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Aula 03

Polícia Penal-DF (Policial Penal)


Português - 2022 (Pós-Edital)

Autor:
Equipe Português Estratégia
Concursos, Felipe Luccas

13 de Março de 2022
Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas
Aula 03

Índice
1) Noções Iniciais de Verbos
..............................................................................................................................................................................................3

2) Emprego de Tempos e Modos verbais


..............................................................................................................................................................................................4

3) Modo Indicativo
..............................................................................................................................................................................................7

4) Modo Subjuntivo
..............................................................................................................................................................................................
23

5) Modo Imperativo
..............................................................................................................................................................................................
30

6) Formas Nominais do Verbo


..............................................................................................................................................................................................
32

7) Transitividade Verbal
..............................................................................................................................................................................................
38

8) Verbos Impessoais
..............................................................................................................................................................................................
40

9) Verbos Unipessoais
..............................................................................................................................................................................................
41

10) Verbos Auxiliares


..............................................................................................................................................................................................
43

11) Verbos de Ligação


..............................................................................................................................................................................................
46

12) Verbos Traiçoeiros


..............................................................................................................................................................................................
48

13) Verbos Defectivos


..............................................................................................................................................................................................
61

14) Verbo Vicário


..............................................................................................................................................................................................
62

15) Verbos Pronominais


..............................................................................................................................................................................................
63

16) Correlação dos Tempos Verbais


..............................................................................................................................................................................................
65

17) Vozes Verbais


..............................................................................................................................................................................................
70

18) Locução verbal X Tempo composto


..............................................................................................................................................................................................
79

19) Questões Comentadas - Classes de Palavras III


..............................................................................................................................................................................................
81

20) Lista de Questões - Classes de palavras III


..............................................................................................................................................................................................
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VERBOS
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Olá, pessoal! Tudo bem?
Por aqui, professora Luciana Uhren!
Vamos estudar juntos essa classe gramatical importante e cheia de detalhes: verbo.
Continue firme na sua caminhada: estamos ainda no começo dos estudos de Língua Portuguesa. Pense na
sua aprovação e mantenha firme seu ritmo de estudos. Vamos lá!
Verbo é um assunto muito cheio de detalhes e cai demais em provas. Abordaremos esse assunto de maneira
mais prática, usando verbos conhecidos como referência. Esses verbos vão servir de modelos para a
conjugação daqueles que mais caem na prova, então você tem que dominar a conjugação dos verbos
modelo. Praticaremos muito!
Há outra forma de estudar a matéria: concentrar-se mais nos exemplos do que tentar gravar as regras com
todos aqueles nomes técnicos de tempos e modos verbais. Vamos economizar no gramatiquês sempre que
possível e enriquecer a aula com mais exemplos, que você deve ler e incorporar como uma possibilidade da
língua. Isso vai te ajudar a reconhecer a alternativa correta na hora da prova.
Quando trouxermos a conjugação de um verbo, leia com atenção e grife aquelas terminações que você não
conhecia ou que soaram “estranhas”. Escreva-as no canto do material, para poder revisar. Essas são as que
podem te confundir.
Nos temas correlação e modo imperativo, é fundamental memorizar os exemplos, pois eles se repetem
muito e são mais palatáveis que a teoria que os justifica.
Aprenderemos também que, embora os tempos e modos verbais tenham seus sentidos mais “clássicos”,
muitas vezes, outros elementos do contexto podem dar a eles outras nuances semânticas. A banca explora
muito isso. Vamos começar, olho na vaga!!
Abraço,
Prof. Luciana

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EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS


Todo dia, usamos centenas de verbos para expressar nossos pensamentos, nós os conjugamos em todos os
tempos e modos, fazemos infinitas combinações, sem consultar dicionário nenhum. Isso porque a lógica dos
verbos está em nossa mente desde a infância.

No concurso, não aprenderemos a conjugar verbos guardando terminaçõezinhas infinitas, pois você não
“monta” verbos juntando pedacinhos na sua cabeça (como em: CANT+Á+SSE+MOS); todos sabemos
conjugar verbos, ao menos os que são mais correntes. O que veremos é uma terminologia técnica que é
cobrada em prova e as exceções a essa lógica linguística que dominamos. Vamos lá!

Verbo é a classe variável (varia em tempo, modo, número, pessoa) que expressa ação, estado, fenômeno
e processos em geral.

O tempo se refere a quando ocorre a ação (Estudo, Estudei, Estudarei), mas nem sempre o “tempo verbal”
corresponde a um tempo cronológico real idêntico.

Por exemplo, em “vou sair” o verbo está no presente, mas o tempo real da ação é futuro.
O modo indica a atitude da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. Há três modos verbais: Indicativo
(certeza), Subjuntivo (dúvida/hipótese) e Imperativo (ordem/sugestão).

As categorias de número e pessoa indicam qual pessoa do discurso está relacionada ao verbo e se está no
singular ou no plural:
Primeira pessoa: a pessoa que fala (eu, nós)
Segunda pessoa: a pessoa com quem se fala (tu, vós)
Terceira pessoa: a pessoa de quem se fala (ele (a)/eles (as))

Então, aquela velha história de “eu, tu, ele, nós, vós, eles” nada mais é do que a lista das pessoas do discurso,
representadas pelos pronomes retos. O verbo vai se flexionar para concordar com cada uma dessas pessoas.
A propósito, o fato de ser “pessoa do discurso” não significa que sejam seres humanos e estejam “falando”
de fato! Podemos dizer: “eles caíram e ficaram destruídos” e o “caíram” pode muito bem referir-se a carros,
homens, cachorros, gatos, charutos, figos, potes de Danone ou qualquer substantivo que esteja na terceira
pessoa do plural, ok?

Veja o quadro resumo a seguir:


VERBO
Palavra variável que indica ação, estado, fenômeno e processo em geral
TEMPO – momento em que ocorre a ação Presente

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Pretérito
Futuro
MODO – diferentes maneiras em que um fato pode Indicativo – indica um fato certo.
se realizar Subjuntivo – enuncia um fato hipotético, duvidoso,
possível.
Imperativo – exprime ordem, conselho, pedido,
proibição.
PESSOA – quem realiza a ação verbal Singular – eu (1ª), tu (2ª), ele (3ª)
Plural – nós (1ª), vós (2ª), eles (3ª)
Para trabalharmos com verbos, temos que dominar um verbo de cada conjugação, que nos sirva de modelo.
Esse modelo vai nos dar a estrutura geral de qualquer conjugação e se aplicará à maioria dos verbos.
Depois estudaremos as exceções que as bancas mais gostam de cobrar, verbos que se parecem, enganam,
mas não seguem uma determinada conjugação, como verbos irregulares e anômalos.
Os verbos podem ser de:
 1ª conjugação (terminam em -AR);
 2ª (terminam em -ER);
 3ª (terminam em -IR).
Assim mesmo, na ordem alfabética A, E, I...
VERBOS
1ª CONJUGAÇÃO 2ª CONJUGAÇÃO 3ª CONJUGAÇÃO
AMAR BEBER SORRIR
FALAR ESCREVER DORMIR
ESTUDAR CORRER IMPRIMIR

Temos então que saber um verbo de cada conjugação e usá-lo como modelo.
Por finalidade mnemônica, nesta aula vamos usar como modelo os verbos beber (2ª conjugação), cair (3ª
conjugação) e levantar (1ª conjugação) =). Essas vogais (A, E, I) são chamadas de vogal temática e vão
aparecer na maioria das formas do verbo (Ex.: tapAr, tapAsse, tapAram; olhAr, olhAsse, olhAram).
Então, se você souber conjugar um verbo de 1ª conjugação, poderá aplicar essa conjugação a outros verbos
da mesma conjugação, pois seguirão o mesmo padrão.
Tomemos como exemplo o verbo LEVANTAR, de 1ª conjugação. Vamos conjugá-lo em três tempos:
presente, pretérito perfeito e futuro, respectivamente.
LEVANTAR
Modo indicativo
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO FUTURO
EU levanto EU levantei EU levantarei
TU levantas TU levantaste TU levantarás
ELE levanta ELE levantou ELE levantará
NÓS levantamos NÓS levantamos NÓS levantaremos
VÓS levantais VÓS levantastes VÓS levantareis
ELES levantam ELES levantaram ELES levantarão

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Agora, observem que se tomarmos outro verbo de mesma conjugação, nos mesmos tempo e modo, as
terminações seguirão o mesmo padrão.

AMAR
Modo indicativo
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO FUTURO
EU amo EU amei EU amarei
TU amas TU amaste TU amarás
ELE ama ELE amou ELE amará
NÓS amamos NÓS amamos NÓS amaremos
VÓS amais VÓS amastes VÓS amareis
ELES amam ELES amaram ELES amarão

A diferença está somente no “radical” da palavra, ou seja, da parte da palavra que traz seu sentido original:
“am” e “levant”. O restante do verbo é uma combinação de outros componentes, que trarão informações
adicionais em relação a esse sentido principal que o radical indica.
O verbo é formado de:
Radical + vogal temática + desinências modo-temporais e número-pessoais (DMT) e (DNP).

Essas “partes” do verbo vão denunciar seu sentido primário, tempo, modo, número, pessoa, conjugação.

Por exemplo, em “Agora amamos chocolate” a desinência número-pessoal –mos revela que o sujeito é a
primeira pessoa do plural, nós, e que a ação de amar se passa no presente. A desinência –va em “eu amava
um beija-flor” revela que o verbo amar está no pretérito imperfeito, que indica hábito no passado.

Não é necessário individualizar essas terminações nem entrar naquele mundo de tabelas com desinências
de cada tempo, pois não montamos o verbo na nossa cabeça de pedacinho em pedacinho, mas sim
comparando com outros verbos já familiares. As desinências relevantes para a prova serão apontadas
oportunamente.

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MODO INDICATIVO
Modo verbal que expressa certeza, fatos vistos como certos, consumados, concretos.

Presente do Indicativo

Levantar Beber Cair


Eu Levanto Bebo Caio
Tu Levantas Bebes Cais
Ele Levanta Bebe Cai
Nós Levantamos Bebemos Caímos
Vós Levantais Bebeis Caís
Eles Levantam Bebem Caem
Para reconhecer esse tempo, pense:
“Hoje eu________”:
Ex.: Hoje eu corro / Hoje ele está / Hoje começa / Hoje nasce...

Veja os sentidos que seu uso pode implicar.

SENTIDOS DO PRESENTE DO INDICATIVO EXEMPLOS

Fato pontual ou momentâneo no momento da fala Ele está ranzinza hoje.

Hábito ou rotina no presente Eu corro e nado todo dia.

Fato permanente, verdade atemporal, universal, vista A água ferve a 100 graus.
como fato certo, indiscutível O Brasil faz parte do Mercosul.

Futuro próximo A novela começa hoje à noite.


(Este uso do verbo no presente é usado para indicar futuro Arrume-se logo, o táxi chega às dez.
visto como certo).

Presente histórico/narrativo Em 1908, nasce o mito.


(Nesse caso, o presente tem referência a ações no passado, Machado de Assis publica Dom Casmurro
muito comum nas narrativas e biografias. Serve para dar em 1899.
maior atualidade, dinamismo, verossimilhança ao evento
narrado, tornando-o mais próximo do leitor).

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Pretérito Perfeito do Indicativo

Levantar Beber Cair


Eu Levantei Bebi Caí
Tu Levantaste Bebeste Caíste
Ele Levantou Bebeu Caiu
Nós Levantamos Bebemos Caímos
Vós Levantastes Bebestes Caístes
Eles Levantaram Beberam Caíram
Semântica: Na sua forma simples, indica um fato perfeitamente acabado no passado, isto é, ações
concluídas antes do momento da fala. O destaque do pretérito perfeito é na conclusão da ação.
Pense:
“Ontem eu______”.

Ex.: Ontem levantei / ele bebeu / eles caíram...

Veja os sentidos que seu uso pode implicar.

SENTIDOS DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO EXEMPLOS

Fato que teve início e fim num passado próximo ou distante Li duas aulas de constitucional hoje.
Li muitos livros na minha infância.

Fato passado já concluído, mas cujos efeitos perduram até Aprendi inglês na infância.
o presente Nunca entendi contabilidade.

(TRE-PA / 2020)
Julgue o item a seguir.
Alfredo, filho de dona Arlinda, alumiou o caminho. O vocábulo em destaque é uma variação do verbo
"iluminar" e está no pretérito imperfeito.
Comentários:
São sinônimos, mas "alumiou" está no pretérito PERFEITO. Questão incorreta.
(TRE-PA / 2020)
Julgue o item a seguir.

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Mário e eu fomos os melhores do time, no oitavo ano. O vocábulo em destaque é a forma conjugada do
verbo "ser" e estar no pretérito mais-que-perfeito.
Comentários:
"fomos" é conjugação do verbo "ser" e está no pretérito PERFEITO. Questão incorreta.
(UFSC / 2019)
Hoje sabemos com o mundo...
O verbo ‘sabemos’ está empregado na segunda pessoa do futuro do indicativo.
Comentários:
Está na primeira pessoa do plural (nós), do modo indicativo: sabemos/bebemos. Questão incorreta.
(CRF-TO / 2019)
Em conformidade com o contexto do texto apresentado, julgue o item a seguir.

A locução vai fazer, empregada na passagem “Vai te fazer bem!”, representa a mesma ideia expressa pela
forma verbal fará.
Comentários:
O futuro simples é normalmente substituído por uma locução formada de verbo “IR no presente + infinitivo”:
vou fazer>farei; vou sair>sairei; vou chegar>chegarei; vai fazer>fará. Embora o verbo esteja no presente, seu
sentido é de futuro.
Questão correta.
(AL-RS / 2018)
Em relação à frase: ‘A China vive hoje um processo de acelerada adoção de robôs nas fábricas’ retirada do
texto, afirma-se que:
O verbo está flexionado no presente do modo indicativo, o qual exprime um fato certo.
Comentários:
Exato. A forma “vive” expressa um fato visto como certo e atual.
Questão correta.

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Pretérito Perfeito Composto1 do Indicativo

Este tempo indica continuidade, ação que se inicia em algum momento do passado e se estende, perdura,
continua até o momento da fala, sua duração se estende até o presente. Sua forma é (TENHO + PARTICÍPIO).
Ex.:
Tenho feito muitos exercícios de português.
João tem investido muito em fundos imobiliários.
Maria tem evitado o açúcar após o derrame.
Tenho levantado cedo todos os dias ultimamente.

Essa última locução poderia ser substituída por “venho levantando”, pois a locução formada de “IR/VIR no
presente do indicativo + gerúndio” sugere as mesmas relações do pretérito perfeito composto: o gerúndio
mantém essa ideia de ‘continuidade’ e ‘duração’ do processo, e o auxiliar “venho”, no presente, preserva a
ideia de que a ação perdura até o presente.

Obs1: Não se assuste, “tempo composto” é apenas um tempo formado por uma combinação de verbos
(locução verbal), ou seja, é “composto” porque tem mais de uma forma verbal: Verbo ter/haver + Verbo no
PARTICÍPIO.

PARTICÍPIO é a forma verbal que normalmente termina em -ADO, -IDO (matar/matado; estudar/estudado;
ferir/ferido; bater/batido).
TER e HAVER serão chamados de VERBOS AUXILIARES.
O verbo que fica no particípio será chamado de VERBO PRINCIPAL.
Vejamos alguns exemplos:

Às 19h, o jogo não haverá começado ainda.


Verbo Verbo
auxiliar principal

Que eu tenha amado.


Verbo Verbo
auxiliar principal

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Nos tempos compostos, o tempo de conjugação do verbo auxiliar normalmente dá o nome do tempo verbal
composto.
Por exemplo: eu terei feito. O auxiliar terei está no futuro do presente, então este é o futuro do presente
composto.
Porém, excepcionalmente, isso não acontece no pretérito perfeito composto, pois o verbo auxiliar, apesar
do nome, fica no presente. Ex.:

Tenho estudado nos últimos meses. (auxiliar no presente!)


Tenho andado distraído... (auxiliar no presente!)

(TRIBUNAL DE JUSTIÇA-AL /2018)


“Tenho comentado aqui na Folha diversos usos da internet”; o tempo verbal destacado nesse segmento
inicial do texto indica uma ação que:
a) se iniciou e terminou no passado;
b) mostra início indeterminado e continuidade no presente;
c) indica repetição sem determinação de tempo;
d) se iniciou no passado e termina no presente;
e) se localiza antes de outra ação também passada.
Comentários:
Por definição, o pretérito perfeito composto do indicativo expressa uma ação iniciada em algum momento
do passado e que perdura no presente.
Cuidado com a letra D, pois a definição não diz que “termina no presente”, mas sim que “continua” no
presente, é uma ação ‘não concluída’. Gabarito letra B.
(CAGE-RS / 2018)
Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de modo breve,
as andanças em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher e de meus fantasmas
particulares.
Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma ação / um
fato que ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da narração do texto.
a) “tenho largado” b) “fui possuído” c) “tem” d) “haja fugido” e) “narrasse”
Comentários:
Não havia necessidade do texto inteiro. Sabemos já que “tenho largado” é locução do pretérito perfeito
composto, que indica justamente isto: ação habitual que começa no passado e perdura até o presente
momento, o momento da fala/narração. Gabarito letra A.

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(UFU-MG / 2018)
No trecho “[O sistema mundial de rádio] Foi criado e vem sendo desenvolvido há 10 anos por engenheiros
de primeira linha ao redor do mundo [...]”, a forma verbal destacada indica ação iniciada no passado
a) e concluída no momento da enunciação.
b) e não concluída no momento da enunciação.
c) e concluída depois de outra ação no passado.
d) desenvolvida por determinado tempo e concluída no momento da enunciação.
Comentários:
Como vimos, assim como pretérito perfeito composto, a locução formada de “IR/VIR no presente do
indicativo + gerúndio” indica uma ação que começou em algum momento do passado e que perdura até o
presente. Então, começaram a desenvolver o sistema de rádio em algum momento do passado e ele está
sendo desenvolvido até o momento da fala. Gabarito letra B.

Pretérito Imperfeito do Indicativo

Levantar Beber Cair


Eu levantava bebia caía
Tu levantavas bebias caías
Ele levantava bebia caía
Nós levantávamos bebíamos caíamos
Vós levantáveis bebíeis caíeis
Eles levantavam bebiam caíam

Para conjugar esse verbo, pense:


“Antigamente eu_____”.
Ex.: Antigamente eu bebia / eles caíam / elas levantavam...

As desinências de pretérito imperfeito do indicativo que você deve procurar são “VA A IA INHA” (amaVA,
compraVA, erA, pretendiA, IA, faZIA, vINHA, tINHA).

Veja os sentidos que seu uso pode implicar.

SENTIDOS DO PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO EXEMPLOS

Fatos repetidos, frequentes, habituais no passado Antigamente eu estudava todo dia e ainda

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malhava.
Quando eu era pequeno, eu achava a vida
chata.

Uma ação que estava ocorrendo (ação durativa ou Eu estava dormindo, quando o cachorro latiu.
contínua) quando outra (instantânea) aconteceu

Ação planejada, esperada, que não se realizou Eu pretendia começar hoje o curso, porém foi
tudo cancelado.
Quando eu ia avisar, já era tarde demais.

(ALESE / 2018)
Uma tendência que já coroava as edições anteriores do prêmio
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que se encontra acima está sublinhado em:
a) por meio do qual definia uma suposta obra de arte
b) o novo prêmio atenderia ao mercado
c) ou o que o contraria
d) o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas
e) ele contempla os títulos com mais chances
Comentários:
Coroava e definia estão ambos conjugados no pretérito imperfeito do indicativo.
Vejamos os demais:
b) o novo prêmio atenderia ao mercado (futuro do pretérito)
c) ou o que o contraria (presente)
d) o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas (futuro do presente)
e) ele contempla os títulos com mais chances (presente) Gabarito letra A.
(CEMIG / 2018)
Os verbos destacados estão flexionados no pretérito imperfeito do indicativo, EXCETO em:
a) “[...] ao ponto em que havia um intervalo sensível de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela.”
b) “Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento.”
c) “Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras salas de conversa entre usuários de iPhones
vagarosos.”

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d) “Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vendedores, envaidecidos pela aura do próprio
produto [...].”.
Comentários:
Questão de mero reconhecimento: as formas havia, estava e era estão conjugadas no pretérito imperfeito
do indicativo. Já a forma entrou está no pretérito PERFEITO. Gabarito letra D.

Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo

Levantar Beber Cair


Eu levantara bebera caíra
Tu levantaras beberas caíras
Ele levantara bebera caíra
Nós levantáramos bebêramos caíramos
Vós levantáreis bebêreis caíreis
Eles levantaram beberam caíram

 Indica um evento perfeitamente acabado antes de outro no passado, ou seja, uma ação passada
antes de outra passada. Ex.:
Quando cheguei ao ponto, o ônibus já passara.
Já passara das dez quando o táxi chegou.

Fique atento, sua desinência é –RA.

Esse tempo caiu em desuso na língua portuguesa. Hoje, sua principal função linguística é derrubar o
combalido candidato de concurso público. Interessa-nos saber aqui que existe o pretérito mais-que-perfeito
composto, que é semanticamente equivalente ao mais-que-perfeito simples.

O pretérito mais-que-perfeito composto é formado pela locução Tinha / Havia + Particípio. Ex.:
Quando cheguei ao ponto, o ônibus já havia passado.
Já tinha passado das dez quando o táxi chegou.

Repetimos: é possível a substituição do simples pelo composto sem alteração semântica ou prejuízo à
coesão, à coerência ou à correção gramatical. As frases acima são reescrituras semanticamente
equivalentes.

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((SEFAZ-RS / 2019)
Um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e Beethoven...
Os sentidos originais e a correção gramatical do texto seriam preservados se a forma verbal “invertera” fosse
substituída por
a) inverteria.
b) teria invertido.
c) invertesse.
d) havia invertido.
e) houve de inverter.
Comentários:
Invertera é forma do pretérito mais-que-perfeito simples (terminação -RA) e equivale a sua forma composta:
tinha/havia invertido. Gabarito letra D.
(TCM-BA / 2018)
É a época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executava uma espécie de junção
entre a moral e a natureza
Julgue o item a seguir.
Com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se a anterioridade de uma ação em relação a outra.
Comentários:
Veja a terminação em -RA, indicativa do pretérito mais-que-perfeito composto, convertendo para a forma
simples, teremos:
A burguesia TINHA/HAVIA ASSUMIDO o poder havia pouco tempo e executava uma espécie de junção entre
a moral e a natureza.
O evento de “assumir o poder” é anterior à ação de “executar a junção”, então temos a anterioridade de
uma ação em relação a outra. Questão correta.
(CGE-RO / 2018)
“O velho, um bêbedo esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho
invisível”; a forma verbal “dirigira” pode ser adequadamente substituída por:
a) foi dirigir. b) tinha ido dirigir. c) dirigia. d) havia dirigido. e) dirigiu.
Comentários:
Dirigira é a forma simples no pretérito mais-que-perfeito. A forma composta é TINHA/HAVIA dirigido.
Gabarito letra D.

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Atenção: é “possível”, em alguns casos específicos, usar o pretérito perfeito no lugar do pretérito mais-
que-perfeito sem prejuízo gramatical ou mudança de sentido. Isso ocorre em orações temporais, ou
quando se subentende pelo contexto que aquela ação ocorreu antes de outras, numa narrativa que já
posiciona os fatos no passado. Esse uso é abonado por gramáticos tradicionais, como Bechara e Sacconi.
Ex.: Depois que viu (= vira) a confusão, achou melhor se afastar.
Ressaltamos que tem que haver um contexto específico que permita essa equivalência.

Futuro Do Presente do Indicativo

Levantar Beber Cair


Eu levantarei beberei cairei
Tu levantarás beberás cairás
Ele levantará beberá cairá
Nós levantaremos beberemos cairemos
Vós levantareis bebereis caireis
Eles levantarão beberão cairão
Para conjugar o futuro do presente, pense:
“Amanhã eu______”.
Ex.: Amanhã eu farei/ele levantará/eles cairão...
Veja os sentidos que seu uso pode implicar.

SENTIDOS DO FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO EXEMPLOS

Fato futuro em relação ao momento da fala Passarei no concurso dos meus sonhos.

Futuro considerado certo por quem fala O táxi chegará às 23h.


Eu não me casarei na igreja.

Pode indicar incerteza ou dúvida (geralmente em Será que a prova virá fácil?
perguntas) Não estaremos sendo muito rígidos com nossos
cônjuges?

