Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A partir dessa descrição, é fácil deixar-se induzir por uma concepção de um modelo planetário para o
átomo, com elétrons orbitando ao redor do "núcleo-sol". Porém, a aberração mais séria desse modelo é a
perda de energia dos elétrons através da radiação síncrotron: uma partícula carregada eletricamente ao ser
acelerada emite radiações eletromagnéticas que têm energia; fosse assim, ao orbitar em torno do núcleo
atômico, o elétron deveria gradativamente emitir radiações e cada vez mais aproximar-se do núcleo, em
uma órbita espiralada, até finalmente chocar-se contra ele. Um cálculo rápido mostra que isso deveria
ocorrer quase que instantaneamente.
Postulado de Bohr
Através das descrições quânticas da radiação eletromagnética propostas por Albert Einstein e Max Planck,
o físico dinamarquês Niels Bohr desenvolve seu modelo atômico a partir de quatro postulados:[3]
1. Os elétrons que circundam o núcleo atômico existem em órbitas que têm níveis de energia
quantizados.
2. A energia total do elétron (cinética e potencial) não pode apresentar um valor qualquer e
sim, valores múltiplos de um quantum.[1]
3. Quando ocorre o salto de um elétron entre órbitas, a
diferença de energia é emitida (ou suprida) por um simples
quantum de luz (também chamado de fóton), que tem
energia exatamente igual à diferença de energia entre as
órbitas em questão.
4. As órbitas permitidas dependem de valores quantizados
(bem definidos) de momento angular orbital, L, de acordo
com a equação
O modelo de átomo de Bohr é às vezes chamado de modelo semi-clássico do átomo, porque agrega
algumas condições de quantização primitiva a um tratamento de mecânica clássica. Este modelo certamente
não é uma descrição mecânica quântica completa do átomo. A regra 2 diz que as leis da mecânica clássica
não valem durante um salto quântico, mas não explica que leis devem substituir a mecânica clássica nesta
circunstância. A regra 4 diz que o momento angular é quantizado, mas não diz por quê.
Segue abaixo um desenvolvimento do modelo de Bohr que demonstra os níveis de energia no hidrogênio.
onde h é a constante de Planck e me, a massa do elétron. Bohr não tinha levantado esta hipótese porque só
depois é que foi proposto o conceito associado a esta afirmação (veja dualidade onda-partícula). Porém,
permite chegar na próxima afirmação.
2. A circunferência da órbita do elétron deve ser um múltiplo inteiro de seu comprimento de onda:
3. O elétron mantém-se em órbita por forças eletrostáticas. Isto é, a força eletrostática é igual à força
centrípeta:
Temos três equações e três incógnitas: v, e r. Depois de manipulações algébricas para obter v em função
das outras variáveis, pode-se substituir as soluções na equação da energia total do elétron:
Assim, o menor nível de energia do hidrogênio (n = 1) é cerca de -13.6 eV. O próximo nível de energia (n
= 2) é -3.4 eV. O terceiro (n = 3), -1.51 eV, e assim por diante. Note que estas energias são menores que
zero, o que significa que o elétron está em um estado de ligação com o próton presente no núcleo. Estados
de energia positiva correspondem ao átomo ionizado, no qual o elétron não está mais ligado, mas em um
estado desagregado.
O modelo atômico de Bohr pode ser facilmente usado para a composição do modelo atômico de Linus
Pauling. Apenas somando as camadas e as colocando na ordem de Pauling.
Frequência
A frequência orbital[5]
(X)
A partir da Equação - acima - do movimento orbital mantido pela força de Coulomb acima temos
(Z)
Se o elétron irradia, a energia E irá decrescer tornando-se cada vez negativa e a partir da Equação do raio
da órbita r também diminui. O decréscimo em r na Equação (Z), provoca um aumento na frequência f.
De modo que temos um efeito de pista que quando a energia é irradiada, E diminui, o raio orbital r diminui,
a qual por sua vez causa um aumento da frequência orbital f e aumentando continuamente a frequência
irradiada.
Este modelo planetário prevê que o electrão se mova em espiral para dentro em direção ao núcleo, emitindo
um espectro contínuo. Calcula-se que este processo não dure mais do que , um tempo muito
curto na verdade.
Problemas e contradições
Algumas fragilidades e contradições do modelo ficaram claras na publicação de 1913. Outros foram mais
tarde evidenciados com experimentos melhores (mais modernos) e teorias mais elaboradas da mecânica
quântica.
Os postulados são justificados por qualquer princípio fundamental, mas apenas através de
seu sucesso. Eles contradizem a eletrodinâmica clássica.
O modelo de Bohr descreve o comportamento dos átomos de hidrogênio e íons com apenas
um elétron. Sistemas de vários elétrons não estão incluídos.
