóquei, órfão, órgão...
 Paroxítonos como imã, órfã etc não terminam por –a, mas por ã.
 Paroxítonos como glória, série, empório e etc. não terminam, respectivamente, por –a, -e e –o, mas por ditongo crescente.
 Não são acentuados graficamente os prefixos paroxítonos terminados por –i e –r: semi, super, hiper, mini...
 Não se acentuam as paroxítonas formadas pelos ditongos orais abertos –ei e –oi: ideia, geleia, boleia, assembleia, jiboia,
paranoia, claraboia, espermatozoide, androide ...
 Não se acentuam as vogas i e u, precedidas de ditongos, das palavras paroxítonas: sainha, cheinho, feiura e etc.
Abaixo, um exemplário de terminações de paroxítonos que devem receber acento gráfico:
 l: afável, incrível, útil...
 -r: caráter, éter, mártir...
 -n: hífen, próton...
Observação: quando grafadas no plural, não recebem acento: polens, hifens...
 -x: látex, tórax...
 -os: fórceps, bíceps...
 -ã(s): ímã, órfãs...
 -ão(s): sótão(s), bênção(s)...
 -um(s): fórum, álbum...
 -on(s): elétron, próton...
 -i(s): táxi, júri...
 -u(s): Vênus, ônus...
 -ei(s): pônei, jóquei...
 -ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa...
* De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais acentuados.
Proparoxítonas
Todos os proparoxítonos são acentuados, sem exceção: médico, álibi, ômega, etc.
Hiatos
Acentuam-se as letras –i e –u desde sejam a segunda vogal tônica de um hiato e estejam sozinhas ou seguidas de –s na sílaba: caí
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú) e etc.
Quando o –i é seguido de –nh, não recebe acento: rainha, bainha, moinho etc.
O –i e o –u não recebem acento quando aparecem repetidos: xiita, juuna e etc
Hiatos formados por –ee e –oo não devem ser acentuados: creem, deem, leem, magoo, enjoo e etc.
Acento diferencial
O acento diferencial foi eliminado na última reforma ortográfica, em 2008. Assim, apenas as palavras seguintes devem receber
acento:
 Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) para diferenciar de pode (3ª pessoa do
singular do presente do indicativo desse verbo);
 Têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter) e seus derivados (contêm, detêm, mantêm etc.) para
diferenciar do tem (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse verbo e seus derivados);
 O verbo pôr para diferenciar da preposição por.
Trema
O sinal de trema (¨) é inteiramente suprimido em palavras da Língua Portuguesa. Deve, no entanto, ser empregado em palavras
derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller).
Bibliografia: ALMEIDA, Nilton Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Exercícios
1)Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação da palavra
sublinhada nesta frase: O uso do cinto de segurança é obrigatório. Em seguida, justifique sua resposta.
( a ) fácil - apêndice - armazém ( b ) ingênuo - várzea - mágoa ( c ) parabéns - amém - ninguém
( d ) abacaxi - aipim - urubu ( e ) dúvida - gráfico - líquido

2) Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) e corrija a(s) incorreta(s).


a)As palavras túnel, amigos e vírus são paroxítonas. b) As palavras dúvida, matemática e fácil são oxítonas.
c) As palavras sofá, dominó e público são proparoxítonas. d) As palavras além, papéis e tórax são oxítonas.
e) As palavras países, saúde, dióxido e vôlei são paroxítonas.

3) Considere a frase: O cinto de segurança deve ser usado também por quem está no banco traseiro. Assinale a alternativa em
que TODAS as palavras são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação da palavra sublinhada. Justifique sua
resposta.
( a ) fácil - apêndice - parabéns ( b ) ingênuo - várzea - mágoa ( c ) armazém - amém - ninguém
( d ) abacaxi - aipim - urubu ( e ) dúvida - gráfico - líquido

PONTUAÇÃO
Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e
vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:
1. Vírgula (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial)
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto,
assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava.

2. Pontos
2.1 - Ponto-final (.) 2. 3 – Ponto de Exclamação (!)
É usado ao final de frases para indicar uma pausa total: Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes
a) Não quero dizer nada. circunstâncias:
b) Eu amo minha família. a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs. como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
2.2 - Ponto de Interrogação (?) Foi ele o vencedor! (surpresa)
O ponto de interrogação é usado para: Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
a) Formular perguntas diretas: Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Você quer ir conosco ao cinema? Seja rápido! (ordem)
Desejam participar da festa de confraternização? b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de Ui! que susto você m
expectativa diante de uma determinada situação: e deu. (interjeição)
O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
indignação) c) Nas frases que exprimem desejo:
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que Oh, Deus, ajude-me!
mereço tudo isso? (surpresa)
Qual será a minha colocação no resultado do concurso?
Será a mesma que imagino? (expectativa)
Observações dignas de nota:
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso dos pontos de interrogação e
exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!
* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há problema algum em repetir o ponto
de exclamação ou interrogação. Note:
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Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

3. Ponto e vírgula (;) 4. Dois-pontos (:)


É usado para: É usado quando:
a) separar itens enumerados: a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
A Matemática se divide em: Ele respondeu: não, muito obrigado!
- geometria; b) se quer indicar uma enumeração:
- álgebra; Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas
- trigonometria; estranhas, não brigue com seus colegas e não responda à
- financeira. professora.
b) separar um período que já se encontra dividido por
vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou
por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.
5. Aspas (“”) São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção
São usadas para indicar: ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 O bem que neste mundo mais invejo?
anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do O brando ninho aonde o nosso beijo
Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09) Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
com a propaganda de “outdoor”. c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
6. Reticências (...)
7. Parênteses ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito
ou para fazer simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece
repetido e, por isso, há o predomínio de vírgulas).
8. Travessão (–)
O travessão é indicado para:
a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?
- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.
b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.
c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:
O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.
Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

Exercícios
1. (Enem) O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há
quatro dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e
uns companheiros, Quantos são, Ao todo, sete, Se estão a pensar em ficar conosco, tirem daí o sentido, já somos muitos,
Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não
serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento percebemos que os soldados
que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda a
gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país,
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995
A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de
determinadas regras de pontuação...
( a ) Revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance.
( b ) Provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança.
( c ) Singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico.
( d ) Representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica.
( e ) Colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado.

2. (Enem 2005) Leia o texto e examine a ilustração:


Óbito do autor
(...) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi.
Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado
ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia −
peneirava − uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última
hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: −”Vós, que o
conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a
perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do
céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à
natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (. )

(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p.1.)

Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor:
( a ) Apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
( b ) Retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
( c ) Distorce a cena descrita no romance.
( d ) Expressa um sentimento inadequado à situação.
( e ) Contraria o que descreve Machado de Assis.

3. Sobre o uso da pontuação, assinale a opção que julgar conveniente. De acordo com o emprego da
pontuação, A VÍRGULA:

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( a ) Indica que há uma necessidade de separar o sujeito do predicado.
( b ) Pode sempre ser substituída por UM PONTO E VÍRGULA em qualquer situação sem o prejuízo da
comunicação e das regras de pontuação.
( c ) É uma pausa rápida para separar o verbo do seu complemento.
( d ) Não deve ser usada para separar entre si elementos coordenados dispostos em enumeração.
( e ) É usada para isolar o aposto.

O MODERNISMO NO BRASIL E SUAS CARACTERÍSTICAS


O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que se caracterizou pela liberdade estética, o
nacionalismo e a crítica social.
Inspirado pelas inovações artísticas das vanguardas europeias (cubismo, futurismo, dadaísmo, expressionismo e surrealismo), ele
teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, que aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Theatro
Municipal de São Paulo.
No país, o cenário era de insatisfação, pois muitas pessoas consideravam a política, a economia e a cultura estagnadas.
Parte disso estava relacionada com o modelo político vigente baseado na política do café com leite.
Com o poder concentrado nas mãos de grandes fazendeiros, paulistas e mineiros se revezavam no poder. Isso ocorreu até 1930,
quando um golpe de estado depôs o presidente Washington Luís, pondo fim à República velha.
Foi nesse cenário de incertezas que um grupo de artistas, empenhados em propor uma renovação estética na arte,
apresenta um novo olhar, mais libertário, contrário ao tradicionalismo e o rigor estético.
Assim, surge a Semana de Arte Moderna, liderada pelo chamado “Grupo dos cinco”: Anita Malfatti, Mário de Andrade,
Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.
Esse evento, que reuniu diversas apresentações e exposições, colaborou com o surgimento de revistas, manifestos,
movimentos artísticos e grupos com experimentações estéticas inovadoras. Tudo isso permitiu consolidar as ideias modernistas e
inaugurar o movimento no país.

1ª Fase ou Geração do Modernismo Brasileiro


A 1ª geração modernista ou 1ª fase do modernismo no Brasil é chamada de "fase heroica" e se estende de 1922 até
1930.
Lembre-se que o Modernismo foi um movimento artístico, cultural, político e social bem amplo.
No Brasil, ele foi dividido em três fases, onde cada uma apresentava suas singularidades segundo o contexto histórico
inserido.
A Semana de Arte Moderna de 1922 foi, sem dúvida, o marco inicial da estética moderna no Brasil.
Esse evento, ocorrido em São Paulo no Teatro Municipal durante os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922, representou uma
ruptura com os padrões artísticos tradicionais.
A Semana reuniu apresentações de dança, música, exposições e recitação de poesias. Ela chocou grande parte da
população brasileira, por estar avessa ao tradicionalismo vigente, estabelecendo assim, novos paradigmas de arte.
Os artistas envolvidos tinham como principal intuito apresentar uma estética inovadora, pautada nas vanguardas artísticas
europeias (cubismo, futurismo, expressionismo, dadaísmo, surrealismo, etc.), iniciadas a partir do final do século XX.
Os artistas modernistas que merecem destaque nessa primeira fase fizeram parte do chamado “Grupo dos Cinco”. Esse
grupo esteve composto pelos artistas:
 Mário de Andrade (1893-1945)
 Oswald de Andrade (1890-1954)
 Menotti Del Picchia (1892-1988)
 Tarsila do Amaral (1886-1973)
 Anita Malfatti (1889-1964)
Importante lembrar que muitos artistas foram estudar na Europa, sobretudo em Paris (centro irradiador cultural e artístico da
época) e trouxeram inovações no campo das artes.
Ainda que estivessem características das vanguardas europeias, o evento buscava apresentar uma arte mais brasileira
(brasilidade). Por esse motivo, a primeira fase modernista priorizou temas pautados no nacionalismo, portanto na cultura e na
identidade do Brasil.
Uma importante característica desse período de afirmação nacional foi a disseminação de diversos grupos e manifestos. Além
disso, a publicação de algumas revistas auxiliou na divulgação dos ideais modernos.
Dos grupos modernistas destaca-se:
 Pau-Brasil (1924-1925).
 Verde-amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929).
 Movimento Antropofágico (1928-1929).
Das Revistas divulgadoras dos ideais modernistas as principais foram: a Revista Klaxon (1922-1923) e a Revista de
Antropofagia (1928-1929).

Contexto histórico da 1ª fase modernista


O Modernismo foi um movimento artístico e literário que surge em muitos países no final do século XX.
Ele nasce no período denominado entre guerras, visto que a Primeira Guerra Mundial ocorreu de 1914 a 1918 e a segunda
de 1939 a 1945.

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No Brasil, o período vigente é a primeira fase da República, chamado de República Velha (1889-1930). Esse contexto
esteve marcada pelas oligarquias cafeeiras (São Paulo) e as oligarquias do leite (Minas Gerais).
Nesse momento, as oligarquias dominavam a cena política se alternado no poder e impedindo a eleição de indivíduos de
outros estados.
Ademais, a queda da bolsa de Nova York, em 1929, resultou numa grande crise mundial refletida nas sociedades de
diversos países.
Esse evento foi responsável pelo início da Segunda Guerra Mundial e os governos totalitários que surgiram na Europa:
nazismo, fascismo, franquismo e salazarismo.
Características da primeira geração modernista
 Nacionalismo crítico e ufanista;
 Valorização do cotidiano;
 Resgate das raízes culturais brasileiras;
 Críticas à realidade brasileira;
 Renovação da linguagem;
 Oposição ao parnasianismo e ao academicismo;
 Experimentações estéticas;
 Renovações artísticas;
 Ironia, sarcasmo e irreverência;
 Caráter anárquico e destruidor;
 Uso de versos livres e brancos.

2ª Fase ou Geração do Modernismo Brasileiro


A 2ª geração modernista ou 2ª fase do Modernismo representa o segundo momento do movimento modernista no
Brasil que se estende de 1930 a 1945.
Chamada de “Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais modernistas, apresentados na Semana
de 1922. Lembre-se que esse evento marcou o início do Modernismo rompendo com a arte tradicional.
A publicação Alguma Poesia (1930) de Carlos Drummond de Andrade marcou o início da intensa produção literária
poética desse período.
Na prosa, temos a publicação do romance regionalista A Bagaceira (1928) do escritor José Américo de Almeida.
Para muitos estudiosos do tema, a segunda geração modernista representou um período muito fértil e rico para a
Literatura Brasileira.
Também chamada de “Fase de Consolidação”, a Literatura Brasileira estava vivendo uma fase de maturação, com a
concretização e afirmação dos novos valores modernos.
Além da prosa, a poesia foi um grande foco dos literatos. Temas nacionais, sociais e históricos foram os preferidos pelos
escritores dessa fase.
Contexto histórico da 2ª fase do Modernismo
A segunda fase do Modernismo no Brasil surgiu num contexto conturbado. Após a crise de 1929 em Nova York,
(depressão econômica) muitos países estavam mergulhados numa crise econômica, social e política.
Isso fez surgir diversos governos totalitários e ditatoriais na Europa, os quais levariam ao início da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945).
Além do aumento do desemprego, a falência de fábricas, a fome e miséria, no Brasil a Revolução de 30 representou um
golpe de estado. O presidente da República Washington Luís foi deposto, impedindo assim, a posse do presidente eleito Júlio
Prestes.
Foi o início da Era Vargas e o fim das Oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, denominado de "política do café com
leite". Com a chegada de Getúlio ao poder, a ditadura no país também se aproximava com o Estado Novo (1937-1945).
Características da 2ª fase do Modernismo
As principais características dessa fase foram:
 Influência do realismo e romantismo;
 Nacionalismo, universalismo e regionalismo;
 Realidade social, cultural e econômica;
 Valorização da cultura brasileira;
 Influência da psicanálise de Freud;
 Temática cotidiana e linguagem coloquial;
 Uso de versos livres e brancos.
A prosa de 30 na 2ª fase do Modernismo
Nessa fase, o grande foco da prosa de ficção foram os romances regionalistas e urbanos.
Preocupados com os problemas sociais, a prosa dessa fase se aproximou da linguagem coloquial e regional. Assim, ela
mostrou a realidade de diversos locais do país, ora no campo, ora na cidade.
A poesia de 30 na 2ª fase do Modernismo
O melhor momento da poesia brasileira aconteceu na segunda fase do Modernismo e que ficou conhecido com a Poesia
de 30.
Ele se caracteriza pela abrangência temática em virtude da racionalidade e questionamentos que norteavam o espírito
dessa geração.
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3ª Fase ou Geração do Modernismo Brasileiro (1945-1960)
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o processo de redemocratização do país, em 1945, a arte brasileira produzida na
terceira fase do modernismo ganha novos contornos e linguagens. Muitos críticos literários defendem que essa fase terminou em
1960, já outros acreditam que ela perdura até o presente.
Esse momento, que ficou conhecido como “Geração de 45”, reuniu um grupo de escritores, muitas vezes chamados de
neoparnasianos, que buscavam uma poesia mais equilibrada e objetiva.
Assim, a liberdade formal, característica das fases anteriores, é deixada de lado para dar lugar à métrica e o culto à forma,
com produções inspiradas no Parnasianismo e Simbolismo.
Além da poesia, há uma diversidade grande na prosa com a prosa urbana, intimista e regionalista.
Características da 3ª fase Modernista
 linguagem mais objetiva e equilibrada;
 influência do Parnasianismo e Simbolismo;
 oposição à liberdade formal;
 forte preocupação com a estética e a perfeição;
 valorização da métrica e da rima;
 temática social e humana.
Contexto histórico da 3ª fase do Modernismo
O momento em que surge a terceira geração modernista no Brasil, é o período menos conturbado em relação às outras
duas gerações.
Ou seja, é a fase de redemocratização do país, visto que em 1945 termina o Estado Novo (1937-1945) que fora implementado pela
ditadura de Getúlio Vargas.
Em nível mundial, o ano de 1945 é também o fim da segunda guerra mundial e do sistema totalitário do Nazismo.
Entretanto, tem início a Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética) e a Corrida Armamentista.

Exercícios
1)A Semana de arte moderna, ocorrida em 1922, inaugurou o movimento modernista no Brasil. A primeira fase do modernismo
literário brasileiro, que durou de 1922 a 1930, teve como principal característica:
( a ) uso de poemas de forma fixa, como o soneto.
( b ) linguagem rebuscada e acadêmica.
( c ) valorização das raízes culturais brasileiras.
( d ) pessimismo e oposição ao romantismo.
( e ) foco em temas relacionados com a colonização

2) Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(Pronominais, Oswald de Andrade)
Oswald de Andrade foi um dos principais autores da primeira fase do modernismo no Brasil. Na poesia acima, o escritor propõe:
( a ) a busca de uma identidade universal.
( b ) a valorização da linguagem coloquial brasileira.
( c ) uma crítica aos maus hábitos, como o tabagismo.
( d ) enfatizar a relação entre professor e aluno.
( e ) repensar o uso do português do Brasil.

3) Sobre a segunda geração do modernismo brasileiro é correto afirmar:


( a ) a cultura indígena e africana foram os principais temas explorados pelos escritores desse período.
( b ) chamada de fase de construção, a produção literária desse momento esteve voltada para a denúncia da realidade brasileira.
( c ) o índio foi eleito como o herói nacional, reforçando ainda mais a identidade brasileira.
( d ) desprovida de engajamento político, nesse momento a preocupação era acerca do aprimoramento da linguagem.
( e ) com forte teor indianista, a poesia dessa fase esteve voltada para temas cotidianos.

4) A poesia de 30 reuniu obras que foram produzidas no Brasil durante a segunda geração modernista (1930-1945). Essa fase
representou um dos melhores momentos da poesia brasileira. Sobre as características desses textos, é correto afirmar:
( a ) presença de versos livres
( b ) preferência pela linguagem formal
( c ) excesso de pontuação
( d ) centrados na lógica
( e ) ausência de humor
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5) (Puccamp-SP)
“Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito
perigoso”.
Pelo fragmento acima de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, percebe-se que neste romance, como em
outros regionalistas do autor,
( a ) O conflito entre o eu e o mundo se realiza pela interação entre as personagens e o sertão que acaba por ser mítico e
metafísico.
( b ) O sertão é um lugar perigoso, onde os habitantes sofrem as agressões do meio hostil e adverso à sobrevivência humana.
( c ) Não existe uma região a que geograficamente se possa chamar de sertão: ele é fruto da projeção do inconsciente das
personagens.
( d ) A periculosidade da vida das personagens está circunscrita ao meio físico e social em que vivem.
( e ) Há um conceito muito restrito de sertão, reduzido a palco de lutas entre bandos de jagunços.

CONCORDÂNCIA NOMINAL
Concordância nominal é a relação que se estabelece entre as classes de palavras (nomes).
É o que faz com que substantivos concordem com pronomes, numerais e adjetivos, entre outros.
Regras de Concordância Nominal
1. Adjetivo e um substantivo
O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplo: Que pintura bonita!
1.1. Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais próximo.
Exemplo: Que bonita pintura e poema!
Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural.
Exemplo: Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes Roberto Carlos e Erasmo Carlos em
homenagem à Caetano Veloso.
1.2. Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve concordar com aquele que
está mais próximo ou com todos eles.
Exemplos: Que pintura e poema bonito! Que poema e pintura bonita! Que pintura e poema bonitos!
2. Substantivo e mais do que um adjetivo
Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser feita das seguintes formas:
2.1. Colocando o artigo antes do último adjetivo.
Exemplo: Adoro a comida italiana e a chinesa.
2.2. Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural.
Exemplo: Adoro as comidas italiana e chinesa.
3. Números ordinais
3.1. Nos casos em que há número ordinais antes do substantivo, o substantivo pode ser usado tanto no singular como
no plural.
Exemplos: A segunda e a terceira casa. A segunda e a terceira casas.
3.2. Nos casos em que há número ordinais depois do substantivo, o substantivo deve ser usado no plural.
Exemplo: As casas segunda e terceira.
4. Expressões
4.1. Anexo
A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplos: Segue anexo o recibo. Segue anexa a fatura.
Mas, a expressão "em anexo" não varia.
Exemplo: Segue em anexo a fatura.
4.2. Bastante(s)
4.2.1. Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplo: Recebemos bastantes telefonemas.
4.2.2. Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia.
Exemplo: Eles cantam bastante bem.
4.3. Meio
4.3.1. Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em gênero e número com o substantivo.
Exemplos: Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo. Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.
4.3.2. Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia.
Exemplo: Ele é meio maluco. Ela é meio maluca.
4.4. Menos
A palavra "menos" não varia.
Exemplos: Hoje, tenho menos alunos. Hoje, tenho menos alunas.
4.5. É proibido, é bom, é necessário
4.1. As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser que sejam acompanhadas por determinantes
que as modifiquem.
Ex.: É proibido entrada. É proibida a entrada. Verdura é bom. A verdura é boa. Paciência é necessário. A paciência é necessária.
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Exercícios:
1)Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços:
A entrada para o cinema foi _____, mas o filme e o desenho _____ compensaram, pois saímos todos _____ .
( a ) caro – apresentado – alegre ( b ) cara – apresentado – alegre ( c ) caro – apresentados – alegres
( d ) cara – apresentados – alegres ( e ) cara – apresentados – alegre

2) Assinale a opção em que ocorre ERRO de concordância nominal:


( a ) Parecia meio aborrecida a mulher de mestre Amaro. ( b ) Pagando cem mil-réis, ele estaria quites com o velho.
( c ) O seleiro sentiu o papel e a nota novos no bolso. ( d ) Floridos montes e várzeas se sucediam na paisagem.
( e ) Os partidos de cana mostravam tonalidades verde-esmeralda.

