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6ª Edição - Outubro de 2016 - Associação dos Tripulantes da TAM

Capa
Líderes de Engenharia de Operações e
DOV; Manutenção de Linha e Controle de
Voo comentam a atuação desses setores
para a segurança e eficiência da aviação Curta nossa
página no

Depoimentos
Ex-presidentes da ATT deixam Associação dos Tripulantes da TAM

recados para o Dia do Aviador


Siga a ATT
no Instagram
E mais:
Associados que empreendem, attoficial
eventos da ATT e matérias sobre
nutrição e tecnologia

ESPECIAL DIA DO Aviador


Conteúdo exclusivo para celebrar o dia 23 de outubro

Foto capa: Ricardo Beccari


Editorial
Caro leitor,

Esta edição especial da Revista ATT foi feita para ce-


lebrar mais um Dia do Aviador, comemorado em 23
de outubro. Esta é uma homenagem, um presente
preparado a todos que escolheram a profissão e que
trabalham todos os dias para transportar pessoas e
sonhos.

A Revista ATT aborda em sua reportagem de capa os


três setores essenciais para que a aviação seja possí-
vel: Engenharia Operacional e DOV; Manutenção de
Redação
Linha e Controle de Voo. Entrevistamos lideranças e
Editor Chefe- Rafael Jubelini
profissionais que trabalham no dia a dia na estratégia Jornalista - Rafael Jubelini - MTB 0078813/SP
e no operacional, com o intuito de garantir que os Produção Gráfica - Thiago Alexandre

voos ocorram com eficiência e segurança, da deco- Diagramação - Thiago Alexandre


Fotos: Rafael Jubelini, Thiago Alexandre, Freepik,
lagem ao pouso.Eles comentaram a importância de Divulgação e acervos pessoais de entrevistados
cada área em um sistema cada vez mais integrado.
Sede da Associação dos Tripulantes da TAM

Trouxemos também mensagens exclusivas de 12 ex- Rua Baronesa de Bela Vista, 384 - Vila Congonhas - São Paulo - SP
CEP 04612-001 - Tel.: (11) 5533-8150
-presidentes da ATT. Esses aviadores, que lideraram
a associação desde o início dos anos 1980, comenta-
ram a experiência obtida, como era a ATT e a aviação
na época e deixaram seus votos de felicidades nesta
data importante para toda a categoria. Os artigos e matérias publicadas na Revista ATT são
de responsabilidade exclusiva dos(as) autores(as). Seu
A edição traz também matérias sobre saúde e ali- conteúdo pode não expressar a opinião da Associação
dos Tripulantes da TAM.
mentação, com a participação da nutricionista Deni-
se Godoy Perone; empreendedorismo, com associa-
dos relatando a experiência de possuir um negócio
paralelo às atividades na aviação; eventos, com o 1º
Encontro de Gestantes na ATT e tecnologia, com ma-
téria sobre o início
E X P Edo
D I Movimento
ENTE Maker no Brasil.

Vocês também poderão conferir as empresas que fe-


charam vantagens exclusivas para associados e de-
pendentes da ATT no último mês, além de relembrar
todos os benefícios nas áreas de saúde, educação,
Curta nossa página no Facebook
lazer, estética e serviços. facebook.com/Associação-dos-Tripulantes-
da-TAM

Boa leitura a todos.


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attoficial
Mensagem do Presidente
Caros associados,

Celebramos neste mês Assim como fizemos em maio, com uma Re-
de outubro mais um Dia vista ATT dedicada a agradecer e homenage-
do Aviador, uma data im- ar os tripulantes de cabine, esta edição é uma
portante para todos nós e para forma de presentear os aviadores. O dia 23 de
a própria ATT. A nossa associação surgiu e foi outubro é uma data importante de reflexão,
mantida, em seus mais de 36 anos de existên- para agradecer por sermos parte de um ramo
cia, com o esforço desses milhares de profissio- de atuação tão bonito. Nós somos peça funda-
nais que por aqui passaram. Eles acreditaram e mental em uma engrenagem responsável por
acreditam na importância de possuirmos uma aproximar pessoas, encurtar distâncias e trans-
entidade forte, representativa e social, promo- portar sonhos com segurança, acima de tudo,
vendo sempre a união da categoria. e eficiência.

A bela história da ATT, que auxilia seus asso- Neste Dia do Aviador, desejo que todos nós
ciados em todos os âmbitos e meios de atua- possamos reforçar esse orgulho de fazer par-
ção possíveis, é fruto do trabalho de cada um te dessa profissão, mesmo com um cenário de
de nós. A associação é nossa, passada por ge- dificuldades que reflete o atual momento de
rações, e cabe a todos nós a responsabilidade nosso país. Vamos recordar nossas origens, o
de mantê-la para os futuros aviadores e tripu- sentimento que nos fez optar por sermos avia-
lantes de cabine. dores, resgatar a união da categoria e superar
os desafios. Momentos ruins são passageiros,
A nossa diretoria atua para resgatar o orgulho o amor pela aviação presente em todos nós é
de compor a ATT e ser parte de uma associa- eterno.
ção criada pelos tripulantes, para benefício
dos próprios tripulantes e da aviação como Parabéns a todos os aviadores e agradeço
um todo. Hoje a nossa entidade trabalha com mais uma vez por fazerem parte da ATT.
transparência, prestação de serviço, respon-
sabilidade financeira, organização e respeito Um abraço a todos.
às pessoas que estão conosco no objetivo de
manter esse sonho vivo e forte. Cmte. Max Peres, presidente da ATT.

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ÍNDICE

CAPA
Marcus Jorge, Rafael Klos e Coronel Sanches
comentam a atuação de setores fundamentais para
a segurança das operações pág 16

Nutricionista Denise Godoy Pero- Associados empreendedores co-


ne dá dicas de alimentação e co- mentam como criar e trabalhar
menta as dietas da moda pág 6 em um negócio paralelo pág 42

ATT realiza 1º Encontro de Gestan- Conheça o Movimento Maker cha-


tes com a participação de associa- mado de a 4ª Revolução Industrial
das e empresas parceiras pág 10 pág 45

Ex-presidentes da ATT deixam Veja os novos benefícios da ATT e


seus recados para o Dia do Avia- relembre todos os nossos parcei-
dor pág 37 ros pág 46
Saúde

Nutrição: aspectos, dicas e as


conhecidas dietas da moda
Dra. Denise Godoy Perone, nutricionista
parceira da associação, comenta a
importância de uma alimentação mais saudável

Dra. Denise na sede da ATT, em São Paulo

“A busca por um corpo saudável e bonito pas- vista exclusiva sobre os perigos de uma nu-
sa diretamente por uma alimentação correta”. trição ruim para os tripulantes e as chamadas
Essa é a definição utilizada pela Dra. Denise dietas da moda.
Godoy Perone, dona da Tecnvtri Assessoria
e Nutrição, nova parceria da ATT. A associa- Carreira e criação da Tecnvtri
ção fechou um acordo com a empresa para
oferecer até 70% de desconto em consultas A carreira da profissional na área teve início há
e exames para associados e dependentes, mais de vinte anos: “eu era bailarina profissio-
que desejam uma melhor qualidade de vida. nal e não entendia a alimentação exigida pe-
Durante visita à sede da associação no fim de los meus instrutores, decidi estudar para en-
setembro, a profissional concedeu uma entre- tender e vi que eles estavam completamente

06
Saúde
Seguro

errados”. Depois de formada, ela realizou es- tamento do tripulante de suas atividades, são
pecialização em fisiologia do exercício e nu- provenientes de anos de consumo de alimen-
trição na antiga Escola Paulista de Medicina tos ricos em açúcar, sal, sódio e gorduras sa-
(hoje UNIFESP) e especialização em doenças turadas. “A pessoa pode comer o que quiser,
crônico degenerativas e câncer no Hospital mas ela precisa entender que a ‘conta’ dessa
Albert Einstein, com mestrado nessa área em falta de cuidados será cobrada no futuro, com
seguida. Ela já trabalhou em grandes empre- toda a certeza”, explica.
sas, como Nextel, Unilever e Nestlé.
Após mais de vinte anos de atuação na área,
Atualmente, Denise é dona na Tecnvtri há qua- a nutricionista já ouviu todos os tipos de argu-
se cinco anos e cursa especialização em bio- mentos de seus pacientes para não seguirem
química da nutrição na FAPES (Fundação de uma alimentação correta. A principal na área
Apoio à Pesquisa e Estudo na Área de Saúde). da aviação é a “falta de tempo”. A profissional
“Eu criei a Tecnvtri para ajudar as pessoas e as afirma que é possível seguir uma dieta saudá-
empresas, pois muitas companhias possuem vel, mesmo no caso dos tripulantes, que pos-
funcionários doentes devido a uma alimenta- suem uma rotina diferente. “Tudo é costume,
ção ruim. Esse fator afeta a produtividade e a há receitas nutritivas e rápidas, comer uma
qualidade do ambiente no trabalho”, explica. fruta também não demanda tanto tempo. O
“A pessoa saudável tem mais concentração, que falta é disciplina e força de vontade para
produtividade e desempenho”. mudar os hábitos alimentares”, resume.

A importância da nutrição Outro ponto apontado pelos pacientes é a


falta de dinheiro para alimentos saudáveis. A
A maioria das doenças crônicas, como diabe- doutora concorda que muitos produtos que
tes, pressão alta e até câncer, são causadas fazem bem à saúde têm preços elevados, fa-
por alimentação ruim, de acordo com Denise. tor que pode desencorajar alguns consumi-
Geralmente, esses problemas de saúde consi- dores. No entanto, Denise garante que vale
derados sérios e que podem resultar no afas- o esforço: “melhor gastar um pouco mais do

07
Saúde

que pagar a conta do médico no futuro, com Dietas da moda


tratamentos que custam uma fortuna”.
As chamadas “dietas da moda”, encontradas
em sites de busca, revistas e blogs que abor-
dam alimentação, é um dos grandes perigos
os quais o tripulante deve evitar.

Veja a seguir algumas das dietas da moda


mais famosas:

- Dieta da Proteína
- Dieta Beverly Hills
- Dieta da Sopa
- Dieta da Lua
- Dieta da Sonda
- Dieta Detox
- Dieta da Luz
- Low Carb
- Sem glúten e sem glicose

Todas as dietas acima têm um fator em co-


mum: prometem uma alta e rápida perda de
peso. O problema, segundo a doutora Deni-
se, é que todas têm um balanço nutricio-
nal ruim e a pessoa recupera o peso
após interromper o processo. “Quan-
do você restringe demais certos ali-
mentos e depois volta a consumir,
seu corpo sentirá o impacto e vol-
tará a ganhar peso, sem contar a
alta incidência de problemas,
como anemia”, ressalta.

Outro fator comum é seguir


dietas de famosos, com cor-
pos considerados esculturais.
A doutora explicou que as die-
tas precisam ser personalizadas e
respeitar as características de cada
indivíduo. “Não existe fórmula má-
gica, a dieta que serviu para uma
amiga provavelmente não servirá
para você. O que realmente resolve
é um acompanhamento profissional
sério, disciplina e mudança de hábi-
tos”, informa Denise.

Ela também ressaltou que alimentos


com glúten ou lactose podem ser cortados
da dieta apenas em casos de intolerância.

08
Saúde
Seguro

“Muitas dessas dietas da moda aconselham ciados e dependentes é de até 70%. “Estou
interromper o consumo, mas quando você faz muito feliz com a parceria e tenho certeza que
isso por um bom tempo o seu corpo pode ad- renderá bons frutos para ambas as partes.”
quirir intolerância no futuro”.
Para realizar uma consulta na ATT, basta com-
Presença na ATT parecer em um desses dias. Você pode acom-
panhar a programação até o fim deste ano
A Dra. Denise estará na sede da ATT em diver- em nosso site: www.att.org.br. É possível, tam-
sos dias até o fim de 2016, realizando atendi- bém, realizar os procedimentos na Tecnvtri,
mento, avaliação física e realização de exames, o endereço é Rua Voluntários da Pátria, 654,
como bioimpedância. O desconto para asso- Sala 218, Edifício Ícone Santana, Santana (SP).

Dicas da Dra. Denise


Veja alguns conselhos importantes da profissional para iniciar agora uma
alimentação mais saudável:

✓ Descasque mais e desembale menos; Não faça jejum intermitente, ele força
o seu corpo a consumir massa magra e
✓ Quanto maior o período de validade abre todos os receptores de gordura;
do alimento, pior ele fará para a sua
saúde; Contar calorias não é recomendado,
porque você ingere alimentos que
✓ Consuma muita água, verduras, fru- nem sempre são saudáveis;
tas e alimentos ricos em fibras;
Dietas são exclusividade do nutricionis-
✓ Não existe dieta para todos, ela pre- ta. Médicos endocrinologistas e coach
cisa ser personalizada respeitando as em nutrição NÃO são profissionais ha-
características de cada pessoa; bilitados a prescrever dieta;

✓ Fuja do Google e dos blogs, procure Fuja de profissionais que prometem re-
informação com um profissional da sultados relâmpagos, porque você vol-
área; ta a ganhar peso como um meteoro;

✓ Os remédios para emagrecer preju- Escolha qual a sua prioridade: ser feliz
dicam o funcionamento correto da momentaneamente comendo tudo na
tireóide em longo prazo e a pessoa quantidade que deseja ou ser feliz co-
voltará a engordar após interromper mendo de tudo um pouco, sem exage-
o consumo; ros, com saúde e jovialidade.