Ressaltamos que, atualmente, praticamente não se usa o futuro do presente simples na linguagem falada. O
falante normalmente substitui esse tempo por uma expressão verbal formada por Presente do verbo
IR+Verbo no Infinitivo: “eu vou fazer” no lugar de “eu farei”.
O futuro também é usado com valor de imperativo, em frases categóricas como:
Não matarás. Honrará pai e mãe.
A pena não passará da pessoa do condenado.

Na forma composta, o futuro do presente indica que um fato é concluído antes de outro no futuro:
Quando você chegar, já terei jantado.

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Em interrogativas, pode indicar também a dúvida/possibilidade sobre um fato passado:


Não terá sido em vão nosso esforço?
Terão chegado a tempo na escola?

(AFAP / 2019)
A agência da ONU para informação e comunicação, a UIT, indicou que, até o final de 2018, 51,2% da
população mundial estará usando a internet. “Até o final de 2018, teremos ultrapassado a marca de 50% do
uso da internet”, afirmou o diretor da UIT, Houlin Zhou, em um comunicado. “Esse é um passo importante
para uma sociedade global da informação mais inclusiva”, disse ele.
O futuro do indicativo em estará usando e teremos ultrapassado serve ao propósito discursivo de
a) constatar fatos ocorridos.
b) retificar propósitos.
c) sinalizar prognósticos.
d) apresentar sugestões.
e) evocar experiências.
Comentários:
Temos duas locuções de futuro do presente composto, que foram usadas no texto para expressar as
previsões do autor: a quantidade de pessoas usando a internet no final de 2018. Assim, o tempo foi usado
para “sinalizar prognósticos” (previsões/projeções). Gabarito letra C.
(IF-ES / 2019)
Julgue o item a seguir.
Retirar o acento gráfico de “permitirá” manteria o verbo na terceira pessoa do singular, porém passaria ao
pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
Comentários:
Sim, “permitirá” está conjugado no futuro do presente; retirando o acento, passaríamos a ter “permitiRA”,
forma do pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Questão correta.

Futuro do Pretérito do Indicativo

Levantar Beber Cair


Eu levantaria beberia cairia
Tu levantarias beberias cairias
Ele levantaria beberia cairia
Nós levantaríamos beberíamos cairíamos

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Vós levantaríeis beberíeis cairíeis


Eles levantariam beberiam cairiam

Grave que esse tempo traz terminação –RIA. Para reconhecer esse tempo verbal, uma dica
é pensar:
“se eu pudesse, eu_____”.
Nessa lacuna você vai inserir verbos como
Ex.: Levantaria, beberia, cairia, viajaria...

Como sugere o nome, indica fato futuro em relação a outro fato, no passado. O marco temporal é o pretérito
e após esse marco pretérito ocorre uma ação.

Em outras palavras, designa ações posteriores à época de que se fala. Ex.:


Eu disse que você conseguiria. (primeiro eu disse, depois você conseguiu).
Veja os sentidos que seu uso pode implicar.

SENTIDOS DO FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO EXEMPLOS

Assim como o futuro do presente, pode expressar Quem seria capaz de acertar essa questão?
incerteza sobre fatos passados
Ela teria, segundo estimativas, 4 milhões de
libras.

Em contextos condicionais, indica fatos que não Se eu soubesse, teria contado a todos.
ocorreram e provavelmente não ocorrerão (expressa
Eu continuaria trabalhando, mesmo se
fato futuro duvidoso, dependente de uma condição. ganhasse na loteria.
Nesse ponto, percebemos que há estreita correlação
entre futuro do pretérito (-IA) e pretérito imperfeito do
subjuntivo (-SSE). Então é muito comum em prova essa
condicional correlacionando esses dois tempos. (Se eu
pudeSSE, viajaRIA).

Pode ser usado para expressar polidez em pedidos e Seria bom você estudar mais português.
conselhos Quem gostaria de uma sobremesa?

O futuro do pretérito composto (Base: teria / + particípio), funciona de forma muito semelhante. Observe:

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Se tivéssemos morado juntos, teríamos sido felizes?


(Fato que teria ocorrido no passado, se concretizada uma condição)

Imaginei que o ladrão teria escapado pela janela.


(Possibilidade ou incerteza sobre um fato passado).
Nesse ponto, funciona de forma análoga ao futuro do presente composto.

Em interrogativas, pode indicar também a dúvida/possibilidade sobre um fato passado. Ex.:


Não terá/teria sido em vão nosso esforço?
Terão/teriam chegado a tempo na escola?

(CRF-TO / 2019)
“Aceita este comprimido?”
O emprego da forma verbal Aceitaria, no lugar de “Aceita”, tornaria a pergunta mais agressiva ou grosseira.
Comentários:
Pelo contrário. O futuro do pretérito é também utilizado para expressar maior polidez, cortesia. A pergunta
ficaria menos agressiva ou grosseira. Questão incorreta.
(CÂMARA DE SALVADOR / 2018)
Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência e
passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada para criar uma
desigualdade social sem a qual, acreditam alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se
complexificaria.
Sobre um componente desse segmento de texto, é correto afirmar que: a forma verbal no futuro do pretérito
– desenvolveria – indica uma possibilidade.
Comentários:
O futuro do pretérito indica dúvida/possibilidade, razão por que é usado frequentemente nas condicionais.
Aqui, temos que a sociedade possivelmente se desenvolveria numa situação hipotética: caso não houvesse
desigualdade social. Questão correta.
(UNIRIO / 2016)
O tempo do carnaval era obrigatório. A despeiro de todas as mudanças, ele continua sendo a pausa que dá
sentido e razão ao tempo como uma majestade humana. Este imperador sem rivais que diz que passa
quando, de fato, quem passa somos nós.

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No final do parágrafo, o autor compara o tempo a um imperador sem rivais, pois é o tempo “que diz que
passa quando, de fato, quem passa somos nós”.
O presente do indicativo, empregado três vezes nessa passagem, produz o seguinte efeito de sentido:
a) atribui validade permanente a uma afirmação.
b) confere atualidade a uma ação ocorrida no passado.
c) retrata algo ocorrido no momento da fala do imperador.
d) indica um fato próximo, cuja realização é dada como certa.
e) infere à cena apresentada uma descrição do momento vivido.
Comentários:
O modo indicativo expressa certeza. O presente do indicativo é utilizado para atribuir ao verbo tom de
verdade universal, atemporal, geral e permanente: “a água ferve a 100 graus”.
Letra b: para conferir atualidade a ação ocorrida no passado, usamos o presente histórico: “Em 1839,
nasce Machado de Assis”. Não foi esse o uso do presente no contexto.
Letra c: o presente do indicativo pode, sim, ser utilizado para descrever algo que ocorre presentemente,
no momento da fala: “está calor”. Porém, no contexto, o presente foi utilizado para dar aspecto de
verdade permanente.
Letra d: para indicar fato próximo, dado como certo, podemos utilizar o presente do indicativo no lugar
do futuro: “a novela começa em duas horas”. Porém, no contexto, o presente não foi utilizado com valor
de futuro.
Letra e: não há descrição aqui, pessoal, apenas uma afirmação geral. Gabarito letra A.
Vejamos agora um quadro esquemático com as divisões vistas até aqui.

Indicativo Fato certo, real, verdadeiro

Modos Subjuntivo Fato irreal, provável, duvidoso

Imperativo Ordem, sugestão, conselho

Modo Indicativo, Subjuntivo, Imperativo

Tempo Presente, Pretérito, Futuro


Flexão Verbal
Número Singular, Plural

Pessoa Primeira, Segunda, Terceira

Presente Indivisível Ex: Eu amo

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Simples Amei
Perfeito
Composto Tenho Amado

Pretérito Imperfeito Amava

Simples Amara
Mais-que-perfeito
Composto Tinha amado

Simples Amarei
do Presente
Composto Terei amado
Futuro
Simples Amaria
do pretérito
Composto Teria amado

(PREF. SÃO ROQUE / 2020)


A forma verbal destacada está no tempo presente em:
a) Ana teve uma discussão com o marido...
b) Ela se esquece de tudo...
c) Se as pessoas fizessem as contas...
d) ... quanto tempo já perderam nessas discussões...
e) ... o resultado seria assustador.
Comentários:
"Esquece" está no presente do indicativo. "Teve" está no pretérito perfeito do indicativo. "Fizessem" está no
pretérito imperfeito do indicativo. "Perderam" está no pretérito perfeito do indicativo. "Seria" está no futuro
do pretérito. Gabarito letra B.
(PREF. BOA VISTA / 2020)

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“Durante várias décadas, por influência dos países centrais, o Brasil e outros países em desenvolvimento
procuraram responder ao problema da fome com a introdução da chamada revolução verde, que foi uma
espécie de campanha de modernização da agricultura mediante a introdução de um pacote tecnológico
baseado no uso intensivo de máquinas, fertilizantes químicos e agrotóxicos para aumentar a produção e,
consequentemente, a humanidade acabaria com a fome”.
No trecho acima, as palavras destacadas designam ações consideradas, respectivamente:
a) continuada/recusada c) sugerida/orientada
b) concluída/projetada d) iniciada/acabada
Comentários:
"Procuraram" está no pretérito perfeito do indicativo e "perfeito" quer dizer justamente "concluído".
"Acabaria" está no futuro do pretérito do indicativo, tempo que expressa incerteza, hipótese. No caso, indica
uma ação esperada, projetada, especulada. Gabarito letra B.
(SEFAZ-RS / 2019)
A tributação, portanto, somente pode ser compreendida a partir da necessidade dos indivíduos de
estabelecer convívio social organizado e de gerir a coisa pública mediante a concessão de poder a um
soberano. Em decorrência disso, a condição necessária (mas não suficiente) para que o poder de tributar
seja legítimo é que ele emane do Estado, pois qualquer imposição tributária privada seria comparável a
usurpação ou roubo.
No trecho “seria comparável a usurpação ou roubo”, a forma verbal “seria” expressa dúvida quanto à
possibilidade de concretização da referida comparação.
Comentários:
Não há dúvida, o futuro do pretérito foi utilizado pela natureza condicional das ideias do período. Na
hipótese de não emanar do Estado o poder de tributar, qualquer imposição tributária privada seria
comparável a usurpação ou roubo. Questão incorreta.
(EMAP / 2018)
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o
Juca a coisa não era assim tão simples.
Na linha 4, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o
comportamento de Juca seria mais categórica que a que se verifica no texto.
Comentários:
Pelo contrário. Embora seja tempo do indicativo, o futuro do pretérito indica incerteza, possibilidade, por
isso seu uso constante em estruturas condicionais ou hipotéticas:
Ex.: Seu estudasse, passaria na prova.
Ex.: O candidato estaria envolvido em um esquema de propina.
Portanto, de forma alguma deixaria a alternativa mais categórica, mas afirmativa e certa.
Questão incorreta.

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MODO SUBJUNTIVO
Expressa possibilidade, hipótese, fato incerto, duvidoso ou irreal.
As conjunções subordinativas, como regra, levam o verbo para o subjuntivo. Ex.:
Ainda que eu estude.
Se eu pudesse.
Embora fosse você...
Quando você vir.
Espero que passe na prova.
Esse também é o tempo clássico das orações subordinadas adjetivas: quero um emprego que me faça bem.

Presente do Subjuntivo

Levantar Beber Cair


Eu que eu levante que eu beba que eu caia
Tu que tu levantes que tu bebas que tu caias
Ele que ele levante que ele beba que ele caia
Nós que nós levantemos que nós bebamos que nós caiamos
Vós que vós levanteis que vós bebais que vós caiais
Eles que eles levantem que eles bebam que eles caiam

Suas terminações são A/E. Para reconhecer esse tempo, pense:


“Maria quer que eu______”,
Aí você terá um verbo no presente do subjuntivo: que eu faça, que eu fale, que eu caia,
que eu suba, que eu beba...

 Indica possibilidade no presente ou no futuro. Ex.:


Pena que a vida não seja assim tão colorida.
Temo que a prova venha difícil.

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Como mencionado antes, a conjunção subordinativa geralmente leva o verbo para o subjuntivo. Porém,
observe a mudança de sentido que ocorre se trocarmos um tempo indicativo por um subjuntivo. Ex.:

Alunos que estudam passam mais rápido. (indicativo>certeza)


Alunos que estudem passam mais rápido. (subjuntivo>dúvida)
Na primeira, o aluno estuda. Na segunda, talvez venha a estudar.

Há quem comete maldade e não sabe dizer a verdade. (indicativo>certeza)


Há quem cometa maldade e não saiba dizer a verdade. (subjuntivo>dúvida)
Na primeira, alguém comete. Na segunda, talvez venha a cometer.

(IMESF / 2019)
“Vou deixar que o amor passeie feliz por mim”.
O verbo “passear”, aparece conjugado no:
a) Presente do modo indicativo.
b) Presente do modo subjuntivo.
c) Imperativo afirmativo.
d) Pretérito imperfeito do modo indicativo.
e) Pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
Comentários:
“PasseiE” é forma do presente do subjuntivo: que maria passeie; que o amor passeiE. A desinência que marca
esse tempo A/E: que saiA, que aprendA, que estudE, que passE. Gabarito letra B.
(UNICAMP / 2019)
Assinale a alternativa cuja forma verbal em destaque expressa possibilidade de que um fato ou evento venha
a se realizar.

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a) Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos...
b) Naturalmente, não dá certo.
c) ... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
d) Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
e) Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo...
Comentários:
“Fato ou evento que venha a se realizar” sugere a ideia de hipótese, de dúvida, de possibilidade, de
conjectura. O modo que por excelência exprime tais noções é o modo subjuntivo. Então, “seja” será nosso
gabarito, pois está conjugado no presente do subjuntivo. “Torturado” e “Ligar” estão, respectivamente, em
forma nominal de particípio e infinitivo, não possuem um tempo/modo próprio. “Dá” está no presente do
indicativo, tempo da certeza; “sobrevivi” está no pretérito perfeito do indicativo. Gabarito letra C.
(UFSC / 2019)
Em um dos testes, a equipe fez com que, aos seis meses de idade, bebês japoneses e ingleses escutassem
sons de ambas as culturas.
A forma verbal ‘escutassem’ está empregada na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do
subjuntivo.
Comentários:
Terceira pessoa do plural (eles) escutaSSEm. Observe a desinência SSE, que marca esse tempo. Questão
correta.
(UFU-MG / 2019)
Considere o enunciado a seguir, recortado do texto apresentado:
“A Jules Rimet foi criada em 1928, e o troféu era entregue para a seleção campeã da Copa. A cada quatro
anos, a relíquia tinha uma nova casa. Mas o primeiro país que conquistasse o tricampeonato ficaria com o
prêmio definitivamente. Pelé, Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto Torres e companhia conquistaram o tri em
1970, no México”.
Sobre as formas verbais destacadas no trecho acima, é correto afirmar que
a) “ficaria” indica a realização de ação no futuro de forma incondicional.
b) “tinha” e “era entregue” indicam um fato não concluído, dando ideia de continuidade.
c) “conquistaram” e “conquistasse” indicam certeza de que a ação foi totalmente concluída no passado.
d) “foi criada” e “era entregue” indicam ações concluídas no passado.
Comentários:
Questão muito ilustrativa sobre o uso dos tempos/modos verbais:
a) “ficaria” está no futuro do presente, usado para indicar um futuro subordinado a uma condição (conquistar
o tricampeonato).
b) “tinha” e “era” são formas de pretérito imperfeito, tempo que indica continuidade e repetição no passado;
o foco é na duração, não é na conclusão. É o pretérito perfeito que indica ações concluídas.

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c) “conquistasse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo, tempo que indica fato incerto, hipotético no
passado.
d) vale o mesmo raciocínio da letra b. Gabarito letra B.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Levantar Beber Cair


Eu se eu levantasse se eu bebesse se eu caísse
Tu se tu levantasses se tu bebesses se tu caísses
Ele se ele levantasse se ele bebesse se ele caísse
Nós se nós levantássemos se nós bebêssemos se nós caíssemos
Vós se vós levantásseis se vós bebêsseis se vós caísseis
Eles se eles levantassem se eles bebessem se eles caíssem
Veja os sentidos que seu uso pode implicar.

SENTIDOS DO PRETÉRITO IMPERFEITO DO EXEMPLOS


SUBJUNTIVO

Denota ação posterior a outro fato na oração Duvidei que minha avó bebesse tanta tequila.
principal Pedia que eles se levantassem.

Denota, hipóteses, conjectura, condição ou Se eu estudasse todo dia, passaria em qualquer prova.
desejo Seria melhor que falassem logo.
Temia que fosse um golpe.

Obs.: O pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, tempo composto formado por


TIVESSE.../HOUVESSE...+PARTICÍPIO, pode indicar uma “ação irreal no passado”, um fato que não se realizou
e muito provavelmente não se realizará. Ex.:

Se a sorte nos tivesse favorecido, não faltaria dinheiro hoje.


Se eu tivesse aplicado tudo, teria obtido sucesso.

O pretérito perfeito do subjuntivo é um tempo eminentemente composto, com auxiliar ‘ter ou haver’ no
presente do subjuntivo, e expressa:
 Fato passado. Ex.: Espero que você tenha entendido a explicação.
 Fato futuro já concluído, antes de outro também no futuro. Ex.: Suponho que João já tenha saído
quando chegarmos.

Observe que o modo subjuntivo como um todo é usado em orações subordinadas ou orações que de modo
geral expressam hipóteses/desejos.

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Futuro do Subjuntivo

Levantar Beber Cair


Eu quando eu levantar quando eu beber quando eu cair
Tu quando tu levantares quando tu beberes quando tu caíres
Ele quando ele levantar quando ele beber quando ele cair
Nós quando nós levantarmos quando nós bebermos quando nós cairmos
Vós quando vós levantardes quando vós beberdes quando vós cairdes
Eles quando eles levantarem quando eles beberem Quando eles caírem

Para ajudar a conjugação, pense:


“quando eu______”...

 Denota ação eventual ou hipotética no futuro. Ex.:


Quando você me pagar, eu entregarei o produto.
“Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós”.
Direi adeus àqueles que me traírem.
Também pode ocorrer em forma composta, caso em que o “particípio” da locução vai sugerir uma ideia de
completude da ação vista como hipotética. Ex.:
Quando tudo estiver acabado, pediremos uma pizza.

Futuro do Subjuntivo X Infinitivo


Cuidado para não confundir o futuro do subjuntivo com o infinitivo, pois, em muitos verbos, a terminação é
idêntica. Veja:
Quando eu entregar o trabalho, ficarei tranquilo (futuro do subjuntivo).
Para entregar o trabalho, faço horas extras (infinitivo).
Para distinguir um do outro, deve-se observar o contexto. O futuro do subjuntivo tem ideia de
possibilidade/hipótese futura e geralmente vem apoiado numa conjunção “quando/se”. O infinitivo
geralmente vem após uma preposição.
Porém, o macete para fazer essa diferenciação imediatamente é trocar por um verbo que tenha infinitivo
diferente do futuro do subjuntivo. Troque pelo verbo fazer. Ex.:

Quando eu entregar (fizer) o trabalho, ficarei tranquilo. (futuro do subjuntivo)

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Para entregar (fazer) o trabalho, faço horas extras. (infinitivo)

Propor (Infinitivo) x Propuser (futuro do subjuntivo)

Entreter (Infinitivo) x Entretiver (futuro do subjuntivo)

Ver (Infinitivo) x Vir (futuro do subjuntivo)

Vir (Infinitivo) x Vier (futuro do subjuntivo)


Essa diferença vale para os verbos derivados de por, ter, ver e vir!!

(SEDF / 2017)
O transporte é público, o corpo da mulher não.
Asssédio sexual no ônibus é crime.
Se você for ou vir alguém sendo assediado, ligue 190 e denuncie.
No terceiro período, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento ir e
vir, empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico do movimento com o campo
semântico do transporte.
Comentários:
Na verdade, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento ser e vEr. O
modo subjuntivo do verbo “vir” seria “vier”. Questão incorreta.
(EBSERH / 2017)
Em relação à classificação dos verbos destacados no excerto “Ainda bem que somos crescidinhos, senão
ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.”, julgue o item:
O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é um verbo anômalo.
O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo subjuntivo e pertence
à primeira conjugação.
Comentários:
Se você reparar, o item pede para você julgar 6 afirmativas! Vamos lá:

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O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo (Certo. Nós somos) e é
um verbo anômalo (Certo. Pois o radical se altera radicalmente: Eu sou, tu és… eu fui… eu era… (que) eu
seja… (se) eu fosse… (quando) eu for… ).
O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo subjuntivo (Certo. Se
eles/5 minutos sobrarem) e pertence à primeira conjugação (Certo. Vogal temática A, terminação em Ar,
marca da primeira conjugação). Tudo certo! Questão correta.
Vamos relembrar a matéria com alguns quadros esquemáticos sobre o modo subjuntivo:

Presente Indivisível Ex: amE/façA

Que eu tenha
Perfeito
amado

Pretérito Imperfeito Que eu amasse

Mais-que- Que eu tivesse


perfeito amado

Simples Quando eu amar

Futuro
Quando eu Tiver
Composto
amado

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MODO IMPERATIVO
Expressa ordem, conselho, pedido, convite, súplica. Divide-se em afirmativo e negativo.
O IMPERATIVO AFIRMATIVO deriva quase inteiramente do presente do subjuntivo (que eu beba, que eu
caia, que eu levante), exceto nas pessoas “tu” e “vós”, que derivam do presente do indicativo (tu bebes, vós
bebeis). Advinha o que cai mais na prova! A exceção! Naturalmente as exceções, que estão marcadas.

Resumindo: Com “tu” e “vós”, teremos a mesma conjugação do presente do indicativo, só que sem o “S”: Tu
bebes e Vós bebeis vai virar no imperativo bebe tu e bebei vós.
AFIRMATIVO
Levantar Beber Cair
Tu levanta tu bebe tu cai tu
Ele (você) levante ele beba ele caia ele
Nós levantemos nós bebamos nós caiamos nós
Vós levantai vós bebei vós caí vós
Eles levantem eles bebam eles caiam eles
Não há imperativo na primeira pessoa, pois não é possível dar uma ordem a si mesmo.
Abaixo temos o IMPERATIVO NEGATIVO, que segue o padrão do presente do subjuntivo normalmente, sem
aquelas exceções do “tu” e “vós” explicadas acima. Você conjuga o subjuntivo, depois insere o “não”.
Simples!
NEGATIVO
Levantar Beber Cair
Tu não levantes tu não bebas tu não caias tu
Ele (você) não levante ele não beba ele não caia ele
Nós não levantemos nós não bebamos nós não caiamos nós
Vós não levanteis vós não bebais vós não caiais vós
Eles não levantem eles não bebam eles não caiam eles
Importante é saber que não podemos misturar as pessoas, tu e você, pois a gramática exige uniformidade
de tratamento.
Cuidado com verbos terminados em –ZER /-ZIR, pois geram um imperativo “meio estranho” aos ouvidos,
mas correto: Faze tu ou Faz tu; Conduze ou conduz tu.
O verbo SER tem as seguintes formas de imperativo: Sê tu / Sede vós.

(CORE-PE / 2019)
... autora do livro Toque, clique e Leia com Michael Levine...

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No título do livro de Lisa Guernsey mencionado no texto, os verbos estão no:


a) Infinitivo pessoal. c) Particípio.
b) Presente do indicativo. d) Presente do subjuntivo. e) Imperativo.
Comentários:
Observem que temos um comando, uma ordem: Toque, clique e leia. O modo responsável por comandos
em geral é imperativo e é nesse modo que os verbos estão conjugados. Gabarito letra E.
(DETRAN-CE / 2018)
Atente para os verbos destacados em: “reflita melhor e não cometa esse erro da próxima vez”. (linhas 17-
19) Se o interlocutor fosse tratado pelo pronome tu, essa frase seria reescrita corretamente da seguinte
forma:
a) Reflita melhor e não comete esse erro da próxima vez.
b) Reflitas melhor e não cometas esse erro da próxima vez.
c) Reflete melhor e não cometas esse erro da próxima vez.
d) Refletes melhor e não cometes esse erro da próxima vez.
Comentários:
Nas pessoas Tu e Vós, o imperativo afirmativo deriva do presente do indicativo, cortando-se o S. O pronome
tu, no imperativo afirmativo, vai gerar a forma: reflete (tu refletes, sem S).
Gabarito letra C.
No imperativo negativo, apenas repetimos a forma do presente do subjuntivo. Logo, teremos: que tu
cometas> não cometas tu (esse erro).

Afirmativo Estude você!


(Tu e Vós vêm do Fala tu!
indicativo, sem o S) Falai vós!
Imperativo
Negativo (Deriva Não desanime!
todo do Pres.
Subjuntivo) Não fales assim.