3) Há concordância nominal inadequada em:


( a ) clima e terras desconhecidas ( b ) clima e terra desconhecidos ( c ) terras e clima desconhecidas
( d ) terras e clima desconhecido ( e ) terras e clima desconhecidos

CONCORDÂNCIA VERBAL
Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo. Isso quer dizer que quando o sujeito está
no singular, o verbo também deve estar; quando o sujeito estiver no plural, o verbo também estará.
Regras para sujeito simples
1. Sujeito coletivo - Nesta situação, o verbo fica sempre no singular.
Ex: A multidão ultrapassou o limite.
Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural.
Ex: A multidão de fãs ultrapassou o limite. A multidão de fãs ultrapassaram o limite.
2. Coletivos partitivos - O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de", "a
maior parte de", "grande número de".
Ex: Grande número dos presentes se retirou. Grande número dos presentes se retiraram.
3. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de" - Nestes casos, o verbo concorda com o numeral.
Ex: Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias. Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.
Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural.
Ex: Mais de uma professora se abraçaram.
4. Nomes próprios - Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos.
Ex: Os Estados Unidos influenciam o mundo. Estados Unidos influencia o mundo.
5. Pronome relativo "que" - O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”.
Ex: Fui eu que levei. Foste tu que levaste. Foi ele que levou.
6. Pronome relativo "quem" - O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente
do pronome "quem".
Ex: Fui eu quem afirmou. Fui eu quem afirmei.
7. Expressão "um dos que" - Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular como no plural.
Ex: Ele foi um dos que mais contribuiu. Ele foi um dos que mais contribuíram.

Regras para sujeito composto


1. Sujeitos formados por sinônimos - O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com o núcleo
mais próximo.
Ex: Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência. Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.
2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração - Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para
o plural, como também pode concordar com o núcleo mais próximo.
Ex: Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde. Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.
3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes - Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por
ordem de prioridade.
Ex: Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite.
(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou
seja, "nós chegaremos".
Jair e eu conseguimos comprar um apartamento.
(eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou
seja, "nós conseguimos".
4. Sujeitos ligados por "ou" - Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a
todos os elementos do sujeito.
Ex: Doces ou chocolate desagradam ao menino.
Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento.
Ex:A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.
Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular.
Ex:Laís ou Elisa ganhará mais tempo.
5. Sujeitos ligados por "nem" - Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural.
Ex: Nem chuva nem frio são bem recebidos.
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6. Sujeitos ligados por "com" - Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural.
Ex: O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.
Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento "com" é grafado entre
vírgulas:
Ex: O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.
7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como" - Nesses casos, o verbo vai para o plural ou
concorda com o núcleo mais próximo.
Ex: Tanto Rafael como Marina participaram da mostra. Tanto Rafael como Marina participou da mostra.
8. Partícula "se" - No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa
do singular.
Ex: Confia-se em todos.
No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração.
Ex: Construiu-se uma igreja. Construíram-se novas igrejas.
9. Verbos impessoais - Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.
Ex: Havia muitos copos naquela mesa. Houve dois meses sem mudanças.
10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um" - Neste caso, o verbo fica no singular.
Ex: Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.
11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como" - O verbo é conjugado no plural.
Ex: O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.
12. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de" - Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e
quantidade, o verbo fica sempre no singular.
Ex: Três vezes é muito.
13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s) - O verbo sempre concorda com o sujeito.
Ex: Deu uma hora que espero. Soaram duas horas.
14. Indicações de datas - O verbo deve concordar com a indicação numérica da data.
Ex: Hoje são 2 de maio.
Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia.
Ex: Hoje é dia 2 de maio.
15. Verbos no infinitivo
15.1. Infinitivo impessoal - Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações:
a) quando têm valor de substantivo. Ex: Comer é o melhor que há.
b) quando têm valor imperativo. Ex: Vá dormir!
c) quando são os verbos principais de uma locução verbal. Ex: Íamos sair quando você chegou.
d) quando são regidos por preposição. Ex: Começamos a cantar.
15.2. Infinitivo pessoal - Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-los.
Ex: Comprei a pizza para eles comerem.

Exercícios
1) A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é:
( a ) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos.
( b ) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um
participante ativo do jogo mundial.
( c ) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em que eu acredito.
( d ) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter na jaula.
( e ) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de
saber mais do que nos convinha.

2) Assinale a concordância verbal errada.


a) Já é uma hora da tarde, e ele ainda não chegou.
b) Fazia três anos que ele viajara para Belém.
c) Na reunião só havia cinco representantes do Sindicato.
d) Deve existir pelo menos mais de três documentos guardados.
e) Qual dos três cientistas ganhará o prêmio este ano?

3) Complete as frases abaixo com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses.
I – Os alienados sempre _____ neutros. (manter-se)
II – Quando ele _____ uma canção de paz, poderá descansar. (compor)
III – As provas que _____ mais erros seriam comentadas. (conter)
IV – Quando eu _____ os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver)
( a ) I mantêm / mantiveram, II compuser , III contivessem, IV reouver.
( b ) I mantêm / mantiveram, II compuser , III conter, IV reouver.
( c ) I mantêm / mantiveram, II compor , III contivessem, IV reaver.
( d ) I mantiveram, II compuser , III conter, IV reaver.
( e ) I mantêm, II compor , III contivessem, IV reouver.
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4) Assinale a alternativa em que o verbo grifado deve ser pluralizado, a fim de que a concordância verbal fique correta:
( a ) Em fevereiro deverá fazer dias melhores.
( b ) Espero que haja sobrado algumas cervejas.
( c ) Já começa a haver esperanças.
( d ) Aqui nunca havia feito verões tão rigorosos.
( e ) Não pode haver hesitações.

5) Quanto ao uso dos verbos "haver" e "existir", assinale a alternativa correta.


( a ) Mas devem haver aqueles que a enxergam com otimismo.
( b ) Mas deve haver aqueles que a enxergam com otimismo.
( c ) Mas deve existir aqueles que a enxergam com otimismo.
( d ) Mas devem existirem aqueles que a enxergam com otimismo.
( e ) Mas devem haverem aqueles que a enxergam com otimismo.

PRODUÇÃO TEXTUAL – Dissertação- argumentativa


Leia:
Pelo exemplo

Falar do meio ambiente não é só falar de árvores, plantas, animais, da poluição do ar e da água... Falar em meio ambiente
é também falar de crianças e seu comportamento.
Você já parou para pensar que somos exemplos para elas? Principalmente se você tem uma criança em casa, você se
torna um espelho. Se fosse só o batom, que a menina, desde cedo, ensaia usar, ou a gravata e os sapatos, que o menino teima em
pegar emprestado, tudo bem – estes são hábitos saudáveis e que revelam que você é um modelo para aquele ser que está sob seus
cuidados.
Mas e os hábitos que não são saudáveis? Você, como pai ou responsável, obedece sempre o sinal vermelho, a velocidade
estabelecida para a rua? Você cede a sua vez? Você separa os resíduos em casa, recicláveis dos não-recicláveis? Você substituiu
as lâmpadas tradicionais por fluorescentes ou por lâmpadas do tipo ― led e explica esse gesto para sua criança?
Pois saiba que cada pequeno gesto seu não passará despercebido por ela. Os pequenos, inclusive, nos corrigem ou nos
chamam a atenção!
Marilusa Colombo, bióloga. “Seleções Reader‘s Digest”. Outubro 2010 p. 29.

No texto acima, a autora defende a ideia de que os diferentes comportamentos dos pais são exemplos para os filhos. Segundo ela,
nada passa despercebido aos olhos dos filhos. Por meio de variadas perguntas, os pais são levados a refletir sobre os seus hábitos
diários. O que você pensa sobre esse assunto? Você acredita que as atitudes dos pais são exemplos para os filhos? Em sua opinião,
quais comportamentos precisam fazer parte da rotina de pais e filhos? Reflita bastante a respeito desse tema e, em seguida,
produza um texto dissertativo. Seja convincente!

Elabore o seu texto, seguindo esta estrutura:


– Título
– Introdução (apresentação do tema)
– Desenvolvimento (desenvolvimento das ideias sobre o tema, de forma argumentada)
– Conclusão (a sua opinião final sobre o tema).

Atenção:
– O seu texto precisa ser escrito em prosa e segundo a norma culta da Língua Portuguesa.
– Deve conter no mínimo 25 linhas.
– Não copie fragmentos do texto acima.

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CIEP BRIZOLÃO 156 ALBERT SABIN
3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

FILOSOFIA

Vamos iniciar nossos estudos pensando sobre o belo, a beleza. E uma das perguntas que não se quer calar
é “Gosto se discute?”. Você já deve ter ouvido esse questionamento e na maioria das vezes você já ouviu...
“gosto NÃO se discute”. Mas, você verá nessas aulas que tudo pode mudar. Vamos lá?
O propósito desse bimestre é refletir sobre a noção de arte e técnica acompanhando a história do conceito
arte em diferentes épocas. Vamos problematizar o senso comum que afirma que gosto não se discute,
aprendendo que a educação estética nos ensina a afinar o gosto e por isso gosto se discute sim, e mais do que
isso, gosto se aprende e até se modifica a partir da educação dos sentidos. O propósito é que você consiga
diferenciar o verdadeiro “artista” do estereótipo criado na “celebridade”, que a cultura de massa nos impõe na
atualidade. E por fim, pretendemos que alcance a importância da arte como um conhecimento que constitui o
ser humano, que faz com que cada indivíduo tenha gostos diferentes, porém, mantém uma relação social sadia.
Fazemos arte e a arte nos faz. Entender a importância do ser humano como ser simbólico e a importância da
arte é nosso objetivo maior!

AULA 1: ARTE, ESTÉTICA E FILOSOFIA


Você já deve imaginar que a “arte” faz parte do mundo humano desde
a Pré-história e com certeza, ocupou lugares de grande importância em
todas as civilizações, haja vista que a arqueologia está sempre buscando
artefatos antigos e podemos ver em museus de todo mundo a importância
das obras de artes.
Os filósofos se aproximaram do assunto do que é considerado bonito
ou artístico, a estética, de maneira parecida como fizeram com a moral.
Alguns tentaram identificar propriedades da beleza e da arte, assim como
fizeram com a virtude, enquanto outros sugeriram que sua apreciação
dependia da cultura ou era apenas uma questão de gosto.
Etimologicamente, a palavra estética vem do Grego e significa “faculdade de perceber”, “compreensão
pelos sentidos”, “percepção totalizante”. Este termo foi cunhado pelo filósofo alemão Alexander Gottlieb
Baumgarten (1714-1831) em torno do ano 1750 para designar o estudo da sensação, “a ciência do belo”,
referindo-se à cognição por meio dos sentidos, ou seja, o conhecimento sensível, àquilo que agrada aos
sentidos. Mais tarde, passou a usar o termo com referência à percepção da beleza, especialmente na arte e se
tornou um dos ramos mais tradicionais do ensino da Filosofia.

Estética
Estética é a parte da Filosofia que procura investigar os fundamentos da arte e do belo, os diferentes tipos
de arte, as relações da arte com a sociedade. Considerando a arte como a prática de criar formas perceptíveis
expressivas do sentimento humano, seu valor essencial é a capacidade de transmitir os sentimentos mais
autênticos da natureza humana. É interessante perceber como que a arte influencia o ser humano, ajuda a
refletir sobre a percepção da vida e de tudo que nos rodeia ao ponto de enobrecer, elevar e nos conduzir na
(re)construção das nossas próprias personalidades, os nossos gostos e nos faz traçar a nossa própria
autobiografia.
Este campo da filosofia está sempre preocupado em estabelecer os princípios e leis que regem as coisas
belas, quando aplicamos estas leis e princípios na elaboração de algo que expresse beleza, estamos,
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literalmente, diante do que denominamos de arte. E falamos de arte em todos os sentidos, sejam pinturas,
músicas, trabalhos manuais etc. Se pegarmos o senso comum, até um prato de comida bem elaborado é
também uma “obra de arte”. A arte está presente em praticamente todos os campos da nossa vida e a aplicação
das regras de beleza sempre geram a produção de belas obras.
Atualmente, o termo “arte” é,
em geral, associado à palavra
“artista”, ou seja, quem produz a
arte, o que produz e com que
finalidade. É interessante perceber
que, na Grécia antiga e na Idade
Média, ao contrário, essa
associação não era tão comum. Os
artistas criavam obras que eram
apreciadas pelas pessoas, mas que
não se diferenciavam daquelas feitas pelos artesãos. Mesmo o artesanato sendo um tipo de arte em nossos
dias, naquela época arte e artesanato eram atividades distintas e separadas, pois os artesãos estariam ligados
mais à “técnica” e o artista à “sensibilidade” da obra, porém eram atividades tão próximas uma da outra que
é mais correto chamar o artista do período antigo e medieval de artesão ou artífice.
Frequentemente também associamos a arte e a criação artística a um talento especial de certas pessoas.
Você deve conhecer pessoas que têm um talento “natural”, uma tendência para a arte; você já deve ter
conhecido ou visto pessoas que cantam muito bem, outras que desenham sem nunca ter feito um curso, e por
aí vai, eles têm facilidade para produzir e interpretar obras estéticas. Porém, nem todos tem esse talento nato.
De acordo com essa relação, nem todo mundo seria capaz de produzir arte, mas será que a arte poderia ser
aprendida ou simplesmente aperfeiçoada e lapidada? Para os gregos e os latinos, contudo, arte designava um
saber-fazer, uma capacidade de produzir algo útil ou meramente destinado à contemplação. A arte nada mais
seria que um conhecimento prático, um saber executado numa tarefa. Assim, a palavra “arte” podia ser
aplicada tanto às obras de arte (escultura, pintura etc.) como aos artesanatos e manufaturas (confecção manual
de sapatos, móveis etc.), o que é um conceito aplicado até nossos dias.
Historicamente, podemos definir o estudo da arte, da beleza perceptível ou a percepção do belo na natureza
em dois grandes momentos ou fases:
• Filosofia tradicional: A consideração do belo no mundo clássico, greco-romano, e no Ocidente Medieval.
E a estética da percepção das essências integrada à Ética e à Lógica (belo = bem = verdade); e
• Períodos Moderno e Contemporâneo (sécs. XV-XX): A filosofia do belo propriamente dita, do sublime
até, por fim, a estética como ausência da beleza e a coisificação (ou “coisidade”, como diria o filósofo
Heidegger) da obra de arte – o termo estética como ciência filosófica do belo, agregada ao estudo da essência
da arte e de suas relações com a beleza e os demais valores.
Esta é uma divisão bem generalizada, mas é somente para termos uma ideia de como a arte e a estética
filosófica se desenvolveu no decorrer dos séculos.

ATIVIDADE 1

1- Qual a importância da arte para o ser humano?


2- O que significa a palavra estética?
3- Qual a relação entre filosofia e arte (estética)?

AULA 2: ARTE: NA ESTÉTICA E NA HISTÓRIA


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Definição de Arte na estética
Precisamos entender que existe uma grande dificuldade de responder à pergunta: “o que é arte?”, ainda
mais na estética. Quando falamos de arte, temos que ter em mente que estamos falando de uma variedade
infindável de possibilidades, envolvendo as artes plásticas, a pintura, a escultura, a música, a literatura, artes
cênicas da dança, do teatro e várias outras. Podemos até expandir para certos esportes de desempenho, como
patinação, balé, mergulho, ginástica, etc. Há ainda quem diga que o simples escrever de um poema já é uma
“obra de arte”. Percebe como é uma definição complexa?
A palavra “arte” vem do latim, mas se relaciona com a palavra grega téchne = técnica. Então para
refletirmos sobre o que é arte, vamos precisar antes, pensar o que é técnica. Usamos essa palavra muitas vezes,
mas nem sempre conseguimos explicar facilmente o que entendemos por técnica. E faz parte da filosofia
trabalhar com definições e conceitos precisos. Apresentamos uma definição bem simples: “técnica é toda
atividade humana submetida a regras com vistas à fabricação de alguma coisa”.
Como a palavra arte e técnica, em um passado distante, significavam a mesma coisa, podemos perceber
que em sentido mais amplo, “ars” ou “téchne” significavam habilidade e agilidade para inventar meios para
vencer uma dificuldade. Perceba como muitas coisas que hoje não pensamos como arte se encaixa nessa
definição: Arte médica, arte da navegação, arte da caça, arte da pintura, arte da jardinagem, etc., ou seja, toda
atividade que o ser humano realizava seguindo regras para executar melhor a tarefa, na Grécia antiga, onde a
Filosofia nasceu, era chamada de arte.
Então como podemos refletir sobre tudo isso? O que isso nos ajuda a pensar? Precisamos compreender
que para os gregos antigos, arte era o “bem fazer”, o fazer com zelo, cuidado, qualidade. Assim podemos
pensar que tudo aquilo que fazemos com cuidado, buscando conscientemente a melhor forma de realizar a
atividade poderia ser visto como uma forma de arte. Perceba que a definição apresentada indica um fazer. E
um fazer específico que realiza algo, ou seja, não é meramente teórico. Desde sempre a arte ou técnica se
apresenta como um saber prático que se opõe ao espontâneo ao que é natural. A arte vai sempre criar alguma
coisa.
É preciso compreender ainda que a Filosofia Analítica, na contemporaneidade, procurou resolver o
problema da definição da arte, pois não era possível conceber um conceito “fechado”, afinal, se procurarmos
uma definição específica, para realmente ser uma obra de arte, a suposta obra deve corresponder a um conceito
“preexistente” do que é uma obra de arte. Dessa forma, o conceito de arte existiria independentemente do
trabalho dos artistas, situação que gera um grave dilema: o que aconteceria se um artista criasse uma obra que
não correspondesse ao conceito preestabelecido de obra de arte?
Consegue perceber como a arte é algo que vai
muito além do “fazer” propriamente dito? A
tirinha do Will, ao lado, demonstra como podemos
ter percepções diferentes conforme a nossa própria
expectativa. Então estamos aqui num dilema, entre
o “bem fazer” e a “liberdade de expressão
artística”. Percebe como é difícil a definição?
Bem, atualmente temos uma noção de conceito aberto para a arte, pois é impossível postular um conceito
“fechado” de arte porque a obra de arte está sujeita à criatividade do artista e também ao que decidimos ser a
própria arte, ou seja, a forma que cada um de nós vamos (re)interpretar a própria arte.

Arte na História:
Aristóteles (384-322 a.C.), filósofo grego da antiguidade, já se preocupava em separar as coisas para
melhor estudá-las. Foi ele que começou a tentar a separar e classificar tudo o que nos rodeia, inclusive as ações
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humanas. A partir dele, outras divisões foram surgindo para nos ajudar a entender mais e
melhor essa atividade humana.
Dessas classificações surgiram uma denominação que obedecia ao padrão clássico da
divisão social do mundo antigo. Na antiguidade, os homens livres desprezavam o trabalho
manual e valorizavam somente o trabalho do intelecto e os escravos faziam todo trabalho
manual. E o trabalho manual, realizado pelos escravos, era considerado menos
importante! Estas eram chamadas de artes liberais e artes mecânicas.
Essa divisão durou muitos séculos! Lembre-se de que, na linha do tempo, a Idade
Média se segue a Antiguidade Clássica (Grécia antiga). E no período medieval, a religião
era determinante para todas as relações humanas. E na perspectiva religiosa: a alma é livre e o corpo é uma
prisão. Assim, também durante a Idade Média as artes liberais eram superiores às artes mecânicas.
Mas quando a burguesia começa a
enriquecer devido exatamente ao
trabalho, o mundo se transforma. Vem
o Renascimento! Somente com o
Renascimento, com a valorização da
burguesia que enriquecia devido ao
trabalho e uma maneira diferente dos
seres humanos “pensarem quem é o
Homem” na sua relação com o mundo
é que as artes mecânicas começam a
ganhar um status de conhecimento.
Vamos relembrar como houve essas
mudanças?
Uma das características marcantes
da Idade Média é o teocentrismo (Deus
no centro de tudo), ao passo que no
renascimento é o antropocentrismo (o
homem passa a ser o centro). O
antropocentrismo faz parte de uma
visão de mundo que chamamos de
humanismo. É nesse contexto que o
corpo humano começa a ser valorizado,
pois o humanismo dignifica o corpo
humano. Não sendo mais possível
desprezar o trabalho físico, do corpo,
das mãos, as artes mecânicas se
valorizam e surge uma nova divisão. É
por aqui que a noção de artes que temos
hoje começa a surgir.
Para compreender todo este
contexto vejamos a tabela ao lado...
Como foi possível ver, a ideia de
arte como imitação da natureza fazia

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sentido nos primeiros séculos e junto aos primeiros pensadores, mas não podia mais fazer sentido no século
XX, pois excluiria obras que não buscavam imitar a natureza. Até porque com a modernidade a “arte” perdeu
a função utilitária e passou a adquirir função estética e artística, procedimento impensável anteriormente.
Dessa forma, a definição de “arte” como um conceito aberto passaa ter uma importância real. Mas não é uma
tarefa fácil, pois como percebemos achar uma definição que abarque todas as formas de produções de arte,
desde osprimeiros desenhos de cavernas até as novas formas digitais de cinema, é uma missão. A definição
mais contemporânea acordada é que a arte é qualquer coisa que é abstrata, é tudo o que os humanos fazem, o
que não é simplesmente algo que existe ou possa ser copiado da natureza.

