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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Nome: Larissa Mabelli Firmino Rodrigues Número USP: 9852139


Profª Drª Flávia Corradin – LITERATURA PORTUGUESA III

Introdução [ao Simbolismo] in GOMES, Álvaro Cardoso. - A literatura


portuguesa em perspectiva (Simbolismo e Modernismo). São Paulo, Atlas

O texto, introdutório, se preocupa em abordar os aspectos subjacentes ao


Simbolismo, selecionando, deste, recortes que atribuem e agregam grande
significação em seu entendimento, compreensão e história.

1. Origens do Simbolismo – Nesta primeira parte, o autor possui o cuidado de


explanar a história do período, relacionando-o com o contexto em que a sociedade
se implantava na época. As primeiras informações são básicas, como o fato do
Simbolismo ser datado de meados do final do século XIX. O texto dá conta,
também, de justificar e relacionar o movimento aos ocorridos do século em
questão, que o inaugurou. “O simbolismo surge dentro da crise que se instaura no
fim do século XIX, refletindo o que Hauser denomina de “mal-estar da cultura””
[p.15]

Não obstante, o autor se prolonga relacionando a crise citada no trecho anterior à


revolução industrial e a crescente descrença nos métodos positivistas. Dando
procedência a essa linha de pensamento, o mesmo coloca o pessimismo como
sentimento motivador e também consequente desses fatos históricos arraigados
na sociedade contemporânea. Surge uma forte sensação de fracasso, desalento, e
é dentro desse cenário que nasce o período em questão se estrutura.

Mas o autor deixa claro que isso tudo está dentro de uma complexa rede
transmissora, logo, não significa que esse processo foi feito de imediato e
rapidamente, houve um grande processo, que culminou, por certo ponto, em um
passível encontro entre simbolismo e os resquícios do romantismo. Dentro desse
âmago está presente a exploração dos sentidos, das sensações íntimas e
pessoais.

Diante desse cenário se fez importante elencar as características e elucidar a despeito da


entidade espiritual dentro do período simbolista. Esse quesito está estritamente
relacionado ao tocante inicial com o romantismo, pois é este que acredita, como
aquele, que há uma forte ligação entre o homem e a natureza. Porém, fica claro,
aqui, que este tipo de menção é totalmente ultrapassado, antigo. Não passa de um
velho dualismo platônico. A divindade, para os simbolistas, é algo intrínseco às
coisas, algo além da dicotomia de mundo. Desta forma, ficam polarizadas, de um
lado as características ligadas ao aspecto místico e o outro, no formal.
Contudo, fica claro que, embora haja, de fato, semelhanças entre os dois, são inegáveis,
também, as diferenças, muito singulares. O simbolista, ao contrário do romancista,
acredita no controle não só de suas emoções e relações afetivas, mas, até mesmo,
do fazer poético.

2. Características do Simbolismo – Agora deixou de ser uma questão diacrônica


historiográfica, e passou a ser um apanhado de características que atribuem valor.
Dentre inúmeras, o autor opta por iniciar por um assunto delicado, que se conversa
com o tópico anterior, que é a relação entre homem e mundo dentro do
simbolismo. A partir de suas reflexões, fica claro, que estes acreditam numa
perfeita ordem, união, entre esses. Perante essa relação, os simbolistas procuram
determinar uma entidade “alma” presente entre o sujeito e o objeto. Seria essa a
relação, onde, para os integrantes do evento, sempre haverá uma correspondência
entre as duas entidades. E estes, os simbolistas, por sua vez, supõem a integração
dos sentidos, causando um efeito de totalidade, interiorizado no homem, por conta
de sua relação com o mundo.
Além desse quesito, existe a questão do “sugerir” e a obsessão enraizada no simbolismo,
onde, a ideia, é que a linguagem seja fluida, rasa, na tentativa de capturar as
sensações, nas quais, o homem não é capaz de identificar corriqueiramente.
Os símbolos, que dão nome ao período, também sofrem restrição. A ideia é que esses
sejam desprendidos, bivalentes, soltos e “autoprodutores”.
Essa busca pela espontaneidade, a criação de estado sugestivo, levou os simbolistas a
aproximarem a poesia da música. Pois esta, assim como a ideologia simbolista,
possui a questão da subjetividade e o trabalho sugestivo da arte. Essa
característica é construída dentro do texto de várias formas, uma delas, e é uma
das que ele repetidamente explana: figuras de linguagem. Principalmente, no caso,
das musicais, tais quais, a assonância e a aliteração.

3. O simbolismo em Portugal. Assim como foi dito no tópico 1, o simbolismo nasce


dentro de uma crise, e não foi diferente com Portugal. Esse território que já havia
perdido para as imposições inglesas, o suicídio de Antero, a decadência dos mitos
sebastianistas, o descontentamento e a descrença liberou a ideia de pessimismo.
Diante de todos esses agravantes, não é à toa que antes de 90, já havia nascido o
movimento em Portugal.
Esse desalento acarreta nos escritores a vontade de refúgio, o externato de sentimentos.
Posteriormente ele cita uma obra cujo nome é “Insubmissos” e esta é posta como um
possível primeiro poema simbolista autentico em Portugal.

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