09
Eventos

ATT realiza o
1º Encontro de Gestantes
Evento reuniu associados e grandes empresas,
que realizaram apresentações sobre temas
importantes para a saúde de mães e bebês

Participantes puderam aprender sobre assuntos como estímulos multissensoriais e suplementação

Com o intuito de trazer informação e prestação dados estavam nutrição das mamães e bebês,
de serviço para uma das fases mais importan- cuidado com a boca e os dentes, a importância
tes da vida, a ATT realizou o seu 1º Encontro de de estímulos multissensoriais, suplementação
Gestantes no fim de setembro, em sua sede. O de Ômega 3 e probióticos, entre outros.
evento reuniu diversas marcas parceiras para a
realização de palestras e workshops, além da Veja no quadro a seguir as empresas parcei-
entrega gratuita de brindes e sorteio de kits ras, os palestrantes e os assuntos abordados
às associadas presentes. Entre os temas abor- durante o 1º Encontro de Gestantes ATT:

10
Eventos

Palestrante Empresa parceira Especialização/ Tema da apresentação


Cargo
Leitos e estrutura da
Ana Rosa Gerente de
maternidade do Hospital
Scheibe atendimento
Vitória
Programa de Gestante e
Izabel Pellicciari Pediatra
Criança
Curso de gestantes:
Geysa Silva Enfermeira
orientações e cuidados com
Lopes obstetra
o bebê
Estímulos multissensoriais
Gestora de
Gláucia B. Leme no desenvolvimento do
demanda
bebê
Suplementação de Ômega
Representante de
Keici Correia 3 e probióticos durante a
vendas
gestação

Denise Godoy
Nutricionista Nutrição durante a gestação
Perone

Glenda Nahás
Importância do estímulo
Bergamasco Odontopediatra
oral desde cedo e cuidados
Deuzzo

Distúrbios psicológicos
Luciene Soares Consultório
Psicologia comuns durante e após a
e Lecy Swarg de psicologia
gravidez

Importância da
Renata Honda Representante
amamentação materna

Coleta e armazenamento de
Cláudia Representante células-tronco do sangue
do cordão umbilical

Realização de fotos durante


Tatiana Villa Proprietária
o evento

Organização de festas
Amanda Ribeiro Proprietária
típicas e enxovais

Cedeu o almoço para todos


Monica Palheta Proprietária
os participantes

11
Eventos

O evento foi considerado um sucesso pela em seis meses. “Acrescenta demais, é uma
ATT, associados participantes e parceiros. prestação de serviço que toda a associada
A comissária Elizandra Martim foi uma das grávida precisa ter”.
gestantes presentes e elogiou a iniciativa da
associação. “Eu adorei, foi muito produtivo e A Cmra. Joyce Zambone, grávida de sete me-
abordou diversos aspectos da gravidez”, ex- ses, também elogiou a organização do evento.
plica. “Tirei várias dúvidas que eu tinha sobre “Incrível, eu não mudaria nada, todos os pa-
a maternidade do Hospital Vitória, estou es- lestrantes foram ótimos, com apresentações
colhendo onde terei o meu bebê”. Para Eli- bastante didáticas”, resume a associada. Ela
zandra, o evento poderia ser realizado de seis também ressaltou a interatividade. “Pudemos
fazer perguntas, conversar, foi um bate-papo
Cmra. Elizandra Martim muito instrutivo e informal”.

A gestora de comissários da ATT, Marguit


Andrea Donat, agradeceu às empresas par-
ceiras: “sem elas o evento seria impossível,
foram muito além de brindes e sorteios, trou-
xeram informação de qualidade e profissio-
nais qualificados”. Segundo a profissional, o
sucesso do evento fez com que a associação
já começasse a pensar em sua segunda edi-
ção. “Estamos planejando a próxima para fe-
vereiro de 2017, mas ainda não temos nada
confirmado”, conclui.

Cmra. Joyce Zambone (terceira da esq. para a dir.) e colegas durante o evento

12
Eventos

13
Serviços

Associados em licença não


remunerada podem ingressar
como sócio contribuinte
A crise econômica levou a empresa a oferecer enchimento de uma nova ficha médica para
a opção de afastamento por licença não re- análise da seguradora.
munerada (LNR) a alguns tripulantes. Muitos
estão nessa situação atualmente e a ATT foi Com a exceção do CAM I, a inclusão como só-
procurada por associados com a seguinte dú- cio contribuinte da ATT garante todos os be-
vida: eu continuo associado e preciso pagar nefícios da associação, como plano de saúde
as mensalidades e demais benefícios? Bradesco ou CNU (Central Nacional UNIMED),
descontos em medicamentos (Droga Raia e
Com o intuito de esclarecer essas questões Panvel), acesso ao seguro Mongeral Aegon
aos associados em LNR, a ATT esclarece os em PCNH (Perda de CMA e falecimento), en-
seguintes pontos: tre outros, pelos valores praticados atualmen-
te. Veja na página 46 todos os nossos parcei-
- O tripulante em licença não realiza nenhum ros e confira as vantagens de ser associado ou
tipo de pagamento à ATT, como mensalidade, sócio contribuinte.
CAM I e passivo do CAM II;
A medida de oferecer a opção dos tripulan-
- Seu status de sócio ativo permanecerá “con- tes em LNR se tornarem sócios contribuintes
gelado” até a licença não remunerada terminar, segue o artigo “28, b” do estatuto da ATT: “To-
voltando automaticamente após esse período; dos aqueles que perderem as condições de
associado efetivo por afastamento voluntário
- O tripulante em LNR que queira manter to- e/ou por aposentadoria e/ou por incapacida-
dos os benefícios da ATT, exceto o CAM I, po- de para o voo e desejarem permanecer filia-
derá se tornar sócio contribuinte neste perío- dos, sujeitos a aprovação da Diretoria”.
do, o valor mensal é de uma diária (R$ 67,93);
Em caso de dúvidas, o tripulante pode entrar
- O tripulante que retornar da LNR não terá em contato com a ATT por meio do telefone
nenhuma carência em relação ao CAM I e a 11-5533.8150 ramal 109 ou através do e-mail
Mongeral Aegon, mas será necessário o pre- gerencia.adm@att.org.br.

14
Safety

Aeronautas participam de
reunião anual do FAST
Evento foi realizado em Atlanta, nos EUA,
e reuniu representantes do SNA e associações

No início de outubro foi realizada a reunião cipalmente, às propostas enviadas à ANAC


anual do grupo de usuários do software de para os limites prescritivos a serem adotados
gerenciamento de fadiga SAFTE-FAST, na ci- por operadores que realizem o gerenciamen-
dade de Atlanta, EUA. O evento, patrocinado to do risco da fadiga.
pela Delta Airlines, foi organizado pelo IBR
(Institutes for Behavior Resources) e contou O evento representou uma oportunidade
com a participação de operadores de diver- para os aeronautas apresentarem as bases
sas partes do mundo, além de representantes científicas que sustentaram os critérios, reco-
de sindicatos e associações. mendações e limites propostos. Segundo os
representantes brasileiros que participaram
Aeronautas brasileiros participaram das dis- do evento, o reconhecimento da comunidade
cussões e apresentaram um estudo feito por aeronáutica internacional deixou claro que o
meio da parceria entre SNA, ATT, ABRAPAC trabalho realizado pelas entidades em conjun-
e ASAGOL. O levantamento se referiu, prin- to está no caminho correto.

EN
RE
SC

Ingresso Cinemark
R$
13,00 na ATT
Capa
Capa
Seguro

As equipes de suporte
que atestam a segurança
da nossa aviação
Na reportagem especial de Dia do Aviador, a Revista
ATT conversou com lideranças e colaboradores de três
diferentes áreas, responsáveis diretos pela segurança
das operações: Engenharia de Operações e DOV, Ma-
nutenção de Linha e o órgão governamental SRPV-SP
(Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo).
Sem o trabalho realizado por esses setores, a aviação
hoje não seria possível.

Rafael Klos, Gerente da Engenharia de Operações e


DOV, comentou o trabalho e responsabilidades dos
dois setores, que voltaram a ser integrados a partir de
fevereiro deste ano. O profissional relatou todos os
procedimentos realizados pelos colaboradores para
garantir uma operação com segurança e eficiência,
desde o planejamento do combustível de um voo até a
distribuição de peso em uma aeronave.

O Gerente Sênior de Manutenção Marcus Rogério Vian-


na Jorge descreveu o trabalho realizado diariamente
por sua equipe de 300 mecânicos durante o trânsito e
pernoite, na região sudeste das operações da LATAM
Brasil. Ele é responsável pela coordenação da manu-
tenção das aeronaves nos aeroportos de Congonhas,
São José do Rio Preto, Bauru, Ribeirão Preto, Confins,
Uberlândia e Vitória.

Para finalizar, temos a entrevista com o Coronel Aviador


Eduardo Wanderley Mano Sanches, chefe do SRPV-SP.
Ele explicou como é a atuação da equipe de controle
de voo, sua trajetória pessoal e o planejamento reali-
zado para atender à alta demanda das Olimpíadas e
Paralimpíadas realizadas no Rio de Janeiro.

Veja a seguir a sessão de reportagens especiais com


os três especialistas:

17
Capa

Estratégia e planejamento:
um setor em busca da
segurança e excelência
Rafael Klos, Gerente da Engenharia de Operações e
DOV, comenta a importância da atuação
dessa área para a LATAM Brasil

Rafael Klos em hangar de operações da empresa

Planejamento de combustível; definição da ponsabilidades do Despachante Operacional


rota a ser voada; cálculos de performance; de Voo (DOV), profissional que realiza o plane-
distribuição de pesos na aeronave; comuni- jamento de todos os voos da empresa aérea.
cação com aeroportos; disponibilização dos “O DOV é quem define como será cada etapa
documentos necessários para a execução e voada pelo piloto, ele oferece todas as con-
autorização do voo; análise de informações dições necessárias para o tripulante técnico
meteorológicas e monitoramento constante voar com segurança e eficiência, possuindo
durante o trajeto. Essas são algumas das res- responsabilidade compartilhada pelo voo”,

18
Capa
Seguro

resume o Gerente de Engenharia de Opera- vaga como copiloto. No entanto, após come-
ções e DOV da LATAM Brasil, Rafael Klos. çar a trabalhar nessa área estratégica, eu me in-
teressei bastante e decidi seguir minha carreira
Desde fevereiro deste ano o setor de DOV da nesse setor, com muito estudo e dedicação.
empresa foi unificado com a Engenharia de Hoje estou satisfeito e realizado nessa área.
Operações, setor responsável por criar os pa-
râmetros de referência e administrar os siste- ATT - Qual a maior responsabilidade de ge-
mas de despacho de voos. “Atualmente essas renciar o setor de DOV?
duas áreas trabalham em conjunto, uma deci-
são que faz completo sentido, já que ambas as Rafael Klos - A responsabilidade é grande,
áreas se completam”, explica. Klos foi o geren- pois desde fevereiro deste ano o comando
te escolhido para comandar as duas áreas inte- das áreas de Engenharia de Operações e de
gradas e comentou, nesta entrevista exclusiva DOV foi unificado. Anteriormente eram duas
à Revista ATT, a responsabilidade do cargo, sua gerências para liderar cada área, hoje passou
trajetória pessoal e a atuação dos 120 DOVs a ser apenas uma e eu tenho a responsabilida-
que compõem a LATAM Brasil atualmente. de de gerir esse novo setor unificado. É preci-
so trabalhar para que as duas equipes estejam
Veja a seguir a entrevista na íntegra: sempre integradas, em constante comunica-
ção, operando como um time. Além disso, é
ATT - Como foi a sua trajetória profissional uma área de extrema importância para a em-
até o cargo de Gerente de Engenharia de presa dentro de todos os níveis organizacio-
Operações e DOV nais: estratégico, tático e operacional.