A teoria de relatividade não é considerada, embora seja atribuído ao elétron no estado
fundamental do átomo hidrogênio, cerca de 1% da velocidade da luz.
O átomo de hidrogênio no modelo de Bohr teria de ser um disco plano.
Ligações químicas no modelo de Bohr não podem ser entendidas (ou seja, o modelo não
explica ligações químicas).
Em todos os estados estacionários o momento angular do elétron em torno de órbita de fora
é muito grande. Em particular no estado fundamental, mesmo na realidade sendo 0 (nulo).
Até mesmo o dividir de muitas linhas espectrais sob a influência de campos magnéticos
(efeito anômalo de Zeeman) não pode ser explicado.
Certas linhas espectrais do hidrogênio são capazes de resistir à medidas mais precisas do
que as linhas duplas. Após isso, descobriram uma separação que não podia ser explicada
pelo modelo de Bohr que foi chamada de Lamb-Shift .
No radioastronomia a principal linha de 21 cm do hidrogênio pode ser obtida a partir do
modelo de Bohr.
A noção de uma órbita definida do elétron em torno do núcleo em 1927 conflitava com o
princípio da incerteza descoberto por Werner Heisenberg.
Na física quântica, com todos as teorias e resultados obtidos até os dias de hoje e com os registros dos
dados experimentais, o modelo orbital possui uma imagem fundamentalmente diferente do átomo. Ao
contrário do que aceita pelo modelo de Bohr, os elétrons no átomo possuem probabilidade finita de estarem
até mesmo no núcleo. Atualmente, sabemos que eles não se movem em órbitas. Razoavelmente aceitamos a
ideia de uma nuvem de elétrons.
Referências
1. Líria Alves. «O átomo de Bohr» (http://www.brasilescola.com/quimica/o-atomo-bohr.htm). R7.
Brasil Escola. Consultado em 10 de novembro de 2012
2. Rutherford, Ernest (1911). « "The Scattering of α and β Particles by Matter and the Structure
of the Atom" ». Philos. Mag. 6. 21 páginas
3. D. J. Maia; J. C. de A. Bianchi. Química Geral – Fundamentos. 5ª edição – São Paulo.
Editora Pearson, 2007. Pp. 32 a 35
4. «Modelo Atômico de Bohr» (https://web.archive.org/web/20130203054242/http://www.ufsm.b
r/gef/Moderna/moderna08.pdf) (PDF). Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal
de Santa Maria. Consultado em 20 de janeiro de 2013. Arquivado do original (http://www.ufs
m.br/gef/Moderna/moderna08.pdf) (PDF) em 3 de fevereiro de 2013
5. KIWANGA, Christopher Amelye (2013). Christopher Amelye. KIWANGA, ed. Física Nuclear
(https://web.archive.org/web/20140110214308/http://pt.scribd.com/doc/48312717/Fisica-Ato
mica). Introdução à Física Nuclear. 1 1 ed. Reino Unido: [s.n.] 133 páginas. Consultado em
21 de agosto de 2013. Arquivado do original (http://pt.scribd.com/doc/48312717/Fisica-Atom
ica) em 10 de janeiro de 2014
6. D. J. Maia; J. C. de A. Bianchi. Química Geral – Fundamentos. 5ª edição – São Paulo.
Editora Pearson, 2007. Pp. 36 a 42
7. «O Átomo de Bohr (Hidrogênio 1.0).» (https://web.archive.org/web/20120910150904/http://w
ww.seara.ufc.br/tintim/fisica/hidrogenio/hidrogenio4.htm). Seara da ciência. Consultado em
20 de janeiro de 2013. Arquivado do original (http://www.seara.ufc.br/tintim/fisica/hidrogenio/
hidrogenio4.htm) em 10 de setembro de 2012
Ver também
Modelo atômico de Thomson
Modelo atômico de Rutherford
Modelo atômico de Dalton
Ligações externas
«Modelo Atômico de Bohr - www.if.ufrgs.br» (http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/modelobohr/m
odelobohrindex.html)
«MODELO ATÔMICO DE BOHR - www.rossetti.eti.br» (http://www.rossetti.eti.br/aula-men
u.asp)
«Modelo Atômico de Bohr - physicsact.wordpress.com» (http://physicsact.wordpress.com/
2008/01/02/modelo-atomico-de-bohr/)
«Modelo de Bohr - www.if.ufrgs.br» (http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod04/m_s03.h
tml)
«Seria o átomo um novo sistema solar? O modelo atômico de Bohr» (https://www.if.ufrgs.br/
public/tapf/tapf_v32n5.pdf) (PDF)
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Átomo_de_Bohr&oldid=63566938"