ATIVIDADE 2
1- Explique a relação entre arte e téchne.
2- O que muda na concepção de arte a partir do Renascimento?
3- Como a arte é compreendida a partir do final do séc. XIX e no séc. XX?

AULA 3: ARTE E TÉCNICA


No seu livro Convite à Filosofia, a Profa. Marilena Chaui trata de muitos assuntos e dentre eles ela fala
sobre o universo das artes. Traz as artes num desvendamento do mundo recriando o mundo noutra dimensão
e sob diversos pontos de vista, um deles é a técnica como forma de arte. Leia o excerto e responda os
questionamentos abaixo:
A palavra arte vem do latim ars e corresponde ao termo grego techne, técnica, significando: o que é ordenado ou
toda espécie de atividade humana submetida a regras. Em sentido lato, significa habilidade, destreza, agilidade. Em
sentido estrito, instrumento, ofício, ciência. Seu campo semântico se define por oposição ao acaso, ao espontâneo e ao
natural. Por isso, em seu sentido mais geral, arte é um conjunto de regras para dirigir uma atividade humana qualquer.
Nessa perspectiva, falamos em arte médica, arte política, arte bélica, retórica, lógica, poética, dietética. Platão não a
distinguia das ciências nem da Filosofia, uma vez que estas, como a arte, são atividades humanas ordenadas e regradas.
A distinção platônica era feita entre dois tipos de artes ou técnicas: as judicativas, isto é, dedicadas apenas ao
conhecimento, e as dispositivas ou imperativas, voltadas para a direção de uma atividade, com base no conhecimento
de suas regras.
Aristóteles, porém, estabeleceu duas distinções que perduraram por séculos na Cultura ocidental. Numa delas
distingue ciência-Filosofia de arte ou técnica: a primeira refere-se ao necessário, isto é, ao que não pode ser diferente
do que é, enquanto a segunda se refere ao contingente ou ao possível, portanto, ao que pode ser diferente do que é. Outra
distinção é feita no campo do próprio possível, pela diferença entre ação e fabricação, isto é, entre praxis e poiesis. A
política e a ética são ciências da ação. As artes ou técnicas são atividades de fabricação.
Plotino completa a distinção, separando teoria e prática e distinguindo as técnicas ou artes cuja finalidade é auxiliar
a Natureza – como a medicina, a agricultura – daquelas cuja finalidade é fabricar um objeto com os materiais oferecidos
pela Natureza – o artesanato. Distingue também um outro conjunto de artes e técnicas que não se relacionam com a
Natureza, mas apenas com o próprio homem, para torná-lo melhor ou pior: música e retórica, por exemplo.
A classificação das técnicas ou artes seguirá um padrão determinado pela sociedade antiga e, portanto, pela estrutura
social fundada na escravidão, isto é, uma sociedade que despreza o trabalho manual. Uma obra, As núpcias de Mercúrio
e Filologia, escrita pelo historiador romano Varrão, oferece a classificação que perdurará do século II d.C. ao século
XV, dividindo as artes em liberais (os dignas do homem livre) e servis ou mecânicas (próprias do trabalhador manual).
São artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia e música, compondo o currículo
escolar dos homens livres. São artes mecânicas todas as outras atividades técnicas: medicina, arquitetura, agricultura,
pintura, escultura, olaria, tecelagem, etc. Essa classificação diferenciada será justificada por santo Tomás de Aquino
durante a Idade Média como diferença entre as artes que dirigem o trabalho da razão e as que dirigem o trabalho das
mãos. Ora, somente a alma é livre e o corpo é para ela uma prisão, de sorte que as artes liberais são superiores às artes
mecânicas.
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A primeira dignidade obtida pelas artes mecânicas foi sua elevação à condição de
conhecimento, como as artes liberais. A segunda dignidade foi alcançada no final do
século XVII e a partir do século XVIII, quando distinguiram-se as finalidades das várias
artes mecânicas, isto é, as que têm como fim o que é útil aos homens – medicina,
agricultura, culinária, artesanato – e aquelas cujo fim é o belo – pintura, escultura,
arquitetura, poesia, música, teatro, dança. Com a ideia de beleza surgem as sete artes ou
as belas-artes, modo pelo qual nos acostumamos a entender a arte.
A distinção entre artes da utilidade e artes da beleza acarretou uma separação entre técnica (o útil) e arte (o belo),
levando à imagem da arte como ação individual espontânea, vinda da sensibilidade e da fantasia do artista como
gênio criador. Enquanto o técnico é visto como aplicador de regras e receitas vindas da tradição ou da ciência, o
artista é visto como dotado de inspiração, entendida como uma espécie de iluminação interior e espiritual misteriosa,
que leva o gênio a criar a obra. Além disso, como a obra de arte é pensada a partir de sua finalidade – a criação do
belo –, torna-se inseparável da figura do público (espectador, ouvinte, leitor), que julga e avalia o objeto artístico
conforme tenha ou não realizado a beleza. Surge, assim, o conceito de juízo de gosto, que será amplamente estudado
por Kant. Gênio criador e inspiração, do lado do artista (fala-se nele como “animal incomparável”); beleza, do lado
da obra; e juízo de gosto, do lado do público, constituem os pilares sobre os quais se erguerá, como veremos adiante,
uma disciplina filosófica: a estética.
CHAUI, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.

ATIVIDADE 3
1- Reescreva com suas palavras uma definição para técnica e busque dar exemplos de tarefas simples e
cotidianas que você realiza com técnica, mas que agora você pode compreender como uma forma de arte.
2- Comente a relação entre o útil e o belo nas artes e como podemos compreender no contexto das sete Belas
Artes (Arquitetura. Escultura, Pintura, Música, Literatura, Dança e Cinema).

AULA 4: O GOSTO NOSSO DE CADA DIA!


Temos visto como a arte faz parte da vida do ser humano, também vimos como a Filosofia ajuda o ser
humano a definir o que é “arte” através dos conceitos da Estética no decorrer da história. Mas como que
chegamos à conclusão de que algo é belo? Porque uns acham algo bonito e outros, feio? O que é beleza? Será
que podemos defini-la? Será que o gosto é subjetivo, ou seja, depende de cada um?
O belo e o feio
Quando falamos de “beleza” temos que ter em mente que por muito tempo tentou-
se explicar esses conceitos, porém, sem fechar uma definição. Até hoje, ainda existem
debates calóricos sobre essa temática. Um dos primeiros filósofos a discutir a “beleza”
foi Platão (428-347 a.C.), para ele a beleza é a única ideia que resplandece no mundo
e faz parte do caráter sensível e existe no mundo das ideias. Ele não está preocupado
com a beleza que se encontra nas coisas, mas numa beleza ideal. Isso quer dizer que
os objetos só são belos na medida em que participam do ideal de beleza, que é perfeito,
imutável, atemporal e suprassensível, isto é, está além da dimensão material. Isso quer
dizer que a beleza não está no objeto em si, mas como vemos esse objeto. Curioso né?
Você já percebeu que a beleza é uma das maiores preocupações dos seres humanos? As pessoas fazem de
tudo para parecerem belas, mas a beleza não está só nas pessoas, mas pode ser contemplada nas obras de arte,
em objetos do uso cotidiano e, claro, no próprio corpo humano. O problema não é querer ser belo, mas é achar
que esse é o objetivo fim da vida. Compreende? Atente que na história da humanidade os padrões de beleza
mudam de acordo com diferentes culturas e épocas e que esses padrões e estão presentes em tudo na vida.
Para vocês terem ideia, nos séculos XVII e XVIII, do outro lado da polêmica, os filósofos empiristas Locke e
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Hume relativizam a beleza, uma vez que ela não é uma qualidade das coisas, mas só o sentimento na mente
de quem as contempla, ou seja, é como se a beleza dependesse exclusivamente do quanto prazer ela traz para
a nossa mente. Dessa forma, para eles todos os julgamentos de beleza são verdadeiros, e todos os gostos são
igualmente válidos. Mas será? Será que o que eu acho belo, mas o outro não concorda, ambos estão certos?
Já pensou sobre isso?
E o “feio”, a “feiura”, será que também são julgados pelas mesmas medidas do belo? A questão do feio
está implícita na mesma problemática do belo que acabamos de falar. Porém, a princípio, o feio não pode ser
objeto da arte e foi banido do território artístico durante séculos (pelo menos desde a Antiguidade grega até a
época medieval), no século XIX ele foi reabilitado. Mas, será que o feio é mesmo oposto à beleza? Faz sentido
falar sobre a beleza do feio ou sobre a bela representação do feio? A feiura é necessária para falar sobre o
belo? Percebe como é complexo?
A conclusão que chegamos é que o feio, logicamente, não é o oposto do “belo” e ambos não são
contraditórios, mas sim antipodais. Eles se excluem, mas deixam a porta aberta para termos intermediários
neutros. “Não é bonito” não coincide com “feio” ou “bonito”, em si. Ou seja, você pode achar que uma pessoa
não é bonita, mas também que não é necessariamente feia. Tudo é uma questão de percepção e aceitação.
E aí, “gosto se discute”?
Para iniciar a nossa pergunta precisamos saber que alguns filósofos também se prestaram a pensar sobre a
possibilidade ou não da universalização do “gosto”. Não no sentido de impor um “padrão” universal de gosto
para as sociedades de que faziam parte e muito menos estavam interessados na busca da beleza física, e sim,
da reflexão sobre a “beleza” que se pode contemplar nas artes ou na natureza e dos “juízos de gosto” que daí
se pode inferir, ou seja, como cada um de nós “enxergamos” o que estamos contemplando. A discussão aqui
é estética, pois se preocupa em pensar as condições em que eu e você construímos esses juízos. E uma vez
que são elaborados pela mente a partir das sensações, será que poderia ter validade, alcance e concordância
geral?
Nesse ponto, precisamos entender que a nossa preferência não pode ser arbitrária e como ela parte da nossa
subjetividade é que compreendemos que o que prefiro está intimamente ligado ao que sou como indivíduo e
sujeito em sociedade. A partir daí, é que compreendemos que o gosto não é absoluto (aquilo de que eu gosto
é bom e aquilo de que eu não gosto é ruim), pois se você considerar o seu gosto soberano em detrimento do
outro, essa atitude só pode levar ao dogmatismo e ao preconceito. Nesse sentido, ter gosto é ter capacidade de
julgamento sem preconceitos. É a própria presença do objeto que forma o gosto: torna-nos disponíveis, supera
as particularidades da subjetividade, converte o particular em universal. Consegue compreender?
Vocês já devem ter ouvido a máxima popular, “futebol, política e religião não se discute”, mas e o “gosto”,
ele se discute? Provavelmente, já ouviram e talvez até já tenham falado que não. Gosto não se discute!
Como assim, não se discute? Estamos numa aula de Filosofia e nesse espaço, tudo se discute! As diferenças
entre o que cada um gosta ou não gosta é tema sempre frequente nas conversas cotidianas e também foi foco
de muitas discussões filosóficas no decorrer da história. Perceba que a afirmação de que gosto não se discute,
tenta deixar cada um no seu “quadrado” e que fique cada um com o gosto que tem! Mas, como vocês já estão
no terceiro ano, já sabem que tudo que é do “humano” foi construído e por isso não é imutável. Assim,
adquirimos o gostar disso ou daquilo e o gosto não somente se discute como se aprende!
Para entendermos melhor essa relação de Quem nos ajudará a pensar sobre isso será o
filósofo alemão, Immanuel Kant (1724-1804), que afirma que “é possível discutir o gosto”.
Tanto que ele dedicou uma parte significativa de uma de uma de suas obras só para discutir as
questões do gosto, a “Crítica da Faculdade de Julgar” (ou Crítica da Faculdade de Juízo),
publicada em 1790. Nessa obra ele aponta que é possível discutir o gosto porque uma discussão

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é diferente de uma disputa. Filosoficamente, uma disputa é uma batalha de argumentos que exigem
demonstrações, a fim de que uma ideia prevaleça. Uma discussão é um processo de lapidação das opiniões,
cuja finalidade é chegar a um acordo entre as partes. Entendeu?
Em outras palavras:
• No campo científico, disputamos sobre a verdade nos apoiando em provas e argumentos que nos ajudem
a encontrá-la.
• No campo da estética (conhecimento que versa sobre a sensibilidade humana) discutimos as opiniões (o
gosto primeiro de cada um) e podemos ir chegando a um consenso.
Assim, não se disputa sobre o “belo”, porém pode-se discuti-lo. Kant afirma ainda que a “experiência
estética” é compartilhável e que a “beleza” é uma ideia universal da razão. Seu conteúdo e sua forma podem
variar segundo circunstâncias históricas e segundo a subjetividade dos artistas, mas o sentimento de belo,
fundamento do juízo de gosto, é universal. Esses juízos de gosto ou juízos estéticos, segundo Kant, possuem
três alcances: o belo, o agradável e o útil. Quanto ao agradável e ao útil, que são sentimentos despertados em
vista de fins e interesses particulares, eles são contrários ao sentimento do belo, pois este é desprovido de
qualquer interesse ou finalidade que não seja ele próprio.
O que está em questão é: como chegamos a ter o gosto que temos? Por que uns acham tal coisa bela e
outros não? Estamos no campo da estética, da sensibilidade. Então, vamos lembrar os sentidos e pensar sobre
eles?
Como você pode ver na obra
Os Cinco Sentidos ao lado, existe
uma hierarquia nos sentidos e na
forma que podemos “sentir” a arte.
Estamos caminhando no sentido
de ajudá-lo a compreender que se
o gosto se dá através da nossa
sensibilidade, e nossa
sensibilidade é adquirida pelos
nossos sentidos, quando não nos
aproximamos de algo, teremos
dificuldade de gostar desse algo.
Ou seja, precisamos ver, ouvir,
tocar, sentir as coisas para
aprendermos a gostar delas. Esse é
o campo da educação estética.
Outro filósofo, também
alemão, chamado Friedrich
Schiller (1759-1805), escreveu sua
bela obra, “Sobre a Educação
Estética do ser Humano numa serie
de cartas e outros textos”, para nos ensinar que a educação estética, ou seja, a educação dos sentidos amplia a
nossa humanidade. Crescemos como seres humanos ao aprimorarmos e beleza.
Sabemos hoje, que o corpo participa do processo de conhecimento. Não podemos separar
as sensações ou emoções da razão. Razão e Sensibilidade estão presentes na construção dos
objetos artísticos, assim como também estão presentes nas criações cientificas. A arte não é
somente sensibilidade, assim como a ciência não é puramente racional. Razão e sensibilidade

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são duas dimensões do ser humano e somente jogando com ambas o ser humano realizará sua completude.
E aí, percebeu como o gosto se discute? É preciso (re)pensar o ser humano, a partir dessa nova cultura
voltada para a sensibilidade estética não limitado apenas ao trabalho forçado, alienante, numa sociedade que
busca apenas a riqueza material e valoriza apenas o individualismo e o prazer físico. A beleza vai muito além
das nossas redes sociais e precisamos valorizar uma beleza criativa, pois não é possível mais pensar numa arte
vazia de sentido, uma repetição de fórmulas, frases, temas nem uma busca irrefletida de uma beleza física
imposta por padrões de mercado e de consumo. Precisamos desenvolver uma educação para a percepção
estética, para a beleza, que não pode ser moralizante, mas visando a um ser humano verdadeiramente livre e
mais nobre, digno e feliz. E esperamos que você, estudante, a viva com “arte”, ou seja, buscando FAZER
BEM, pensando num passo a passo que o ajude a viver melhor!

ATIVIDADE 4
1- De acordo com o estudado, feio e belo são opostos? Explique.
2- Leia a tirinha abaixo e reflita sobre os valores de beleza.

3- De acordo com essa aula, podemos afirmar que “gosto não se discute”? Explique.

AULA 5: ARTE X CULTURA DE MASSA


Refletindo sobre o que é arte chegamos à compreensão de que uma obra de arte para ser digna desse nome
deve ser original e nos brindar com a experiência de um olhar novo sobre o mundo, ou seja, deve criar um
mundo novo.
A arte é, ao mesmo tempo, parte da tradição e transforma a tradição. A originalidade que se espera de uma
obra de arte damos o nome de aura. Dizer que a obra tem aura significa dizer que ela é única, original.
Costumamos chamar de artistas a todos que sobem num palco, tocam no rádio ou aparecem na televisão.
Mas dar esse nome a alguém é costume do senso comum e não significa necessariamente que o que aquela
pessoa esteja fazendo seja arte. Para aprendermos a separar a arte da não arte devemos ter em conta a questão
da originalidade, do quando a obra em questão é nova, ou seja, não está copiando algo que já vimos e
principalmente, se está nos apresentando uma possibilidade original para nossas velhas formas de ver o
mundo.
Muitas vezes o que vemos e ouvimos, ainda que pela primeira vez, já tem uma “cara” já conhecida. É um
velho maquiado de novo! Estamos falando de produtos em série que são lançados a cada dia e que consumimos
vorazmente e esperamos em seguida os “novos” lançamentos. Esses produtos não são obras de arte, mas
cultura de massa.
Explicando o que é Cultura de massa:

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Com o desenvolvimento da sociedade industrial os trabalhadores deixaram o campo para trabalharem nas
cidades. Foram morar nas periferias das cidades e s passaram a se deslocarem diariamente, através de grandes
distâncias até o trabalho. Esses trabalhadores deixaram o campo e parte da sua cultura e da sua arte (os
intelectuais chamam essa cultura e essa arte de folclore).
Ao chegar à cidade, esses trabalhadores foram criando outras culturas, chamadas de populares. Mas,
passaram a ser também consumidores de produtos industriais produzidos em larga escala. Produtos em versões
simplificadas das criações da elite dando origem a chamada cultura de massa.

Esquematizando:
Folclore: tradição nacional popular
Arte popular: produzida por artistas da classe trabalhadora que tenha raízes na tradição desses trabalhadores.
Arte erudita ou de elite: criações complexas e de vanguarda.
Cultura de massa: sem a aura (originalidade) das obras de arte por serem reproduções fáceis e simplificadas
(produzidas em larga escala pelas empresas para gerar lucro).

Nas obras de arte é necessário pensar o significado, apurar a sensibilidade, a imaginação, a inteligência.
Exige esforço racional. Massificar é banalizar a expressão artística.
Por isso afirmamos que arte é conhecimento e não mera diversão.
Existem obras de arte que não se entregam fácil. É necessário certo esforço, por parte do ouvinte, do leitor
ou do espectador, no sentido de "chegar" à obra.
“A falta de uma cultura, de uma educação estética, condena a grande maioria da população a um estágio
de letargia, a uma preguiça sonora”. (Pablo Capistrano)
Vou dar um exemplo que já deve ter acontecido com você: ouvimos uma música na rádio e ela “gruda”!
Daí, ficamos o dia todo repetindo a melodia ou o refrão que é em geral bem simples.
Essas músicas não obrigam o ouvido a nenhuma ginástica interpretativa. O único esforço que o mercado
exige do consumidor parece ser o de sacar o cartão de crédito. Essa parece ser a regra do mercado.
E como, infelizmente, vivemos num mundo em que a educação estética não é tão valorizada quanto à
educação científica, decorre que aquilo que exige sensibilidade nos exige um maior esforço e acaba por não
vender e vamos empobrecendo a vida humana.
Podemos observar que no “mercado da arte” existem obras caras e baratas. As mais baratas costumam não
exigir nenhum esforço, pois não precisam que o público a que se destinam tenha um gosto apurado pelo
exercício estético. E o que seria esse exercício? Aprender a olhar, aprender a escutar ou buscar conhecer o
contexto da obra para melhor entendê-la.
O mercado das artes divide-se em elite que pode comprar e maioria da população que consome o que está
pronto e disponível. Sem esforço!
E vivemos com um a ilusão: cada um escolhe o que deseja ver... “eu gosto é disso!” Isso esconde o fato
de que maioria não tem acesso às obras de arte da elite que são caras.
A massificação cria produtos que precisam ser vendidos para o maior número de pessoas possíveis para
gerar lucro. Assim, os produtos são criados para atender a um gosto médio! Para o espectador médio:
capacidades médias, conhecimentos médios, gosto médio. Para esses produtos médios!
Média é o que o senso comum aprova e já tem como gosto cristalizado e a indústria cultural devolve com
cara de coisa nova.
Indústria cultural vende cultura de massa. Para vender precisa seduzir e agradar o consumidor. Não pode
chocá-lo, não pode provocá-lo, deve dar a ele algo que ele já sabe e gosta com cara de coisa nova, mas sem
fazê-lo pensar muito e sem perturbá-lo nas suas certezas.