Rafael Klos - Sou formado em Ciências Aero- ATT - Como é a atuação do DOV? Quais ta-
náuticas, com extensão em Gestão de Proje- refas eles realizam no dia a dia?
tos e pós-graduação em Gestão Empresarial.
Também sou formado piloto comercial e ASV Rafael Klos – O DOV atua no planejamento do
(Agente de Segurança de Voo). Comecei a voo, ou seja, prepara toda a documentação de
carreira como piloto na aviação executiva an- voo para o piloto. Isso significa calcular os pe-
tes de entrar em uma companhia aérea, pas- sos máximos de decolagem e pouso, analisar
sando para Engenharia de Operações em se- a meteorologia dos aeroportos e do trecho,
guida. Em pouco mais de dez anos de TAM e definir a melhor rota em termos de trajetória,
LATAM, atuei como analista, consultor da En- nível de voo e vento, calcular o combustível
genharia de Operações, coordenador sênior necessário, efetuar a distribuição de pesos na
da área e, recentemente, surgiu o desafio de aeronave para definição do centro de gravida-
assumir a gerência de Engenharia de Opera-
ções e DOV. Como pude trabalhar com per-
formance de aeronaves e com a implantação
de sistemas de despacho anteriormente, eu já
tinha a experiência em ambas as áreas antes
de assumir essa responsabilidade.

ATT – Você sempre teve o objetivo de atuar


na área estratégica da aviação?

Rafael Klos - Não, no início o meu desejo era


ser piloto mesmo. Aceitei o convite para in-
gressar na TAM Linhas Aéreas como analista de
Engenharia de Operações com o objetivo de,
uma vez dentro da empresa, conquistar uma

19
Capa

Faz parte do trabalho do DOV acompanhar


e monitorar as informações aeronáuticas, re-
ceber dados do controle de trafego aéreo e
das autoridades e checar constantemente
se todos os processos poderão ser seguidos
conforme o planejado. O acompanhamento
é constante, desde a chegada do piloto no
aeroporto até o pouso no destino. O DOV é
quem define como será cada etapa voada
pelo piloto.

ATT – O DOV precisa realizar diversos cál-


culos para garantir segurança e efetividade
de toda a operação?

Rafael Klos - Com certeza, para ser um DOV


"O DOV é o coração precisa gostar muito de cálculos e números.
pulsante da empresa" O profissional da área realiza análises de per-
formance para definição do peso máximo de
de, garantir a comunicação com aeroportos, decolagem e pouso, além de calcular o com-
apresentar o plano de voo para as autorida- bustível para a execução do voo. Também ve-
des aeronáuticas, acompanhar o transcorrer rifica o peso da aeronave com os passageiros
dos voos, entre outras responsabilidades. e define como será distribuída a carga para
tudo ficar dentro dos limites de segurança e
É importante destacar que o DOV sempre atua eficiência. Todos os procedimentos são feitos
de acordo com as guias da segurança, nossa utilizando cálculos complexos e precisos, que
prioridade absoluta, da eficiência, garantindo precisam ser refeitos caso ocorra alguma cir-
economia (seja de combustível ou taxas de cunstância fora do normal, como o fechamen-
sobrevoo), e do ser atencioso (cuidando dos to de um aeroporto, redução do comprimen-
nossos clientes internos e externos). to de alguma pista, fechamento de espaço
aéreo, restrição de aeronave etc.
ATT – Após a decolagem o DOV permanece
acompanhando o voo? ATT - O que é preciso para se tornar um
DOV?
Rafael Klos - Depois de todo o planejamento
executado pelo DOV e a decolagem da aero- Rafael Klos - Os interessados precisam ter
nave, o voo migra para uma estação que de- pelo menos 21 anos de idade, formação no
nominamos “flight watch”, onde o DOV efetua ensino médio e completar o curso específico
o monitoramento da progressão do voo. Caso de Despachante Operacional de Voos em uma
o piloto passe por uma circunstância fora do escola credenciada. Na sequência, precisam
planejado, como algum desvio muito signifi- ser aprovados em uma prova de conhecimen-
cativo, ele entra em contato com o DOV por tos aplicada em uma banca da ANAC. Depois,
telefone via satélite ou mensagem de texto e ainda é obrigatório cumprir um estágio em
os cálculos de combustível e da rota são refei- empresa aérea, no qual devem ser efetuados
tos. Por exemplo, às vezes o controle de tráfe- 40 despachos. E, por último, ainda precisam
go aéreo não autoriza o piloto a subir para um passar no cheque, que é uma espécie de pro-
determinado nível que havíamos determina- va final (prática) aplicada por um examinador
do. Ele voando mais baixo, a resistência do ar credenciado na ANAC. Assim como o piloto
é maior e, normalmente, o consumo de com- tem a sua habilitação, o DOV também precisa
bustível também. de uma licença específica emitida de acordo

20
Capa
Seguro

com o RBAC 121 (Regulamentos Brasileiros ATT – Atualmente, quantos profissionais


de Aviação Civil). Como eu disse, é fundamen- compõem o setor de DOV da LATAM?
tal gostar de números, pois atuará com con-
versão de medidas, cálculos de combustível, Rafael Klos – Atualmente, são 120 profissio-
peso e balanceamento, entre outros. São cál- nais no setor DOV garantindo a segurança e
culos complexos sem espaços para erros, pois eficiência de 500 a 700 voos realizados pela
lidamos diretamente com a segurança. LATAM Brasil todos os dias. A quantidade de
voos varia muito em função da malha. Cada
ATT – O trabalho do DOV é considerado es- DOV prepara uma média de 18 voos por tur-
sencial para a segurança de toda a opera- no, incluindo os processos que eu destaquei
ção, correto? anteriormente, cálculo de combustível, análi-
se e distribuição de pesos, rotas, meteorolo-
Rafael Klos - Sim, o trabalho do DOV está di- gia, entre outros.
retamente relacionado com a segurança do
voo, pois o DOV efetua o planejamento de Hoje o modelo de negócio apresenta a ten-
toda a operação, o qual precisa estar sempre dência da centralização, logo, a equipe DOV
correto, respeitando os parâmetros criados trabalha no que chamamos de Central DOV,
pelas áreas de Engenharia de Operações, Fli- aqui no hangar 2 em Congonhas.
ght Standards e Flight Safety, além de seguir
as regras da autoridade brasileira (ANAC) e ATT - Em sua opinião, o DOV é o responsá-
dos órgãos internacionais. vel pela parte mais estratégica de toda a
operação de voo?
Vale lembrar que hoje um DOV demora, em
média, 20 minutos para preparar um plane- Rafael Klos - Todas as partes são estratégicas
jamento e apresentar o plano de voo para a e funcionam em conjunto. Sem o departamen-
autoridade aeronáutica. Sem esse trabalho e to de Engenharia de Operações, que estabe-
sem bons sistemas de despacho, é impossível lece os parâmetros de referência, e a Coorde-
um avião levantar voo com segurança. nação de Voos, responsável pela gestão da

Departamento de DOV da LATAM Brasil, em São Paulo

19
Capa

Entrevista foi realizada no Hangar 2 da empresa, no Aeroporto de Congonhas

malha, seria impossível o DOV atuar. Temos comunicação direta entre eles se faz necessá-
também a área de Planejamento de Malha e ria apenas em situações específicas, que fu-
Frota, que trabalha próximo ao comercial da jam do plano original de voo, ou em caso de
empresa em busca de novas rotas de atuação. dúvidas. Antigamente, a comunicação direta
era mais necessária e constante. No entanto, é
Resumindo, todas as áreas atuam em con- claro que mesmo hoje estamos sempre à dis-
junto e são estratégicas, mas eu considero o posição dos pilotos caso precisem de alguma
DOV o coração pulsante da LATAM Brasil. To- informação ou orientação.
dos os voos da empresa só podem decolar
com a documentação e autorização obtida ATT – Você teria algum recado aos tripulan-
por essa área. tes técnicos pelo Dia do Aviador?

ATT – Como funciona a interatividade en- Rafael Klos - Sim, destaco que a Central DOV
tre o DOV e piloto e qual a sua importância está sempre de portas abertas para nossos pi-
para a operação? lotos e que somos um time. Trabalhamos jun-
tos, seguindo as guias de cultura da LATAM,
Rafael Klos - É importante, pois o piloto pre- nos esforçando todos os dias para garantir
cisa do trabalho desses profissionais para a segurança, buscar a eficiência e dar toda a
executar o voo. O DOV prepara o “briefing atenção necessária para levar os sonhos dos
package” com todas as informações neces- nossos passageiros aos seus destinos. Os pi-
sárias para o comandante, como rota, pesos, lotos são os nossos principais clientes e faze-
combustível, distribuição de carga e centro de mos tudo para tornar o trabalho de pilotar e
gravidade, plano de voo, entre outros dados. administrar o voo muito mais fácil. Podem con-
tar conosco, pois atuamos com o objetivo de
Se você analisar a legislação brasileira verá fazer o voo sair no horário correto, com a me-
que a responsabilidade de todo voo é com- lhor rota possível, sem turbulência, chegando
partilhada entre o piloto em comando e o ao seu destino com segurança. Gostaríamos
DOV, que prepara todo o processo para o de dar os nossos sinceros parabéns a todos
piloto executar. É uma sinergia grande e ne- os nossos tripulantes por essa data importan-
cessária sim, apesar de que, atualmente, as te para a aviação e, obviamente, desejar bons
tecnologias alcançaram um ponto em que a voos a todos!

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Capa
Seguro

Veja a seguir o depoimento de profissionais trocarmos informações e entendermos por-


que compõem a área de Engenharia Opera- que algo não saiu exatamente da maneira que
cional e DOV da empresa. Eles descreveram planejamos. Atuamos em conjunto, visando a
suas experiências, o trabalho realizado e a res- integração dos sistemas.
ponsabilidade do setor no dia a dia das ope-
rações da LATAM Brasil. Atualmente são dez pessoas trabalhando co-
migo nesse setor, com a gerência do Rafael
Luis Corazza, Coordenador Sênior de Enge- Klos. São profissionais da área de engenharia
nharia de Operações e projetos, com atuação também na parte de
tecnologia da informação, para fazermos a
“Farei 12 anos de TAM, agora LATAM e, nos úl- ponte entre os fornecedores e clientes diretos,
timos oito anos de casa, atuo em Engenharia como o DOV. Apesar da enorme responsabi-
de Operações. Inicialmente trabalhei como lidade, nós temos confiança total na equipe,
DOV, mas decidi migrar para essa área após são profissionais experientes e gabaritados,
o convite de um amigo. Eu atuei com enge- um grupo apaixonado pela aviação e pelo
nharia de operações em outras experiências, que faz. Conversamos o tempo todo sobre o
antes de entrar na TAM, e vi com bons olhos setor, dentro e fora do nosso expediente.
o retorno ao setor. É um trabalho ainda mais
técnico, com projetos e estratégias de atuação Nossa área é essencial para que toda a ope-
com uma abrangência ainda maior. O DOV é ração ocorra no tempo programado, com se-
focado nas operações do dia a dia, enquanto gurança e logística, e atua em conjunto com
o nosso setor atua na criação dos parâmetros o DOV.”
de referência e administra os sistemas de des-
pacho de voos utilizadas por eles. Daniel Almeida, Despachante Operacional
de Voo (DOV)
Os DOVs e os pilotos são nossos clientes di-
retos, trabalhamos para facilitar a atuação de- Atuo como DOV há dez anos, desde quando
les em suas operações diárias. Dessa forma, entrei na TAM Linhas Aéreas. Antes eu havia
o contato com essas áreas é constante para trabalhado na aviação por cerca de seis anos,
três como mecânico na Varig, em Porto Alegre
(RS), e três como auxiliar de DOV em Florianó-
Engenheiro Luis Corazza polis (SC) para uma companhia aérea Argenti-
na. Eu decidi seguir essa carreira tendo como
exemplo alguns amigos que atuavam como
DOV na Varig. O objetivo a princípio era ficar
como engenheiro de manutenção, sou forma-
do em engenharia elétrica e completei o cur-
so de mecânico de voo, mas algumas circuns-
tâncias mudaram e a gente precisa se adaptar.
Como eu tinha também o curso de DOV e de
flight surgiu uma oportunidade na TAM e me
convidaram para compor a equipe.

É um trabalho importante, pois atua direta-


mente com segurança de voo e eficiência.
Nós realizamos o cálculo de combustível, por
exemplo, que envolve a segurança da opera-
ção e economia para a empresa. Sempre con-
sideramos esses dois aspectos buscando um
equilíbrio entre ambos. São vários parâmetros

23
Capa

que passam pelo nosso trabalho, então é bem O DOV é um técnico, mas também atua na
dinâmico ser um DOV. área de humanas, pois apesar de fazer cálcu-
los avançados todos os dias, os clientes finais
Atualmente, não temos tanto contato com os são as pessoas: os tripulantes da aeronave e
pilotos devido às tecnologias, mas considero os clientes. Nós lidamos com vidas, é muito
essencial fortalecermos sempre essa relação. gratificante.
É importante para explicarmos os processos
realizados e tirarmos dúvidas dos pilotos de Durante a maior parte da minha carreira eu tra-
uma forma direta e sem intermediários. balhei no Aeroporto de Congonhas junto aos
pilotos e pude conviver com eles diariamente.
Magno Nunes, Despachante Operacional Sempre foi um privilégio servi-los com o meu
de Voo (DOV) trabalho e fico lisonjeado com o reconheci-
mento que recebo. Era uma época diferente,
Sou DOV da empresa há 18 anos, completa- a tecnologia não permitia um despacho remo-
dos neste mês de outubro. Fiz o curso de DOV to, como é feito hoje, portanto o contato dire-
por uma escola que atendia somente a TAM e to do DOV com o tripulante era mais comum.
a nossa turma foi efetivada em seguida. Des- Conversávamos pessoalmente antes do voo
de então estou na companhia, atuando nes- no D.O. e no balcão de briefing. Atualmente
sa área. Antes, fui projetista de máquinas e nos encontramos pelos corredores, durante
equipamentos, até visualizar um anúncio no os periódicos que fazemos na academia, para
jornal, guardado até hoje por minha esposa, conversar e trocas experiências.
com esse curso de preparação de DOV para
a TAM. Na época, era mais interessante com- Parabenizo todos os aviadores pela data co-
parado ao meu emprego e decidi seguir por memorativa e ressalto que todos nós os admi-
esse rumo. Não me arrependi, logo me apai- ramos muito. Eles são merecedores de todas
xonei pela aviação e pela função. as homenagens e é um privilégio servi-los.