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Aula 03

FORMAS NOMINAIS DO VERBO


As formas nominais do verbo são GERÚNDIO, PARTICÍPIO E INFINITIVO. São chamadas assim, pois podem
funcionar como nomes (substantivos, adjetivos, advérbios). Geralmente o Infinitivo funciona como
substantivo, o particípio como adjetivo e o gerúndio como advérbio. Ex.:
Nadar todo dia é saudável.
("Nadar" funciona em papel de substantivo, como sujeito, veja que equivale a “natação”).

A quantia investida é altíssima.


("investida" qualifica o substantivo quantia, como adjetivo, poderia ser substituída por “que foi investida”,
uma oração chamada de “adjetiva”).

Chegando a visita, convide-a para sentar.


("Chegando" expressa circunstância de tempo. Equivale a “quando chegar”, uma oração que seria
classificada como “adverbial de tempo”).

As orações construídas pelas formas nominais são chamadas de orações reduzidas (de infinitivo, gerúndio
ou particípio). As formas nominais também são usadas nas locuções verbais. Ex.:
Posso tentar ajudar.
Ele devia parar de fumar.
Venho trabalhando demais ultimamente.
Tenho andado distraído.
Eu já tinha feito o trabalho quando ela chegou.

Infinitivo Pessoal x Impessoal


O infinitivo é uma forma neutra, que dá nome ao verbo. O infinitivo pode ser pessoal, quando tem sujeito;
ou impessoal, quando não tem. O infinitivo impessoal, não flexionado, não concorda com nenhum termo,
pois enuncia uma ação vaga, sem agente determinado. Então, é um recurso de indeterminação do sujeito.

Veja o infinitivo pessoal do verbo “estudar”, em todas as pessoas:


por estudar eu
por estudares tu
por estudar ele
por estudarmos nós
por estudardes vós
por estudarem eles

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Aula 03

O fato de estar no singular não quer dizer que seja impessoal, pois pode estar flexionado no singular porque
seu sujeito é singular. Vejamos:
É importante estudarmos para a prova.
(Sujeito explícito na desinência -mos = nós; o infinitivo concorda com ele)

É importante estudar para a prova.


(Quem estudar? A ação é vaga, indeterminada, não há sujeito para concordar)

É importante ele estudar para a prova.


(Sujeito explícito no pronome; o infinitivo concorda com “ele”, no singular! Atenção!! É pessoal, singular
não significa necessariamente impessoal!)

Obs.: O uso do infinitivo pessoal é um dos assuntos mais controvertidos da gramática. Gramáticos como
Celso Cunha e Sacconi apenas listam casos de uso “recomendado” ou “conveniente”, sem bater o martelo
em regras absolutas de concordância. Então, de modo geral, não há regras rígidas para a concordância do
infinitivo pessoal. Na maioria dos casos, se houver um sujeito explícito para o infinitivo, é permitido
concordar com ele. Na locução verbal, o infinitivo é impessoal.
REITERAMOS:
Não confunda o Infinitivo com o Futuro do subjuntivo. Em alguns verbos eles são idênticos na grafia.
Observe:
Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti. (Futuro do Subjuntivo)
Ao chegar à casa dos outros, limpe os pés. (Infinitivo).

O contexto quase sempre denuncia essa diferença. Porém, se bater aquela dúvida, troque o verbo por outro
que não tenha essa identidade gráfica, troque pelo verbo FAZER. Se o verbo virar “fizER”, é subjuntivo. Se
permanecer “fazER”, é infinitivo.

Quando eu vir o trabalho. (Quando eu fizer o trabalho: futuro do subjuntivo)


Está na hora de vir o resultado. (Está na hora de fazer o resultado: Infinitivo)

Repare que o futuro do subjuntivo do verbo “ver” é idêntico ao “infinitivo” do verbo "vir". Fique atento a
esses verbos e teste a substituição!!!

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Aula 03

(SAAE BARRA BONITA-SP / 2017)


Considere o seguinte trecho: “São grandes as chances de você estar suando em bicas [...]”.
Os verbos destacados estão respectivamente nas formas nominais:
a) Gerúndio e Particípio.
b) Infinitivo e Particípio.
c) Infinitivo e Gerúndio.
d) Nenhuma das alternativas.
Comentários:
O infinitivo é a forma substantiva do verbo, pois é “nome” do verbo: estar.
O gerúndio é a forma nominal indicativa de processo contínuo, terminada em NDO: suando.
Gabarito letra C.

Carga semântica do gerúndio


O gerúndio geralmente indica uma ação continuada ou ações que ocorrem simultaneamente. Mas, em
questões de concurso, geralmente também são cobrados outros sentidos: Tempo, Condição, Modo e Causa.
Ex.:
 TEMPO: Chegando ao banco, ele se assustou com a fila (ele se assustou quando chegou ao banco.)
 CONDIÇÃO: Lavando a louça, deixo você sair (se lavar a louça, poderá sair.)
 MODO: Desenvolveu a memória fazendo exercícios (exercícios foram a maneira que usou para
desenvolver a memória.)
 CAUSA: Estudando com dedicação por anos, foi aprovada em primeiro lugar (foi aprovada em
primeiro lugar porque estudou por anos.)

Para expressar continuidade, é possível usar locução de gerúndio (Ele vem buscando a aprovação), ou,
alternativamente, locução de infinitivo (Ele está a buscar a aprovação) e particípio (Ele tem buscado a
aprovação).
O gerúndio também pode funcionar com valor adjetivo. Ex.:
Tenho um livro ensinando essa questão (um livro que ensina).

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(CS-UFG / 2016)
No título do texto, “Festejando no precipício”, o uso do verbo no gerúndio
a) caracteriza uma forma nominal e neutra.
b) tem a função de indicar uma ação prolongada.
c) reforça a ideia de progressividade no futuro.
d) configura-se como um usual vício de linguagem.
Comentários:
Primariamente, o gerúndio indica ação continuada, prolongada, durativa. Esse é seu principal sentido. O
infinitivo caracteriza uma forma nominal e neutra. Gabarito letra B.
(DPE-MT / 2015) Adaptada
A frase que identifica o primeiro erro – “Usar água da chuva para beber, tomar banho e cozinhar” – emprega
a forma verbal do infinitivo. Com isso, o autor do texto consegue um resultado conveniente para esse tipo
de texto, que é não personalizar as ações.
Comentários:
O infinitivo impessoal, não flexionado, não se refere a nenhum sujeito explícito. Por isso, tem o efeito de não
personalizar as ações e indicá-las de modo vago. Questão correta.

Particípios Abundantes
Há verbos que trazem mais de um particípio, um regular, terminado em –do, e um não regular, que pode ter
diversas terminações. Isso sempre gera muita dúvida no dia a dia e nas provas. Segue uma pequena lista
deles.
Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Afligir Afligido Aflito
Assentar Assentado Assento
Corrigir Corrigido Correto
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Expressar Expressado Expresso
Extinguir Extinguido Extinto
Fixar Fixado Fixo
Fritar Fritado Frito
Limpar Limpado Limpo

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Misturar Misturado Misto


Morrer Morrido Morto
Pagar Pagado Pago
Submeter Submetido Submisso
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago
Imprimir Imprimido Impresso
Veja o uso dos particípios:

PARTICÍPIO APLICAÇÃO EXEMPLOS

Regular Serão usados na voz ativa, com os Tenho pagado minhas dívidas em
(terminação -do) verbos TER / HAVER. débito automático.
Eu nunca havia aceitado bem críticas.

Irregular Serão usados na voz passiva, com O boleto foi pago em dinheiro vivo.
os verbos SER / ESTAR.
(com outras terminações) Estive suspenso do trabalho, por
desafiar ordens sem sentido.

Só não vale misturar!

 Ex.: Tenho impresso meus cursos em PDF!


 Ex.: Meu cigarro foi acendido.
Um último alerta: “trago” e “chego” não existem (na prova)! Os particípios corretos são “trazido” e
“chegado”.

O particípio também pode apresentar valores adverbiais. Ex.:


 TEMPO: Concluído o curso, começou a procurar emprego (quando concluiu).
 CONDIÇÃO: Lavada a louça, eu deixarei você sair, filha! (se lavar).
 CAUSA: Preso no trânsito, não conseguiu chegar a tempo (porque ficou preso).
 CONCESSÃO: Cercado de policiais, o bandido não se entregou e abriu fogo (mesmo estando cercado).

(MPE-PI / 2018)
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de
correspondência com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (l.2-3) fosse assim reescrito:

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estar se correspondendo.
Comentários:
Não seriam. São formas equivalentes: a+infinitivo equivale à forma de gerúndio.
Estou a cantar=Estou cantando. No português brasileiro, contudo, a forma realmente utilizada é o gerúndio.
Questão incorreta.
(PF / 2018)
Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma
investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo.
A substituição da forma verbal “dedicando” por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.
Comentários:
O gerúndio indica que a ação é vista como em andamento, em progresso, durativa, contínua. Então, quando
dizemos “mostram detetives dedicando toda sua atenção a uma investigação”, o verbo sugere que o
detetive é visto praticando a ação, é visto enquanto ela está em andamento. Veja com um exemplo mais
simples:
Vi no trabalho o servidor bebendo (estava bebendo quando foi visto, a ação estava em progresso, foi flagrado
durante a ação).
Vi no trabalho o servidor que bebe (apenas sabemos que bebe, não necessariamente estava bebendo no
trabalho)
Então, há alteração de sentido sim. Questão incorreta.

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TRANSITIVIDADE VERBAL
A TRANSITIVIDADE de um termo diz respeito à sua necessidade de ter um complemento. Na prática, se o
verbo é “transitivo”, isso significa que “pede um complemento”. Isso é aprofundado nos tópicos de sintaxe
e regência. Vejamos aqui de maneira objetiva:

TRANSITIVIDADE EXPLICAÇÃO EXEMPLO

Pede um complemento e Comprei charutos.


“transita” até o seu
complemento diretamente,
VERBO TRANSITIVO SEM PREPOSIÇÃO Comprei alguma coisa; o quê? Faltou o
DIRETO complemento. O complemento é ‘charutos’;
esse complemento foi introduzido
diretamente, sem preposição, então o verbo é
transitivo direto e o complemento (charutos) é
“objeto direto”.

Pede um complemento e Gosto DE fritura, açúcar e gordices em geral.


“transita” até o seu
VERBO TRANSITIVO O verbo pede complemento também, gosto “de
complemento diretamente,
INDIRETO algo”: de quê? Gosto DE fritura, açúcar e
COM PREPOSIÇÃO gordices em geral. O verbo é Transitivo (pede
complemento) INdireto (complemento com
preposição). O complemento é chamado de
“objeto indireto”.

Pede um complemento e Mazinho deu balinhas A meninos da rua.


“transita” até o seu
VERBO TRANSITIVO
complemento diretamente,
DIRETO E INDIRETO
SEM E COM PREPOSIÇÃO Temos um verbo que pede dois complementos,
um preposicionado e outro não. Mazinho dá
Algo A alguém. Em outras palavras, pede um
objeto direto e outro indireto. Valem as
mesmas análises acima.

É aquele que não pede um Dercy morreu.


complemento sintático,
Nosso barco partiu.
normalmente porque traz
VERBO INTRANSITIVO sentido completo em si Acidentes acontecem.
mesmo. Observem que os verbos passam sua
mensagem completa sem necessidade de
nenhum complemento.

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(DPE-SC / 2018)
A fonte da juventude, capaz de curar todos os males e fornecer o vigor físico da melhor época da vida, nunca
passou de um mito.
Julgue o item a seguir:
O verbo passou, no contexto, é transitivo direto.
Comentários:
Um detalhe. A transitividade de um verbo pode mudar no contexto. Passar, numa frase como “o tempo
passou”, é verbo intransitivo, pois não pede complemento. No caso da questão, no entanto, o verbo “passar”
é VTI (Verbo transitivo indireto), pois exige a preposição “de”. Note, também, a presença do objeto indireto
“um mito”.

[nunca passou DE] [um mito].


Questão incorreta.
(PREF. FRIBURGO / 2017)
Assinale a alternativa em que a predicação verbal está corretamente identificada entre parênteses.
a) No hospital, todos gostavam dele. (intransitivo)
b) As frutas despencaram das árvores. (transitivo direto e indireto)
c) Os professores estavam na sala de aula. (de ligação)
d) O povo não confiava mais em seu governo, naquele país distante. (transitivo indireto)
e) O jornal da cidade de Friburgo dedicou uma página inteira ao episódio com os grevistas. (transitivo direto)
Comentários:
Vejamos:
a) INCORRETO. O verbo pede complemento preposicionado: Gostar DE alguém. Logo, não é instransitivo, é
transitivo indireto.
b) INCORRETO. “Despencar” é intransitivo (tombar, cair). “Das árvores” é apenas uma circunstância de lugar.
c) INCORRETO. Cuidado, o verbo “Estar” só é de ligação quando “liga” o sujeito a um predicativo (termo
indicativo de estado/característica). Aqui, “Estar” é intransitivo. “Na sala” é apenas uma circunstância de
lugar. “Na sala” não é um estado/característica do sujeito, então não há verbo de ligação.
d) CORRETO. “Confiar EM ALGUÉM”. O verbo pede complemento com preposição obrigatória. É transitivo
indireto.
e) INCORRETO. Aqui o verbo traz dois complementos: O jornal da cidade de Friburgo dedicou uma página
inteira ao episódio com os grevistas. Logo, é transitivo direto e indireto. Gabarito letra D.

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VERBOS IMPESSOAIS
Verbos impessoais são aqueles que não possuem “pessoa”, não possuem um sujeito. O efeito prático é que
não vão ao plural. Vejamos os principais:
Verbos que indicam fenômenos da natureza: chover, nevar, amanhecer, anoitecer, trovejar ou formas
indicativas de tempo e aspectos climáticos, como “faz sol”, “está frio”, “está tarde”, "ainda é cedo”, ...

Verbo “haver” com sentido de:


1) “existir”: Há (existem) pessoas com sudorese no trem.
2) “ocorrer”: Houve (ocorreram) acidentes graves.
3) “tempo decorrido”: Há (faz) 2 anos não me drogo.
No caso 3, o verbo “fazer” também é impessoal e também não se flexiona.

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VERBOS UNIPESSOAIS
Verbos unipessoais são aqueles que, pelo sentido, só admitem sujeito na terceira pessoa do singular ou do
plural, por exemplo:
1) Verbos indicativos de “ação/voz/estado de animais”: Latir, Ladrar, Galopar, Trotar, Zurrar...
2) Verbos que normalmente trazem uma oração como sujeito. Ex.:
Convém acordar mais cedo.
Parece que vai chover.
Importa que você estude muito.
Cumpre ao policial proteger as pessoas.
Consta que você vomitou no padre.

(UFSC / 2019)
Julgue o item a seguir:
o verbo ‘dizer’ em “Digo-te que você...” está empregado como impessoal.
Comentários:
Não é impessoal, pois tem sujeito: “eu digo”. Verbos impessoais não possuem um agente responsável pelo
processo verbal. Questão incorreta.
(CAGE-RS / 2018)
[...] ocorreram diversos avanços, como, por exemplo, a diminuição da mortalidade infantil e do analfabetismo
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a forma verbal “ocorreram” fosse
substituída por
a) existiu. b) aconteceu. c) sucederam. d) tiveram. e) houveram.
Comentários:
Ocorrer é sinônimo de suceder. As letras A e B não poderiam ser a resposta, porque os verbos estão no
singular e o sujeito é “diversos avanços”. Tiveram, na letra D, é informal. Houveram, na letra E, causaria erro
de concordância, uma vez que o verbo haver impessoal, no sentido de suceder, não vai ao plural. Gabarito
letra C.
(STM / 2018)
No período “É um orgulho poder contar com você”, a terceira pessoa do singular empregada na forma verbal
“É” justifica-se por tratar-se de um verbo impessoal, como em É tarde.
Comentários:

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No primeiro caso, o verbo “ser” não é impessoal e está no singular para concordar com a oração:
[Isto (“Poder contar com você”) é um orgulho. Já no segundo caso o verbo ser é impessoal, indicando tempo.
Questão incorreta.

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VERBOS AUXILIARES
Verbos auxiliares são aqueles se unem ao verbo principal em locuções verbais, formando uma oração única.
Então, eles auxiliam na formação da locução e também adicionam algum sentido extra ao verbo principal.

O verbo auxiliar se flexiona para concordar com o sujeito, enquanto o verbo principal permanece
invariável, numa de suas formas nominais: infinitivo, particípio ou gerúndio.

O sentido principal está no verbo principal, ao passo que o auxiliar traz especificações semânticas da ação,
como duração, aspecto, modo, possibilidade. Ex.:
Ele deve pensar muito em adotar um cão.
(Auxiliar “dever” + infinitivo, indicando possibilidade, especulação...).

Eu tenho pensado muito em adotar um cão.


(Auxiliar “ter” + Particípio, formando tempo composto- Pret. Perfeito).

Estou pensando muito em adotar um cão.


(Auxiliar “estar” + gerúndio, indicando duração e continuidade do verbo “pensar”).

Os Verbos Auxiliares podem trazer matizes semânticos de modo, “refinando” o sentido do verbo principal
com informação extra sobre a “atitude” do locutor em relação ao verbo. Ex.:
Ele pode estar doente (possibilidade, dúvida).
Você não pode entrar aqui (permissão, proibição).
Ele pode ficar horas sem dormir e não ficar cansado (capacidade, habilidade).
Ele deve estar chegando (possibilidade, probabilidade).
Deve haver centenas como você (possibilidade, probabilidade).
Você deve estudar mais, se quiser vencer (conselho).
Vocês hão de passar (desejo).
Tenho que ir (dever, obrigação).
Ele parece ser esforçado (aparência, incerteza, possibilidade).
Comecei a fumar (aspecto incoativo, de início; não fumava antes).
Estou para tirar férias (sentido de iminência, intuito).
Está para chegar o avião (sentido de iminência, ação por iniciar).
As pessoas iam chegando (ação sucessiva, pouco a pouco).
Venho tratando essa doença há anos (desenvolvimento gradual).

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O trabalhou ficou por terminar (ação que deveria ter se realizado).


O avião acabou de aterrissar (ação recém-concluída).
Esses auxiliares podem ser chamados de modalizadores, pois podem ser utilizados para suavizar ou
intensificar o “tom” de verdade, certeza e possibilidade de uma afirmação.

(CORE-SP / 2019)
Na locução verbal da oração “O número deve crescer ainda mais nos próximos anos”, o verbo auxiliar está
empregado no:
a) Presente do indicativo.
b) Presente do subjuntivo.
c) Infinitivo.
d) Futuro do presente do indicativo.
e) Imperativo.
Comentários:
“Deve” é o auxiliar da locução “deve crescer” e está no presente do indicativo. Gabarito letra A.
(AGU / 2019)
“Ele achava que a sociedade deveria ser harmoniosa e as pessoas deveriam ser encorajadas em seu
‘autodesenvolvimento’ para que pudessem aproveitar ao máximo sua posição.”
A respeito do período acima, analise a afirmativa a seguir:
Existem duas locuções verbais no período.
Comentários:
Há três locuções:
a sociedade deveria ser harmoniosa e as pessoas deveriam ser encorajadas em seu ‘autodesenvolvimento’
para que pudessem aproveitar.
Poder e Dever são verbos auxiliares. Questão incorreta.
(SEGEP-MA / 2018)
Isso quer dizer que tanto a pessoa que oferece e instala os famosos 'gatonets' quanto os clientes que solicitam
a pirataria poderão ser punidos com multa de até R$ 10 mil.
A forma verbal destacada indica
a) recomendação. b) necessidade. c) certeza. d) obrigação. e) possibilidade.
Comentários:
O auxiliar “poder” indica uma possibilidade futura, é possível que as pessoas sejam punidas ou não.

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Gabarito letra E.
(TRE-PE / 2017)
A moralidade, que deve ser uma característica do conjunto de indivíduos da sociedade, deve caracterizar de
modo mais intenso ainda aqueles que exercem funções administrativas e de gestão pública ou privada. Com
relação a essa ideia, vale destacar que o alcance da moralidade vincula-se a princípios ou normas de conduta,
aos padrões de comportamento geralmente reconhecidos, pelos quais são julgados os atos dos membros de
determinada coletividade. Disso é possível deduzir que os membros de uma corporação profissional — no
caso, funcionários e servidores da administração pública — também devem ser submetidos ao julgamento
ético-moral. A administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a regem. É
necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente disponíveis ao conhecimento de todos os
cidadãos, para que estes possam respeitá-los e vivenciá-los.
No texto, a forma verbal “devem”, no trecho “os membros de uma corporação profissional (...) também
devem ser submetidos ao julgamento ético-moral” , foi empregada no sentido de
a) probabilidade. b) capacidade. c) permissão. d) obrigação. e) necessidade.
Comentários:
Pela leitura do texto, entendemos que os servidores públicos devem ser submetidos a julgamento ético-
moral por decorrência do princípio constitucional da moralidade. Se essa submissão decorre de norma
constitucional, o verbo “dever” indica obrigação, imposição. Gabarito letra D.

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VERBOS DE LIGAÇÃO
Os verbos que indicam ação são chamados de “nocionais". Os verbos de ligação, por sua vez, são chamados
verbos copulativos ou verbos relacionais, porque “ligam” o sujeito a um termo que indica um estado ou
característica (esse termo é chamado de “predicativo do sujeito”). Ex.:
João é feliz / Maria está alegre / O Rio de Janeiro continua lindo.

As bancas têm cobrado as “variações semânticas” dos estados expressos pelos verbos de ligação, como
mudança e permanência. Vejamos:
 Estado permanente. Ex.: Minha mãe é mal-humorada.
 Estado continuado. Ex.: Minha mãe continua/permanece mal-humorada.
 Estado transitório/circunstancial. Ex.: Minha mãe está feliz. / Minha mãe anda silenciosa
ultimamente.
 Mudança de estado. Ex.: Minha mãe ficou mal-humorada. / Minha mãe tornou-se organizada por
causa do concurso. / Minha mãe virou síndica do prédio.
 Estado aparente. Ex.: Minha mãe parece distraída.

Sutilezas semânticas: Observem que o estado continuado se distingue do permanente porque aquele traz
sentido de um estado que começou e continuou, o começo é um pressuposto da continuidade. O foco está
nela. Já o estado permanente indica uma qualidade inerente, atemporal, sem referência a quando ela
começou ou quando vai terminar. Por essa razão, o fato de um verbo de estado permanente estar no passado
(“era”, “foram”) não faz que ele perca sentido de “permanência”.
Além disso, saiba que o verbo só é considerado de ligação quando “liga” sujeito a predicativo. Ex.:
Ana anda deprimida.
(“Anda” é um verbo de ligação, indica estado transitório e liga o sujeito ao predicativo “deprimida”).

Ana anda no parque.


(“Anda” é um verbo nocional intransitivo, indica uma ação).

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(MPE-RJ / 2016)
Os verbos de estado indicam: estado permanente, estado transitório, mudança de estado, aparência de
estado e continuidade de estado. A frase que mostra um verbo de estado com valor de mudança de estado
é:
a) “áreas que antes eram baratas e de fácil acesso”;
b) “tornam-se mais caras”;
c) “habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com baixos salários”;
d) “Além disso, à medida que as cidades crescem”;
e) “a grande maioria da população pobre busque por moradias em regiões ainda mais distantes”.
Comentários:
Falou em “verbos de estado”, pode caçar os verbos de ligação mais tradicionais, “ser”, “estar”,
“permanecer”, “continuar”, “tornar-se”. Na letra A, “eram”, o verbo “ser” indica estado permanente. Na
letra B, “tornam-se” indica que houve mudança de um estado anterior para um posterior.
Na letra c, “são” indica estado permanente. Na letras D e E, “crescem” e “busque” são verbos nocionais, de
ação, não de estado. Gabarito letra B.
(SEDF / 2017)
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde,
por exemplo).
O emprego do verbo “continua” permite que se infira que não houve mudança na caracterização da língua
como “forte elemento de discriminação social”.
Comentários:
Exatamente. O verbo “continua” dá ideia de estado continuado, o que é reforçado pelo caráter durativo do
gerúndio “sendo”. Se algo “continua sendo”, então “ainda é”, ou seja, não mudou. Questão correta.