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Para a indústria cultural a cultura é lazer e entretenimento. Diversão e distração.
Muito diferente da criação artística que faz nascer um mundo novo e, exatamente por isso, incomoda,
causa estranhamento e por isso é necessário um esforço para entrar na dimensão que a obra de arte provoca.
Quando conseguimos isso, saímos transformados da experiência. Enriquecidos na nossa humanidade.
Sabendo mais do mundo e sobre nós mesmo! Por isso afirmamos que a arte não é diversão, mas conhecimento!

ATIVIDADE 5
1- Diferencie arte e cultura de massa.
2- O que é indústria cultural?
3- O que significa dizer que arte é conhecimento?

4- (ENEM 2012) O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo


Picasso, representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da
arte no início do século XX.
Essa nova tendência se caracteriza pela

A) - pintura de modelos em planos irregulares.


B) - mulher como temática central da obra.
C) - cena representada por vários modelos.
D) - oposição entre tons claros e escuros.
E) - nudez explorada como objeto de arte.

5- (Enem/2009) No programa do balé Parade, apresentado em 18 de maio de 1917, foi empregada


publicamente, pela primeira vez, a palavra sur-realisme. Pablo Picasso desenhou o cenário e a
indumentária, cujo efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik Satie era
uma mistura de jazz, música popular e sons reais tais como tiros de pistola, combinados com as imagens
do balé de Charlie Chaplin, caubóis e vilões, mágica chinesa e Ragtime. Os tempos não eram propícios
para receber a nova mensagem cênica demasiado provocativa devido ao repicar da máquina de escrever,
aos zumbidos de sirene e dínamo e aos rumores de aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de
Satie. Já a ação coreográfica confirmava a tendência marcadamente teatral da gestualidade cênica, dada
pela justaposição, colagem de ações isoladas seguindo um estímulo musical.
SILVA, S. M. O surrealismo e a dança. GUINSBURG, J.; LEIRNER (Org.). O surrealismo. São Paulo: Perspectiva, 2008
(adaptado).

As manifestações corporais na história das artes da cena muitas vezes demonstram as condições cotidianas
de um determinado grupo social, como se pode observar na descrição acima do balé Parade, o qual reflete
A) a falta de diversidade cultural na sua proposta estética.
B) a alienação dos artistas em relação às tensões da Segunda Guerra Mundial.
C) uma disputa cênica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da música.
D) as inovações tecnológicas nas partes cênicas, musicais, coreográficas e de figurino.
E) uma narrativa com encadeamentos claramente lógicos e lineares.

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

GEOGRAFIA

A indústria e seus diferentes processos de organização espacial

Aula 1

O espaço geoeconômico industrial


O intenso desenvolvimento da atividade industrial tem proporcionado a produção de grande diversidade de
bens materiais. O sistema capitalista sempre esteve pautado na produção em larga escala e na consolidação
de novos hábitos e padrões de consumo com o objetivo de incrementar a venda e o lucro. As indústrias
passaram a produzir cada vez mais e a empregar menos mão de obra (em razão do desenvolvimento
tecnológico). Além disso, durante muito tempo, desconsideraram os impactos ambientais e sociais de sua
atividade. Conhecer e analisar essas questões é essencial para sabermos o futuro que queremos

Indústria e sociedade de consumo


Atualmente, a atividade industrial pode ser definida como o conjunto de atividades econômicas que
transformam matérias-primas em produtos por meio do trabalho e do capital e de investimento em
tecnologia. Com a automação da atividade industrial, as sociedades ampliaram exponencialmente a
capacidade de transformar os recursos em produtos, alterando de maneira significativa a relação do ser
humano com o ato de consumir. Se, antes, a ampliação da produção visava atender às necessidades básicas
de consumo, hoje, por meio da produção de bens imateriais e com grande apoio das estratégias de marketing
e propaganda, criam- -se processos cíclicos de necessidades e dependência de novos produtos. Ou seja, os
meios de produção estão cada vez mais a serviço da criação de necessidades de bens de consumo e do
acúmulo de capital. Para alguns autores, como o sociólogo italiano Domenico de Masi, o paradigma da
sociedade pós-industrial, surgida na segunda metade do século XX, ampliou as potencialidades do
capitalismo ao incorporar um fluxo incessante de bens materiais e imateriais ao rol dos desejos da sociedade
de consumo. Hoje, a utilização de produtos industrializados é cada vez mais acentuada; mesmo pessoas que
residem em regiões distantes das áreas de produção e das cidades consomem bens industriais. Assim, a
indústria constrói uma rede de relações de dependência crescente em âmbito local, regional e mundial.

O desenvolvimento da indústria
A atividade industrial voltada para a produção de bens materiais pode ser compreendida por meio da análise
de alguns estágios históricos, responsáveis por sua organização e desenvolvimento, como veremos a seguir.
• 1º estágio: atividade artesanal — prevaleceu desde a Antiguidade até meados do século XVII, mas ainda
se desenvolve nos dias atuais. Sua principal característica é a produção individual, isto é, realizada por uma
única pessoa — o artesão — que desenvolve todas as etapas de produção (geralmente com ferramentas
simples) e de comercialização do produto, sem divisão de tarefas;
• 2º estágio: indústria manufatureira — surgiu nos séculos XVII e XVIII, representando os primórdios do
sistema capitalista. Suas características principais são a divisão de tarefas e o uso de ferramentas e máquinas
simples. Instituiu a figura do dono dos meios de produção (patrão) e a do trabalhador assalariado
(empregado);
• 3º estágio: indústria maquinofatureira — no século XVIII, na Inglaterra, com o uso disseminado da
máquina a vapor, da máquina de fiar, do tear hidráulico e do tear mecânico, que mecanizou o setor têxtil
(figura ao lado), inaugurou-se o ciclo de inovações técnicas ao qual se deu mais tarde o nome de Revolução
Industrial. A principal fonte energética era o carvão, utilizado tanto para mover as máquinas quanto para
alimentar as ferrovias e os barcos a vapor — meios de transporte de matérias-primas para as indústrias e dos
bens produzidos para os mercados consumidores.
Pioneira da maquinofatura, a Inglaterra permaneceu como a principal potência industrial do planeta até quase
o final do século XIX. A frota mercantil britânica, então a maior do mundo, dominava os mares, e a
supremacia comercial do país dava-lhe a necessária disponibilidade de capitais para investir na indústria,
além de assegurar o controle dos mercados fornecedores de matérias-primas. Em meados do século XIX, a
Revolução Industrial havia se alastrado por outros países da Europa e para os Estados Unidos.

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No final do século XIX e em todo o século XX, a energia elétrica e o uso intenso do petróleo passaram a ter
papel decisivo na diversificação da produção e na forma da organização industrial.
A partir da década de 1970, iniciou-se, então, a Revolução Técnico-Científico-Informacional, que se
caracterizou, entre outras coisas, pela forte presença de descobertas científicas e novas tecnologias na
indústria. Os grandes parques industriais alocados anteriormente nos países desenvolvidos deslocaram-se, a
partir da década de 1980, do Ocidente para o Oriente e dos países desenvolvidos para os países em
desenvolvimento. A mão de obra abundante e os baixos salários, aliados às novas tecnologias, contribuíram
decisivamente para que as multinacionais, antes fixadas em alguns países em desenvolvimento, como Brasil
e México, participando de modelos de industrialização de substituição de importações, passassem a se
instalar na Ásia e na própria América Latina, constituindo, juntamente com o Japão, um novo modelo de
gerenciamento de produção denominado plataformas de exportação. Podemos afirmar, então, que a produção
descentralizada inicia sua trajetória e ganha contornos globais.

Tipos de industrialização
Existem três principais tipos de industrialização: a clássica, a planificada e a tardia.
O processo de industrialização manifesta-se de maneira desigual nas mais diferentes partes do globo
terrestre. Aqueles países conhecidos por terem sidos pioneiros nesse processo no âmbito da I Revolução
Industrial e que são considerados do tipo desenvolvido instauraram suas indústrias de forma completamente
diferente dos países socialistas ou de economia planificada e, principalmente, dos países periféricos.

Países de industrialização clássica ou original: Como já frisamos, os países da Europa – além de algumas
outras economias desenvolvidas, como os Estados Unidos – foram os primeiros países a conhecerem o
processo de industrialização de suas sociedades. Eles são os chamados países de industrialização clássica ou
original. Atualmente, são eles os detentores dos principais tipos de ferramentas tecnológicas, além de
abrigarem a maior parte das sedes de multinacionais existentes.

Países de industrialização planificada: esses países industrializaram-se ao longo do século XX em um


processo controlado exclusivamente pelo Estado, desviando-se, ao menos parcialmente, das leis capitalistas
de mercado. As industrializações desse tipo ocorreram nas repúblicas socialistas – ou capitalistas de Estado,
na visão de alguns – que organizaram todo o processo produtivo, burocratizando as relações de produção e
praticamente extinguindo a iniciativa privada.
Com o fim da União Soviética e a passagem gradual de alguns países socialistas rumo à adoção do
capitalismo, tais como Cuba e China, praticamente não há mais indícios de industrialização planificada no
mundo atual.

Países de industrialização tardia: a maioria desses países ainda está nas fases iniciais de suas
industrializações, que se manifestam na América Latina, na Ásia e na África, abrangendo praticamente todas
as economias periféricas do mundo. Esse tipo de industrialização caracteriza-se por ser operado,
principalmente, pelo capital estrangeiro por meio de empresas multinacionais, com priorização da produção
de bens de consumo e com tecnologia importada. A disseminação da industrialização tardia vem
contribuindo para que países predominantemente rurais se urbanizem rapidamente, tanto que, no ano de
2010, registrou-se pela primeira vez no mundo o predomínio da população urbana sobre a população
residente no meio agrário.

Tipos de indústria
As indústrias podem ser classificadas de várias maneiras, levando-se em conta diferentes critérios, como a
tecnologia empregada ou o tipo de produto. Se considerarmos seu foco de produção, poderemos classificá-
las em: indústrias de bens de produção, indústrias de bens intermediários e indústrias de bens de consumo.
As indústrias de bens de produção ou de base são aquelas que transformam e processam matéria-prima
para outras indústrias, como siderúrgicas, metalúrgicas e indústria de maquinário pesado. A indústria
extrativa de minérios e petróleo também se encaixa nessa categoria.
As indústrias de bens intermediários são aquelas que fornecem máquinas e equipamentos para as
indústrias de bens de consumo, como as indústrias mecânica, naval e de autopeças.

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As indústrias de bens de consumo transformam matéria-prima em bens e mercadorias voltadas para o
consumidor final. Os produtos podem ser duráveis ou não duráveis.
• Bens duráveis — automóveis, eletrodomésticos, móveis, entre outros.
• Bens não duráveis — roupas, alimentos, calçados, entre outros.

Exercícios

1) O novo processo de produção introduzido com a Revolução Industrial, no século XVIII, caracterizou-se
pela:

(A) implantação da indústria doméstica rural em substituição às oficinas.


(B) realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
(C) mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
(D) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos que conseguiam financiamento para isso.
(E) preocupação em aumentar a produção, respeitando-se o limite da força física do trabalhador.

2) Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na Inglaterra do século XVIII, é correto afirmar que ela:

(A) foi adotada não somente para promover maior eficácia da produção, como também para realizar a
dominação capitalista, à medida que as máquinas submeteram os trabalhadores a formas autoritárias de
disciplina e a uma determinada hierarquia.
(B) ocorreu graças ao investimento em pesquisa tecnológica de ponta, feito pelos industriais que
participaram da Revolução Industrial.
(C) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas universidades.
(D) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários estimulavam os operários a desenvolver novas
tecnologias.
(E) foi única e exclusivamente o produto da genialidade de algumas gerações de inventores, tendo sido
adotada pelos industriais que estavam interessados em aumentar a produção e, por conseguinte, os lucros.

3) O segmento industrial que tem sua produção destinada diretamente para o mercado consumidor, a partir
de bens provenientes das indústrias de base ou de recursos ligados à agricultura, é:
(A) Indústria de bens de consumo
(B) Indústrias extrativas
(C) Indústrias de bens de produção
(D) Indústrias de equipamentos

Aula 2

Modelos de organização industrial


As formas de gerenciamento, atualmente, promovem a divisão de tarefas, a automação industrial e a
especialização da produção e do trabalho. Outra característica é a alteração do processo de produção e
também da organização de trabalho, buscando produzir mais em menos tempo. As diversas formas de
organização do trabalho elaboradas no século XX, além de coexistirem na atualidade, têm o mesmo objetivo
comum: aumentar a produtividade para ampliar os lucros.

Taylorismo
No início do século XX, o engenheiro estadunidense Frederick Taylor (1856-1915) estudava os tempos e os
movimentos dos trabalhadores e das máquinas nas fábricas. Suas observações levaram a uma série de normas
que deveriam ser seguidas pelos operários para que se conseguisse melhorar a eficiência na linha de
produção, gerando, assim, maior produtividade e, consequentemente, lucros crescentes. Esse método ficou
conhecido como taylorismo e foi rapidamente adotado pelo setor industrial, uma vez que racionalizava,
controlava e aumentava a produtividade do trabalho.

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Fordismo
O empresário estadunidense do setor automobilístico Henry Ford (1863-1947) produziu o carro Ford T com
a intenção de elevar a produção e o consumo desse veículo a níveis jamais alcançados. Dessa forma,
implantou a produção em série, o que levou ao consumo em massa, dentro dos princípios do fordismo O
fordismo incorporou as linhas de montagem, nas quais cada operário realiza uma função específica e
especializada que se repete durante toda a jornada de trabalho. A racionalização e a organização,
introduzidas pelo fordismo na produção fabril, aumentaram a produtividade, criando as bases da economia
industrial em escala e da sociedade de consumo.

Toyotismo
Nos anos 1950, surgiu no Japão uma nova forma de organizar o trabalho industrial, baseado na produção
flexível, na qual as equipes de trabalho participavam de todas as etapas da produção. Essa organização da
produção industrial foi chamada de toyotismo, por ter sido criada dentro da Toyota, uma corporação
japonesa.
O toyotismo criou o sistema justin time, pelo qual as matérias-primas e os insumos industriais são
requisitados aos fornecedores à medida que há demanda e parte da produção é terceirizada conforme a
demanda. Dessa forma, o custo de estocagem e o de mão de obra, entre outros, é reduzido, e pode-se atender
às necessidades específicas dos clientes. Esse sistema foi o princípio da desconcentração industrial.

Fatores locacionais
Os fatores que levam à escolha de determinado lugar para a instalação de uma empresa industrial são
denominados fatores locacionais.
As indústrias eram instaladas em locais que simplificassem e otimizassem as condições de produção. Nas
unidades industriais mais antigas, buscava-se minimizar os custos do transporte de matérias-primas (como o
ferro), das fontes de energia (por exemplo, o carvão) ou de mercadorias até os grandes mercados
consumidores. Por isso, as primeiras indústrias concentravam-se às margens de rios, nas áreas periféricas das
cidades, nas proximidades de terminais ferroviários e marítimos, e também nas áreas produtoras de energia.
No início da Revolução Industrial, entre o final do século XVIII até o século XIX, a presença de reservas de
carvão mineral era um dos fatores mais relevantes para a localização das fábricas, uma vez que o carvão era a
principal fonte de energia utilizada nas máquinas. Por essa razão, unidades fabris foram instaladas no entorno
das principais bacias carboníferas da Europa. São exemplos marcantes desse processo o vale do Ruhr, na
Alemanha, e a região de Yorkshire, na Inglaterra.
Após a Segunda Guerra Mundial, países da América Latina e, mais recentemente, países asiáticos (até então
primordialmente agrícolas) vincularam-se aos interesses da expansão capitalista e atraíram indústrias,
oferecendo vantagens fiscais, como a isenção de impostos e de tarifas para a importação de máquinas e de
equipamentos necessários à implantação das fábricas.
Na atualidade, existem vantagens competitivas que tornam certo local atrativo para que as companhias
industriais realizem seus investimentos. Os mais importantes costumam ser a presença de mercado
consumidor, matérias-primas, mão de obra, disponibilidade de energia, incentivos fiscais, redes de
transportes. Com a revolução nos transportes e nas telecomunicações, empresas de alta tecnologia, por
exemplo, consideram outros fatores locacionais, como a proximidade a grandes universidades que
desenvolvam pesquisas.

Estratégias de controle da produção


Várias estratégias de natureza geográfica para o controle espacial da produção são utilizadas pelas empresas
transnacionais. Entre elas, destacam-se a desconcentração, a descentralização e a localização flexível.
Atualmente, a indústria mundial vem sofrendo evidente desconcentração geográfica, fazendo-se presente em
inúmeras áreas do mundo capitalista e modificando o panorama da economia global.
A desconcentração consiste na remoção de unidades produtivas de antigas regiões industriais e na
instalação de novas unidades em outras regiões pouco industrializadas, alterando a divisão do trabalho. Essa
estratégia levou à maior internacionalização de todo o processo produtivo e foi responsável por provocar
modificações substanciais nas relações de trabalho. Essas unidades, intensivas em tecnologia, têm alterado
significativamente a quantidade e o tipo de mão de obra necessária para operar suas instalações, além de
oportunizar resultados, deslocando-se rapidamente entre diferentes países. Como operam com alta
tecnologia, prescindem de grandes contingentes de mão de obra, contratando apenas um reduzido número de

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trabalhadores altamente especializados. As unidades também podem ser fechadas rapidamente e transferidas
para outros países que apresentem condições econômicas mais atraentes. No entanto, diversos setores da
indústria de alta tecnologia, como a aeroespacial, encontram-se ainda bastante concentrados nos países
desenvolvidos
Dessa forma, Brasil, Argentina, México, África do Sul e Turquia, entre outros, receberam investimentos
diretos de transnacionais por apresentarem condições que atendiam aos interesses dessas empresas
industriais.
Também a Índia, desde a década de 1980, vem recebendo investimentos de grandes empresas transnacionais
de alta tecnologia, como as de informática, tecnologia nuclear e aeroespacial. Nesse país existem mais de mil
empresas produtoras de softwares, componentes de computadores e equipamentos eletrônicos, empregando
uma parcela significativa da mão de obra local. Essas empresas movimentam bilhões de dólares por ano e
concentram-se na cidade de Bangalore, no sul do país.
A estratégia de desconcentração não deve ser confundida com a de descentralização, na qual a política de
desenvolvimento industrial de um país favorece a implantação de empresas em regiões periféricas por meio
de incentivos fiscais e financeiros e também de investimentos em melhoria da infraestrutura.
Já a localização flexível prevê a dispersão da produção em várias unidades produtivas, o que repercute em
uma acentuada mobilidade geográfica das empresas. Essa mobilidade supõe que, sempre que se propuser um
novo negócio mais lucrativo, a área industrial original será abandonada e se buscará um lugar mais adaptado
às exigências do mercado, com o emprego de plataformas de produção ágeis e flexíveis.
Fabricar onde as condições são menos onerosas responde à vantagem comparativa do custo da mão de obra;
à maior produtividade da força de trabalho; ao potencial de crescimento do mercado; entre outros fatores.
A localização flexível da produção industrial ocorre em escalas local, regional e mundial.
• Escala local — empresas próximas ao centro das metrópoles que comandam a produção de outras
empresas na periferia urbana; realiza o serviço ou atende à encomenda da empresa que oferecer o menor
preço ou que aceitar as exigências de prazo e padrão de qualidade impostas.
• Escala regional — empresas como as maquilladoras (complexos industriais estadunidenses instalados no
México), que recebem peças dos Estados Unidos para montar, aproveitando o baixo custo da mão de obra
mexicana.
• Escala mundial — empresas de países desenvolvidos que operam em países em desenvolvimento em
busca de vantagens comparativas, destacando-se sua mobilidade espacial.

Industrialização diferencial
Vivemos hoje um processo de industrialização diferencial acelerado pela redução das barreiras alfandegárias
e pela integração dos mercados. As corporações transnacionais têm cada vez mais facilidade para transferir
fábricas aos países que ofereçam mão de obra mais barata. Os países desenvolvidos são mais capazes que os
países em desenvolvimento de atrair investimentos para as indústrias de alta tecnologia, em vista do
potencial de seu mercado consumidor, da qualificação de seus profissionais e da oferta de infraestrutura. As
indústrias transnacionais atuam em diferentes países procurando otimizar sua produção, sempre em busca de
maiores lucros, a fim de alcançar o maior custo- -benefício. A produção atende a um mercado mundial e não
mais local, e, ao mesmo tempo, é realizada em diversas unidades fabris, em diferentes países. O escoamento
da produção se dá de forma rápida e eficiente graças ao barateamento dos transportes ocorrido nas últimas
décadas e ao aumento da capacidade de armazenamento e distribuição de bens e mercadorias, que são feitos
por meio de um conjunto de técnicas altamente planejadas conhecido como logística

Exercícios

1) Identifique a alternativa que completa corretamente a frase transcrita a seguir. “Durante muito tempo, o
predominou na produção. A inflexibilidade deste modelo, no qual cada operário deve entrar no ritmo
repetitivo e na rotina da esteira de montagem, acarretou problemas como defeitos em alguns produtos,
obrigando a serem despendidas enormes somas com fiscalização e controle de qualidade.”