Magno Nunes

Daniel Almeida
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Capa
Seguro

Manutenção de linha,
o setor que atesta a
integridade da aeronave
Marcus Jorge, Gerente Sênior de Manutenção da
região sudeste, comenta como é o trabalho de
300 mecânicos durante o trânsito e pernoite
para garantir que os voos decolem com segurança

Marcus Jorge e os líderes de manutenção Luciano Travalon e Marcelo Dinis

A LATAM Brasil conta com cerca de 1.300 me- Uma diretoria específica da LATAM Brasil faz
cânicos para realizar a manutenção de todas o gerenciamento dos setores envolvidos nes-
as aeronaves da companhia. Eles são os res- se trabalho, cada qual com a sua função. A
ponsáveis por corrigir qualquer eventualida- área responsável por checar as condições das
de e atestar a segurança de cada operação. aeronaves e realizar os reparos nos períodos
O trabalho desses profissionais garante a in- de trânsito e pernoite é a Manutenção de Li-
tegridade da aeronave, do piloto e dos pas- nha, atualmente dividida em cinco regiões de
sageiros em mais de 500 voos realizados pela atuação: Sudeste, Guarulhos, Centro Oeste/
empresa todos os dias. Norte, Sul e Rio de Janeiro/Nordeste.

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Capa

O Gerente Sênior de Manutenção Marcus Ro- assumir este cargo e eu aceitei o desafio de
gério Vianna Jorge é o responsável por liderar trabalhar em um setor novo. Apesar de não
essa atuação na região sudeste, que conta com ter formação específica em aviação, minha
as bases Congonhas, São José do Rio Preto, graduação em engenharia mecânica tem aju-
Bauru, Ribeirão Preto, Confins, Uberlândia e Vi- dado muito na compreensão da parte técni-
tória. “Temos cerca de 300 mecânicos em nos- ca, sendo que o objetivo principal está foca-
sa equipe, 200 deles apenas em Congonhas, do no aprimoramento da gestão na estrutura
maior centro de atividade da minha regional”, de manutenção.
explica o profissional. Formado em engenha-
ria mecânica e com experiência em diferentes ATT - Você está gostando dessa nova área?
ramos da indústria, Marcus Jorge aceitou o
desafio de gerenciar o setor há três anos, sua Marcus Jorge - Sim, bastante. O pessoal co-
primeira experiência na aviação. “É uma área mentou no início que rapidamente eu seria
que encanta pelo seu glamour e responsabi- “picado pelo mosquito da aviação” e me apai-
lidade técnica, estou muito satisfeito e espero xonaria pela área. Foi exatamente o que acon-
continuar agregando e aprendendo”, explica. teceu, é um setor que atrai e contagia pelo
seu glamour e responsabilidade técnica, prio-
Nesta entrevista, Marcus Jorge comentou a rizando sempre a segurança. A LATAM como
atuação do setor de manutenção de linha e um todo tem um porte técnico excelente, o
sua importância para a segurança de toda a que tem possibilitado a contratação de gesto-
operação diária da empresa. Além disso, o res que não necessariamente são oriundos da
profissional explicou como esse trabalho é re- área de aviação, contribuindo para o avanço
alizado, a estrutura do processo, as áreas que na gestão sem perder a qualidade e confiabi-
atuam em conjunto e sua trajetória pessoal. lidade técnica.

ATT - Como foram as suas experiências an- Além disso, as minhas experiências anterio-
teriores e o convite para o cargo atual? res eram na indústria de base, eu não tinha
contato com o cliente final. Na aviação sen-
Marcus Jorge - Eu sou engenheiro mecânico, timos de maneira imediata o contentamento
minha experiência começou na indústria. An- ou descontentamento dos usuários. É mais
tes de ingressar na aviação, eu atuei nas áreas dinâmico, pois temos prazos curtos e somos
de petróleo, indústria química e mineração. cobrados para atender ao nosso cliente com
Em 2013 surgiu o convite da empresa para agilidade e eficiência.

Escritório do departamento, próximo a pista do Aeroporto de Congonhas

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Capa
Seguro

ATT - Como é a responsabilidade de liderar


um setor importante para a segurança das
operações?

Marcus Jorge – A aviação é uma área extre-


mamente regulamentada, com ações pré-
-determinadas. Os procedimentos devem
respeitar a regulamentação e diretrizes dos
fabricantes, pois lidamos diretamente com a
segurança de centenas de vidas por voo. Não
há espaço para dúvidas, portanto a responsa-
bilidade e rigor nos processos são enormes.
"Apenas em Congonhas temos uma
Também faz parte da nossa atuação o proces- demanda de 115 voos ao dia"
so de liberação de uma aeronave durante o
trânsito. Analisar se está apta e segue todos sito de todos eles e garantimos a integridade
os requisitos necessários, pois há determina- dessas aeronaves. São três turnos de trabalho,
das ocorrências, as quais chamamos de “No cada um com uma média de 35 a 40 voos. O
Go”, que impossibilitam uma operação com aeroporto fecha das 23h00 às 06h00, horário
100% de segurança. Caso se verifique esse de pernoite em que realizamos manutenções
tipo de ocorrência, é nosso trabalho realizar preventivas e corretivas. Portanto, o setor ope-
o reparo no menor tempo possível para que a ra 24 horas, todos os dias.
aeronave volte a operar.
Lembrando ainda que há outra diretoria, cha-
ATT – Quais procedimentos são utilizados mada MRO, para atender as ocorrências de
pelo setor? “Heavy Maintenance”. Ela fica em São Carlos
(SP) e possui uma estrutura dedicada à reali-
Marcus Jorge – Temos todos os manuais ló- zação de revisões mais complexas e que de-
gicos das aeronaves e seguimos os procedi- mandam um tempo de parada prolongado
mentos regidos nesses documentos na manu- das aeronaves.
tenção preventiva e corretiva. Cada processo
de análise é bastante detalhado, com um pas- ATT - Como funciona o atendimento às ae-
so a passo para cada ocorrência. Há também ronaves?
um contato direto com o fabricante, que pode
nos orientar em determinadas circunstâncias. Marcus Jorge – A partir do momento em que
Todos os processos são seguidos e documen- a aeronave pousa, nós já temos um mecâni-
tados. Além disso, passamos regularmente co aguardando. Ele realiza o primeiro contato
por auditorias, que verificam se a execução de com o comandante, que pode reportar algu-
nossas atividades está de acordo com os pro- ma pane no sistema. Nesse caso, o mecânico
cedimentos exigidos. Elas são realizadas tanto prontamente analisa a falha e encaminha para
internamente, na LATAM, quanto externamen- o procedimento pré-estabelecido, de acor-
te por órgãos reguladores, como a ANAC. do com a ocorrência. Caso seja um proble-
ma classificado como “No Go”, nossa equipe
ATT – A demanda diária de manutenção é realiza o reparo o quanto antes, pois a aero-
alta no seu setor? nave não poderá voar enquanto não solucio-
narmos. Ela permanecerá indisponível para a
Marcus Jorge – Sim. Falando especificamente malha e, quanto mais tempo permanecer em
de Congonhas, que é uma das principais ba- solo, pior será para as atividades da compa-
ses da LATAM, a média diária é de 100 a 115 nhia. Trabalhamos para reduzir cada vez mais
voos. Nós executamos o atendimento de trân- esse tempo de indisponibilidade.

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Capa

Marcus Jorge destacou a integração do setor com diferentes áreas de atuação

Após o primeiro contato com o piloto, o me- toda a operação. Temos os meios de ações
cânico também realiza o que chamamos de proativas, como a ASR (Aviation Safety Re-
“Walk Around”, uma volta ao redor de toda a port), que possibilita ao colaborador indicar
aeronave inspecionando cada região. Caso alguma situação de risco presenciado duran-
identifique possíveis panes, ele entra em con- te as operações. O conteúdo é enviado ao Sa-
tato com a nossa central e avisa o comandan- fety, que cria as medidas necessárias e planos
te que realizará o próximo voo com o avião. O de ações para melhorias em conjunto com o
mecânico participa também do abastecimen- nosso setor. As auditorias internas e externas
to da aeronave, de acordo com as orientações também contribuem nesse processo.
documentadas pelo DOV.
ATT – Cada setor depende da atuação de
ATT - O setor de manutenção é fundamen- outras áreas para ser efetivo?
tal para as operações diárias da LATAM?
Marcus Jorge – É um sistema integrado, a
Marcus Jorge – Com certeza, a manutenção é manutenção depende de vários setores. Te-
a sustentabilidade da condição operacional. mos outros departamentos que atuam dire-
Uma aeronave hoje voando com um plano de tamente conosco, como o MCC (Centro de
manutenção vencido, por exemplo, é inacei- Controle de Manutenção), a Engenharia, que
tável perante os conceitos de segurança e ór- nos dá suporte documental e de tratamento
gãos reguladores. Temos um rigor no contro- de panes e o Planejamento Central, atuando
le feito pela área de planejamento central. Ela no controle e disparo de todas as programa-
é responsável por controlar os planos de ma- ções preventivas e corretivas. Há também
nutenção preventiva a serem executados em o TS (Troubleshooting), um setor que atua
toda a frota de 169 aeronaves (entre Narrow dentro do MCC realizando o monitoramen-
Body e Wide Body) assim como as manuten- to de aeronaves durante o voo. Nós temos
ções corretivas que são identificadas durante como parceiros, também, o DOV, o Safety
os voos, trânsitos e pernoites. e a equipe de rampa, nosso braço direito,
principalmente nos trânsitos dos aviões. São
ATT – Há outros setores que atuam em con- inúmeras áreas, como Segurança do Traba-
junto com vocês para prevenir as falhas de lho, Diretoria de Operações, Suprimentos e
segurança? AOG Desk, com o fornecimento das peças
de substituição.
Marcus Jorge - Sim, nós temos o Safety, que ATT – O que é necessário para um profissio-
está sempre em contato conosco. Há um pro- nal trabalhar na área de manutenção?
tocolo de atuação conjunto também com ou-
tros setores para garantirmos a segurança de Marcus Jorge – Ele precisa concluir a forma-

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Capa
Seguro

ção em mecânico de manutenção de aero- dade, a avaliação deles é muito importante. O


naves, com pelo menos um curso específico piloto sente a aeronave e pode detalhar ainda
completo em até três áreas: GMP, especializa- mais qualquer ocorrência. A relação é sempre
do em grupo moto propulsor; Célula, espe- muito boa, há alguns casos em que debate-
cializado na estrutura da aeronave e sistemas mos, mas é saudável, pois um lado faz o ou-
diversos (hidráulicos, pneus, trens de pouso tro refletir e alcançar sempre um nível ainda
etc) e Aviônica, focada nos elementos instru- maior. Essa sintonia é importante, temos um
mentados e eletrônicos da aeronave. Ao final respeito e admiração mútuos.
da formação o profissional estará apto a reali-
zar a prova teórica da ANAC para obter a CCT ATT – Qual a sua mensagem para os pilotos
(Certificado de Conhecimento Teórico). no Dia do Aviador?

Sendo aprovado, poderá iniciar a sua jornada Marcus Jorge – Reafirmo que é um enorme
de treinamento prático de três anos e, somen- orgulho e responsabilidade oferecer suporte
te após esse período, o mecânico poderá re- para os comandantes operarem com seguran-
alizar a prova prática e final para obter a CHT ça. É uma honra representar uma parte desta
(Carteira de Habilitação Técnica), emitida pela equipe de “anjos da guarda” e continuar sen-
ANAC. Com isso, o profissional poderá atuar do o porto seguro para eles. Estaremos sem-
e ser responsável pelas intervenções. Porém, pre presentes nas vidas dos pilotos e eles nas
para que ele entre em uma lista interna de nossas, porque um depende do outro para
técnicos autorizados para liberação de uma trabalhar e transportar os sonhos dos passa-
aeronave, precisará comprovar experiência geiros. Desejo parabéns a todos eles, que são
de mais quatro anos, além da realização de os protagonistas desse lindo ramo de ativida-
outros cursos específicos. de que é a aviação.