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VERBOS TRAIÇOEIROS, DISSIMULADOS E POLÊMICOS


Nesta parte da aula veremos verbos que se comportam de maneira a enganar, iludir e criar problemas para
o destemido candidato. Temos verbos que se parecem com outros, mas não seguem a conjugação que
aparentemente deveriam. Há outros verbos que não têm conjugação completa, os defectivos. Muito
cuidado com eles.
A maioria dos verbos segue os paradigmas apresentados ao longo da aula. Contudo, é possível que haja
variações ou desvios no modelo. Vejamos algumas classificações:

VERBO EXPLICAÇÃO EXEMPLOS

Regulares Mantêm a regularidade ao longo da Eu levanto, tu levantas, ele levanta, nós


conjugação, o radical se mantém levantamos, vós levantais, eles
levantam.

Irregulares Não mantêm a regularidade ao longo da Caber (caibo/cabe/coube); Dar (dou, dá,
conjugação, o radical sofre modificações, não dei); Dizer (digo, diz, disse, direi); Querer
segue o modelo da conjugação (quero, quis, quererei); Ouvir (ouço,
ouve); Trazer (trago, trouxe).

Anômalos Apresentam total diversidade de radicais Eu sou, tu és… eu fui… eu era… (que) eu
(Ser, Ir) seja… (se) eu fosse… (quando) eu for…

Defectivos Apresentam algum defeito na conjugação, Abolir, Precaver, Reaver...


faltam algumas formas (normalmente no
presente do indicativo e no presente do
subjuntivo). Veremos os principais em um
tópico separado.

A principal estratégia da banca para enganar o candidato é conjugar um verbo irregular como se fosse
regular. Vejamos:

Verbos terminados em EAR/IAR


Os verbos terminados em IAR são regulares. Devem ser conjugados como o verbo criar: Eu crio, tu crias, ele
cria... Seguem esse modelo os verbos “variar”, “copiar”, “espiar”. Há exceções conhecidas, que já veremos.

Os verbos terminados em EAR são irregulares, recebem um “i” em algumas formas. Sejamos práticos, vamos
seguir a conjugação do verbo passear, NAS FORMAS EM QUE TEMOS “I”.
PRESENTE IMPERATIVO
PRESENTE SUBJUNTIVO
INDICATIVO AFIRMATIVO
Eu passeio que eu passeie NÃO HÁ
tu passeias que tu passeies passeia tu
ele passeia que ele passeie passeie ele

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nós passeamos que nós passeemos passeemos nós


vós passeais que vós passeeis passeai vós
eles passeiam que eles passeiem passeiem eles

A conjugação do verbo passear é importante para alguns verbos excepcionais que são terminados em IAR,
mas se conjugam como se terminassem em EAR. São as famosas exceções MARIO!
Mediar
Ansiar
Remediar Se conjugam como passear/odiar
Incendiar/intermediar
Odiar
O verbo “mobiliar” se pronuncia da seguinte maneira no presente do indicativo: Eu moBÍlio, tu moBÍlias, ele
moBÍlia... Essas formas são chamadas de “rizotônicas”, nome chique que apenas indica que a sílaba tônica
está no radical...

Verbos terminados em UAR / UIR / OAR


Vejamos as informações relevante sobre tais verbos.
Os verbos terminados em UAR são regulares. Siga como exemplo o verbo “aguar” (águo, aguei, aguamos,
aguássemos....). Há duas possibilidades de grafia e pronúncia: AveriGU-E ou AveRÍgue.
O verbo “arguir” perdeu o acento gráfico nas formas sublinhadas: Eu argUo, Tu ArgUis, Ele ArgUi, Nós
arguÍmos, Vós arguÍs, Eles ArgUem....
A conjugação deve seguir o modelo de “influir”, mais familiar.
Quanto aos verbos terminados em OAR, use como modelo o verbo “Doar” e não esqueça que o hiato “OO”
não é acentuado (Doo, Enjoo, Voo...).

Vir e derivados
O verbo vir também é irregular. Outros importantes verbos que caem em prova derivam dele. Devemos ficar
atentos:
Provir
Intervir
Convir Se conjugam como vir
Advir
Sobrevir
Então, acostume-se com sentenças como: ele conveio, ele interveio, se ele proviesse...

Ver, Prover e Provir


"Prover" significa "tomar providências", "providenciar", "fornecer"; no indicativo, conjuga-se pelo verbo

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"ver" nos tempos presentes (vejo/provejo; vê/provê; veem/proveem) e futuros (verei/proverei),


(veria/proveria). Também segue o verbo “ver” no pretérito imperfeito (via/provia) e no presente do
subjuntivo. O verbo “prover” é regular nos outros tempos (se eu provesse).

Em suma, “PROVER” funciona como “VER” nos Presentes (do Indicativo e do Subjuntivo). Nos outros
tempos, siga o verbo “BEBER”. Fique ligado!!
Cuidado com o futuro do subjuntivo: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.

"Provir" significa “ter origem de”, "descender", "derivar", "resultar", conjuga-se pelo verbo "vir"
(vem/provém; veio/proveio; vêm/provêm; viesse/proviesse).

Temos absoluta necessidade de conhecer a conjugação do verbo “ver”, pois isso vai facilitar o contraste com
a conjugação do verbo “vir”, assunto cobrado em muitas questões! Trazemos aqui a conjugação mais
cobrada, a do futuro do subjuntivo do verbo “ver”, recite-a como um mantra!

FUTURO DO SUBJUNTIVO

VIR VER

Quando eu VIER Quando eu VIR

Quando tu VIERES Quando tu VIRES

Quando ele VIER Quando ele VIR

Quando nós VIERMOS Quando nós VIRMOS

Quando vós VIERDES Quando vós VIRDES

Quando eles VIEREM Quando eles VIREM

(MPE-GO / 2019)
Em “E há sempre a possibilidade real de crescer no banco e vir a se tornar um sócio.”, existe a presença do
verbo vir. Assinale a alternativa em que este verbo se encontra no futuro do pretérito:
a) O jovem talentoso vem chegando.
b) O lucro virá no fim do ano.
c) O investimento viera mas perdera-se na burocracia.

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d) O cliente será bem atendido se vier negociar com o banco.


e) O sucesso viria se ele se esforçasse um pouco mais.
Comentários:
Questão direta. O futuro do pretérito do verbo “vir” é: viria.
“vem” está no presente do indicativo; “virá” está no futuro do indicativo; “viera” está no pretérito mais-que-
perfeito do indicativo; “vier” está no futuro do subjuntivo.
Gabarito letra E.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA-AL / 2018)
“E em caso de falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a desmentir e dar espaço ao
contraditório”.
O verbo falsear apresenta como forma errada de conjugação:
a) falseiamos; b) falseias; c) falseemos; d) falseie; e) falseiam.
Comentários:
Verbos terminados em EAR são irregulares, como FALSEAR, recebem um “i” em algumas formas. Como
referência, sigamos a conjugação do verbo passear:
Nós passeamos>Nós falseamos
Ao contrário das demais formas, nessa conjugação, o I não aparece.
Por isso, a forma errada está na letra A.

Ver, ter e derivados


Prever
Antever
Se conjugam como ver
Rever
Telever
Entrever
Os demais verbos terminados em VER são regulares. Porém, teremos a seguinte diferença: Se eu visse, se eu
antevisse, se eu prescrevesse...
Deter
Entreter
Manter
Obter
Se conjugam como ter
Reter
Abster
Conter
Ater

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Os verbos VIR e TER possuem as mesmas desinências.


Atente para o acento diferencial de número: Ele tem/vem; Eles têm/vêm. O mesmo vale para os derivados.

Cuidado!!! O verbo abater não segue a conjugação de “ter”, é verbo regular de segunda conjugação e
segue o verbo “beber”.

Ex.: Se eles abativessem abatessem minhas dívidas.


Transcrevemos também aqui o futuro e o pretérito imperfeito do subjuntivo, pela incidência em provas:

SUBJUNTIVO

FUTURO PRETÉRITO IMPERFEITO

VIR TER VIR TER

Quando eu VIER Quando eu TIVER Se eu VIESSE Se eu TIVESSE

Quando tu VIERES Quando tu TIVERES Se tu VIESSES Se tu TIVESSES

Quando ele VIER Quando ele TIVER Se ele VIESSE Se ele TIVESSE

Quando nós VIERMOS Quando nós TIVERMOS Se nós VIÉSSEMOS Se nós TIVÉSSEMOS

Quando vós VIERDES Quando vós TIVERDES Se vós VIÉSSEIS Se vós TIVÉSSEIS

Quando eles VIEREM Quando eles TIVEREM Se eles VIESSEM Se eles TIVESSEM

Só para reforçar, estão erradas as formas: deteram, detessem, entreteram, quando eu ver, se eu propor...

As formas corretas são detiveram, detivessem, entretiveram, quando eu vier, se eu propuser...

(CMS / 2018)
“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula...”; a frase abaixo que mostra uma
forma verbal INADEQUADA de um verbo composto de “ter” é:
a) ela não se atinha ao tema indicado;

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b) elas se entreteram com o filhote do animal;


c) espero que eles não detenham a sua revolta;
d) pensou em retê-lo após a conferência;
e) esperava que ela se contivesse diante dele.
Comentários:
“Entreter” se conjuga como “ter”, então teremos “tiveram/entretiveram”.
“Ater”, “Deter”, “Reter” e “Conter” também são derivados de “ter”, daí as formas: atinha (tinha), detenham
(tenham), retê-lo (tê-lo) e contivesse (tivesse). Gabarito letra B.
(MPE-SP / 2016)
Mesmo quando envelhece, e não tem como ser trocado, ele se mantém atualizável e altamente customizado.
Assinale a alternativa em que o verbo está corretamente conjugado, seguindo o padrão de conjugação de
“manter”.
a) Chegaria a conclusões mais acertadas, caso se detesse a examinar os dados com o cuidado necessário.
b) Para que se abstessem de votar, seria necessário que os convencessem com bons argumentos.
c) Acusam-nas de desonestas, porque reteram informações que teriam de ter disponibilizado.
d) Pediu que nos contivéssemos diante das provocações, pois elas poderiam nos desestabilizar.
e) Em vez de atender aos clientes, alguns dos rapazes se entretiam com o celular, trocando mensagens.
Comentários:
Vamos seguir a conjugação do verbo “ter”. Na letra a, a forma correta é detivesse. Na b, abstivessem. Na c,
retiveram. Na e, entretinham. Contivéssemos está correto: que nós tivéssemos. Gabarito letra D.

Verbo Aderir e similares


Polir
Aderir
Repelir Se conjugam como Ferir
Transferir
Expelir
O “E” do radical vai virar “I” na primeira pessoa do singular do presente do indicativo (Eu “firo”, “Adiro”,
“Repilo”, “Transfiro”). Como o presente do subjuntivo deriva da primeira pessoa do indicativo, esse “I”
também aparecerá naquele tempo, em todas as pessoas: (que eu eu “fira”, “Adira”, “Repila”, “Transfira”).
Vamos relembrar: Eu firo, tu feres, ele fere, nós ferimos, vós feris, eles ferem... / Que... eu fira, tu firas, ele
fira, eles firam, vós firais, eles firam...
Também seguem essa conjugação os verbos advertir, competir, convergir, divergir, despir, digerir, gerir,
mentir, perseguir, sugerir, vestir.
Caso queira ver a conjugação completa:
Presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, aderis, aderem.

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Pretérito perfeito do indicativo: aderi, aderiste, aderiu, aderimos, aderistes, aderiram.


Pretérito imperfeito do indicativo: aderia, aderias, aderia, aderíamos, aderíeis, aderiam.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: aderira, aderiras, aderira, aderíramos, aderíreis, aderiram.
Futuro do presente do indicativo: aderirei, aderirás, aderirá, aderiremos, aderireis, aderirão.
Futuro do pretérito do indicativo: aderiria, aderirias, aderiria, aderiríamos, aderiríeis, adeririam.
Presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, adirais, adiram.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: aderisse, aderisses, aderisse, aderíssemos, aderísseis, aderissem.
Futuro do subjuntivo: aderir, aderires, aderir, aderirmos, aderirdes, aderirem.
Imperativo afirmativo: adere, adira, adiramos, aderi, adiram.
Imperativo negativo: não adiras, não adira, não adiramos, não adirais, não adiram.
Infinitivo pessoal: aderir, aderires, aderir, aderirmos, aderirdes, aderirem.
Gerúndio: aderindo.
Particípio: aderido.

Verbo Pôr e derivados


O verbo pôr (ainda acentuado) segue a forma da segunda conjugação, como “beber”: Eu ponho, tu pões, ele
põe, nós pomos, vós pondes, eles põem...
Em alguns tempos, sofre alteração e sua base de conjugação é -puse-
Puser, pusermos, puséramos, puserdes, pusesse...
Entrepor
Supor
Compor
Repor
Opor Se conjugam como Pôr
Transpor
Interpor
Dispor
Impor
Sobrepor
Grave suas alterações:
no futuro do subjuntivo: quando eu puser...;
no pretérito imperfeito do subjuntivo: se eu pusesse, se tu pusesses...;
no pretérito mais-que-perfeito do indicativo: eu pusera, nós puséramos...
no pretérito perfeito do indicativo: tu puseste, nós pusemos, vós pusestes, eles puseram.

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Esses são os formatos que caem mais em prova, conjugações com base –puse+desinências modo-temporais.
Só mais um detalhe: saliento que o verbo pôr é acentuado, para se diferenciar de "por" preposição. Seus
derivados não são acentuados (compor, propor), pois serão oxítonas terminadas em R e só as oxítonas
terminadas em a(s), e(s), o(s), em, ens são acentuadas.

(SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA / 2018)


Embora a perspectiva desses autores divirja entre si....
Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja”
por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
Comentários:
No presente do subjuntivo, a forma do verbo ‘diferir’ vai ser “difirA” (que eu eu “fira”). Questão correta.

Querer X requerer
Vamos relembrar um verbo parcialmente regular.
Requerer não é derivado de “querer”, ele segue, de modo geral, as terminações do verbo “beber”. Porém
tem um detalhe: ele recebe um “i” na primeira pessoa do presente do indicativo (requeIro) e também no
presente do subjuntivo, que deriva do indicativo (que eu requeIra; que tu requeIras; que ele requeIra...)
Os verbos requerer, dizer, fazer e trazer, na 2.a pessoa do singular, apresentam no imperativo afirmativo
duas formas: dize ou diz, faze ou faz, traze ou traz, requere ou requer. Vale muito a pena memorizar a sua
conjugação.
CAI DEMAIS!!! Além do presente do indicativo e do subjuntivo, atenção às diferenças nas conjugações do
pretérito perfeito do indicativo e do imperfeito do subjuntivo.

QUERER
Presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem.
Pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram.
Pretérito imperfeito do indicativo: queria, querias, queria, queríamos, queríeis, queriam.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram.

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Futuro do presente do indicativo: quererei, quererás, quererá, quereremos, querereis, quererão.


Futuro do pretérito do indicativo: quereria, quererias, quereria, quereríamos, quereríeis, quereriam.
Presente do subjuntivo: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram. (OBSERVEM A MUDANÇA NO RADICAL)
Pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem. (OBSERVEM QUE
SE GRAFAM COM “S”, NÃO “Z”. )
Futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem.
Imperativo afirmativo: quer(e), queira, queiramos, querei, queiram.
Imperativo negativo: não queiras, não queira, não queiramos, não queirais, não queiram.
Infinitivo pessoal: querer, quereres, querer, querermos, quererdes, quererem.
Gerúndio: querendo.
Particípio: querido.
REQUERER
Presente do indicativo: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem.
Pretérito perfeito do indicativo: requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram.
Pretérito imperfeito do indicativo: requeria, requerias, requeria, requeríamos, requeríeis, requeriam.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: requerera, requereras, requerera, requerêramos, requerêreis, requereram.
Futuro do presente do indicativo: requererei, requererás, requererá, requereremos, requerereis, requererão.
Futuro do pretérito do indicativo: requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam.
Presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem.
Futuro do subjuntivo: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Imperativo afirmativo: requer(e), requeira, requeiramos, requerei, requeiram.
Imperativo negativo: não requeiras, não requeira, não requeiramos, não requeirais, não requeiram.
Infinitivo pessoal: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Gerúndio: requerendo.
Particípio: requerido.

(SEPLAG-RECIFE / 2019)
Considere os seguintes trechos:
− ao impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença...
− a enfermidade continue a se propagar pela população.
− As campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo.

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As expressões verbais estão correta e respectivamente substituídas por verbos flexionados no mesmo tempo
e modo em:
a) se mantém – permaneça – requiseram
b) se mantenha – permaneça – requereram
c) se mantenha – permaneça – requiseram
d) se mantém – permanece – requereram
e) se mantenha – permanece – requereram
Comentários:
O pretérito perfeito de “requerer” é “requereram”, não é “requiseram”. Então, seria possível eliminar A e C.
“Fique”, “Mantenha”, “Continue” e “Permaneça” estão no presente do subjuntivo. “Mantém” e
“Permanece” estão no presente do indicativo. Gabarito letra B.
(TRANSPETRO / 2018)
A forma verbal destacada atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:
a) Ao digitar as senhas em público, é necessário que confiremos se há pessoas estranhas nos observando
para garantir a segurança virtual.
b) As informações pessoais deveriam ser digitadas de forma condensada para que cabessem todas no espaço
próprio do questionário socioeconômico.
c) Os meios eletrônicos contribuem para que os estudantes retenham a maior parte das informações
necessárias ao bom desempenho escolar.
d) Para evitar a espionagem virtual é preciso que nós não consintemos na utilização dos nossos dados
pessoais ao instalar novos aplicativos no celular.
e) Quando algum consumidor querer comprar o último modelo de smartphone, pode agredir outros
componentes da fila para tomar seu lugar.
Comentários:
Vejamos:
a) “Conferir” segue a conjugação de “ferir”, no presente do subjuntivo, temos: que nós firAmos/ que nós
confirAmos.
b) “Caber” é um verbo irregular, então tem formas como “coube e caiba”. No pretérito imperfeito do
subjuntivo, teremos: que as informações “coubessem”.
c) Correto. Reter deriva de “ter”: que os estudantes tenham/retenham.
d) A forma correta, no presente do subjuntivo, é “consintAmos".
e) A forma correta, no futuro do subjuntivo, é “quiser". Quando algum consumidor “quiser”!
Gabarito letra C.

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Essas conjugações vão aparecer em geral quando o verbo vier conjugado no subjuntivo, em
função de conjunções: se/que/quando/caso/embora/ainda que... Grave essas “bases”,
pois nelas estarão as questões.
Ter- TIVE+DESINÊNCIA: Se tivesse, quando tiver...
Pôr- PUSE+DESINÊNCIA: Se puser, quando supuséssemos...
Requerer- REQUERE+DESINÊNCIA: Se requeresse, quando requereu...
Precaver- PRECAVE+DESINÊNCIA: Se precavesse, quando precaveu...
Prover- PROVE+DESINÊNCIA: se provesse, quando proveu...
Ver-VI+DESINÊNCIA: Se visse, quando víssemos, se vir...
Vir- VIE+DESINÊNCIA: Se viéssemos, quando vier, se vierem...

Verbo Aprazer
Esse verbo é bastante irregular e compartilha o radical do adjetivo aprazível, com sentido de agradável. Para
lidar com ele na hora da prova, lembre-se de algumas terminações do verbo haver em que há “V” e base
“ou” na palavra, a saber:
Pretérito mais-que-perfeito: Eu aprouvera, tu aprouveras...
Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se eu aprouvesse; se tu aprouvesses...
Futuro do subjuntivo: Quando eu aprouver; quanto tu aprouveres...

Acima estão as primeiras pessoas de cada conjugação, basta seguir o padrão.


Bechara e o Dicionário Houaiss mencionam que, embora tenha conjugação completa, só é usado
normalmente nas terceiras pessoas.

Medir, Pedir, Valer e Eleger


Os verbos acima trazem variações no radical, anotem estes detalhes:
Pedir e Medir trazem Ç antes de O e A: Eu Peço/Meço; que eu Peça/Meça.
Valer traz LH antes de O e A: Não valho nada/Valha-me Deus!
Eleger traz J antes de O e A: Eu eleJo; Que eu eleJa. Isso vale para os verbos com “G” no radical.

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(PREF. DE RECIFE / 2019)


Há correta flexão das formas verbais e plena observância das normas para emprego do sinal de crase em:
a) É a muito custo que preservaremos uma amizade, sobretudo se não contivermos nossos primeiros
impulsos.
b) Ele acabará se desfazendo dos amigos a medida que eles virem a contrariar seus ímpetos caprichosos.
c) Uma amizade resiste à toda prova quando, em qualquer das ocasiões da vida, se manter leal e verdadeira.
d) Se aprouviesse a alguém construir uma sólida amizade, teria de renunciar as fraquezas mais comuns.
e) Nada poderei fazer em reparo a fragilidade de uma amizade que não advir de uma leal construção.
Comentários:
Estudamos crase separadamente na aula de regência, mas essa questão é essencialmente sobre conjugação
dos verbos que temos estudado. Então, vamos focar na conjugação. A letra A está perfeita, observe a
conjugação de “conter”, derivado de “ter”: ter-tivermos>conter-contivermos.
Vejamos as demais:
b) Ele acabará se desfazendo dos amigos à medida que eles vierem a contrariar seus ímpetos caprichosos.
(a forma de futuro do subjuntivo do verbo “vir” é “vierem”)
c) Uma amizade resiste a toda prova quando, em qualquer das ocasiões da vida, se mantiver leal e
verdadeira. (“manter” deriva de “ter”)
d) Se aprouvesse a alguém construir uma sólida amizade, teria de renunciar as fraquezas mais comuns. (a
forma de “aprazer” vira “aprouvesse”)
e) Nada poderei fazer em reparo à fragilidade de uma amizade que não advier de uma leal construção.
(“advir” deriva de “vir”) Gabarito letra A.
(DPE-AM / 2018)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto.
Se alguém se dispor a ignorar a autoridade de um juiz, incorrerá literalmente em grave pena de desacato.
Comentários:
“Dispor” deriva de “pôr”, segue sua conjugação. Então, a forma é “dispuser”, no futuro do subjuntivo.
Questão incorreta.
(SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA / 2018)
Embora a perspectiva desses autores divirja entre si....
Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma verbal “divirja”
por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
Comentários:

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No presente do subjuntivo, a forma do verbo ‘diferir’ vai ser “difirA” (que eu eu “fira”). Questão correta.
(IBGE / 2016)
A frase em que a palavra destacada está flexionada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa é:
a) Para comunicar a seus acionistas o resultado financeiro semestral, o relatório abrangeu os aspectos
principais relacionados à produção da empresa.
b) Quando o Congresso propor que as lâmpadas incandescentes não sejam mais vendidas no país, a
população terá de se acostumar ao novo padrão.
c) O governo interviu na fabricação de lâmpadas quando decidiu que novos modelos deveriam tornar-se
obrigatórios no nosso país.
d) Se os moradores obterem lâmpadas modernas para iluminar suas casas, farão economia de eletricidade.
e) Se você ver águas paradas, tome uma providência para evitar a proliferação do mosquito.
Comentários:
a) O verbo abranger é regular e segue a conjugação de “beber”. Ele bebeu, Ele abrangeu. Questão correta.
b) Propor é derivado de Pôr. O “quando” é pista para o futuro do subjuntivo, tempo que o verbo tem forma
“propuser”.
c) O verbo intervir deriva do vir. O governo veio/interveio. Questão incorreta.
d) Obter deriva de Ter. O “se” também é pista para o futuro do subjuntivo: se os moradores
tiverem/obtiverem. Questão incorreta.
e) O “se” também é pista para o futuro do subjuntivo. Decore que a forma correta é “vir”. Quando/Se eu VIR
(do VER). Questão incorreta. Gabarito letra A.
(ELETROBRÁS / 2016) Adaptada
A frase está escrita corretamente, de acordo com a norma-padrão:
- O autor expressou o desejo que os livros mantessem margens estensas e páginas em branco.
Comentários:
Manter se conjuga como ter. A forma correta do pretérito imperfeito do subjuntivo é “tivessem” >
“mantivessem”. Além disso, a forma é “eXtensas”. Questão incorreta.
(INSTITUTO RIO BRANCO / 2015)
“Censurem, piquem, ou calem-se, como lhes aprouver. Não alcançarão jamais que eu escreva, neste meu
Brasil, coisa que pareça vinda em conserva lá da outra banda, como a fruta que nos mandam em lata.”
Com relação a aspectos gramaticais do texto acima, julgue o próximo item. Na oração ‘como lhes aprouver’,
foi empregada uma forma flexionada do verbo aprazer, cujo radical é o mesmo que o do adjetivo aprazível,
de uso corrente na atualidade.
Comentários:
Questão estilo “sabe ou não sabe”. O verbo aprazer de fato tem o mesmo radical do adjetivo aprazível e
sofre transformação no futuro e no pretérito imperfeito do subjuntivo, bem como no pretérito perfeito e
mais-que-perfeito do indicativo, assumindo a terminação –ouve+desinência. No caso em tela, a conjunção
subordinativa “como” joga o verbo para o futuro do subjuntivo: aprazer se torna aprouver. Questão correta.