(A) Modelo de Capitais Voláteis (B) Modelo Neoliberal (C) Modelo Fordista (D) Modelo Socialista (E)
Modelo do Estado Mínimo

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2) Observe a charge e responda:

a) A charge faz alusão a um modelo de organização do trabalho e da produção. Explique-o.


b) Considerando a explicação do modelo de organização do trabalho, analise quais críticas são feitas pelo
autor da charge a essa forma de gerenciamento do trabalho.

3) Diferencie as estratégias desconcentração e descentralização na política de desenvolvimento industrial


de um país.

Aula 3

A modernização das economias emergentes


O conjunto dos países em desenvolvimento industrializados (chamados também de emergentes) ocupa uma
posição peculiar no panorama da globalização, uma vez que apresenta uma história de industrialização tardia
e incompleta, baseada em investimentos estrangeiros e estatais. Poderemos compreender essa particularidade
se analisarmos a denominação dada a esses países pela ONU e outros organismos internacionais: são os
“países em desenvolvimento” ou “economias emergentes”; portanto, nem “desenvolvidos” nem “de baixa
industrialização”.
O que os torna um conjunto é o caráter de suas trajetórias de modernização econômica, apoiadas em capitais,
tecnologias ou mercados externos, e as profundas desigualdades de renda e de nível de vida entre as camadas
sociais de suas populações. Porém, esse conjunto apresenta também significativa diferenciação interna.
Entre os países emergentes destacam-se os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). São países
com grande extensão territorial, numerosa população (China e Índia somavam em 2016 cerca de 2,5 bilhões
de habitantes), ricos em recursos minerais, que têm forte base industrial e que vêm apresentando acelerado
crescimento econômico nos últimos anos. Por essas características, têm recebido grandes investimentos
estrangeiros, aumentando significativamente seu setor industrial. A China é hoje uma das mais importantes
exportadoras de produtos manufaturados do mundo. Além dos países que formam o acrônimo Brics,
destacam-se como emergentes as nações que, durante o século XX, ficaram conhecidas como Tigres
Asiáticos de primeira e de segunda ondas — Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura — e os países latino-
americanos México, Argentina e Chile.

Tigres Asiáticos
Tigres Asiáticos é o nome dado ao conjunto de países da Ásia que são tradicionalmente agrícolas, e que vêm
demonstrando, nas últimas décadas, um elevado e acelerado crescimento econômico. Tal ascensão está
diretamente ligada a um significativo incremento no setor industrial (setor secundário), incluindo ainda o
setor de serviços e comércio (setor terciário), especialmente os financeiros e comerciais. Por esse motivo,
houve a instalação de várias empresas do ramo de exportação e importação, além de bancos internacionais,
bolsas de valores, entre outros.
As indústrias situadas nos Tigres Asiáticos focalizam, na maioria dos casos, a produção de bens de consumo.
Geralmente são pequenas e médias empresas ou mesmo multinacionais de origem japonesa, norte-americana
e europeia. O principal destaque é para a produção eletroeletrônica, automobilística, de brinquedos e roupas,
e alimentícia. É bom enfatizar que nesse grupo de países há indústrias envolvidas na produção de tecnologia
de ponta, nas telecomunicações, informática e aeroespacial.
No final da década de 1970, quatro países integravam os chamados Tigres Asiáticos: Cingapura (sudeste da
Ásia), Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan (leste da Ásia). Mas tarde ingressaram outros países, chamados
de Novos Tigres Asiáticos, são eles: Malásia, Tailândia, Indonésia e Filipinas (sudeste da Ásia).

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A geografia industrial da Revolução Técnico-Científico-Informacional
Quatro eixos fundamentais embasam o desenvolvimento da Revolução Técnico- -Científico-Informacional;
conheça-os a seguir.
• informática — compreende o armazenamento e a transmissão de informações, configurando-se no setor de
produção em massa de computadores pessoais, super computadores, serviços de videotexto, bancos de dados
informatizados e novos equipamentos de telecomunicação por redes de cabos de fibra ótica e por satélites;
• biotecnologia e engenharia genética — abrangem aplicações biológicas, médicas e agropecuárias de alta
tecnologia, configurando-se no setor que desenvolve sínteses de DNA e fusão de células, novos produtos
farmacêuticos e organismos geneticamente modificados (OGM);
• novas técnicas e materiais de produção — compreendem a fabricação de circuitos integrados e
semicondutores, a utilização de materiais revolucionários, a mecatrônica (automação por meio de robôs
industriais) e a nanotecnologia (tecnologias microscópicas);
• fontes energéticas alternativas — envolvem reatores nucleares de nêutrons, pilhas e células de combustíveis
e eletricidade fotovoltaica.
Em tempo de Revolução Técnico-Científico-Informacional, agregar valor aos produtos — isto é, tornar um
produto mais valorizado por meio do incremento de inovações tecnológicas e outros atributos de qualidade e
facilidades oferecidos — depende, sobretudo, da aplicação do conhecimento em sua produção e em sua
transformação. A informação científica tem, portanto, papel fundamental na produção, e o acesso a ela
depende de vultosos investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas. Somente as grandes corporações
transnacionais ou o poder público de um pequeno grupo de nações podem fazer tais investimentos, uma vez
que dispõem do capital necessário para essa finalidade. Assim, em apenas alguns países há disponibilidade
de pessoal com a qualificação e a remuneração exigidas.

Polos tecnológicos
Nas últimas décadas do século XX, os polos tecnológicos (ou tecnopolos) resultaram da união entre
empresas e instituições de pesquisa de alta tecnologia, como as universidades. Neles, instalaram-se
laboratórios e foi desenvolvida tecnologia aplicada aos interesses de empresas e instituições públicas —
novos materiais, programas de computador e os recentes produtos vinculados à biotecnologia.
O objetivo de concentrar empresas e instituições de pesquisa em áreas contíguas é incentivar as pesquisas
científicas que possam agregar valor aos produtos industriais complexos, resultantes da pesquisa de ponta. O
sucesso desse modelo pode ser verificado em muitos países do mundo; o Vale do Silício, na Califórnia
(Estados Unidos), é mundialmente reconhecido pelo surgimento de empresas de alta tecnologia. A
importância das universidades para a formação de polos tecnológicos do Vale do Silício pode ser
evidenciada no nome de uma das principais empresas de desenvolvimento de softwares da região: o nome da
Sun Microsystems vem da Universidade de Stanford: Stanford University Network (Rede da Universidade
de Stanford).
Na França, também foram constituídos tecnopolos, dos quais o mais destacado é o de Sophia Antipolis,
criado para desenvolver empresas de alta tecnologia. Outros polos franceses de destaque localizam-se em
Paris e em Montpellier. O Japão possui vários polos de alta tecnologia, sendo o mais conhecido o de
Tsukuba, que abriga inúmeras empresas, em especial as dedicadas à microeletrônica.
Os primeiros polos tecnológicos brasileiros se formaram na década de 1980. Como também acontece em
outras partes do mundo, resultam da presença de mão de obra altamente qualificada. Os mais expressivos
encontram-se no estado de São Paulo, nas cidades de São Paulo e de Campinas.

Exercícios

1) Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma característica presente em todos os membros do
BRICS.
(A) Possuem amplos mercados consumidores.
(B) Consolidaram, ao longo do tempo, relativas estabilidades econômicas.
(C) São países emergentes em fase de crescimento social e econômico.
(D) Mão de obra e matérias-primas disponíveis em grandes quantidades.
(E) Elevados desempenhos nos índices de desenvolvimento humano.

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2) A partir da década de 1970, quatro países asiáticos surpreenderam o mundo com uma expressiva
industrialização. Devido às características desse processo e à localização de Cingapura, Hong Kong, Coréia
do Sul e Taiwan, estes foram denominados Tigres Asiáticos. Recentemente, esses quatro países expandiram
sua economia para países vizinhos do Sudeste Asiático, agora denominados de novos Tigres Asiáticos.
Caracterize a atividade industrial desses países.

3) A produção do espaço geográfico é um processo histórico e social caracterizado pela apropriação dos
recursos naturais pela sociedade e pelo progresso técnico vigente em cada momento histórico. Assim, com o
desenvolvimento técnico-científico-informacional, traço marcante do mundo atual, o espaço geográfico
(A) passou a ser produzido de forma generalizada, tendo em vista a distribuição homogênea do sistema
técnico em escala global.
(B) tornou-se mais denso em objetos artificiais, permitindo a aceleração dos fluxos da economia
informacional.
(C) foi unificado pelo surgimento das cidades globais, devido à distribuição uniforme do sistema mundial de
redes de informações.
(D) tornou-se globalizado, em virtude da universalização do acesso da população mundial aos objetos
técnicos e informacionais.

Aula 4

Industrialização no Brasil

O espaço econômico-industrial brasileiro


A economia brasileira apresenta uma estrutura relativamente diversificada. O país é grande produtor mundial
de bens primários (produtos agrícolas e minerais), tem amplo mercado consumidor e sua indústria produz
bens de consumo duráveis, máquinas e equipamentos, insumos básicos e energia. A atividade industrial no
Brasil, no entanto, reduziu sua participação na economia dos últimos anos, enquanto o setor de serviços
aumentou sua participação na composição da renda do país. A agropecuária também teve um bom
desempenho, inserindo-se de forma competitiva no mercado internacional. A indústria nacional enfrenta
desafios importantes, como a incorporação e a criação de novas tecnologias e a concorrência externa,
acentuados pelo processo de abertura da economia.

Substituição das importações


A industrialização brasileira fincou suas bases no Sudeste, no final do século XIX, quando o Império deu
lugar à República. A economia cafeeira, a abolição da escravatura e a imigração em massa transformaram
todo o panorama social e econômico do país. A primeira fase do processo de industrialização ocorreu entre
1890 e 1930 — quando a exportação de café era a principal atividade econômica no Brasil e fornecia as
bases para o surgimento de fábricas, que se concentraram nas cidades de São Paulo (veja a foto abaixo) e Rio
de Janeiro. Nessa primeira fase, predominaram as indústrias têxteis, de vestuário, calçados e alimentos.
A partir da década de 1930, durante a Era Vargas, a industrialização brasileira apresentou enorme
crescimento, embora a economia nacional ainda se sustentasse no setor agroexportador. Após a Segunda
Guerra Mundial, a industrialização passou por uma fase de aceleração que se prolongaria até meados da
década de 1970, quando o principal setor econômico brasileiro deixou de ser a agricultura de exportação e os
grandes proprietários de terra perderam o status de elite dirigente do país.

As transformações do pós-guerra
Em compasso com o avanço do crescimento industrial e urbano, o Brasil conheceu a formação de
um mercado consumidor interno (que se tornou rapidamente o motor de seu crescimento
econômico), bem como a redução de sua dependência das exportações. O nível de fluxo de capitais
aumentou com a ampliação dos investimentos estrangeiros diretos no país. Se anteriormente esses
investimentos se restringiam às ferrovias, à eletricidade e ao comércio de importação e de
exportação, no pós- -guerra eles passaram a ser aplicados predominantemente nos ramos industriais
mais modernos. A produção brasileira de manufaturados (estes antes importados) constituiu a lógica
do modelo de substituição de importações, sendo viabilizada pelo Estado com:

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• imposição de elevadas tarifas de importação para diversos bens de consumo, com o objetivo de
atrair investimentos produtivos de corporações transnacionais para o interior do território;
• implantação de empresas estatais nos setores de infraestrutura, como o de geração de energia
elétrica, o de telecomunicações e o de bens de produção (extração e refino de petróleo e siderurgia),
com o intuito de criar as condições gerais necessárias ao desenvolvimento industrial.
A substituição de importações causou redução progressiva do peso das importações no Produto
Interno Bruto (PIB).
O fim da Segunda Guerra Mundial provocou, de imediato, forte impacto nas exportações e nas
importações brasileiras. Em seguida, porém, sua participação no PIB do país foi diminuindo,
paulatinamente, até a década de 1970, pois o aumento do consumo interno e a ampliação da oferta
de bens industriais produzidos no país reduziram o peso das exportações e das importações no PIB.

Internacionalização da economia
Na segunda metade do século XX, a industrialização brasileira conheceu uma fase de aceleração iniciada
com o Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), que atraiu grandes investimentos
externos para a implantação no país de indústrias de bens de consumo duráveis. Até meados dos anos 1970
(durante o regime militar), os capitais internacionais entravam no Brasil principalmente como investimentos
produtivos diretos. Na forma de abertura de filiais, corporações transnacionais definiram ramos industriais
sob seu comando e se associaram a capitais privados nacionais e a capitais estatais em outros ramos. Durante
a década de 1970, o governo militar desenvolveu uma política de crescimento econômico sustentada por um
acentuado endividamento externo, com a construção de grandes obras e com a ampla participação do capital
estrangeiro na economia.
Desde a década de 1980, as mudanças originadas pela Revolução Técnico- -Científica e as transformações da
economia mundial se contrapuseram ao velho modelo de substituição de importações. A integração crescente
do mercado mundial chocou-se com o sistema de proteção do mercado nacional, que acabou sucumbindo. O
modelo brasileiro de substituição de importações estagnou quando os investimentos externos escassearam
em virtude de barreiras comerciais, as quais impediam sua integração às cadeias produtivas
internacionalizadas. Dessa crise originou-se um novo modelo econômico, condicionado pela mundialização
da economia.
A era industrial que se inaugurava trazia como características marcantes a automação e a robotização —
responsáveis pela redução da necessidade de mão de obra, proporcionada pelo aumento da produtividade, e
pela utilização menos intensiva de matérias-primas e de energia. A indústria baseada nas tecnologias de
ponta foi o motor dessa nova era; a contínua incorporação destas ao processo produtivo implicava altos
investimentos em produtos rapidamente obsolescentes (que, por sua vez, requeriam aumento da produção e
ampliação de mercado).

Liberalização da economia
No início da década de 1990, as relações do Brasil com a economia mundial foram definitivamente
modificadas por meio da liberalização da economia e da consequente abertura do mercado às importações de
produtos estrangeiros. A abertura da economia levou a uma onda de novos investimentos estrangeiros
diretos, possibilitando a retomada do crescimento industrial brasileiro dentro da nova lógica produtiva e não
mais da de substituição de importações. As indústrias instaladas no país desde meados dos anos 1990 estão
inseridas em cadeias produtivas internacionalizadas. A produção econômica globalizada, caracterizada por
cadeias produtivas distribuídas em diversas partes do mundo, dispõe de unidades produtivas com uso
reduzido de mão de obra e utilização intensiva de tecnologia, podendo ser fechadas e transferidas mais
facilmente. Essas unidades fabris importam parte considerável dos insumos e componentes utilizados e
complementam suas linhas de produção localizadas em outros países. O projeto dessas indústrias é atingir
não só o mercado nacional, mas também o global. A política de privatizações, no primeiro mandato do
presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), ampliou a escala de vendas das estatais, incluindo
empresas dos setores infraestruturais de energia, transporte e telecomunicações, que eram antes
monopolizados pelo Estado; entre essas estatais, estava a Companhia Vale do Rio Doce.
Esse modelo de industrialização internacionalizada ainda vigora no país.

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Região Concentrada
A proximidade com fontes e matérias-primas, o desenvolvimento de novos centros consumidores e o
processo de diversificação e desconcentração impulsionaram a constituição de diversos polos industriais no
território brasileiro. Em alguns casos, eles resultaram de articulações políticas e opções estratégicas. Os
principais polos industriais brasileiros estão nas regiões Sudeste e Sul do país — uma das razões pelas quais
Milton Santos denominou essa área de Região Concentrada, em virtude de sua enorme concentração de
redes materiais e imateriais indispensáveis ao desenvolvimento industrial. Entretanto, nos últimos anos, a
indústria vem ganhando importância em outros estados, o que diminui a concentração desses polos no
Sudeste e no Sul do país.

Regiões industriais e sua articulação no espaço


São Paulo apresenta a maior concentração industrial brasileira. A partir da década de 1950, montadoras de
automóveis instalaram-se no chamado ABCD — os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo,
São Caetano do Sul e Diadema —, integrantes da Grande São Paulo, impulsionando fortemente a
industrialização paulista. O desencadeamento do processo de abertura da economia brasileira para a
competição externa na década de 1990 trouxe profundas transformações para o ABCD paulista: fábricas
antigas fecharam as portas ou transferiram-se para outras áreas em busca de mão de obra menos organizada
(pressão dos sindicatos) e mais barata, menores impostos, benefícios fiscais, entre outros. Além disso, o
número de trabalhadores no setor industrial diminuiu após a introdução da automação do parque industrial
automobilístico, decorrente dos avanços proporcionados pela Revolução Técnico-Científica. O ABCD revela
hoje um fenômeno que atinge a Grande São Paulo: a desindustrialização. A metrópole especializa-se no
comércio, nos serviços e nas atividades financeiras. Como se vê, a desindustrialização não significa,
necessariamente, perda de posição e comando ou decadência econômica. Atualmente, o setor de serviços é o
que ocupa a maior parte da mão de obra na Região Sudeste e no país, pois, mesmo ainda contendo grande
parte da produção industrial, a produção tende a utilizar menos mão de obra e mais tecnologia.
A presença de grandes reservas de ferro e manganês no Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas Gerais,
e as instalações portuárias do porto de Tubarão, no Espírito Santo, foram fundamentais para atrair
investimentos na siderurgia. Essa região se estende pelo sudeste de Belo Horizonte, no espaço delimitado
pelas cidades de Sabará, Santa Bárbara, Mariana, Congonhas, Ouro Preto, João Monlevade, Itaúna, Itabira,
entre outras. Completam esse cenário industrial as siderúrgicas instaladas no vale do Rio Doce, que corre
para o norte de Minas Gerais e depois para o leste, em terras do Espírito Santo, dando origem a um corredor
industrial conhecido como Vale do Aço. Além disso, no Espírito Santo, encontra-se a maior fábrica de
celulose do mundo, pertencente à empresa Aracruz.
No estado do Paraná, destacam-se o polo industrial tecnológico da região metropolitana de Curitiba,
composto por indústrias de ponta (informática, eletroeletrônica, mecânica de precisão, microeletrônica,
biotecnologia, química fina, tecnologia de alimentos) e o centro de montadoras de automóveis, em São José
dos Pinhais. O principal parque industrial do Rio Grande do Sul “transbordou” de Porto Alegre para cidades
vizinhas, criando um eixo urbano e industrial que envolve os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul,
São Leopoldo e Novo Hamburgo, centro de uma das principais áreas de produção de couros e calçados do
país.
No Nordeste, tradicionalmente agrícola, os investimentos industriais cresceram na segunda metade do século
XX, em função de incentivos governamentais. Como resultado, a forte urbanização e o desenvolvimento
econômico atingido nas últimas décadas expandiram as atividades industriais na chamada Zona da Mata

Exercícios

1) Explique a política de substituição de importações implantada no Brasil do pós-guerra.

2) A política para o desenvolvimento do governo Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, priorizou:
(A) a tecnificação da agricultura para exportação.
(B) a promoção da indústria de base, a exemplo da siderurgia.
(C) a estatização dos meios de comunicação, com o surgimento da Embratel.
(D) a produção de bens de consumo, a exemplo da indústria automotiva. e) a privatização dos setores
industriais de base.

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

HISTÓRIA

PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930)

O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo
domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria
deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.

República da Espada (1889 a 1894): em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal
Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do
Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto.

Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana): Na Constituição de 1891 a República rompe com a dinâmica de
Estado Imperial. Ao definir o Estado como laico, deu fim ao Padroado e à união de Estado e Igreja Católica. A República garante
em sua Carta Magna as diretrizes sociais que adota, no entanto, apesar de prever a Liberdade de Religião, o Código Penal condena
crenças como o Espiritismo e as religiões afrodescendentes.
A Carta Magna da República inicia também a separação tripartidária do Poder, excluindo a mediação Imperial, que era exercida
por meio do Poder Moderador. Agora a política nacional seria dividida entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A
dinâmica de pleito presidencial a cada 4 anos também fica decidido nesse momento.
A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos (mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de
fora). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.

República das Oligarquias: o período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor
agrário. Contavam com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que
beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam
oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e
transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois exemplos do
movimento tenentista.

Política do Café-com-Leite: a maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados
eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os
presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do
café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.
Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste,
por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam
pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Política dos Governadores : montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as
oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos
partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do
governo.

Coronelismo : a figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior
do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que
apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores
de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e
fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos"
para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e
violência.

Movimentos sociais - As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores, como desigualdade social e
pobreza, violência policial, medo, fanatismo religioso etc. As quatro principais revoltas do período, isto é, as mais estudadas são:
Canudos, Contestado, Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.
 A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896-97 e foi motivada pela insatisfação das elites baianas com a formação do
arraial que possuía um líder religioso desvinculado da Igreja e uma experiência social com ares de igualitarismo.