ATT - Quantos mecânicos fazem parte da Veja a seguir o depoimento de dois líderes
equipe? da manutenção de linha:

Marcus Jorge - Na LATAM Brasil temos cerca Marcelo Diniz, 24 anos de empresa
de 1.300 mecânicos, sendo a maioria com a
CHT e os cursos internos da empresa para a Eu entrei como estagiário e fui efetivado em
liberação de um voo. Na minha regional te- seguida para o cargo de técnico. Recebi pro-
mos 300 profissionais, com diferentes níveis
de experiência: júnior, pleno, sênior e líder.
Apenas em Congonhas são 200 mecânicos.
Nessa estrutura, temos uma divisão em que
metade atende aos trânsitos durante o dia e
os demais atuam nas manutenções realizadas
no pernoite.

ATT – Como é a relação da manutenção com


os pilotos?

Marcus Jorge – É uma relação positiva, pois


ambos se ajudam. A manutenção é, de certa
forma, um porto seguro para eles, pois garan-
timos a segurança operacional e a tranquili-
dade para operar. Já os pilotos nos auxiliam,
pois, apesar de termos uma tecnologia avan-
çada que nos comunica qualquer eventuali-

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Capa

moções com o tempo e hoje sou um dos lí- va escolinha da aviação. Mandei currículos
deres do setor. Como preparação para exer- para várias empresas e a TAM foi a única a
cer a minha carreira, eu me formei em pro- me dar uma oportunidade e sou muito gra-
cessos gerenciais, na faculdade, e completei to. Com o passar do tempo, me especializei,
o colégio técnico como mecânico industrial. possuo formação em engenharia elétrica e fui
Também fiz cursos de hidráulica, pneumática, progredindo com promoções até alcançar o
entre outros desse meio, para me especializar cargo atual. Atualmente, nós trabalhamos em
cada vez mais na profissão que escolhi anos conjunto com as lideranças, em um proces-
antes. Eu tinha contato com alguns colegas so bem esquematizado. Os líderes de cada
que se formaram antes na escola técnica e turno passam as informações para os seguin-
estagiavam aqui na TAM. Eles falavam como tes, assim o trabalho continua exatamente de
era trabalhar com avião e despertou bastan- onde parou. No dia a dia, fazemos as manu-
te o meu interesse em seguir também nessa tenções preventivas e corretivas, a pista é a
área. Tem um status bacana, as pessoas se im- nossa prioridade, pois os passageiros muitas
pressionam quando falamos que somos me- vezes têm horários e qualquer atraso prejudi-
cânicos de aeronaves, mas precisamos nos ca bastante. Nosso dever é fazer com que a
esforçar muito para chegar até aqui. O nosso aeronave esteja com as condições necessá-
trabalho é bem corrido, pois lideramos uma rias o quanto antes para ficar o menor tempo
equipe com mais de 30 mecânicos e técnicos. possível em solo. Mas a nossa maior respon-
Temos entre dois e três líderes por turno em sabilidade é a segurança, para que tudo ocor-
cada período. Trabalhamos com escala e re- ra corretamente e que todos possam chegar
alizamos a parte técnica, damos suporte aos em casa tranquilos, com a sensação de dever
outros mecânicos, programamos os cursos, cumprido. Incluindo os pilotos, que precisam
férias e toda a parte gerencial da equipe. Nos- confiar no nosso trabalho para exercerem o
sa maior responsabilidade diária é a nossa se- deles. Aproveito para destacar que a equipe
gurança, dos trabalhadores e do equipamen- de manutenção estará sempre dando todo o
to, pois qualquer erro humano um dia pode suporte necessário para os pilotos exercerem
acontecer, mas temos procedimentos pré-de- suas atividades, podem contar conosco.
finidos que nos resguardam e ajudam. A nos-
sa relação com os pilotos é muito boa, temos
uma parceria ótima e é gratificante para nós,
pois nos sentimos confiantes sabendo que
confiam no nosso trabalho. Desejo parabéns
a todos os aviadores, que fazem as aerona-
ves efetivamente voarem e representam uma
bela profissão.

Luciano Travalon, 19 anos de empresa

Ingressei na companhia bem jovem, como


auxiliar de mecânico, em novembro de 1996.
Estar na empresa por quase vinte anos é a
realização de um sonho, lembro até hoje de
quando surgiu esse objetivo de trabalhar na
aviação. Um vizinho era mecânico aviônico
na Transbrasil, na época, e sempre conversá-
vamos a respeito do setor. Os bates-papos
despertaram o meu interesse em saber como
era atuar na área e ele me incentivou bastante
a fazer o curso, que antigamente se chama-

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Capa
Seguro

A atuação do SRPV-SP no
controle do tráfego aéreo
Como é feito o trabalho desses profissionais no
dia a dia para garantir a organização e segurança da
região com maior número de voos no país

Coronel Sanches no escritório do SRPV-SP, no aeroporto de Congonhas

Um setor que realiza o controle de tráfego A entidade é responsável pelo controle de


aéreo e garante a segurança de cerca de um tráfego aéreo da grande São Paulo, Rio de Ja-
milhão de voos por ano, em uma região que neiro e toda a região que liga esses dois pon-
concentra, aproximadamente, 50% de todas tos, incluindo os dois aeroportos com maior
as operações aéreas do Brasil. Esse é o Servi- número de voos no país: Congonhas e Gua-
ço Regional de Proteção ao Voo de São Pau- rulhos. “Comparado a outros órgãos de con-
lo (SRPV-SP), que conta com mais de 1.200 trole nós temos uma área menor, mas com um
pessoas em seus destacamentos para realizar volume de operações muito superior”, explica
esse trabalho com eficiência, incluindo o mo- Eduardo Wanderley Mano Sanches, Coronel
nitoramento de meteorologia, plano de voo, Aviador chefe do SRPV-SP.
cartas de aproximação, cartas visuais, proce-
dimentos, operacional do sistema e adminis- O Coronel Sanches foi escolhido para lide-
tração dos processos. rar o setor no período de dezembro de 2015

31
Capa

ao mesmo mês de 2017. Em quase um ano à ATT - Como foi a sua carreira até assumir o
frente do SRPV-SP, ele comandou duas opera- cargo de chefe do SRPV-SP?
ções entre as maiores já realizadas no Brasil:
os Jogos Olímpicos e as Paralimpíadas. “Foi Coronel Sanches - Eu entrei em 1989 na aca-
desafiador, mas executamos o planejamento demia militar e, após quatro anos, segui para
de forma profissional e eficaz, garantindo que o Centro de Treinamento localizado em Natal
nenhum acidente ou incidente aéreo fossem (RN). Realizei especialização em aviação de
registrados durante esses eventos”, exalta. transporte e fui transferido para o município de
Canoas, onde passei sete anos no esquadrão
Nesta entrevista, o Coronel Sanches explica o de transporte aéreo. Em 1999, optei por fazer
trabalho do SRPV-SP no controle do tráfego minha graduação em engenharia eletrônica no
aéreo, o novo sistema já implantado denomi- ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em
nado Sagitário (Sistema Avançado de Geren- São José dos Campos (SP). Terminei o curso
ciamento de Informações de Tráfego Aéreo superior em 2004, como engenheiro aviador,
e Relatórios de Interesse Operacional), como e segui para o DECEA, justamente para atuar
foi o planejamento para garantir a segurança nessa área técnica. Passei cinco anos no Rio de
do espaço aéreo durante as Olimpíadas e Pa- Janeiro e migrei para o setor de pesquisa até
ralimpíadas, sua trajetória profissional na FAB 2012, em seguida, realizei o Curso de Estado-
e outros pontos. -Maior. Em 2014 passei a trabalhar no SRPV-SP,
sendo convidado no fim do ano seguinte para
Veja a seguir a entrevista na íntegra: ser chefe do setor até o término de 2017.

ATT - Há quanto tempo você lidera as ope- ATT - Você sempre teve o desejo de seguir
rações no SRPV-SP? carreira militar?

Coronel Sanches - Estou há dez meses no co- Coronel Sanches - Sim, o meu objetivo sem-
mando do SRPV-SP, assumi no dia 18 de de- pre foi o de me tornar um aviador na FAB (For-
zembro de 2015. ça Aérea Brasileira). Na época eu não conhecia

Coronel Sanches destacou a responsabilidade de gerir a área com a maior média de voos

32
Capa
Seguro

esse trabalho mais estratégico de controle de


espaço aéreo e segurança para manter a nos-
sa soberania. Tive a oportunidade de conhecer
apenas durante o curso superior realizado no
ITA e foi uma área que despertou o meu inte-
resse de imediato. Ainda voo, mas com menor
frequência, pois a minha carreira tomou esse
rumo voltado ao planejamento e estratégia.

ATT - Quais as áreas de atuação do SRPV-SP?

Coronel Sanches - Nós somos responsáveis


pelo controle de tráfego aéreo da grande São
Paulo, Rio de Janeiro e a área que liga esses
dois pontos. Comparado com outros órgãos
de controle, nós temos uma área relativamen- Coronel mostra os números do setor
te pequena, mas é a principal em número de
voos, pois concentra praticamente 50% de
todo o movimento aéreo no país. Temos por Coronel Sanches - Nós participamos do con-
volta de um milhão de voos por ano para re- trole de voo em eventos realizados no país nos
alizar o controle de tráfego, um volume con- últimos anos, que nos ajudaram nessa prepa-
siderável. Os principais aeroportos do Brasil ração e trouxeram ainda mais experiência à
estão sob nossa responsabilidade: Guarulhos, nossa equipe. Alguns exemplos são a Copa
maior aeroporto internacional do Brasil, Con- das Confederações, a vinda do Papa Francis-
gonhas, com maior movimento, Santos Du- co, a Copa do Mundo e a Jornada Mundial da
mont e Galeão, onde fizemos toda a operação Juventude. Vale ressaltar que a preparação
de grande porte de voos internacionais du- como um todo foi iniciada a partir de 2009,
rante as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016. quando soubemos que o Brasil sediaria as
Olimpíadas e Paralimpíadas. O SRPV-SP en-
ATT - Como é a responsabilidade de liderar viou uma equipe para os jogos de Londres,
esse setor, principalmente durante um ano em 2012, para vivenciar as operações durante
em que tivemos dois grandes eventos? o maior evento esportivo do mundo. O objeti-
Coronel Sanches - É um desafio muito gra- vo sempre foi o de manter a segurança e fazer
tificante. Como eu disse, foram eventos de com que a nossa sociedade não sentisse um
grande porte e tenho certeza que fizemos um impacto negativo em seu dia a dia.
bom trabalho. Nós contamos com uma ótima
estrutura e não registramos nenhum incidente ATT - Como é feito o trabalho da SRPV-SP
ou acidente aéreo nesses dois períodos, o que no dia a dia?
demonstra o resultado positivo de um traba-
lho longo de preparação, organização e treina- Coronel Sanches - A nossa missão é prover to-
mento. Todo o mérito do êxito vem desse pla- dos os serviços de controle do espaço aéreo,
nejamento da área técnica e operacional do incluindo meteorologia, plano de voo, cartas
SRPV-SP, executado da melhor forma durante de aproximação, cartas visuais, procedimen-
os eventos. A responsabilidade é imensa, mas tos, operacional do sistema e administração
temos uma equipe preparada, profissional, e dos processos. Todos esses setores oferecem
um efetivo suficiente para cumprir essa missão. suporte, como uma engrenagem, executando
cada ação necessária para que uma aeronave
ATT - Como vocês se prepararam para reali- voe com segurança, desde a decolagem ao
zar o controle de tráfego nas Olimpíadas e pouso. A função é controlar todo esse espa-
Paralimpíadas? ço, utilizando os procedimentos contidos nas

33
Capa

área técnica e no grupo de oficiais que geren-


ciam o setor, assim como no operacional. Te-
mos cerca de 10% de civis atualmente, que in-
gressam por meio de concursos públicos. Rea-
lizamos também um curso de formação tempo-
rário para esses convocados. Os profissionais
já vêm com a qualificação exigida de algumas
áreas de apoio, como por exemplo, relações
públicas e advocacia, que não são o foco da ati-
vidade na FAB. Eles permanecem convocados
por um tempo de até oito anos para prestar
serviço de apoio a todo esse sistema.