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Aula 03

VERBOS DEFECTIVOS
São aqueles verbos que têm defeito de conjugação, pois não são conjugados em todas as pessoas,
normalmente pela semelhança que a conjugação teria com outro verbo (Falar e Falir: eu falo), ou pelo mau
som: “ela computa”... Na maioria dos casos, são conjugados só na primeira e segunda pessoa do plural do
modo indicativo, na segunda pessoa do plural do modo imperativo e não possuem flexões no presente do
subjuntivo (porque não têm o presente do indicativo).
Obs.: O presente do subjuntivo é derivado do radical da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo, em suma, “eu faço” vira “que eu faça”. Então, quando o verbo não tem a primeira pessoa do
singular no indicativo, não terá o presente do subjuntivo. Por consequência, não terá as formas de imperativo
que também derivam do subjuntivo.
Por não trazerem a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, são defectivos os verbos: abolir,
banir, brandir, carpir, colorir, computar, delir, explodir, ruir, exaurir, demolir, puir, delinquir, fulgir
(resplandecer), feder, aturdir, bramir, esculpir, extorquir, retorquir, soer (costumar: ter costume de).
Há certa controvérsia entre esses verbos, pois alguns gramáticos e dicionários listam verbos defectivos como
regulares. Não podemos entrar nessa discussão, então vamos destacar alguns que já foram cobrados em
prova.

Verbo Precaver e Reaver


No presente do indicativo, só se conjuga com nós (precavemos/reavemos) e vós (precaveis/reaveis). Como
o presente do indicativo é a base do presente do subjuntivo, esse verbo não é conjugado neste tempo.
Sabendo disso, basta conjugar o verbo precaver seguindo a segunda conjugação, como Beber.
No Imperativo, temos: precavei, reavei.
Reaver e Precaver não trazem “J” nem “nh” na sua conjugação. Então, estão incorretas formas como
“precaveja”, “reaveja”, “reavenha”.
Para você não ter que estudar a conjugação dele inteira, siga essa dica: o verbo Reaver só se conjuga
naquelas pessoas em que o verbo Haver tem “v” na palavra. Segue a primeira pessoa de cada tempo em
que isso ocorre, para você saber o padrão: reouve, reavia, reouvera, reaverei, reaveria.
Obs.: Nessa mesma linha estão os verbos “falir” e “adequar”, que também só possuem as pessoas ‘nós’ e
‘vós’ no presente do indicativo.
Cuidado: Apesar de “estranhos”, estes verbos não são considerados defectivos: caber, valer, redimir, polir,
sortir, rir, escapulir, entupir, sacudir.

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Aula 03

VERBO VICÁRIO
São chamados de Verbos Vicários aqueles que fazem as vezes de outros verbos, substituindo-os para evitar
repetição. Os mais comuns são os verbos ser e fazer.
Normalmente vêm acompanhados de um pronome demonstrativo o, que retoma a ação ou o evento da
oração anterior. Ex.:
Eu poderia ter fugido, mas não o fiz. (“o fiz” retoma “ter fugido”)
Se você não estudou foi porque teve preguiça. (“foi” retoma “não estudou”)
Se ela não aceita ir ao cinema é porque não quer. (“é” retoma “aceita”)

Observe que há dois verbos e um substitui o outro, quando vicário, o “fazer” não traz seu sentido próprio,
pois assume o sentido do outro verbo.
As estruturas com esses verbos costumam ser cobradas até em questões de compreensão textual, quando a
banca pode perguntar o referente do pronome.

(ISS-TERESINA / 2016)
Fazer parte constitui um específico uso de “fazer”, verbo que, em outros contextos, pode assumir distintas
funções e acepções. Empregado como “verbo vicário”, faz as vezes de outro, como se exemplifica em:
a) Tentarei hoje mesmo fazê-lo ver a questão sob ponto de vista menos rígido.
b) Foi ele quem fez uma bela mesa de madeira maciça.
c) O mediador poderia ter evitado a discussão, mas não o fez.
d) Fizeram frente à situação adversa com coragem e elegância, o que nos comoveu.
e) O discurso foi bastante positivo, pois o orador o fez de modo acalorado e consistente..
Comentários:
O verbo “fazer” tem vários sentidos, que foram explorados nas alternativas. No entanto, é na letra C que ele
funciona como “vicário”, pois substitui o verbo “evitar”. Observe a presença do demonstrativo “o”,
retomando o fato de “evitar a discussão”.
Observe que devemos ter dois verbos diferentes, e o verbo vicário estará substituindo o outro.
Na letra E só há um verbo, “discurso” não é verbo! O verbo “foi” é de ligação e só serviu para dar qualidade
ao discurso. Não tem sentido de ação. Além disso, o orador “fez o discurso”, o verbo fazer está sendo
utilizado com sentido de “fazer” mesmo, de produzir, realizar. Não está substituindo outro verbo. Gabarito
letra C.

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Aula 03

VERBOS PRONOMINAIS
São aqueles que trazem um pronome “integrante” do verbo e que não podem ser conjugados sem ele.
Veja alguns deles: ARREPENDER-SE, ATREVER-SE, ASSEMELHAR-SE, CANDIDATAR-SE, DIGNAR-SE,
ESFORÇAR-SE, QUEIXAR-SE, REFUGIAR-SE, SUICIDAR-SE, ESTREITAR-SE...

Há diversos verbos que podem ser usados como pronominais: lembrar-se; esquecer-se. Nesses casos, a
regência passa a exigir a preposição “DE”. Ex.:
Lembrei/esqueci a letra ou Lembrei-me/Esqueci-me da letra.

As bancas gostam de perguntar se o pronome é parte integrante do verbo e/ou, se exerce função sintática,
ou se pode ser suprimida. Nos verbos que não são essencialmente pronominais, como lembrar e esquecer,
a retirada do pronome DEVE ser acompanhada também da retirada da preposição.

Ex.: Eles não se arrependem de nada. (o “se” é parte integrante, não pode ser retirado e nem exerce qualquer
função sintática. Não pense que é reflexivo, tampouco recíproco, pois não podemos arrepender a outra
pessoa nem a nós mesmos: se arrepender não é arrepender a si mesmo. Claro?)
Um critério importante é sempre verificar se o verbo vai ter sentido passivo, pois a banca vai tentar confundir
você afirmando que o “se” representa voz passiva sintética, como em “Alugam-se casas” (casas são
alugadas).

(AGU / 2019)
“Ninguém se esqueceu da enxurrada de tuítes enraivecidos trocados há apenas um ano por Trump e o
presidente nortecoreano – ‘fogo e fúria’, o ‘grande botão’ nuclear etc.”
Julgue o item a seguir.
A retirada do SE do período não provoca alteração de sentido nem constitui inadequação à norma culta.
Comentários:
“Esquecer-se” (de) é um verbo pronominal, então a retirada do “se” causa erro. É possível utilizá-lo sem
pronome, mas também é necessário retirar a preposição:
Esquecer-SE DE algo ou Esquecer algo.
Questão incorreta.
(MPU / 2018)

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Contudo, uma calamidade seria um caso de injustiça apenas se pudesse ter sido evitada, em especial se
aqueles que poderiam ter agido para tentar evitá-la tivessem deixado de fazê-lo. Entre os requisitos de uma
teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça.
Na expressão “fazê-lo” (l.2), a forma pronominal “lo” retoma a ideia de agir para tentar evitar uma
calamidade.
Comentários:
Sim. Aqui, temos o “pronome demonstrativo neutro usado ao lado de um verbo vicário. “Fazer” retoma a
ação anterior (agir...)”:
Fazê-lo = Fazer isso (o que foi mencionado: agir para tentar evitar uma calamidade).
Questão correta.

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CORRELAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS


Já vimos ao longo da aula a semântica dos tempos e modos verbais. Agora, esse conhecimento vai nos ajudar
a observar a correlação entre eles num período.
Essa parte é muito intuitiva, pois diversas combinações são aceitas, com uma ligeira mudança de sentido. De
modo geral, verbos do mesmo tempo e modo podem se relacionar: Sei que quero passar. Sabia que queria
passar. Saberei se conseguirei passar. Jurava que você era maluco.
Como regra geral, também temos que, se o verbo da oração principal estiver em algum tempo pretérito do
indicativo, o verbo da subordinada substantiva (introduzida pela conjunção integrante QUE e substituível por
ISSO) pode estar em qualquer tempo verbal do indicativo: Disse/dizia/dissera que o homem
roubava/roubara/roubará/roubaria.
Há muitas combinações possíveis, vamos ver combinações mais “clássicas”, sem esquecer que a coerência
entre os tempos é fundamental e está por trás de todas elas: Se eu pudesse (hipótese), teria um cão
(hipótese). Cantei (ação acabada) porque eu quis (ação acabada). Leio (hábito) porque estudo (hábito) lá.
Antes de mais nada, se esse fosse seu último minuto para estudar para a prova, eu pediria que gravasse essas
“correlações essenciais”:
Se eu pudesse, faria/ Se eu puder, farei (ou Caso eu possa/farei)
Esse é o exemplo simples. Na hora da prova você deve fazer as adaptações adequadas para os verbos e
pessoas que virão nos itens. Vamos adiante!!

A regra mais importante

 O futuro do presente se correlaciona com tempo presente ou com tempo futuro.


Temos que respeitar o marco temporal da fala, o tempo de referência das ações. Se começarmos uma
sentença com o presente, o futuro que se relaciona a ele é o futuro do presente.
Se iniciarmos com uma sentença no pretérito, o futuro que se correlaciona a ele é o futuro do pretérito.
Ficou claro?
(pres.) (fut. pres.)
Ex.: Prometo que estudarei mais.

(fut. pres.) (fut. subj.)


Ex.: Farei tudo o que eu puder.

(pres.) (pres.)
Ex.: Juro que não deixo mais de revisar.

(pres. subj.) (fut. pres.)


Ex.: Aonde quer que eu vá, eu levarei você no olhar...

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(pres. subj.) (pres.)


Ex.: Aonde quer que eu vá, eu levo você no olhar...

Nunca é demais lembrar, atenção às correlações: Se eu puder, farei/Caso eu possa, farei.

 O futuro do pretérito se relaciona com tempo pretérito.


(fut. pret.) (pret. Imp. Subj.)
Ex.: Eu morreria se ele descobrisse.
Outras correlações clássicas
(Pret. Imp.) (Pret. Perf.)
Ex.: Estava estudando RLM quando meu cachorro acendeu um charuto.

(Pret. Imp.) (Pret. Imp.)


Ex.: Eu estudava enquanto ele soltava fumaça pelo nariz.
Nos exemplos acima uma ação interrompe a outra ou ocorre simultaneamente à outra, respectivamente.

Recapitulando: essas são as correlações que mais caem, leiam-nas várias vezes! Ex.:
Vejo que você malha.
É preciso que você estude.
Quando terminarem, estarei dormindo.
Se eu tivesse esse carro, já teria morrido.
Vi que você trouxe um presente.
Sugiro que procure um psiquiatra.
Sugeri que procurasse um psiquiatra.
Espero que tenha procurado um psiquiatra.
Esperei que tivesse procurado um psiquiatra.
Não é produtivo querer gravar a regra de cada correlação, foque nos exemplos acima e
nas “correlações essenciais”!

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(PM-SP / 2020)
Considerando a correspondência entre as formas verbais e o emprego do pronome, conforme a norma-
padrão, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas da frase.
Se soubéssemos mais detalhes a respeito de como foi criada a Polícia Militar,
___________________________ melhor desde a sua criação.
a) podemos compreender-lhe c) podíamos compreender-lhe
b) poderíamos compreendê-la d) pudemos compreendê-la
Comentários:
A questão é de correlação verbal. Aplicaremos a correlação básica: se eu pudeSSE, faRIA:
Se soubéSSEmos, podeRÍAmos compreendê-la (compreender a Polícia Militar). Gabarito letra B.
(BANRISUL / 2019)
Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e adequada articulação entre os tempos e os modos verbais
na frase:
Caso viéssemos a viver, no futuro, dois ou mais séculos, nada garantirá que estivéssemos satisfeitos com esse
tempo de vida.
Comentários:
Aplicando a correlação básica PudeSSE/FaRIA, teríamos: viéSSEmos/garantiRIA. Observem que não faz
sentido um verbo indicando hipótese no passado correlacionado a um indicando sua consequência no futuro.
É um situação tão incoerente como: *Se eu pudesse, viajarei... Questão incorreta.
(PRF / 2019)
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se existia,
já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas.
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso a forma verbal “existia” fosse substituída
por existisse.
Comentários:
Veja que não faz sentido:
o cargo, se existisse, já foi extinto...
Para manter a correlação, teríamos que grafar:
Claro que o cargo, se existisse, já teria sido extinto. Questão incorreta.
(DETRAN-MA / 2018)
A flexão das formas verbais e a articulação entre seus tempos e modos estão plenamente adequadas na
frase:
a) Quem caminhasse pelas grandes cidades virá a constatar que elas contessem muitas surpresas.
b) Numa época em que a velocidade se impuser de forma ainda mais drástica, valerá a pena buscar
alternativas.
c) Se ninguém vir a buscar caminhos alternativos, nenhuma possibilidade real de libertação seria explorada.

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d) Nosso estilo de vida levará-nos a impasses urbanos que dificilmente encontrariam alguma forma de
solução.
e) A convicção do poeta acena para a criação nossa de caminhos próprios, da qual advisse um novo prazer
de viver.
Comentários:
Em questões desse tipo, procure logo as correlações clássicas! Aplique as correlações aos verbos nas
alternativas.
Se eu pudesse, faria/ Se eu puder, farei
a) Quem caminhaSSE pelas grandes cidades virIA a constatar que elas continham muitas surpresas.
b) Numa época em que a velocidade se impusER de forma ainda mais drástica, valeRÁ a pena buscar
alternativas.
c) Se ninguém vieSSE a buscar caminhos alternativos, nenhuma possibilidade real de libertação serIA
explorada.
d) Nosso estilo de vida nos levará a impasses urbanos que dificilmente encontrarão alguma forma de solução.
(Lembre que não se usa pronome oblíquo átono após verbo no futuro)
e) A convicção do poeta acenaRIA para a criação nossa de caminhos próprios, da qual advieSSE um novo
prazer de viver. Gabarito letra B.
(TRT 6ª REGIÃO / 2018)
Há construção na voz passiva e adequada articulação entre os tempos verbais na frase:
a) Os que apreciarem as instalações, no futuro, talvez poderiam emprestar-lhes o sentido que hoje não
parecem ter.
b) Ao serem visitadas, as instalações costumam impressionar o público que se deixa levar pela significação
que o próprio autor lhes atribui.
c) Se fosse para levar a sério a materialidade das instalações, nenhuma delas necessita da justificativa a ser
dada pelo criador.
d) Nunca a linguagem das grandes obras de arte teria necessidade de alguma explicação que venha a se
tornar indispensável.
e) Por mais que nos esforcemos para perscrutar o sentido de uma instalação, este sempre dependeria das
razões alegadas pelo autor.
Comentários:
Em questões desse tipo, procure logo as correlações clássicas!!Aplique as correlações aos verbos nas
alternativas.
Se eu pudesse, faria/ Se eu puder, farei (Caso eu possa, farei)
a) Não há voz passiva. Não há estrutura de voz passiva analítica (SER+particípio) nem sintética (VTD+SE
apassivador).
b) Na b, temos a chamada voz passiva analítica (SER+Particípio) “serem avistadas”. A correlação está perfeita,
todos os verbos estão no presente.
c) A correlação correta seria:

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Se fosse para levar a sério a materialidade das instalações, nenhuma delas necessitaria da justificativa a ser
dada pelo criador.
Observe que é a correlação clássica: Se eu pudesse, faria
d) A correlação correta seria:
Nunca a linguagem das grandes obras de arte teria necessidade de alguma explicação que viesse a se tornar
indispensável.
Observe que temos novamente a correlação clássica: Se eu pudesse, faria
e) A correlação correta seria:
Por mais que nos esforcemos para perscrutar o sentido de uma instalação, este sempre dependerá das
razões alegadas pelo autor.
Observe que temos novamente a correlação clássica: (Caso eu possa, farei).
Gabarito letra B.

Substituições válidas entre correlações verbais já cobradas:


Têm de ser fiscalizados = devem ser fiscalizados
Tem gerado nas últimas décadas = gerou nas últimas décadas
Tinha estado = estivera; Tenha sido = haja sido
Se pudéssemos, faríamos = se pudermos, faremos

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VOZES VERBAIS
As vozes verbais indicam a relação do sujeito com o verbo, definindo o papel do sujeito como agente ou
paciente.

TIPO DE VOZ EXPLICAÇÃO EXEMPLO

VOZ ATIVA O sujeito é agente, pratica a ação. [O policial] deteve os criminosos.

VOZ PASSIVA O sujeito é paciente, sofre a ação, [Os criminosos] foram detidos pelo policial.
recebe o efeito da ação. Detiveram-SE [os criminosos].

VOZ REFLEXIVA O sujeito pratica a ação em si [Os criminosos] se entregaram à polícia.


mesmo, é agente e paciente ao [O menino] se feriu com a faca.
mesmo tempo.
Eles deram-se, após a tragédia, uma segunda
chance.
(Nos dois primeiros exemplos, o SE tem função
de objeto direto. No último, de objeto indireto
(deu a si)).

VOZ REFLEXIVA Os sujeitos praticam uma ação uns [Os criminosos] se abraçaram na prisão.
RECÍPROCA nos outros, mutuamente

Há casos em que o verbo tem sentido passivo (levei um soco), mas ainda assim, sintaticamente, a voz é ativa,
porque o sujeito sintático pratica a ação.

A voz passiva se divide em analítica e sintética ou pronominal.

O que mais cai em prova é a conversão de voz ativa para voz passiva, ou entre tipos de voz passiva. Aqui, é
necessário reconhecer as funções sintáticas básicas: sujeito (entidade ligada ao verbo em papel de agente
ou paciente) e objeto direto (complemento verbal sem preposição).

Vozes Verbais: Forma e Conversão


Voz passiva analítica (SER + Particípio)
Na conversão da voz ativa para a passiva, o sujeito da voz ativa vira o agente da passiva. O objeto direto da
ativa vira sujeito paciente na passiva.
Ex.: O desafiante derrotou o campeão (voz ativa)
Sujeito objeto direto

O campeão foi derrotado pelo desafiante. (voz passiva analítica)


Suj. Paciente Ser + Particípio Agente da passiva

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Voz passiva sintética ou pronominal (VTD + SE)


Ex.: Derrotou-se o campeão, eliminaram-se nossas esperanças.
Pron. Suj. paciente Pron. Suj. paciente
Apassivador Apassivador
A transposição para a voz passiva depende de um objeto direto na voz ativa. Observe que na transposição
da voz passiva analítica para a sintética ocorre:
1) A locução passiva vira um pronome apassivador
2) O agente da passiva fica implícito.
3) O tempo e modo do verbo é mantido ao longo da transposição.
Pela possibilidade de não revelar quem pratica ação, a voz passiva é um importante recurso para se omitir o
agente da ação e somente focar no sujeito paciente. Esse recurso é muito utilizado quando o autor não
sabe ou não quer revelar o agente de determinada ação.
Pelo fato de o agente da passiva não aparecer mais na voz passiva sintética, é possível transpor para esta voz
uma sentença em voz ativa com sujeito indeterminado, já que, em ambas as estruturas, o sujeito ficará
“escondido”:

 A esposa flagrou o homem comendo Nutella escondido (Voz ativa).


 O homem foi flagrado pela esposa comendo Nutella escondido (Voz Passiva Analítica, com agente
claro: a esposa flagrou).

 Flagraram o homem comendo Nutella escondido. (Voz ativa com sujeito indeterminado, na terceira
pessoa do plural).

 Flagrou-se o homem comendo Nutella escondido. (Voz passiva sintética)


A voz passiva sintética tem esse nome porque é “menor”, já que traz somente o “SE”, sem a locução passiva
com particípio. Lembre-se, a forma sintética da voz passiva é VTD+SE.

(TJ-SP / 2019)
Transpostas para a voz passiva, as passagens “O próximo governo não encontrará um ambiente econômico
internacional sereno.” e “Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor...” assumem a
seguinte redação:
Não será encontrado um ambiente econômico internacional sereno pelo próximo governo. / Se sinais de
vigor eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano...
Comentários:

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Vejamos a primeira conversão:


O objeto de “encontrará” —[um ambiente econômico internacional sereno]— vira sujeito.
O sujeito — O próximo governo— virou agente da passiva:
“O próximo governo não encontrará [um ambiente econômico internacional sereno]” (voz ativa)
Não será encontrado [um ambiente econômico internacional sereno] pelo próximo governo. (voz passiva)
Observem também a locução passiva— será encontrado.
Agora vamos ver a segunda conversão:
O objeto de “davam” —[ sinais de vigor]— vira sujeito.
O sujeito — EUA, Europa e China — virou agente da passiva:
EUA, Europa e China davam sinais de vigor (voz ativa)
Se sinais de vigor eram dados por EUA, Europa e China (voz passiva)
“eram dados” é a locução de voz passiva. Questão correta.
(PREF. RECIFE / 2019)
Ao transpor para a voz passiva a oração permitem a assinatura de contratos e o pagamento de impostos, a
forma verbal correspondente será
a) são permitidas.
b) será permitida.
c) são permitidos.
d) é permitido.
e) serão permitidos.
Comentários:
O termo “a assinatura de contratos e o pagamento de impostos” é o objeto direto de “permitem”, então ele
tem que virar sujeito paciente. Como é um termo composto de duas unidades, o verbo da locução verbal vai
para o plural: a assinatura de contratos e o pagamento de impostos eram permitidOS.
O particípio “permitidOS” fica no masculino plural porque “assinatura” e “pagamento” são palavras de
gêneros diferentes, aí o plural fica no masculino. Gabarito letra C.
(TRT 6ª REGIÃO / 2018)
Essas visitas dos turistas “em busca de distrações” desnaturam o significado real desses museus e
monumentos.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) desnaturam-se.
b) é desnaturado.
c) são desnaturadas.
d) foi desnaturada.
e) tenham desnaturado.

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Comentários:
Na conversão para a voz passiva, o objeto direto da voz ativa vira sujeito paciente. O tempo original do verbo
(presente) deve ser mantido na locução (SER + particípio). O sujeito ativo vai virar agente da passiva. Veja:
Essas visitas dos turistas “em busca de distrações” desnaturam o significado real desses museus e
monumentos.
o significado real desses museus e monumentos é desnaturado por Essas visitas dos turistas “em busca de
distrações” Gabarito letra B.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA-AL / 2018)
A frase que NÃO exemplifica a ocorrência de voz passiva é:
a) “Diante do número de casos de preconceito explícito e agressões, somos levados ao questionamento...”;
b) “...a sociedade corre o risco de estar tornando-se irracionalmente intolerante”;
c) “No último ano, foram registradas dezenas de casos de intolerância religiosa...”;
d) “Preconceito não se tolera, se combate”;
e) “...muitas ocorrências que deveriam ser registradas como ‘intolerância religiosa’...”.
Comentários:
Para reconhecer a voz passiva, além do sentido passivo, precisamos procurar as estruturas sintáticas:
Voz passiva analítica (SER + Particípio)
Essa estrutura ocorre em: (a) “somos levados” ; (c) “foram registradas”; (e) “ser registradas”
ou
Voz passiva sintética ou Pronominal (VTD + SE):
Essa estrutura ocorre em: (d) “Preconceito não se tolera, se combate”
Então, a única estrutura que não exemplifica voz passiva é:
(b) tornando-se irracionalmente intolerante (tornar-se é verbo de ligação e o "se" é parte integrante do
verbo) Gabarito letra B.
(TJ-AL / 2018)
A frase do texto que se apresenta na voz passiva é:
a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de crises graves não se dá por acaso”;
b) “...a gestão pública do setor vem sofrendo...”;
c) ...é comum que generalize-se a opinião...”;
d) “...política públicas para a cultura não devem ser prioritárias”;
e) “Combater essa generalização equivocada é urgente”.
Comentários:
Vejamos:
a) INCORRETO. “se dá” não configura voz passiva porque, aqui, “dar” não é verbo transitivo direto, mas sim
intransitivo: a resistência se dá (ocorre) por acaso, não há objeto direto.