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 A Guerra do Contestado aconteceu em uma região disputada por Paraná e Santa Catarina e envolvia a insatisfação dos
sertanejos com a pobreza e o fervor religioso.
 A Revolta da Vacina foi motivada pela insatisfação da população com a violência do processo de modernização do Rio
de Janeiro aliada ao medo da campanha de vacinação forçada.
 A Revolta da Chibata teve como estopim a insatisfação dos marinheiros negros e mestiços com os castigos físicos que
sofriam na Marinha.
Muitos historiadores classificam as revoltas da República Velha (ou Primeira República) como rurais ou urbanas. No caso das
revoltas rurais, o historiador Boris Fausto ainda afirma que elas podem ser classificadas de três maneiras distintas:
 As que combinaram conteúdo religioso com carência social: Canudos e Revolta de Juazeiro.
 As que combinaram conteúdo religioso com reivindicação social: Contestado.
 As que expressaram reivindicações sociais sem conteúdo religioso: greves de trabalhadores rurais organizadas na década
de 1910.
Dessa divisão de revoltas urbanas e revoltas rurais, segue uma classificação de algumas das que aconteceram durante o período:
 Revoltas urbanas: Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, Greves operárias.
 Revoltas rurais: Canudos, Contestado, Revolta de Juazeiro, Cangaço.

ATIVIDADES

1. Analise a charge ao lado e responda as questões


a) Que aspecto da política brasileira do início do século XX o
artista representou na imagem?

b) Que critica o cartunista pretendeu fazer ao eleitor e ao


político daquele período?

Charge de Storni As próximas eleições... de “cabresto”, publicada na revista Careta, 1917. Fundação da Biblioteca Nacional. RJ

2. Cabia agora definir, de uma vez por todas, a repartição dos poderes na República: o que caberia ao executivo federal, ao estadual,
às instituições legislativas, ao município e aos coronéis. Já havia o texto constitucional, mas à estrutura politico-jurídica estavam
subjacentes, ainda, os resquícios do patrimonialismo. Campos Salles (1898-1902) sacramentou o pacto do poder pela aplicação da
"Política dos Governadores (JANOTTI, Maria de Lourdes Moraes. O coronelismo: uma politica de compromisso. São Paulo:
Brasiliense, 1992.)
a) Caracterize o coronelismo.
b) No que consistia a “Política dos Governadores”?

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914 – 1918)

A Primeira Guerra Mundial foi um marco na história da humanidade. Foi a primeira guerra do século XX e o primeiro
conflito em estado de guerra total – aquele em que uma nação mobiliza todos os seus recursos para viabilizar o combate.
Estendeu-se de 1914 a 1918 e foi resultado das transformações que aconteciam na Europa, as quais fizeram diferentes nações
entrar em choque. O resultado da Primeira Guerra Mundial foi um trauma drástico. Uma geração de jovens cresceu traumatizada
com os horrores da guerra. A frente de batalha, sobretudo a Ocidental, ficou marcada pela carnificina vivida nas trincheiras e
um saldo de 10 milhões de mortos. Os desacertos da Primeira Guerra Mundial contribuíram para que, em 1939, uma nova guerra
acontecesse.
Por volta de 1914, havia motivos de sobra para o acirramento das divergências entre os países europeus. Era grande, por
exemplo, a insatisfação entre as nações que tinham chegado tarde à partilha da África e da Ásia; a disputa ostensiva por novos
mercados e fontes de matérias-primas envolvia muitos governos imperialistas; e as tensões nacionalistas, acumuladas durante
décadas, pareciam prestes a explodir. O que estava em jogo eram interesses estratégicos para vencer a eterna competição pela
hegemonia na Europa e no mundo.

Causas do conflito:
1- Disputa colonial: buscando novos mercados para a venda de seus produtos, os países industrializados entravam em choque pela
conquista de colônias na África e na Ásia.
2- Concorrência econômica: cada um dos grandes países industrializados dificultara a expansão econômica do país concorrente.
Essa briga econômica foi especialmente intensa entre Inglaterra e Alemanha.
3- Disputa nacionalista: em diversas regiões da Europa surgiram movimentos nacionalistas que pretendiam agrupar sob um
mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. O nacionalismo exaltado provocava um desejo de expansão territorial.
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4- Movimentos nacionalistas: os interesses da Alemanha, Rússia e França.
Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa no início do século XX, podemos destacar os
seguintes:
 Pan-eslavismo: buscava a união de todos os povos eslavos da Europa oriental. Era liderado pela Rússia.
 Pangermanismo: buscava a expansão da Alemanha através dos territórios ocupados por povos germânicos da Europa
central. Era liderado pela Alemanha.
 Revanchismo francês: visava desforrar a derrota francesa para a Alemanha em 1870 (Guerra Franco-prussiana) e
recuperar os territórios da Alsácia-Lorena, cedidos aos alemães.
A situação conflituosa deu origem à chamada PAZ ARMADA. Como o risco de guerra era bastante grande, as principais
potências trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos.
5- Política das alianças:
O clima de tensão internacional levou as grandes potências a firmar tratados de alianças com certos países. O objetivo desses
tratados era somar forças para enfrentar a potência rival.
A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália.
A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia.

A explosão da Guerra Mundial : O assassinato de Francisco Ferdinando (Sarajevo, Bósnia, 28/06/1914) foi o estopim que detonou
a Primeira Guerra Mundial, quando as tensões entre os dois blocos de países haviam crescido a um nível insuportável.
 Principais fases: primeira fase (1914/1915) movimentação de tropas e equilíbrio entre as forças rivais; segunda fase
(1915/1917) guerra de trincheiras; terceira fase (1917-1918) entrada dos Estados Unidos, ao lado da França e da Inglaterra,
e derrota da Alemanha.
 Entrada da Itália – A Itália, membro da Tríplice Aliança, manteve-se neutra até que, em 1915, sob promessa de receber
territórios austríacos, entrou na guerra ao lado de franceses e ingleses.
 Saída da Rússia – Com o triunfo da Revolução Russa de 1917, na qual os bolcheviques estabeleceram-se no poder, foi
assinado um acordo com a Alemanha para oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de
Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia.
 Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muitos investimentos nesta guerra com seus amigos aliados
(Inglaterra e França). Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Utilizou-se como pretexto o afundamento
do navio “Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.
 Participação do Brasil – Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos submarinos alemães
perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wenceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou sua
neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro, quando recebeu a noticia do
afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no policiamento
do Atlântico e uma missão médica.

Consequências da guerra:
 O aparecimento de novas nações;
 Desmembramento do império Austro- Húngaro;
 A hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão;
 A Inglaterra dividiu sua hegemonia marítima com os Estados Unidos;
 O enriquecimento dos Estados Unidos;
 A depreciação do marco alemão, que baixou à milionésima parte do valor, e a baixa do franco e do dólar; g) O surgimento
do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha.

O Tratado de Versalhes: conjunto de decisões tomadas no palácio de Versalhes no período de 1919 a 1920. As nações vencedoras
da guerra, lideradas por Estados Unidos, França e Inglaterra, impuseram duras condições à Alemanha derrotada. O desejo dos
alemães de superar as condições humilhantes desse tratado desempenhou papel importante entre as causas da Segunda Guerra
Mundial. Principais pontos impostos a Alemanha:
 Restituir a região da Alsácia-Lorena à França.
 Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia (corredor polonês).
 Ceder todas as colônias.
 Entregar quase todos seus navios mercantes à França, à Inglaterra e à Bélgica.
 Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores.
 Reduzir o poderio militar de seus exércitos limitados a 100 mil voluntários, sendo proibida de possuir aviação militar,
submarinos, artilharia pesada e tanques, e o recrutamento militar foi proibido.
 Foi considerada a grande culpada pela guerra.

A formação da Liga das Nações: em 28 de abril de 1919, a Conferência de Paz de Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações,
com a missão de agir como mediadora nos casos de conflito internacional, preservando a paz mundial. Entretanto, sem a participação
de países importantes como os Estados Unidos, União Soviética e Alemanha, a liga revelou-se um organismo impotente.
A ascensão econômica dos Estados Unidos no pós-guerra: os Estados Unidos alcançaram significativo desenvolvimento
econômico através da exportação de produtos industrializados. A Europa tornou-se dependente dos produtos americanos.

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ATIVIDADES
1- Analise o esquema com atenção:

a) Que alianças estabelecidas antes da guerra estão representadas nos pontos e nos quadrados?
b) Cite as principais mudanças que houve na composição dos dois blocos durante o conflito.
c) Que bloco, no decorrer do conflito, recebeu a adesão de um país de fora da Europa, que decidiu o resultado da Guerra? Que país
foi esse?

2- Cite três consequências da Primeira Grande Guerra.

3- No final do século XIX e início do século XX, por detrás de uma aparente tranquilidade do cenário político europeu, escondia-
se um clima de instabilidade e tensão que acabaria por mergulhar a Europa na Primeira Grande Guerra. Destaque e comente dois
dos fatores que contribuíram para essa instabilidade.

ENTRE GUERRAS – CRISE DE 1929

Após o fim da Primeira Guerra, a economia dos Estados Unidos foi aquecida pela necessidade que os países europeus
envolvidos na guerra tinham de se reconstruírem. O aquecimento da economia foi sentido internamente, e os estadunidenses
passaram a consumir em larga escala, criando aquilo que chamamos de american way of life. Politicamente, o Estado era movido
por uma política liberal, procurando, portanto, não intervir sobre o mercado. Entretanto, na segunda metade da década de 1920, esse
modelo econômico já dava sinais de desgaste.
A crise de 1929 foi resultado da excessiva produção de bens de consumo que saturou o mercado estadunidense, provocando
um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. As empresas passaram a acumular prejuízos incalculáveis e muitas faliram. A Bolsa
de Valores de Nova York quebrou (grande crack). Os efeitos do crack da Bolsa- a "Grande Depressão" foram trágicos: mais de 85
mil empresas faliram, quatro mil bancos foram fechados e 17 milhões de pessoas perderam os empregos. A crise internacionalizou-
se rapidamente, por causa da dependência entre os diversos países do mundo capitalista em relação aos Estados Unidos.
Nas eleições de 1932, o Partido Democrata elegeu o presidente Franklin Delano Roosevelt, que adotou um plano de
recuperação econômica chamado New Deal. Entre as principais medidas adotadas pelo governo Roosevelt, destacam-se a concessão
de subsídios aos estados para pagamento do seguro-desemprego; a elaboração de um programa de obras públicas capaz de absorver
mão de obra; a abolição do trabalho infantil, a fim de ampliar a oferta de emprego aos pais de família; o aumento geral de salários;
a legalização das organizações de trabalhadores (sindicatos), para que pudessem negociar os contratos de trabalho; a concessão de
créditos aos bancos e aos proprietários de terras; a concessão de créditos para os consumidores; a criação de um organismo estatal
para controlar preços e salários e regular a produção industrial; o estabelecimento dos preços para produtos agrícolas, petróleo e
carvão. Os resultados do new deal foram expressivos. A produção industrial cresceu, as exportações aumentaram, o número de
desempregados foi reduzido e a renda média nacional aumentou. Contudo, a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, seria
um fator determinante para a total recuperação da economia estadunidense.

ATIVIDADES
1. Explique a principal causa da crise de 1929.

2. Comente o efeito da crise de 1929 nos EUA sobre o resto do mundo.

3. Explique o que foi o New Deal proposto pelo presidente Roosevelt em 1932, e cite três medidas por ele adotadas no plano.

ENTRE GUERRAS – SURGIMENTO DO NAZIFASCISMO

FASCISMO - foi um sistema político nacionalista, antiliberal e antissocialista surgido na Itália, em 1919, no fim da Primeira Guerra
Mundial, e que durou até a Segunda Guerra. Também influenciou movimentos políticos de direita no Brasil como o Integralismo.
O fascismo prometia restaurar aquelas sociedades destruídas pela guerra prometendo riqueza, uma Nação forte e sem partidos
políticos que alimentassem visões antagônicas

Características do Fascismo: Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o sistema liberal e democrático foi seriamente questionado.
Assim surgem propostas políticas de esquerda como socialismo que assustavam a burguesia e cidadãos mais conservadores. O

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fascismo se caracterizava por ser um sistema político oposto ao socialismo e também imperialista, autoritário, antiliberal e
nacionalista. O fascismo se caracteriza por defender:
 Estado Totalitário: o Estado controlava todas as manifestações da vida individual e nacional.
 Autoritarismo: a autoridade do líder era indiscutível, pois ele era o mais preparado e sabia exatamente o que a população
necessitava.
 Nacionalismo: a nação é um bem supremo, e em nome dela qualquer sacrifício deve ser exigido e feito pelos indivíduos.
 Antiliberalismo: o fascismo defendia algumas ideias capitalistas como a propriedade privada e a livre iniciativa das
pequenas e médias empresas. Por outro lado, defendia a intervenção estatal na economia, o protecionismo e algumas
correntes fascistas, a nacionalização de grandes empresas.
 Expansionismo: visto como uma necessidade básica da nação donde as fronteiras devem ser alargadas, pois é preciso
conquistar o "espaço vital" para que ela se desenvolva.
 Militarismo: a salvação nacional vem por meio da organização militar, da luta, da guerra e do expansionismo.
 Anticomunismo: os fascistas rejeitavam a ideia da abolição da propriedade, da igualdade social absoluta, da luta de classes.
 Corporativismo: ao invés de defender o conceito de "um homem, um voto", os fascistas acreditavam que as corporações
profissionais deviam eleger os representantes políticos. Também sustentavam que somente a cooperação entre classes
garantia a estabilidade da sociedade.
 Hierarquização da sociedade: o fascismo preconiza uma visão do mundo segundo a qual cabem aos mais fortes, em nome
da "vontade nacional", conduzir o povo à segurança e prosperidade.

Fascismo na Itália: Um profundo sentimento de frustração dominou a Itália após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O país
saiu decepcionado por não ter suas reivindicações atendidas no Tratado de Versalhes e a situação econômica era mais difícil que
antes da guerra. Assim, a crise social ganhava aspectos revolucionários com o crescimento da esquerda e dos movimentos de direita.
O Partido Nacional Fascista, fundado oficialmente em novembro de 1921, por Benito Mussolini, cresceu rapidamente: o número de
filiados passou de 200 mil em 1919 para 300 mil em 1921. O movimento agrupava pessoas com tendências políticas de origens
variadas: nacionalistas, antiesquerdistas, contrarrevolucionários, ex-combatentes e desempregados.
Em outubro de 1922, durante o congresso do partido fascista realizado em Nápoles, Mussolini anunciou a "Marcha sobre Roma",
onde, cinquenta mil camisas negras - o uniforme fascista - dirigiram-se à capital italiana. Impotente, o rei Vitor-Emanuel III
convidou o líder dos fascistas, Benito Mussolini, para formar o Ministério.
Nas eleições fraudulentas de 1924, os fascistas obtiveram 65% dos votos e em 1925, Mussolini torna-se o Duce ("líder", em italiano).
Mussolini começou a implantar seu programa: acabou com as liberdades individuais, fechou e censurou jornais, anulou o poder do
Senado e da Câmara dos Deputados, criou uma polícia política, responsável pela repressão, etc. Aos poucos foi instalando o regime
ditatorial. O governo manteve as aparências de monarquia parlamentarista, mas Mussolini detinha plenos poderes.
Após garantir para si grande autoridade política e se cercar das elites dominantes, Mussolini buscou o desenvolvimento econômico
do país. No entanto, esse período de crescimento foi duramente afetado pela crise de 1929.

Nazismo - é considerado uma vertente do fascismo. A expressão “Nazismo” deriva da sigla “Nazi”, que foi usada como abreviatura
para o “Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães”, organizado por Adolf Hitler na década de 1920. Para se
compreender as principais características do Nazismo é necessário saber algumas informações importantes sobre o contexto no qual
ele se desenvolveu.
Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi submetida a humilhações e cobranças
por parte dos países vencedores. A população ficou marcada por essas humilhações e por vários outros efeitos da guerra, que se
refletiam em todos os setores: econômico, social, cultural etc. Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu um enorme
ressentimento nos alemães com relação aos outros países, fato que revigorava o extremismo nacionalista na Alemanha, originado
ainda na segunda metade do século XIX.
A reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a República de Weimar, cidade onde
foi elaborada a Constituição que deu as novas diretrizes políticas ao país. O Nazismo articulou-se dentro da República de
Weimar com vários outros partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra o novo poder instituído. Entre
essas outras facções, havia o movimento espartaquista, uma facção comunista influenciada pela Revolução Russa, de 1917, e
liderada por Rosa Luxemburgo.
Do ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados satisfatórios entre os anos de 1924 e 1929,
principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com a Grande Depressão
Americana, a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu principal
investidor. Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das propostas do Nazismo.

Adolf Hitler - Adolf Hitler, nascido em 1889 na Áustria, havia participado da Primeira Guerra como soldado combatente da Tríplice
Aliança. Após a guerra, Hitler passou a integrar um grupo de ex-combatentes, de trabalhadores e de membros da classe média alemã
que desenvolveu uma ideologia cujo objetivo era resgatar a dignidade política da Alemanha, o passado glorioso alemão, isto é, dar
continuidade aos dois grandes impérios que a Alemanha já havia protagonizado. Esse grupo fundou o Partido Nazista, que se tornou
o suporte político para o desenvolvimento do que Hitler denominou “Terceiro Império” (Terceiro Reich).
Ainda antes da derrocada econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o poder. Em 1923, os nazistas articularam
um golpe no Estado da Baviera e acabaram sendo presos e condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia e a deixou
registrada no livro “Minha Luta” (“Mein Kampf”). Todo o programa que o Partido Nazista viria a executar estava nesse livro. Por

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meio do Partido Nazista, Hitler conseguiu, gradativamente, eleger representantes no parlamento da República de Weimar e também
chegar ao segundo posto mais importante da chefia do país: o de chanceler.
Em 1933, após o parlamento alemão ter sido criminosamente incendiado (e o crime ter sido reportado aos comunistas), Hitler
e os nazistas passaram a pressionar o presidente a lhe dar maiores poderes. A partir desse ano começou propriamente a ditadura
nazista. Com a morte do presidente, em 1934, Hitler agregou à sua pessoa os títulos de chanceler, de presidente e de “führer”,
senhor e líder, de todos os alemães. O regime nazista passou a ter um caráter completamente totalitário.

Características do Nazismo - As características principais do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder, derivaram-se das
ideias de Hitler desenvolvidas no período da prisão. O controle da população por meio da propaganda era uma de suas principais
ferramentas. O uso do rádio e do cinema foi decisivo nesse processo para que as ideias nazistas fossem propagadas.
O antissemitismo era uma dessas ideias. O ódio aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha
enfrentava, sobretudo problemas de ordem econômica, intensificou-se no período nazista. Esse fato culminou no Holocausto – morte
de mais de seis milhões de pessoas em campos de concentração (a maioria, judeus), durante a segunda guerra mundial.
Associado ao antissemitismo, estava a noção racista e eugenista da superioridade do homem branco germânico, ou da raça
ariana, e a construção de um “espaço vital” para que essa raça construísse seu império mundial. Esse espaço vital compreendia
vastas regiões do continente europeu, que segundo os planos de Hitler deveriam ser invadidas e conquistadas pelos germânicos, já
que a raça estava incumbida, por conta de sua superioridade, de se tornar “senhora” sobre os outros povos.
As ideias de Hitler convenceram boa parte da população alemã, que acreditavam que a sua figura de líder era a garantia de
uma Alemanha próspera e triunfante. Essas características do nazismo conduziram a Alemanha à Segunda Guerra Mundial, uma
guerra ainda mais sangrenta que a anterior, e ao horror da “indústria da morte” verificada nos campos de extermínio.

ATIVIDADES
1- Cite e explique duas diferenças entre o nazismo e fascismo italiano.

2- "O objetivo supremo do judeu é desnacionalizar outros povos, abastardá-los através de uma mistura geral, baixar o nível racial
das elites. (..). O judeu vive como um parasita (.) Colocando-me em guarda contra o judeu, defendo a obra de Deus (..). Toda
manifestação da cultura humana, todo produto da arte, da ciência e da habilidade técnica é quase exclusivamente fruto do poder
criador do ariano (..)." (Hitler, Minha Luta). Explique o que é o antissemitismo? Quando ele surgiu na Europa? Qual era a atitude
dos nazistas em relação aos judeus?

3 –“ O fascismo afirma a irremediável desigualdade entre os homens.” (B.Mussolini, Fascismo, artigo de 1938) Explique qual era
a posição dos fascistas em relação ao comunismo,

Segunda Guerra Mundial (1939 -1945)

A Segunda Guerra Mundial ocorreu entre 1º de setembro de 1939 e terminou 8 de maio de 1945, e em 2 de setembro, no
Pacífico. As operações militares envolveram 72 países, entre os quais estão Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética,
combatendo a Alemanha, Itália e Japão. A contenda deixou cerca de 45 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e três milhões de
desaparecidos. Calcula-se que o custo total da Segunda Guerra Mundial chegou a 1 trilhão e 385 bilhões de dólares.