ATT – Quais requisitos são exigidos para um


colaborador atuar no controle de voo?
cartas de navegação nas quais, por exemplo,
estão previstas as altitudes sugeridas para Coronel Sanches - É necessária a formação
cada tipo de aeronave. Qualquer alteração é em um curso técnico. Hoje a grande porta de
realizada pelo controlador de tráfego aéreo, entrada é a Escola de Especialistas de Guara-
sempre com o intuito de garantir a separação tinguetá (SP), onde o aspirante a controlador
dessas aeronaves de forma eficiente e segura. aprende por dois anos as funcionalidades bá-
Na área de pátio nós também temos atuação, sicas, regras e legislação do setor. Depois, eles
orientando, inclusive, o estacionamento. As realizam um curso em São José dos Campos,
autorizações são feitas por nós, garantindo no ICEA (Instituto de Controle do Espaço Aé-
sempre o seguimento das regras, horários e reo), onde atuam nos simuladores de última
procedimentos de navegação aérea. geração e seguem para os grandes centros
com o intuito de adquirirem o treinamento
ATT - Como é a rotina de vocês durante as específico do operacional para aquela região,
operações? de acordo com as suas particularidades.
Coronel Sanches - É bastante dinâmica. Nós
temos o Controle de Aproximação de São Pau- Cada setor, localização e função desempe-
lo (APP-SP) e o Controle de Aproximação do nhadas exigem diversas etapas, com fichas
Rio de Janeiro (APP-RJ). O primeiro recebe to- de instrução, para se tornarem profissionais
dos os aviões com destino aos aeroportos de de ponta na linha. Não é necessário ser um
Guarulhos e Congonhas, enquanto o segundo militar, temos controladores civis inclusive na
é responsável pelos voos para Galeão e San- Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura
tos Dumont. O movimento é sempre intenso, Aeroportuária). São eles que realizam hoje
enquanto as pessoas descansam entre dezem- o operacional das torres dos aeroportos de
bro e janeiro nós estamos trabalhando para Guarulhos e Santos Dumont.
atender o período de alta temporada. Cada
dia nós temos novos desafios, mas toda a equi- ATT - Quais aparelhos vocês utilizam para
pe do SRPV-SP trabalha arduamente para dar realizar esse controle?
segurança a todos os usuários do sistema.
Coronel Sanches – O SRPV-SP possui apa-
ATT - Como é a distribuição da equipe do relhos de alta tecnologia para realizar todos
SRPV-SP? É formada apenas por militares? os processos exigidos. Recentemente, foi im-
plantado um novo sistema de tratamento de
Coronel Sanches - A maioria é militar. Nós te- visualização de dados chamado Sagitário. Ele
mos três grandes áreas: administração, opera- é o principal equipamento para controle de
cional e técnica. Temos os civis graduados na espaço aéreo no mundo.

34
Capa
Seguro

Foram feitos estudos em dois grandes centros porto, por exemplo, teremos uma reação em
internacionais, na americana FAA (Federation cadeia, com atraso na decolagem, no pouso
Aviation Administration) e na europeia Euro- e em todos os demais procedimentos. As
control, para que esse sistema de visualização empresas também são importantes nesse
de dados pudesse ser desenvolvido em nos- processo, realizamos o contato direto com as
so país com tecnologia brasileira, em uma em- maiores companhias do Brasil para tratamen-
presa nacional. Essa ferramenta está presente to das demandas de forma colaborativa, por
em praticamente todos os centros de controle meio do CGNA (Centro de Gerenciamento da
e o SRPV-SP, devido à grande complexidade, Navegação Aérea), no Rio de Janeiro.
foi um dos últimos a recebe-la. Dessa forma,
pudemos adquirir experiência para implantar ATT - Qual a importância desse trabalho do
o Sagitário corretamente no Rio de Janeiro e SRPV-SP para as operações?
em São Paulo, a tempo de utilizarmos durante
as Olimpíadas e Paralimpíadas Coronel Sanches - Sem o controle de voo não
seria possível uma aviação segura. O setor é
ATT - Como é o contato diário dos controla- responsável por organizar toda a operação
dores de voo com os pilotos? aérea e em pista para que não ocorram aci-
dentes. As empresas têm conhecimento de
Coronel Sanches - Esse contato é realizado suas próprias operações, o SRPV-SP tem uma
com maior frequência na parte tática, no ope- visão mais ampla, geral, para coordenar todas
racional. Nós temos um contato mais institu- as atividades sem conflitos.
cional com as associações de aviação e com
as empresas comerciais, que representam Atualmente, a tendência mundial é partirmos
esses pilotos e nos apresentam suas deman- para um trabalho cada vez mais automatiza-
das e sugestões para debatermos. Realizamos do, com menor fator humano. Quanto mais
também workshops quando vamos alterar al- automatizada, mais clara é a ordem para os
gum procedimento, para a instrução devida pilotos, sem possibilidades de ruídos de co-
desses profissionais. O contato é muito gran- municação. Cada vez mais ferramentas tecno-
de e importante e pode ser realizado também lógicas e projetos têm surgido no Brasil e no
pelo nosso SAC. exterior com esse objetivo. Mas, de uma for-
ma ou de outra, sempre será necessária a atu-
ATT - Quais setores atuam diretamente com ação de um controle de tráfego aéreo preciso
o SRPV-SP?

Coronel Sanches - Aqui no aeroporto nós te-


mos contato com diversos setores, como Po-
lícia Federal, Polícia Civil, Infraero, Receita Fe-
deral, ANAC, SAC (Secretaria de Aviação Civil)
entre outros, que fazem esse sistema funcio-
nar. Há também os profissionais de solo dos
aeroportos, que cuidam de check-in, baga-
gem, entre outras atividades. A nossa função
é fazer o controle do espaço aéreo, mas há
muitos outros "players" na execução de todas
as atividades e é necessária uma coordenação
muito grande para que tudo funcione correta-
mente. A comunicação precisa ser constante
e bem integrada, pois todos nós trabalhamos
em prol do mesmo setor. É uma interdepen-
dência, se atrasar a entrega de mala no aero-

35
Capa

para garantir a eficiência e segurança de todo operações. Lembro que na época foram apre-
esse sistema. É um setor indispensável. sentadas algumas opções de especialidades
e eu escolhi trabalhar nessa área devido à
ATT - Qual mensagem você gostaria de dei- identificação inicial que eu tive, por ter uma
xar para o Dia do Aviador? relação direta com a aviação e com a segu-
rança das pessoas. É uma oportunidade de
Coronel Sanches - Vocês podem contar com fazer um trabalho em equipe nesse setor, que
o SRPV-SP. Nós temos pilotos trabalhando co- eu sempre gostei, somado à prestação de
nosco, eu mesmo sou um deles, e atuamos serviço. Hoje estou no setor responsável pela
com muito profissionalismo com o objetivo de maioria das operações realizadas no Brasil
oferecer segurança a todos os usuários. Nosso e todos os dias temos um desafio a superar.
intuito é fazer com todos possam chegar bem São muitos voos, um volume considerável, e
a seus destinos, retornarem para as suas ca- muitas coordenações devem ser feitas para
sas e para as suas famílias com tranquilidade. assegurar a qualidade do trabalho. A nossa
Nós também somos usuários desse sistema relação com os pilotos, em geral, é muito
em nosso cotidiano e todo o planejamento e boa. É um relacionamento de cooperação,
novas tecnologias serão implantados tendo a onde cada um precisa tentar entender sem-
segurança operacional como prioridade. pre o lado do outro. Eles colaboram bastante
com o nosso trabalho, quando precisamos
Veja a seguir o depoimento do 2° Sargento dar novas orientações como redução de ve-
Controlador de Tráfego Aéreo Felipe Gus- locidade, por exemplo. Desejo os parabéns
tavo Gajewski Souza para todos que atuam nessa profissão boni-
ta, que cuida de vidas e requer um preparo
“Eu atuo há dez anos na área de controle grande. Ressalto que podem contar com o
do tráfego aéreo. Entrei no final de 2005 no nosso auxílio para que o voo ocorra sempre
SRPV-SP, vindo do treinamento direto para as da melhor forma possível.”

2º Sarg. Controlador Gajewski durante a atividade no SRPV-SP


Especial

Dia do Aviador:
ex-presidentes da ATT
deixam seus recados
Os comandantes que lideraram a associação durante
seus 36 anos de existência comentam suas histórias e
deixam uma mensagem comemorativa
A ATT completou 36 anos de existência em de trabalho e dedicação. A ATT tornou-se uma
2016, sempre com o objetivo de defender e das maiores associações do setor na Améri-
cuidar de seus associados, apresentar suas ca Latina devido, também, ao trabalho desses
demandas à empresa e buscar benefícios im- profissionais, que dedicaram um período de
portantes. Nesse período, centenas de pesso- suas carreiras em serviço de seu crescimento.
as foram ajudadas pelo CAM I, complemento
de salário para tripulantes afastados tempora- Em comemoração ao Dia do Aviador, a Revis-
riamente, e pelo CAM II, benefício por perda ta ATT buscou esses ilustres aviadores para
de CMA ou falecimento, hoje substituído pelo contarem um pouco de suas histórias à fren-
seguro oferecido pela parceria com a Monge- te da associação e deixar uma mensagem em
ral Aegon. comemoração a essa data.

Diversos comandantes passaram pela presi- Veja a seguir os depoimentos de ex-presi-


dência da associação e deixaram um legado dentes da ATT:

Breno Domingues, Cmte. Breno


Presidente da ATT entre 1982 e 1983
Eu participei das primeiras reuniões para criar a ATT, no final dos anos
de 1970. Outras empresas aéreas maiores, como a Varig, a Vasp e a
Transbrasil, já possuíam uma associação e nós sentimos essa necessi-
dade também. Todas auxiliaram e apoiaram a criação da ATT, ceden-
do, inclusive, os estatutos para usarmos como referência. A primeira
sala, alugada pela ATT, foi cedida pela APT (Associação de Pilotos da
Transbrasil). A TAM era uma empresa pequena, assim como a ATT, que
em minha época de presidente possuía pouco mais de 100 associados,
o que significava 100% dos tripulantes que trabalhavam para a empresa.
A associação cresceu junto com a TAM, ela acompanhou a rápida expansão
registrada pela companhia, principalmente com a vinda do Fokker-100 no iní-
cio dos anos 1990. Na minha gestão era tudo muito diferente e confesso que eu não senti o tama-
nho da responsabilidade de liderar a ATT. Eu não imaginava que a entidade cresceria tanto, teria
milhares de associados e mais de 36 anos de história. Senti um peso maior anos depois, sendo
vice-presidente da gestão do Cmte. Hugo Schaffel, quando a ATT era a maior associação do setor
na América Latina. É triste, neste mês em que comemoramos o Dia do Aviador, vermos tantos tri-
pulantes deixando a empresa. Mesmo assim, é importante que todos compreendam a importância
de permanecermos sempre unidos.

37
Especial

Irineu Soares Costa, Cmte. Irineu


Presidente da ATT entre 1983 e 1984
Tive o prazer de ser convidado, no início dos anos 1980, para ser o
quarto presidente da história da ATT. Era uma época muito diferen-
te, a empresa ainda era pequena e a associação tinha pouquíssi-
mos associados. O grupo decidiu criar essa associação para cres-
cer junto com a TAM, manter os tripulantes unidos, organizar as
demandas, leva-las ao Cmte. Rolim, ter representatividade. Sem-
pre com o objetivo de ajudar, contribuir e não bater de frente.
Naquela época tínhamos uma sala alugada, poucos benefícios
e organizávamos bingos e rifas para manter a ATT. Pedíamos a
ajuda dos colegas para levantar dinheiro e o próprio Cmte. Rolim,
com o tempo, começou a ajudar, dando passagens e outros benefí-
cios. Eu criava reuniões para debater a criação do estatuto e ninguém
aparecia, até que decidi trazer um barril de chopp e lotou. Com o tem-
po conseguimos trazer benefícios, como aulas de inglês, muito importante
para os comandantes, plano odontológico, entre outras coisas, com isso a ATT foi despertando
o interesse dos tripulantes. Como mensagem para o Dia do Aviador, digo a todos que valorizem
esse momento, essa profissão apaixonante, as paisagens incríveis vistas da cabine da aeronave, a
relação com o avião e tudo o que envolve voar. Parabéns a todos!

Noélio de Souza Franco, Cmte. Noélio


Presidente da ATT em 1985
A ATT tinha apenas uma sala alugada para realizar suas operações. Na
minha gestão, decidimos subir a contribuição de 0,5% do salário
para 1%, com o intuito de conseguir a renda necessária para com-
prar um local fixo. E conseguimos. A sala ficava na Washington
Luiz, onde hoje é o SNA, foi a primeira sede em que a associa-
ção era dona. Tínhamos por volta de 400 associados apenas,
foi bem no início de sua história. Fui eleito com mais de 70%
dos votos para assumir essa enorme responsabilidade, pois
gerir o dinheiro alheio requer honestidade, trabalho e muita
seriedade para administrar corretamente. Iniciei uma série de
reestruturações para respeitar o que recebíamos dos associa-
dos todos os meses, comecei a registrar os gastos, justifica-los
e demonstrar como eram revertidos em benefício dos tripulantes.
Apesar de pequena, a ATT já era muito importante, tinha o total apoio
do Cmte. Rolim, que desejava uma associação, com um líder, para facili-
tar o diálogo e as negociações com os funcionários. Quero dizer a todos os aviadores que resistam
às adversidades e valorizem sempre o grupo, a categoria como um todo, pois os interesses indivi-
duais sempre caem. A união é o mais importante.