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b) INCORRETO. Embora “sofrer” tenha sentido passivo, não há estrutura passiva sintética nem analítica.
c) CORRETO. Temos voz passiva sintética VTD+SE, equivalente à forma: É comum que a opinião seja
generalizada.
d) INCORRETO. Prioritária é apenas um adjetivo.
e) INCORRETO. Urgente é apenas um adjetivo. Gabarito letra C.
(DPE-AM / 2018)
E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner
Transformando-se o segmento sublinhado acima em sujeito da frase, a forma verbal resultante será:
a) é ouvido. b) se ouvem. c) é ouvida. d) fomos ouvidos. e) foram ouvidas.
Comentários:
“A voz de Wagner” é objeto direto de “ouvir”, na voz ativa. Na voz passiva, o objeto direto vira sujeito. Então,
teremos, na voz passiva:
“A voz de Wagner” é ouvida. Gabarito letra C.
(STM–Analista / 2018)
Todos esses senhores [que buscam pela violência o domínio sobre a mulher] parece que não sabem o que é
a vontade dos outros. Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer.
Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada
É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a
máxima liberdade, com a melhor boa-vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e
grandes desejos; como é então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados
amor ou coisa equivalente?
O vocábulo se recebe a mesma classificação em “se julgam” (L.2) e “se castigam” (L.8).
Comentários:
No primeiro caso, os “senhores violentos” se julgam (julgam a si próprios) com o direto de impor o seu amor.
Temos SE reflexivo.
No segundo caso, as moças “são castigadas”, recebem o castigo; então o sentido é passivo e o SE é pronome
apassivador. A classificação não é a mesma. Questão incorreta.
(CBM-AL / 2017)
A abundância e a prosperidade eram, como de costume, simétricas à miséria da maioria da população, que
vivia em estado crônico de subnutrição.
Daqueles tempos coloniais nasceu o costume, ainda vigente, de comer terra. Antigamente, castigava-se esse
“vício africano” colocando-se mordaças nas bocas das crianças ou pendurando-as dentro de cestas a grande
distância do solo.
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CB2A1AAA, julgue o item a seguir.
A substituição de “castigava-se” (ℓ.4) por castigavam não prejudicaria as informações veiculadas no texto.
Comentários:

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A princípio, parece inadmissível trocar “castigava-se” por “castigavam” e ainda assim manter o sentido, não?
Entenda o raciocínio da banca. Na voz passiva sintética (VTD+SE – Castigavam-se), o agente da passiva não
aparece, então não sabemos quem é o agente, não sabemos quem de fato castiga. Ao reescrever como
“Castigavam”, temos uma oração na voz ativa com sujeito indeterminado, que é outra forma de justamente
ocultar quem é o agente de castigar. Então, continuamos sem saber quem castigava e temos apenas a
informação do que era castigado. Portanto, essas estruturas servem ao mesmo propósito: não revelar o
agente da ação verbal. Dito de outra forma, a voz passiva sintética, por não ter agente da passiva, quando
convertida em voz ativa, gera uma sentença com sujeito indeterminado. Por isso, a banca entendeu que são
equivalentes. Questão correta.

Impossibilidade de conversão para voz passiva


A voz passiva pressupõe alguém praticando uma ação e um paciente recebendo seus efeitos. Alguns verbos,
porém, por sua semântica, quando assumem sentido passivo, não aceitam transposição para voz passiva:
levar, ganhar, receber, tomar, aguentar, sofrer, pesar (massa), ter (posse), haver (impessoal). Também não
aceita voz passiva o verbo de ligação, pois é um verbo de estado, não é de ação.
GUARDE UMA INFORMAÇÃO: a voz passiva está diretamente relacionada à existência de um objeto direto
na voz ativa, pois ele vai virar sujeito paciente na voz passiva. Se não for possível transformar um objeto
direto em sujeito paciente, não será possível fazer a transposição para a voz passiva. Por isso, verbos
intransitivos e transitivos indiretos não aceitam voz passiva.
Desafio: tente aí você em casa transpor estas sentenças para a voz passiva:
Tenho 50 anos.
Tive um cachorro.
Permaneceríamos fiéis.
Gosto de pessoas gentis.
O dólar caiu muito ontem.
Choveu torrencialmente hoje.
Havia um artista na minha cela.
Levei um soco nos dentes da frente.
Se você não conseguiu, parabéns! Essas sentenças não aceitam transposição por trazerem sentido passivo,
de posse ou existência ou por trazerem verbos transitivos indiretos ou intransitivos.
Ainda que haja um “OD” em “tive um cachorro”, o verbo “ter” não vai poder assumir um sentido passivo,
por razões semânticas. Veja que incoerente: “um cachorro foi tido por mim”. Entendeu?
Excepcionalmente, verbos como “responder, obedecer e pagar” podem aparecer na voz passiva. Ex: A
pergunta foi respondida... / A multa foi paga...
OBS: O agente da passiva pode ser introduzido pela preposição “por”, “pelo(a)(s)” e “de”.
Ex.: A quadrilha foi cercada por/pelos/de policiais.

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(POLÍCIA CIVIL-RS / 2018)


Qual das seguintes formas verbais admite conversão para a voz passiva?
a) a tecnologia era a indústria mais legal
b) as redes promovem aumento
c) redes sociais levam a interações frágeis
d) adolescentes estão menos dispostos
e) dispostos a sair
Comentários:
A voz passiva “nasce” de um objeto direto na voz ativa. Esse objeto direto é necessário para virar sujeito
passivo. Então, sem verbo transitivo direto, não há voz passiva. Então, verbos transitivos indiretos (Letra C:
levam a=proporcionam), intransitivos (Letra E: sair) ou de ligação (Letras A e D: era e estão) não admitem
transposição. Então, só podemos ter voz passiva em “as redes promovem aumento” (aumento é promovido
pelas redes). Gabarito letra B.
(TRF 3ª REGIÃO / 2016)
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva encontra-se em:
a) ... o acesso das obras a um status estético que as exalta.
b) ... elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes...
c) Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas...
d) O museu, por retirar as obras de sua origem...
e) ... a crítica mais comum contra o museu apresenta-o...
Comentários:
A voz passiva é a conversão de um objeto direto em sujeito paciente. Então, precisamos de um objeto direto.
Em questões desse tipo, temos que buscar os verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, pois não
têm OD.
Os verbos “exaltar”, “celebrar”, “retirar” e “apresentar” são todos VTD e trazem um objeto direto. Por outro
lado, “protestar” é VTI, pois pede a preposição “contra”. Logo, não admite transposição. Gabarito letra B.

Implicações sintáticas da voz passiva


Aqui, pela estreita relação da voz passiva com diversos tópicos de sintaxe, especialmente do SE apassivador,
precisaremos ver um pouco de análise sintática. Esse tema será retomado na aula de sintaxe, não se
preocupem.
Fique ligado numa pegadinha clássica de prova. Ex.:

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Não se espera [que o governo resolva tudo sozinho].


Aí vem a banca e pergunta se a frase destacada é complemento verbal.
O aluno pensa: “quem espera, espera alguma coisa, é objeto direto!!! É complemento verbal sim! Uhulllll!
Essa foi mole!!”

Dias depois, sai o gabarito ERRADO e o combalido candidato fica aos prantos: ”eu erreeeeei, concurso é
impossível!!!!”

Calma: vejamos a voz passiva analítica correspondente:


Não se espera [que o governo resolva tudo sozinho].
Não é esperado [que o governo resolva tudo sozinho].
Não é esperado [ISTO].

Essa oração é sujeito paciente, ISTO não é esperado. Somente na voz ativa é que essa oração seria objeto
direto. Eu espero [que o governo resolva tudo sozinho] (Espero [ISTO]). Só nesse caso seria um complemento
verbal. Observe que há um “SE” bem grande para indicar sentido passivo.

(INSS / 2016)

Julgue o item subsequente, que versam sobre os sentidos e os aspectos linguísticos do texto acima.
A substituição de “destacou-se” (l.11) por foi destacado prejudicaria o sentido original do período.
Comentários:
Prejudicaria. Cuidado! A forma “destacou-se” indica voz reflexiva, pois o autor destacou-se a si mesmo,
exerceu a ação de destacar sobre si. A forma “foi destacado” traz voz passiva analítica (SER+Particípio). Não
são equivalentes. Questão correta.

Voz passiva X índice de indeterminação do sujeito


Grave: a voz passiva depende de um objeto direto na ativa. Agora, compare:

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Deseja-se um futuro melhor x Visa-se a um futuro melhor.


Como sabemos, somente VTD ou VTDI podem ter voz passiva, isso porque o objeto direto da voz ativa vira
sujeito paciente na voz passiva e o sujeito não pode ser preposicionado.

Então, VTI+SE é clássica estrutura de sujeito indeterminado. Verifique se o verbo pede preposição.
Ex.:

Precisa-se de médicos. (Não há OD, não há sujeito paciente)


Acredita-se em deuses. (Não há OD, não há sujeito paciente)
Não é disso que vamos falar: trata-se de outros assuntos. (VTI+SE, sujeito indeterminado, não há OD, não há
sujeito paciente)

Verbos intransitivos (VI) e de ligação (VL) não pedem complemento, não têm objeto, por isso também não
aceitam voz passiva. Se VIs vierem acompanhados de SE, pode apostar que é um sujeito indeterminado. Ex.:
Vive-se bem aqui.
Sempre se está sujeito a erros.

Não custa lembrar: cuidado com a voz reflexiva, em que o agente pratica a ação e sofre seus efeitos ao
mesmo tempo. Na dúvida, troque o “se” por a si mesmo e veja se a coerência se mantém.
Na hora da análise, o tipo de verbo é uma fortíssima pista sintática sobre a presença de voz passiva ou sujeito
indeterminado. Contudo, você deve sempre conferir o sentido do texto, verificar se há sentido passivo,
reflexivo ou se há um verbo sem sujeito conhecido no texto.

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LOCUÇÃO VERBAL X TEMPO COMPOSTO


Na voz passiva, o particípio concorda em gênero e número com o sujeito paciente:
Ex.: Eu fui assaltado > Elas foram assaltadas.
O particípio formador de tempo composto na voz ativa não se flexiona.
Ex.: Elas têm estudado muito.

Analítica
SER + PARTICÍPIO
Ex.: Casas são vendidas

VOZ PASSIVA

Sintética
VTD / VTDI + SE
Ex.: Vendem-se casas

TER / HAVER + PARTICÍPIO


LOCUÇÃO VERBAL TEMPO
Ex.:Tenho andado distraído
COMPOSTO
Tem sido difícil estudar

Para ficar ainda mais claro, vamos fazer uma transposição da voz ativa com tempo composto para voz
passiva. Observe que o tempo composto não muda:

 O homem havia realizado sua missão. (voz ativa com tempo composto)
 A missão havia sido realizada pelo homem. (voz passiva com tempo composto)

Na voz passiva analítica, observe que o particípio varia em gênero e número para concordar com seu
referente.

Ressaltamos que, para concurso, voz passiva sintética e voz passiva analítica são equivalentes, constituindo
alternativas sintáticas para o mesmo enunciado.
Entretanto, cuidado com a colocação pronominal na hora de substituir uma pela outra:

 Alguns pontos não foram contabilizados na minha prova discursiva.


 Alguns pontos não se contabilizaram na minha prova discursiva. (próclise)
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Embora as estruturas sejam equivalentes, “Não contabilizaram-se” seria erro de colocação pronominal, pois
palavra negativa atrai o pronome para antes do verbo.

(ELETROBRAS / 2016)
Transpondo-se para a voz ativa a frase Eficazes sistemas de irrigação teriam sido utilizados pelos antigos em
suas culturas de cereais, a forma verbal resultante deverá ser
a) seriam utilizados.
b) teriam utilizado.
c) foram utilizados.
d) utilizaram-se.
e) haveriam de utilizar.
Comentários:
Se a voz é passiva, “eficazes sistemas de irrigação” é sujeito paciente. Na voz ativa, esse termo deverá assumir
função de objeto direto e o agente da passiva “pelos antigos” vai ter que virar sujeito. O “ser” da voz passiva
desaparece:
Eficazes sistemas de irrigação teriam sido utilizados pelos antigos
Os antigos teriam utilizado eficazes sistemas de irrigação.
Há uma locução de tempo composto “Ter+particípio”, essa locução de tempo composto se mantém; então
basta subtrair o verbo “ser” da locução passiva que teremos a voz ativa de novo.
Gabarito letra B.
(PREFEITURA DE PAULÍNIA / 2016)
“Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer
criar confusão.”
Sobre a estruturação gramatical da frase acima, está correta a afirmativa:
A forma ativa correspondente a “Teria sido criado” é “teria criado”.
Comentários:
O mundo teria sido criado pelo criador. (voz passiva)
O criador teria criado o mundo. (voz ativa)
O sujeito paciente “o mundo” vira objeto direto na voz ativa. O agente da passiva vira sujeito. O tempo futuro
do pretérito é mantido na conversão.
Questão correta.

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (MP-CE / 2020)
Não há conclusões unânimes, mas a ciência e os especialistas caminham para o entendimento de que o
preconceito seja um conceito aprendido.
A substituição da forma verbal “seja” (1º parágrafo) por é manteria a coerência e a correção gramatical do
texto.
Comentários:
O sujeito é singular: o preconceito, então não há erro nem incoerência em usar ‘é’ no lugar de “seja”. O que
mudaria é o sentido, que passaria a ser mais afirmativo, pela presença de um verbo no presente do
indicativo, modo da certeza, dos fatos concretos.
Questão correta.
2. (TJ-PA / 2020)

Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto CG1A1-II, a forma verbal “há” (1º
parágrafo) poderia ser substituída por
a) existe. b) ocorre. c) têm. d) tem. e) existem.
Comentários:
Há exceções = Existem exceções. O verbo haver fica no singular, por ser impessoal. Existir faz concordância
normal com o sujeito Exceções.
Gabarito letra E.
3. (MP-CE / 2020)
Desenvolveram-se, de forma consistente, meios técnicos que também permitiram à informação viajar
independentemente dos seus portadores físicos
O termo “Desenvolveram-se” (L.3) poderia ser substituído pela locução Foram desenvolvidos, sem prejuízo
do sentido e da correção gramatical do texto.
Comentários:
Aqui, temos voz passiva sintética: VTD + SE. Para confirmar, observe o valor passivo:
Desenvolveram-se meios técnicos =Meios técnicos foram desenvolvidos

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O núcleo do sujeito passivo é “meios”, daí a forma no plural.


Questão correta.
4. (SEFAZ-DF / 2020)
Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto, o período “Sustentabilidade é vista como uma
abordagem de negócios para criar valor a longo prazo, levando-se em conta como uma companhia opera nos
ambientes ecológico, social e econômico.” (2º parágrafo) poderia ser reescrito da seguinte forma: Vê-se
sustentabilidade como uma abordagem de negócios para criar valor a longo prazo, considerando-se como
uma companhia opera no ambiente ecológico, no social e no econômico.
Comentários:
A reescrita em questão apresenta três alterações que preservam a correção gramatical e a coerência do
texto. Na primeira alteração, nota-se a substituição de uma construção na voz passiva analítica
(“Sustentabilidade é vista”) pela forma sintética (“Vê-se sustentabilidade”). Em seguida, o trecho “levando-
se em conta” foi substituído por “considerando-se”. Uma das acepções do verbo considerar é justamente
“ter ou levar em conta; tomar em consideração; atentar para”. Por fim, houve a substituição do trecho “nos
ambientes ecológico, social e econômico” por “no ambiente ecológico, no social e no econômico”. Neste
caso, passou-se o substantivo “ambientes” para o singular, e tal termo está elidido nos demais membros da
coordenação (no ambiente ecológico, no [ambiente] social e no [ambiente] econômico).
Questão correta.
5. (IBGE / 2020)
A frase “Foi observada a criação de uma nova empresa” está escrita na voz passiva com o verbo SER; se
transformássemos essa frase para a voz ativa, a forma correta seria:
a) Observou-se a criação de uma nova empresa;
b) Observa-se a criação de uma nova empresa;
c) Criou-se uma nova empresa;
d) A criação de uma nova empresa foi observada;
e) Observaram a criação de uma nova empresa.
Comentários:
A única alternativa que apresenta uma sentença em voz ativa é a letra E: Observaram (sujeito indeterminado
na terceira pessoa do plural) a criação de uma nova empresa (objeto direto),
As demais alternativas apresentam orações na voz passiva, sendo que a letra D é constituída por voz passiva
analítica (verbo SER + verbo no particípio - "foi observada").
Gabarito letra E.
6. (IBGE / 2020)
A frase em que o emprego do gerúndio mostra adequação é:
a) Entrou na sala, sentando-se na primeira fila;
b) Nasceu em Curitiba, sendo filho de imigrantes;
c) Repreendeu a torcida, condenando as ofensas;
d) Desceu as escadas, chegando rapidamente ao térreo;

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e) Saiu da festa, pegando um táxi na porta.


Comentários:
O gerúndio é a forma nominal do verbo que indica continuidade e mostra o desenvolvimento de uma ação -
uma ação em processo de realização.
Na alternativa C, lemos: Repreendeu a torcia, condenando as ofensas. Aqui há duas ações concomitantes e
uma ocorre em decorrência da outra: repreendeu condenando as ofensas. Ou seja, a repreensão se deu por
meio da condenação das ofensas.
Nas demais alternativas, a primeira ação é finalizada e não estabelece relação com a segunda que aparece
na forma de gerúndio.
Na letra A, entrar na sala não implica necessariamente sentar-se na primeira fila. Na letra B, nascer em
Curitiba não é condição para ser filho de imigrantes. Na letra D, descer as escadas não significa
necessariamente chegar ao térreo e, na letra E, sair da festa não mantém relação adequada com pegar um
táxi na porta.
Gabarito letra C.
7. (TJ-RS/ 2020)
A frase em que a substituição do segmento sublinhado por um particípio de valor equivalente foi feita de
forma adequada é:
a) O terreno que está sob as águas do rio / submetido às;
b) Um edifício que está sobre duas rochas / construído;
c) Os restos que estão na lata do lixo / acolhidos;
d) O estado que está entre Amazonas e Maranhão / posto;
e) Um carro que está na garagem / paralisado.
Comentários:
Vejamos cada uma das alternativas:
a) INCORRETO. O que está sob as águas está SUBMERSO.
b) CORRETO. O edifício que está sobre as rochas foi CONSTRUÍDO.
c) INCORRETO. Os restos que estão da lata do lixo estão GUARDADOS / COLOCADOS.
d) INCORRETO. O que está entre rios está SITUADO.
e) INCORRETO. O carro na garagem está PARADO / ESTACIONADO.
Gabarito letra B.
8. (PGE-PE / 2019)
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente.
A coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a forma verbal “mudaram” fosse
substituída por mudam.
Comentários:
Observem que a banca está apenas falando de correção (ausência de erro) e coerência (lógica, ausência de
contradição). Então, não há nenhum problema em usar o presente “mudam” no lugar do pretérito perfeito

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“mudaram”, uma vez que seria lógico também usar o presente histórico: “mudam” indicando tempo
passado, recurso utilizado para aproximar do leitor o fato passado narrado, para dar maior dinamicidade e
verossimilhança ao texto.
Questão correta.
9. (CGE-CE / 2019)
No texto CB1A1-I, poderia ser substituído por havia o verbo ter empregado em
a) “Não tinha mais que vinte casas mortas” (L. 1).
b) “Algumas construções nem sequer tinham telhado” (L. 2 e 3).
c) “Nem o ar tinha esperança de ser vento” (L. 3 e 4).
d) “Em Juazeiro tinha gente” (L. 9).
e) “Não tinha tanto dinheiro para comer” (L. 23).
Comentários:
Em “Em Juazeiro tinha gente”, o verbo “ter” é impessoal, com sentido de existir: havia gente/existia gente.
Nas demais hipóteses, o “ter” tem sentido de posse, então não caberia a substituição por “haver”.
Na letra A, embora haja sentido de posse, entendo que não haveria nenhum problema em usar o verbo
haver: Não havia (existiam) mais que vinte casas mortas. Esse, contudo, não é o melhor gabarito e a banca
deve considerar a letra D.
Gabarito letra D.
10. (PRF / 2019)
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de atividades
do trabalho humano.
Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse assim reescrito:
Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos existe pelas atividades
do trabalho humano.
Comentários:
Na redação original, temos uma clássica correlação verbal de estrutura condicional:
Se prestarmos atenção, perceberemos.
Então, temos uma hipótese, uma suposição, seguida de um possível efeito decorrente dessa condição.
Na reescritura, a banca usou a conjunção temporal “quando” e o verbo no presente: “percebemos”, o que
embora tenha uma ideia geral semelhante, expressa algo concreto no tempo, algo visto como mais certo.
Portanto, há mudança de sentido.
Questão incorreta.
11. (PGE-PE / 2019)
Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das mulheres em situação
de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é constatando as obrigações que temos diante do
direito alheio que chegamos a uma compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de direitos.

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A substituição da forma verbal “teria” (L.1) por tem manteria tanto a correção gramatical quanto a coerência
do texto.
Comentários:
A questão não fala de sentido, então basta perceber que não há erro nem se cria um enunciado sem lógica.
Apenas o tempo verbal saiu do campo hipotético para um campo mais concreto.
Questão correta.
12. (SEFAZ-RS / 2019)
Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor da economia, os custos desse setor
diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus produtos e poderia gerar um crescimento das
vendas. Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro das empresas, favorecendo-se, assim, a
elevação dos seus investimentos — e, consequentemente, da produção — e o surgimento de novas
empresas, o que provavelmente resultaria no crescimento da produção, bem como no acirramento da
concorrência, com possíveis reflexos sobre os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria
estimulado.
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-I seriam preservados caso o fragmento “favorecendo-se,
assim, a elevação dos seus investimentos” fosse reescrito da seguinte forma: que favorecerá, assim, a
elevação dos seus investimentos
Comentários:
Incorreto. O verbo no futuro causa problema de correlação verbal, temos uma hipótese no pretérito, o verbo
fica: “favoreceria”.
Questão incorreta.
13. (SEFAZ-RS / 2019)
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-I seriam preservados caso o fragmento “favorecendo-se,
assim, a elevação dos seus investimentos” fosse reescrito da seguinte forma: em que favorece, assim, a
elevação dos seus investimentos
Comentários:
Incorreto. Além de o tempo não ser o futuro do pretérito, esse “em” não se justifica na frase, nenhum termo
pede essa preposição.
Questão incorreta.
14. (ISS MANAUS / 2019)
Estão flexionados nos mesmos tempo e modo os verbos que se encontram em:
a) Navegamos freneticamente no espaço virtual // que façamos uma autocrítica.
b) Lembram disso? // Muitas vezes abríamos o álbum.
c) em quase todas as famílias existia um álbum de fotos // a imaginação voava.
d) Algo análogo se dá com o consumo da informação // puseram em xeque os antigos modelos de negócios.
e) Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência // produziram um complexo cenário de incertezas.
Comentários:
“existia” e “voava” estão ambos conjugados no pretérito imperfeito do indicativo, tempo/modo que indica

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ação vista como contínua, habitual, repetitiva no passado.