Causas da Segunda Guerra Mundial - As causas que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial foram muitas.
Podemos destacar a Grande Depressão, o descontentamento com o Tratado de Versalhes, as ideologias fascista e nazista, e
finalmente, o expansionismo japonês.
1ª - Grande Depressão - A Grande Depressão, cujo estopim foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, marcou a falência
de quatro mil bancos somente nos Estados Unidos. Os problemas financeiros dos Estados Unidos, núcleo duro da economia mundial,
refletiram no restante do mundo.
2ª- Tratado de Versalhes - Paralela à crise, o governo alemão sentia os efeitos do reordenamento territorial imposto pela Primeira
Guerra e as diretrizes humilhantes do Tratado de Versalhes. Ao fim da Primeira Guerra Mundial, a supremacia do poder mundial
estava dividida entre Grã-Bretanha, França e Estados Unidos. Cabia à Inglaterra e à França o domínio de centenas de colônias
africanas e asiáticas; e aos Estados Unidos 50% da produção capitalista mundial. Em contrapartida, Itália e o Japão estavam
insatisfeitos com a divisão territorial.
3ª - Invasões Japonesas e Italianas - O Japão, com 70 milhões de pessoas confinadas em um exíguo território, buscava solucionar
a oferta de minérios e petróleo. Segundo os japoneses, a solução estaria na invasão da Manchúria e vários territórios chineses em
1931. Já a Itália, sob o comando de Benito Mussolini entre os anos de 1922 e 1943, houve invasão da Abissínia, hoje Etiópia, na
África. Tratativas diplomáticas da França e Grã-Bretanha eram usadas para tentar evitar uma nova guerra. As duas nações, porém,
estavam satisfeitas com a redefinição territorial e, além disso, ditavam as regras na Liga das Nações.
4ª - Adolf Hitler e o Nazismo - Já a Alemanha, com Adolf Hiltler atuando entre 1889 e 1945 no poder, o país passa por um processo
de reforço do exército, que chegou a 800 mil homens. A primeira grande anexação pelos alemães ocorreu em 1936, quando a Áustria
foi tomada sob a justificativa de unir a raça ariana. Em seguida, ocorreria a anexação da região dos Sudetos, pertencente à
Tchecoslováquia, em 1938. Na Alemanha, estes motivos estiveram combinados com o Nazismo, que responsabilizava os judeus
pelas mazelas sofridas pelo povo alemão.

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Fases da Segunda Guerra: O conflito pode ser dividido em três fases:
 As vitórias do Eixo (1939-1941);
 O equilíbrio das forças (1941-1943);
 A vitória dos Aliados (1943-1945).
A 2ª Guerra Mundial se iniciou com a invasão da Polônia pela Alemanha no dia 1º de setembro de 1939 e terminou com a
rendição da Alemanha em 8 de maio de 1945. No Pacífico, porém, a contenda continuaria até a capitulação do Japão em 2 de
setembro de 1945. A frente de batalha era formada pelas nações do Eixo (integrado por Alemanha, Itália e Japão) e os países
Aliados (Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos).

Resumo das Fases :


 1940 – combates entre forças Aliadas e Eixo começam de fato.
 Até maio/40 alemães ocupam Escandinávia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Holanda e por fim Paris.
 República de Vichy – divisão da França em duas partes, o norte ocupado pelos nazistas e o sul pelos franceses com sede
na cidade de Vichy.
 Mussolini avança para o norte da África.
 Jun/1941 - invasão da URSS (Operação Barbarossa) tinha como objetivos derrotar o comunismo e controlar os recursos
naturais (petróleo).
 Final de 1941 - a caminho de Moscou a alemães encontram dura resistência ocasionando sua primeira grande derrota.
 Dez/1941 – Japão ataca Pearl Harbor obrigando os EUA a entrarem na guerra. A guerra torna-se mundial.
 Japão tenda controlar o Pacifico mais é derrotado (4 mil japoneses são mortos).
 Hitler volta-se para Stalingrado (09/1942 a 02/1943) e perde.
 1943 - aos poucos norte-americanos retomam territórios no Pacífico.
 6/6/44 – Dia D – cerca de 100 mil soldados, com apoio de 6 mil navios e 5 mil aviões desembarcam na Normandia, abrindo
uma frente a oeste.
 Alemães cercados – leste tropas soviéticas e oeste demais forças aliadas, além de enfrentarem a resistência nos países
ocupados.
 Aos poucos aliados libertam países ocupados e em ABR/45 entram em Berlim. Final de abril Hitler se suicida.
 Em maio, soviéticos ocupam Berlim. Logo depois alemães se rendem.
 Mussolini e morto por membros da resistência que libertam algumas cidades do norte italiano.
 No Pacífico a guerra continua e nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos fizeram uso, pela primeira vez na
história da humanidade, de armas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Essas bombas foram
utilizadas para forçar a rendição japonesa e evitar que as tropas americanas precisassem invadir o Japão por terra. Ainda
hoje esse episódio gera debates entre os historiadores a respeito da questão ética que envolveu o lançamento de bombas
atômicas contra civis.
 O uso das bombas fez com que o Japão se rendesse em 14 de agosto de 1945. Terminava assim a II Guerra Mundial.

O Brasil na Segunda Guerra Mundial - Inicialmente, o Brasil se manteve neutro na guerra, mas diante do bombardeamento de
navios brasileiros, o governo de Getúlio Vargas declara guerra ao Eixo. A participação ficou a cargo da FEB (Força Expedicionária
Brasileira), formada em 9 de agosto de 1943 e integrada por um contingente de 25.445 soldados, permanecendo em combate durante
sete meses. Três mil soldados brasileiros foram feridos e 450 morreram.

Holocausto - é o nome que se dá para o genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial e que vitimou
apro xi mad amente sei s mi lhõ es d e pess oas entre j ud eus, ciga no s, ho mo s sexuai s, testemunha s de
Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos etc. De toda forma, o grupo mais foi vitimado no Holocausto foi o dos
judeus. O Holocausto foi o resultado final de um processo de construção do ódio de uma nação contra um grupo específico que
vivia na Europa. O antissemitismo na Alemanha não surgiu com o nazismo e remonta a meados do século XIX, em movimentos
nacionali sta s, alé m d e ter sido ma ni festado por i mportantes per sonalidades ale mã s da época.

Consequências da Segunda Guerra Mundial - A Segunda Guerra Mundial marcou profundamente o mundo contemporâneo. A
Alemanha não foi declarada culpada da guerra, como no conflito anterior, porém passou por um profundo processo de depuração
ideológica. Os países europeus se encontravam destruídos e com sua população reduzida. Somente com a ajuda americana, através
do Plano Marshall, foi possível a reconstrução europeia. Também foi concretizada a criação de um fórum internacional, a
Organização das Nações Unidas (ONU), que seria um instrumento diplomático entre as nações para evitar a guerra.
No entanto, o grande vencedor foram os Estados Unidos, que não tiveram seu território invadido . Desta maneira, o país não
acumulava grandes perdas materiais, comparado aos países europeus. A guerra tinha sido um excelente negócio para superar a crise
de 1929. Agora ele era o país mais rico e poderoso do mundo, só eles tinham a devastadora bomba atômica. Por isso reivindicavam
a liderança mundial, mas teriam que enfrentar a contestação da União Soviética.
A Europa também foi dividida em dois blocos econômicos de acordo com o país que libertou e ocupou as nações. Países do
leste europeu como Polônia, Hungria e Romênia passará a sofrer influência da União Soviética e construíram governos de caráter
socialista. Já países como França, Bélgica e Holanda, se viram ocupadas pelos Estados Unidos, capitalista, e inauguram a época do
Estado de Bem-Estar Social. O confronto entre as duas ideologias, capitalista e socialista, marcou o mundo inteiro e foi conhecido
como Guerra Fria.

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ATIVIDADES
1. Em 2005, completam-se 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Entre 1939 e 1945, em consequência do conflito que
mobilizou o maior poderio bélico já utilizado pela humanidade, morreram mais de 40 milhões de pessoas e diversas cidades ficaram
arrasadas. Devido às proporções catastróficas desse episódio, ele representou um divisor de águas na História do século XX.
a) Cite duas características do cenário internacional da década de 1930 cujos desdobramentos se relacionam à eclosão da Segunda
Guerra Mundial.
b) Caracterize uma instituição criada após a Segunda Guerra Mundial cujo objetivo era a instauração de uma nova ordem
internacional.

2. "(...) os judeus devem ser caçados em nossas casas, em nossos quartéis (..). Nós nos encontraremos em face da dura necessidade
de exterminar os guetos judeus da mesma forma que temos o hábito de exterminar os criminosos no nosso Estado: pelo fogo e pela
espada. O resultado será a desaparição efetiva e definitiva do judaísmo (-):" (Jornal nazista Schwarze Korps, 24/11/1938.)
"(..) Jamais tantas vidas humanas foram eliminadas num tempo tão breve, e com uma tão lúcida combinação de engenho
tecnológico, de fanatismo e de crueldade." (Primo Levi, escritor judeu italiano, sobrevivente do campo de Auschwitz.) Explique o
que foi o Holocausto.

3. "Não foram as vítimas entre a população civil, como consequência do bombardeio atômico, mas o medo da revolução depois da
entrada da URSS no conflito, que determinou o mais rápido fim da guerra." (Nihon Pekissi, historiador japonês: História do Japão,
Tóquio, 1977.) Explique por que os EUA jogaram duas bombas atômicas sobre o Japão no final da guerra?

ATIVIDADE FINAL

1.Sobre a Primeira República no Brasil, é correto afirmar:


(a) Foi um período da história brasileira relativamente calmo, de satisfação e igualdade social, sem grandes movimentos sociais
relevantes.
(b) Foi marcado por importantes revoltas sociais ligadas aos dois principais partidos políticos do Brasil, o conservador e o liberal.
(c) Foi um período marcado por desigualdade social, aumentos nos impostos, necessidades não atendidas, racismo, medo e
insatisfação política o que acabou ocasionando inúmeras revoltas pelo país.
(d) Os movimentos sociais ficaram concentrados na capital do país, Rio de Janeiro, não chegando a se manifestar nas outras regiões.

2. Os principais movimentos sociais com discursos religiosos da Primeira República foram:


(a) Contestado e Revolta da Vacina
(b) Canudos e Revolta da Chibata
(c) Contestado e Canudos
(d) Revolta da Armada e Revolta da Chibata

3. A charge ao lado se refere a uma típica atitude eleitoral


da República Velha:
(a) a votação democrática.
(b) a manipulação do voto das elites.
(c) a manipulação eleitoral do povo.
(d) a votação dos coronéis

4. A Constituição promulgada em 1891, estabelecia entre outros artigos:


I – República parlamentarista, federativa e laica;
II– O voto universal masculino, aberto para maiores de 21 anos, excluindo os analfabetos;
III – Fim do poder moderador e a divisão dos poderes em: Executivo, Legislativo e Judiciário.
As afirmativas corretas são:
(a) I e II (b) II e III (c) III e I (d) I, II e III

5.A expansão colonialista europeia do século XIX foi um dos fatores que levaram:
(a) à diminuição dos contingentes militares europeus.
(b) à eliminação da liderança industrial da Inglaterra.

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(c) ao predomínio da prática mercantilista semelhante à do colonialismo do século XVI.
(d) ao rompimento do equilíbrio europeu, dando origem à Primeira Guerra Mundial.

6. Os Tratados de Paz assinados ao fim da Primeira Guerra Mundial "aglutinaram vários povos num só Estado, outorgaram a alguns
o status de 'povos estatais' e lhes confiaram o governo, supuseram silenciosamente que os outros povos nacionalmente compactos
(como os eslovacos na Tchecoslováquia ou os croatas e eslovenos na Iugoslávia) chegassem a ser parceiros no governo, o que
naturalmente não aconteceu e, com igual arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro grupo de nacionalidades
chamadas minorias, acrescentando assim aos muitos encargos dos novos Estados o problema de observar regulamentos especiais,
impostos de fora, para uma parte de sua população. (... ) Os Estados recém-criados, por sua vez, que haviam recebido a
independência com a promessa de plena soberania nacional, acatada em igualdade de condições com as nações ocidentais, olhavam
os Tratados das Minorias como óbvia quebra de promessa e como prova de discriminação."
(Hannah Arendt, AS ORIGENS DO TOTALITARISMO)
A alternativa mais condizente com o texto é:
a) após a Primeira Guerra, os Tratados de Paz estabelecidos solaparam a soberania e estabeleceram condicionamentos aos novos
Estados do Leste europeu através dos Tratados das Minorias, o que criou condições de conflitos entre diferentes povos reunidos em
um mesmo Estado.
b) o surgimento de novos Estados-nações se fez respeitando as tradições e instituições dos povos antes reunidos nos impérios que
desapareceram com a Primeira Guerra Mundial.
c) os Tratados de Paz e os Tratados das Minorias restabeleceram, no mundo contemporâneo, o sistema de dominação característico
da Idade Média.
d) apesar dos Tratados de Paz estabelecidos depois da Primeira Guerra terem tido algumas características arbitrárias em relação aos
novos Estados-nações do Leste europeu, o desenvolvimento histórico destas regiões demonstra que foi possível uma convivência
harmoniosa e gradativamente ocorreu a integração entre as minorias e as maiorias nacionais.

7. Podemos destacar como principais fatores da Primeira Guerra Mundial:


(a) conflitos imperialistas, política de alianças e o racismo.
(b) racismo, corrida armamentista e crescimento populacional.
(c) conflitos imperialistas, corrida armamentista e política de alianças.
(d) etnocentrismo, política de alianças e Paz armada.

8. Nas citações abaixo, encontramos algumas das principais características do nazismo e do fascismo.
"Ao contrário das velhas organizações que vivem fora do Estado, os nossos sindicatos fazem parte do Estado." (Mussolini)
"Defender os produtores significa combater os parasitas. Os parasitas do sangue, em primeiro lugar os socialistas, e os parasitas do
trabalho, que podem ser burgueses ou socialistas." (Mussolini)
"Mesmo neste momento, tenho a sublime esperança de que um dia chegará a hora em que essas tropas desordenadas se
transformarão em batalhões, os batalhões em regimentos e os regimentos em divisões." (Hitler)
"Aqueles que governam devem saber que têm o direito de governar porque pertencem a uma raça superior." (Hitler)

Identifique-as, ordenadamente, nas alternativas abaixo:


a) Expansionismo, nacionalismo, romantismo, idealismo.
b) Corporativismo, anticomunismo, militarismo, racismo.
c) Totalitarismo, socialismo, esquerdismo, antissemitismo.
d) Liberalismo, comunismo, antimilitarismo, corporativismo.
e) Pacifismo, não intervencionismo, industrialismo, antissemitismo.

9. O Período Entre Guerras, como é conhecido o intervalo entre os dois conflitos mundiais, caracterizou-se pela chamada:
a) Crise das democracias liberais, quando muitos países se encaminharam para regimes políticos de extrema-direita.
b) Era das insurreições, devido à insatisfação das massas trabalhadoras, que criaram estados socialistas nos Bálcãs.
c) Expansão colonial, marcada pela soberania europeia em toda a África e América.
d) Democratização dos Estados, consequência das reformas eleitorais que consolidaram o sufrágio universal.
e) Paz de compromisso, com o estabelecimento de vários tratados para sustentar a democracia liberal.

10. O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista, surgiu na Alemanha na
década de 1920 e possuía filiação e origem política associadas a grupos da extrema-direita alemã. Em relação às características da
ideologia nazista, selecione a alternativa INCORRETA.
a) Anticomunista b) Eugenia c) Liberalismo d) Antissemitismo e) Nacionalismo extremo

11. O crescimento e o fortalecimento do nazismo dentro dos quadros políticos da sociedade alemã aconteceram a partir da
estratégia dos nazistas em explorar o desespero dos alemães, relacionado, principalmente, à crise econômica que afetou o país
durante a década de 1920, no período conhecido como República de Weimar. Essa crise que atingiu a Alemanha foi resultado, em
partes, das indenizações cobradas da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Essas indenizações foram impostas pelo(a):
a) Tratado de Genebra. b) Conferência de Munique. c) Conferência de Berlim.
d) Tratado de Balfour. e) Tratado de Versalhes.

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12.O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo, entre os preços
agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante —- pelo controle de preços e da produção,
pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das massas isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das
condições de emprego. (CROUZET. M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações São Paulo. Difel, 1977)
Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais descritas objetivavam:
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção Creditícia
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical.
e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal

13.A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos
períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira
metade do século XX estão:
a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

14. O fato concreto que desencadeou a Segunda Guerra Mundial foi:


a) a saída dos invasores alemães do território dos Sudetos na Tchecoslováquia.
b) a invasão da Petrônia por tropas alemãs, quebrando o Pacto Germânico-Soviético.
c) a invasão da Polônia por tropas nazistas e a ação da Inglaterra e da França em socorro dos seus aliados, declarando guerra ao
Terceiro Reich.
d) a efetivação de "Anschluss", que desmembrava a Áustria da Alemanha.

15. Observe a gravura e marque a opção correta:

Do ponto de vista dos Estados Unidos, as bombas lançadas em


Hiroshima e Nagasaki visavam:

(a) a abreviar a guerra com o Japão e a provar aos países europeus


a sua superioridade econômica.
(b) a concretizar o entendimento diplomático com o Japão e a
Alemanha, com vistas à consolidação da paz.
(c) a encerrar a guerra com menos custos de vidas humanas para os
dois lados do conflito.
(d) a testar nova tecnologia militar e a inaugurar o exercício do
poder sem utilização de técnicas de terror.
(e) a sinalizar para a URSS o seu poderio bélico e a terminar a
guerra sem maior custo de tropas e armas americanas.

16 - Com sua entrada no universo dos gibis, o Capitão chegaria para


apaziguar a agonia, o autoritarismo militar e combater a tirania. Claro que,
em tempos de guerra, um gibi de um herói com uma bandeira americana no
peito aplicando um sopapo no Fürer só poderia ganhar destaque, e o sucesso
não demoraria muito a chegar.
A capa da primeira edição norte-americana da revista do Capitão América
demonstra sua associação com a participação dos Estados Unidos na luta
contra:
a) a Tríplice Aliança, na Primeira Guerra Mundial.
b) os regimes totalitários, na Segunda Guerra Mundial.
c) o poder soviético, durante a Guerra Fria.
d) o movimento comunista, na Guerra do Vietnã.
e) o terrorismo internacional, após 11 de setembro de 2001

(COSTA, C. Capitão América, o primeiro vingador: crítica. Disponível em: www.revistastart.com.br. Acesso em: 27 jan. 2012 -
adaptado).

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3º ANO DO ENSINO MÉDIO
Orientações de Estudo - 2º bimestre / 2021

SOCIOLOGIA
Aula 1: Cultura e Ideologia
Numa definição universalista, ou seja, que procura definir a cultura como um conceito que vale para todo
mundo, o antropólogo inglês Edward B. Tylor (1832-1917) afirma que cultura é o conjunto complexo de
conhecimentos, crenças, arte, moral e direito, além de costumes e hábitos adquiridos pelos indivíduos em uma
sociedade.
Já a primeira definição de ideologia foi do pensador francês Antoine Destutt de Tracy (1754-1836), em
seu livro Elementos de ideologia (1801), no sentido de "ciência da gênese das ideias". Tracy procurou elaborar
uma explicação para os fenômenos sensíveis que interferem na formação das ideias, ou seja, a vontade, a
razão, a percepção e a memória. É claro que essa definição inicial sofreu alterações posteriores e hoje podemos
definir ideologia como um conjunto ou sistemas de ideias, pensamentos, doutrinas ou de visões de mundo de
um indivíduo, de um grupo ou de uma sociedade.
Na sociedade existem mecanismos de controle que tem como objetivo dominar e guiar as ações dos
indivíduos ou dos grupos. Um importante mecanismo de controle social é a cultura.
Nos séculos XVII e XVIII, estavam ocorrendo profundas transformações sociais na Europa. A classe
burguesa estava em ascensão, o poder da nobreza estava declinando. O momento era o da busca da liberdade,
o homem procurava em si mesmo explicação para sua vida e para a sociedade, não necessitava ou não queria
mais as explicações religiosas e místicas. A ciência, ou seja, tudo o que é testado pela experiência do próprio
homem, passou a explicar o mundo. Com o estabelecimento do capitalismo, o modo de vida burguês passa a
ser dominante e fortemente influenciado pelos ideais iluministas. As obras artísticas e literárias e,
principalmente, as artes plásticas começam a representar os valores desta nova classe, assim como o seu
requintado estilo de vida. Como classe dominante, é de interesse da burguesia que sua visão de mundo, seus
valores, seus hábitos e costumes, saberes científicos, ou seja, sua cultura seja vista como o que é correto ou
ideal para toda a sociedade. Isso é fundamental para manter sua condição de classe dominante. E como foi
possível tornar esse sistema de ideias dominante e reproduzido por toda a sociedade? Nesse momento, é
determinante o papel das instituições sociais. E a mais importante delas na transmissão do conhecimento é
onde nós estamos: a escola. Você já parou para pensar quais são os saberes necessários ou básicos para nossa
sobrevivência na sociedade capitalista? Você já se perguntou, com certeza, para que eu estudo todas essas
matérias na escola. Já parou para pensar quem definiu quais matérias você deve estudar?
As sociedades capitalistas têm na sua origem a dominação e um dos meios de legitimar essa dominação é
a aceitação pelos indivíduos de sua visão de mundo e sua cultura como a única correta e essa aceitação se dá
pelo uso dos meios institucionais como a escola e os meios de comunicação para ditar regras e normas na
sociedade. Usando os conceitos de cultura e ideologia, podemos perceber que a construção e a transmissão
da cultura na nossa sociedade está fortemente ligada a visão de mundo, ao sistema de ideias da classe
dominante, ou seja, da ideologia dessa parte da sociedade, que é transmitida e reproduzida na escola e nos
meios de comunicação, fazendo com que nós reproduzamos e consideremos corretos os valores recebidos, ou
seja, que sejamos guiados e controlados para manter um modo de vida que seja interessante para reproduzir a
dominação e o modo de vida na nossa sociedade.