38
Especial

Geraldo Silva Costa, Cmte. Silva


Presidente da ATT eleito por duas vezes, nas décadas de 1980 e 1990
Tenho 34 anos de associado e fui presidente bem no início da ATT. Era uma
época difícil, pois a associação estava sendo criada e sua necessidade
teve que ser comprovada em diversas oportunidades. O seu início
incomodou algumas partes, foi uma quebra de paradigmas que
precisou de muito debate e conversa. Tivemos brigas, discussões
e problemas, mas com o tempo nós mostramos que a associação
estava sendo criada para somar, agregar. O próprio Cmte. Ro-
lim nos ajudou nesse processo, tornou-se o sócio número 1 e foi
fundamental. Com o tempo, a associação se estabeleceu, cres-
ceu, conseguimos sair de uma sala alugada para três compradas.
Criamos o CAM I na minha gestão, que ajudou milhares de tripu-
lantes nesses anos. A ATT foi fundamental na representatividade,
na organização das demandas, intermediação do diálogo com a
empresa e até hoje existe para servir o seu associado. É uma entidade
que desde o seu começo cuida do tripulante, procura atender e trazer o
que ele precisa e é muito importante. Nesse Dia do Aviador, quero destacar
que todas as crises são passageiras, para que os tripulantes permaneçam firmes e vislumbrem um
amanhã melhor.

Otávio de Paschoal Filho, Cmte. Otávio


Presidente da ATT de 1989 a 1991
Apesar de pequena, a associação já tinha muito respeito e ligação
com a TAM naquela época e participava ativamente das reuni-
ões. Um ponto de destaque foi a chegada do Fokker-100, que
coincidiu com o período em que presidi a ATT. A partir desse
ponto a empresa começou a crescer abruptamente e o Cmte.
Rolim começou a trazer profissionais para atuarem como co-
mandantes. Esse fator deixou os copilotos chateados, pois eles
queriam uma oportunidade de crescer na carreira. A ATT levou
essa demanda à empresa e conseguimos minimizar a questão,
alcançando um ponto de equilíbrio entre contratações e promo-
ções. A função da ATT nunca foi a de bater de frente com a com-
panhia, essa é uma obrigação do sindicato. A associação foi criada
com uma visão social, de unir o grupo, realizar eventos, reunir e apre-
sentar as demandas e necessidades dos tripulantes. Em uma oportuni-
dade, organizamos uma enquete para entender porque alguns profissionais
estavam deixando a TAM, reunimos os principais pontos e apresentamos ao Cmte. Rolim. Foi uma
forma de contribuir para ambas as partes, sempre com diálogo e respeito. Hoje o cenário é outro,
mas destaco que, apesar da crise, nós devemos continuar focados e deixar os problemas fora da
cabine de voo. Atuar com segurança e profissionalismo.

39
Especial

Nicolau Moraes Barros, Cmte. Nicolau


Presidente da ATT entre 2001 e 2003
A oportunidade de ser presidente da ATT marcou a minha trajetória. Foi a
fase mais importante da minha vida dentro da TAM, não apenas como tri-
pulante, mas como funcionário, pois abriu os meus horizontes e me trou-
xe aprendizado. No entanto, apesar de ser uma experiência positiva em
minha carreira, foi uma fase complicada. Era uma época de retração na
economia, que nos trouxe diversas adversidades. Um dos acontecimen-
tos mais marcantes foi a morte do Cmte. Rolim, que dava completo apoio
aos nossos projetos. Esse fato iniciou um período confuso e de transições
para todos. Assim como a fusão com a Varig, que acompanhamos desde o
início participando das negociações e lidando com uma enorme pressão. Mesmo
com esses fatores, nossa diretoria trabalhou para realizar uma gestão de bom senso, que soubes-
se entender as demandas e apresenta-las com diálogo e respeito. Acredito que fizemos um bom
trabalho, com membros do nosso grupo exercendo hoje cargos de liderança na empresa, como o
Cmte. Giannini, Piloto Chefe, que foi meu vice-presidente. Para finalizar, reforço aos aviadores para
que não se esqueçam de suas raízes e inspirações. Por mais modernos que sejam os aviões, não
podemos esquecer o nosso passado, de onde viemos. Agradeço por tudo o que a ATT e a TAM
fizeram por mim.

Celso Alexandre Giannini Oliveira, Cmte. Giannini


Presidente da ATT entre 2003 e 2004
Liderar a ATT foi uma experiência muito positiva, especialmente no estreita-
mento de relacionamento entre a associação e a gestão da TAM Linhas Aé-
reas. Fui encarregado de substituir o Cmte. Nicolau, presidente na época,
que deixou a empresa na oportunidade. A ATT representava um grupo de
tripulantes coeso e buscava sempre um relacionamento harmonioso com
a gestão, no que dizia respeito às demandas do grupo. Atualmente, em
minha visão, a ATT segue representando os associados de maneira positiva,
sempre apresentando propostas e buscando boas soluções para o negócio
como um todo. Além disso, a entidade complementa com apoio e seguran-
ça financeira aos associados afastados por problemas de saúde, com os auxílios
do CAM. Deve ser um “porto seguro” nestes casos. Como mensagem de Dia do Aviador, quero
ressaltar a todos que contemplem o AMOR pela profissão e pelo prazer em voar, com sabedoria,
segurança e bom humor. Voem felizes!

Hugo Fratin Junior, Cmte. Hugo


Presidente da ATT entre 2004 e 2006
Sou associado ATT desde o seu surgimento, em 1986. Tive o prazer de li-
derar a associação por dois anos tendo o apoio do meu vice-presidente
e amigo, Cmte. Stuppiello. Juntos, formamos uma dupla que conquistou
bons resultados nesse período, com muito trabalho e dedicação para
atender às solicitações dos associados. Era uma época de ouro, na qual o
Brasil crescia, a empresa crescia e a ATT acompanhava esse ritmo, trazen-
do constantemente novos associados ao seu quadro. Nessa mesma época
o executivo Marco Antônio Bologna assumiu a presidência da empresa e foi
bastante solicito às demandas da ATT. Ele tinha uma visão de valorizar bastan-
te a opinião dos funcionários, tinha o desejo de fazer com que a TAM figurasse
entre as dez empresas que mais despertavam o interesse das pessoas em trabalhar. Foi uma fase
ótima e fácil, pois tudo dava certo. Atualmente o desafio é muito maior, a diretoria atual tem a mi-
nha admiração por enfrentar esses tempos complicados com coragem e determinação.

40
Especial

Hugo Schaffel Júnior, Cmte. Hugo Schaffel


Presidente da ATT entre 2006 e 2008
Foi gratificante ter tido a honra de comandar a ATT por dois anos. Por ou-
tro lado, também foi bastante trabalhoso e desafiador, pois na época
a TAM Linhas Aéreas passava por um enorme crescimento, acompa-
nhado pela própria associação. A empresa precisou de uma ATT
forte e atuante, que também se beneficiou da ótima fase vivida
pela companhia. Durante o tempo em que estive à frente da enti-
dade, passamos de pouco mais de mil associados para cerca de
2.400. Além disso, tivemos que modernizar a ATT para atender
às demandas e expectativas desses novos associados, alguns re-
cém-contratados pela empresa. O presidente da TAM na época,
Marco Antônio Bologna, nos recebia uma vez por semana, falava
conosco todos os dias, tínhamos as portas abertas e muito res-
paldo para defender as demandas do grupo. Hoje os tempos mu-
daram, a empresa se transformou em LATAM e o acesso não é mais
tão simples, mas a associação permanece importante em sua atuação
e com os benefícios de CAM I, seguro para perda de carteira, plano de
saúde, entre outros. Como mensagem aos aviadores, ressalto a importância
de permanecermos firmes, em busca dos nossos objetivos, desempenhando a função com res-
ponsabilidade e segurança sempre.

Didacio Milhomens Barros, Cmte. Milhomens


Presidente da ATT entre 2012 e 2013
De uma forma geral, eu acredito que conseguimos, nesse breve pe-
ríodo comandando a ATT, realizar uma gestão positiva, com trans-
parência, organização e responsabilidade nos gastos. Esse sem-
pre foi o nosso objetivo, desde a oficialização da candidatura da
nossa chapa, e eu tenho plena convicção que tais parâmetros
devem ser os principais conceitos a serem respeitados por
qualquer grupo que venha a compor a diretoria da associação.
Quanto à missão da ATT eu vejo como social, com seus diver-
sos benefícios e ajuda permanente aos seus associados. É uma
entidade que nasceu para fazer o bem, esse é o seu sentido e
motivo de criação. Quando o tripulante perde a carteira ele tem
a parceria do seguro com a Mongeral Aegon, tem o CAM I para
afastamento temporário e muitos outros. É importante que nós
possamos prestar sempre o nosso apoio, pois a ATT tem um papel
fundamental na vida social do tripulante da LATAM e deve permanecer
unida e forte, independente de qualquer coisa.

41
Empreendedorismo

Como é a vida de um
tripulante que empreende?
Cmte. Petri e Cmro. Anderson Costa, associados ATT,
contam suas experiências e desafios como
donos de negócios paralelos à aviação
O empreendedorismo pode representar um com regularidade, onde concentramos cerca
meio de ganhar a vida fazendo o que se gos- de 70 pilotos”, complementa.
ta. Em uma época de crise econômica e au-
mento de preços, alguns tripulantes têm bus- Neste ano, a empresa do Cmte. Petri passou a
cado soluções para somarem uma renda pa- se chamar MPK Kart Team, uma reestruturação
ralela ao orçamento e adquirirem experiência que prevê novos projetos e áreas de atuação.
em outros setores de atuação. Esse é o caso A partir de 2017, o empreendimento passará
de Armando Petri Júnior, o Cmte. Petri, e de a oferecer escola de kart para crianças e adul-
Anderson da Silva Costa, o Cmro. Anderson tos, venda de acessórios e equipamentos,
Costa, ambos associados ATT há mais de dez pacotes de turismo de velocidade em gran-
anos. Eles iniciaram negócios próprios recen- des eventos internacionais e realização dos
temente e garantem: é possível empreender campeonatos para profissionais e amadores.
mesmo com a falta de tempo enfrentada pe- “Teremos também coaching para pilotos, mi-
los profissionais da aviação. nistrado pelo grande nome do kart brasileiro
na atualidade, Alain Sisdeli”, reforça.
Os dois tripulantes iniciaram empreendimen-
tos seguindo suas paixões, o Cmro. Anderson A paixão por empreender
Costa pela degustação de cervejas e o Cmte.
Petri por corridas de kart. “Sempre corri, des- De acordo com o Cmte. Petri, o lado empre-
de moleque, e fui convidado para compor endedor sempre esteve presente em sua vida,
uma equipe em 2008, na qual chegamos a assim como o amor pela aviação. “Desde os
reunir 75 integrantes, sendo 60 deles pilotos quatro anos eu sou fissurado por aviões, aos
da aviação”, explica. Dois anos depois, devido 15 já estava pesquisando o que precisaria
a problemas de horário e logística, o Cmte. para seguir nessa carreira”, lembra. Apesar de
Petri decidiu criar sua própria equipe, a MPK ter decidido cedo o que faria profissionalmen-
(Malucos por Kart), com organização de cam- te, o comandante teve outras atividades antes
peonatos itinerantes em diversas cidades de de se estabelecer na TAM Linhas Aéreas, em
São Paulo. “Foi o segundo maior campeona- 2001. “Eu tive várias empresas em ramos di-
to indoor do interior do estado, com etapas ferentes, interrompi esse lado empreendedor
em Paulínia, Granja Viana, Nova Odessa, Al- após a entrada na empresa, mas a paixão pelo
deia da Serra e na própria capital”. kart e por criar meus próprios negócios me
fez voltar”.
A partir de 2013, a organização de campeo-
natos de kart indoor e profissional pela sua Possuir uma segunda atividade e fonte de
equipe passou a se concentrar no Kartódro- renda , principalmente em tempos de crise, é
mo Internacional San Marino, em Paulínia. Pe- fundamental na visão do Cmte. Petri: “nunca
tri alugou um box e montou a própria estru- sabemos o que virá no futuro, é bom termos
tura na região. “Mantivemos as competições alternativas, mas é preciso estudar o mercado

42
Empreendedorismo
Seguro

Cmte. Petri em autódromo

O associado pilotando kart


durante competição

e ter cuidado antes de investir em algo”. Além decidi fazer o curso e trocar de carreira”, lem-
disso, ele recomenda que o tripulante gos- bra. Após ingressar na área, Costa começou a
te de sua possível segunda atividade, pois viajar e conhecer cervejas de diversas regiões
as dificuldades geradas por dois empregos do mundo, diferentes das que são encontra-
são grandes. “Nós passamos por problemas das no mercado interno brasileiro. “Percebi
financeiros comuns no início de um novo ne- que existiam inúmeras variedades e fui me in-
gócio, falta de tempo com a família e muito teressando cada dia mais.”
cansaço. Precisa ser um apaixonado pelo o
que faz”, finaliza. Com o intuito de não depender das viagens
para consumir cervejas diferentes, o comissá-
Anderson Costa, rio começou a estudar e fabricar a sua bebida
comissário e mestre cervejeiro em casa. Ele criou a sua própria receita e rece-
beu a aprovação dos amigos, que começaram
Após uma crise em sua antiga área de traba- a recomendar e realizar encomendas para
lho, na qual atuava como técnico químico, An- eventos. A partir disso, a cerveja que seria para
derson Costa decidiu mudar de ramo e atuar consumo próprio se tornou um produto. “Os
como comissário. “Eu trabalhava em terra na pedidos eram tantos que decidi empreender,
Transbrasil naquela oportunidade e me en- pois tínhamos uma demanda e um reconheci-
cantei pelo ofício dos tripulantes de cabine, mento crescentes no mercado”, explica.