Vejamos os demais:
a) Navegamos (presente do indicativo) freneticamente no espaço virtual // que façamos (presente do
subjuntivo, modo da hipótese, do desejo) uma autocrítica.
b) Lembram (presente do indicativo) disso? // Muitas vezes abríamos (pretérito imperfeito do indicativo) o
álbum.
d) Algo análogo se dá (presente do indicativo) com o consumo da informação // puseram (pretérito perfeito
do indicativo) em xeque os antigos modelos de negócios.
e) Uma enxurrada de estímulos dispersa (presente do indicativo) a inteligência // produziram (pretérito
perfeito do indicativo) um complexo cenário de incertezas.
Gabarito letra C.
15. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Há presença de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na seguinte
frase: Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de
resposta.
Comentários:
Nessa questão, o verbo “haver” é auxiliar, então deve ir ao plural normalmente: reações frustradas haverão
de ocorrer...
Questão incorreta.
16. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Considere os seguintes trechos:
− ao impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença...
− a enfermidade continue a se propagar pela população.
− As campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo.
As expressões verbais estão correta e respectivamente substituídas por verbos flexionados no mesmo tempo
e modo em:
a) se mantém – permaneça – requiseram
b) se mantenha – permaneça – requereram
c) se mantenha – permaneça – requiseram
d) se mantém – permanece – requereram
e) se mantenha – permanece – requereram
Comentários:
O pretérito perfeito de “requerer” é “requereram”, não é “requiseram”. Então, seria possível eliminar A e C.
“Fique”, “Mantenha”, “Continue” e “Permaneça” estão no presente do subjuntivo. “Mantém” e
“Permanece” estão no presente do indicativo.
Gabarito letra B.
17. (AFAP / 2019)

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Há emprego de voz passiva e adequada articulação entre tempos e modos verbais na frase:
a) Não lhe havendo estendido os deuses outra pena, o autor teria de amargar a condição de pedagogo.
b) Se quisesse se valer de sua condição de professor, o escritor poderá ter aproveitado seu convívio com os
jovens.
c) Caso fosse dada ao professor a oportunidade da criação literária, proveitoso material é que não lhe faltaria.
d) Uma vez que lhe coubesse aproveitar melhor a companhia dos jovens, o autor terá sabido convertê-la em
ficção.
e) Havendo desprezado o ódio dos deuses, ao professor coubera redimir-se de algum modo no exercício
desse ofício.
Comentários:
Está perfeita a correlação em: Caso fosse dada ao professor a oportunidade da criação literária, proveitoso
material é que não lhe faltaria.
Observe que segue a correlação básica: Se eu pudeSSE, faRIA.
Cuidado, nas letras A e E, não há qualquer erro, apenas não há voz passiva.
Fazendo ajustes nas demais:
b) Se QUISESSE se valer de sua condição de professor, o escritor PODERIA ter aproveitado seu convívio com
os jovens.
d) Uma vez que lhe coubesse aproveitar melhor a companhia dos jovens, o autor TERIA sabido convertê-la
em ficção.
Observe NOVAMENTE que segueM a correlação básica: Se eu pudeSSE, faRIA.
Gabarito letra C.
18. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Está plenamente adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase:
a) Caso envelhecêssemos por inteiro, não haveremos de frequentar sensações já vividas.
b) Alguém já terá notado que o que vivemos não pudesse retornar senão com o auxílio da nossa imaginação.
c) Se meus olhos não estivessem úmidos, eu não haverei como me dar conta da força daquela emoção.
d) À medida que as emoções iam tomando conta de mim, maior a inibição que me impedia a fala.
e) Pior ataque costumava ser o da infância, quando esta se imporia a mim de modo súbito e intenso.
Comentários:
Não há erro algum na correlação empregada em:
À medida que as emoções iam tomando conta de mim, maior a inibição que me impedia a fala.
Há dois verbos no pretérito imperfeito, indicando uma realidade passada vista como habitual e contínua.
Façamos ajustes nas demais, sempre aplicando as correlações básicas:
a) Caso envelhecêssemos por inteiro, não HAVERÍAMOS de frequentar sensações já vividas.
b) Alguém já terá notado que o que vivemos não PODERÁ retornar senão com o auxílio da nossa imaginação.

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c) Se meus olhos não estivessem úmidos, eu não HAVERIA como me dar conta da força daquela emoção.
e) Pior ataque costumava ser o da infância, quando esta se IMPUNHA a mim de modo súbito e intenso.
Gabarito letra D.
19. (ISS MANAUS / 2019)
Identifica-se ocorrência de forma verbal na voz passiva no seguinte segmento:
a) estratégias que serão implementadas para conquistar mercado
b) Schoenberg desafiou todas as convenções da composição
c) Empresas de construção civil estão inovando
d) Ao contrário do que possa parecer
e) foi testando novas possibilidades
Comentários:
Há duas estruturas de voz passiva:
SER+ particípio— voz passiva analítica— Ex.: Um advogado foi contratado por João (agente da passiva).
VTD+SE— voz passiva sintética— Ex.: Contratou-se um advogado.
Na passiva sintética, o agente da passiva não aparece. Na analítica, pode ser omitido também.
Logo na letra A, temos a estrutura de voz passiva analítica:
estratégias que serão implementadas para conquistar mercado
As demais estão todas na voz ativa.
Gabarito letra A.
20. (BANRISUL / 2019)
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a
agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado
interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o poder político ainda fosse detido pelos
grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se
consolidando.
Julgue o item a seguir.
Configura-se como agente da voz passiva o termo pelos grandes senhores.
Comentários:
Em voz ativa, teríamos: os grandes senhores detivessem o poder político. Vejam que o sujeito é “os grandes
senhores”, então este termo passa a ser agente da passiva na conversão.
Questão correta.
21. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Indica-se adequada transposição da voz verbal de um segmento para outra voz verbal no seguinte caso:
a) não foi consumido pela vida = a vida não consumiu.
b) sendo [...] transformada em vida = a vida passa a ser transformada.

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c) onde se colocam as cercas = onde as cercas são colocadas.


d) um deles já tomou posse = um deles já possuiu.
e) que não pode ser tocado = que não deverá ser tocado.
Comentários:
A conversão é perfeita em: a vida não consumiu, pois temos sentença em voz ativa, com sujeito (a vida) e
verbo transitivo direto (consumir); na voz passiva correspondente, esse sujeito (a vida) é o agente da passiva:
consumido “pela vida”.
Na letra B, não cabe transposição, o verbo “ser” é de ligação.
Na letra C, as duas sentenças estão em voz passiva. A primeira está em voz passiva sintética e a segunda em
voz passiva analítica, então não houve conversão. O enunciado pede “outra voz verbal”.
Na letra D, “tomar posse” não equivale a “possuir”.
Na letra E, o auxiliar foi modificado e as duas vozes continuam sendo passivas.
Gabarito letra A.
22. (ISS MANAUS / 2019)
Há ocorrência de forma verbal na voz passiva na seguinte frase adaptada do texto.
a) A privacidade, que está sob ataque hoje, não é um traço básico da existência humana.
b) Podemos constatar que vem aumentando a presença do que a socióloga Shoshanna Zuboff define como
"capitalismo de vigilância".
c) A expansão da privacidade, hoje, já não é favorecida pelas forças da criação de riqueza.
d) A difusão da privacidade em escala maciça foi certamente uma das grandes realizações da civilização
moderna.
e) Na vida da maioria das pessoas não havia a presença da privacidade.
Comentários:
Há duas estruturas de voz passiva:
SER+ particípio— voz passiva analítica— Ex.: Um advogado foi contratado por João (agente da passiva).
VTD+SE— voz passiva sintética— Ex.: Contratou-se um advogado.
Na passiva sintética, o agente da passiva não aparece. Na analítica, pode ser omitido também.
A única alternativa com alguma dessas estruturas é:
A expansão da privacidade, hoje, já não é favorecida pelas forças da criação de riqueza.
Nas demais, temos voz ativa, exceto na letra E, em que o verbo “haver” é impessoal e não tem sujeito para
ser considerado ativo ou passivo.
Gabarito letra C.
23. (BANRISUL / 2019)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Durante a história observa-se fatores distintos que conduzem a humanidade a sentimentos diversos, em cujos
há enorme diversidade de propósitos.

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Comentários:
OBSERVA (VTD) + SE (pronome apassivador)> Voz passiva sintética.
Como temos voz passiva, o verbo vai ao plural normalmente para concordar com o sujeito: observaM-SE
fatores (fatores são observados).
Questão incorreta.
24. (SEPLAG RECIFE / 2019)
É plenamente aceitável a articulação estabelecida entre os tempos e os modos verbais na frase:
a) Muitos não entenderão como um pensador da era clássica, como Cícero, tiver a nos dizer coisas que
parecessem ser tão atuais.
b) Segundo Cícero, nada será mais difícil, numa amizade, do que se enfrentássemos adversidades políticas
que se ponham diante de nós.
c) Muitas desavenças sérias haverão de surgir quando velhos amigos forem levados a confrontar suas
antagônicas posições políticas.
d) Não deveriam jamais ter enfraquecido uma verdadeira amizade aquelas dissensões que vierem a ocorrer
ao longo da vida.
e) Se nos lembrássemos sempre do valor de uma amizade verdadeira, houvéssemos de estabelecer um maior
controle sobre as desavenças.
Comentários:
Está perfeita a correlação em:
c) Muitas desavenças sérias haverão de surgir quando velhos amigos forem levados a confrontar suas
antagônicas posições políticas.
Observe que segue o padrão: Se eu puder, farei. (futuro do subjuntivo com futuro do presente)
Vamos sugerir aqui possíveis ajustes para a correlação ficar adequada, aplicando as correlações básicas que
nos servem de referência:
a) Muitos não entenderão como um pensador da era clássica, como Cícero, TEM a nos dizer coisas que
parecessem ser tão atuais.
b) Segundo Cícero, nada SERIA mais difícil, numa amizade, do que se enfrentássemos adversidades políticas
que se ponham diante de nós.
d) Não deveriam jamais ter enfraquecido uma verdadeira amizade aquelas dissensões que VIESSEM a ocorrer
ao longo da vida.
e) Se nos lembrássemos sempre do valor de uma amizade verdadeira, HAVERÍAMOS de estabelecer um maior
controle sobre as desavenças.
Gabarito letra C.
25. (SEPLAG RECIFE / 2019)
As formas verbais atendem às normas de concordância e estabelecem uma adequada correlação entre os
tempos e os modos na frase:
a) Se couberem aos proprietários atender às necessidades do corpo, eles se regulariam por esse princípio de
direito.

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b) Uma vez que se infrinja os critérios da necessidade humana, o direito à propriedade poderia se mostrar
abusivo.
c) Sempre terão havido aqueles ambiciosos para os quais não contarão os limites de propriedade a serem
observados.
d) Os espaços que venham a ser propriedade do meu corpo deverão corresponder plenamente a
necessidades minhas.
e) Poderão acorrer aos bebedouros qualquer pássaro, desde que não houvesse a tomada de posse por um
deles.
Comentários:
Observem a ocorrência da correlação básica: Caso eu possa (presente do subjuntivo), farei (futuro do
presente).
d) Os espaços que venham a ser propriedade do meu corpo deverão corresponder plenamente a
necessidades minhas.
Vamos sugerir ajustes para melhorar a redação:
a) Se COUBER aos proprietários atender às necessidades do corpo, eles se REGULARÃO por esse princípio de
direito.
b) Uma vez que se infrinjaM os critérios da necessidade humana, o direito à propriedade poderÁ se mostrar
abusivo.
c) Sempre terÁ havido aqueles ambiciosos para os quais não contarAM os limites de propriedade a serem
observados.
e) PoderIA acorrer aos bebedouros qualquer pássaro, desde que não houvesse a tomada de posse por um
deles.
Gabarito letra D.
26. (BANRISUL / 2019)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Durante a história observa-se fatores distintos que conduzem a humanidade a sentimentos diversos, em cujos
há enorme diversidade de propósitos.
Comentários:
OBSERVA (VTD) + SE (pronome apassivador)> Voz passiva sintética.
Como temos voz passiva, o verbo vai ao plural normalmente para concordar com o sujeito: observaM-SE
fatores (fatores são observados).
Questão incorreta.
27. (EMAP / 2018)
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o
Juca a coisa não era assim tão simples.
Na linha 4, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o
comportamento de Juca seria mais categórica que a que se verifica no texto.

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Comentários:
Pelo contrário. Embora seja tempo do indicativo, o futuro do pretérito indica incerteza, possibilidade, por
isso seu uso constante em estruturas condicionais ou hipotéticas:
Ex.: Seu estudasse, passaria na prova.
Ex.: O candidato estaria envolvido em um esquema de propina.
Portanto, de forma alguma deixaria a alternativa mais categórica, mas afirmativa e certa.
Questão incorreta.
28. (IPHAN / 2018)
Os senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os
senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos
carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como
deuses; os senhores em pé apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos
prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria.
A forma verbal “nadando” exprime um evento com duração no tempo.
Comentários:
Sim. O gerúndio exprime justamente a ação em seu aspecto durativo, contínuo, indica que o verbo é visto
como uma ação/evento/processo em progresso, em andamento. Questão correta.
29. (MPE PI / 2018)
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de
correspondência com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (l.2-3) fosse assim reescrito:
estar se correspondendo.
Comentários:
Não seriam. São formas equivalentes: a+infinitivo equivale à forma de gerúndio.
Estou a cantar=Estou cantando. No português brasileiro, contudo, a forma realmente utilizada é o gerúndio.
Questão incorreta.
30. (EBSERH / 2018)
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos
legais para fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas...
A substituição de “foram adotados” por adotou-se preservaria a correção e o sentido do texto.
Comentários:
Temos voz passiva analítica com sujeito plural: Dispositivos foram adotados. Na conversão para a voz
passiva sintética, o verbo também fica no plural:
AdotaraM-se Dispositivos.
Questão incorreta.
31. (IHBDF / 2018)
Nasci no Brás, durante a Segunda Guerra. Da rua em que morávamos até a Praça da Sé, são vinte minutos

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de caminhada.
Infere-se do emprego da forma verbal “morávamos” que o narrador fornece uma informação sobre si próprio
e sua família.
Comentários:
Morávamos, verbo no pretérito imperfeito, indica ação habitual/duradoura no passado. Refere-se ao tempo
durante o qual o narrador morou naquele lugar. Como ele menciona a família, essa informação também vale
para ela. Questão correta.
32. (IHBDF / 2018)
Quando estava com sete anos, acordei com os olhos inchados, e meu pai me levou ao pediatra. Ao voltarmos,
o futebol ininterrupto que jogávamos com bola de borracha na porta da fábrica em frente parou e a
molecada correu até nós. Queriam saber se era verdade que os médicos davam injeções enormes na bunda
das crianças.
Depreende-se do emprego da forma verbal “jogávamos” que o narrador, ao retornar do pediatra para casa,
juntou-se a colegas para jogar futebol.
Comentários:
Aqui temos aquele caso em que usamos o pretérito imperfeito para indicar que uma ação estava em curso
(jogávamos futebol) quando outra a interrompeu (o futebol parou quando o menino voltou do pediatra).
Então, ele não estava jogando naquele momento nem juntou-se aos colegas. Na verdade, ele interrompeu o
futebol quando passou com o pai.
Questão incorreta.
33. (IHBDF / 2018)
Tentar deter o mar era inútil. Também não havia como fazer um molde da areia, mesmo que ele tivesse
tempo para isso, coisa que ele não tinha. Talvez conseguisse correr até em casa para buscar sua câmera.
Os sentidos originais do trecho “Tentar deter o mar era inútil” seriam mantidos caso a forma verbal “era”
fosse substituída por seria.
Comentários:
Evidentemente, “era” e “seria” não possuem o mesmo sentido. Contudo, às vezes o autor usa uma forma
“querendo dizer outra coisa”, ou melhor, usa uma forma quando deveria ter usado outra. O sentido texto
sugere uma relação condicional, então, rigorosamente, deveria aparecer o futuro do pretérito, para uma
correlação perfeita:
Tentar deter o mar SERIA inútil. Também não HAVERIA como fazer um molde da areia, mesmo que ele tivesse
tempo para isso, coisa que ele não tinha.
Então, esse “era” tem justamente o valor de “seria”, pois faz parte de uma estrutura condicional. É como
costumamos ouvir:
Se eu pudesse, casava! (no sentido de “casaria”)
Sacconi registra essa substituição do futuro do pretérito pelo pretérito imperfeito, indicando “que o fato
seria consequência certa e imediata de outro, que é irreal ou não ocorreu.
Ex.: Se eu fosse o prefeito, desapropriava toda esta região.
Ex.: Se viéssemos de trem, não chegávamos a tempo.”

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Questão correta.
34. (CGM - JOÃO PESSOA / 2018)
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.
A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.
Comentários:
“Teremos conquistado” é forma de futuro do presente composto e indica que ação estará concluída no
momento futuro sugerido.
Trazendo para um exemplo mais simples, compare:
Às 21h, jantarei (começarei a comer).
Às 21h, terei jantado (já terei terminado de comer).
Então, “teremos conquistados” indica que a ação de conquistar já estará completa, perfeitamente concluída.
“Conquistaremos” não tem esse sentido, apenas indica a ação como algo que ocorrerá no futuro, sem esse
valor de ação “já concluída” naquele momento.
Questão incorreta.
35. (SEFAZ-GO / 2018)
Considerando-se o uso linguístico nos segmentos, no contexto em que ocorrem no texto, está correto o que
se afirma em:
a) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3º parágrafo) com o verbo
na voz passiva analítica deve conter a forma seja reconhecida.
b) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos (4º parágrafo) por caso, o
verbo pensar deve assumir a forma do presente do modo subjuntivo.
c) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) pode ser substituída pelo pretérito
imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção gramatical.
d) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa
imensurável (1º parágrafo) por ajusta-se exige a substituição do elemento sublinhado por à.
e) O sentido mantém-se inalterado caso se substitua o segmento sublinhado em de cuja goela saiu [...] o
mundo (1º parágrafo) por em cuja goela imergiu.
Comentários:
Vejamos as correções.
a) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3º parágrafo) com o verbo
na voz passiva analítica deve conter a forma seja reconhecidO, concordando com “privilégio”.
b) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos (4º parágrafo) por caso, o
verbo pensar deve assumir a forma do presente do modo subjuntivo.
Correto. Se pensarmos vira “caso pensemos”.
c) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) não pode ser substituída pelo pretérito
imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção gramatical, porque “tivesse designado” causaria um erro
de emprego do tempo verbal, já que a referência é futura em relação a um passado remoto mitológico.

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d) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa
imensurável (1º parágrafo) por ajusta-se exige a substituição do elemento sublinhado por a, sem crase, pois
não há crase antes de “uma”.
e) O sentido se altera caso se substitua o segmento sublinhado em de cuja goela saiu [...] o mundo (1º
parágrafo) por em cuja goela imergiu, porque “imergir” é afundar, submergir.
Gabarito letra B.
36. (SEFAZ-GO / 2018)
A frase escrita com clareza e correção, no que se refere ao emprego das formas verbais, é:
a) Tendo em vista ser este um projeto piloto, aqueles que se oporem ao novo sistema de arrecadação seriam
convidados a manifestar suas críticas através de diferentes canais, como internet, telefone, além de debates
com as lideranças.
b) Os crimes de sonegação, que vêm persistindo a despeito do arrefecimento da fiscalização, atentam contra
os cofres públicos e promovem a concorrência desleal, prejudicando o trabalhador honesto.
c) Será vedada a autorização para a aquisição de matéria-prima ao contribuinte que não estivesse regular
com o pagamento dos impostos na forma e no prazo que se estabeleceu na legislação tributária.
d) Para participar da licitação, a empresa deverá possuir tecnologias gráficas de segurança que
correspondesse às especificações do edital, além de obter todas as autorizações para operação no estado.
e) Apenas depois que efetuasse o pagamento de todos os impostos e que mantivesse regularizada sua
situação junto aos órgãos responsáveis é que as lojas estão aptas a abrir suas portas ao consumidor.
Comentários:
Vejamos:
a) Tendo em vista ser este um projeto piloto, aqueles que se OPUSEREM ao novo sistema de arrecadação
SERÃO convidados a manifestar suas críticas através de diferentes canais, como internet, telefone, além de
debates com as lideranças.
Na redação original, há problema de correlação verbal. Aplicando a correlação básica: “Se eu puder, farei”,
teremos: OPUSEREM/SERÃO
b) Os crimes de sonegação, que vêm persistindo a despeito do arrefecimento da fiscalização, atentam contra
os cofres públicos e promovem a concorrência desleal, prejudicando o trabalhador honesto. CORRETA.
c) SERÁ vedada a autorização para a aquisição de matéria-prima ao contribuinte que não ESTIVER regular
com o pagamento dos impostos na forma e no prazo que se estabeleceram (forma e prazo foram
estabelecidos) na legislação tributária.
Na redação original, há problema de correlação verbal. Aplicando a correlação básica: “Se eu puder, farei”,
teremos: ESTIVER/SERÁ
d) Para participar da licitação, a empresa deverá possuir tecnologias gráficas de segurança que correspondA
às especificações do edital, além de obter todas as autorizações para operação no estado.
Na redação original, há problema de correlação verbal. Aplicando a correlação básica: “Caso eu possA, farei”,
teremos: CORRESPONDA/DEVERÁ
e) Apenas depois que efetuaSSEM o pagamento de todos os impostos e que mantivesse regularizada sua
situação junto aos órgãos responsáveis é que as lojas ESTARIAM aptas a abrir suas portas ao consumidor.

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Na redação original, há problema de concordância e de correlação verbal. Aplicando a correlação básica: “Se
eu PUDESSE, FARIA”, teremos: EFETUASSEM/SERIA.
Gabarito letra B.
37. (SEFAZ-GO / 2018)
Julgue o item a seguir.
As operações de saída com destino a empresas do comercio varejista e insumos agropecuários dispõe-se de
isenção fiscal e redução de base de cálculo, conforme já prevê-se em lei, desde de que observados os
requisitos exigidos para cada caso.
Comentários:
As operações de saída com destino a empresas do comercio varejista e insumos agropecuários DISPÕEM de
isenção fiscal e redução de base de cálculo, conforme já prevê-se em lei, desde de que observados os
requisitos exigidos para cada caso. (O verbo é transitivo indireto e não é pronominal, não tem justificativa
esse SE).
Questão incorreta.
38. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro
colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira
entre sua existência de político e sua vida privada.
Sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comenta-se com propriedade:
Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado está empregado como vicário, uso
exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, como fazem alguns”.
Comentários:
Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado NÃO está empregado como vicário,
uso exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, como fazem alguns”. O verbo vicário é esvaziado de
sentido, apenas recupera o sentido do verbo que substitui (fazem = divulgar). No texto, “faz” tem sentido de
“agir, tratar, comportar-se em relação à mulher”.
Questão incorreta.
39. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Julgue o item a seguir.
Considerando que, em "Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse
suspeito", os verbos destacados têm o mesmo complemento, o do primeiro verbo vem elíptico por
antecipação; essa construção é inadequada, visto que os verbos têm distintas regências.
Comentários:
Vejamos:
Considerando que, em Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse
suspeito, os verbos destacados têm o mesmo complemento, o do primeiro verbo vem elíptico por
antecipação; essa construção é inadequada, visto que os verbos têm distintas regências: “rejeitar” é VTD e
“responder” é VTI, regendo a preposição “a”. Como regra, não devemos ligar a um mesmo complemento
dois verbos com regências diferentes.

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Questão correta.
40. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
Foi convidado à defesa e argumentou de forma contundente, com um preciso e belo jogo de palavras que
não deixassem dúvidas sobre a veracidade dos fatos, como comprova o resultado a favor do acusado.
Comentários:
A forma correta do verbo seria “deixou”, pela referência temporal do texto e por concordância com “jogo”,
no singular.
Questão incorreta.
41. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
O coordenador de um dos grupos defendeu que mais escassez adiviria se os plantadores, principalmente a
agricultura familiar, se recusassem a investir na produção que, aliás, já conhecera mais de uma intempérie;
não fomos nós, revendedores, que freiamos a carestia.
Comentários:
A forma grafia correta é “adviria”, do verbo “advir”, com D mudo, e “freamos”, seguindo a conjugação de
“passear” (passeamos).
Questão incorreta.
42. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
Muitos não se adéquam a novos caminhos e lamentam que nada é mais como era antes − é notório,
certamente, a impressão que o novo destruirá uma ordem perfeita e imporá o caos, mas isso não procede,
pois passos em outra vereda nos faz conhecer novas e sempre enriquecedoras paisagens.
Comentários:
Adequar é defectivo e não possui as formas rizotônicas, isto é, as formas que trazem a tônica dentro do
radical (na prática, na sílaba “dé”, como adéquam). Formas como “adequamos” existem. O dicionário
Houaiss, ao contrário de quase 100 por cento dos gramáticos, registra “adequar” como verbo regular. De
qualquer forma, a questão tem outro erro evidente: a forma correta é “notória”, concordando com
“impressão”, palavra feminina. Além disso, “faz” deveria estar no plural, concordando com “passos”.
Questão incorreta.
43. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
Diziam que, pelo fato de a presença de um animador ser incômoda, muitos recusariam participar da
confraternização dos veteranos; mas, enquanto vigir o respeito ao combatente mais idoso, é a ele que todos
seguirão, e tudo indica que, daqui há duas semanas, todos lá estarão.
Comentários:
O futuro do subjuntivo de “viger” é “viger” mesmo, não é “vigir”. A forma correta seria “daqui a duas
semanas”, pois o tempo mencionado ainda está por transcorrer. Se fosse tempo já decorrido, usar-se-ia o

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“haver” impessoal: “há duas semanas”.