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Atividade 1

1- Identifique as proposições que dizem respeito ao conceito de ideologia e dê o somatório:


(01) Atualmente, entende-se que toda a sociedade possui uma ideologia hegemônica, sem espaço para as
demais formas de compreensão da realidade.
(02) A ideologia deve ser entendida como produto das relações sociais.
(04) Atualmente, o conceito de ideologia possibilita apenas uma interpretação: a de que as ideias são
independentes da realidade histórica e social.
(08) Atualmente o conceito de ideologia é entendido conjuntamente com seus aspectos culturais.
(16) O conceito atual de ideologia parte do princípio de que existe um conjunto de ideias que guiam a
sociedade; é função do intelectual identificá-las.
Soma: _______

2- É um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B.
Tylor, segundo a qual é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei,
os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
Esta definição se refere ao conceito de: ____________________________________________________ .
3- Qual a relação entre cultura e ideologia? ___________________________________________________
4- O antropólogo Edward Burnett Tylor definiu Cultura, em 1871, como: “todo complexo que inclui os
conhecimentos, a crença, a arte, as leis, a moral, os costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade”. Tendo por base o transcrito acima, é correto
afirmar que:
a) A cultura passa a ser vista como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de
uma transmissão biológica, genética.
b) A cultura de um povo se caracteriza por sua dimensão individual, jamais coletiva.
c) A cultura passa a ser vista como conhecimento transmitido geneticamente.
d) O termo cultura deve ser somente associado às manifestações artísticas, como teatro, música, pintura,
escultura.
e) O termo cultura diz respeito somente às festas e cerimônias tradicionais de um povo, ao seu modo de vestir,
ao seu modo de se alimentar, a seu idioma

Aula 2: Dominação, controle e indústria cultural

Como vimos na aula anterior, os conceitos de cultura e ideologia devem ser vistos como possuindo uma
forte relação entre eles, principalmente na construção do processo de dominação nas sociedades capitalistas.
Vamos falar sobre alguns pensadores que estudaram a relação entre os dois conceitos. O italiano Antonio
Gramsci (1891 – 1937) analisa a relação entre cultura e ideologia com base no conceito de hegemonia (palavra
de origem grega que significa “supremacia”, “preponderância”) e no que ele chama de aparelhos de
hegemonia. Hegemonia é o processo pelo qual uma classe dominante consegue fazer que sua visão de mundo
seja aceita pelos indivíduos dominados, conseguindo com isso, desarticular outras visões de mundo de grupos
adversários. Como isso é feito? Através dos aparelhos de hegemonia, que são organizações que podem ser
oficiais, ou seja, instituições do Estado como escolas, ou não oficiais como livros, peças de teatro, filmes, etc.
Você deve ter percebido que a relação de hegemonia é sempre pedagógica, pois busca o convencimento dos
indivíduos através do ensino e aprendizagem.

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Segundo Gramsci, uma classe se torna dominante quando, além do poder policial e da coerção, utiliza o
convencimento através de um sistema de ideias ou ideologia para convencer a maioria dos indivíduos, até das
classes dominadas. Esse processo de convencimento cria uma cultura dominante efetiva, que estabelece no
senso comum das pessoas que a única visão de mundo possível é a visão da classe que domina. Mas, outra
visão de mundo não é possível? Segundo Gramsci, existe a possibilidade de ocorrer um processo de contra
hegemonia, desenvolvido por pensadores ligados a classe dominada na defesa de seus interesses, defendendo
outra forma de pensar e agir na sociedade em que vivem. Outro importante pensador que tratou de assunto foi
o sociólogo francês Pierre Bourdieu. Através do conceito de violência simbólica buscou identificar as formas
culturais que impõem e fazem com que a gente aceite como normal, como uma verdade que sempre existiu e
que a gente não pode questionar, um conjunto de normas e regras não escritas nem ditas. Disso nasce o que
Bourdieu define como naturalização da história, condição que faz com que os fatos sociais viram naturais e
verdades para todos, independentemente de serem bons ou ruins. A violência simbólica é muito clara durante
a nossa educação formal. Quando vamos para a escola devemos obedecer sempre um conjunto de regras e
aprender determinados saberes predeterminados estabelecidos como sendo o que deve ser ensinado. Essas
regras e saberes não são questionados e nem sabemos quem os definiu. Um conceito muito importante foi
criado pelos pensadores da escola de Frankfurt Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973),
a Indústria Cultural. Esse conceito está ligado ao que conhecemos como cultura de massa e segue a lógica do
sistema capitalista, ou seja, produção em larga escala de produtos, no caso produtos culturais, tornados
disponíveis para quem pode comprá-los. O sistema capitalista percebe que uma massa emerge e, mais ainda,
percebe que além de se produzir mercadorias de consumo geral para essa massa, poderia ser possível produzir,
também, e em larga escala, elementos da cultura, transformando-os em mercadorias. Daí o termo cultura de
massa ou para as massas, pois a partir do momento que se produz em série para o consumo do povo em geral,
para existir um novo padrão de significações na visão de mundo, no que as pessoas pensam, sentem e agem.
Para os autores, existe a possibilidade de ocorrer uma homogeneização das pessoas, grupos e classes
sociais, pois a indústria cultural coloca a felicidade imediatamente nas mãos dos consumidores através da
compra de alguma mercadoria ou produto cultural. Outro ponto importante da atuação da indústria cultural é
a transformação em produto de manifestações culturais que em sua origem eram manifestações contra o
sistema cultural vigente.
O desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação é um grande aliado da indústria cultural. A
televisão é o meio mais forte de massificação de informações e entretenimento. No final dos filmes ou novelas
e novelas existe sempre a punição do vilão, ou seja, nos é mostrada uma vida sem conflitos e uma sociedade
sem desigualdades, onde as possibilidades são sempre iguais para todos. Também através dos filmes, novelas
e programas de televisão somos levados a consumir produtos que são anunciados nos intervalos ou aparecem
sendo usados pelos atores e apresentadores durante a exibição do programa, criando ou modificando hábitos
e criando a necessidade cada vez maior de consumo da sociedade, ligando a felicidade ao ato de comprar
determinado produto.

Atividade 2
1- Como é possível que a visão de mundo da classe dominante seja aceita pelos dominados e desarticule as
visões de mundo diferentes, segundo Antonio Gramsci?
2- Segundo Gramsci, é possível outra visão de mundo, que não a da classe dominante? Explique.
3- O que Pierre Bourdieu procurou identificar com o conceito de violência simbólica?

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4- (UFUB) Quanto ao conceito de indústria cultural, é correto afirmar que:
I – A indústria cultural produz bens culturais como mercadorias.
II – O objetivo da indústria cultural é estimular a capacidade crítica dos indivíduos.
III – A indústria cultural cria a ilusão de felicidade no presente e elimina a dimensão crítica.
IV – A indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe dar tempo para pensar sobre as
condições de exploração em que vive.
Assinale a alternativa correta:
a) II, III e IV estão corretas. b) I, II e III estão corretas. c) I, III e IV estão corretas.
d) I, II e IV estão corretas. e) II e III estão corretas.

5- (UEL - 2006)“A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para
seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que
perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’ é o senso
comum cristalizado que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova [...]. Dessa maneira, um conjunto
de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural tornam-se o contrário da Cultura
e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado em massa inculta, infantil, desinformada
e passiva”. (CHAUÍ, Marilena. Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 330-333.) Com base no texto e
nos conhecimentos sobre meios de comunicação e indústria cultural, considere as afirmativas a seguir.

I. Por terem massificado seu público por meio da indústria cultural, os meios de comunicação vendem
produtos homogeneizados.
II. Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de matizes ideológicos e políticos.
III. No contexto da indústria cultural, por meio de processos de alienação de seu público, os meios de
comunicação recriam o senso comum enquanto novidade.
IV. Os produtos culturais com efetiva capacidade de democratização da cultura perdem sua força em
função do poder da indústria cultural na sociedade atual.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV.

Aula 3: Cultura material e cultura imaterial

A diferença entre esses dois modos de fazer-se cultura é simples e encontra-se nos próprios termos em
questão: cultura material compreende os fazeres culturais que são vistos, são tocados e existem numa realidade
material física. Cultura imaterial compreende tudo aquilo que faz parte de uma formação cultural, mas não
existe fisicamente ou não existe enquanto uma realidade material presente o tempo todo, sendo “consumido”
rapidamente.
Para entendermos melhor o sentido e a diferença dos dois termos, listamos alguns exemplos de cultura
material e cultura imaterial:

• Cultura material
O patrimônio material é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza:
arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em
bens imóveis – núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis – coleções
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos
e cinematográficos.
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Entre os bens materiais brasileiros estão os conjuntos arquitetônicos de cidades como Ouro Preto (MG),
Paraty (RJ), Olinda (PE) e São Luís (MA) ou paisagísticos, como Lençóis (BA), Serra do Curral (Belo
Horizonte), Grutas do Lago Azul e de Nossa Senhora Aparecida (Bonito, MS) e o Corcovado (Rio de Janeiro).

• Cultura imaterial
Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às habilidades, às crenças, às práticas, ao modo
de ser das pessoas. Desta forma podem ser considerados bens imateriais: conhecimentos enraizados no
cotidiano das comunidades; manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que
marcam a vivência coletiva da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; além de
mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
Na lista de bens imateriais brasileiros estão a festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a Feira de
Caruaru, o Frevo, a capoeira, o modo artesanal de fazer Queijo de Minas e as matrizes do Samba no Rio de
Janeiro.

• Patrimônio cultural material e imaterial


A cultura de um povo deve ser preservada para que a identidade dele seja mantida. Nesse sentido, a cultura
é uma forma de coesão social, ou seja, ela é capaz de unir as pessoas de uma sociedade em torno de um bem
comum que é, justamente, a identificação dos membros daquela sociedade com a sua cultura.
O conjunto desses elementos culturais mantidos tradicionalmente pelas sociedades é chamado de
patrimônio cultural. Assim como a cultura, o patrimônio cultural pode ser classificado como material ou
imaterial.
Para que a cultura brasileira como um todo e de todas as regiões, etnias, povos e estados seja mantida,
existe no Brasil uma entidade pública chamada Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O Iphan é responsável por identificar elementos culturais tanto materiais quanto imateriais e cuidar para que
eles sejam mantidos intactos, além de promover a restauração do patrimônio cultural material.
Fazendo um trabalho parecido com o do Iphan, porém a nível mundial, a Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) também busca identificar, incentivar e preservar elementos
culturais materiais ou imateriais no mundo. Tanto a Unesco quanto o Iphan realizam intensos estudos sobre
os elementos que pretendem incluir nas suas listas de patrimônio que deve ser preservado, e essa inclusão é
chamada de “tombamento”.
Tombamento: É o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio
oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social. Um bem cultural
é tombado quando passa a figurar na relação de bens.

• Cultura material e imaterial no Brasil


No Brasil temos vários elementos culturais materiais e imateriais tombados pelo Iphan ou pela Unesco.
No Pará ocorre, todos os anos, uma tradição religiosa de vertente católica chamada Círio de Nazaré, na qual
há a travessia da imagem de Nossa Senhora do Nazaré, por uma procissão, pela cidade de Belém. O Círio de
Nazaré é tombado pelo Iphan como patrimônio histórico-cultural imaterial do Brasil.
Na cidade de Pirenópolis, interior do estado de Goiás, ocorre uma tradicional festa católica chamada Festa
do Divino Espírito Santo. Como manda a tradição da festa que dura uma semana, nos três últimos dias, há a
encenação de uma batalha de cavaleiros, sendo eles representantes dos mouros (muçulmanos) e cristãos nas
Cruzadas. A encenação é chamada de Cavalhadas, uma tradição tombada como patrimônio histórico-cultural
imaterial do Brasil pelo Iphan.
O Iphan também tombou o frevo (tradicional festa carnavalesca pernambucana) e o acarajé (prato típico
baiano criado com base nas raízes da culinária africana por negros escravizados no Brasil) como elementos
culturais imateriais do Brasil. Além desses, centenas de outros tombamentos foram registrados pelo instituto.

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Atividade 3
1- (Enem 2014 – PPL) “Desde 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem
registrado certos bens imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações que já ganharam
esse status está o ofício das baianas do acarajé. Enfatize-se: o ofício das baianas, não a receita do acarajé.
Quando uma baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos imperceptíveis para quem olha de fora. A
cor da roupa, a amarra dos panos e os adereços mudam de acordo com o santo e com a hierarquia dela no
candomblé. O Iphan conta que, registrando o ofício, “esse e outros mundos ligados ao preparo do acarajé
podem ser descortinados”.
KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduíche de Bauru. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 13, out. 2006.

De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se protegerem certas manifestações históricas
para que continuem existindo, destacando-se nesse caso a
A) mistura de tradições africanas, indígenas e portuguesas no preparo do alimento por parte das cozinheiras
baianas.
B) relação com o sagrado no ato de preparar o alimento, sobressaindo-se o uso de símbolos e insígnias pelas
cozinheiras.
C) utilização de certos ingredientes que se mostram cada vez mais raros de encontrar, com as mudanças nos
hábitos alimentares.
D) necessidade de preservação dos locais tradicionais de preparo do acarajé, ameaçados com as
transformações urbanas no país.
E) importância de se treinarem as cozinheiras baianas a fim de resgatar o modo tradicional de preparo do
acarajé, que remonta à escravidão.

2-Podemos citar como exemplos de patrimônio imaterial, exceto:


A) O monumento aos bandeirantes, em São Paulo.
B) As técnicas de produção do queijo artesanal de Minas Gerais.
C) A capoeira.
D) A técnica de confecção da cerâmica marajoara, no Pará.

3-(ENEM) A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expressões,
conhecimentos e técnicas ― junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são
associados ― que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte
integrante de seu patrimônio cultural.” São exemplos de bens registrados como Patrimônio Imaterial no Brasil:
o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Jongo
no Sudeste, entre outros.
É bastante recente no Brasil o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de seu
Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro é:
A) reconhecer o valor da cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.
B) recuperar as características originais das manifestações culturais dos povos nativos do Brasil.
C) promover o respeito à diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
D) possibilitar a absorção das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
E) inserir as manifestações populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus produtores.

4- Toda intervenção destinada a manter a integridade de um objeto pertencente ao Patrimônio Cultural é


definida como:______________________________________

5- Qual a importância da preservação dos bens culturais?


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Aula 4: A Internet

A internet teve origem num projeto militar americano na década de 1960. Era o período da Guerra Fria,
que colocava em confronto as duas superpotências da época. Os Estados Unidos e a União Soviética. A
preocupação dos americanos era como as autoridades poderiam se comunicar caso acontecesse uma guerra
nuclear que destruísse toda a rede de comunicações, havendo, portanto, a necessidade de criar um sistema de
comunicação que não dependesse de um controle central. Assim foi criado um sistema no qual as informações
são geradas em muitos pontos e não ficam guardadas num lugar só. Esses pontos, por sua vez, poderiam gerar
informações independentes, assim se um ponto fosse destruído os outros continuariam a gerar informações.
Posteriormente, com o fim da ameaça de guerra nuclear, esse sistema passou a ser utilizado por pesquisadores
de universidades e na década de 1990 acabou se expandindo e sendo de livre acesso para todos os indivíduos.
O aumento do acesso tornou a internet um meio de comunicação onde existe espaço para a produção livre de
conteúdo, notícias, cultura e tudo que possa ser transmitido por esse sistema.
A internet trouxe novas possibilidades de sociabilidade e novas formas de relacionamento entre as pessoas.
Os sites de relacionamento, como o Facebook juntam milhões de pessoas em qualquer lugar do mundo
instantaneamente. Isso levou a criação de uma nova frente de negócios para a indústria cultural e também um
grande problema. Como a informação circula livremente pelo ciberespaço, são disponibilizados produtos da
indústria cultural, como filmes, músicas, livros e vídeos de forma gratuita na rede. Isso levou a criação de leis
que procuram proteger os direitos autorais e os lucros das empresas que vendem produtos culturais. Por outro
lado, surgiram as empresas de comércio eletrônico, que vendem de tudo na internet com custos mais baixos,
pois não necessitam abrir uma loja fixa.

Atividade 4
1. (ENEM 2013) “O sociólogo espanhol Manuel Castells sustenta que a comunicação de valores e a
mobilização em torno do sentido são fundamentais. Os movimentos culturais (entendidos como movimentos
que têm como objetivo defender ou propor modos próprios de vida e sentido) constroem-se em torno de
sistemas de comunicação – essencialmente a internet e os meios de comunicação – porque esta é a principal
via que esses movimentos encontram para chegar àquelas pessoas que podem eventualmente partilhar os seus
valores, e a partir daqui atuar na consciência da sociedade no seu conjunto”.
Disponível em: www.compolitica.org. Acesso em: 2 mar. 2012 (adaptado).

Em 2011, após uma forte mobilização popular via redes sociais, houve a queda do governo de Hosni
Mubarak no Egito. Esse evento ratifica o argumento de que
A) a internet atribui verdadeiros valores culturais aos seus usuários.
B) a consciência das sociedades foi estabelecida com o advento da internet.
C) a revolução tecnológica tem como principal objetivo a deposição de governantes antidemocráticos.
D) os recursos tecnológicos estão a serviço dos opressores e do fortalecimento de suas práticas políticas.
E) os sistemas de comunicação são mecanismos importantes, de adesão e compartilhamento de valores
sociais.

2- “O que os jornais chamam de Era da Informação nada mais é que o atestado de óbito da cultura de massa
— um estilo de vida que surgiu com Gutenberg, no século XV, e foi a tônica da Revolução Industrial. Até hoje
você foi obrigado a assistir ao mesmo filme que o vizinho, ler o mesmo jornal que outros 200 mil assinantes,
comer o mesmo molho de tomate industrializado e usar uma calça jeans do mesmo modelo do seu amigo de
trabalho. Esse tempo está chegando ao fim”.
BARREIRA, W. Era da informação: Tudo ao mesmo tempo agora. Superinteressante.n. 84, set. 1994.

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O texto acima, escrito em 1994, realizava uma previsão acerca dos efeitos da Era da Informação na sociedade
atual. Nessa perspectiva, as transformações tecnológicas propiciaram:
a) a concessão total de liberdade ao indivíduo
b) o fim da padronização cultural
c) o aumento da interatividade digital
d) a desregulação da moda
e) o declínio das transformações técnicas

3- (UEMA) A letra da música de Gilberto Gil trata da rede de comunicação existente no mundo e sugere a
importância dessa rede para a inclusão digital, do ponto de vista socioeconômico.

Pela Internet [...] O chefe da milícia de Milão


Criar meu web site Eu quero entrar na rede Um hacker mafioso acaba de soltar
Fazer minha home page Promover um debate Um vírus pra atacar programas no Japão
Com quantos gigabytes Juntar via Internet Eu quero entrar na rede pra contactar
Se faz uma jangada Um grupo de tietes de Connecticut Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Um barco que veleje De Connecticut acessar Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça
Onze tem um videopôquer para se jogar
GILBERTO GIL. Disco Quanta. Warner Music, 1997.
(adaptado).
A relação entre a exclusão socioeconômica e a digital está apresentada na seguinte assertiva:
a) A digital desencadeia a socioeconômica, pela relação direta entre a existência de ampla tecnologia da
informação e comunicação e a realidade dos países subdesenvolvidos.
b) A socioeconômica desencadeia a digital, por existir maior investimento dos países subdesenvolvidos no
acesso à tecnologia de informação e comunicação, portanto, maior inclusão.
c) A socioeconômica desencadeia a digital, pois há relação igualitária entre países desenvolvidos e
subdesenvolvidos quanto ao acesso à tecnologia de informação e comunicação e à inclusão.
d) A digital desencadeia a socioeconômica, à medida que o acesso às tecnologias de informação e
comunicação se dá de forma mais estruturada nos países subdesenvolvidos.
e) A socioeconômica desencadeia a digital, por haver uma relação desfavorável quanto ao menor acesso dos
países subdesenvolvidos à tecnologia de informação e comunicação.

5- ENEM 2013
A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em
especial à internet, porque
A) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais
de relacionamento.
B) considera as relações sociais como menos importantes que as
virtuais.
C) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao
mesmo tempo.
D) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo
globalizado.
E) concebe a rede de computadores como o espaço mais eficaz para
a construção de relações sociais.

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CIEP BRIZOLÃO 156 ALBERT SABIN
Material para Estudo Remoto
Ano 2021

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