43
Empreendedorismo

vem ter a consciência de que não terão des-


canso. “Eu trabalho na minha folga, chego ao
per noite e fico atento ao celular, notebook,
mídias sociais, e-mail e todos os outros conta-
tos”, ressalta.

Um novo negócio exige dedicação dos


aspirantes a empreendedores e, na maio-
ria das vezes, um retorno financeiro pode
demorar. “É provável que você não tenha
lucro nos primeiros seis meses ou até um
ano, nesse tempo você trabalha para criar
uma marca, fazer o seu produto acontecer,
ser reconhecido e cair no gosto do consumi-
dor”, detalha. Mesmo com as dificuldades co-
muns nesse tipo de desafio, Costa aconselha
os interessados a começarem seus próprios
Anderson Costa (à dir.) com o negócios. “São tempos difíceis, temos que ter
jogador de futebol Valdívia outros meios de atuação, algo que mantenha
o padrão de vida e nos dê uma alternativa
para a aposentadoria”.
Após a decisão de transformar seu hobby em
um negócio, o Cmro. Anderson Costa criou a Você sabia?
Cervejaria Pilgrim, em 2014. Ele mantém atu-
almente um laboratório e decidiu terceirizar Com o intuito de auxiliar os seus associados
todo o processo de fabricação para atender à que atuam também em um negócio paralelo,
demanda. “Eu mesmo fazia todos os pedidos a ATT começou a realizar os eventos “Associa-
nesse laboratório, mas começou a acumular, dos Desapego” e “Associados Empreendedo-
tive de fechar uma parceria na qual eles pro- res”. A associação abre sua sede para a venda
duzem para mim, seguindo a minha receita”, de produtos com desconto, realizada pelos
resume o empreendedor, que espera, no fu- próprios associados em dias pré-determina-
turo, adquirir a estrutura necessária para uma dos. Os próximos eventos ocorrerão nos dias
produção própria. 7, 8, 17 e 18 de novembro. Para saber mais
e participar, entre em contato no e-mail: ges-
Atualmente, a cerveja criada pelo Cmro. An- tão.comissarios@att.org.br
derson Costa está nos principais centros de
comércio da cidade de Guararema, Santa O comissário (à esq.) na cervejaria
Isabel e região. “Estamos chegando a Mogi
das Cruzes e negociando a entrada na capital
paulista, vamos lançar em breve o nosso pri-
meiro rótulo e, até metade de 2017, teremos
três produtos diferentes”.

O desafio dos dois trabalhos


Conseguir tempo para atender à escala e ge-
rir o próprio negócio é o principal desafio na
visão do comissário, pois o tripulante não tem
horários fixos. Ele ressaltou que os profissio-
nais do setor que quiserem empreender de-

44
Tecnologia
Seguro

A quarta revolução industrial,


conheça o Movimento Maker
José Michel, dono da empresa brasileira Engenho Maker,
explica o trabalho dos MakerSpaces,
oficinas de alta tecnologia para criação de objetos
Com o ingresso de novas tecnologias cada segundo Michel, também são de última gera-
vez mais avançadas, como a impressora 3D, ção. “Temos máquinas CNC para construção
um novo movimento internacional de criação digital, impressoras 3D, máquinas de corte a
teve início no mundo, os MakerSpaces. Esses laser, entre outros”, descreve.
espaços de convivência reúnem pessoas inte-
ressadas em aprender a criar objetos com as O espaço oferece programação e cursos para
próprias mãos, utilizando essas ferramentas adultos, além de oficinas de robótica e eletrô-
em um novo conceito de oficina. “É possível nica para crianças a partir de nove anos de ida-
consertar, transformar ou construir qualquer de. Há planos mensais, por dia e por hora, com
tipo de coisa que se possa imaginar, como um flexibilidade de horários para atender também
móvel, drone, robô ou brinquedo para os fi- o tripulante. “Sabemos que é uma profissão
lhos”, resume José Michel, um dos donos do com uma rotina bastante atribulada, queremos
Engenho Maker, criada em julho de 2016. oferecer possibilidades para eles também par-
ticiparem e criarem conosco”, diz Michel, que
A empresa brasileira segue o conceito interna- oferece descontos para associados ATT e seus
cional de MakerSpaces, no qual os clientes pa- dependentes em todos os pacotes oferecidos
gam uma taxa para terem acesso às ferramen- pelo Engenho Maker.
tas e instruções de profissionais, denominados
como “Personal Makers”. “Empreendimentos Os interessados em conhecer o trabalho da
do tipo estão sendo inaugurados em diversos empresa podem acessar o site www.enge-
países, representando uma nova tendência nhomaker.com.br ou curtir a página Engenho
conhecida como Movimento Maker”, explica Maker no Facebook.
Michel. Para especialistas, como o empreen-
dedor americano Chris Anderson, a novidade
representa a quarta revolução industrial da
história. No livro “Makers: The New Industrial
Revolution”, um sucesso de vendas, ele explica
a atuação dessas novas ferramentas tecnológi-
cas no processo de produção mundial.

O Engenho Maker é uma das empresas pio-


neiras nesse tipo de serviço no Brasil. O local
de trabalho é próximo ao Parque Ibirapue-
ra, em São Paulo, em meio a um bosque de
12.000 metros quadrados. Os equipamentos,

Oficina do Engenho Maker

45
Benefícios

ATT supera a marca de


170 parcerias para
auxiliar seus associados
Veja a descrição das últimas empresas que
fecharam benefícios e o logo de todas as demais
que compõem o time da associação
Além da representatividade, apresentação
das demandas para a empresa e atuação Serra Verde Express – Curitiba (PR)
em prol da categoria, a ATT possui um forte
papel social. Uma parte importante de sua
atuação é o setor de benefícios, que trabalha
para oferecer cada vez mais vantagens, como
descontos em planos de saúde, universida- Oferece desconto de 15% no trem da classe
des, clínicas de estética, escolas de idiomas, turística e executiva para o passeio da Serra
estacionamentos, medicamentos, cinemas, do Mar Paranaense (Curitiba - Morretes).
parques de diversão, viagens, entre outros.
*O desconto não é cumulativo e não é válido
Recentemente, a ATT superou a marca de para alta temporada e feriados.
170 parceiros, inclusos nesses diferentes ra-
mos de atuação. Av. Presidente Affonso Camargo, 330 - Curiti-
ba – PR.
Veja a seguir os dados das empresas que fe-
charam benefícios para nossos associados e (41) 3888-3488 www.serraverdeexpress.com.
seus dependentes recentemente, além do br e contato@serraverdeexpress.com.br
logo de todas as demais.

Arraial d'Ajuda Eco Resort –


Smart up Mídia – São Paulo (SP) Porto Seguro (BA)

Resort na beira de uma das praias mais bo-


Oferece 20% de desconto nos serviços de nitas do litoral baiano. Conta com piscinas e
criação de site, landing page e loja virtual. estrutura completa para atender os turistas.
Realiza também gestão de anúncios no Fa- Oferece 10% de desconto sobre a tarifa co-
cebook Ads, criação de logomarca e outros brada no balcão.
serviços.
Rua Travessia do Porto, 27 - Arraial d'Ajuda -
Av. Vida Nova, 28 - Sala 100 2A - 10º andar Porto Seguro.

(11) 4303-7382, www.smartupmidia.com.br e (73) 3575-8500, www.arraialresort.com.br e


atendimento@smartupmidia.com.br reservas@arraialresort.com.br

46
Benefícios
Seguro

CI Intercâmbio e Viagem - Educa Mais – São Paulo (SP)


Ponta Grossa (RS)
Oferece preços especiais, com descontos de
5% a 15% para serviços de formação de con-
dutores aos associados e seus dependentes,
1ª habilitação de carro e moto, renovação de
- Cursos de idiomas no exterior (taxa de ins- CNH, entre outros.
crição para duas semanas ou mais) - 20% de
desconto; Rua Eça de Queiroz, 49 - Vila Mariana - São
- Intercâmbio teen (entre 9 – 17 anos) - US$ 50 Paulo – SP
de desconto;
- High School (ensino médio exterior) - US$ (11) 5549-1234 e
100 de desconto; www.autoescolaeducamais.com.br
- Mochilão US$ 30 de desconto;
- Seguro de saúde internacional (15 dias ou Stop Park Estacionamentos –
mais) - 10% de desconto. Porto Alegre (RS)

Os pacotes são em grupo e incluem um “Lí-


der CI” acompanhando todo o programa, in-
cluindo o estudo de idioma e passeios para
adolescentes entre 9 e 17 anos;
Área segurada pela Allianz. Oferece serviços
Av. General Carlos Cavalcante, 2879 - Loja 10 de vans 24 horas, o usuário pode levar a chave.
- Uvaranas - Ponta Grossa.
Valor da mensalidade R$121,50 (apresentar
(42) 3323-5009, www.ci.com.br/pontagrossa carteira do associado no aplicativo ATT).
e rodrigot@ci.com.br
Av. das Indústrias, 1387 - São João - Porto Ale-
gre - RS (em frente ao Hotel Ibis Aeroporto)
Karper Aluguel de Veículos –
Brasília (DF) (51) 3337-2417, www.stoppark.com.br e
anderson@stoppark.com.brcom.br

Panvel Farmácias
Oferece aplicação da tarifa site a qualquer
momento desejado, sem a necessidade de
antecedência mínima de 48 horas para reser-
va, exigida para todos os demais clientes. A rede Pavel conta com mais de 350 lojas nos
estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina
- Diária de 26 horas (duas horas de cortesia na e Paraná. São mais de 500 produtos de marca
devolução do veículo) própria para o corpo, cabelos, rosto, primei-
- Condutor adicional cortesia. Poderá cadas- ros socorros, maquiagem, perfumaria e pro-
trar até dois condutores por veículo sem custo dutos infantis.
adicional.
- Isenção da taxa de serviço cobrado nas re- Oferece desconto de 12% em medicamentos
servas no valor de 10%. de referência e 35% nos medicamentos gené-
ricos sobre o preço máximo dos produtos para
SMAS - trecho 03, bloco D – sala 002, The Union Pagamento à vista. *Desconto não cumulativo.

0800-600-6678 e www.karpercar.com.br/ 0800-642-9001 e www.panvel.com.br

47
Benefícios

Aviação

Professor
Francisco Antonio
de Mesquita

Educação

Escola de Idiomas

Odontologia

Dr. Wender
Pro-Dens Donato Ribeiro -
Cirurgião Dentista

48
Benefícios
Seguro

Saúde

Psicologia Psicologia
Psicologia
Psicologia Psicologia
Blumentritt Dra. Luciene
Dra. Adriana Dra. Simara
Consultoria em Soares da Silva e
Bandeira - SP Casagrande Dra. Laura Antunes
Psicologia - SP e Dra. Lecy Alves
Vasconcelos
Porto Alegre Zwarg

Psicologia
Psicologia
Dra. Mariana Ótica Planet Vision Óptica Biju
Dra. Sônia Maria
Todeschini - Porto
Lopes Vaz - SP
Alegre - RS

Beleza / Estética

Local Hair

Academia / Esporte

Lazer

49
Benefícios

Alimentação

Check In Bar e
Restaurante Ltda

Jet Lag Pub

Hospedagem

Grande Solaris Praia Hotel


Hotel Canela
Porto seguro -
Canela – RS Bahia

Outros

Art Mobile
Planejados - SP

RZ Sapataria e Moema Serviços


Clinica Aeroporto
Costura em Autos Ltda

50
Faça parte da
Associação dos Tripulantes da TAM

Depto.
Saúde Educ
ação Eventos Jurídico

Depto.
Lazer Academias
Social

Diversos benefícios, descontos e parcerias!

Rua Baronesa de Bela Vista, 384


Vila Congonhas - São Paulo - SP - 04612-001
www.att.org.br - 11 5533-8150

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