Questão incorreta.
44. (TRT 6ª REGIÃO / 2018)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Se uma obra de arte vir acompanhada de uma explicação, é por que sua razão de ser principal já foi
subestimada.
Comentários:
Se uma obra de arte VIER acompanhada de uma explicação, é PORQUE sua razão de ser principal já foi
subestimada.
A forma de futuro do subjuntivo de “vir” é “vier”. A do verbo “ver” é que é “vir”. O “porque” conjunção se
grafa junto e sem acento.
Questão incorreta.
45. (TJ-SC / 2018)
A frase do texto 2 que NÃO exemplifica a voz passiva é:
a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;
b) “Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;
c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;
d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;
e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.
Comentários:
Procuramos voz passiva, então precisamos identificar uma dessas duas estruturas:
SER+particípio (voz passiva analítica — Ex.: As medidas foram adotadas)
VTD+SE (voz passiva sintética ou pronominal— Ex.: Adotaram-se as medidas)
A única que não traz um desses tipos é:
“Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;
“Destinados” é um adjetivo.
Vejamos as demais.
a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;
c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;
d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;
e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.
Gabarito letra B.
46. (TJ-SC / 2018)

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Sobre a frase dita por Einstein, é correto afirmar que:


o emprego da forma “olha” é desaconselhável por pertencer à linguagem coloquial.
Comentários:
“Olha” é forma de imperativo, referente à segunda pessoa do singular: “Olha” (tu), formada pelo uso da
forma de indicativo sem o S: Tu olhas>“Olha” (tu).
Caso tratássemos o ouvinte por “você”, bastaria copiar a forma do presente do subjuntivo: Olhe (você) > que
você olhe. A forma não é desaconselhável, o que não pode ocorrer é mistura de tratamento, mistura de
pessoas, como em:
Olhe teu filho. (olhe se refere a “você”; “teu” se refere a “tu”)
Olha seu filho. (olha se refere a “tu”; “seu” se refere a “você”)
Dessa forma, para manter a correção, deve-se usar:
Olhe seu filho.
Olha teu filho.
Questão incorreta.
47. (BANESTES / 2018)
“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas
lembranças”. (Rousseau)
A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:
a) rir / rio;
b) trazer / trago;
c) requerer / requeiro;
d) deter / detenho;
e) reaver / reavejo.
Comentários:
Temos um par de infinitivo/1.ªp.s do presente do indicativo. A única forma incorreta é “reavejo”, já que
“reaver” é verbo defectivo e não possui a primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Reaver só

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possui a formas que o verbo “haver” possui a letra V: reouvera, reavia, reouvéssemos...
Gabarito letra E.
48. (PREF. PAULÍNIA-SP / 2016)
“Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer
criar confusão.”
Sobre a estruturação gramatical da frase acima, assinale se a afirmativa está correta.
A forma verbal “tivesse” expressa o valor de tempo futuro.
Comentários:
A forma verbal “tivesse” expressa o valor de tempo pretérito, pois está conjugada no pretérito imperfeito
do modo subjuntivo (modo que indica hipótese).
Questão incorreta.
49. (SEE-PE / 2016)
Assinale a opção que apresenta a frase em que as formas verbais sublinhadas formam mais de uma oração,
ou seja, não compõem uma locução verbal.

a) “Os críticos devem escrever, não prescrever.”

b) “Eu não posso dizer se livros me trazem mais perto das coisas ou me distanciam delas.”

c) “Um clássico é algo que todos queriam ter lido, mas ninguém quer ler.”

d) “Cada dia que surge constitui uma nova vida para quem sabe viver.”

e) “Deixe entrar a vida pela janela aberta que se abre para o quintal.”

Comentários:
Nas locuções verbais, temos um verbo auxiliar + verbo principal em forma nominal (infinitivo, gerúndio ou
particípio). O verbo auxiliar e o principal têm o mesmo sujeito, por isso, o verbo auxiliar se flexiona para
concordar com esse sujeito. Por essa razão, formam uma única oração.
Na letra E, temos dois verbos, mas eles não formam locução verbal, pois o sujeito não é o mesmo! Observe:
(você) Deixe (a vida) entrar.
O sujeito de “entrar” é “a vida”, portanto, não é o mesmo sujeito de “deixe”. Nesse caso, temos duas orações
independentes, não temos locução verbal. Nas outras, os dois verbos (principal e auxiliar) se referem ao
mesmo sujeito.
Esse tipo de construção ocorre com os verbos causativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, ouvir,
sentir). O objeto direto desses verbos vai vir na forma de uma oração, com sujeito próprio. Atenção a esses
verbos!!
Gabarito letra E.
50. (MPE-RJ / 2016)
“O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande
impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um
algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se

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pode ser um câncer, o que exige medidas adicionais”.


Esse segmento de texto está realizado em voz ativa; a forma verbal passiva correspondente que é indicada
de forma inadequada é:
a) “o autor nos coloca a par” / somos colocados a par pelo autor;
b) “que terão grande impacto” / grande impacto será tido;
c) “fotografar pintas suspeitas” / pintas suspeitas serão fotografadas;
d) “que as analisa” / em que elas são analisadas;
e) “que exige medidas adicionais” / em que medidas adicionais são exigidas.
Comentários:
As alternativas já trazem a conversão, então temos que focar no erro:
Observe que o tempo verbal deve ser respeitado na passagem para a voz passiva, o que não ocorre na letra
C, onde se acrescentou um tempo futuro que não constava na voz ativa (serão).
Vejamos a correspondência correta:
É possível fotografar pintas suspeitas (tempo presente)
É possível serem fotografadas pintas suspeitas. (tempo presente).
Gabarito letra C.

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LISTA DE QUESTÕES
1. (MP-CE / 2020)
Não há conclusões unânimes, mas a ciência e os especialistas caminham para o entendimento de que o
preconceito seja um conceito aprendido.
A substituição da forma verbal “seja” (1º parágrafo) por é manteria a coerência e a correção gramatical do
texto.
2. (TJ-PA / 2020)

Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto CG1A1-II, a forma verbal “há” (1º
parágrafo) poderia ser substituída por
a) existe. b) ocorre. c) têm. d) tem. e) existem.
3. (MP-CE / 2020)
Desenvolveram-se, de forma consistente, meios técnicos que também permitiram à informação viajar
independentemente dos seus portadores físicos
O termo “Desenvolveram-se” (L.3) poderia ser substituído pela locução Foram desenvolvidos, sem prejuízo
do sentido e da correção gramatical do texto.
4. (SEFAZ-DF / 2020)
Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto, o período “Sustentabilidade é vista como uma
abordagem de negócios para criar valor a longo prazo, levando-se em conta como uma companhia opera nos
ambientes ecológico, social e econômico.” (2º parágrafo) poderia ser reescrito da seguinte forma: Vê-se
sustentabilidade como uma abordagem de negócios para criar valor a longo prazo, considerando-se como
uma companhia opera no ambiente ecológico, no social e no econômico.
5. (IBGE / 2020)
A frase “Foi observada a criação de uma nova empresa” está escrita na voz passiva com o verbo SER; se
transformássemos essa frase para a voz ativa, a forma correta seria:
a) Observou-se a criação de uma nova empresa;
b) Observa-se a criação de uma nova empresa;
c) Criou-se uma nova empresa;

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d) A criação de uma nova empresa foi observada;


e) Observaram a criação de uma nova empresa.
6. (IBGE / 2020)
A frase em que o emprego do gerúndio mostra adequação é:
a) Entrou na sala, sentando-se na primeira fila;
b) Nasceu em Curitiba, sendo filho de imigrantes;
c) Repreendeu a torcida, condenando as ofensas;
d) Desceu as escadas, chegando rapidamente ao térreo;
e) Saiu da festa, pegando um táxi na porta.
7. (TJ-RS/ 2020)
A frase em que a substituição do segmento sublinhado por um particípio de valor equivalente foi feita de
forma adequada é:
a) O terreno que está sob as águas do rio / submetido às;
b) Um edifício que está sobre duas rochas / construído;
c) Os restos que estão na lata do lixo / acolhidos;
d) O estado que está entre Amazonas e Maranhão / posto;
e) Um carro que está na garagem / paralisado.
8. (PGE-PE / 2019)
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente.
A coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a forma verbal “mudaram” fosse
substituída por mudam.
9. (CGE-CE / 2019)
No texto CB1A1-I, poderia ser substituído por havia o verbo ter empregado em
a) “Não tinha mais que vinte casas mortas” (L. 1).
b) “Algumas construções nem sequer tinham telhado” (L. 2 e 3).
c) “Nem o ar tinha esperança de ser vento” (L. 3 e 4).
d) “Em Juazeiro tinha gente” (L. 9).
e) “Não tinha tanto dinheiro para comer” (L. 23).
10. (PRF / 2019)
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de atividades
do trabalho humano.
Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse assim reescrito:
Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos existe pelas atividades
do trabalho humano.
11. (PGE-PE / 2019)

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Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das mulheres em situação
de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é constatando as obrigações que temos diante do
direito alheio que chegamos a uma compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de direitos.
A substituição da forma verbal “teria” (L.1) por tem manteria tanto a correção gramatical quanto a coerência
do texto.
12. (SEFAZ-RS / 2019)
Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor da economia, os custos desse setor
diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus produtos e poderia gerar um crescimento das
vendas. Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro das empresas, favorecendo-se, assim, a
elevação dos seus investimentos — e, consequentemente, da produção — e o surgimento de novas
empresas, o que provavelmente resultaria no crescimento da produção, bem como no acirramento da
concorrência, com possíveis reflexos sobre os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria
estimulado.
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-I seriam preservados caso o fragmento “favorecendo-se,
assim, a elevação dos seus investimentos” fosse reescrito da seguinte forma: que favorecerá, assim, a
elevação dos seus investimentos
13. (SEFAZ-RS / 2019)
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-I seriam preservados caso o fragmento “favorecendo-se,
assim, a elevação dos seus investimentos” fosse reescrito da seguinte forma: em que favorece, assim, a
elevação dos seus investimentos
14. (ISS MANAUS / 2019)
Estão flexionados nos mesmos tempo e modo os verbos que se encontram em:
a) Navegamos freneticamente no espaço virtual // que façamos uma autocrítica.
b) Lembram disso? // Muitas vezes abríamos o álbum.
c) em quase todas as famílias existia um álbum de fotos // a imaginação voava.
d) Algo análogo se dá com o consumo da informação // puseram em xeque os antigos modelos de negócios.
e) Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência // produziram um complexo cenário de incertezas.
15. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Há presença de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às normas de concordância na seguinte
frase: Haverá de ocorrer, a cada vez que se espera demais da ciência, reações frustradas pela falta de
resposta.
16. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Considere os seguintes trechos:
− ao impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença...
− a enfermidade continue a se propagar pela população.
− As campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo.
As expressões verbais estão correta e respectivamente substituídas por verbos flexionados no mesmo tempo
e modo em:

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a) se mantém – permaneça – requiseram


b) se mantenha – permaneça – requereram
c) se mantenha – permaneça – requiseram
d) se mantém – permanece – requereram
e) se mantenha – permanece – requereram
17. (AFAP / 2019)
Há emprego de voz passiva e adequada articulação entre tempos e modos verbais na frase:
a) Não lhe havendo estendido os deuses outra pena, o autor teria de amargar a condição de pedagogo.
b) Se quisesse se valer de sua condição de professor, o escritor poderá ter aproveitado seu convívio com os
jovens.
c) Caso fosse dada ao professor a oportunidade da criação literária, proveitoso material é que não lhe faltaria.
d) Uma vez que lhe coubesse aproveitar melhor a companhia dos jovens, o autor terá sabido convertê-la em
ficção.
e) Havendo desprezado o ódio dos deuses, ao professor coubera redimir-se de algum modo no exercício
desse ofício.
18. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Está plenamente adequada a correlação entre os tempos e os modos verbais na frase:
a) Caso envelhecêssemos por inteiro, não haveremos de frequentar sensações já vividas.
b) Alguém já terá notado que o que vivemos não pudesse retornar senão com o auxílio da nossa imaginação.
c) Se meus olhos não estivessem úmidos, eu não haverei como me dar conta da força daquela emoção.
d) À medida que as emoções iam tomando conta de mim, maior a inibição que me impedia a fala.
e) Pior ataque costumava ser o da infância, quando esta se imporia a mim de modo súbito e intenso.
19. (ISS MANAUS / 2019)
Identifica-se ocorrência de forma verbal na voz passiva no seguinte segmento:
a) estratégias que serão implementadas para conquistar mercado
b) Schoenberg desafiou todas as convenções da composição
c) Empresas de construção civil estão inovando
d) Ao contrário do que possa parecer
e) foi testando novas possibilidades
20. (BANRISUL / 2019)
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a
agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado
interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o poder político ainda fosse detido pelos
grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se
consolidando.
Julgue o item a seguir.

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Configura-se como agente da voz passiva o termo pelos grandes senhores.


21. (SEPLAG RECIFE / 2019)
Indica-se adequada transposição da voz verbal de um segmento para outra voz verbal no seguinte caso:
a) não foi consumido pela vida = a vida não consumiu.
b) sendo [...] transformada em vida = a vida passa a ser transformada.
c) onde se colocam as cercas = onde as cercas são colocadas.
d) um deles já tomou posse = um deles já possuiu.
e) que não pode ser tocado = que não deverá ser tocado.
22. (ISS MANAUS / 2019)
Há ocorrência de forma verbal na voz passiva na seguinte frase adaptada do texto.
a) A privacidade, que está sob ataque hoje, não é um traço básico da existência humana.
b) Podemos constatar que vem aumentando a presença do que a socióloga Shoshanna Zuboff define como
"capitalismo de vigilância".
c) A expansão da privacidade, hoje, já não é favorecida pelas forças da criação de riqueza.
d) A difusão da privacidade em escala maciça foi certamente uma das grandes realizações da civilização
moderna.
e) Na vida da maioria das pessoas não havia a presença da privacidade.
23. (BANRISUL / 2019)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Durante a história observa-se fatores distintos que conduzem a humanidade a sentimentos diversos, em cujos
há enorme diversidade de propósitos.
24. (SEPLAG RECIFE / 2019)
É plenamente aceitável a articulação estabelecida entre os tempos e os modos verbais na frase:
a) Muitos não entenderão como um pensador da era clássica, como Cícero, tiver a nos dizer coisas que
parecessem ser tão atuais.
b) Segundo Cícero, nada será mais difícil, numa amizade, do que se enfrentássemos adversidades políticas
que se ponham diante de nós.
c) Muitas desavenças sérias haverão de surgir quando velhos amigos forem levados a confrontar suas
antagônicas posições políticas.
d) Não deveriam jamais ter enfraquecido uma verdadeira amizade aquelas dissensões que vierem a ocorrer
ao longo da vida.
e) Se nos lembrássemos sempre do valor de uma amizade verdadeira, houvéssemos de estabelecer um maior
controle sobre as desavenças.
25. (SEPLAG RECIFE / 2019)
As formas verbais atendem às normas de concordância e estabelecem uma adequada correlação entre os
tempos e os modos na frase:

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a) Se couberem aos proprietários atender às necessidades do corpo, eles se regulariam por esse princípio de
direito.
b) Uma vez que se infrinja os critérios da necessidade humana, o direito à propriedade poderia se mostrar
abusivo.
c) Sempre terão havido aqueles ambiciosos para os quais não contarão os limites de propriedade a serem
observados.
d) Os espaços que venham a ser propriedade do meu corpo deverão corresponder plenamente a
necessidades minhas.
e) Poderão acorrer aos bebedouros qualquer pássaro, desde que não houvesse a tomada de posse por um
deles.
26. (BANRISUL / 2019)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Durante a história observa-se fatores distintos que conduzem a humanidade a sentimentos diversos, em cujos
há enorme diversidade de propósitos.
27. (EMAP / 2018)
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe
perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o
Juca a coisa não era assim tão simples.
Na linha 4, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o
comportamento de Juca seria mais categórica que a que se verifica no texto.
28. (IPHAN / 2018)
Os senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os
senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos
carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como
deuses; os senhores em pé apontando para o açoute, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos
prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão, e espetáculos da extrema miséria.
A forma verbal “nadando” exprime um evento com duração no tempo.
29. (MPE PI / 2018)
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de
correspondência com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (l.2-3) fosse assim reescrito:
estar se correspondendo.
30. (EBSERH / 2018)
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos
legais para fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas...
A substituição de “foram adotados” por adotou-se preservaria a correção e o sentido do texto.
31. (IHBDF / 2018)
Nasci no Brás, durante a Segunda Guerra. Da rua em que morávamos até a Praça da Sé, são vinte minutos
de caminhada.

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Infere-se do emprego da forma verbal “morávamos” que o narrador fornece uma informação sobre si próprio
e sua família.
32. (IHBDF / 2018)
Quando estava com sete anos, acordei com os olhos inchados, e meu pai me levou ao pediatra. Ao voltarmos,
o futebol ininterrupto que jogávamos com bola de borracha na porta da fábrica em frente parou e a
molecada correu até nós. Queriam saber se era verdade que os médicos davam injeções enormes na bunda
das crianças.
Depreende-se do emprego da forma verbal “jogávamos” que o narrador, ao retornar do pediatra para casa,
juntou-se a colegas para jogar futebol.
33. (IHBDF / 2018)
Tentar deter o mar era inútil. Também não havia como fazer um molde da areia, mesmo que ele tivesse
tempo para isso, coisa que ele não tinha. Talvez conseguisse correr até em casa para buscar sua câmera.
Os sentidos originais do trecho “Tentar deter o mar era inútil” seriam mantidos caso a forma verbal “era”
fosse substituída por seria.
34. (CGM - JOÃO PESSOA / 2018)
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social.
A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos originais do texto.
35. (SEFAZ-GO / 2018)
Considerando-se o uso linguístico nos segmentos, no contexto em que ocorrem no texto, está correto o que
se afirma em:
a) A reescrita de embora se reconheça à música o privilégio de exprimir a alma (3º parágrafo) com o verbo
na voz passiva analítica deve conter a forma seja reconhecida.
b) Ao substituir-se a conjunção em Esta diferença é compreensível se pensarmos (4º parágrafo) por caso, o
verbo pensar deve assumir a forma do presente do modo subjuntivo.
c) A forma verbal destacada em Zeus teria designado (1º parágrafo) pode ser substituída pelo pretérito
imperfeito do subjuntivo sem prejuízo da correção gramatical.
d) A substituição da forma verbal em o governo do mundo coincide assim com uma harmonia precisa
imensurável (1º parágrafo) por ajusta-se exige a substituição do elemento sublinhado por à.
e) O sentido mantém-se inalterado caso se substitua o segmento sublinhado em de cuja goela saiu [...] o
mundo (1º parágrafo) por em cuja goela imergiu.
36. (SEFAZ-GO / 2018)
A frase escrita com clareza e correção, no que se refere ao emprego das formas verbais, é:
a) Tendo em vista ser este um projeto piloto, aqueles que se oporem ao novo sistema de arrecadação seriam
convidados a manifestar suas críticas através de diferentes canais, como internet, telefone, além de debates
com as lideranças.
b) Os crimes de sonegação, que vêm persistindo a despeito do arrefecimento da fiscalização, atentam contra
os cofres públicos e promovem a concorrência desleal, prejudicando o trabalhador honesto.
c) Será vedada a autorização para a aquisição de matéria-prima ao contribuinte que não estivesse regular
com o pagamento dos impostos na forma e no prazo que se estabeleceu na legislação tributária.

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d) Para participar da licitação, a empresa deverá possuir tecnologias gráficas de segurança que
correspondesse às especificações do edital, além de obter todas as autorizações para operação no estado.
e) Apenas depois que efetuasse o pagamento de todos os impostos e que mantivesse regularizada sua
situação junto aos órgãos responsáveis é que as lojas estão aptas a abrir suas portas ao consumidor.
37. (SEFAZ-GO / 2018)
Julgue o item a seguir.
As operações de saída com destino a empresas do comercio varejista e insumos agropecuários dispõe-se de
isenção fiscal e redução de base de cálculo, conforme já prevê-se em lei, desde de que observados os
requisitos exigidos para cada caso.
38. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro
colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira
entre sua existência de político e sua vida privada.
Sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comenta-se com propriedade:
Em você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, o verbo destacado está empregado como vicário, uso
exemplificado em “Não divulgarei falsas notícias, como fazem alguns”.
39. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Julgue o item a seguir.
Considerando que, em "Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse
suspeito", os verbos destacados têm o mesmo complemento, o do primeiro verbo vem elíptico por
antecipação; essa construção é inadequada, visto que os verbos têm distintas regências.
40. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
Foi convidado à defesa e argumentou de forma contundente, com um preciso e belo jogo de palavras que
não deixassem dúvidas sobre a veracidade dos fatos, como comprova o resultado a favor do acusado.
41. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
O coordenador de um dos grupos defendeu que mais escassez adiviria se os plantadores, principalmente a
agricultura familiar, se recusassem a investir na produção que, aliás, já conhecera mais de uma intempérie;
não fomos nós, revendedores, que freiamos a carestia.
42. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
Muitos não se adéquam a novos caminhos e lamentam que nada é mais como era antes − é notório,
certamente, a impressão que o novo destruirá uma ordem perfeita e imporá o caos, mas isso não procede,
pois passos em outra vereda nos faz conhecer novas e sempre enriquecedoras paisagens.
43. (ISS SÃO LUIZ / 2018)
Redação clara e em concordância com a norma-padrão da língua está presente na alternativa:
Diziam que, pelo fato de a presença de um animador ser incômoda, muitos recusariam participar da

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confraternização dos veteranos; mas, enquanto vigir o respeito ao combatente mais idoso, é a ele que todos
seguirão, e tudo indica que, daqui há duas semanas, todos lá estarão.
44. (TRT 6ª REGIÃO / 2018)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Se uma obra de arte vir acompanhada de uma explicação, é por que sua razão de ser principal já foi
subestimada.
45. (TJ-SC / 2018)
A frase do texto 2 que NÃO exemplifica a voz passiva é:
a) “Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados”;
b) “Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso”;
c) “Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos”;
d) “Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade”;
e) “Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição simples”.
46. (TJ-SC / 2018)

Sobre a frase dita por Einstein, é correto afirmar que:


o emprego da forma “olha” é desaconselhável por pertencer à linguagem coloquial.
47. (BANESTES / 2018)
“Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas
lembranças”. (Rousseau)
A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:
a) rir / rio;
b) trazer / trago;
c) requerer / requeiro;
d) deter / detenho;
e) reaver / reavejo.

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48. (PREF. PAULÍNIA-SP / 2016)


“Teria sido o mundo criado jamais se o seu criador tivesse medo de suscitar confusão? Criar vida quer dizer
criar confusão.”
Sobre a estruturação gramatical da frase acima, assinale se a afirmativa está correta.
A forma verbal “tivesse” expressa o valor de tempo futuro.
49. (SEE-PE / 2016)
Assinale a opção que apresenta a frase em que as formas verbais sublinhadas formam mais de uma oração,
ou seja, não compõem uma locução verbal.

a) “Os críticos devem escrever, não prescrever.”

b) “Eu não posso dizer se livros me trazem mais perto das coisas ou me distanciam delas.”

c) “Um clássico é algo que todos queriam ter lido, mas ninguém quer ler.”

d) “Cada dia que surge constitui uma nova vida para quem sabe viver.”

e) “Deixe entrar a vida pela janela aberta que se abre para o quintal.”

50. (MPE-RJ / 2016)


“O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande
impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um
algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se
pode ser um câncer, o que exige medidas adicionais”.
Esse segmento de texto está realizado em voz ativa; a forma verbal passiva correspondente que é indicada
de forma inadequada é:
a) “o autor nos coloca a par” / somos colocados a par pelo autor;
b) “que terão grande impacto” / grande impacto será tido;
c) “fotografar pintas suspeitas” / pintas suspeitas serão fotografadas;
d) “que as analisa” / em que elas são analisadas;
e) “que exige medidas adicionais” / em que medidas adicionais são exigidas.

GABARITO
1. CORRETA 9. LETRA D 17. LETRA C 25. LETRA D
2. LETRA E 10. INCORRETA 18. LETRA D 26. INCORRETA
3. CORRETA 11. CORRETA 19. LETRA A 27. INCORRETA
4. CORRETA 12. INCORRETA 20. CORRETA 28. CORRETA
5. LETRA E 13. INCORRETA 21. LETRA A 29. INCORRETA
6. LETRA C 14. LETRA C 22. LETRA C 30. I INCORRETA
7. c LETRA B 15. INORRETA 23. INCORRETA 31. CORRETA
8. CORRETA 16. LETRA B 24. LETRA C 32. INCORRETA

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33. CORRETA 38. INCORRETA 43. INCORRETA 48. INCORRETA


34. INCORRETA 39. CORRETA 44. INCORRETA 49. LETRA E
35. LETRA B 40. INCORRETA 45. LETRA B 50. LETRA C
36. LETRA B 41. INCORRETA 46. INCORRETA
37. INCORRETA 42. INCORRETA 47. LETRA E

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